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Manual do e-formando
Introdução à Gestão
Formadora
Adriana M. Teixeira
www.webstudy.pt
Índice
INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 4
PLANEAMENTO ............................................................................................................. 52
ORGANIZAÇÃO ............................................................................................................ 52
DIREÇÃO ................................................................................................................... 53
CONTROLO ................................................................................................................. 53
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 54
Conforme análise proposta por vários autores (Malone et al., 1999; Akoka et al., 2000;
Vasconcelos et al., 2002; cit in. Silva, P., 2008) "Independentemente dos referenciais
e dos modelos de representação, a realidade organizacional pode ser vista segundo três
perspetivas: o que é a organização, o que faz (os seus processos) e o que fazem os
seus atores - as pessoas (as suas competências)". Assim sendo ao administrador/gestor
é necessário um conhecimento profundo destas perspetivas para que possa potenciar a
sua ação e consequentemente os seus resultados.
Chiavenato refere mesmo que a história das empresas pode ser dividida em seis fases:
Figura 1
É necessária uma referência às diversas formas que, mais usualmente, têm sido
utilizadas na classificação das teorias das organizações, por vezes referidas, também,
como teorias da administração (BARROSO, 1993, p. 406). Três formas diferentes têm
sido utilizadas na aproximação à classificação das teorias das organizações. Enquanto
alguns autores se referem, genericamente, a abordagens, perspetivas, escolas, teorias
e períodos (CHIAVENATO, 1983; CAMPBELL; NEWELL, 1985; BERNOUX, 1985; HUGHES,
1987; SCOTT, 1987; CURY, 1990; LUNEMBERG; ORNSTEIN, 1991; BURNES, 1992),
outros autores organizam-nas em termos de paradigmas (CHANLAT ; SÉGUIN, 1992) e
um terceiro grupo referenciam-nas em termos de metáforas (MORGAN, 1989).
No quadro seguinte (Quadro 1) damos conta das relações entre as diversas formas
inventariadas, nos autores referidos. Dada a diversidade de fontes consideradas e a
variedade de perspetivas, importa fazer algumas considerações sobre o referido quadro.
Uma primeira observação prende-se com o facto de apenas Chanlat; Séguin e Morgan
considerarem, de forma clara, uma visão prospetiva de correntes ou perspetivas que,
no âmbito das teorias da organização são, na atualidade, ainda apenas marginais, e
que se identificam nalguns casos com o 3º momento, considerado na nossa grelha de
leitura.
Em segundo lugar, duas das tipologias são do âmbito das teorias da administração -
Chiavenato e Cury -, não obstante, como se pode verificar, não apresentam diferenças
significativas quando confrontadas com as restantes, cuja origem se pode considerar
da área da sociologia das organizações.
a) Teorias Clássicas;
b) Relações Humanas;
c) Teorias de Sistemas;
d) Teoria da Contingência;
e) Sistemas de Ação Concreta;
f) Teorias Emergentes.
Figura 2
Teorias Clássicas
Figura 3
Com esta nova tendência gerada pela nova realidade, torna-se imperativo desenvolver
novos processos tais como regras e códigos de conduta obrigando o indivíduo a adaptar-
se total e mecanicamente ao processo produtivo e ao esquema de funcionamento da
organização. O indivíduo apenas iria complementar o trabalho da máquina.
Silva (2008) complementa esta ideia no seu trabalho onde indica que "Os princípios da
administração científica se basearam na estrutura formal e nos processos das
organizações. As pessoas eram vistas como instrumentos de produção e utilizadas para
alcançar a eficiência para a organização" onde "(…) os classicistas preferiram ignorar
ou minimizar a importância do fator humano (…) porque (…) acreditavam que as
pessoas deveriam estar sob um sistema de autoridade." O mesmo autor refere que "A
unidade básica da administração científica era a função e a construção de uma estrutura
formal requerida, estabelecendo primeiro os objetivos, e em seguida, dividindo o
trabalho em unidades menores (tarefas simples), que seriam colocadas como um
Para Taylor, a execução das tarefas deveria ser apenas de uma forma, simplificando o
processo (the one and only best way).
Rosa, A. (2002) indica que Taylor, juntamente com Fayol, foi o primeiro a encarar
empresas como organizações tendo em conta que "A possibilidade de deduzir e
subordinar comportamentos locais a uma estrutura global previamente definida
permitiu a junção dos conceitos de previsibilidade, controlo e maximização da eficiência
das organizações" através da otimização dos processos, "otimização essa que seria
conseguida se o trabalho de produção fosse completamente planeado, repetitivo,
maximamente especializado e funcionalmente supervisionado".
No seu trabalho, Santos, H. (2011) indica que Henry L. Gantt, que era engenheiro
mecânico tal como Taylor, que criou o gráfico de Gantt e deu origem ao PERT (Program
Evaluation and Review Technique) (utilizados atualmente na área da gestão de projetos)
estudou o planeamento e controlo do trabalho. Harrington Emerson, também
engenheiro, trabalhou a simplificação dos métodos de desenvolvidos por Taylor e
desenvolveu trabalhos sobre seleção e recrutamento de trabalhadores.
Henry Ford, pai Ford Motors Co. desenvolveu o conceito de linha de montagem e método
de produção em série potenciando significativamente o nível da produtividade
Paralelamente a esta realidade, Jules Fayol (1841-1925) desenvolveu uma teoria similar,
a teoria da Administração Geral, ainda que com foco diferente. Wren (2005) cit in. Prim
et al (2008) referem que "as duas teorias – a Administração Científica e a Administração
Geral – foram desenvolvidas sob uma mesma ótica, mas com enfoques distintos: a
primeira concentrou-se na oficina de trabalho (gestão da produção), enquanto que a
segunda focou na organização como um todo (gestão geral).
Matos, E. e Pires, D. (2006) indicam que "A teoria da Administração Científica iniciada
por (…) Taylor fundamenta-se na aplicação de métodos da ciência positiva, racional e
metódica aos problemas administrativos, a fim de alcançar a máxima produtividade"
tendo esta "provocado uma verdadeira revolução no pensamento administrativo e no
mundo industrial" sendo complementada pela Teoria Clássica de Fayol onde se substitui
a "abordagem analítica e concreta de Taylor por uma abordagem sintética, global e
universal. Propôs a racionalização da estrutura administrativa e a empresa passa a ser
percebida como uma síntese dos diversos órgãos que compõe a sua estrutura."
Estas três teorias apontam assim para uma lógica baseada numa estrutura onde Taylor
aborda o mecanicismo, Fayol as hierarquias e Weber as regras burocráticas.
Tabela 1
A administração científica, não foi, no entanto, isenta de críticas, pelo facto de esquecer
o fator humano, tendo surgido novas abordagens tentando colmatar isto
nomeadamente a Teoria das Relações Humanas, combatendo " o formalismo na
Especialização Avançada Pós Universitária em Gestão de Empresas 17
Manual do e-formando “Introdução à Gestão”
administração" e deslocando "o foco da administração para os grupos informais e suas
inter-relações, oferecendo incentivos psicossociais, por entender que o ser humano não
pode ser reduzido a esquemas simples e mecanicistas" (Matos, E.; Pires, D., 2006) com
a "crença que a chave para o aumento da produtividade está na satisfação dos
empregados" (IMES, 1998).
Mayo, através do seu estudo "obteve algumas conclusões: (…) que o trabalho é uma
atividade grupal, sendo que o nível de produção era mais influenciado pelas normas do
grupo do que pelos incentivos físicos e pecuniários de produção" e que "a nova elite,
em vez de levar os empregados a entenderem a lógica da direção, deve entender as
limitações dessa lógica e tentar compreender a lógica dos trabalhadores". (Kern, RG;
Kern, RG, 2013).
Robbins (2005) alerta também para a importância do trabalho de Mayo onde através
da Experiência de Hawthorne conclui que "comportamento e sentimento estão
intimamente relacionados, que as influências do grupo afetam significativamente o
comportamento individual, que os padrões do grupo têm uma forte influência sobre os
resultados individuais e que o dinheiro é um fator menor na determinação de resultados
se comparado com os padrões do grupo, os sentimentos do grupo e a segurança".
Neste contexto, McGregor criou em 1960 as Teorias X e Y, onde Kern e Kern afirmam:
"Teoria X - baseada em ideias que, em síntese, pontuam que o ser humano não
gosta de trabalhar e evitará o trabalho o quanto for possível. A administração
precisa controlar para obter produtividade, criar incentivos materiais,
dimensionar o dia de trabalho de cada um e denunciar todas as formas de
“vadiagem” no trabalho. Devido à aversão ao trabalho, todas as pessoas devem
ser coagidas, forçadas e ameaçadas a fim de se conseguir um esforço razoável
por parte delas.
Contudo alguns autores afirmam que esta teoria é minimalista e não expressa a
complexidade humana, complexidade esta defendida por Maslow e a sua hierarquia das
necessidades, sob a forma de uma pirâmide:
Figura 4
Herzberg propôs também uma teoria, estudando o comportamento, a teoria dos Dois
Fatores, como se verifica na imagem.
Dado que existiam "Problemas recorrentes nos campos das ciências biológicas, sociais
e comportamentais da “ciência clássica”, tais como os problemas dos organismos e da
própria natureza, eram totalmente desprezados, considerados ilusórios ou metafísicos,
(…) o aparecimento de modelos representando os aspetos de interação entre as
variáveis da natureza implicou a introdução de novas categorias no pensamento e na
pesquisa científica." (Vale, 2012)
"A resolução de problemas no campo das ciências que apresentavam múltiplas variáveis,
tais como a Biologia, exigia novos instrumentos conceituais para tratar os problemas
da complexidade organizada. Os modelos teóricos, de onde decorrem os instrumentos,
tinham que ser interdisciplinares, pois transcendem os departamentos convencionais
da ciência e se aplicam a fenômenos em diversos domínios." (Vale, 2012)
Com estes conceitos surge a Teoria Geral dos Sistemas, de Bertalanffy como " uma
teoria interdisciplinar para transcender os problemas exclusivos de cada ciência e
proporcionar princípios gerais (sejam físicos, biológicos, sociológicos etc.) e modelos
gerais para todas as ciências envolvidas, de modo que as descobertas efetuadas em
cada uma pudessem ser utilizadas pelas demais" .(Farias et al, 2013)
Outra teoria também importante foi a Teoria Contingencial. Esta, de acordo com Pereira,
Rodrigues e Gessi (2008) é "uma das principais teorias administrativas, é apresentada
e comentada na ótica de diversos autores e aborda, em seu contexto geral, os pontos
de divergência de ideias dos autores num sentido de evolução do conhecimento e de
ação e interferência dos fatores contingenciais, principalmente o ambiente, na
interpretação e entendimento do assunto". Os mesmos autores indicam que esta teoria
"enfatiza o fato de que não há um único modelo de gestão, pois os diversos fatores
contingenciais, tais como, estrutura, tempo de vida da empresa, tecnologia, ambiente,
dentre outros, interferem de forma decisiva na tomada de decisões e, como estes
fatores também estão em constante mudança, as decisões tomadas hoje não
necessariamente serão as mesmas a serem admitidas em processos futuros."
Figura 6
Com a rápida evolução social e dos mercados, a gestão organizacional teve de evoluir
e com esta os modelos teóricos em que se baseava a sua atividade, dada a fortíssima
concorrência.
Os primeiros sinais de crise, surgiram nos E.U.A. O que tornou esta crise mais visível e
provocou um aumento da discussão sobre a mesma. Neste período ocorre um
movimento generalizado de lutas e resistências nos locais de trabalho, aumento dos
defeitos de fabrico e quebras no ritmo de produção. Simultaneamente os sindicatos
exigem a continuação dos ganhos de produtividade incorporados aos salários e
recusavam continuar a contribuir com a gestão taylorista/fordista, pois estas impunham
um trabalho rotineiro, repetitivo e provocado a desqualificação dos trabalhadores. As
manifestações generalizaram-se aos vários setores da sociedade em especial entre os
jovens estudantes que questionavam este "modo americano de viver".
Nesse sentido, Martins (2012) e de acordo com o defendido por Harvey já em 1989
afirma que:
"O fordismo não é um conceito teórico e sim uma forma de caracterizar o modo de vida
total do último auge cíclico do capitalismo. Este por sua vez, é um novo estágio de
acumulação onde a classe capitalista procura gerir a reprodução da força de trabalho
assalariada através de uma estreita articulação entre relações de produção mercantil
pelas quais os assalariados compram seus produtos."
Particularmente nos E.U.A esta crise começa a provocar uma reordenação nos mercados
levando à perda da hegemonia no plano económico dos E.U.A e por consequência a
emergência de outros países produtores. Assim, a economia Japonesa começa a
despontar num grande crescimento com altos níveis de produtividade.
Segrestin, citado por Martins (2012) refere também que se há mudança, ou seja, se
ocorre uma mudança na eficiência produtiva real procurando outro tipo de modelo.
Administração Japonesa
Na década de 70 emerge surge este modelo como elemento central nos debates da
sociologia do trabalho, muito impulsionado pera teoria da desqualificação de Braverman
(1974) que provocou grande discussão em torno do processo de trabalho e pela escola
Francesada regulação, que defendia um paralelismo entre a crise do capitalismo e o
"fordismo".
Segundo Tolliday e Zeitlin (1986) cit in Wood, S. (2014) surge então o Japão e os seus
métodos de organização cada vez mais associado ao Pós-fordismo. A grande questão
passa então a ser se estes métodos de organização do trabalho são o pós-fordismo ou
seja um novo método ou "apenas" um melhoramento do Fordismo. Tolliday e Zeitlin
(1986) e Piore e Sabel (1984) cit in Wood (2014).
Figura 8
O Modelo Japonês de Gestão começou a ser concebido na década de 50. Muito por culpa
de um conflito com o sindicato da indústria automobilística.
A Toyota Motor Company precisou de rever os conceitos de gestão que utilizava até
então para enfrentar uma escassez de força de trabalho. Assim, contratou o Engenheiro
Ohno que passara três meses no complexo da Ford nos Estados Unidos, estudando os
métodos de produção fordista procurando perceber porque é que a produtividade dos
operários americanos era dez vezes superior à dos orientais Ohno (1997) cit in Freire,
L. M. (2008). Tal diferença de produtividade só poderia ser explicada pela existência de
perdas no sistema de produção. A partir daí, verificou-se a estruturação de um processo
sistemático de identificação e eliminação das perdas, Ghinato (2000) cit in Freire, L. M.
(2008). O objetivo principal era reorganizar a fábrica japonesa e torná-la numa grande
Produtora de veículos. Por essa razão, a base técnica do modelo Japonês de gestão
também é chamada de ohnismo e ficou conhecido internacionalmente pelo termo
japonês Kanban.
Nessa mesma época, a Toyota enfrentava uma das mais sérias crises financeiras da sua
história, o que limitava o nível de compras e obrigava a um apertado controlo dos
Stock's. Com os poucos recursos de que dispunha, a empresa foi obrigada a criar um
sistema que não obrigasse a grandes imobilizações financeiras e que encurtasse a
distância entre a produção e as vendas. Assim, Ohno criou o método Just-in-Time, um
subsistema do Kanban que implica a produção da quantidade justa no tempo justo de
satisfazer a encomenda.
O dinheiro investido na fabricação de cada automóvel fosse recebido de volta o mais
rápido possível. Liker (2004) cit in. Freire (2008).
Entre o início dos anos 50 e 1954, a procura interna por veículos automotores
continuava insignificante. No entanto a crise financeira da Toyota parecia sanada, e a
Guerra da Coreia fornecia uma procura suplementar para satisfazer as necessidades da
guerra. Esse período serviu para testar a versatilidade do primeiro momento do Kanban
e a eficiência do Just-in-Time: a Toyota deveria atender a uma procura interior restrita,
embora diversificada e, ao mesmo tempo, ser suficientemente ágil na produção em
massa de alguns veículos de guerra. Em resumo, esse período serviu para testar a
elasticidade e a plasticidade do método de Ohno. Este período serviu de teste aos limites
quantitativos "superiores" do ohnismo e, portanto, de sua adequação às fases
ascendentes do ciclo econômico (Malaguti, 1996).
Não podemos esquecer que o mercado interno era ínfimo, o que diminuía
substancialmente a validade do teste, ou seja, não foi possível observar-se a aplicação
do método num grande mercado em rápida evolução. Após o fim da Guerra da Coreia
(meados da década de 50) ao final da década de 60, a Toyota apenas contou com o
reduzido mercado interno, levando assim a um teste de adequação às fases
descendentes do ciclo. O sistema de Ohno passou por outra prova quando, nos anos 70,
a procura de veículos foi ligeiramente aquecida não se tendo observado qualquer
disfunção. Parecia claro, que Ohno havia descoberto um método de produção eficiente
sob condições de procura restrita ou sofrendo pequenas oscilações (ascendentes ou
descendentes).
Com a chegada dos anos 80, os limites "superiores" do método de Ohno não puderam
mais ser testados. O desenvolvimento do Kanban parecia ser o caminho a ser trilhado.
E sua implantação e aprofundamento passaram a ser os objetivos primordiais, tanto da
Toyota quanto de inúmeras empresas em todas as partes do Mundo (Malaguti, 1996).
Esse procedimento, que ficou conhecido pelo nome de Just-in-Time (no tempo justo),
implica um aumento de produtividade baseado na aplicação de uma ideia simples: o
"stock-zero". Ohno acreditava que o aperfeiçoamento e a rapidez da informação entre
postos de trabalho levariam a reduções substanciais de custos e diminuição dos
desperdícios. Coordenando a produção com consumo, conseguiu suprimir uma série de
custos ligados a descoordenação na relação oferta/procura:
Desperdício de Superprodução- que segundo Ohno (1997) cit in. Freire (2008) é
a considerada mais danosa e mais difícil de eliminar.
Ao gerir de uma forma mais eficaz/eficiente os Stock's estava realizada a primeira etapa
do Kanban. Mas é bom que tenhamos claro que o Just-in-Time é apenas uma premissa
do Kanban.
"E este é o ponto importante sobre o qual é necessário insistir: a inteligência de Ohno
aparece no fato de ele não ter se atido aos estoques. E, finalmente, de só referir-se a
estes como simples pontos de partida (grifo nosso)" (CORIAT, 1991, p.21) cit in
Malaguti, M. (1996) e Freire (2008).
A empresa que adota os preceitos de Ohno deve ser uma empresa "minimizada", flexível
e transparente: minimizada porque livre de todos os excessos; flexível porque votada
à produção de séries reduzidas de múltiplos produtos; transparente porque o número
de coordenadores das diversas "funções de produção" também se subordina aos
princípios do stock-zero.
Distintamente da administração Japonesa, esta não tem uma origem histórica definida
muito por culpa de serem raras as empresas que a colocam em prática.
"Uma visão da literatura mais em voga desde o fim dos anos 70 mostra que as teorias
"circulam" dentro do quadro tradicional do funcionalismo utilitarista norte-americano e
do pensamento económico neoclássico. A cultura foi dos primeiros cavalos de batalha
introduzidos nesse questionamento da administração tradicional… O segundo cavalo
introduzido nesse campo, geralmente considerado complementar, é o da denominada
qualidade total. É fácil constatar que, no essencial, a maior parte dos best-sellers
recentes em administração mesclam de uma forma ou de outra, elementos sobre
cultura das empresas e elementos sobre gestão e qualidade. Ajustam-se a esses outros
temas, tais como considerações sobre ecologia ou ética sobretudo, proposições de
modos de gestão que visam à coesão, à cumplicidade, ao espírito de iniciativa e à
criatividade em todos os níveis. Tudo isto se fará, proclama-se, pela "revalorização" do
"capital humano". Aktouf (1996), p. 235-236.
respeito;
forma melhor;
• Comprometimento total com os resultados: este aspeto garante que cada pessoa
está consciente da sua responsabilidade individual com os resultados a serem
perseguidos pela equipa ou pela empresa. Este comprometimento é uma das
características mais importantes da administração participativa, pois disciplina a
atuação individual de cada pessoa.
O modelo de gestão descrito constitui uma forma dos gestores que valorizarem o
potencial dos seus colaboradores e não serve propriamente para reduzir o número de
reclamações por parte dos trabalhadores nem para os "controlar". Assim neste modelo
o principal são as pessoas e os seus colaboradores e procura-se por via da sua satisfação
e realização pessoal que atinjam os objetivos corporativos para otimizar os resultados.
Administração Empreendedora
A crescente competitividade das empresas japonesas, a partir dos anos 70, obrigou as
empresas americanas e posteriormente as europeias a reagirem. Inicialmente as
empresas dos E.U.A pensavam que o sucesso das Japonesas era passageiro.
Encaravam-nas como plagiadoras de ideias e tecnologia, que seriam, no máximo,
aprimoradas. Esta visão redutora trouxe graves perdas para as empresas americanas
mas ao mesmo tempo aprendizagem e conhecimento. Finalmente nos inícios da década
de 80, as empresas americanas compreenderam a "revolução de gestão" realizada pelas
empresas do Japão.
Os livros de Pascale & Athos (1982) e de Ouchi (1985) cit. in Pereira (1995) ajudaram
a compreender que as empresas americanas não sobreviveriam devido ao seu modelo
de administração tradicional. Como tal houve o esforço para reverter tal situação
levando ao desenvolvimento do "modelo" de administração empreendedora.
Com isso, segundo Cano (1994) cit. in Pereira (1995), promoveu-se a expansão
daquelas economias sobretudo a japonesa e a alemã, "transformando esses países em
duas grandes potências" (p. 59), enquanto a própria economia americana esgotava as
suas fontes internas de crescimento, passando a conviver, no final da década de 70,
Contudo, foi Joseph Schumpeter cit in. Barros (2005) o primeiro a destacar a pessoa
do empreendedor dentro do pensamento econômico. Para ele, o empreendedor não é
aquele que simplesmente abre um novo negócio ou investe em um novo produto, mas
aquele que tem a ideia e a transforma em um bem de valor e lucrativo Mintzberg et al
Drucker (1986) cit. in Pereira (1995) mostra com dados estatísticos, que a economia
americana gerou 4 milhões de empregos no período 1974-1984, exatamente num
período turbulento.
Os métodos tradicionais não tinham resposta para os "novos" problemas surgindo assim
no início dos anos 60 o "planeamento estratégico".
A partir dos anos 80, a palavra empreendedor(a) tem sido utilizada, como substantivo
e como adjetivo. A primeira forma designa uma pessoa cujas características
comportamentais definem um empregado ou gestor empreendedor ou, geralmente,
aquele(a) que cria o seu próprio negócio. Quando funciona adjetivando um substantivo,
tanto pode se referir a uma pessoa empreendedor(a), como uma organização ou
empresa que adota um comportamento empreendedor. O diagrama seguinte
esquematiza a interação do meio externo e interno de uma organização empreendedora.
Figura 11
Cultura de Inovação;
Expliquemos um pouco em que consiste cada uma das práticas anteriormente referidas:
Nas últimas décadas, (re)surgiu dentro das ciências o chamado "movimento holístico".
Provem da palavra Grega hólos que significa "todo". Assim, como em outras áreas da
ciência, que foram passiveis de serem divididas em partes que depois eram estudadas
profundamente, também a gestão a partir da visão da "adiminstração científica" de
Taylor e Fayol reduzindo o trabalho humano ao nível da visão da tarefa.
Segundo Imai ( 1991 ) cit in. Pereira (1995):
Capra com o seu livro "O ponto da Mutação" tem sido um dos grandes defensores da
visão holística mostrando as mutações pelas quais a sociedade tem passado nas mais
diversas áreas e que tanto influenciam as organizações.
A visão holística é uma das abordagens dos novos paradigmas das ciências, inclusive
da Administração. Há autores que já tentam desenvolver uma "abordagem holística da
administração".
Assim a empresa vai organizar-se num conjunto de células passando a ter uma
estrutura policelular.
Do ponto de vista operacional, a empresa pode ser entendida como uma macrounidade,
composta por unidades menores, cada uma com as suas características e
responsabilidades próprias (Produção, Comercialização, Recursos Humanos,
Administração/Finanças e outras) (Morais, 2013). Em cada unidade menor, existem
subunidades, dividindo o trabalho nas suas configurações mais específicas, atribuídas
para as pessoas que devem executá-lo. Isto significa que a definição clássica que diz
que o gestor se limita a organizar, controlar e supervisionar pessoas para obter
resultados já está ultrapassada. As novas fronteiras do gestor estão a ser ampliadas de
tal forma que estes devam partir à procura de uma visão global e integrada nas partes
ou componentes, inclusive às que se encontram no ambiente externo das organizações
(Miller, 1998) cit. in Morais, 2013).
Figura 12
As questões organizacionais nunca foram objeto de tanta divulgação, como nos nossos
dias. As últimas três ou quatro décadas foram particularmente profícuas no
aparecimento de novas estratégias de produção e organização.
Figura 13
A partir dos anos 90, ocorreram nos mercados alterações que obrigaram muitas
empresas a adotar profundas mudanças na sua estrutura organizacional e nos
processos, e a utilizarem, de forma crescente, as tecnologias de informação para darem
apoio a gestão ao dessas estruturas, provocando assim, o desenvolvimento de
estruturas como as da Empresa Virtual. Surgem então como uma alternativa de
estrutura empresarial capaz de dar às empresas a flexibilidade tão necessária nos
mercados em constante mutação/desenvolvimento. Além disso, as empresas precisam
ter uma nova visão sobre o trabalho, sobre a tecnologia (Azevedo, 2000).
Isto coloca um desafio que muitas empresas não conseguem superar, ou seja, produzir
com o mínimo de recursos e com máxima qualidade. Macedo (2001). A maioria das
mudanças ocorridas com os processos de reengenharia são praticamente invisíveis para
o público, mas nas complexas relações da empresa com sua força de trabalho, a redução
de empregos, são um especto dramaticamente visível na política das empresas.
Para alguns autores, como Zimermam (Sd) sit in. Araújo (Sd), o necessário são novas
estratégias para criar novos produtos, atingir novos mercados e garantir a flexibilidade
para atender às demandas deste mercado. Curiosamente, a termo Empresa Virtual
possui uma ambiguidade que a ajuda a definir: o termo virtual remete-nos a alguma
coisa que não tem existência real, física; enquanto empresa é algo que tem existência
real, composta por pessoas, estrutura física e uma estrutura legal Zimermam(Sd) sit in.
Araújo (Sd).
De acordo com Araújo (S.D.) algumas das características das empresas virtuais que as
distinguem da empresa tradicional encontradas na literatura são:
empresas tradicionais;
s;
dades;
perante o mercado;
Permitem Expandir o negócio;
e de trabalho e com o cliente;
s;
Mas como em tudo não há só vantagens pelo que Raupp (2000) identifica também como
principal desvantagem o facto de muitos clientes, principalmente os mais antigos,
estarem habituados a deslocar-se pessoalmente até a empresa.
Figura 14
Essa avaliação permite que as empresas conheçam o status quo, e compreendam qual
é a verdadeira dimensão dos problemas de gestão e verifiquem se esses problemas são
uma consequência direta dos efeitos do comportamento e das práticas aplicadas no
passado na gestão de recursos humanos.
Figura 15
Planeamento
Consiste no processo de determinar de forma prévia o que deve ser feito e como deve
ser feito. Os planos estabelecem a forma como a empresa irá desenvolver-se no futuro.
Organização
Traduz-se na identificação de quem vai atuar para que o plano seja operacionalizado,
que recursos afetar, como se relacionam, com que meios, que atividade ou função cabe
a cada Pessoa ou a cada grupo. A organização consiste em estabelecer relações formais
entre os recursos humanos e entre estes e demais recursos, para atingir os objetivos
propostos.
Porque para concretizar planos não é suficiente organizar, a ação de “fazer com que as
pessoas façam”, ou seja, dirigir, é determinante para conseguir o sucesso. O processo
de determinar, afetar, influenciar, o comportamento dos outros, designa-se como
direção, sendo que esta função exercida por quem detém a liderança implica fatores
como:
liderança – capacidade de conseguir que os outros façam aquilo que o líder quer
que eles façam;
Controlo
Figura 16