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MBA em Gestão
Empresarial
Gestão de Marketing
Estratégico
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4.4 Mercados institucional e governamental ........................................................... 55
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UNIDADE 1 - AMBIENTE DE MARKETING
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de diversas partes do mundo. A China mesmo, com mais de 1,3 bilhões de
habitantes, representa um grande mercado consumidor para os produtos e serviços
desenvolvidos no mundo todo, inclusive no Brasil, que até 2003 exportava,
principalmente, soja e minérios de ferro para a China.
Diante disso, Kotler e Keller (2006, p. 76) dizem que “as empresas e seus
fornecedores, intermediários de marketing, clientes, concorrentes e público operam
em um macroambiente de forças e tendências que dão forma a oportunidades e
impõem ameaças”. Como macroambiente, que também é denominado ambiente de
marketing, entende-se o ambiente em que as organizações estão inseridas e no qual
variáveis diversas se manifestam e se relacionam, proporcionando situações que
podem ser consideradas como oportunidades ou ameaças a essas organizações.
São consideradas como variáveis do ambiente de marketing as variáveis
econômicas, as político-legais, as socioculturais, as naturais, as tecnológicas, as
demográficas e as concorrenciais.
Os ambientes de marketing exigem que as organizações se adaptem às
suas realidades, que, conforme Las Casas (2008, p. 107), “[...] podem ser vistas
como um oceano, onde as empresas, analogamente às embarcações, devem
adaptar-se para atingir os seus objetivos”. A adaptação a esses ambientes exige
atenção e flexibilidade das organizações e daqueles que as gerenciam,
principalmente pela imprevisibilidade que eles apresentam, assim como pela
competição que se estabelece entre as organizações na busca de um espaço e
consolidação no mercado. Boone e Kurtz (2009, p. 87) dizem que “à medida que as
organizações lutam para satisfazer os clientes, a troca interativa cria o ambiente
competitivo”.
A maior ou menor imprevisibilidade das variáveis ambientais, segundo Las
Casas (2008), depende do nível de estudo e acompanhamento que é feito em
relação a elas, o que de certa forma destaca a importância de se coletar informações
sobre essas variáveis fazendo uso de ferramentas adequadas para tal. Informações
adequadas, no momento certo e na quantidade certa, são importantes para se evitar
que as organizações sejam surpreendidas nos ambientes em que atuam e que
acabem adotando apenas posturas reativas, ou seja, somente agindo em resposta
aos fatos e circunstâncias depois que eles já ocorreram. No ambiente de marketing é
fundamental que as organizações tenham posturas proativas, ou seja, que suas
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ações sejam antecipadas em relação aos fatos e circunstâncias e, principalmente,
em relação à concorrência, caso contrário ela sempre estará atrás.
O processo de coletar informações sobre os ambientes externos e internos
de marketing é definido por Boone e Kurtz (2009) como análise do ambiente e o seu
objetivo é identificar e interpretar as tendências potenciais, ou seja, que estão por
acontecer, e analisar se essas tendências representam oportunidades ou ameaças
relevantes. Tal análise se dá a partir da identificação e observação das variáveis
ambientais, podendo a organização, a partir dela, “[...] determinar a melhor reação a
uma mudança ambiental específica” (BOONE e KURTZ, 2009, p. 86).
Kotler e Keller (2006, p. 76), em sintonia com a importância de se identificar
as tendências, diz que as empresas “[...] bem-sucedidas reconhecem as
necessidades e as tendências e tomam medidas para lucrar com elas [...]”, ou seja,
percebem oportunidades e ameaças que se constituem a partir das tendências e
adotam as melhores ações estratégicas para cada contexto. Kotler e Keller (2006, p.
76) definem tendência como “[...] um direcionamento ou uma sequência de eventos
com certa força e durabilidade. Mais previsíveis e duradouras, [...] revelam como
será o futuro e oferecem muitas oportunidades [...]”. Já em condição oposta às das
tendências estão os modismos, que podem ser definidos, conforme Las Casas
(2008) e Kotler e Keller (2006), como imprevisíveis, de curta duração e sem
significado econômico, social e político. Os modismos preocupam pela instabilidade
e ilusão que podem proporcionar aos gestores que não os identificarem com clareza
e neles embasarem ações estratégicas de longo prazo. Nesse mesmo contexto
também se manifestam as mega tendências, definidas como “[...] grandes mudanças
sociais, econômicas, políticas e tecnológicas que se formam lentamente e, uma vez
estabelecidas, nos influenciam por algum tempo – de sete a dez anos no mínimo”
(KOTLER e KELLER, 2006, p. 76).
Las Casas (2008), entretanto, alerta que nem sempre as tendências se
concretizam, exigindo das organizações adaptabilidade às necessidades, pois nem
sempre o futuro é uma repetição do passado e acreditar no contrário pode ser um
dos maiores erros do administrador contemporâneo. Las Casas (2008, p. 109) ainda
diz que o estrategista “[...] adapta suas ofertas à medida que o mercado vai
mudando e apresentando novos desafios [...]”, afinal, um novo produto ou programa
de marketing tem maiores possibilidades de sucesso se estiver em sintonia não
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apenas com as tendências, mas com os eventos que estiverem de fato acontecendo.
A intensificação da competitividade entre as organizações, assim como a
própria dinâmica da sociedade contemporânea, tem levado grande parte das
organizações a pensarem mais criteriosamente a aplicação do marketing em suas
atividades, procurando desenvolver novos mercados e conhecer com mais detalhes
o processo de compra e de aprendizagem do consumidor, de tal forma que essa
compreensão possa lhe proporcionar vantagens competitivas. E, para isso, sem
dúvida, os analistas de marketing “[...] devem considerar o efeito de todas as
variáveis que afetam seus negócios. [...]” (LAS CASAS, 2008, p. 110).
Exercício 1
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1.2 Variáveis econômicas
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algumas empresas e prejudica outras, o que leva à necessidade dos
administradores estarem sempre atentos aos movimentos que o mercado apresenta.
Kotler e Keller (2006, p. 84) dizem que “o poder de compra em uma economia
depende da renda, dos preços, da poupança, do endividamento e da disponibilidade
de crédito”. Tais elementos são variáveis econômicas a serem observadas, às quais
ainda se podem acrescentar as apresentadas por Boone e Kurtz (2009), que citam o
estágio do ciclo do negócio, a inflação, a deflação, o desemprego e a disponibilidade
de recursos.
Compreender um pouco mais sobre essas variáveis é fundamental, por isso
abordaremos cada uma delas, com exceção da disponibilidade de recursos que,
apesar de Boone e Kurtz (2009) a considerarem como variável econômica, ela
enquadra-se melhor no contexto de variável natural, mesmo não deixando de
apresentar impactos de características econômicas.
1.2.1 Renda
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que são: rendas muito baixas; rendas em sua maioria baixas; rendas muito altas e
muito baixas; rendas baixa, média e alta; e rendas em sua maioria médias.
No Brasil, onde historicamente se vê um registro de desigualdades na
distribuição de renda, vem acontecendo uma mudança interessante em relação a
essa variável. Segundo Castro (2010), a distribuição de renda vem melhorando no
país, com uma redução de 43%, desde 2003, no número de pessoas que vivem
como miseráveis, ou seja, com menos de R$ 137 reais por mês, o que ainda
representa um número de 30 milhões de pessoas. Nesse mesmo sentido evolutivo, o
portal de notícias R7 divulgou em maio que a renda do brasileiro cresceu 7,6% entre
2002 e 2008, indo de um salário médio de R$ 926,14 para R$ 996,45. Na zona rural
esse aumento foi mais expressivo, com uma alta de 28,15%, indo de R$ 431 para
R$ 553 reais, também no período.
Embora proporcionalmente aos valores dos salários os aumentos possam
não parecer expressivos, isso de fato tem apresentado um impacto significativo na
vida das pessoas e das organizações, em função da demanda de consumo que vem
se elevando, confirmando a boa fase vivenciada pelo Brasil. Para se ter uma ideia,
conforme Leite (2010), nos últimos 18 meses mais de 8 milhões de famílias
ganharam condições de comprar um carro próprio, numa combinação de fatores que
inclui a variável renda. Segundo o portal R7, a venda de consórcios bateu recorde
no primeiro trimestre de 2010, somando-se mais de 3,83 novos milhões de clientes
às seguradoras. E o Portal Fator Brasil (2010) divulga que “o consumo de produtos e
serviços nas classes C, D e E deve crescer o dobro do projetado para as classes A e
B”, o que sem dúvida é influência da distribuição mais adequada e da melhoria de
renda nas classes C, D e E.
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trás desse princípio dos poupadores de deixar de consumir agora para poder
consumir mais e melhor no futuro, encontra-se uma importante fonte de
financiamento para novos investimentos, que ocorre através da intermediação
financeira entre os que poupam e aqueles que precisam de crédito, por meio das
instituições financeiras. Um desafio aos países, inclusive, é encontrar o equilíbrio
entre o volume ideal de poupança, de tal forma que ela possa influenciar novos
investimentos e, ao mesmo tempo, não reduzir o volume de capital movimentado no
mercado e responsável pelo seu bom funcionamento e crescimento.
O endividamento, por sua vez, costuma ser um fator limitador da capacidade
de consumo das pessoas e das organizações, o que também, a princípio não é
interessante para as empresas e seu desenvolvimento no mercado. Mas, menos
interessante ainda para elas é a continuidade e o aumento descontrolado desse
endividamento, como aconteceu há alguns anos com o setor imobiliário norte-
americano e que acabou impulsionando uma das maiores crises econômicas
sentidas pelo planeta. Mais recentemente, o endividamento em um país volta a
preocupar o mundo, que acompanha atenciosamente o desenrolar da crise
econômica europeia, iniciada a partir do endividamento descontrolado da Grécia.
E a disponibilidade de crédito, num caminho contrário ao do endividamento e
da poupança, tende, a princípio, a ser uma importante variável de incentivo ao
consumo e por consequência do próprio desenvolvimento econômico. Essa variável,
entretanto, apresenta relação direta com a poupança e com o endividamento, tendo
em vista que parte dos recursos disponíveis para crédito são oriundos das
poupanças e que a aquisição excessiva de crédito disponível pode levar ao
processo de endividamento descontrolado.
Como uma vacina, que traz consigo a própria doença, a disponibilidade de
crédito, a poupança e o endividamento são variáveis que precisam ser
acompanhadas com bastante cuidado e com critério para que não proporcionem
efeitos colaterais.
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função desses ciclos. Para os autores, são ciclos dos negócios: prosperidade,
recessão, depressão e recuperação.
Na prosperidade, o consumidor tende a gastar de forma mais acelerada,
sem receios e está disposto a pagar mais por versões premium de marcas famosas.
Nesse contexto, profissionais de marketing normalmente reagem “[...] expandindo
linhas de produtos, aumentando os esforços promocionais e expandindo a
distribuição para aumentar a participação no mercado, e elevando preços para
aumentar as margens de lucro. [...]” (BOONE e KURTZ, 2009, p. 94).
Na recessão, os consumidores tendem a modificar seus padrões de
consumo, optando normalmente por produtos mais básicos e funcionais. “Eles
limitam viagens, refeições em restaurantes, entretenimento e compras de
conveniência, como férias caras, preferindo gastar dinheiro em aluguel de DVDs e
comida feita em casa” (BOONE e KURTZ, 2009, p. 94). À medida que a recessão se
prolonga, acaba por tornar-se uma depressão econômica, em que os aspectos
negativos são mais intensificados e o mercado tende a ficar mais retraído do que já
se encontra quando em recessão.
Alternativas comumente utilizadas por profissionais de marketing para
enfrentar a depressão são: “[...] baixar os preços, eliminar produtos marginais,
melhorar o serviço ao cliente e aumentar os gastos promocionais de modo a
estimular a demanda […]” (BOONE e KURTZ, 2009, p. 94), podendo também lançar
produtos que apresentem alta relação custo-benefício e que terão apelo junto aos
consumidores que são orientados pelo custo.
O ciclo de recuperação, por sua vez, caracteriza-se pelo período pós-
recessão e depressão e costuma ser difícil às organizações, em função das
adaptações que são necessárias e das incertezas que lhes são apresentadas. As
empresas precisam buscar lucratividade, inclusive para se ajustarem
financeiramente após a recessão, e ao mesmo tempo defrontam-se ainda com uma
realidade de demanda incerta, que começa a se manifestar de forma mais positiva,
mas nada ainda comparada ao ritmo dos ciclos de prosperidade. Para lidar com a
recuperação, conforme Boone e Kurtz (2009), algumas empresas optam por manter
uma política de baixo custo, outras por reduzirem folhas de pagamento e número de
filiais, entre outras ações.
De fato, a variável ciclo do produto requer dos gestores de marketing ação
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contínua, no sentido de monitorar o estágio em que se encontra e a influência que
vem exercendo sobre o mercado, para dessa forma desenvolver possíveis
estratégias de marketing.
1.2.5 Desemprego
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vê-se consumidores mais ponderados e limitados em relação à sua capacidade de
consumo, mesmo que estes recebam determinados benefícios que busquem lhe
assegurar parte da sua renda, como é o caso do seguro-desemprego, entre outros.
De fato, a variável desemprego é tão importante que grande parte das ações
para o desenvolvimento dos ambientes econômicos passam pela questão da
empregabilidade ou de uma alternativa a isso, buscando de alguma forma inserir as
pessoas na economia ativa, de forma que elas possam gerar suas rendas.
Exercício 2
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empresário sabe que a atuação do político influenciará as atividades do seu negócio,
por isso deseja conhecer o que pensa o político e quais são as suas propostas,
sejam elas para os municípios, para os Estados ou países.
O político é um dos agentes que atuam no chamado ambiente político legal,
cujas variáveis exercem influência direta nos negócios, conforme destacam Las
Casas (2008), Kotler e Keller (2006) e Boone e Kurtz (2009), entre outros. “As
regulamentações criadas em âmbitos regional, estadual e federal afetam as práticas
de marketing, assim como as ações das agências de regulamentação
independentes. [...]”, dizem Boone e Kurtz (2009, p. 91).
No ambiente político legal são desenvolvidas as principais legislações de um
país, estado ou município, que devem ser consideradas e respeitadas pelas
organizações, caso contrário, pode resultar em consequências negativas, como
multas, publicidade negativa e até mesmo ações judiciais. Esse ambiente, segundo
Las Casas (2008, p. 112-113), “[...] é formado por vários aspectos, entre eles leis e
grupos de pressão que interferem nos negócios do governo e diversas agências que
compõem o ambiente político e legal e deixam as ações das empresas mais
restritas. [...]”. Mudanças realizadas no ambiente político legal, portanto, podem
influenciar na maior ou menor restrição das ações das empresas. Boone e Kurtz
(2009, p. 91) dizem que “Grupos de consumidores e comitês de ação política dentro
das indústrias podem tentar influenciar o resultado da legislação proposta ou mudar
as leis existentes engajando-se em boicotes ou lobby político [...]”.
De fato, sabendo-se que as variáveis do ambiente político legal influenciam
o desempenho de suas organizações, é muito comum a movimentação delas no
sentido de influenciarem as decisões desses agentes políticos, de tal forma que
ocorram mudanças favoráveis à organização ou que não seja tão negativa a ela.
No ambiente político, Kotler e Keller (2006) destacam que estão ocorrendo
duas tendências principais de grande impacto nas organizações. A primeira,
segundo os autores, é o aumento de legislação que regulariza os negócios, e a
segunda é o crescimento de grupos de interesses especiais. As legislações que
regularizam os negócios buscam, conforme Kotler e Keller (2006, p. 92), “[...]
proteger as empresas da concorrência desleal, proteger os consumidores de
práticas de negócio desleais e proteger os interesses da sociedade do
comportamento desenfreado das empresas. [...]”. Já aumentou o crescimento de
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grupos de interesses especiais nas últimas três décadas, chamando a atenção da
classe empresarial. “Os comitês de ação popular forçam as autoridades e os
executivos a prestar mais atenção nos direitos do consumidor, da mulher, do idoso,
das minorias e dos homossexuais” (KOTLER e KELLER, 2006, p. 92).
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de um indivíduo, grupo ou região, como é o caso dos valores que são transmitidos
pela família, pela igreja, pelas empresas e pelo governo. Tais valores são
denominados como valores centrais e são mais permanentes, enquanto outros, de
caráter mais transitório são denominados de valores secundários. Conforme Kotler e
Keller (2006, p. 87), “acreditar na instituição do casamento é uma crença central;
acreditar que as pessoas devem se casar cedo é uma crença secundária”.
Agora, por que é importante fazer essa reflexão sobre os valores centrais e
os valores secundários? É importante porque no marketing, conforme Las Casas
(2008), há mais chances de se modificar os valores secundários que os valores
centrais.
As pessoas compartilham valores e crenças com aqueles que se identificam,
constituindo grupos que unidos representam uma determinada cultura, mas que
individualmente analisados constituem-se em subculturas, que são definidas por Las
Casas (2008, p. 114) como “grupo de pessoas que mantém crenças e valores
homogêneos entre si, porém diferenciados das demais”. Esses grupos, ainda
conforme Las Casas (2008), são diferenciados por influências geográficas, raciais ou
até mesmo religiosas. Um bom exemplo disso é a cultura brasileira, rica em
diversidade, pela existência de múltiplas subculturas, como a dos amazonenses no
norte do país e a dos gaúchos, no sul, além, é claro, de diversas outras subculturas
existentes dentro desses grupos citados.
A manutenção da competitividade das organizações está condicionada à
percepção dos profissionais de marketing em relação às sensíveis mudanças que
ocorram na sociedade e em seus valores, conforme aponta Boone e Kurtz (2009).
Kotler e Keller (2006, p. 87) dizem que “na medida em que esses subgrupos
culturais expressam diferentes desejos e comportamentos de consumo, os
profissionais de marketing podem selecionar grupos específicos como mercados-
alvo”.
Para Peralta (2008), a sociedade atual exige das organizações uma nova
forma de atuação e diz que as marcas “que quiserem falar com o consumidor
precisam ter relevância cultural”, pois os consumidores não desejam apenas
comprar marcas, mas engajar nas lutas e crenças que elas representam. Outro fator
que chama também a atenção dos profissionais de marketing é a questão do
consumerismo, que é definido por Boone e Kurtz (2009, p. 99) “como uma força
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social dentro do ambiente de marketing que ajuda e protege o comprador exercendo
pressões morais, jurídicas e econômicas nos negócios”.
Num contexto de internacionalização, as variáveis socioculturais tornam-se
mais relevantes ainda, pois é fundamental que a organização conheça e respeite os
fatores culturais e sociais dos países de empresas e consumidores com os quais se
pretende estabelecer relações de negócios.
O contexto sociocultural frequentemente exerce influência mais
pronunciada na tomada de decisões internacionais de marketing do
que nas domésticas. Aprender a respeito de diferenças culturais e
societárias entre os países é fundamental para o sucesso de uma
empresa no exterior [...] (BONE e KURTZ, 2009, p. 99).
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necessidades e desejos do consumidor, assim como às diversas pressões das
entidades. Muitas organizações, inclusive, encontram-se avançadas nesse sentido,
sendo necessário para tal a realização de investimentos que vão “desde pesados
mecanismos que evitam a poluição até trabalhos ecológicos que envolvem os
profissionais de uma empresa” (LAS CASAS, 2008, p. 115).
Os produtos ou serviços precisam ser pensados em todas as suas etapas,
da produção ao descarte, para somente depois serem comercializados. O marketing
verde é uma realidade e sua prática é importante inclusive para o acesso a
mercados internacionais, onde os produtos ecologicamente corretos são muito bem
vistos e recebidos. Segundo Las Casas (2008, p. 116), “muitos empresários
procuram obter o certificado ISO 14000 de proteção ambiental para divulgar junto à
sociedade o compromisso que têm com a ecologia”.
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Com grande impacto nos sistemas de telecomunicações e na internet, as
inovações tecnológicas e os conhecimentos delas decorrentes proporcionaram
inclusive uma nova forma de se fazer negócio, com as pessoas fazendo mais uso da
rede mundial de computadores para adquirir produtos e serviços, o que de certa
forma intensifica a concorrência entre as organizações. “O comércio tornou-se mais
globalizado e as empresas conseguem cobrir mercados de qualquer parte do mundo
com o computador, através de seus sites ou do correio eletrônico” (LAS CASAS,
2008, p. 117).
Faixa etária, sexo, renda, raça e região em que reside são algumas das
variáveis demográficas que influenciam o comportamento de compra do consumidor
e às quais os gestores de marketing devem estar atentos. Adolescentes, idosos,
mulheres e crianças, por exemplo, são referências de grupos demográficos, cujas
características devem ser observadas pelas empresas que com eles pretendem
negociar. Las Casas (2008) diz que
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Las Casas (2008, p. 119) diz que “com a mudança da concorrência, as
empresas veem-se constantemente obrigadas a ajustar os seus compostos de
marketing de forma idêntica às demais variáveis”. O tempo é um fator importante
quando se fala em concorrência, tendo em vista que a maior ou menor demora numa
ação em relação à concorrência pode representar o fracasso de uma determinada
organização.
Exercício 3
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3. A inflação na região está de fato preocupante. Enquanto o consumidor vê,
literalmente, a sua renda encolher, as empresas já percebem com clareza a
redução de seu volume de vendas. Isso é um exemplo da influência ambiental
de:
a) Variáveis de renda
b) Variáveis demográficas
c) Variáveis concorrenciais
d) Variáveis econômicas
e) Variáveis sociais
4. Os adultos estão demorando mais para sair da casa dos pais, com idade
acima de 30 anos. Nessa mudança de hábitos, observa-se a presença de qual
variável?
a) Natural.
b) Demográfica.
c) Sociocultural.
d) Tecnológica.
e) Econômica.
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UNIDADE 2 - VALOR, SATISFAÇÃO E FIDELIZAÇÃO DO CLIENTE
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Conforme Kotler e Keller (2006), são consideradas organizações voltadas para a
criação e entrega de valor aquelas que buscam primeiramente selecionar valor para
o cliente, através da segmentação e identificação destes, para somente depois
buscarem fornecer valor por meio do desenvolvimento de produtos e das demais
atividades de marketing. Essas organizações, segundo os autores, apresentam mais
vantagens competitivas na disputa por mercados intensamente disputados pela
concorrência.
Diante disso, é natural que uma questão surja: afinal, o que é valor para o
cliente?
Embora a ideia de valor seja subjetiva a cada indivíduo, de tal forma que em
grupos com características comuns, como segmentos ou nichos de mercados,
tenhamos pessoas que valorizem aspectos diferentes de um mesmo produto, é
possível a identificação de tais valores e a percepção deles pelo cliente, assim como
a influência que exercem nas decisões de compra pelo consumidor.
Nesse sentido, Kotler e Keller (2006, p. 140) trabalham o conceito de valor
percebido pelo cliente, que, segundo eles, representa “a diferença entre a avaliação
que o cliente potencial faz de todos os benefícios e custos relativos a um produto ou
serviço e as alternativas percebidas”. Por benefícios, denominados como valor total
para o cliente, consideram-se todos os valores esperados por ele em relação a um
determinado produto ou serviço, como os benefícios econômicos, funcionais e
psicológicos esperados. Já por custos relativos, denominados como custo total para
o cliente, consideram-se todos os custos esperados pelo consumidor em relação ao
processo de avaliação, obtenção, uso e descarte de determinados produtos ou
serviços, nos quais se incluem custos monetários, de tempo e de energia física e
psíquicos.
Essa concepção, portanto, possibilita compreender muitas das preferências
do consumidor por um determinado produto ou serviço. Façamos um exercício de
reflexão em relação a isso. Resgate em sua memória os elementos que levaram
você a considerar um determinado produto como mais valioso que outro,
determinando a sua preferência por ele. Considere para isso os componentes dos
conceitos de valor total e custo total para o cliente, que são citados acima e,
também, ilustrados na figura abaixo.
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Figura 1 - Determinantes do valor entregue para o cliente
Fonte: Kotler e Keller (2006, p. 140)
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marketing em relação à comercialização. “Nesta nova economia, as empresas
precisam fazer os consumidores participar da criação de valor” (LAS CASAS, 2008,
p. 21).
Las Casas (2008) propõe que as organizações busquem obter interatividade
com clientes para conseguir conhecê-los adequadamente e a partir disso
desenvolver suas propostas. A interatividade e o relacionamento com o cliente serão
trabalhados com mais detalhes na próxima unidade deste material.
Enquanto consumidor, você já fez uma reflexão crítica sobre os fatores que
o levam a considerar-se satisfeito ou não em relação a um determinado produto ou
serviço? E enquanto membro de uma organização, com ou sem fins lucrativos, você
já se perguntou sobre o que leva o seu cliente a estar ou não satisfeito com os
produtos ou serviços que ela oferece?
Sem dúvida, a reflexão sobre satisfação do cliente passa pela consideração
dos conceitos relacionados à percepção de valor, pois o valor por ele percebido
influencia as expectativas que apresenta em relação a um produto ou serviço e o
atendimento, ou não, dessas expectativas leva à satisfação ou insatisfação dele
quanto a esse produto ou serviço. Kotler e Keller (2006, p. 142), nessa mesma linha
analítica, dizem que “a satisfação do comprador após a realização da compra
depende do desempenho da oferta em relação às suas expectativas”.
Vamos tentar visualizar isso de uma forma concreta. Vou relatar uma
experiência ocorrida comigo.
Certa vez recebi uns amigos que iriam passar uns dias em visita à minha
casa e os convidei, como parte das atividades de lazer que faríamos no período,
para comer lanche em uma lanchonete conhecida em minha cidade. Disse a eles
que o sabor do lanche era muito bom; que era grande, de tal forma que uma pessoa
teria dificuldade para comer um sozinho e, ainda, que o padrão de estrutura e
qualidade não perdia para nenhuma rede de fast-food. Esse era o valor percebido
por mim em relação à lanchonete e ao seu produto, o qual transmiti aos meus
amigos, que chegando ao local também tiveram essa impressão, inclusive pelo
ambiente e os recursos de comunicação visual. Fomos atendidos logo, mas o pedido
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não chegava. Outros clientes chegavam após a gente e iam sendo atendidos,
enquanto a informação que tínhamos era a de que o lanche que havíamos pedido
demorava mais para ficar pronto.
Passando um bom tempo, ao pedirmos para cancelar os pedidos, o gerente
nos informou que a cozinha não os havia registrado, mas que considerássemos suas
desculpas e que adiantaria nosso pedido para que pudéssemos permanecer na
lanchonete. Bom, considerando experiências anteriores, o sabor do lanche era
realmente muito bom, então decidimos por esperar, o que de fato, não demorou
muito após a conversa com o gerente. Entretanto, ao consumir os nossos lanches, o
sabor não era o mesmo – estava salgado, assim como o tamanho, dando a
impressão de estar faltando ingredientes. De fato, nossas expectativas, tanto a
minha, que já havia ido ao local, quanto a dos meus amigos, foram frustradas, e
saímos insatisfeitos. Em outras ocasiões, quando esses mesmos amigos vieram
novamente em visita, fomos a outra lanchonete, que nos proporcionou melhor
atendimento e satisfação.
Satisfação do cliente é definida por Kotler e Keller (2006, p. 142) como “[...]
sensação de prazer ou desapontamento resultante da comparação entre o
desempenho (ou resultado) percebido de um produto e as expectativas do
comprador”. Essas expectativas, também conforme Kotler e Keller (2006), são
formadas com base em experiências de compras anteriores, conselhos de amigos –
como foi no caso em que relatei, informações de profissionais de marketing e até
mesmo concorrentes.
O interessante ao se falar em satisfação do cliente é que apesar de se ouvir
com frequência as pessoas falarem sobre isso nas organizações e da importância de
buscá-la, ainda se vê muitos relatos de insatisfação do consumidor, alguns inclusive
que acabam assumindo proporções bastante amplas. Além de órgãos de proteção
ao consumidor, como o PROCON, os clientes insatisfeitos também fazem uso da
maior rede de comunicação que hoje se tem, que é a internet, onde se vê vários
registros de insatisfação em sites como ReclameAQUI, Denuncio,
consumidorinsatisfeito.com.br e NuncaMais.Net. Se você digitar o termo insatisfação
do consumidor em algum site de busca, sem dúvida encontrará vários registros,
inclusive de vídeos que são postados por consumidores insatisfeitos, apresentando
o produto ou serviço e demonstrando os problemas, mesmo que, conforme Kotler e
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Keller (2006, p. 153), “96 por cento dos clientes insatisfeitos não reclamam; muitos
apenas deixam de comprar”.
Para qualquer organização, não é nada interessante ter o seu nome
relacionado em órgãos de defesa do consumidor, ou em algum desses sites de
reclamação ou qualquer outra coisa do gênero que pode difundir uma imagem
negativa da organização. Estatisticamente, sabe-se que eventuais problemas podem
ocorrer em relação a um produto ou serviço, entretanto cabe à organização
responder a esses problemas com rapidez e fazer com que isso não se torne uma
frequência, algo tão rotineiro que possa até mesmo ser caracterizado como
identidade sua.
A satisfação do cliente é fundamental para a organização e para a
manutenção desses clientes, pois além da comunicação que eles estabelecem com
outros consumidores, o custo de obtenção de novos consumidores é sempre
superior ao de manutenção dos que já são.
Custa de três a cinco vezes mais conseguir novos clientes do que
manter os antigos [...] Um cliente satisfeito, fiel a uma marca ou
empresa, é um excelente ativo intangível para qualquer
organização, pois cada cliente satisfeito fala em média para outros
cinco de sua satisfação, e isso é um excelente efeito multiplicador
(LAS CASAS, 2008, p. 23-24)
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2.3 Fidelização do cliente
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incentivos não costumam ser suficientes para proporcionar uma migração de
consumidor.
A realidade da telefonia móvel brasileira é um exemplo interessante dessa
busca de retenção do cliente nas organizações. As empresas de telefonia móvel,
inclusive, são exemplos para as duas alternativas apontadas por Kotler e Keller
(2006), ou seja, a busca da manutenção do cliente, seja por meio de barreiras, seja
por meio de satisfação total do consumidor.
Uma companhia, por exemplo, oferece ao seu consumidor um modelo de
telefone celular a um preço bastante abaixo do que normalmente é comercializado,
sob a condição de que ele ingresse num plano específico, por um determinado
período de tempo. Dessa forma, por meio de um incentivo de caráter financeiro, a
empresa retém o cliente em questão por um determinado período de tempo
específico e, caso ele queira mudar, deverá pagar o equivalente a uma multa
rescisória, o que de certa forma faz com que torne mais difícil a migração desse
cliente para outra empresa, mesmo que ele esteja insatisfeito com o produto ou
serviço contratado. Apesar de reter o cliente, o meio não é o mais adequado porque,
na verdade, assim que puder ele deixará a empresa em questão e, enquanto não
consegue isso, irá falar muito mal dela, fazendo um forte trabalho de construção de
uma imagem negativa dessa empresa.
Já, no caso de uma empresa de telefonia móvel que entrega um elevado
grau de satisfação ao seu consumidor, dificilmente terá a migração desse seu cliente
para uma organização concorrente, mesmo que a concorrência ofereça diversos
pacotes promocionais. Eu mesmo conheço uma grande quantidade de pessoas que
são clientes da mesma empresa de telefonia móvel há vários anos e que, mesmo
diante de tantas ações promocionais oferecidas ao mercado, sequer pensam em
mudar de prestadora.
Quanto à retenção de clientes, Kotler e Keller (2006) destacam alguns
fatores que consideram interessantes:
conquistar novos clientes pode custar até cinco vezes mais do que
satisfazer e reter os já existentes;
empresas perdem em média 10% dos seus clientes a cada ano;
reduzir em 5% o índice de perda de clientes pode representar um
aumento de 25 a 85% nos lucros;
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a taxa de lucro por cliente tende a aumentar conforme aumenta o
tempo em que ele permanece como cliente da organização.
Exercício 4
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total considerado pelo cliente.
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UNIDADE 3 - MARKETING DE RELACIONAMENTO
[...] busca criar valor pela intimidade com o cliente e tornar a oferta
tão adequada, de modo que o cliente prefira manter-se fiel à mesma
empresa. [...] a empresa conhece o cliente tão profundamente,
tornando desinteressante para ele buscar novos fornecedores.
(ZENONE, 2010, p. 48)
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de uma interação entre empresa e cliente, de um desenvolvimento cooperativo entre
eles e que agregue valor ao produto a partir da necessidade do consumidor. O preço
é composto a partir das preferências e preceitos dos consumidores, enquanto a
distribuição assume uma perspectiva de conveniência em que o cliente direciona
onde, como e quando comprar os produtos e serviços que compõem a oferta que
lhes é apresentada. E a comunicação, por sua vez, assume também uma
personalização, em que cada cliente estabelece os meios pelos quais prefere se
comunicar com a organização. Conforme Zenone (2010, p. 50), “a comunicação de
massa torna-se uma ferramenta para aumentar o valor da empresa ou da marca, em
vez de um meio para influenciar diretamente a compra”.
Sem dúvida alguma, os grandes avanços das tecnologias de comunicação e
informação nas últimas décadas apresentaram e continuam apresentando grandes
contribuições ao marketing de relacionamento, facilitando essa interação entre
cliente e organização. Posteriormente, ainda nesta unidade, falaremos sobre alguns
desses recursos.
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como estrutura organizada, mesmo tendo uma infraestrutura tecnológica que
possibilite explorar ao máximo suas potencialidades.
Pense na sua organização: como isso acontece? Ela possui um banco de
dados estruturado? Esse banco de dados está atualizado? Como são trabalhados os
dados disponibilizados por esse banco? Embora sejam questões aparentemente
simples, a atenção a elas e o uso eficaz dos recursos dos bancos de dados podem
apresentar um impacto significativo no direcionamento do negócio, por isso,
considere atenciosamente essa reflexão.
O conceito de banco de dados, ou ainda database, conforme Zenone (2010,
p. 52), “pode ser entendido como um conjunto de dados arquivados em um sistema
permitindo o inter-relacionamento, ou seja, permitindo que todos os dados sejam
cruzados, extraindo informações preciosas para o negócio”. Ainda, segundo o
mesmo autor, as funções básicas de um banco de dados são receber dados
provenientes de diversos pontos de contato da organização, armazenar e tratar
adequadamente os dados e disponibilizar as informações para todas as áreas
organizacionais.
Por pontos de contato consideram-se todos os meios pelos quais o cliente
se identifica com a organização, estabelece relação com ela, podendo ser desde um
funcionário até um sistema virtual de atendimento, entre outros.
Database
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adequados, pois o conhecimento dos consumidores possibilitará a identificação e
divulgação de suas características, satisfações e insatisfações, de forma que seja
possível preparar toda a organização para atender e satisfazer os desejos e as
necessidades desse consumidor. “Com um banco de dados, é possível gerenciar as
informações e construir relacionamentos de longo prazo, que é o objetivo do
marketing” (LAS CASAS, 2008, p. 27).
A partir da ideia de marketing de relacionamento, desenvolve-se o conceito
de gerenciamento da relação com o cliente, representado pela sigla CRM, da
denominação em inglês Customer Relationship Management. O CRM é o próximo
tema que trataremos nesta unidade.
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relacionamento com o cliente, ou seja CRM, é a união entre a tecnologia e os
conhecimentos e ferramentas de marketing para se obter relações mais duradouras
possíveis entre as organizações e seus clientes, assim como com todos os demais
parceiros organizacionais, conforme já citado anteriormente. A importância dessa
união é destacada por Zenone (2010, p. 61), que aponta a necessidade de que “[...]
todas as áreas da organização trabalhem para o objetivo comum de melhorar a
eficiência e a eficácia do atendimento ao cliente através de ações de relacionamento
conjuntas que possam agregar valor aos públicos de interesse da empresa”.
Os pontos de contato com o mercado, ou seja, os meios pelos quais a
organização estabelece contato com os seus clientes e parceiros são de grande
relevância para o processo de CRM, pois a partir desse contato é que se obtêm as
informações que serão trabalhadas no processo, assim como se estabelece a
comunicação entre a organização e aqueles que com ela se relacionam.
Pontos de contato
com o mercado
Mercado Empresa
Programas de fidelização
Programas de prospecção
Banco de
Programas promocionais e vendas dados
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cliente na organização, principalmente aqueles que trazem maiores resultados ou
são potenciais em relação a isso. Os programas de prospecção buscam identificar
novos clientes, a partir de informações sobre clientes atuais e seus perfis e, até
mesmo, por meio da aquisição de outras bases de dados. E os programas
promocionais e vendas, por sua vez, buscam direcionar campanhas promocionais
para clientes específicos, buscando fortalecer imagem da marca, ampliar venda de
determinado produto e assim por diante.
Em termos de CRM, as novas tecnologias de informação e comunicação
possibilitaram um amplo horizonte de recursos a serem utilizados e explorados pelas
organizações, que no formato tradicional de algumas décadas atrás, contava
basicamente com os recursos de call center, via telefone, para estabelecer contato
com o cliente.
Hoje, a internet permite um serviço de atendimento online ao cliente e
parceiros, assim como realização de pesquisas virtuais, vídeo-conferências e assim
por diante. Se você, por exemplo, deseja comprar um imóvel novo, algumas
construtoras disponibilizam o serviço de corretor online que lhe atende em qualquer
horário e lhe transmite informações detalhadas sobre o imóvel, assim como pode
agendar-lhe uma visita ao imóvel de seu interesse, com outro corretor da empresa.
Parece simples, mas sem dúvida, esse tipo de recurso proporciona um
relacionamento diferenciado com o cliente e condições para uma relação mais
duradoura.
Para Khera (2000), apud Zenone (2010), a tecnologia relacionada ao CRM
nas organizações deve abranger os seguintes elementos:
Regras de negócios: necessárias para assegurar que transações com
clientes sejam processadas de maneira eficiente;
Data warehousing: armazenamento conjunto de dados, ou seja,
consolidação de informações num único lugar, possibilitando maior
potencial de receita para empresa, assim como de atendimento ao cliente;
Web: possibilidade de consolidação do autoatendimento pelo cliente,
que pode fazer consultas e pagamentos online, a qualquer hora, com
comodidade e tranquilidade, assim como a realização de ofertas com base
no perfil daqueles que usam o website da organização;
IVR: sistema de resposta interativa de voz, para que clientes possam
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desenvolver autoatendimento por telefone e não apenas pela web;
Geração de relatórios: relatórios tanto para o cliente quanto para a
organização, sendo importante a existência de boas ferramentas para tal;
Tecnologia de central de atendimento: tecnologias com PBX ou VoIP
integrada com roteamento inteligente de chamadas;
Estrutura de integração: estrutura que possibilite unir todos os
aplicativos e bancos de dados com informações sobre os clientes e
parceiros.
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público deseja. Segundo Boone e Kurtz (2009, p. 520), “Sem informações atuais e
precisas sobre clientes existentes e potenciais, seus históricos de compra, suas
necessidades e seus desejos, os profissionais de marketing podem enviar a
mensagem errada”. E, quando a mensagem não chega adequadamente a quem tem
que chegar, sabe-se que o resultado não é nada satisfatório.
O banco de dados e o marketing interativo, portanto, assumem grande
importância nesse processo. As mídias de massa tradicionais, como a TV, já não
são mais vistas como principais suportes das campanhas de marketing, que se
apoiam na diversidade de mídias, que possibilitam ações personalizadas, voltadas
para nichos mais específicos do mercado.
Como marketing interativo, Boone e Kurtz (2009, p. 25) definem “[...] as
comunicações vendedor-comprador em que o cliente controla a quantidade e o tipo
de informações recebidas de um profissional de marketing”. Tal técnica, segundo os
autores, possibilita que o consumidor tenha a informação que deseja no momento
em que necessita. Sua ideia básica é a personalização da comunicação e a
realização de intercâmbios ilimitados de informações, conforme as necessidades
personalizadas de cada um. A internet, com seus avanços, torna-se nesse contexto
a grande ferramenta estratégica para o marketing interativo.
Hoje o consumidor pode acessar uma página de busca, como Google e
Bing, e buscar as informações que desejarem sobre um determinado produto. Se
quiser fazer uma pesquisa mais específica, como uma comparação de preços, pode
acessar sites como Buscape e Bondfaro. É prática cada vez mais comum o cidadão
sair para fazer uma compra com todas as informações sobre o produto pesquisadas
anteriormente, via internet, isso quando não realizam as suas compras de forma
eletrônica, ou seja, online.
O site itweb, por exemplo, publicou notícia divulgando que o E-Consulting
Corp. estima que em 2011 o comércio eletrônico na América Latina será de
aproximadamente 69,7 bilhões de dólares, representando um crescimento de 19,4%
em relação ao ano de 2003. O Brasil, também segundo a notícia, é o principal país
em relação ao e-commerce, ou seja, comércio eletrônico, com uma participação de
45% no total desse mercado, seguido de México, Venezuela, Argentina, Chile e
Colômbia, que juntos somam 35% desse mercado.
O e-marketing, caracterizado pelo desenvolvimento das atividades de
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marketing por meio dos novos canais de comunicação online, passa a ser, portanto,
um conceito mais presente nos debates de marketing e na prática das organizações.
Se você quiser saber sobre um produto ou serviço, você pode acessar o site da
empresa, verificar as informações disponíveis e se desejar algo mais, também pode
se cadastrar para receber e-mails personalizados, ou ainda fazer contato com algum
atendente online, via chat, ou mesmo 0800. Veja que nesse sentido, você, como
consumidor, está definindo os critérios de comunicação com a organização, ou seja,
você está estabelecendo as informações que deseja e qual a quantidade que
pretende receber.
Outro recurso que vem tendo seu uso ampliado em termos de e-marketing
são as mídias sociais, que estão sendo debatidas em diversos aspectos e passaram
amplamente a chamar a atenção dos profissionais e estudiosos de marketing. Por
mídias sociais, conforme Dubner (2010), consideramos “o uso do meio eletrônico
para interação entre pessoas”, estabelecendo-se relacionamentos digitais que
“combinam textos, imagens, sons e vídeo para criar uma interação social de
compartilhamento de experiências”. Entre as mídias sociais mais conhecidas podem
ser destacados orkut, facebook, YouTube, twitter e myspace, entre outros.
Tamanha é a relevância que as mídias sociais estão adquirindo que
atualmente é praticamente inconcebível imaginar que uma organização ainda não
considere seriamente a possibilidade de utilizá-las, caso ainda não utilize. Leia mais
sobre mídias sociais em blogs como midiasocial.com.br e midiassociais.net, entre
outros.
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tipos de contatos, entretanto grande parte deles não leem tais cartas e nem sequer
outros materiais que recebem. A criação de intimidade com o cliente é apontada por
Las Casas (2008) como algo que não é fácil, o que, portanto, nos permite considerar
a necessidade das organizações planejarem adequadamente essa busca de
relacionamento, conforme objetivos e critérios estabelecidos.
2. Desequilíbrio: há um desequilíbrio na comunicação entre consumidor e
organização. As empresas enviam cartas, e-mails e fazem telefonemas em
abundância para o consumidor quando possui interesse em se comunicar com ele,
entretanto, quando este precisa se comunicar com a organização, em busca de uma
informação ou até mesmo de uma solicitação de serviço, o contato é difícil e muitas
vezes acabam proporcionando insatisfação, contrariando os ideais do marketing de
relacionamento.
3. Deslealdade: ao buscar agradar seus melhores clientes, é comum as
organizações deixarem de dar atenção mais específica aos outros, sendo, muitas
vezes, tal fato considerado como uma deslealdade, em função da prática também
comum de se oferecer benefícios aos melhores clientes e praticamente nada nesse
sentido ou bem pouco para os outros. Benefícios oferecidos por muitas organizações
em programas promocionais e de vendas, com o objetivo de buscar novos clientes e
não disponíveis aos que já são clientes da organização é também outra ação que
pode ser considerada como desleal e que pode comprometer o relacionamento do
cliente com a organização.
4. Problemas: ao invés de buscar facilitar a vida dos seus consumidores,
tornando-se mais próxima deles e desenvolvendo a fidelidade, as organizações
estão dificultando com uma oferta muito grande de produtos e modelos que acabam
por gerar confusão e ajudar pouco. A dinâmica acentuada dos mercados e o
encurtamento do ciclo de vida dos produtos, por exemplo, levaram a contínuos
lançamentos de novos produtos e serviços que poucas vezes oferecem algo de
inovador em relação ao anterior, que já está disponível ao consumidor, assim como
à desvalorização dos produtos que estão em propriedade dele. Um exemplo recente
disso foi o lançamento, em abril de 2010, do modelo 2011 do Corsa Classic, da GM,
que acabou por desvalorizar o modelo 2010 antes mesmo da chegada do meio do
ano e prejudicando aqueles consumidores que compraram um veículo do modelo em
período anterior ao mês de abril.
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5. Estresse: a complexidade de determinados produtos faz com que muitos
consumidores deixem de comprá-los, por receio de não conseguir utilizá-los
adequadamente e, até mesmo, para evitar a necessidade de leitura de manuais ou
de pedir orientações para terceiros. A complexidade, conforme Las Casas (2008),
está muitas vezes causando mais estresse do que necessariamente motivando o
consumidor e proporcionando sua satisfação, o que acaba por contribuir para sua
migração para outra organização que possa lhe oferecer um produto ou serviço que
seja mais simples de utilizar e que lhe proporcione os mesmos benefícios desejados.
Segundo Las Casas (2008, p. 33), para que se obtenha êxito, o marketing de
relacionamento precisa ser fiel aos princípios que o originaram, pois as organizações
“[...] estão confundindo os objetivos e errando no propósito de atendimento aos
clientes [...]”.
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intensivamente, pois proporcionam gama de informações que podem ser utilizadas
em diversas etapas e processos do CRM. E, por fim, a técnica do cliente misterioso,
que não deixa de ser uma pesquisa, mas que busca identificar o nível de qualidade
que a organização está oferecendo aos seus clientes.
É sempre válido lembrar que qualidade é outro aspecto fundamental quando
se fala em relacionamento com o cliente e sua fidelização, pois dificilmente um
consumidor fica satisfeito com um produto ou serviço que não possui qualidade.
Exercício 5
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específica, como vendas ou processamento de dados.
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UNIDADE 4 - MARKETING BUSINESS-TO-BUSINESS
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O quadro abaixo, adaptado de Kotler e Keller (2006), apresenta as principais
características do mercado organizacional.
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4.2 Compra organizacional e participantes do processo
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preparar-se para proporcionar aos seus clientes condições necessárias e adequadas
para que eles possam tomar conhecimento e avaliarem suas propostas. Segundo
Kotler e Keller (2006), nesse contexto de compra as organizações procuram
escolher seus melhores vendedores para comporem uma força missionária de
vendas, que busca criar confiança no cliente e estimulá-lo a decidir pela proposta. “A
empresa também tenta atrair o maior número possível de influenciadores de compra,
fornecendo informações úteis e assistência” (KOTLER e KELLER, 2006, p. 212).
Em alguns casos, as organizações podem optar pela compra de um único
fornecedor, que lhe oferece todas as soluções para os seus problemas, ao invés de
ir buscar cada uma das etapas ou fases de um produto ou serviço em diversos
fornecedores. Essa modalidade de compra é denominada como compra de sistemas
e é muito comum, principalmente em organizações públicas quando contratam para
a realização de grandes obras, por exemplo, recrutamento e seleção de pessoas.
Os participantes do processo de compra organizacional, que compartilham
metas e riscos decorrentes das decisões de compra, compõem, segundo Kotler e
Keller (2006), o centro de compras das organizações e assumem papéis diversos
durante o processo, podendo várias pessoas exercerem um mesmo papel, assim
como uma mesma pessoa pode exercer papéis diferenciados. Os papéis dos
agentes, no processo de compra, podem ser:
Iniciadores: dão início ao processo, solicitando a compra do produto
ou serviço. Eles podem ser os próprios usuários ou outros membros
da organização;
Usuários: são os que farão uso do produto ou serviço a ser
comprado, podendo, conforme já dito, serem também os iniciadores
do processo. Os usuários também ajudam a definir as necessidades
que o produto ou serviço deva ter;
Influenciadores: influenciam a decisão de compra e ajudam, muitas
vezes, a definir as características do produto ou serviço, assim como
apresentam eventuais alternativas à necessidade apresentada. As
equipes técnicas, conforme Kotler e Keller (2006), são importantes
nesse papel.
Decisores: são aqueles que decidem quais exigências os produtos
ou serviços deverão atender;
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Aprovadores: são os que autorizam as ações propostas pelos
decisores ou compradores;
Compradores: são os que possuem autoridade formal para seleção
dos fornecedores e estabelecimento dos termos de compra. Podem
ajudar na definição das características dos produtos ou serviços, mas
a principal responsabilidade e compromisso é com a compra;
Filtros internos: são os que possuem poder para evitar que
vendedores ou informações cheguem aos membros do centro de
compras, como recepcionistas e telefonistas.
Os profissionais de marketing organizacional devem identificar os agentes
de compra das organizações com quem realiza ou pretende realizar negócios, assim
como os papéis que esses agentes desenvolvem, para assim estabelecer
estratégias de marketing específicas de forma que se consiga despertar nesses
agentes o interesse, a confiança e a aceitação pelos produtos e serviços de sua
organização. Nesse sentido, conforme Kotler e Keller (2006), organizações de
pequeno porte buscam concentrar-se em estabelecer contatos com os
influenciadores chave do processo de compra, enquanto as de maior parte optam
por uma prática de vendas em multinível de profundidade, buscando estabelecer
contato com o maior número possível de participantes do processo de compra.
Para Kotler e Keller (2006), o mercado organizacional apresenta
basicamente quatro tipos de clientes organizacionais, cujas características são
apresentadas no quadro abaixo.
Tipo de cliente
Característica
organizacional
Clientes com orientação para Consideram o preço como o fator mais importante que tudo.
preço
Apesar de desejarem preço baixo, consideram de forma
Clientes com orientação para
positiva as alternativas que possibilitam menores custos de
solução
fornecimento ou serviços confiáveis.
Consideram a qualidade como fator primordial. Desejam
Clientes refinados produtos ou serviços que apresentem melhor desempenho em
termos de qualidade, assistência e entrega, entre outros.
Desejam relacionamento de longo prazo com único
Clientes de valor estratégico
fornecedor, prezando por maior proximidade e pela fidelização.
Fonte: Adaptado de Kotler e Keller (2006)
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4.3 Processo de compra
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função da existência de diversos fornecedores, cujas ofertas serão comparadas. Já
os produtos estratégicos são aqueles que apresentam alto valor e custo para o
cliente e envolvem alto risco, fazendo, portanto, com que ele busque um fornecedor
de confiança, com boa reputação, pela qual ele está até mesmo disposto a pagar
mais caro. E, por fim, os produtos de gargalo, que são aqueles de baixo valor e
custo para o cliente, mas que apresentam certo risco quanto à reposição, levando as
organizações compradoras a buscar um fornecedor que possa lhe assegurar o
abastecimento regular dos produtos e serviços necessários.
O processo de compra, ainda segundo Kotler e Keller (2006), pode ser
dividido em oito estágios, ou fases, cuja sequência está associada aos três tipos de
situações de compra anteriormente descritos, ou seja, dependendo da situação esse
processo pode desenvolver sequencialmente todas as suas fases ou excluir algumas
delas. São fases ou estágios do processo de compra:
1. Reconhecimento do problema
2. Descrição geral da necessidade
3. Especificação do produto
4. Procura de fornecedores
5. Solicitação de propostas
6. Seleção do fornecedor
7. Especificação do pedido de rotina
8. Revisão do desempenho
Nos casos de nova tarefa, ou seja, de uma primeira compra, todas as fases
do processo de compra são realizadas pela organização. Já no caso de uma
recompra simples, realizam-se apenas os estágios 3 e 8 e, nos casos de recompra
modificada, desenvolvem-se, com certeza, os estágios 3 e 8, com possibilidade de
desenvolvimento dos demais.
Na sequência, com base em Kotler e Keller (2006), refletiremos brevemente
sobre cada um desses estágios.
1. Reconhecimento do problema: representa o primeiro passo para
desencadear o processo de compra. Há na organização a identificação de uma
determinada necessidade ou problema cuja solução é a aquisição de um
determinado produto ou serviço. Esse reconhecimento pode ocorrer por fatores
internos da organização, como o desenvolvimento de um novo produto ou
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manutenção, ou até mesmo por fatores externos, como inovações identificadas em
feiras do setor.
2. Descrição geral da necessidade: o comprador, sozinho ou em conjunto
com outros agentes do centro de compras, conforme complexidade da necessidade,
dimensiona as necessidades que o produto ou serviço terá que atender, face ao
problema identificado. Fatores como segurança, durabilidade e até mesmo preço
são considerados e definidos nesse momento.
3. Especificação do produto: após o dimensionamento das necessidades,
parte-se para a definição das especificações técnicas do produto, ou seja, as
características que deverá ter para atender às necessidades identificadas pela
organização. Tais especificações são minuciosamente detalhadas, para que durante
o processo de compra e decisão do fornecedor, os agentes possam analisar
objetivamente e até mesmo rejeitar algumas ofertas quando for o caso. Nessa fase
são comuns as contribuições de equipes específicas, como a de engenharia ou
informática.
4. Procura de fornecedores: realizada a especificação do produto, o
próximo estágio é a procura dos fornecedores que apresentam condições de atender
ao desejado pela organização. Essa busca pode acontecer de diversas formas,
desde a procura em listas telefônicas até a utilização dos recursos da internet, por
meio de plataformas eletrônicas de Business-to-Business (B2B). Algumas empresas
desenvolvem portal eletrônico próprio para a realização das compras, no qual podem
se cadastrar candidatos a fornecedores, outras podem optar por parcerias com
outras organizações que apresentam interesses em compras similares e outras,
ainda, optam por desenvolver parcerias diretas com os fornecedores. Uma iniciativa
interessante nesse sentido, principalmente para as pequenas e médias empresas, é
o portal Bolsa de Negócios do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (SEBRAE), no qual micro e pequenas empresas, associações e
cooperativas que possuam CNPJ podem se cadastrar tanto para compra quanto
para venda de seus produtos. O endereço eletrônico da Bolsa de Negócios do
SEBRAE é http://www.bolsa.sebrae.com.br/.
5. Solicitação de propostas: identificados os fornecedores considerados
como qualificados para atender às necessidades da organização, ofertando produtos
ou serviços que atendam às especificações solicitadas, a organização compradora
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pede aos potenciais fornecedores que apresentem suas propostas para serem
analisadas. Nesse momento, o profissional de marketing das organizações que
estão na condição de vendedoras deve elaborar uma proposta que demonstre
confiança, capacidade e recursos da organização para que ela se destaque entre os
concorrentes.
6. Seleção do fornecedor: neste estágio, para selecionar os fornecedores,
as organizações compradoras costumam avaliar atributos que desejam encontrar
neles, como reputação, confiabilidade, etc. Tais atributos são definidos em
conformidade com a situação de compra, ou seja, não há um único formato de
avaliação do fornecedor. Os profissionais de marketing organizacional devem
identificar os critérios utilizados por cada organização e utilizar esse conhecimento
no desenvolvimento de uma proposta de valor para os clientes potenciais.
O quadro abaixo ilustra um exemplo de análise de fornecedor.
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fornecedor e comprador, no qual o fornecedor assegura a entrega e reposição de
produtos ou serviços ao comprador, de forma gradativa, conforme negociado,
inclusive no que tange a preços. E os contratos de longo prazo consistem num
compromisso do fornecedor de assegurar um fluxo contínuo de materiais, de forma a
se evitar escassez de material e, até mesmo, assegurar um determinado nível de
estoque.
Em qualquer um dos contextos de realização do pedido é fundamental para
a organização compradora que os seus fornecedores assegurem entrega no prazo,
na quantia e qualidades estabelecidas e, sem dúvida, sem erros.
8. Revisão do desempenho: o último estágio do processo de compra
consiste numa avaliação de como o fornecedor e seus produtos ou serviços se
desempenharam em relação ao esperado pela organização compradora. Diversas
possibilidades podem ser utilizadas para fazer tal, como a consulta aos usuários dos
produtos ou serviços, solicitando a avaliação deles, assim como uma classificação
dos fornecedores em relação aos critérios estabelecidos como relevantes pela
organização.
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até mesmo, países, os principais compradores de produtos e serviços oferecidos. O
preço é um fator importante nos mercados governamentais, embora qualidade e
pontualidade sejam também relevantes. Os fornecedores locais, quando possível,
costumam ser privilegiados pelos mercados governamentais e, independente do
fornecedor, estes costumam ter um amplo trabalho burocrático, em função das
documentações e critérios necessários para negociar com as organizações públicas.
No Brasil, os processos de compra nos mercados governamentais e, até
mesmo, em parte dos mercados institucionais são desenvolvidos em consonância
com a lei federal 8.666, de 1993, que estabelece os critérios e procedimentos para a
realização de compras por essas organizações. As empresas que negociam
frequentemente com os mercados governamentais costumam ter em seus quadros
profissionais especialistas nesse tipo de negociação ou até mesmo o suporte técnico
de alguma consultoria especializada nessas operações. De qualquer forma, no
cenário brasileiro é de grande importância que os profissionais do mercado
organizacional conheçam com profundidade as particularidades dos mercados
governamentais e institucionais para o desenvolvimento de suas atividades de
vendas.
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Exercício 6
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e) Possui autoridade formal na seleção de fornecedores e estabelecimento de
termos de compra.
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UNIDADE 5 - COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR: AS ETAPAS
DO PROCESSO DE COMPRA E O FENÔMENO DO CONSUMO
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identificação da necessidade de se comprar algo e se encerra com a efetivação da
compra.
Diante de uma diversidade de respostas que podem ser apresentadas em
relação à questão, adotaremos aqui uma destacada por Las Casas (2008), que não
deixa de estar em sintonia com a apresentada e com a maior parte das definições
em relação ao tema. Las Casas (2008, p. 181) diz que “comportamento do
consumidor é uma atividade mental e física exercida pelos consumidores ou por
empresas que resultam em decisão e ação para o pagamento, compra e uso de
produtos e serviços”. Esse comportamento, segundo Kotler e Keller (2006, p. 172),
“[...] é influenciado por fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos”. Em
complemento a isso, Las Casas (2008, p. 181) diz que “Ao comprar, pagar e
consumir um produto, o indivíduo passa por um processo muito complexo que
compreende uma variedade de situações, tais como influências internas e externas,
papéis desempenhados na compra e uma série de outras atividades”.
A figura abaixo ilustra o processo de compra do consumidor e as principais
influências exercidas sobre ele. Entender esse processo e influências possibilita, de
certa forma, a compreensão de como se desenvolve o seu comportamento.
Iniciador
Família
Influenciador
Atitude
Grupos Percepção
Classes
de Personalidade Decisor
sociais
referênci
a
Comprador
Aprendizagem Motivação
Cultura Usuário
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5.1.1 Papéis na compra
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decisão e pós-compra.
Vamos refletir um pouco sobre cada um desses passos.
a) Necessidade
A identificação de uma necessidade que dá origem ao processo de compra
pode ocorrer de diversas formas, podendo ser decorrência de uma experiência
vivenciada anteriormente e, até mesmo, características dos consumidores,
principalmente com relação aos seus valores, e, ainda, em função de fatores
externos como as variáveis sociais, econômicas, culturais e outras já abordadas no
início deste material.
Alguns fatores como tempo, mudança nas circunstâncias, compra e
consumo de produtos, influências de marketing e influências individuais podem ser
destacadas. O fator tempo está associado ao período de consumo, principalmente
em relação a produtos e serviços consumidos com frequência, como refrigerante e
carne. Mudanças nas circunstâncias referem-se à mudança em um determinado
estado do consumidor, como por exemplo, deixar de ser solteiro e se casar, deixar
de estar desempregado e assim por diante. Compra de produtos está associado às
necessidades que surgem em decorrência da aquisição de um produto ou serviço,
como por exemplo, um rack para uma televisão adquirida, assim como um mouse
para notebook e assim por diante. O consumo de produtos refere-se às
necessidades que surgem a partir do consumo de um produto que é consumido com
regularidade, como, por exemplo, creme dental, shampoo e sabonete, que assim
que são consumidos levam à necessidade de aquisição de outros. As influências de
marketing referem-se às sofridas em decorrência das ações de marketing das
organizações que muitas vezes estimulam o desejo de inovar, de mudar de produtos
e serviços e assim por diante. E, por fim, as influências individuais que são
decorrentes da forma como as pessoas interpretam suas realidades e necessidades,
associadas ao desejo de mudança, por exemplo.
b) Informações
Identificada a necessidade, o próximo passo do consumidor é a busca de
informações sobre eventuais produtos ou serviços que possam solucionar o seu
problema. Essa busca de informações pode ocorrer tanto internamente ao
consumidor – quando este consulta à sua memória, resgatando experiências
anteriores de consumo, quanto externamente, quando ele recorre a diversas fontes
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como vendedoras, propagandas, materiais promocionais e, mais recentemente, à
internet e sua riqueza de informações.
Quanto mais complexa for a compra, informações mais detalhadas serão
requeridas pelo consumidor e quanto mais rotineira e menos complexa, menor será
a procura de informações. Outro aspecto que influencia essa busca, tanto para mais
quanto para menos, é o perfil do consumidor. “As empresas procuram preparar
materiais que facilitem o estudo para aqueles clientes de compras complexas e
tornar convenientes os produtos de compras rotineiras” (LAS CASAS, 2008, p. 186).
c) Avaliação
Após a obtenção de informações sobre um produto ou serviço, o consumidor
inicia um processo de avaliação, cuja base de comparação é fundamentada em
valores que ele atribui a cada um dos aspectos relacionados ao produto ou serviço
em consideração. Os atributos podem ser
características, preço, marca, experiência
proporcionada pelo consumo e até mesmo locais de
origens desses produtos ou serviços, cuja ponderação
assume pesos diferenciados em função das
características particulares de cada consumidor,
conforme destaca Las Casas (2008).
O preço é sempre um aspecto de grande importância, mas a marca é algo
que deve ser destacado em relação à avaliação, pois muitas vezes assume mais
relevância que outros atributos, principalmente em relação a produtos ou serviços
considerados como de status. “A marca proporciona credibilidade quando o cliente
tem boas experiências passadas com o produto [...]” (LAS CASAS, 2008, p. 186).
A escolha por cada consumidor dos critérios que irá considerar para a
avaliação, assim como do peso que irá atribuir a cada um deles, é influenciada pela
situação em que este consumidor se encontra ou que já vivenciou. Segundo Las
Casas (2008), os fatores que realmente influenciam o processo de avaliação são
denominados de atributos determinantes e são determinados por influência da
situação, semelhança entre ofertas, motivação, envolvimento e conhecimento.
d) Decisão de compra
Etapa posterior à avaliação dos produtos e serviços, a decisão de compra
representa a concretização de um desejo, a partir da identificação das necessidades
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ocorridas no início do processo de compra. Os profissionais de marketing devem, em
relação a esse momento, estarem atentos aos fatores que levam ao adiamento ou
demora na implementação de uma decisão de compra, buscando identificá-los para
intervir, quando for o caso, pois por muitas razões, o consumidor pode assim
proceder. Segundo Las Casas (2008, p. 189), duas razões podem levar a que uma
decisão de compra se concretize ou não, que são: “[...] adiamento ou demora na
implementação e desvio da escolha identificada”.
e) Pós-compra
Conforme já dito na unidade sobre marketing de relacionamento, as ações
pós-compra são muito importantes para a continuidade do relacionamento do cliente
com a organização, ou seja, para uma potencial fidelização.
As ações de pós-compra assumem importância por intervirem num estado
psicológico do consumidor denominado dissonância cognitiva, no qual ele sente-se
desconfortável após a aquisição de um determinado bem ou produto e questiona-se
quanto à decisão de compra, se indagando quanto ao fato de ter comprado, se o
produto ou serviço escolhido representa a melhor opção entre as alternativas
existentes, ou ainda, se o preço pago foi justo ou não.
É exatamente no estágio de dissonância cognitiva que muitos consumidores
acabam por suspender ou devolver suas compras. Segundo Las Casas (2008, p.
189), o “[...] maior ou menor estágio de dissonância acontece quando mais visíveis
forem os produtos comprados e também maior o número de alternativas disponíveis
ou ainda para aquelas mercadorias que têm os preços mais altos”. O autor também
destaca que quando está dissonante, o cliente busca informações que reforçam sua
decisão, percebe mais as informações que reforçam tal decisão e, ainda, que evita
os aspectos negativos dela e reforçam os positivos.
As ações de marketing pós-compra podem proporcionar a resposta favorável
e os reforços positivos que o consumidor busca após sua decisão de compra,
buscando a fidelização.
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necessidades até o desenvolvimento de cada uma das etapas do processo, mas não
necessariamente todas.
A reflexão sobre o ambiente de marketing, no início deste material, de certa
forma já destacam algumas dessas variáveis que influenciam externamente o
processo de compra do consumidor. Nesta seção, entretanto, enfatizaremos as
influências culturais, a dos grupos de referência, a da família e as sociais, tendo
cada uma delas uma particularidade a ser considerada pelos profissionais de
marketing.
As influências culturais estão relacionadas ao meio em que o consumidor
vive ou viveu, aos hábitos e costumes de uma determinada localidade, região ou
país. A cultura, conforme Las Casas (2008), é aprendida, é adaptável, é hierárquica,
regula a sociedade e torna a vida mais eficiente. Conhecer os aspectos culturais
relacionados ao consumidor é importante para o desenvolvimento de produtos e
serviços voltados às suas características, tendo em vista a grande diversidade de
povos e culturas existentes em todo o planeta.
Os grupos de referências, por sua vez, são aqueles aos quais os
consumidores pertencem ou desejam pertencer e que, por consequência, acabam
por influenciar o comportamento de compra desses consumidores, pois, conforme
Las Casas (2008), as pessoas tendem a comprar produtos e serviços semelhantes
aos outros indivíduos do seu grupo. Para visualizar melhor isso, veja os seus hábitos
de consumo e perceba o quanto você é influenciado pelos seus grupos de
referência.
Os grupos de referência, de acordo com a proximidade e intensidade das
influências exercidas sobre o consumidor, podem ser classificados em grupos
primários, secundários e de aspiração. Os primários são aqueles muito próximos e
cujas influências são praticamente diárias; os secundários são aqueles que
apresentam uma influência de menor intensidade, não tão próximo e com frequência
eventual; e os grupos de aspiração são aqueles aos quais os consumidores não
pertencem, mas que um dia gostariam de participar, como uma associação de
classe, clube social e assim por diante.
A família é um exemplo de grupo de referência primário e que exerce
influência muito intensa sobre o desenvolvimento do comportamento de compra do
consumidor, praticamente moldando-o, enquanto tal consumidor vai se formando
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como indivíduo social. Conforme o papel assumido
dentro da família, o consumidor estará exercendo
maior ou menor influência sobre aqueles que com ele
convivem.
Veja um exemplo: é bem possível que ainda
hoje, adulto, você tenha hábitos de consumo que
foram desenvolvidos quando ainda era criança, sob
forte influência dos seus pais e, se já tiver filhos, também é possível que esteja
exercendo o mesmo papel sobre seus filhos, mesmo diante de uma realidade
contemporânea em que as crianças estão cada vez mais autônomas nesse processo
de consumo. Não dá para ignorar, por exemplo, que a preferência por certos tipos de
alimentos, por determinadas marcas de produtos de limpeza, de eletrodomésticos,
de automóveis e por muitos outros itens são consequência das fortes influências do
grupo familiar.
Já as classes sociais podem ser tanto grupos de referências primários como
grupos de aspiração, dependendo da condição do consumidor em relação a elas.
Caso já esteja inserido em uma determinada classe, ela exercerá um papel de
referência primária, agora se a respectiva classe for objeto de desejo do consumidor,
ou seja, se ele pretende a ela pertencer, sem dúvida, passará a ser um grupo de
aspiração.
As classes sociais são definidas por Las Casas (2008, p. 195) como “[...]
agrupamento de pessoas que são similares em seu comportamento, baseado na
posição econômica que ocupam no mercado”, ou seja, os consumidores de uma
determinada classe social tendem a consumir de acordo com os seus pares.
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Exercício 7
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UNIDADE 6 - MÉTODOS DE PESQUISA EM MARKETING
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negativos sobre sua estrutura. Muitas inclusive sofrem a rejeição daquele que seria o
seu produto ou serviço que representaria o seu lançamento ou ingresso no mercado,
o que acaba por fim levando ao fracasso da organização em si.
Portanto, em função desses fatores, entre outros, os profissionais de
administração devem buscar informações para tomarem suas decisões, em relação
a todas as áreas organizacionais, principalmente o marketing, que tem importância
fundamental na atuação e existência das organizações. Kotler e Keller (2006, p. 98)
dizem: “Bons profissionais de marketing cercam-se de informações para interpretar o
desempenho passado e para planejar atividades futuras”. Tais informações,
entretanto, devem ser buscadas por diversos meios, alguns já comentados
anteriormente, mas fundamentalmente pela pesquisa de marketing, que deve fazer
parte do dia a dia do profissional de marketing.
A seguir, refletiremos a respeito da pesquisa de marketing e seu
desenvolvimento, destacando procedimentos e métodos a serem considerados para
sua realização, assim como suas contribuições.
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do relatório da pesquisa e a utilização das informações por meio dela coletadas.
O acesso às pesquisas de marketing pode ocorrer de diversas formas,
desde a empresa possuindo um departamento de pesquisas próprio ou até mesmo
por meio de contratação de empresas externas e especializadas na realização desse
tipo de serviço, como os institutos de pesquisas externos. As grandes empresas,
conforme Kotler e Keller (2006), costumam ter em sua estrutura um departamento
próprio de pesquisa de marketing, que trabalha em sintonia com os demais dessas
organizações, exercendo um papel fundamental.
As pequenas empresas, por sua vez, chegam a ser vistas por muitos como
organizações de acesso limitado às pesquisas, em função dos custos relacionados à
manutenção de um departamento de pesquisas de marketing ou ainda para a
contratação de empresas especializadas. Tal percepção, entretanto, torna-se
equivocada, principalmente pela existência de diversas alternativas de baixo custo,
muitas possibilitadas pelas novas tecnologias de comunicação e informação, e que
podem ser amplamente exploradas pelos gestores de marketing dessas
organizações. Nesse sentido, Kotler e Keller (2006) destacam que as pequenas
empresas podem explorar a internet, a parceria com instituições de ensino -
envolvendo estudantes e professores em seus projetos - e, ainda, o uso da técnica
de cliente misterioso, ou seja, o cliente espião.
“A maioria das empresas, como a Fuji Photo Film, usa uma combinação de
recursos de pesquisa de marketing para estudar seus setores, concorrentes,
públicos e estratégias de comunicação” (KOTLER e KELLER, 2006, p. 99).
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subseções, que abordarão cada uma das suas etapas, ilustradas na figura abaixo.
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Em função dos problemas e suas características, a pesquisa de marketing
pode assumir, conforme Kotler e Keller (2006), três tipologias: a de pesquisa
exploratória, a de pesquisa descritiva e a de pesquisa causal.
A pesquisa exploratória é aquela que busca aprofundar o conhecimento
sobre o problema e identificar suas causas e até mesmo possíveis soluções. A
descritiva tem por propósito descrever um determinado comportamento, como, por
exemplo, a quantidade de pessoas que comprar um determinado produto ou serviço.
E a causal, por sua vez, busca verificar relações de causa e efeito, como por
exemplo, o que a modificação num determinado atributo reflete no comportamento
do consumidor.
Estabelecido o problema da pesquisa e o tipo de pesquisa mais adequado
para a solução do problema identificado, parte-se para a etapa seguinte do processo
que é a construção do plano da pesquisa.
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pesquisas e são alternativas de baixo custo, principalmente por já estarem
disponíveis. Os dados primários, por sua vez, são aqueles que serão coletados pela
primeira vez e para a ocasião específica da pesquisa, apresentando, portanto, maior
necessidade de envolvimento e investimento da organização e equipe relacionada
ao projeto. É válido lembrar que a especificação do tipo de dados que deve ser
coletado está vinculada ao problema que se estabeleceu inicialmente, ou seja, o
problema determina o tipo de dados que se necessita para resolvê-lo.
A abordagem da pesquisa envolve a definição da forma como os dados
serão coletados, o que na verdade, representa uma definição em relação à forma de
coleta dos dados primários, já que os secundários representam dados já coletados e
disponíveis para utilização, seja por meio de relatórios, informativos ou qualquer
outro meio de informação. Os dados primários, por sua vez, também conforme Kotler
e Keller (2006, p. 101), “[...] podem ser coletados de cinco maneiras: pesquisa por
observação, pesquisa de grupo de foco, levantamentos, dados comportamentais e
pesquisa experimental”. O quadro abaixo apresenta as diversas possibilidades de
abordagem de uma pesquisa de marketing e suas principais características.
Abordagem Características
Consumidores são observados, de forma discreta, durante a realização
Pesquisa por observação
de compras ou uso de produtos, entre outras possibilidades.
Pequeno grupo de consumidores, entre seis e dez, são reunidos para
discutir um determinado tema, com profundidade. O grupo é reunido em
função de características similares, como demográficas e psicográficas,
Pesquisa de grupo de e é mediado por um profissional, que segue um roteiro estabelecido
foco pela equipe de marketing que coordena a pesquisa. É uma boa
abordagem para estudos exploratórios, mas não para generalização
das informações obtidas, em função do tamanho da amostra e de sua
seleção não ser aleatória.
Técnica utilizada para identificar e mensurar conhecimento, convicções,
Levantamento preferências e grau de satisfação das pessoas, numa população em
geral.
Dados sobre o consumidor e sobre o seu comportamento de compra
são coletados por meio de instrumentos como banco de dados, leitores
Dados comportamentais
de código de barras, registros em cartão de crédito e outros, para
posterior análise e utilização.
Considerada mais adequada, busca identificar relações de causa e
Pesquisa experimental efeito, por meio de grupos de controle e da neutralização de variáveis
que possam proporcionar explicações contraditórias ou duvidosas.
Fonte: Adaptado de Kotler e Keller (2006)
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Os instrumentos de pesquisa representam os meios que os pesquisadores
irão utilizar para se coletar os dados e, claro, esses meios devem ser escolhidos em
sintonia com os aspectos anteriores, ou seja, com a abordagem escolhida para a
pesquisa, assim como o tipo de dados a serem coletados.
Kotler e Keller (2006) consideram que para a coleta de dados primários os
pesquisadores de marketing podem fazer uso de três relevantes instrumentos, que
são os questionários, a pesquisa qualitativa e os instrumentos mecânicos. É válido
ressaltar que os questionários e os instrumentos mecânicos possibilitam o
desenvolvimento de pesquisas também denominadas quantitativas, que se
diferenciam da qualitativa pela característica dos
dados coletados e sua interpretação. A quantitativa
explora mais os recursos estatísticos, com
instrumentos mais exatos, enquanto a qualitativa faz
abordagens mais amplas, voltadas à captação
inclusive de aspectos subjetivos. Ao falar de cada um
dos instrumentos, visualizaremos melhor essa
diferenciação entre pesquisa qualitativa e quantitativa.
Os questionários são instrumentos que podem ser utilizados tanto em
pesquisas quantitativas quanto qualitativas e consiste num conjunto de perguntas a
serem respondidas por aqueles que serão pesquisados, podendo tais perguntas
serem abertas ou fechadas. Quando abertas, direciona-se mais para a pesquisa
qualitativa, quando fechadas direciona-se para a pesquisa quantitativa. Instrumento
mais utilizado em pesquisas, deve ser testado e aperfeiçoado antes da sua
aplicação em definitivo.
Definida por Kotler e Keller (2006) como instrumento de pesquisa, a
pesquisa qualitativa pode, na verdade, ter definido como alguns de seus
instrumentos os questionários com questões abertas e as entrevistas, tendo, tanto
um quanto outro, a característica de não apresentar questões estruturadas, sendo
possível a obtenção de ampla diversidade de respostas a uma mesma questão. Os
autores a consideram como excelente forma de se observar a percepção que os
consumidores possuem sobre um determinado produto, serviço ou marca,
entretanto, também destacam que, pela sua característica, esta pesquisa está
sujeita a problemas de interpretação dos pesquisadores que analisarão os dados
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coletados, tendo em vista que o caráter subjetivo também se aplica aos
pesquisadores que a estão desenvolvendo.
Os instrumentos mecânicos, por sua vez, são utilizados com menor
frequência, embora os avanços tecnológicos têm possibilitado o uso de recursos
bastante diversificados e avançados para a realização de pesquisas de marketing.
Entre tais instrumentos, Kotler e Keller (2006) destacam galvanômetros,
taquistoscópios, câmeras oculares e até mesmo sensores cutâneos.
Estabelecidos os instrumentos a serem utilizados na pesquisa, o próximo
passo é a definição do plano de amostragem, que se refere a quem serão os
pesquisados, em qual quantidade e como eles serão definidos. Essas são as três
decisões a serem tomadas, que Kotler e Keller (2006) definem como unidade de
amostragem, tamanho da amostra e procedimento de amostragem.
A unidade de amostragem é a especificação de quem serão os
pesquisados, ou seja, qual será a população-alvo, como, por exemplo, estudantes
universitários, idosos aposentados e assim por diante.
O tamanho da amostra é um procedimento natural e sequencial à definição
da população-alvo, pois embora o trabalho com toda a população seja enriquecedor
em termos de dados, economicamente e temporalmente é praticamente inviável se
fazer isso numa pesquisa de marketing, sendo, portanto, necessário especificar
quantas pessoas da população-alvo serão entrevistadas, ou seja, quantos
representantes do todo serão pesquisados para se ter uma representatividade
adequada.
E, por fim, o procedimento de amostragem é a especificação de como os
pesquisados serão selecionados. Kotler e Keller (2006) dizem que para se obter uma
amostra representativa, os pesquisadores devem realizar amostra probabilística, que
possibilita o cálculo de limites de confiabilidade para erros de amostragem,
entretanto, quando custo e tempo se torna demasiado para a pesquisa em questão,
acaba-se pela definição de amostra não probabilística.
O quadro abaixo ilustra possibilidades de amostra probabilística e amostra
não probabilística.
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Quadro 5 – Amostra probabilística e não probabilística
A. Amostra probabilística
Amostra aleatória simples Todo membro da população tem a mesma chance de ser
escolhido.
Amostra aleatória estratificada A população é dividida em grupos mutuamente excludentes (como
faixas etárias) e amostras aleatórias são extraídas de cada grupo.
Amostra por agrupamento A população é dividida em grupos mutuamente excludentes (como
(áreas) bairros) e o entrevistador extrai uma amostra dos grupos para
entrevistar.
B. Amostra não probabilística
Amostra de conveniência O entrevistador escolhe os membros mais acessíveis da
população.
Amostra de julgamento O pesquisador seleciona membros da população que sejam bons
fornecedores de informações precisas.
Amostra por quotas O pesquisador identifica e entrevista um número predeterminado
de pessoas em cada uma das diversas categorias.
Fonte: Kotler e Keller (2006, p. 108)
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do consumidor em relação às abordagens por telemarketing, tornando-se cada vez
mais difícil a sua utilização, entretanto, quando realizadas, devem ser feitas de forma
breve e não muito pessoais.
O contato pessoal, por meio de entrevistas ou outra forma similar, é um
método utilizado com frequência, mas que apresenta custo mais elevado que outros,
assim como mais planejamento e supervisão. Sua realização pode ocorrer por meio
de interceptação, como a abordagem de pessoas nas ruas, ou por meio de
entrevistas agendadas com antecedência.
E, por fim, a internet que vem tendo sua utilização cada vez mais intensiva,
com custos mais reduzidos em relação a diversos métodos e acessível a
praticamente qualquer tipo de organização. A internet pode ser utilizada de diversas
formas para a realização de pesquisas, seja por meio de entrevistas online – no
próprio site das organizações ou pelo envio de questionários por e-mail, ou pelo
cadastramento e respostas de simples enquetes. Segundo Kotler e Keller (2006, p.
109), “o teste de produtos online também está crescendo e proporcionando
informações muito mais rápido do que as técnicas tradicionais de pesquisa usadas
para desenvolver novos produtos [...]”.
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Pesquisas feitas por meio de telemarketing, online, ou mesmo por
participação voluntária das pessoas têm sido realizadas como formas alternativas
aos problemas citados em relação à coleta de informações. Muitos, às vezes,
participando de atividades de entretenimento, online ou não, estão participando de
levantamento de dados relacionados a alguma pesquisa.
Dados coletados, o próximo passo é realizar a análise deles, para que suas
informações possam contribuir para as atividades de marketing da organização. A
análise das informações envolve a tabulação e uso de técnicas estatísticas, mais
precisamente nas pesquisas quantitativas, para desenvolvimento de distribuições de
frequência, médias e medidas de dispersão para as variáveis consideradas e várias
outras que darão suporte à tomada de decisão do gestor de marketing.
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Exercício 8
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UNIDADE 7 - ESTRATÉGIAS DE PRODUTO, DE NOVOS PRODUTOS
E GESTÃO DE MARCAS
Para Kotler e Keller (2006), um produto é tudo aquilo que se pode oferecer a
um mercado para a satisfação de uma determinada necessidade ou desejo nele
existente, podendo ser desde bens físicos a serviços, experiências e ideias. Las
Casas (2008) diz que os produtos podem ser de consumo ou industriais, sendo o de
consumo todo aquele que é voltado para o consumidor final, enquanto o industrial é
direcionado às organizações.
O produto ainda pode ser classificado como produto básico, esperado,
ampliado e diferenciado, conforme os níveis de benefícios e características que
apresenta e que mostra a figura abaixo:
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Partindo do benefício central, que é o nível mais fundamental de produto, a
cada nível seguinte são agregados mais benefícios e valor para o consumidor. O
nível oferecido por um determinado produto está, de certa forma, em sintonia com o
posicionamento no mercado da organização que o desenvolveu. Ainda quanto ao
benefício central, é importante destacar que é aquilo que o cliente está comprando,
ou seja, um alimento que sacie sua fome, um quarto de hotel para passar a noite,
um veículo que o transporte e assim por diante.
O produto básico representa a ampliação do benefício central, mas não
muito além disso, como, por exemplo, o próprio alimento que sacia a fome, um
quarto de hotel ou um automóvel. De certa forma, o produto básico é uma espécie
de concretização do benefício básico, que atenderá a necessidade específica do
consumidor. Conforme Las Casas (2008, p. 256), “[...] é a oferta inicial, sem
benefícios adicionais. Ela representa o esforço de materialização do benefício
central do produto [...]”.
Entretanto, o consumidor quando apresenta uma determinada necessidade
e visualiza um produto ou serviço para satisfazê-la, espera determinados benefícios
e características deste produto, o que constitui, portanto, um produto esperado, ou
seja, um produto que apresenta atributos e condições que o consumidor espera ao
comprá-lo (Kotler e Keller, 2006). No caso de um quarto de hotel, por exemplo, o
consumidor pode ter como produto esperado um quarto com uma cama confortável,
lençóis que o abriguem numa noite fria, um chuveiro aquecido e um ambiente limpo
e agradável. Segundo Las Casas (2008), os produtos esperados mudam conforme o
tempo e devem ser oferecidos sempre que os seus concorrentes o ofereçam, caso
contrário, sua organização já estará se colocando em desvantagem em relação ao
mercado.
Agora, quando se busca ir além das
expectativas do cliente, ou seja, além do que ele
espera, a organização pode acrescentar
benefícios e valores ao produto esperado,
oferecendo-lhe um produto ampliado. Utilizando
o mesmo exemplo do quarto de hotel, a empresa
pode oferecer um quarto com camas de casal
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king size, lençóis de cetim, banheira no quarto e preços promocionais, além dos
demais benefícios já esperados. A condição de produto ampliado, conforme Las
Casas (2008), está também sujeita às situações no mercado. A partir do momento
que os concorrentes, por exemplo, passam a oferecer os mesmos benefícios
ampliados, estes deixam de ser ampliados e tornam-se novamente produtos
esperados. Cama king size, por exemplo, já se tornou um benefício esperado
quando se fala em quartos de hotéis.
O produto diferenciado, por sua vez, conforme Las Casas (2008, p. 257),
“[...] é aquele que apresenta características e benefícios não oferecidos pela
concorrência, ou então que não encontre rivalidade que possa abalar o esforço
mercadológico da empresa [...]”. Kotler e Keller (2006) também chamam estes
produtos de potenciais, porque muitas vezes um produto diferenciado é aquele que
ainda não é oferecido, mas que existe mercado potencial para ele. Ainda usando o
exemplo da hospedagem em um quarto de hotel, um produto diferenciado pode ser
aquele que além de tudo o que foi citado anteriormente, ainda acrescente, por
exemplo, serviço de secretariado ao cliente durante o período em que ele estiver
hospedado, assim como serviço de lavagem do seu automóvel, caso esteja com seu
carro próprio e assim por diante.
Segundo Kotler e Keller (2006, p. 367), “a diferenciação surge a partir da
ampliação do produto, que é o que leva o profissional de marketing a examinar o
sistema de consumo: a maneira como o usuário desempenha as tarefas de obter,
usar, adaptar e descartar o produto [...]”.
Conforme já dito anteriormente, o produto ou serviço de uma empresa está
em sintonia com a forma como ela se posiciona no mercado e a ampliação desse
produto é uma estratégia que antes de ser adotada precisa da consideração de
alguns aspectos como o custo que isso representa, o fato de que benefícios
ampliados logo tornam-se benefícios esperados e que, à medida que se elevam os
preços em função da ampliação de produtos, os concorrentes podem optar por
caminhos inversos, reduzindo-se alguns benefícios e oferecendo preços mais
baixos. Um exemplo desse caminho inverso é o caso de alguns hotéis que deixaram
de oferecer serviço de café da manhã como forma de redução de preços de suas
diárias.
Os produtos, conforme Kotler e Keller (2006), são classificados pelas
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organizações conforme suas principais características, sendo consideradas a
durabilidade, a tangibilidade e o uso, que pode ser para consumo ou industrial,
conforme já citado anteriormente. A identificação ou classificação do produto é
importante para a organização, pois cada tipo exige uma estratégia diferenciada de
mix de marketing, conforme suas particularidades.
Em termos de durabilidade e tangibilidade, eles são classificados em bens
não duráveis, bens duráveis e serviços, cujas características são apresentadas no
quadro abaixo.
Classificação Características
Tangível, de pouco uso (uma ou poucas vezes). Estratégia mais adequada é
Bens não disponibilização em muitos locais, pequenas margens de lucro no varejo e
duráveis anúncios maciços para induzir experimentação. Exemplo: bebidas e produtos de
limpeza.
Tangível, usado normalmente durante um período de tempo mais longo.
Estratégia está associada à venda pessoal e serviços, margem de lucro mais
Bens duráveis
elevada no varejo e requer mais garantias do fabricante. Exemplo: vestuário e
eletrodomésticos.
Intangível, inseparável, variável e perecível. Normalmente exige mais controle
Serviços de qualidade, credibilidade do fornecedor e adaptabilidade. Exemplo: serviços
de beleza e assessoria jurídica.
Fonte: Adaptado de Kotler e Keller (2006)
Classificação Características
Comprados com frequência, imediatamente e sem esforço. Podem
ser: básicos, como creme dental, que são comprados com
regularidade; bens de impulso, como uma barra de chocolate, cuja
compra é feita sem planejamento ou esforço de busca; e bens de
Bens de conveniência
emergência, como um pneu de carro para substituir um que estourou.
A estratégia para bens de impulso e emergência é disponibilizá-los
em locais onde os consumidores se sentirão estimulados a consumi-
los ou encontrá-los com facilidade.
Durante processo de seleção e compra, consumidor os comparam
Bens de compra em termos de adequação, qualidade, preço e modelo. Podem ser:
comparados homogêneos, quando são semelhantes em qualidade, mas com
diferenças significativas em termos de preço; heterogêneos, quando
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diferenças concentram-se em aspectos cuja importância é maior do
que a do preço. No caso de heterogêneos, estratégia deve buscar
oferecer maior variedade para satisfação de gostos individuais do
consumidor e, ainda, apresentar equipe de vendas bem treinada para
informação e orientação dos consumidores.
Apresentam características singulares ou identificação de marca pela
qual os consumidores estão dispostos, de certa forma, a fazer um
esforço extra de compra. Não envolve comparações e consumidores
Bens de especialidade
investem tempo e energia para chegarem até os vendedores, não
importando a localização, o que torna a evidência dessa localização
um aspecto a ser considerado pela estratégia de marketing.
Não são conhecidos pelo consumidor ou ele normalmente não pensa
Bens não procurados em comprar. Estratégia em relação a ele deve considerar
propagandas e venda pessoal.
Fonte: Adaptado de Kotler e Keller (2006)
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adequadas à situação. Constituído de quatro fases – introdução, crescimento,
maturidade e declínio – o ciclo de vida do produto deve ser monitorado pelo gestor
de marketing para o direcionamento de suas ações.
A figura apresentada abaixo ilustra o ciclo de vida do produto, sobre o qual
refletiremos.
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comum que a organização enfrente resistências, em função do desconhecimento do
produto pelo mercado ou por ele estar acostumado a outras marcas, exigindo,
portanto, esforços de marketing no sentido de também destacar as características e
os benefícios dos produtos.
O segundo estágio é o de crescimento, no qual a demanda pelo produto ou
serviço encontra-se em processo de ascensão, ou seja, em contínuo aumento,
assim como os lucros em relação a ele. Nesse período, a concorrência também
tende a aumentar, o que representa uma maior disputa por participação no mercado,
exigindo mudança de foco da organização e estratégias de divulgação e
posicionamento que provoque demanda secundária e melhor formação da imagem
da marca, consolidando sua participação no mercado.
O estágio de maturidade representa um período de consolidação, no qual
há estabilização dos níveis de demanda e de participação no mercado,
principalmente pela estabilidade, inclusive, de concorrentes. Normalmente, nesse
contexto, um determinado líder de mercado detém a fatia maior desse mercado,
enquanto seguidores ou desafiadores procuram atacá-los e uma grande maioria dos
concorrentes disputa uma fatia menor de participação neste. Nesse contexto, uma
estratégia das organizações é investir muito em promoções de vendas, propagandas
e na identificação de nichos de mercado e em comunicação com estes, buscando
assim, ampliar seu volume de vendas, que se encontra praticamente estabilizado.
E o último estágio do ciclo de vida do produto é o declínio, no qual as
vendas começam a reduzir continuamente e, consequentemente, o lucro em função
delas. O declínio é um processo natural em decorrência de vários fatores, dentre os
quais as inovações tecnológicas ocorridas e o lançamento de novos produtos ao
mercado. Nesse período, as organizações tendem a reduzir ou anular os
investimentos em atividades de comunicação, assim como monitoram o
desempenho do produto para, caso seja o mais adequado, retirá-lo do mercado.
Algumas organizações, mesmo sabendo que o produto se encontra em declínio,
optam por mantê-lo no mercado para atendimento de necessidades específicas de
alguns clientes que são fiéis ou ainda compram o produto e alguma também
aproveita a ocasião pela redução do número de concorrentes que ocorre nesse
período em função da baixa lucratividade e demanda em declínio.
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7.3 Novos produtos
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armazenadas, quando for o caso, em um banco de ideias a ser utilizado. A
criatividade é um importante fator nesse processo e deve ser estimulada
continuamente, por meio de um ambiente propício para isso. Lawton e
Parasuraman (1980) apud Las Casas (2008) destaca que a principal fonte
de ideias para novos produtos industriais são fontes de caráter interno,
além de pesquisa e desenvolvimento, e, no caso de bens de consumo, é a
análise de produtos concorrentes. Caráter interno, além de pesquisa e
desenvolvimento, é a segunda fonte de ideias para produtos de consumo.
Seleção: Representa a etapa de escolher, dentre as ideias surgidas,
aquela que se acredita que terá maior possibilidade de sucesso, ou seja,
maior viabilidade. Conforme Las Casas (2008, p. 273), nesta etapa “[...]
consideram-se aspectos tais como viabilidade de produção, custos e
tecnologia envolvida, além de alguns aspectos legais, fiscais, entre outros
[...]”.
Planejamento: O planejamento de novos produtos passa pela realização
de testes de conceito, simulações, planos de venda e de custos, entre
outros. Os testes de conceito consistem em apresentar aos consumidores,
por meio de materiais escritos, fotos e simulações, os benefícios e
características do produto. A partir desse teste e o retorno obtido, são
desenvolvidos os planos de venda e custos, tentando estabelecer
projeções e sua viabilidade.
Desenvolvimento do produto: Esta etapa consiste na fabricação do
produto, devendo haver para tal, comunicação entre as diversas áreas da
organização, principalmente entre marketing e produção. Nesse período se
discutem as especificações do produto, os materiais e as matérias-primas a
serem utilizadas, entre outros. Nesse período realiza-se o que Las Casas
(2008) denomina como engenharia simultânea, que consiste na
participação e debate simultâneo entre as partes envolvidas no projeto,
abordando as tarefas sobre como será o produto e como será feito,
possibilitando assim ganho de tempo.
A realização de testes do produto é outro aspecto desta etapa que muito
contribui nesse processo de desenvolvimento do produto. Esses testes são
realizados por meio de protótipos que são levados ao mercado para análise
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da aceitação do produto e verificação de ajustes que forem necessários.
Teste de marketing: O teste de marketing é mais uma etapa no
processo de desenvolvimento do produto, antes de colocá-lo em definitivo
numa produção em escala. Diversas técnicas podem ser utilizadas para
isso, conforme já citado na unidade referente à pesquisa de marketing.
Comercialização do produto: Passadas as etapas anteriores, inicia-
se o processo de comercialização do produto, com sua inserção definitiva
no mercado e o desenvolvimento de atividades de marketing, conforme
abordado em relação ao ciclo de vida do produto.
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própria e não influencie as demais. Esta é uma boa opção para se evitar, também,
que uma determinada marca possa prejudicar as outras, quando esta passar por
problemas no mercado.
Mesmo que uma marca seja conhecida e bem vista no mercado, as
organizações podem optar por fazer associações entre elas, de tal forma que uma
possa contribuir com a outra. Neste caso utilizam-se as marcas de família, que é
uma mesma marca associada a diversos produtos. Tais marcas podem apresentar
diferentes combinações, conforme o quadro destacado abaixo.
Combinação Característica
Uma mesma marca é atribuída a diferentes produtos, que
Nome de família abrangente
praticamente possuem a mesma marca nominal.
Utilizados quando grupos de produtos são diferentes, de forma a
Nomes de famílias separados
dissociá-los.
Nome comercial da empresa Marca comercial é associada a cada produto, atribuindo-lhes
combinado com diferentes legitimidade, ao mesmo tempo que a marca individual o identifica.
nomes de produtos
Fonte: Adaptado de Las Casas (2008, p. 263)
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conceitos relacionados ao uso, reuso e descarte dos produtos tornam-se uma
preocupação contínua e necessária, devendo, sem dúvida, ser considerada pelos
profissionais de marketing.
A ideia em termos de marketing ambiental é que se desenvolvam produtos
sustentáveis, com processos produtivos que apresentem o
menor impacto possível sobre os recursos naturais, que se
utilizem preferencialmente recursos renováveis, com baixo
consumo de energia e cujos resíduos decorrentes da sua
produção e uso não sejam simplesmente descartados no
meio, poluindo e agredindo a natureza. Essa concepção,
inclusive, é tão presente que se torna cada vez mais
frequente a presença de mensagens nas embalagens dos produtos informando a
origem dos recursos que são utilizados em seus processos produtivos, assim como
as ações que a organização responsável pela sua produção desenvolve em
benefício das questões ambientais.
Diante disso, os profissionais de marketing, no contexto atual, devem fazer
tais considerações e aplicá-las em todas as atividades de marketing desenvolvidas
nas organizações em que atuam, principalmente no que se refere ao
desenvolvimento de novos produtos. Tamanha é a relevância da questão, que em
muitos mercados o respeito à questão ambiental é condição fundamental para se
estabelecer negócios.
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atividades e podem proporcionar resultados mais eficazes ao produtor do que se ele
optasse por fazer essa atividade, embora existam algumas organizações que ainda
o fazem. Em sua grande maioria, entretanto, elas fazem uso de uma forma ou outra
dos canais de distribuição.
O produtor, que no caso assume papel de fornecedor ao canal de
distribuição, precisa incentivar os membros de seus canais, assim como avaliá-los
com regularidade, principalmente com relação à capacidade operacional e quanto à
afinidade de objetivos. Para Sandhusen (1998), apud Las Casas (2008), as decisões
chaves no estabelecimento de um sistema de distribuição devem considerar
questões como: Quais funções que os membros do canal devem desempenhar?
Como os fluxos de distribuição devem ser gerenciados? Como o canal de
distribuição deve ser estruturado? E como a distribuição física deve ser gerenciada
para transferência mais eficaz e lucrativa dos produtos?
O delineamento dos canais de distribuição pode assumir diversas formas e
quantidade de intermediários, conforme as características de produtos e relações
que se busca estabelecer. No caso de bens de consumo, por exemplo, é possível
em alguns casos se estabelecer um canal de distribuição direto com o consumidor,
como no caso de vendas online direto do fabricante, entretanto, em caso de
produtos mais massificados pode ser necessária uma quantidade maior de
intermediário. A decisão deve ser ponderada pela organização produtora do serviço.
A figura abaixo demonstra algumas possíveis estruturas de canais de comunicação
para bens de consumo.
Agente
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No caso de produtos industriais ou organizacionais, os canais de distribuição
podem assumir estruturas mais compactas que as necessárias para o contexto do
mercado de consumo.
A escolha dos canais, conforme Las Casas (2008), ainda é influenciada
pelos seguintes aspectos: potencial de vendas do mercado, tipo de produto, fatores
ambientais, aspectos financeiros e de controle. No que tange ao potencial de
vendas, há uma relação entre potencialidade e hábito de consumo: havendo maior
potencial de vendas no mercado, devem-se buscar canais que proporcionam maior
cobertura, já se os clientes desejarem informações mais detalhadas sobre produtos,
isso implica em uma escolha mais seletiva dos canais, assim como não pode faltar
aqueles em que o público-alvo tem o hábito de consumir com frequência.
Quanto ao tipo de produto, quanto mais complexo tecnicamente ele for,
assim como mais perecível, serão necessários canais mais curtos, entretanto, no
caso de produtos de menor complexidade, há uma tendência a se buscar uma
distribuição intensiva. Em termos de fatores ambientais, podem-se considerar
elementos como situação econômica e intensidade de concorrência, sendo que no
caso de uma recessão econômica, por exemplo, existe uma tendência a reduzir os
canais de distribuição e no caso de concorrência intensiva nos canais, pode-se optar
por uma forma alternativa, como uma distribuição direta, por exemplo. E, por fim,
quanto aos aspectos financeiros e de controle, a organização precisa ponderar a
relação custo benefício de se optar por uma distribuição direta ou por uma
distribuição pelos canais de distribuição convencionais, assim como o controle que
ela possui sobre essa distribuição. Somente após a consideração desses fatores é
que se recomenda a definição dos canais a serem utilizados.
Exercício 9
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distingue dos demais e o coloca em vantagem competitiva.
d) Produto básico é uma espécie de concretização do benefício central, ou seja,
uma ampliação deste, sem benefícios adicionais.
e) Oferecer ao mercado um produto ou serviço que seja apenas um produto
esperado não representa uma boa estratégia e está longe de trazer vantagem
competitiva à organização que o desenvolve.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOONE, Louis E.; KURTZ, David L. Marketing contemporâneo. São Paulo: Cengage
Learning, 2009.
KOTLER, Philip; KELLER, Kevin L. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2006.
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