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Fundação Getúlio Vargas

Tecnólogo em Marketing – T14

Jefferson Alexandre Beltran Junior

Questão Central
Estratégia de Negócios

Limeira
09 de Março de 2024
Vivemos em um mundo em constantes transformações. Com a era da informação,
vemos uma evolução exponencial em diversos setores da sociedade moderna. A
cada dia, uma nova descoberta, uma nova evolução. No entanto, ainda sofremos
com a cortina de fumaça da imprevisibilidade do futuro. Ainda não podemos calcular
ou prever o que acontecerá nos próximos minutos, horas, dias e anos com exatidão
matemática, e essa imprevisibilidade impacta diretamente o mundo das
organizações em sua totalidade.
Pudemos experimentar durante a última pandemia os efeitos causados por essa
imprevisibilidade, já que não tínhamos certezas concretas em relação à sua duração
e aos impactos que a mesma causaria a curto e longo prazo. Baseado nisso,
pudemos observar diversas organizações estrategicamente se preparando para os
inúmeros cenários possíveis e assim diversas puderam atravessar a crise com êxito
e maestria.
Seguiremos usando a última pandemia como exemplo, já que a mesma foi
democrática quando observamos as áreas afetadas por ela, para discorrer sobre os
impactos causados após o seu término nos grandes players do varejo nacional.
Mesmo após o término da pandemia, podemos visualizar diversas organizações do
ramo varejista lutando contra crises internas que, até certo momento, acreditávamos
estarem sendo causadas pela pandemia da Covid-19. No entanto, ao nos
aprofundarmos na estruturação estratégica dessas organizações, podemos observar
um plano estático em seu planejamento estratégico, um certo apego ao modelo de
negócio que as mesmas vinham adotando desde sua criação. Essa estaticidade em
seus planejamentos estratégicos, alavancada por uma pandemia, desencadeou,
enfim, a crise.
Se olharmos por outra ótica, essa bolha já existia e vinha crescendo junto com a
evolução das necessidades de consumo não atendidas. Essas organizações
acabaram por priorizar somente os lucros e esqueceram o principal pilar para que o
mesmo existisse: o consumidor de seus produtos. Ao não se atentar para as
mudanças na maneira de consumo, os grandes varejistas ficaram fadados a
enfrentar uma crise interna causada pela inflexibilidade estratégica e a visão "lucro-
centrista" de seus modelos de negócios.
Quando olhamos para as possibilidades estratégicas que poderiam ter poupado
essas organizações de enfrentar tal crise, podemos citar que em um mundo volátil e
complexo, manter o processo estratégico fechado em estratégias deliberadas e
conscientes, juntamente com um plano estratégico padrão, gera uma equação onde
o resultado final é a crise organizacional.
Se esses mesmos varejistas já estivessem acompanhando as tendências de
mercado atuais e optassem antecipadamente pela criação de plataformas de e-
commerce, disponibilização de seus recursos internos para "sellers" externos,
juntamente com a adoção de uma estratégia mista, olhando para os sucessos do
passado, mas ao mesmo tempo acompanhando as evoluções do mercado e se
planejando para as novas tendências de consumo que ainda estão por vir,
provavelmente não teriam enfrentado tais instabilidades internas.
Em suma, o mundo empresarial, especialmente no setor varejista, está em
constante evolução e sujeito a mudanças imprevisíveis. A recente pandemia
destacou a importância da flexibilidade e adaptabilidade das organizações diante de
crises. Aquelas que se prepararam estrategicamente para diferentes cenários
conseguiram enfrentar os desafios com sucesso, enquanto as que permaneceram
presas a modelos de negócios estáticos acabaram enfrentando crises internas.
O foco exclusivo no lucro, em detrimento da compreensão das necessidades e
tendências do consumidor, levou muitas organizações ao fracasso. A falta de
antecipação e adaptação às mudanças do mercado resultou em uma crise que
poderia ter sido evitada.
Portanto, a lição a ser aprendida é a necessidade de uma abordagem estratégica
mais dinâmica e orientada para o consumidor. As empresas devem estar
constantemente atentas às tendências emergentes, adotar uma mentalidade de
inovação e estar dispostas a revisar e adaptar seus modelos de negócios conforme
necessário. Somente assim poderão navegar com sucesso pelas incertezas do
futuro e garantir sua relevância e sustentabilidade a longo prazo no competitivo
cenário empresarial atual.

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