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CEPI – POLIVALENTE ANTONIO CARLOS PANIAGO

REDAÇÃO
SEM MISTÉRIO

Porque saber escrever faz toda a diferença!


Nome: ______________________ série:_____
Prof: Andreia Cristina Marqueto Rodrigues
QUAIS OS CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE UMA REDAÇÃO DO ENEM?

É um absurdo, mas isso é extremamente comum: boa parte dos candidatos desconhece as cinco competências
avaliadas pelos corretores do ENEM. Faz sentido fazer uma prova sobre a qual você sequer sabe o que é cobrado?
Nenhum sentido. Se você pensa que as únicas coisas avaliadas no ENEM são a correção ortográfica e o vocabulário,
preste muita atenção nos itens a seguir.

Competência 1 – Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita (200 pontos)

Nesse critério é que seu conhecimento gramatical puro é avaliado. Mostrar domínio de regras e vocabulário,
aqui, é importante, apesar de não ser algo extremamente rígido – é sabido que algumas redações nota 1000 podem
ter algum errinho pequeno, como falta de acentuação em uma palavra.
Estudar conteúdos como ortografia costuma ser bem chato e, além disso, aumentar seu vocabulário não é algo
que você vai conseguir da noite para o dia. Por essa razão, mais uma vez destaco a importância de praticar muito.

Competência 2 – Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento
para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo (200 pontos)

Há vários pontos importantes nesse critério. O primeiro e mais importante é um dos que mais geram nota zero
na redação: compreender a proposta, ou seja, não fugir do tema. Tome um cuidado muito grande especialmente para
não tangenciar o tema, isto é, não falar unicamente sobre algo relacionado a ele.
O segundo ponto importante é o que envolve a aplicação de conceitos de várias áreas do conhecimento.
Não podemos esquecer que a redação do ENEM deve ser do tipo dissertativo-argumentativo. Isso significa
posicionar-se em relação ao tema e elaborar argumentos que tenham como objetivo convencer o leitor a respeito de
sua opinião. Para isso, você deve usar estratégias argumentativas como exposição de exemplos concretos,
argumentos de autoridade, dados estatísticos, e outras.
De onde tirar isso tudo? Do seu conhecimento de mundo, é claro. Não pense que vai sair fazendo textos
perfeitos só decorando um monte de regras gramaticais – é preciso ler e manter-se informado sobre tudo que
puder, pois quanto maior o seu conhecimento, maiores as chances de você saber relacionar uma parte dele
para escrever sobre o tema proposto pela prova. Essa é uma regra básica de redação necessária a qualquer
aluno que deseje buscar a nota 1000.

Competência 3 – Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em


defesa de um ponto de vista (200 pontos)

Um problema é quando você não sabe nada sobre o assunto, mas outro é quando você sabe demais. Muita
gente tem dificuldade para organizar as ideias no papel, por isso o ENEM quer premiar aqueles que são capazes de
fazê-lo melhor que os outros.
O segredo, aqui, é nunca começar a escrever “às cegas”, ou seja, sem um planejamento. É preciso uma
esquematização das ideias, em forma de palavras-chave, antes de iniciar a escrita. Algo que ficaria como na imagem
abaixo, para o tema Violência contra a Mulher (ENEM 2015).

Competência 4 – Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da


argumentação (200 pontos)

Mais um ponto negligenciado por muitos. Construir a argumentação através de mecanismos linguísticos
envolve utilizar conjunções, pronomes, advérbios e locuções adequadas para cada situação. Através desses recursos,
os chamados operadores argumentativos, sua redação ganhará uma qualidade muito bem vista aos olhos dos
corretores: a coesão.
Se você procurar por exemplos de redações do ENEM nota 1000, vai ver como esses elementos são utilizados
em simplesmente todas da forma correta. Portanto, uma boa maneira de desenvolver esse critério é analisar as
melhores redações para conseguir espelhar-se em suas próprias. Outro caminho importante é ter esta lista de
operadores argumentativos com exemplos de uso. Mantenha-a sempre por perto quando for começar uma redação!

Competência 5 – Elaborar proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores
humanos e considerando a diversidade sociocultural (200 pontos)

Esse é o critério do ENEM que mais difere dos demais vestibulares. Você precisa escrever uma solução para
os problemas que desprendem-se do tema proposto. Como resolver aquilo? É papel de quem?
Essa solução não só precisa ser original – esqueça o óbvio –, mas também deve deixar claros os meios de
como fazer aquilo. Eu sempre digo: é fácil dizer que a solução para a fome no mundo é distribuir comida para todos,
mas como fazer isso? O ENEM quer que você pense sobre um problema social que está perto de você e seja capaz
de intervir com ideias e ações.
Evidentemente, sempre há algumas estruturas que você pode usar para potencializar suas chances de tirar
uma nota alta.
Chave de Correção de Produção Textual

Critérios Pontuação Descritores Pontos

I – Demonstrar 2,0 Demonstra desconhecimento da modalidade escrita formal da língua 0,0


domínio da portuguesa.
modalidade
escrita formal da Demonstra domínio precário da modalidade escrita formal da língua 0,4
língua portuguesa, de forma sistemática, com diversificados e frequentes
portuguesa. desvios gramaticais, de escolha de registro e de convenções da escrita.

Demonstra domínio insuficiente da modalidade escrita formal da língua 0,8


portuguesa, com muitos desvios gramaticais, de escolha de registro e
de convenções da escrita.

Demonstra domínio mediano da modalidade escrita formal da língua 1,2


portuguesa e de escolha de registro, com alguns desvios gramaticais e
de convenções da escrita.

Demonstra bom domínio da modalidade escrita formal da língua 1,6


portuguesa e de escola de registro, com poucos desvios gramaticais e
de convenções da escrita.

Demonstra excelente domínio da modalidade escrita formal da língua 2,0


portuguesa e de escolha de registro. Desvios gramaticais ou de
convenções da escrita serão aceitos somente como excepcionalidade e
quando não caracterizem reincidência.

II - Compreender 2,0 Fuga ao tema/não atendimento à estrutura do gênero textual. 0,0


a proposta da
redação e aplicar Apresenta o assunto, tangenciando o tema, ou demonstra domínio 0,4
conceitos das precário do gênero textual, com traços constantes de outros tipos
várias áreas de textuais.
conhecimento
Desenvolve o tema recorrendo à cópia de trechos dos textos 0,8
para desenvolver
motivadores ou apresenta domínio insuficiente do gênero textual, não
o tema, dentro
atendendo à estrutura com proposição, argumentação e conclusão.
dos limites
estruturais do
Desenvolve o tema e apresenta domínio mediano do gênero textual, 1,2
gênero textual.
com proposição e conclusão.

Desenvolve o tema consistente e apresenta bom domínio do gênero 1,6


textual, com proposição e conclusão.

Desenvolve o tema consistente, a partir de um repertório sociocultural 2,0


produtivo e apresenta excelente domínio do gênero textual.
III – Selecionar, 2,0 Apresenta informações, fatos e opiniões pouco relacionados ao tema 0,4
relacionar, ou incoerentes.
organizar e
interpretar Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, mas 0,8
informações. desorganizados ou contraditórios e limitados aos argumentos dos
textos motivadores.

Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, 1,2


limitados aos argumentos dos textos motivadores e pouco organizados.

Apresenta informações, fatos e opiniões relacionadas ao tema, de 1,6


forma organizada, com indícios de autoria.

Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema 2,0


proposto, de forma consistente e organizada, configurando autoria.

IV - Demonstrar 2,0 Não articula as informações. 0,0


conhecimento
dos mecanismos Articula as partes do texto de forma precária. 0,4
linguísticos
Articula as partes do texto, de forma insuficiente, com muitas 0,8
necessários para
inadequações e apresenta repertório limitado de recursos coesivos.
a construção do
texto. Articula as partes do texto, de forma mediana, com inadequações, e 1,2
apresenta repertório pouco diversificado de recursos coesivos.

Articula as partes do texto com poucas inadequações e apresenta 1,6


repertório diversificado de recursos coesivos.

Articula bem as partes do texto e apresenta repertório diversificado de 2,0


recursos coesivos.

V - Demonstrar 2,0 Não apresenta proposta relacionada ao tema ou ao assunto. 0,0


conhecimento
sobre o tema e Apresenta proposta de intervenção vaga, precária ou relacionada 0,4
as características apenas ao assunto.
do gênero
Elabora, de forma insuficiente, proposta r elacionada ao tema, ou não 0,8
proposto.
articulada com a discussão desenvolvida no texto.

Elabora, de forma mediana, proposta relacionada ao tema e articulada 1,2


à discussão desenvolvida no texto.

Elabora bem proposta relacionada ao tema e articulada à discussão 1,6


desenvolvida no texto.

Elabora muito bem proposta, detalhada, relacionada ao tema e 2,0


articulada à discussão desenvolvida no texto.
TÉCNICAS DE IDEIAS

1- Brainstorming ou Tempestade de ideias:


Pensamento livre, palavra chave, sem julgá-las, apenas junte a maior quantidade de ideias.
Ex. :
“O que é ser homem nos dias de hoje?”

Machismo, pai, internet, tarefas, igualdade de direitos, trabalho, dinheiro, …

2- Perguntas estímulo:

Consiste em levantar perguntas base sobre o tema e tentar responder já criando novas perguntas que vão
puxando outras, e assim sucessivamente.
Todo tema social tem seu oposto, temas debatidos na sociedade, você já se prepara para responder seu
oponente.
Exemplo:
Tema: Cotas em Universidades Federais
• Sou a favor ou contra?
• Por que?
• Por que é necessario cotas?
• Mas isso não seria preconceito?
• Como seria o sistema?
• Até quando as cotas funcionariam?
• Qual o número de vagas?
• Quais os critérios de escolha? São justos?

3- Causa, consequência e solucões

Consiste em analisar o que gera ou gerou o problema (causa). A partir daqui, analisar as consequências, ou
seja, os problemas gerados. Desta forma, chega-se às ideias para solucionar ou amenizar o problema.

Exemplo:

Tema: A juventude e as drogas.

Causa: Por que o jovem está entrando na droga? Consequências: O que a droga gera?
1- O lugar em que vive; 1- Problemas psíquicos;
2- As companhias; 2- Brigas com os pais;
3- A rebeldia da idade; 3- Isolamento;
4- A ausência dos pais; 4- Furtos;
5- A falta de expectativa da vida; 5- Violência;
6- Problemas internos 6- Abandono da família;
7- Prisões;
8- Perseguicões;
9- Morte …

Soluções: ver sugestões na parte da conclusão


Introdução = Contextualização + Apresentação do Tema + Tese

A introdução é o primeiro parágrafo da dissertação e ela deve conter, pelo menos, duas estruturas: apresentação
(ou contextualização) do tema e apresentação da tese (que é formada pelas ideias principais de cada parágrafo de
desenvolvimento).
Observação: também podemos considerar que os argumentos formam uma terceira estrutura, separando-os da tese.
Essa é apenas uma maneira de definir os conceitos. O que importa é que a introdução deve apresentar o tema e a
tese (ideia ou ideias principais da redação).
Vamos supor que o tema esteja relacionado com “internet”. Então, eu preciso começar a minha redação apresentando
esse tema, contextualizando-o e o apresentando de alguma forma. Veja alguns exemplos:

1) “A internet faz parte da sociedade moderna e é uma característica marcante da geração atual”.
2) “A internet é o reflexo do avanço tecnológico promovido pelo homem, que transcende as barreiras físicas e passa
a viver num universo virtual sem fronteiras”.
3) “Assim como muitas invenções mudaram a história do homem, a internet se revelou como o marco de uma nova
geração e de uma nova cultura”.

Observe que há diversas maneiras de se apresentar o tema. Geralmente, a melhor estratégia é trabalhar com
definições e com conceitos e, para tanto, basta se perguntar: o que é internet? O que ela proporciona à sociedade?
Pense em tudo o que você sabe a respeito do tema e procure o que você sabe de melhor dele.
Vamos adotar o item 1: “A internet faz parte da sociedade moderna e é uma característica marcante da cultura atual”.

Agora que já apresentamos o tema, nós precisamos nos posicionar a respeito dele, ou seja: nós precisamos de
uma tese (opinião).
O tema “internet” é muito amplo e podemos falar muita coisa ao seu respeito. Porém, de modo geral (em minha
opinião), eu acredito que ela pode servir tanto para o bem quanto para o mal. Logo, a minha opinião é: “a internet serve
para o bem e para o mal”. A partir dessa opinião eu irei formular a minha tese:

“A internet possui tanto aspectos positivos quanto negativos e isso depende de seu uso”.

Veja que a minha opinião é: “a internet é boa e também é má e isso depende do internauta”. Agora, eu preciso
convencer o leitor da melhor maneira possível a aceitar essa opinião. Para tanto, precisamos de ideias (argumentos)
e cada argumento será explicado e desenvolvido em cada parágrafo de desenvolvimento. Uma boa maneira é pensar
na tese como a união das ideias principais de cada parágrafo de desenvolvimento. Por isso que, para começar a
escrever a redação, nós precisamos planejar o texto, pensando no que vamos escrever em cada parágrafo.

Como a redação geralmente tem dois parágrafos de desenvolvimento, então eu preciso de dois argumentos que me
ajudem a convencer o leitor a aceitar a minha opinião.
Argumento 1: “a internet é boa porque facilita o acesso ao conhecimento e à informação”.
Argumento 2: “a internet é ruim porque ela não é muito segura, o que dá margem a diversos problemas”.

Bem, então nós já temos a apresentação do tema e da tese (junto com os argumentos). Isso quer dizer que já temos
a nossa introdução:

“A internet faz parte da sociedade moderna e é uma característica marcante da cultura atual. O seu principal
aspecto positivo é a facilidade de acesso ao conhecimento e à informação, entretanto o seu mau uso pode prejudicar
os seus usuários de inúmeras formas. O que a caracteriza como benéfica ou maléfica é o modo que ela é usada”.

Negrito: apresentação do tema


Sublinhado uma linha: argumento 1 (dará origem ao primeiro parágrafo de desenvolvimento)
Sublinhado duas linhas: argumento 2 (dará origem ao segundo parágrafo de desenvolvimento)
Sublinhado grosso: opinião (tese)

Observe que temos nesse parágrafo todos os elementos necessários para fazer uma introdução. Apresentamos tanto
o tema como a tese e indicamos os dois argumentos principais que vão dar origem aos dois parágrafos de
desenvolvimento. Logo, para escrevermos a introdução, é preciso termos uma ideia do que vamos escrever e também
precisamos ter uma ideia de quais argumentos serão usados para defender a nossa opinião. Não podemos começar
uma redação sem saber direito o que vamos escrever.
Portanto, antes mesmo de começar o parágrafo introdutório é importante que você faça um esquema com todas as
suas ideias, arquitetando o conteúdo de seu texto, separando os argumentos principais e a tese. A introdução deve
revelar ao leitor, de modo claro e objetivo, o tema, a tese e, junto com a tese, os argumentos que serão desenvolvidos
ao longo da dissertação. Lembre-se: você irá apenas apresentar e indicar os argumentos. Ou seja: você não vai
desenvolver nem explicar nada na introdução.
Então, de modo simplificado, podemos considerar que a introdução possui duas estruturas
principais: apresentação do tema e a apresentação da tese.
INTRODUÇÃO = TEMA + TESE
O que é tese?

A tese nada mais é do que a sua opinião (o seu posicionamento) a respeito do tema e ela é a ideia principal da
redação. Em outras palavras: se você pudesse resumir a sua dissertação inteira (de 30 linhas, talvez) numa única
frase, essa frase seria a tese (a ideia principal do texto). Afinal, nós devemos escrever uma dissertação inteira para
comprovar a nossa tese.

Onde a tese deve aparecer?

A dissertação possui três tipos de parágrafos: introdução, desenvolvimento e conclusão. A tese precisa aparecer logo
no primeiro parágrafo (introdução).

Como fazer a tese da redação?

Existe uma maneira bem simples e prática de se fazer a tese da redação: pense quais serão as ideias principais de
cada parágrafo de desenvolvimento. Se a tese é a ideia principal da redação inteira, então a tese nada mais é do
que a união das ideias principais de cada parágrafo de desenvolvimento.

Por exemplo: vamos supor que o tema proposto para a nossa redação seja "o papel da internet sobre a sociedade
contemporânea".

Primeiro, se pergunte: quantos parágrafos de desenvolvimento eu vou escrever e quais serão as ideias principais de
cada um? Bem, uma dissertação geralmente tem dois ou três parágrafos de desenvolvimento (sendo que eu sou mais
"fã" das dissertações com dois).

Então, vamos fazer uma redação com dois parágrafos de desenvolvimento, sendo que eu vou escrever o seguinte: no
primeiro parágrafo de desenvolvimento, eu vou escrever que a internet é importante porque possibilita aos seus
usuários a oportunidade de compartilharem o que quiserem para o mundo inteiro; no segundo parágrafo, eu vou
escrever que a internet globaliza as informações e que com ela é possível ter acesso ao conhecimento do mundo
inteiro. Ou seja: no primeiro parágrafo eu digo basicamente que uma pessoa pode "se abrir para o mundo" e no segundo
parágrafo eu digo que o mundo pode "se abrir para uma pessoa". Lindo, não?

Então, com essas duas ideias (argumentos) em mente, eu construo a minha tese: "a internet tem o poder de não
apenas possibilitar às pessoas a chance de compartilharem as suas ideias para o mundo inteiro, como também
dá oportunidade aos seus usuários de terem acesso ao conteúdo do mundo todo".

Pronto: essa é a nossa tese. Veja que a tese tem duas ideias (argumentos) e essas duas ideias darão origem aos
parágrafos de desenvolvimento. Num parágrafo eu vou dizer que as pessoas podem se abrir para o mundo e no outro
parágrafo eu vou dizer que o mundo se abre para as pessoas.

Eu disse anteriormente que a tese deve aparecer no parágrafo de introdução e isso é muito importante. Afinal, o
parágrafo de introdução é composto de duas partes: apresentação do tema e apresentação da tese. Isso significa que
o leitor, após ler o parágrafo de introdução, deve saber o tema da redação e deve saber qual é o posicionamento do
autor em relação a esse tema (ou seja: qual é a ideia central da redação). Se não colocarmos a tese na introdução, vai
sobrar apenas a apresentação do tema, ou seja: você vai começar a sua redação escrevendo de modo genérico,
repetindo o tema, sem definir o que vai dizer.

Veja como poderia ficar a introdução:

Inicialmente desenvolvida pelos militares, a internet ganhou o mundo e inaugurou uma nova cultura, fazendo
parte do dia a dia das pessoas e conectando milhões de usuários ao redor do globo. Ela tem o poder de não apenas
possibilitar às pessoas a chance de compartilharem as suas ideias em grande escala, como também dá
oportunidade aos seus usuários de terem acesso ao conteúdo produzido a nível global. Isso significa que, com
a internet, as pessoas se abrem para o mundo e o mundo se abre para elas.

Observe que na primeira parte eu apresentei o tema da redação de modo geral ("o papel da internet sobe a sociedade
contemporânea") e na segunda parte (em negrito) eu apresentei a tese da redação (fazendo algumas alterações para
evitar a repetição de palavras), apresentando as duas ideias (argumentos) que vão construir os dois parágrafos de
desenvolvimento. A última parte da introdução (sublinhado) apenas foi a reafirmação da tese (para não fazer a
introdução acabar "do nada"). Nem sempre precisamos fazer isso. Na maior parte das vezes, a apresentação do tema
e da tese são suficientes para se fazer uma boa introdução.
MODELOS DE INTRODUÇÃO PARA UTILIZAR EM SUA REDAÇÃO
CITAÇÃO – VOCÊ PODE INICIAR O TEXTO COM UMA CITAÇÃO RELEVANTE RELACIONADA AO TEMA.

Exemplo:
• O educador e filósofo brasileiro Paulo Freire afirmava que “se a educação sozinha não transforma a sociedade,
sem ela tampouco a sociedade muda”. Analisando o pensamento e relacionando-o à realidade da educação
no Brasil, percebe-se a necessidade de um olhar mais atento para o aprimoramento do sistema de ensino,
considerando sua importância para a promoção de uma sociedade mais crítica e reflexiva, que,
consequentemente, tende a ser mais justa, igualitária e humanizada. (Tema: Desafios da educação no Brasil
do século XXI)

DEFINIÇÃO – ESTA É UMA FORMA SIMPLES E INTERESSANTE DE INICIAR O TEXTO: DEFININDO, OU SEJA,
EXPLICANDO O ASSUNTO.

Exemplo:
• Define-se como sedentário o indivíduo que não pratica atividades físicas no seu cotidiano. Doenças como
obesidade, diabetes, aumento do colesterol e problemas cardíacos são algumas das que podem aparecer
como consequência deste mau hábito. (…) (Tema: Sedentarismo: o grande mal do século?)

EXEMPLIFICAÇÃO – NESTE CASO, VOCÊ INICIA O TEXTO COM ALGUM DADO ESTATÍSTICO, UMA NOTÍCIA
OU LEI. PODE SER, TAMBÉM, UM CONHECIMENTO DE MUNDO QUE DIZ RESPEITO AO TEMA.

Exemplo:
• Segundo a Constituição Federal de 1988, no seu artigo 196, é dever do Estado garantir o acesso à saúde, bem
como é responsável pelas medidas públicas para zelar pelo bem-estar físico de todos os cidadãos
brasileiros. Assim, faz-se necessário que o Poder Público atente-se para o sedentarismo enquanto situação
que põe em risco a saúde de milhares de cidadãos do país. (Tema: Sedentarismo: o grande mal do século?)

ALUSÃO HISTÓRICA – NESTE MODELO DE INTRODUÇÃO, VOCÊ APRESENTA UM FATO HISTÓRICO QUE
REMETE AO TEMA E COMPARA-O À DISCUSSÃO NA ATUALIDADE. O ENEM COBRA DO ALUNO A
CAPACIDADE DE DEMONSTRAR CONHECIMENTOS DE MUNDO E UM BOM REPERTÓRIO SOCIOCULTURAL.
PORTANTO, ESTA ALTERNATIVA É UMA BOA FORMA DE DAR CREDIBILIDADE À SUA ARGUMENTAÇÃO.

Exemplo:
• A intolerância religiosa é um problema recorrente na história da humanidade. Na Idade Média, por exemplo, os
Tribunais do Santo Ofício – também chamados de Inquisição – julgavam e condenavam as pessoas que não
acreditavam na religião católica. Apesar de o Brasil ser um país laico, tem-se, atualmente, um contexto análogo
a essa situação: ainda persistem os casos de discriminação e preconceitos sofridos por algumas religiões.
Sendo assim, encontrar caminhos para combater a intolerância religiosa, no Brasil, é um desafio que precisa
ser enfrentado pela sociedade civil e pelo Estado. (Tema: Caminhos para combater a intolerância religiosa no
Brasil)

AFIRMATIVA – NESTE CASO, VOCÊ FAZ UMA ESPÉCIE DE DECLARAÇÃO SOBRE O ASSUNTO LOGO NO
INÍCIO. ESCOLHA UMA FRASE DE IMPACTO, MAS QUE NÃO SEJA EXAGERADA. O OBJETIVO É CHAMAR A
ATENÇÃO DO LEITOR, POR EXEMPLO, COM UMA AFIRMAÇÃO CRÍTICA.

Exemplo:
• O Brasil é uma nação historicamente machista e violenta, o que é perceptível ao analisarmos a persistência
das agressões contra as mulheres mesmo depois das recentes medidas legais. (…) (Tema: A persistência da
violência contra a mulher)

COMPARATIVA – NESTE MODELO DE INTRODUÇÃO, VOCÊ PODE COMPARAR O TEMA COM ALGO
SEMELHANTE OU OPOSTO AO QUE SE DISCUTE.

Exemplo:
• Os Estados Unidos, referência em desenvolvimento tecnológico, são um bom exemplo de que a educação de
qualidade e com a valorização adequada gera bons frutos. Em contrapartida, no Brasil a realidade tem sido
bem distinta. O baixo piso salarial dos professores explicita essa falta de reconhecimento aos profissionais da
educação. Tal desvalorização é fruto de baixos investimentos governamentais, aliado ao passado histórico
brasileiro. (Tema: O histórico desafio de valorizar o professor)
DESENVOLVIMENTO = FATO + JUSTIFICATIVA + OPINIÃO CRÍTICA

No artigo anterior, nós falamos a respeito do parágrafo de introdução. Agora, continuando o modelo anterior, vamos
escrever os parágrafos de desenvolvimento. Você viu que a introdução apresenta as ideias que vão originar os dois
parágrafos de desenvolvimento (ou um, ou três... depende da quantidade máxima de linhas permitidas).

Vamos rever a introdução que criamos no artigo anterior:


“A internet faz parte da sociedade moderna e é uma característica marcante da cultura atual. O seu principal aspecto
positivo é a facilidade de acesso ao conhecimento e à informação, entretanto o seu mau uso pode prejudicar os seus
usuários de inúmeras formas. O que a caracteriza como benéfica ou maléfica é o modo que ela é usada”.
Observe que a introdução apresenta duas ideias junto com a tese (uma está na cor azul e a outra está na cor
verde). Cada uma dessas ideias dará origem a um parágrafo de desenvolvimento.

O desenvolvimento é o parágrafo que vai desenvolver a ideia que foi apresentada junto com a tese lá no parágrafo
de introdução. Essa ideia deve aparecer no primeiro período do desenvolvimento (ou seja: da letra maiúscula até o
primeiro ponto) e ela será a ideia principal do parágrafo de desenvolvimento, recebendo um novo nome: tópico frasal.
Portanto, o tópico-frasal é a ideia principal do parágrafo (é a ideia que resume o parágrafo inteiro em uma ou duas
linhas). Depois do tópico-frasal aparecem os argumentos (que irão desenvolver a ideia principal do parágrafo) e, por
fim, temos o encerramento (ou "fechamento") do parágrafo (para evitar que o desenvolvimento acabe "do nada", sem
ter um "fechamento").
Com base nisso, vamos fazer o primeiro parágrafo de desenvolvimento.
Ideia: “O seu principal aspecto positivo é a facilidade de acesso ao conhecimento e à informação”
Parágrafo correspondente (sugestão):

Dentre tantos aspectos positivos, o que mais se destaca entre os benefícios da internet é o caráter de sua
acessibilidade. É simples publicar e acessar conteúdos dos mais variados campos do conhecimento, o que representa
um poder de acesso à informação nunca antes testemunhado na história tecnológica do mundo. Por meio da internet,
o usuário pode encontrar grandes acervos de livros digitalizados, visitar páginas de conteúdos especializados e também
acompanhar informações atualizadas por meio de grandes portais de notícia. Sendo assim, pode-se afirmar a internet
inaugurou uma nova geração e uma nova cultura, que é caracterizada pela globalização e pela acessibilidade universal
da informação nunca vista antes.

Sem destaque, nós temos o tópico frasal, estrutura que concentra a ideia principal do parágrafo (que foi apresentada
na introdução da redação, junto com a tese). Na parte destacada sublinhada uma linha, que é o “miolo” do parágrafo,
nós argumentamos e desenvolvemos a ideia central do parágrafo, ou seja: preocupamo-nos em convencer o leitor de
que o grande benefício da internet é o acesso à informação e ao conteúdo. E, por fim, a parte roxa representa
o sublinhado duas linhas do parágrafo, onde concluímos que a internet passou a caracterizar uma nova geração,
caracterizada pelas pessoas que têm o poder de acesso à informação de um modo nunca visto antes. O fechamento
é a parte do parágrafo que dá um tom de conclusão (para ajudar, você pode começar o fechamento com algum
elemento conclusivo, como "sendo assim", "portanto", "dessa maneira", "logo", "então", etc).
Perceba que o parágrafo de desenvolvimento é realmente uma “redação em miniatura” composta por introdução
(tópico frasal), desenvolvimento (argumentos, ou seja: o "miolo") e conclusão (encerramento ou fechamento).
Vamos, agora, para o segundo parágrafo de desenvolvimento:

Ideia: entretanto o seu mau uso pode prejudicar os seus usuários de inúmeras formas.
Parágrafo correspondente:
Entretanto, o grande problema da internet é o fato de ela ter falhas que comprometem a segurança de seus
usuários. Por ser pública e global, ela é usada por muitos tipos de pessoas e elas podem ter diferentes
propósitos e objetivos, o que compromete a segurança da rede. Esse fato é agravado ainda pela questão do
anonimato, que facilita crimes como racismo, pedofilia, roubos de informações pessoais, falsas identidades e
plágio. Além disso, a rede é vulnerável a ações de hackers, que são capazes de invadirem contas de empresas,
de pessoas físicas e até mesmo do próprio governo. Tudo isso demonstra que a internet, apesar de facilitar o
acesso à informação, é um ambiente inseguro e que, portanto, exige cautela por parte de seus usuários.

Assim como no parágrafo anterior, em vermelho nós apresentamos o tópico frasal, que revela a ideia central do
parágrafo. Em azul nós temos toda a estrutura argumentativa, que foi construída de modo a convencer o leitor a
aceitar a ideia principal apresentada pelo tópico frasal. E, por fim, temos o fechamento do parágrafo (na cor roxa),
onde concluímos e reafirmamos que a internet realmente é insegura, fato que exige cuidado por parte dos usuários
que nela navegam.
Você percebeu que, para desenvolver, é preciso argumentar. Para tanto, existem algumas técnicas de argumentação,
como por exemplo: Causa e Consequência, Exemplificação, Citações, Contra-Argumento e Fatos e Conceitos
COMO APROFUNDAR SUA ARGUMENTAÇÃO

Seu texto, mesmo que esteja completo, coerente, enriquecido de operadores argumentativos e bem trabalhado
quanto à adequação ao tema, não será considerado digno da nota máxima se os argumentos não tiverem a adequada
profundidade de reflexão e de desenvolvimento. Por essa demanda ser fundamental, elaboramos essas dicas
sobre como aprofundar sua argumentação, para que, assim, você fique mais perto de conseguir a tão sonhada nota
1000. Confira!!!!
Primeiramente, é importante que saibamos o conceito de argumentação. Segundo o dicionário Dicionário
Brasileiro da Língua Portuguesa Michaelis, argumentar é: Apresentar fatos, provas ou argumentos, tirar as
consequências de um princípio ou fato; concluir, deduzir. Argumentar com a história. Servir de argumento, prova ou
documento. Chamar à discussão; provocar controvérsia; altercar, brigar, discutir. Expor como argumento; aduzir,
alegar. Apresentar ou enunciar argumentação sobre algum assunto.
Vejamos então alguns desses conceitos separadamente, para dar profundidade a eles. Percebe o que se
pretende aqui? Explicar melhor algo que só foi citado. Já guarda aí essa definição!
No primeiro tópico, disse-se que na argumentação é preciso apresentar fatos, provas. O propósito é que, com
isso, sejam comprovadas as suas ideias sobre o tema. Observe o parágrafo a seguir, de um texto sobre o tema do
Enem 2017, Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil:

“Outro aspecto a ser discutido são os cursos de licenciatura, voltados para a formação do profissional que atuará
como professor, que apresentam uma defasagem no ensino de metodologias que respeitem a condição de
pessoas com deficiências, como os surdos. [1] Devido a isso, os docentes não são aptos a atender às
necessidades específicas desses alunos, o que acaba os desmotivando. Como consequência disso, as taxas de
evasão escolar crescem. [2] Em 2010, o Censo apresentou dados que apontam que 61% das pessoas com
deficiência com 15 anos ou mais não possuem o ensino fundamental completo ou não tiveram acesso a
qualquer nível de instrução. [3] Tal problemática representa um grave retrocesso [OPINIÃO].”

Note que, segundo o autor do texto, no tópico em negrito, de número [1] FATO, há um problema relacionado
à formação dos profissionais da educação, que não são capacitados efetivamente para garantir a inclusão dos surdos
nas escolas. Em itálico, marcado pelo número [2] JUSTIFICATIVA, ele destrincha o porquê de isso ser um problema
ao trazer as consequências para o contexto em discussão. Inclusive, mostrar a relação causa-consequência é uma
forma de argumentação também definida pelo significado da palavra (tirar as consequências de um princípio ou fato).
Até aqui, porém, são só opiniões deste autor. São válidas, pois, conseguem mostrar ao leitor de forma coerente
como se dá o problema, mas o argumento não pode ser considerado completo por não haver, ainda, a comprovação
dessa relação. Isso é feito no último período do parágrafo, marcado em negrito e numerado [3]. Ao trazer o dado do
Censo 2010, de que 61% das pessoas com deficiência com 15 anos os mais não possuem ensino fundamental
completo ou não tiveram acesso a qualquer nível de instrução, comprova-se, finalmente, a argumentação pretendida.
Agora, sim, podemos afirmar que foram apresentados fatos e provas.

E POR QUE ESSE PROCESSO É TÃO IMPORTANTE?


Bom, o descritor da competência III define que o participante deve demonstrar na redação a capacidade de
selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de
vista. Direcionar a produção por meio de causas, consequências e explicações, por exemplo, são formas de defender
a tese e, principalmente, convencer o leitor de que ela é válida.

TEMOS 3 DICAS BÁSICAS PARA VOCÊ APROFUNDAR SUA ARGUMENTAÇÃO:


• Use dados;
• Referencie situações conhecidas;
• Selecione argumentos mais fortes.

Sabemos que é difícil gravar dados estatísticos sobre os vários assuntos cogitados como tema do Enem. Seria,
inclusive, inviável tentar decorá-los. Mas você pode, pelo menos, tentar alguns mais gerais. Por exemplo, tenha como
“carta na manga” algum dado geral sobre educação, outro sobre saúde e outro sobre meio ambiente. Além disso, você
pode usar os que são disponibilizados nos textos motivadores da proposta de redação. Te ensinamos AQUI como se
apropriar de informações dos textos de apoio sem cair no senso comum.
Se não tiver dados, tudo bem! Por que não contar um fato, noticiado, como exemplo para elucidar sua tese? Desde
já, comece a prestar atenção nas notícias do jornal e ler reportagens, por exemplo. Assim, você conseguirá, com
propriedade, descrever uma situação em seu texto para comprovar o que você tem a problematizar a respeito.
Além disso, dentre as opções de explicação dos argumentos que você tem, procure escolher aquela que for mais
impactante. Você terá mais chance de convencer o leitor quanto mais grave demonstrar que o problema é. Por exemplo,
sabemos de uma das consequências do uso do cigarro são as doenças respiratórias que podem causar. Porém, seja
mais específico: essas doenças podem levar à morte. Grave! Agora apresente dados ou exemplos que comprovem.
De forma geral, a regra é sempre questionar ao máximo se todo o seu argumento é auto-explicativo no texto.
Assim, não haverá brechas para que o corretor veja falhas na sua argumentação.
Lembrando que para ser capaz de escrever um bom texto e, inclusive, demonstrar as habilidades citadas acima,
é preciso ter um bom repertório sociocultural.
CONCLUSÃO

Nos artigos anteriores, nós escrevemos três parágrafos: um parágrafo de introdução e dois de desenvolvimento .
Agora, precisamos escrever o último parágrafo da dissertação, que é a conclusão.
A função básica do parágrafo conclusivo é reafirmar o que foi dito ao longo da redação, ou seja: no parágrafo de
conclusão, nós reafirmamos a tese (que é a ideia principal da redação).
Claro que a questão do parágrafo de conclusão depende do tipo de concurso que você está fazendo. No Enem, por
exemplo, nós precisamos problematizar o tema ao longo da redação e fazer uma proposta de solução no parágrafo de
conclusão.

O Parágrafo de Conclusão do ENEM


A redação do Enem é um pouco diferente porque ela trabalha com a problematização do tema. Num tema
como a "internet", por exemplo, a nossa redação estará mais focada nos problemas da internet, que devem ser
resolvidos com uma proposta de intervenção que deve aparecer no parágrafo de conclusão (é obrigatório
apresentar essa proposta de intervenção).

Como fazer a Proposta de Intervenção?


Todo problema tem causas. Portanto, se você atuar nas causas do problema você consegue resolver o
problema. Logo, pergunte-se quais são os fatores que causam ou agravam o problema e pergunte-se quais são os
possíveis agentes que podem atuar nessas causas para solucionarem o problema.

Exemplos de agentes: o governo, as empresas, a mídia e a imprensa (com todos os seus formadores de opinião,
exercendo grande influência sobre a sociedade), as ONGs, as instituições, a educação, a conscientização, a
tecnologia, você, o seu vizinho, a sua família, as comunidades, todos os tipos de organizações sociais, etc.
Ou seja: pense nos fatores que agravam ou causam o problema e pense nos agentes que podem ajudar a resolver
o problema.

Diante dos argumentos supracitados, é dever do Estado proteger as mulheres da violência, tanto física quanto
moral, criando campanhas de combate à violência, além de impor leis mais rígidas e punições mais severas
para aqueles que não as cumprem. Some-se a isso investimentos em educação, valorizando e capacitando os
professores, no intuito de formar cidadãos comprometidos em garantir o bem-estar da sociedade como um todo.
A PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

A proposta de intervenção no Enem 2018 mudou! A banca responsável pela elaboração das provas simplificou
a cobrança e normatizou alguns aspectos para que fiquem mais claros ao aluno sobre o que deve ser feito.
Como você já deve saber, no Enem, a proposta de intervenção é obrigatória e tem até uma competência
específica para avaliar essa parte do texto, competência V, equivalente a 20% da nota total! Pois é! Então, se você
quer tirar a tão sonhada nota 1000, tem que fazer, também, uma boa proposta de intervenção. Mas pode ficar tranquilo
que não tem muito segredo, olha só:

PRIMEIRO PASSO
Identifique o que foi apresentado como problema em seu desenvolvimento para, a partir de então, pensar em formas
de resolver. Isso é necessário porque os avaliadores irão observar se sua proposta está articulada à discussão.

TENHA EM MENTE OS DIREITOS HUMANOS


Uma coisa muito importante sobre a proposta de intervenção é que ela precisa respeitar os Direitos Humanos. Qualquer
proposta que desrespeite os direitos básicos do cidadão será zerada! Atente-se a isso!

O QUE DEVE SER APRESENTADO?


Há 5 partes importantes da proposta. Anota aí:
• ação interventiva
• agente
• modo/meio
• efeito
• detalhamento

A ação interventiva responde à pergunta: “O que é preciso fazer para resolver o problema?”

O agente responde à pergunta: “Quem pode fazer isso?”

O modo/meio responde à pergunta: “De que forma será feito, ou seja, por quais meios?”

O efeito responde à pergunta: “Qual é o propósito dessa intervenção, quais serão os efeitos dela?”
Por fim, há o detalhamento. Ele responde à pergunta: “Qual informação adicional foi acrescentada sobre um dos
elementos anteriores?”

Agora vamos identificar cada um desses elementos em uma proposta.

EXEMPLO:

“Considerando os aspectos mencionados, fica evidente a necessidade de medidas para reverter a situação. O Estado
{agente} deve investir na formação dos futuros docentes, {ação interventiva} criando disciplinas curriculares que
discutam a inclusão de surdos nas escolas e preparem de forma apropriada os estudantes dos cursos de licenciatura.
{modo/meio} Dessa forma, será possível garantir uma educação que, de fato, integra indivíduos e promove a plena
construção de conhecimentos. {efeito} Só então seremos uma sociedade que promove a igualdade de
direitos.{detalhamento do efeito}”

Lembre-se de ser específico, por exemplo: qual esfera governamental? Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário?
Você pode citar algum Ministério em particular?

Lembre-se de fazer uma proposta completa e arrase na redação!


Conectivos são palavras ou expressões que interligam as frases, períodos, orações, parágrafos, permitindo
a sequência de ideias.
Esse papel é desempenhado, sobretudo, pelas conjunções, palavras invariáveis usadas para ligar os termos
e orações em um período. Além disso, alguns advérbios e pronomes também podem exercer essa função.
Os conectivos são elementos essenciais no desenvolvimento dos textos, uma vez que estão relacionados com
a coesão textual. A competência IV do Enem é dedicada, exclusivamente, ao uso dos conectivos.
Assim, se forem mal-empregados, reduzem a capacidade de compreensão da mensagem e comprometem o
texto.
Lista de Conectivos
Os conectivos são essenciais para ligar as ideias no texto colaborando com a coesão textual. A aplicação
da conjunção ou mesmo da locução conjuntiva como elementos conectores, depende do tipo de relação que é
estabelecida entre as duas orações. Elas são classificadas em coordenativas ou subordinadas.
As conjunções coordenativas são aquelas utilizadas para ligar os termos que exercem a mesma função
sintática. Ligam, também, as orações independentes. Já as conjunções subordinativas são usadas para ligar
orações que são dependentes sintaticamente.
Confira abaixo os tipos de conectivos, acompanhados de exemplos:
1. Prioridade e relevância
Esses conectores são muito usados no início das frases para apresentar uma ideia. Eles também podem oferecer
relevância ao que está sendo apresentado.

Em primeiro lugar; antes de mais nada; antes de tudo; em princípio; primeiramente; acima de tudo; principalmente;
primordialmente; sobretudo; a priori; a posteriori; precipuamente.
Exemplo: Primeiramente devemos atentar ao conceito de pluralidade cultural.

2. Tempo, frequência, duração, ordem ou sucessão


Esses conectivos situam o leitor na sucessão dos acontecimentos ou das ideias. Por esse motivo, são muito
explorados em textos narrativos.

Então; enfim; logo; logo depois; imediatamente; logo após; a princípio; no momento em que; pouco antes; pouco depois;
anteriormente; posteriormente; em seguida; afinal; por fim; finalmente; agora; atualmente; hoje; frequentemente;
constantemente; às vezes; eventualmente; por vezes; ocasionalmente; sempre; raramente; não raro; ao mesmo tempo;
simultaneamente; nesse ínterim; nesse meio tempo; nesse hiato; enquanto, quando; antes que; depois que; logo que;
sempre que; assim que; desde que; todas as vezes que; cada vez que; apenas; já; mal; nem bem.
Exemplo: Logo após sair da aula, Bianca teve um encontro com Arthur.

3. Semelhança, comparação ou conformidade


Para estabelecer uma relação com uma ideia ou um conceito que já foi apresentado anteriormente no texto, utilizamos
esse tipo de conectivos. Além disso, podem ser utilizados para apontar ideias de outro texto (intertextualidade).

Igualmente; da mesma forma; assim também; do mesmo modo; similarmente; semelhantemente; analogamente; por
analogia; de maneira idêntica; de conformidade com; de acordo com; segundo; conforme; sob o mesmo ponto de vista;
tal qual; tanto quanto; como; assim como; como se; bem como.
Exemplo: De acordo com as ideias de Darcy Ribeiro, o povo brasileiro é muito diverso.

4. Condição ou hipótese
Esses termos são utilizados em situações circunstanciais que podem oferecer hipóteses para uma situação futura.

Se; caso; eventualmente.


Exemplo: Caso chova essa tarde, não iremos na academia.

5. Continuação ou adição
Para acrescentar algo ao texto, e que esteja relacionado com o que anteriormente foi apresentado, usamos os
conectivos de continuação ou adição.

Além disso; demais; ademais; outrossim; ainda mais; por outro lado; também; e; nem; não só; como também; não
apenas; bem como.
Exemplo: Suzana foi professora na Universidade de Minas Gerais no período da Ditadura Militar. Além disso, foi
coordenadora do Departamento de Artes vinculado à Secretaria de Cultura do município de Belo Horizonte.

6. Dúvida
Para inserir no texto uma dúvida ou probabilidade utilizamos esses conectivos.

Talvez; provavelmente; possivelmente; quiçá; quem sabe; é provável; não certo; se é que.
Exemplo: É provável que Tomás não venha trabalhar hoje.
7. Certeza ou ênfase
Quando queremos ressaltar algo que temos certeza ou mesmo para enfatizar uma ideiano texto, utilizamos esses
elementos de coesão.

Por certo; certamente; indubitavelmente; inquestionavelmente; sem dúvida; inegavelmente; com certeza.
Exemplo: Certamente Cecília esteve envolvida no caso de roubo.

8. Surpresa ou imprevistos
Esses elementos enfatizam uma surpresa ou mesmo algo que não estava previsto acontecer. São muito utilizados
em textos descritivos e narrativos.

Inesperadamente; de súbito; subitamente; de repente; imprevistamente; surpreendentemente.


Exemplo: De repente vimos o dono da empresa nas galerias de arte.

9. Ilustração ou esclarecimento
Como forma de esclarecer algum conceito ou ideia apresentados no texto, utilizamos esses conectivos.

Por exemplo; isto é; ou seja; aliás.


Exemplo: Os estudantes poderão utilizar diversos locais da faculdade durante o evento, ou seja, o anfiteatro, a
biblioteca, o refeitório e o pátio.

10. Propósito, intenção ou finalidade


Nesse caso, o produtor do texto tem um propósito ou uma finalidade definida. Ou seja, ele quer apresentar o objetivo
relacionado com o que almeja alcançar.

Com o fim de; a fim de; como propósito de; com a finalidade de; com o intuito de; para que; a fim de que; para; ao
propósito.
Exemplo: Com o intuito de ganhar mais votos para as eleições, Joaquim divulgou muito seu trabalho.

11. Lugar, proximidade ou distância


Advérbios de lugar e pronomes demonstrativos são algumas classes gramaticais que envolvem esses conectivos. Eles
são utilizados para indicarem a distância entre algo.

Perto de; próximo a ou de; justo a ou de; dentro; fora; mais adiante; aqui; além; acolá; lá; ali; este; esta; isto; esse;
essa; isso; aquele; aquela; aquilo; ante, a.
Exemplo: Eles viveram muitos anos próximos da Catedral, no centro da cidade.

12. Conclusão ou resumo


Muito comum serem utilizados na conclusão de um parágrafo ou mesmo de uma redação, para resumir as ideias
que foram apontadas no texto.

Em suma; em síntese; enfim; em resumo; portanto; assim; dessa forma; dessa maneira; desse modo; logo; pois; assim
sendo; nesse sentido.
Exemplo: Em resumo, podemos notar o aumento das taxas alfandegárias durante o período apresentado.

13. Causa, consequência e explicação


Esses elementos conectivos servem para explicar as causas e consequências de uma ação, um fenômeno, etc.

Por consequência; por conseguinte; como resultado; por isso; por causa de; em virtude de; assim; de fato; com efeito;
tão; tanto; tamanho; que; porque; porquanto; pois; já que; uma vez que; visto que; como (no sentido de porquê);
portanto; que; de tal forma que; haja vista.
Exemplo: O aquecimento global tem afetado diretamente o ser humano e os animais. Como resultado, temos a
extinção de muitas espécies.

14. Contraste, oposição, restrição, ressalva


Os conectivos de oposição, como o próprio nome indica, servem para opor ideias ou conceitos num período.

Pelo contrário; em contraste com; salvo; exceto; menos; mas; contudo; todavia; entretanto; no entanto; embora; apesar
de; ainda que; mesmo que; posto que; ao passo que; em contrapartida. Mas, porém, contudo, todavia, no entanto,
entretanto, senão (=mas sim), não obstante, ainda assim, apesar disso, mesmo assim, de outra sorte, ao passo que.
Exemplo: Embora o Brasil seja um país diverso, podemos encontrar singularidades em muitas regiões do país.

15. Ideias alternativas


Nesse caso, usamos os conectivos quando queremos citar mais de uma opção.
Ou...ou; quer...quer; ora...ora.
Exemplo: Ou enfrentamos o problema, ou não poderemos mais trabalhar juntos.
CEPI – POLIVALENTE Antônio Carlos Paniago
Estudante: Nº:
Tema: Série: Turma:
Folha de Produção de Texto- Ensino Médio
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CRITÉRIOS DE CORREÇÃO PARA PRODUÇÃO DE TEXTO COM BASE NAS COMPETÊNCIAS DO ENEM

COMP. 1 COMP. 2 COMP. 3 COMP. 4 COMP. 5


Em Demonstrar Compreender a proposta da Selecionar, relacionar, Demonstrar Demonstrar
branco domínio da redação e aplicar conceitos das organizar e interpretar conhecimento dos conhecimento sobre Total
ou modalidade escrita várias áreas de conhecimento informações. mecanismos o tema e as de
inferior formal da língua para desenvolver o tema, dentro linguísticos características do pontos
a8 portuguesa dos limites estruturais do gênero necessários para a gênero proposto.
linhas textual. construção do texto.
0,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 10,0

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