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UBERABA - MG
2022
SOFIA DE OLIVEIRA CHESCA
UBERABA - MG
2022
Uma breve análise do amor pós moderno.
PROBLEMA
HIPÓTESE
JUSTIFICATIVA
Dessa forma, uma profunda análise da relação entre amor e psicanálise, já se torna
evidente e necessária desde muito antes do que se pode imaginar. A partir das mudanças
científico-tecnológicas e a pandêmica disseminação dos meios de comunicação social, o
romantismo chega ao fim e o pós-modernismo toma o seu lugar, mas, ao contrário do que o
raciocínio intuitivo pode nos fazer pensar, a valorização do eu não deixou de ser o foco
principal das relações e do que se entende como amor. Pelo contrário, o sujeito atual segue
buscando seu objeto de amor desenfreadamente, mas agora também tomado por uma sede
insaciável pelo olhar do outro sobre si; o desejo ardente de ser notado, único, exclusivo, um
ser desejante e desejado não apenas enquanto posse do outro, mas como um rei soberano que
merece ser amado, adornado e venerado em todos os momentos de sua vida. Portando as redes
sociais têm impactos violentos e indiscutivelmente problemáticos na vida do homem sobre si
mesmo e sobre o outro. Notoriamente já existem consequências coletivas e individuais.
Imagine então à longo prazo, com todas as relações se misturando e se fundindo de maneira
superficial e confundindo-se à ecrãs, às máscaras, ao que realmente pode ser você e o que
pode ser realmente o outro.
A título de exemplo, temos Foucault que pensa o sujeito como objeto que é constituído
por influências exteriores a ele e, também, como sujeito que pensa estas influências e se
constrói a si mesmo. De modo que a palavra “sujeito”, segundo o próprio Foucault, possui um
duplo sentido: “Há dois significados para a palavra sujeito: sujeito a alguém pelo controle e
dependência, e preso à sua própria identidade por uma consciência ou autoconhecimento.
Ambos sugerem uma forma de poder que subjuga e torna sujeito a” (FOUCAULT, 1995,
p.235).
OBJETIVOS
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Através de seu crescimento exponencial, a tecnologia por trás das redes sociais surgiu
inicialmente com o intuito de conectar e aproximar pessoas. Existem inúmeros pontos
positivos dentro desse contexto, porém seus impactos negativos gerados dentro dos
relacionamentos atuais refletem de forma clara a maneira liberal e efêmera que o amor é visto
e vivido. Essas diferentes formas de se comunicar e existir que surgem a cada dia, se moldam
perfeitamente aos interesses de seus usuários e seu crescente desejo de individualidade. Esse
fato corrobora para o surgimento desenfreado de novas plataformas ou aplicativos, capazes de
sustentar essa ânsia de informação e novidade atreladas à um forte narcisismo contemporâneo.
Ao mesmo tempo, essas novas teias de interação também ressaltam uma era de crises de
identidade e de inseguranças em que tudo é possível, até mesmo a ideia de se criar um perfil
falso dentro da realidade online e de se viver uma vida absolutamente falsa, mas que supra os
desejos da vida offline.
O consumismo de hoje, porém, não diz mais respeito à satisfação das necessidades
— nem mesmo as mais sublimes, distantes (alguns diriam, não muito corretamente,
‘artificiais’, ‘inventadas’, ‘derivativas’) necessidades de identificação ou a auto
segurança quanto à ‘adequação’. (...) No líquido cenário da vida moderna, os
relacionamentos talvez sejam os representantes mais comuns, agudos, perturbadores
e profundamente sentidos da ambivalência (Bauman, Modernidade Líquida, 2000)
Além disso, temos também com a revolução sexual dos anos 60 e com o começo de
um caminho ligado à liberdade sexual – e que também viabilizou a emancipação feminina – a
família, que antes era um conceito cercado de privilégio e de prioridade, sendo destituída de
sua posição acerca da expressão amorosa. Ou seja, a manutenção do laço conjugal e a
educação dos filhos dentro de uma sociedade tida como “justa” e “igualitária”, que remontam
à um cenário de um amor idealizado e propagado pela filosofia rousseauniana, passam a não
fazer parte dos interesses relacionados à vivência amorosa do sujeito contemporâneo. Como
consequência direta, temos uma estrutura social apoiada cada vez mais no consumo e no
narcisismo, fatos que complicam a consideração com o outro, que por sua vez passa a ser
visto como mais um objeto de satisfação consumista.
Nasce toda uma cultura hedonista e psicologista que incita à satisfação
imediata das necessidades, estimula a urgência dos prazeres, enaltece o
florescimento pessoal, coloca no pedestal o paraíso do bem-estar, do conforto e do
lazer. Consumir sem esperar, viajar, divertir-se; não renunciar a nada: as políticas do
futuro radiante foram sucedidas pelo consumo como promessa de um futuro
eufórico (LIPOVETSKY, 2004, p. 61)
Como conclusão, temos relações cada vez mais frágeis e relacionamentos que
perpassam a falta de compromisso e lealdade duradouras, ferramentas fundamentais no
processe de criação de vínculo com o outro. Se na Grécia antiga, nasceram diversos conceitos
que tentavam definir o que seria o amor, - como por exemplo a palavra “ágape”, que significa
literalmente “amor” no grego moderno – hoje temos vários outros conceitos que tentam
justamente o contrário, quase como se o amor existisse apenas para suprir uma imensa
necessidade de prazer momentâneo e fugaz.
METODOLOGIA
CRONOGRAMA
MÓDULO SEMESTRAL
ATIVIDADES
M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
Levantamento e revisão da bibliografia X
Elaboração dos resumos e fichamentos X
Escrita do artigo X X X
Adequação da forma e revisão ortográfica do X
artigo
Publicação do artigo no AVA X
REFERÊNCIAS