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RESPOSTA PADRÃO DAS QUESTÕES DISCURSIVAS APLICADAS EM 10/12

ESPECIALIDADE: Fisioterapia Traumato-Ortopedia

Questão 1) Dentre as doenças musculoesqueléticas que afetam o pé a


fasceíte plantar é uma das mais comuns. Pacientes se queixam de dor na
região plantar medial do calcanhar, mais perceptível nos passos iniciais após
um período de inatividade, mas também pior após sustentação prolongada
de peso. Dentre os testes clínicos descritos na diretriz da Associação
Americana de Fisioterapia - APTA - publicada em 2014 (Heel Pain—Plantar
Fasciitis: Revision 2014 Clinical Practice Guidelines Linked to the
International Classification of Functioning, Disability and Health From the
Orthopaedic Section of the American Physical Therapy Association) está o
teste de molinete. De acordo com Garceau et al. (2003) este teste quando
realizado em ortostase tem 32% de sensibilidade e 100% de especificidade
no diagnóstico da fasceíte plantar. Baseado(a) nestas informações,
responda:

a) Sobre os valores fornecidos de especificidade e sensibilidade do teste de


molinete, qual a sua utilidade clínica no diagnóstico da fasceíte plantar?

b) Quais intervenções fisioterapêuticas são recomendadas no estágio inicial


(agudo) e tardio para o tratamento de pacientes com fasceíte plantar,
segundo as evidências atuais?

ESPELHO DE RESPOSTA

a. Neste caso a especificidade indica a probabilidade de um resultado positivo


significar que o paciente tem a fasceíte plantar, enquanto a sensibilidade indica
qual porcentagem de pessoas que realmente têm a fasceíte terá um teste
positivo. Clinicamente, significa que este teste não é útil para excluir a presença
de fasceite plantar, mas é muito útil para confirmar a patologia suspeita.

b. Estágio inicial: medidas analgésicas e anti-inflamatórias (agentes biofísicos –


US, Laser, TENS) e Terapia Manual (mobilizações e alongamentos teciduais);
bandagem rígida e órtese noturna não tem evidências fortes mas foram
consideradas como possibilidades coadjuvantes. Estágio tarde: manter condutas
anteriores e iniciar fortalecimento muscular, principalmente de intrínsecos do pé.

Questão 2) Fabíola, mulher de 43 anos, professora, praticante de Yoga,


queixa-se de dor na região anterior (virilha) do quadril direito há dois meses,
sem história de traumas associados. Refere que a dor piora ao permanecer
por longos períodos sentada, como dirigir por grandes distâncias, e após
prática de Yoga que envolve muitas posturas de cócoras ou outros
movimentos de grande flexão do quadril. Trouxe laudo de ressonância
magnética solicitada pelo médico ortopedista com descrição de síndrome do
impacto femoroacetabular na hipótese diagnóstica. Desta forma, comparece
hoje para avaliação fisioterapêutica.

Levando em consideração as informações acima, responda:

a) Como você conduziria o exame físico da paciente para estabelecer o


diagnóstico cinético funcional?

b) Qual a provável relação entre as alterações cinemáticas do quadril e pelve


durante o agachamento e o impacto femoroacetabular?

c) Quais são as intervenções fisioterapêuticas mais indicadas no estágio


inicial de tratamento? Justifique

ESPELHO DE RESPOSTA

a. avaliação da intensidade da dor por alguma escala validada (EVA ou END,


por exemplo); avaliar a amplitude de movimento; teste de FADURI; avaliar força
muscular de quadril; avaliar a marcha; questionário de auto-relato

b. Pacientes com FAI apresentam maior inclinação pélvica anterior (plano


sagital) na máxima flexão do quadril, menor inclinação pélvica posterior durante
o agachamento profundo. A incapacidade das pessoas com FAI de inclinar a
pelve posteriormente durante movimentos que exigem altos ângulos de flexão
do quadril pode contribuir para a perda da rotação lateral do quadril (movimento
que afasta a junção entre a cabeça e o colo femoral do acetábulo), predispondo,
assim, ao impacto.

c. Tem-se sugerido que a melhora na estabilidade dinâmica do quadril por meio


de exercícios terapêuticos para o aumento da força/ativação dos músculos do
quadril e o melhor controle pélvico durante atividades funcionais
poderiam reduzir a carga mecânica sobre as estruturas do quadril, diminuindo,
assim, a atividade dos receptores nociceptivos. Um dos princípios importantes
nos estágios iniciais da reabilitação do paciente com síndrome do impacto
femoro acetabular é o retreinamento dos músculos rotadores laterais profundos
do quadril, pois esses são os músculos com maior capacidade de fornecer
estabilidade dinâmica ao quadril. O retreinamento do músculo glúteo máximo
também é uma parte importante do início da reabilitação. Exercícios gerais de
fortalecimento (para os demais músculos do quadril) devem ser iniciados
somente após o paciente ser capaz de ativar e manter a ativação dos músculos--
chave (estabilizadores profundos e glúteo máximo).

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