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Lição 04
Motivação, Comprometimento e
Outros Efeitos da Satisfação no
Trabalho
Índice
1.Introdução
2.Como Surgiram os Estudos da Motivação?
3.O que é Motivação?
3.1.Ciclo Motivacional
4.As teorias da Motivação
4.1.Teoria do Reforço
4.2.Teoria da Expectativa
4.3.Teoria da Autoeficácia
4.4.Teorias da Justiça
4.5.Teoria da Determinação de Metas
5.Estratégias de Motivação no Contexto Organizacional
6.Conclusão
7.Referências
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1. Introdução
As pessoas são a força propulsora que conduz ao
sucesso das organizações. E o RH deve ser o
propulsor das pessoas. O motor do desenvolvimento
e da inovação.
Chiavenato
Nesse cenário, os gestores organizacionais levam em conta, cada vez mais, fatores que
motivam os funcionários e que melhoram o desempenho, a produtividade e a
competitividade da organização. Conhecer meios para manter equipes motivadas para
realizarem seu trabalho é buscar qualidade, sucesso e lucro.
Sendo assim, como os gestores de recursos humanos podem contribuir para ampliar a
motivação dos funcionários? Como integrar atividades motivacionais aos investimentos
na área de recursos humanos?
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2. Como Surgiram os Estudos
da Motivação?
A preocupação com aspectos motivacionais nas organizações teve início nas primeiras
décadas do século XX. Até o início da Revolução Industrial, o uso de medidas punitivas,
tanto de natureza psicológica quanto física, eram a principal forma de garantir o trabalho
e a produção. Os funcionários exerciam suas atividades em um ambiente de medo,
podendo sofrer sanções financeiras ou mesmo agressões físicas das chefias sob a
justificativa de insubordinação ou de trabalho "mal feito".
Marras (2016) afirma que, além de Taylor, neste período, outros estudiosos despertaram
para a relevância da motivação, dentre os quais cita Max Weber, que baseou seus
estudos na burocracia. Nos escritos weberianos, a burocracia surge como a forma mais
eficiente de administração, porque operava em uma base hierárquica racionalmente
definida por especialistas, sem estar sujeita a caprichos pessoais de gerentes e
chefias. O elemento de justiça presente nos processos de gestão de recursos humanos
como promoção, distribuição de recompensas e alocação nos cargos seriam os fatores
de motivação da proposta weberiana na leitura de Marras (2016).
Os estudos de Mayo ainda são muito utilizados nos dias atuais, quando se busca
compreender como o comportamento humano repercute sobre a produtividade de uma
organização.
Após sabermos como essa história começou, vamos agora discutir o que é a
motivação?
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3. O que é Motivação?
Definir o que é motivação não é uma tarefa fácil, mesmo com os inúmeros estudos
publicados pela psicologia organizacional. Melhor falar desse estado mental com base
em seus efeitos. Então, podemos dizer que a motivação é tudo aquilo que leva uma
pessoa a agir de um determinado modo e não de outro, isto é, trata-se de algo que
dispara a realização de um comportamento específico.
A palavra motivação tem sua origem no vocábulo latino "motivus" ou " movere", que
significa "mover" e cuja raiz linguística se aproxima de "motivo" ou "motor". Assim,
vemos que a motivação diz respeito a um motivo, um movimento, uma necessidade que
move uma pessoa, que a entusiasma, que a faz buscar algum tipo de recompensa ou
razão.
Chiavenato (2005) estabelece uma diferença entre motivo e motivação, destacando que
a primeira se refere ao estimulo que leva a pessoa a agir de uma determinada maneira.
O que pode ocorrer devido a estímulos externos, oriundos do ambiente, ou dos
processos internos do pensamento.
Estratégias de motivação no contexto organizacional. - Fonte: Harold, J. Leavitt (1964, p 9 apud CHIAVENATO, 2005 p.
132).
Sabemos que as pessoas são diferentes entre si, e deste fato, decorrem as
singularidades dos processos motivacionais. Os valores disseminados pela sociedade
são diferenciados, assim como os valores pessoais e padrões de comportamento de
cada pessoa. Essa diversidade permite uma variação infinita de modos de ser e agir
no mundo, resultando em que, o que motiva uma pessoa não necessariamente irá
motivar outra pessoa.
Para Chiavenato (2005), a motivação é uma ação que tanto pode ser provocada por um
estímulo que se origina no ambiente quanto ser uma ação interna, que tem sua gênese
provocada por processos psíquicos internos do indivíduo.
Para diversos estudiosos da área de recursos humanos, dentre eles Spector (2014, p.
210), a motivação é um fenômeno puramente intrínseco, um estado interno, um desejo,
necessidade ou vontade que impulsiona as pessoas na definição de determinados
comportamentos. Como nos fala o autor:
3.1.Ciclo Motivacional
A necessidade é a força vital que move o fenômeno motivacional. Quando a
necessidade surge, o equilíbrio psíquico da pessoa se rompe provocando um estado de
tensão, um desconforto que impulsiona a realização de um comportamento ou ação
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voltados para a extinção desse desequilíbrio.
Estas são as etapas do ciclo motivacional, proposto por Chiavenato (2003) envolvendo
a satisfação:
Etapas do ciclo motivacional resulta em satisfação de necessidades. - Fonte: CHIAVENATO (2005, p. 130).
Quando o indivíduo não encontra saída em seu ciclo motivacional, a tensão represada
no organismo busca meios indiretos de saída, seja pela via psicológica, seja pela via
fisiológica, provocando os sintomas característicos da desmotivação: agressividade,
descontentamento, tensão ou indiferença (via psicológica); tensão nervosa, insônia,
repercussões cardíacas ou digestivas (via fisiológica).
Contudo, mesmo que a necessidade não seja satisfeita ou não encontre saídas pela via
da compensação, não quer dizer que a pessoa ficará para sempre frustrada. Isto
porque, a satisfação das necessidades humanas é temporal e passageira e a
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motivação se trata de um processo continuo de resolução de problemas e de satisfação
de necessidades.
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4. As teorias da Motivação
A motivação é um fenômeno extensivamente estudado na psicologia, assim, há um
grande número estudos e abordagens sobre o tema. Entretanto, as diferenças entre
estas teorias são mínimas e, elas inclusive, algumas vezes confundem-se entre si.
Para expor as teorias da motivação, seguiremos Spector, autor que em seu livro
Psicologia nas Organizações (2014), descreve diversas teorias da motivação que
passaremos a discutir expor agora.
Abraham Maslow (apud Spector, 2014) considerou que uma necessidade não satisfeita
funciona como um gatilho que dispara a realização de comportamentos e ações
voltadas para resolvê-la. Estabeleceu ainda, uma hierarquia de necessidades em que
os níveis mais elevados só surgem quando as necessidades dos níveis mais baixos
estiverem relativamente satisfeitas.
Veja o quadro abaixo, que resume bem o que vimos até agora sobre a teoria bifatorial
de Herzberg.
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Fatores Higiênicos Fatores de Motivação
Fatores de insatisfação Fatores de satisfação
Fatores extrínsecos ao trabalho Fatores intrínsecos ao trabalho
Supervisão Reconhecimento
4.1.Teoria do Reforço
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Esta teoria se baseia na "lei do efeito", isto é, na ideia de que o
comportamento com consequência positiva tende a ser repetido,
enquanto o comportamento com consequência negativa tende a não ser
repetido. Pode ser resumido da seguinte maneira: “se bom
comportamento, então recompensa (reforço positivo); se mau
comportamento então punição”. Comportamentos recompensados tendem
a serem repetidos, enquanto aqueles que foram punidos tendem a
extinção.
Sob influência do Behaviorismo de Skinner (apud, Zanelli et al, 2014), essa teoria
considera a motivação como resultado de recompensas ou de reforços. Diferente das
teorias da necessidade, que abordam a motivação como uma necessidade intrínseca, a
teoria do reforço considera que a motivação se origina no contexto ambiental e pode
ser modelada através da recompensa ou reforço. Por isso, pode-se afirmar que
condicionamento difere de motivação. Sendo o condicionamento, ainda nominado como
motivação extrínseca ou movimentação (Fiorelli, 2008).O componente responsável pelo
desempenho profissional é externo ao sujeito.
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A motivação do esforço de uma pessoa é baseada nas suas expectativas
de sucesso e depende dos objetivos individuais e da percepção que a
pessoa tem da utilidade desse desempenho.
4.2.Teoria da Expectativa
A ideia básica da teoria da expectativa é de que as pessoas se motivarão se
acreditarem que seu comportamento será recompensado ou levará a resultados
desejados. É uma das teorias mais aceitas pelos estudiosos dos processos
motivacionais.
Para Victor Vroon, o autor da teoria, se as pessoas não acreditarem nessa premissa,
elas não se motivarão. Também não se motivarão se não desejarem as recompensas
oferecidas.
Para Vroon (apud Spector, 2014), a motivação ou força é uma função matemática que
depende de três fatores: valência, instrumentalidade e expectativa.
Valência: valor atribuído ao resultado advindo de cada alternativa.
Representa o quanto uma pessoa deseja alguma coisa, por exemplo,
dinheiro.
Instrumentalidade: percepção de que a obtenção de cada resultado está
ligada a uma compensação.
Expectativa: percepção de que se tem a capacidade de alcançar
determinado resultado e que este resultado resulta em recompensa. Trata-se
de uma expectativa bastante específica em relação a determinadas
atividades.
Instrumentalidade
(Visualização da relação Estender o horário de trabalho (ação) é uma forma de obter
entre a ação e obtenção do promoção (resultado almejado)
resultado)
Os três fatores de motivação definidos na teoria da expectativa - Fonte: ZANELLI, BORGES-ANDRADE & BASTOS,
2014, p. 180.
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4.3.Teoria da Autoeficácia
Essa teoria se baseia numa ideia bastantes simples, a de que a motivação e o
desempenho são determinados pela intensidade com que a pessoa acredita em si
mesma. Desse modo, se uma pessoa acredita ser incapaz de realizar uma tarefa, não
tentará fazê-la. Mas se, ao contrário, acredita em sua capacidade, este fato será um
combustível para a sua motivação e desempenho no trabalho.
Conforme Spector (2014), essa teoria tem alto poder explicativo sobre a motivação das
pessoas, sendo comprovada por inúmeros estudos realizados tanto dentro quanto fora
do contexto do trabalho.
4.4.Teorias da Justiça
4. Metas específicas
Fonte: Work Motivation Theories, E. A. Locke e D. Henne 1986. Apud SPECTOR, 2014, p. 225.
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5. Estratégias de Motivação no
Contexto Organizacional
Nesse sentido, ampliar o grau de motivação dos funcionários no trabalho passou a ser
uma preocupação importante dos gestores de recursos humanos com a finalidade de
melhorar a qualidade do ambiente organizacional e dos produtos e serviços oferecidos
pela empresa.
A experiência já mostrou que apenas oferecer um bom salário não é suficiente para
gerar grande motivação na empresa, sendo necessário buscar outras formas de
incentivo de melhoria do desempenho no trabalho.
Obviamente que os questionamentos sobre como alcançar esses objetivos são muitos.
E as respostas ainda insuficientes.
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extensão destes planos para outros membros da família do funcionário; pagamento de
horas extras em substituição ao banco de horas foram as primeiras propostas adotadas
por grandes empresas. Em seguida, vieram os incentivos de qualificação, com o
pagamento parcial ou total de cursos superiores, cursos de línguas, especializações e
outras medidas de desenvolvimento de pessoas.
Entretanto, para que estas propostas funcionem como instrumentos de alinhamento dos
trabalhadores ao planejamento estratégico da organização faz-se necessário implantar
um sistema de avaliação parametrizado que vincule o perfil de cada profissional às
metas que se espera dele.
Em resumo, podemos afirmar que existem três aspectos principais a serem observados
na melhoria da motivação nas organizações:
Realizar um bom diagnóstico dos níveis de motivação existentes na
organização. É preciso mapear os fatores geradores de motivação e
aprimora-los assim como identificar e obstruir os que provocam
desmotivação.
Possibilitar o aprimoramento profissional das pessoas que trabalham na
organização através de programas de capacitação. O sentimento de
estagnação produz desmotivação.
Proporcionar oportunidades e desafios para que as pessoas possam aplicar
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suas habilidades e conhecimentos no trabalho. Fazer algo aquém das
próprias capacidades é desmotivador.
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6. Conclusão
A motivação é a energia que dá intensidade e direção aos esforços realizados para o
alcance das metas organizacionais. Por isso, precisa ser tanto direcionada para os
objetivos organizacionais quanto para as pretensões pessoais dos funcionários.
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7. Referências
CHIAVENATO, Idalberto. Administração de recursos humanos: Fundamentos
básicos. 7. ed. rev. e atual. Barueri, São Paulo: Manole, 2010. ISBN: 978852042803-0.
YOU TUBE (24 de jun de 2013) ZINDER, Ramiro. Entrevista. Motivação e Inovação da
Primer TV. 15 min23seg. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ucZYtHD43.
Acesso em: 13 out. 2017.
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