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SUMÁRIO ...................................................................................................................................... 3
1. Plataformas, Ecossistemas e Efeitos de Rede –as [Novas] Fundações de Tudo..................... 8
2. A Estratégia é Figital -o Desenho da Coopetição no Espaço Físico+Digital+Social ............... 13
3. Marketing vem do Futuro -e Transforma [o Entendimento d]os Mercados ........................ 16
4. Inteligência Artificial -Agora?- Catalisa Rupturas e Ressignificação Sociotécnica ............... 19
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24 anotações para 20241
Silvio Meira2
SUMÁRIO
24 Anotações para 20243 [e depois...] é uma rosa dos ventos para navegar num cenário de
rupturas e inovação exponencial em 2024 e nos próximos anos e décadas. É uma sequência
não diretamente conectada das 23 anotações para 2023, publicadas como série, entre os dias
1/12 e 23/12 de 2022, disponível4 na Biblioteca da TDS.company. As anotações para 2023
podem ser usadas como base para a leitura destas, porque quase nada muda dramaticamente
só porque viramos de ano, ao contrário do que dizem certas pitonisas. Até transformers já
estavam lá em 2022.
1 © Copyright 2023, Silvio Romero de Lemos Meira. Original em... v.gd/24pra24. Todos os direitos reservados.
2 Cientista-Chefe na TDS.company, Professor Extraordinário da cesar.school, PORTO DIGITAL, RECIFE
e Distinguished Research Fellow, Asia School of Business, Kuala Lumpur.
3 Todo o texto e imagens foi escrito por Silvio Meira e um conjunto [grande!...] de agentes inteligentes,
3
Este texto analisa perspectivas e cenários futuros em múltiplas dimensões, explorando
tendências e desafios em tecnologia, negócios, política, pessoas e sociedade. Aborda tópicos
como computação ubíqua, realidade virtual, internet das coisas, veículos autônomos, robótica,
manufatura aditiva, inteligência artificial, segurança cibernética, biotecnologia, mudanças
climáticas, energia, saúde, educação, trabalho e economia.
O material é dividido em clusters temáticos que abordam, cada, uma faceta de mudança,
tentando indicar aos leitores os desafios e oportunidades que nos aguardam em 2024 e
depois. Abaixo, uma descrição de cada cluster, acompanhada de uma indicação de leitura.
• Como Ler: Trate estas anotações com possibilidades transformadoras das tecnologias
emergentes e seu impacto abrangente em diversos aspectos da vida e dos negócios.
• Como Ler: Analise como inovações habilitadas por tecnologias revolucionárias estão
abrindo novos caminhos para soluções sustentáveis e éticas em saúde e alimentação,
e considere seu potencial para impactar a vida cotidiana e o bem-estar global.
• Como Ler: Foque nas soluções inovadoras e nas abordagens criativas para enfrentar os
desafios ambientais, urbanísticos e materiais, e na importância de uma visão integrada
para o desenvolvimento urbano e tecnológico.
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trabalho. Explora como a inteligência artificial e as tecnologias de informação e
comunicação estão remodelando tanto a natureza do emprego quanto as habilidades
educacionais necessárias para o futuro.
• Como Ler: Pense na evolução dos métodos educacionais -ou melhor, de aprendizado-
e nas plataformas que os suportam e nas competências necessárias para prosperar na
economia do conhecimento, explorando como as mudanças no trabalho e na
aprendizagem influenciam a sociedade.
• Como Ler: Aborde estes temas com uma perspectiva crítica, considerando a interação
entre a tecnologia, plataformas, pessoas, comunidades, a política, e as questões
sociais, e como estas influenciam a segurança e a estabilidade global.
Vivemos numa era de ruptura e mudança exponencial, onde antigas estruturas estão ruindo
para dar lugar a novas possibilidades e modelos de negócio. Líderes e organizações precisam
ser ágeis e saber aproveitar novos problemas, desafios e transformá-los em oportunidades.
Estas 24 Anotações para 2024 não só delineiam sinais, tendências e inovações emergentes,
mas também apresentam possíveis cenários futuros para cada tópico, tratando o potencial de
inovação, de revolução e um cenário final, distópico. Esses cenários são fundamentais para
entender as possíveis direções que as tecnologias e transformações sociais podem tomar e
quais seus impactos. Vamos explorar como você pode interpretar e aplicar esses cenários em
seus negócios, organizações e vidas, usando o primeiro tópico como exemplo.
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• Revolução (Descentralização e Economia de Tokens): Este cenário enfatiza a
importância de modelos de negócios descentralizados e o uso de blockchain. Reflita
sobre como a descentralização pode impactar seu negócio e como você pode utilizar a
economia de tokens para criar ecossistemas colaborativo para criação de valor. Avalie
a possibilidade de estabelecer plataformas baseadas em blockchain que incentivem a
participação ativa e a criação de valor compartilhado.
• Em seus negócios, use esses cenários para moldar estratégias de longo prazo, avaliar
riscos e identificar oportunidades emergentes. Para cada cenário, desenvolva planos
de ação que permitam sua empresa a se adaptar e prosperar, independentemente de
qual cenário prevaleça.
• Na vida pessoal, esses cenários podem informar suas escolhas de carreira, educação e
investimentos pessoais. Eles podem ajudar a identificar conhecimento e habilidades
que serão valiosos no futuro e oferecer uma visão das tendências emergentes que
podem afetar sua vida e comunidade.
Para cada conjunto de cenários apresentados nas outras anotações, siga uma abordagem
semelhante:
• Promova discussões e reflexões sobre esses cenários com sua equipe, colegas ou em
um contexto educacional, para ampliar a compreensão e preparação para o futuro.
Experimente desenhar as suas estratégias em strateegia.digital, o que vai mudar muito
sua visão sobre o que é, de fato, estratégia, e porque é fundamental pensar sobre elas.
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Em suma, os cenários apresentados nestas anotações são ferramentas para antecipar e criar
capacidades para uma variedade de futuros. Eles são uma oportunidade de refletir, planejar e
agir de maneira estratégica, aumentando a probabilidade de que estejamos prontos para as
mudanças e desafios que o futuro nos reserva.
Queremos chamar atenção especial para a esfera política, onde refletimos sobre a necessidade
de uma grande transformação política e democrática diante de problemas muito difíceis de
tratar como desinformação, declínio da confiança pública na política e na própria democracia e
limitações dos modelos convencionais de governança. A política e comunicação política têm
que se reentender e se redesenhar numa nova realidade, de plataformas figitais e novos
ecossistemas que, criativamente, destruíram a esfera pública clássica.
Logo antes do final do texto, e depois das anotações, delineamos cenários sobre riscos globais
como tensões geopolíticas, terrorismo, pandemias, crises ambientais e ameaças tecnológicas.
Notamos que o fortalecimento da cooperação global e soluções compartilhadas será essencial,
vital mesmo. Para lidar com tais perigos coletivos.
Compreender os cenários que estão à vista e se preparar para os desafios que lá estão, no
futuro próximo, e lidar com eles, antecipadamente... pode ser a diferença em sobreviver ou
não, como negócio, organizações e governos, nos próximos anos.
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1. Plataformas, Ecossistemas e Efeitos de Rede –as [Novas] Fundações de Tudo
Plataformas são estruturas que não apenas suportam, mas catalisam a criação e evolução de
comunidades, ao serem programáveis e personalizáveis por desenvolvedores externos - os
usuários. Elas são flexíveis o suficiente para se adaptarem às necessidades e demandas que
seus criadores originais talvez não tenham contemplado devido a limitações de tempo,
recursos, conhecimento ou, muito provavelmente, por opção estratégica.
Um mantra para lembrar é que “se não suporta comunidades… não é uma plataforma; se não
é programável… não é uma plataforma”.
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Plataformas são orquestrações de camadas de...
Este diálogo poderia encerrar-se nos dois parágrafos antecedentes, com a última sentença
reiterando que, para competir em 2024 e além, ou seu negócio é uma plataforma que habilita
um ecossistema [como o magalu…] ou seu negócio é parte de um ecossistema habilitado por
uma plataforma. No entanto, a complexidade do todo transcende em muito esta aparente
simplicidade das partes.
Para início de conversa, algumas plataformas [e seus ecossistemas] prosperam mais que
outras. E há razões [quase] filosóficas para isso: durante décadas, a competição ocorreu em e
entre cadeias de valor, como se a estratégia se desenrolasse em um tabuleiro de xadrez. Era
complexo, mas simples. As regras eram muito bem definidas e muito estáveis. O ethos era de
“capturar, ordenar e controlar” parceiros e fornecedores em um molde fixo, definido pelo
“dono” da cadeia, que literalmente aprisionava todos os outros participantes. No universo de
plataformas e ecossistemas, a filosofia é de “descobrir, habilitar e empoderar” os mesmos
agentes, numa dinâmica em que todo mundo que publica código [online] muda o mercado
para si e para os outros o tempo todo.
De mais de uma forma, plataformas são as novas fundações para criação, entrega e captura
de valor. Elas delineiam mercados, articulando a interação entre clientes e coordenando a
demanda em todos os lados do mercado, especialmente quando os ecossistemas habilitados
são de trabalho.
Mercados figitais dependem de uma ou mais plataformas figitais que mediam, integram e
distribuem informação e ações de ou para usuários e de ou para uma miríade de produtos e
serviços, conectando consumidores, fornecedores, complementadores e intermediários de
mercado.
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Aqui é onde os efeitos de rede entram em cena.
Na economia, efeitos de rede são sinônimos de externalidades positivas. Eles ocorrem quando
um usuário adicional torna o produto ou serviço mais valioso para [todos os] outros, atraindo
cada vez mais usuários a partir de mais uso por mais usuários. Efeitos de rede têm o potencial
de ampliar a eficiência e eficácia de plataformas onde, após alcançar uma massa crítica, quase
sempre o valor de um produto ou serviço supera seu preço e passa a ser determinado por uma
combinação de efeitos associados à base de usuários, cujo crescimento, a partir de um ponto
de saturação, talvez cesse de agregar mais valor.
As plataformas que despertam interesse são figitais, não meramente digitais: incorporamos as
dimensões física, digital e social das infraestruturas e serviços e, assim, as possibilidades e
combinações se ampliam significativamente. Não se trata apenas de utilizar as interfaces
digitais de programação das plataformas, mas, por meio delas, acionar agentes nas três
dimensões do espaço figital. E eles incluem, para começar, tudo que é parte da Internet das
Coisas, objetos físicos, suas propriedades e conexões, dentro do escopo da plataforma.
Plataformas não são um novo tipo de silo. Nem uma torre de castelo figital, no centro da
organização, onde o poder incumbente se protege do mundo ao redor e tenta se defender da
influência e da contaminação do que está acontecendo “lá fora”. Muito pelo contrário. A
antiga noção de propriedade dos equipamentos digitais da empresa, lá dos porões dos velhos
CPDs, não tem lugar no espaço-tempo das plataformas, onde CTO significa muito mais chief
transformation officer do que chief technology officer.
Qual é o papel das plataformas nos negócios, sociedade e economia? Simples: criar, manter,
adaptar e evoluir sua [presença numa] plataforma e inverter seu modelo de negócios. O
básico dessa jornada está nos poucos pontos a seguir:
[1] transformação figital [veja o link para os Futuros Figitais, acima] afeta quem, como
e onde se cria valor, e como o modelo de negócios é estruturado;
[2] o maior valor da transformação figital vem de coordenar criação de valor externo,
de fora para dentro do negócio, e não de [melhor] automação;
[3] plataformas que habilitam ecossistemas fornecem ferramentas e mercado para
empoderar redes de parceiros e intermediários;
[4] a regra de ouro, em todos os casos, é… “crie mais valor do que você captura”;
[5] isso exige uma transformação de mentalidade… de “como eu ganho dinheiro?”
5
Veja Fundações para os Futuros Figitais, na TDS.company, em… bit.ly/futurosfigitais.
10
para “como nós criamos valor juntos?”… o que leva a uma...
[6] inversão do modelo de negócios: quanto mais valor é criado de fora para dentro do
negócio, melhor. O que leva ao último ponto do resumo…
[7] nos negócios invertidos, a chave da estratégia está nos efeitos de rede [quanto
mais gente usa alguma coisa, mais gente quer e vai usar a mesma coisa].
Plataformas, ecossistemas e sua economia são muito relevantes para o futuro dos negócios,
das pessoas, das comunidades, dos governos [isso!] e das relações entre todos - e não só em
2024, mas daqui pra frente
Tomara que, no seu negócio, o entendimento dessas duas frases e suas consequências não passe
de 2024.
1. Inovação:
2. Revolução:
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3. Distopia:
12
2. A Estratégia é Figital -o Desenho da Coopetição no Espaço Físico+Digital+Social
A inevitável transição para o espaço figital, de dimensões física, digital e social, é o catalisador
para uma estratégia mais sofisticada e ágil que as lideranças empresariais devem adotar para
manter a relevância competitiva no cenário contemporâneo de negócios de todos os tipos. O
espaço figital, não mais um conceito abstrato, mas uma realidade operacional, demanda uma
estratégia que consiga transcender as fronteiras tradicionais e operar eficazmente neste novo
domínio.
13
posições potencialmente disjuntas no espaço figital. A estratégia, portanto, deve ser fluida,
adaptável e capaz de operar dentro desta dinâmica complexa e interconectada, transformando
aspirações em capacidades tangíveis e operacionais.
A narrativa -na verdade, uma aspiração muito bem articulada- do presidente John F. Kennedy
sobre a missão lunar na década de 1960, embora focada em um objetivo ambicioso e então
inatingível, serve como uma ilustração do poder da estratégia em transformar aspirações em
realidades tangíveis. A estratégia da NASA durante aquela época, convertendo uma visão
audaciosa em capacidades operacionais, exemplifica o processo de transformar o discurso
aspiracional em ação concreta.
Aspirações são o que queremos ter, ser ou fazer, enquanto as capacidades são competências,
habilidades e recursos para realizar nossas aspirações. Embora conceitualmente simples, essa
transformação é repleta de complexidade, caos e contradições, especialmente no ambiente
figital, onde as dinâmicas são continuamente moldadas e remodeladas por dimensões digitais
e sociais sobre as quais quase nenhum agente detém domínio e muito menos controle.
Os grandes desafios que as lideranças enfrentam, hoje, são aspirações ambiciosas, mas
alcançáveis, que necessitam de uma estratégia robusta para sua realização. Esses desafios,
ancorados em ciência, tecnologia, regulação, inovação e empreendedorismo, visam resolver
problemas significativos, capturando a imaginação do público e mobilizando uma ampla gama
de stakeholders.
1. Inovação:
6 Esta é a primeira frase de meu livro “O que é estratégia?”, lançado pela Almedina em NOV/23. Este tópico da
nossa conversa, aqui, está detalhado, lá, em menos de 100 páginas. O livro está em tinyurl.com/yusoxktu.
7 strateegia.digital é a plataforma que articula as inteligências individual, social e artificial, como dimensões da
14
2. Revolução:
3. Distopia:
15
3. Marketing vem do Futuro -e Transforma [o Entendimento d]os Mercados
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Este cenário demanda uma reconfiguração dos princípios fundamentais do marketing, agora
visto como um ecossistema dentro de e entre negócios que, por sua vez, são ecossistemas que
cooperam e competem no espaço figital. A abordagem estratégica para marketing transcende
a mera elaboração de estratégias de marketing ou a análise de investimentos e retorno de
investimento em "marketing digital", como se as dimensões digital e social fossem apenas
"canais adicionais". Elas são, de fato, dimensões catalisadoras de uma metamorfose que
redefine, de maneira irrevogável, o espaço competitivo, forçando uma redefinição do
marketing no contexto do negócio e seu ecossistema.
O Manifesto do Marketing do Futuro8, um pilar central para a Teoria AEIOU, argumenta que
os paradigmas tradicionais de marketing são progressivamente inadequados para navegar nas
complexidades dos mercados figitais. O manifesto postula uma transição sísmica no marketing,
acelerada pelas plataformas figitais, pela proliferação de dados e emergência de sociedades
em rede. Os mercados contemporâneos são figitais, a convergência das dimensões física,
digital e social, determinando nosvas estruturas e propriedades dos ambientes competitivos. O
futuro do marketing está em compreender e alavancar este nexo figital, facilitado pelas
plataformas e enriquecido pelos efeitos de rede.
1. Inovação:
8O Manifesto do Marketing do Futuro e a Teoria AEIOU, seu #comofaz?, foram lançados por Rosário Pompeia e
pelo autor destas notas e entre março e outubro de 2023 e estão em marketingdofuturo.org. Por inúmeras razões,
a principal, neste contexto, sendo o detalhamento deste tópico e a extensão de nossas preocupações para a política
e a democracia, vale a pena clicar no link, baixar tudo e ler. Com muita atenção. Porque tem impacto real na vida.
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compra dos usuários, oferecendo recomendações de produtos baseadas em
seu histórico de compras e preferências, maximizando assim a relevância e o
valor proporcionado aos clientes.
2. Revolução:
3. Distopia:
18
4. Inteligência Artificial -Agora?- Catalisa Rupturas e Ressignificação Sociotécnica
IA emerge como a terceira dimensão na tríade das inteligências9, juntamente com inteligência
individual e social. Esta nova dimensão não apenas amplia a capacidade cognitiva global, mas
também redefine as interações e operações nos domínios de negócios, estado e sociedade. IA,
com sua capacidade intrínseca de análise profunda e aprendizado contínuo, atua como um
catalisador para reinterpretações profundas e reconfigurações estratégicas.
IA é um espelho que reflete não apenas uma transformação tecnológica, mas também uma
emergência ética e moral, onde transparência, responsabilidade e ética não são apenas
9 As Três Inteligências: um Espaço Estratégico para Criar, Colaborar e Agir. TDS.company, bit.ly/tds-3inteli.
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desejáveis, mas imperativas para a construção de uma confiança sólida e aceitação pública.
Esta ascensão de IA convoca um chamado inequívoco para líderes corporativos e políticos, um
convite para a promoção de uma IA responsável, que está alicerçada em supervisão adequada
e normativas éticas robustas. Tais medidas são vistas não apenas como cruciais, mas como
fundamentais para mitigar os riscos inerentes, cultivar confiança entre os stakeholders e
garantir que os avanços na IA sejam conduzidos com uma bússola moral e ética.
IA, ao se entrelaçar com as inteligências individual e social, cria um continuum inteligente que
potencializa a capacidade de tomada de decisão, inovação e operação em vários setores. Nos
negócios, catalisa a criação e evolução dinâmica de novos modelos de negócio e estratégias
competitivas. No estado, facilita a formulação de políticas informadas e a entrega eficaz de
serviços públicos. Na sociedade, propicia novas formas de engajamento e colaboração,
transcendendo barreiras físicas e temporais.
IA, como uma nova dimensão da inteligência, se articula com inteligência individual e coletiva,
o que demanda uma reconfiguração na arquitetura e organização dos negócios. A transição de
estruturas hierárquicas para redes fluidas e ecossistemas de inovação é imperativa. IA permite
a orquestração de ecossistemas de valor, onde a colaboração e a co-criação são a norma. A
análise de dados em tempo real facilitada pela IA permite uma resposta rápida às mudanças
nas demandas do mercado e uma personalização em escala, promovendo a competitividade
no espaço figital.
Além disso, IA é uma lente através para vislumbrar um horizonte de oportunidades para
inovação sustentável e crescimento econômico inclusivo, como aludido nos tópicos anteriores.
No entanto, tal horizonte só pode ser alcançado através de uma exploração responsável e
ética de IA, onde transparência, responsabilidade e engajamento de todos os stakeholders são
os pilares que sustentam a construção de um futuro digital ético e inclusivo. Portanto, IA não é
apenas uma ferramenta tecnológica, mas um convite para reimaginar o tecido sociotécnico e
econômico, e para redirecionar o curso da inovação em direção a um futuro mais sustentável e
equitativo.
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TRÊS CENÁRIOS FUTUROS
1. Inovação:
2. Revolução:
3. Distopia:
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22
5. Muito Além das Fábricas: a Transição para a Economia do Conhecimento
23
Neste espeço e suas plataformas, a transição para a economia do conhecimento e da
informação não é trivial e os desafios emergentes são imensos. A distribuição desigual de
recursos digitais e sociais, bem como as competências e habilidades correspondentes, pode
agravar disparidades econômicas já existentes. Estamos diante do risco de uma concentração
de riqueza e poder sem precedentes nas mãos de poucos, potencialmente levando à
marginalização de grandes segmentos da sociedade.
No cerne dessa transição está a emergência de tecnologias de ruptura, como IA, blockchain e a
Internet das Coisas, que reformulam as estruturas tradicionais de produção e distribuição,
tornando a transformação figital não mais uma opção, mas uma necessidade imperativa para
a sobrevivência e crescimento no novo ecossistema econômico. A habilidade de coletar,
analisar e extrair insights de grandes volumes de dados tornou-se um diferencial competitivo
crítico, permitindo a criação de novos modelos de negócios e a entrega de valor de maneira
mais eficaz e eficiente.
1. Inovação:
24
2. Revolução:
3. Distopia:
25
6. Desintegração da Indústria Tradicional: Cadeias se Transformam em Redes de Valor
A indústria automotiva, uma vez o pico da produção em massa e eficiência operacional, agora
confronta desafios iminentes representados pela ascensão de veículos elétricos e autônomos.
Estas inovações não apenas desafiam a viabilidade dos modelos de negócios tradicionais, mas
também impulsionam uma reavaliação profunda, e consequente redesenho, das cadeias de
valor que sustentaram este setor.
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A transição para uma mobilidade mais autônoma e robotizada promete uma eficiência sem
precedentes e uma segurança potencialmente muito maior. Por exemplo, a automação pode
mitigar os erros humanos que são fonte proeminente de acidentes de trânsito. No entanto,
esta transição carrega consigo desafios substanciais. O deslocamento potencial de empregos,
especialmente nos setores de transporte e manufatura, é preocupação premente, exigindo
uma resposta proativa dos stakeholders para a requalificação da força de trabalho e a criação
de novas oportunidades de emprego.
Paralelamente, a segurança cibernética emerge como uma área de preocupação vital, dado o
potencial de veículos autônomos e sistemas robóticos serem alvos de ataques cibernéticos. O
desenvolvimento e a implementação de padrões rigorosos de segurança cibernética são
imperativos para garantir a integridade e a segurança dessas tecnologias emergentes.
O domínio dos veículos autônomos e da robótica exemplifica uma interseção crítica de tecnolo
gia, política e sociedade, demandando uma abordagem colaborativa e bem informada multi-
stakeholder, envolvendo governos, indústria, academia e a sociedade civil, para abordar de
maneira holística os desafios e oportunidades apresentados por estas inovações com base
tecnológica. É vital que políticas públicas e regulações flexíveis facilitem a adoção responsável
e tão segura quanto possível dessas tecnologias, garantindo simultaneamente que os
benefícios sejam amplamente distribuídos em toda a sociedade.
Estes novos paradigmas de criação de valor são alicerces para ecossistemas de negócios
multifacetados que englobam interações complexas entre fornecedores, fabricantes,
consumidores e inovadores. A transição para tais ecossistemas demanda uma abordagem
holística que abarque não apenas a adoção de tecnologias emergentes, mas também a
construção de relações simbióticas entre os diversos stakeholders. A capacidade de orquestrar
tal ecossistema de negócios complexo e dinâmico é um diferencial competitivo crítico na
economia moderna.
A jornada rumo a esta nova ordem econômica é repleta de desafios que exigem uma
requalificação abrangente da força de trabalho, realocação de capital, e uma estratégia bem
articulada para a gestão da mudança. A resposta ágil e estratégica a esta ruptura, aliada a
políticas inovadoras, é crucial para mitigar os riscos associados e aproveitar as oportunidades
emergentes.
A redefinição das cadeias de valor não é uma mera resposta reativa à ruptura tecnológica, mas
uma reimaginação proativa de como valor é criado, entregue e capturado na era figital. Este é
um convite para a exploração de novos modelos de negócios, estratégias e paradigmas que
podem florescer no terreno fértil da economia digital emergente. Este processo de
transmutação, embora desafiador, carrega a promessa de um crescimento econômico
sustentável, inovação contínua e uma competitividade renovada no cenário global.
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TRÊS CENÁRIOS FUTUROS
1. Inovação:
2. Revolução:
3. Distopia:
28
7. Saúde do Futuro, no Presente: Big Data, IA e Qualidade de Vida
Esta era emergente de medicina preditiva, auxiliada por IA, caracteriza-se pelo uso de
algoritmos avançados que identificam padrões e correlações em conjuntos de dados que são
complexos demais para a análise humana convencional. Esses algoritmos são capazes de
prever riscos de saúde, sugerir intervenções preventivas e personalizar tratamentos baseados
em genética, estilo de vida e outros determinantes de saúde. Isso representa um salto
qualitativo rumo a uma saúde mais proativa e personalizada, contrastando com a abordagem
reativa e generalista predominante durante a era pré-digital.
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No entanto, essa nova fronteira da medicina figital, onde o físico, digital e social se entrelaçam,
levanta questões éticas e sociais significativas. A privacidade dos dados de saúde, que são
extremamente sensíveis, torna-se uma preocupação central em um mundo onde IA pode
acessar e analisar essas informações. As implicações de segurança cibernética são imensas,
exigindo salvaguardas rigorosas para proteger contra vazamentos de dados e abusos.
O papel da vigilância ética e regulatória é, portanto, de extrema importância. Ela deve ser uma
atividade contínua e adaptativa que garanta que os desenvolvimentos em Big Data e IA em
saúde sejam orientados não apenas pela viabilidade técnica ou potencial de lucro, mas
também pelo imperativo moral de melhorar a saúde e a qualidade de vida de todos, sem
exceção.
1. Inovação:
2. Revolução:
3. Distopia:
30
violações de privacidade e desigualdades de acesso. As tecnologias de Big Data
e IA podem criar uma nova forma de disparidade na saúde, onde o acesso aos
benefícios da medicina de precisão é limitado por barreiras econômicas e
geográficas. Políticas robustas de privacidade de dados e estratégias inclusivas
de acesso são essenciais para mitigar esses riscos e assegurar que os avanços
em saúde beneficiem toda a população de maneira justa e ética.
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8. Manufatura Realmente Avançada: Bioimpressão e Impressão 3D de Tecidos
32
Além disso, a propriedade intelectual associada à bioimpressão e à impressão 3D de tecidos
abre um debate ético e legal significativo sobre a propriedade e o controle sobre o material
biológico impresso. A manipulação de células e tecidos humanos para fabricar órgãos
funcionais suscita questões sobre a ética da criação e modificação de material biológico
humano. Esta é uma área de intenso debate ético e requer uma regulação cuidadosa para
garantir que a bioimpressão seja utilizada de maneira ética e responsável.
1. Inovação:
2. Revolução:
33
3. Distopia:
34
9. Biologia Sintética: Projetando [e Construindo...] a Vida no Século XXI
35
Em termos de sustentabilidade ambiental, a biologia sintética pode ser uma ferramenta
poderosa na luta contra as mudanças climáticas e a poluição. A engenharia de plantas e algas
para capturar mais carbono da atmosfera e a criação de bactérias capazes de decompor
poluentes são apenas alguns exemplos de como essa tecnologia pode ser usada para enfrentar
desafios ambientais.
Por fim, a biologia sintética, com seu enorme potencial para inovação e desenvolvimento, é
um lembrete do poder e da responsabilidade que vem com o avanço científico. À medida que
exploramos os limites do que é possível no campo da engenharia da vida, devemos também
nos comprometer a agir com cautela, ética e responsabilidade, assegurando que os benefícios
dessa tecnologia sejam acessíveis a todos e utilizados para o bem da humanidade e do planeta.
1. Inovação:
2. Revolução:
36
transformar radicalmente a indústria de carne. A possibilidade de produzir
alimentos com características nutricionais e sensoriais controladas pode
alterar a forma como os alimentos são produzidos e consumidos, reduzindo a
dependência da agricultura intensiva e da pecuária, com implicações
substanciais para a segurança alimentar e a sustentabilidade ambiental.
3. Distopia:
37
10. Genética e [ou melhor, é] Software: Reescrevendo o Código da Vida
No campo da medicina, a edição genética está impulsionando uma nova era de terapias
personalizadas. Pela modificação precisa do genoma, é possível tratar doenças genéticas no
nível mais fundamental, substituindo ou reparando genes defeituosos. Isso não só oferece
esperança para curas de doenças antes consideradas incuráveis, mas também abre caminho
para novas abordagens no tratamento de doenças crônicas, como diabetes e doenças
cardíacas.
Por outro lado, a edição genética na agricultura tem o potencial de revolucionar a produção de
alimentos. Com a capacidade de criar culturas mais resistentes a pragas e condições climáticas
adversas, a edição genética pode ajudar a alimentar uma população mundial crescente de
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maneira mais sustentável. Além disso, a engenharia de plantas para uma maior eficiência na
fotossíntese ou para a produção de nutrientes específicos pode ajudar a combater a
desnutrição em escala global.
Contudo, a edição genética não é isenta de riscos ou controvérsias. Além das preocupações
éticas relacionadas à criação de "bebês sob medida" e ao aprimoramento humano, há também
o risco de consequências não intencionais. As mutações off-target podem levar a efeitos
genéticos imprevistos, potencialmente causando novas doenças ou desequilíbrios ecológicos.
A modificação de um gene em um organismo pode ter efeitos em cascata, afetando outros
genes de maneiras imprevisíveis.
Além disso, a edição genética levanta questões sobre justiça e equidade. Com a possibilidade
de tratamentos genéticos caros e tecnologicamente avançados, pode surgir uma nova forma
de desigualdade, onde apenas os mais ricos terão acesso a melhorias genéticas ou curas para
doenças genéticas. Este cenário poderia levar a uma sociedade profundamente dividida entre
os geneticamente "aprimorados" e os "naturais".
Diante desses desafios, é crucial que haja uma governança global da edição genética. Isso
inclui não apenas regulamentações e diretrizes éticas, mas também um compromisso com a
transparência e a educação pública. É essencial que as comunidades científica, médica e ética
trabalhem juntas para estabelecer limites responsáveis para o uso da edição genética,
garantindo que os avanços sejam utilizados para o benefício de todos, não apenas de alguns.
1. Inovação:
2. Revolução:
39
genéticas, mas também levanta preocupações éticas profundas. A edição da
linha germinativa (que afeta as gerações futuras) exige um debate cuidadoso
sobre os limites éticos, o consentimento futuro e as implicações de longo
prazo dessas intervenções. Há o risco de intervenções inadvertidas no genoma
que poderiam levar a consequências imprevistas para a saúde e a diversidade
genética.
3. Distopia:
40
11. Alimentação do Futuro: Inovações em Carne e Laticínios Artificiais
A carne e laticínios artificiais, hoje já produzidos por meio de cultivo celular e fermentação
microbiana, está pavimentando o caminho para uma nova era na indústria alimentar. Essa
evolução tecnológica não só promete transformar a forma como produzimos alimentos, mas
também tem o potencial de remodelar as práticas agrícolas e os padrões de consumo em todo
o mundo.
41
Oportunidades Econômicas e Desenvolvimento Tecnológico: A adoção da carne e laticínios
artificiais pode abrir novas oportunidades econômicas, particularmente no desenvolvimento
de tecnologias relacionadas. A indústria agropecuária, ao adotar essas inovações, pode se
posicionar na vanguarda do desenvolvimento tecnológico. Além disso, essa transição pode
estimular a criação de novos empregos em biotecnologia e engenharia de alimentos,
oferecendo novos caminhos de carreira e desenvolvimento profissional.
Implicações para a Saúde Pública: Os alimentos sintéticos também têm implicações para a
saúde pública. Eles podem ser projetados para serem mais nutritivos, com menores níveis de
gorduras saturadas e colesterol, oferecendo benefícios para a saúde do consumidor. Além
disso, a produção controlada em laboratório reduz o risco de contaminação por patógenos,
potencialmente diminuindo a incidência de doenças transmitidas por alimentos.
1. Inovação:
2. Revolução:
42
novas oportunidades de emprego na biotecnologia alimentar e setores
relacionados. No entanto, essa mudança exige uma requalificação abrangente
da força de trabalho e uma revisão das políticas agrícolas para garantir que os
trabalhadores deslocados sejam adequadamente apoiados.
3. Distopia:
43
12. Resposta Climática Urgente: Energias Renováveis e o Desafio Ambiental
A crise climática catalisa uma transição acelerada para energias renováveis como um
imperativo inadiável. Tecnologias inovadoras, tais como a captura e armazenamento de
carbono e a exploração do hidrogênio verde, emergem como vetores críticos nesta transição
energética, prometendo alterar radicalmente o paradigma energético global. Governos, por
sua vez, são compelidos a estabelecer metas audaciosas de redução de emissões, enquanto
incentivam a adoção dessas tecnologias emergentes pelo setor empresarial. Um consenso
acadêmico destaca que a sinergia de vontade política, cooperação internacional e
investimentos substanciais em inovação é imperativa para transpor os desafios técnicos e
econômicos inerentes, facilitando uma transição energética que seja simultaneamente
sustentável e inclusiva.
A crise climática global e a transição para energias renováveis colocam o Brasil em uma
posição estratégica para atender às crescentes demandas globais. Com seu vasto potencial em
recursos naturais, o Brasil está posicionado para ser um protagonista na era das energias
renováveis, abrangendo energia solar, eólica, biomassa e etanol.
44
Energia Solar e Eólica: O Brasil tem uma irradiância solar média anual acima de 5 kWh/m²/dia
e vastas áreas com ventos consistentes, o que nos dá um potencial gigantesco para energia
solar e eólica. O crescimento exponencial desses setores pode ser atribuído tanto à diminuição
dos custos de tecnologia quanto à crescente demanda global por energias limpas. A energia
solar, por exemplo, já representa uma parcela significativa da matriz energética do país, com a
expectativa de que a capacidade instalada cresça em mais de 5 GW por ano. Da mesma forma,
o Brasil é um dos líderes mundiais em energia eólica, com uma capacidade instalada que já
ultrapassa 32 GW e potencial para muito mais.
A produção de hidrogênio verde no Brasil não apenas contribuiria para a redução das emissões
de carbono no país, mas também abriria novos mercados de exportação. O Brasil poderia se
tornar um fornecedor chave de hidrogênio verde para o mundo, especialmente considerando
a crescente demanda global por energias renováveis e soluções de descarbonização.
1. Inovação:
45
solar ou eólica seja armazenada e utilizada de maneira eficaz quando o sol não
está brilhando ou o vento não está soprando. Isso pode facilitar uma maior
integração de energias renováveis na matriz energética, mudando o jogo para
empresas de utilities e incentivando uma adoção mais rápida de energias
limpas por parte de consumidores e indústrias.
2. Revolução:
3. Distopia:
46
13. Mudanças Climáticas: Escassez de Recursos Hídricos e Migrações Globais
47
Migração Forçada e Consequências Geopolíticas: A migração induzida por desafios
ambientais, como a escassez de água e a insegurança alimentar, tem o potencial de exacerbar
tensões geopolíticas e sociais. À medida que as populações buscam novos locais para viver, a
pressão sobre infraestruturas e recursos nas regiões receptoras aumenta, podendo levar a
conflitos por terra, água e outros recursos vitais. Essa dinâmica é agravada em regiões de
fronteira, onde a migração transfronteiriça pode desencadear disputas diplomáticas e
territoriais.
A convergência desses desafios -mudanças climáticas, escassez de água e migração- exige uma
resposta multifacetada que ultrapasse fronteiras nacionais. A capacidade de prever, adaptar-
se e mitigar efeitos adversos desses fenômenos será crucial para resiliência e sustentabilidade
das sociedades globais. A complexa interação entre esses desafios destaca a necessidade de
uma abordagem holística que considere as implicações ambientais, sociais e políticas dessas
dinâmicas globais.
1. Inovação:
2. Revolução:
48
3. Distopia:
49
14. A Convergência das Coisas [IoT] e Pessoas [IoP]: Novas Teias e Interconexões
A ascensão da Internet das Coisas [IoT] é um fenômeno tecnológico que está redefinindo a
coleta e a gestão de dados, expandindo a conectividade e, consequentemente, a interação
entre objetos inanimados e sistemas digitais. Paralelamente, a Internet das Pessoas [IoP],
focalizando na conexão entre indivíduos e a comunicação entre pessoas e sistemas digitais,
propõe um diálogo mais aprofundado entre o humano e o ciberespaço. A convergência entre
IoT e IoP está desbravando um caminho para uma integração mais rica e significativa entre
seres humanos e o ciberespaço, orquestrando um ecossistema interconectado que transcende
as barreiras tradicionais entre o físico, o digital e o social.
50
Esta simbiose pode catalisar uma monitoração contínua e em tempo real da saúde dos
pacientes, propiciando a detecção precoce de anomalias e uma intervenção em tempo quase
real. Além disso, a fusão de IoT e IoP pode facilitar a gestão personalizada de condições de
saúde, permitindo regimes de tratamento dinamicamente ajustados com base no estado de
saúde dos pacientes em tempo real. No entanto, a convergência de IoT e IoP também traz à
tona desafios significativos, particularmente no que tange à segurança e privacidade dos
dados. Políticas robustas e medidas de segurança são imperativas para assegurar que os dados
gerados e compartilhados neste ecossistema interconectado sejam blindados contra acessos
não autorizados e abusos.
A natureza intrincada e dinâmica da convergência entre IoT e IoP, e seu potencial impacto na
saúde e em outros setores, requer uma abordagem multidisciplinar, englobando uma
colaboração ativa entre reguladores, indústria, academia e sociedade civil, para navegar
através de seu terreno complexo e assegurar uma implementação ética e segura destas
tecnologias transformadoras.
1. Inovação:
2. Revolução:
51
inteligentes que integram de forma fluida as capacidades técnicas com as
necessidades e preferências humanas.
3. Distopia:
52
15. Cidades Sustentáveis: Construção Ecológica e Novos Paradigmas Urbanos
Dezenas de milhões de brasileiros ainda vivem em condições inadequadas, muitas vezes sem
acesso a serviços essenciais como saneamento e água potável. O rápido crescimento urbano
exacerba esses problemas, criando uma pressão insustentável sobre as infraestruturas
existentes das cidades e tornando imperativo o desenvolvimento de soluções de habitação
que sejam ambientalmente sustentáveis, economicamente viáveis e socialmente inclusivas.
53
A adoção de materiais de construção ecológicos se apresenta como uma solução chave para
esses desafios. O cimento de baixo carbono, por exemplo, pode reduzir as emissões de CO2
em até 70% em comparação com o cimento convencional, tornando-se uma opção atraente
para reduzir o impacto ambiental das novas construções. A madeira sustentável, proveniente
de fontes certificadas e gerenciadas de forma responsável, oferece uma alternativa renovável
e menos intensiva em carbono em comparação com os materiais de construção tradicionais.
Além disso, tratamentos térmicos eficientes podem diminuir significativamente a necessidade
de energia para aquecimento e refrigeração dos edifícios, contribuindo para reduzir tanto as
emissões de gases de efeito estufa quanto os custos operacionais.
1. Inovação:
2. Revolução:
54
urbanos são concebidos e construídos. Por exemplo, a adoção generalizada de
construção verde pode resultar em cidades que integram de forma holística a
vegetação, a gestão de águas pluviais e a eficiência energética, criando
ecossistemas urbanos resilientes e autossustentáveis. Esta revolução pode
estender-se a uma reconfiguração das políticas de zoneamento e
regulamentações de construção, incentivando uma abordagem centrada na
sustentabilidade e na habitabilidade, ao invés do mero crescimento e
desenvolvimento urbanos.
3. Distopia:
55
16. Nanotecnologia: Materiais Avançados e o Futuro, da Saúde à Cosmética
56
a projetar nanopartículas que melhoram a entrega de ingredientes ativos em produtos
cosméticos ou de cuidados com a pele, proporcionando melhores resultados com menor
quantidade de produto.
A impressão 4D, uma extensão da impressão 3D, incorpora a capacidade de mudança de forma
e funcionalidade ao longo do tempo em resposta a estímulos ambientais, e é potencializada
ainda mais quando combinada com nanomateriais avançados. Esta tecnologia emergente
poderia revolucionar a fabricação, criando produtos que se adaptam e reagem ao ambiente
em tempo real.
1. Inovação:
2. Revolução:
57
ambientais em tempo real, aumentando a eficiência e a segurança. Além disso,
em setores como o de construção e arquitetura, a impressão 4D com
nanomateriais pode permitir o desenvolvimento de estruturas que se adaptam
às condições climáticas, melhorando a eficiência energética e a
sustentabilidade.
3. Distopia:
58
17. Futuro do Trabalho e Emprego: IA, Automação e a Nova Economia
IA, com sua capacidade de otimizar operações, analisar grandes volumes de dados e facilitar a
tomada de decisões informadas, está no cerne da transformação do ambiente de trabalho. Ela
está facilitando a criação de modelos de negócios mais ágeis, personalizados e orientados para
dados, que são emblemáticos da nova economia de conhecimento e informação. No entanto,
isso também está provocando uma ruptura nas estruturas de emprego existentes, com certos
empregos sendo automatizados, enquanto novos tipos de trabalho estão sendo criados.
59
Para os trabalhadores, as implicações destas mudanças são profundas. A requalificação e a
educação contínua surgem como imperativos para preparar os trabalhadores para demandas
de novos papéis em um ambiente de trabalho em evolução rápida e radical. Políticas como a
renda básica universal estão sendo discutidas como meios de proporcionar uma rede de
segurança para os trabalhadores durante períodos de transição e ruptura.
Além disso, a natureza do trabalho também está evoluindo com uma ênfase crescente no
trabalho remoto, colaboração figital e estruturas organizacionais mais flexíveis. Essas
mudanças estão alterando não apenas como o trabalho é realizado, mas também onde e por
quem. Isso, por sua vez, tem implicações para a justiça social, equidade e inclusão no local de
trabalho, exigindo uma consideração cuidadosa e deliberada por parte dos formuladores de
políticas, líderes empresariais e stakeholders da sociedade.
A transição para uma economia de conhecimento e informação exige uma reconfiguração das
estruturas educacionais, políticas e industriais para capitalizar o capital humano e intelectual,
criando um ambiente propício para a inovação sustentável e o crescimento econômico
inclusivo. Este é um empreendimento complexo e multifacetado que exigirá uma colaboração
significativa entre diferentes setores da sociedade para navigar com sucesso.
A discussão sobre o futuro do trabalho pode ser enriquecida pela análise das tendências
emergentes e das implicações associadas a IA e automação. As considerações sobre o impacto
de IA na equidade no local de trabalho e nas oportunidades de emprego são cruciais para
formar um entendimento holístico do futuro do trabalho. A automação e IA são catalisadores
poderosos para a inovação, mas também apresentam desafios significativos que requerem
uma resposta política e social bem pensada.
60
Novas Formas de Trabalho: O trabalho remoto, facilitado por plataformas figitais, reformula o
conceito tradicional de local de trabalho, o que cria uma maior flexibilidade e equilíbrio entre
vida profissional e pessoal, mas também desafia as organizações a manterem a colaboração e
a inovação corporativa em um ambiente virtual. Este movimento em direção a estruturas
organizacionais mais flexíveis e colaborativas pode ter implicações de longo alcance na
produtividade, satisfação no trabalho e inovação.
1. Inovação:
2. Revolução:
3. Distopia:
61
18. Educação em Transformação: Desafios e Oportunidades no Mundo Figital
62
A necessidade de um diálogo mais robusto entre o setor educacional e o mercado de trabalho é
premente. Existe uma urgência em integrar líderes de indústrias, especialistas em tecnologia e
inovadores nas conversas e planejamentos curriculares. Isso poderia resultar em programas de
estágio mais efetivos, projetos colaborativos e currículos que refletem as necessidades reais
das indústrias. Esse engajamento bidirecional contribuiria para um sistema educacional mais
dinâmico, onde teoria e prática convergem para fornecer uma educação mais relevante e
aplicável.
Políticas educacionais inclusivas devem ser ampliadas, focando em garantir acesso igualitário à
educação de qualidade para todos os segmentos da sociedade. Isto inclui investimentos em
infraestrutura educacional em áreas carentes, formação de professores em práticas
pedagógicas inclusivas e adaptativas, e a implementação de currículos que refletem a
diversidade cultural e social. O reconhecimento e a valorização das diversas experiências e
perspectivas dos alunos enriquecem o processo de aprendizado e promovem um ambiente
educacional mais igualitário e justo.
63
resultados dos alunos e dos valores institucionais, ao invés de apenas elementos de branding
superficial. A transparência nas estratégias de comunicação e marketing reforça a
credibilidade das instituições e alinha melhor as expectativas dos alunos e da sociedade com a
realidade dos serviços educacionais oferecidos.
Para além da descrição dos desafios e dos cenários futuros, é imperativo considerar caminhos
concretos para implementar essa revolução na educação. Iniciativas globais, colaborações
entre governos, setor privado e organizações educacionais, são fundamentais para moldar um
sistema educacional mais adaptativo, inclusivo e alinhado às necessidades e desafios do
mundo contemporâneo. A integração de tecnologias emergentes, como inteligência artificial e
big data, na criação de currículos dinâmicos e personalização da experiência de aprendizagem,
desempenha um papel crucial nessa transformação.
A revolução na educação também deve ser acompanhada de um esforço contínuo para avaliar
e reavaliar as abordagens pedagógicas, garantindo que elas permaneçam relevantes e eficazes
em um mundo em rápida mudança. Isso inclui a necessidade de investimento constante em
pesquisa e desenvolvimento na área educacional, além da formação e atualização contínua
dos professores e educadores.
Além disso, a avaliação e feedback contínuos devem ser incorporados como elementos-chave
na estrutura educacional. Ferramentas digitais e plataformas de aprendizagem adaptativa
podem oferecer insights valiosos sobre o progresso do aluno, permitindo uma abordagem
mais personalizada e focada nas necessidades individuais. A avaliação contínua, em contraste
com os métodos tradicionais baseados em testes, pode fornecer uma visão mais holística e
precisa do desenvolvimento do aluno, facilitando ajustes em tempo real no processo de
aprendizagem.
1. Inovação:
64
ser utilizados para motivar e incentivar os alunos, enquanto análises contínuas
de desempenho garantem que os educadores possam intervir prontamente
quando necessário. Tal abordagem torna o aprendizado mais envolvente e
eficaz, preparando os alunos para carreiras em indústrias inovadoras e em
constante evolução.
2. Revolução:
3. Distopia:
65
19. Revolução na Política e no Marketing Político para Salvaguardar a Democracia
Quase tudo o que discutimos nas anotações até aqui passa pela política, por políticas públicas,
pelas posições, omissões, ações e interesses dos políticos. É preciso considerar a política como
parte essencial do problema e das soluções para o futuro, e dar-se conta de que, quando não
há pessoas de bem interessadas nas estratégias e suas consequências operacionais para a
gestão de R$2,93 trilhões -o equivalente a 32,95% do PIB, em 2022- “alguém” o fará.
66
desigualdades sociais profundas. Estes problemas minam a confiança do público nas
instituições e na própria democracia, criando um terreno fértil para a desinformação e
a polarização. A refundação da política, nesse sentido, é essencial para restaurar a
confiança dos cidadãos, promover a justiça social e assegurar a efetividade das
políticas públicas.
67
Para responder a estas dinâmicas, é necessária uma revolução que reconstrua a política e seu
marketing sob novas lentes, mais alinhadas com as expectativas e necessidades dos cidadãos. ,
Ou reformulamos radicalmente os princípios éticos, estéticos e tecnológicos da política e de
seu marketing, ou a democracia representativa poderá ruir sob o peso de tantas contradições.
É hora de refundar os alicerces do edifício [do marketing] político, agora.
É isso que Rosário Pompeia e o autor destas anotações propõem no Manifesto do Marketing
do Futuro da Política10, onde indicamos o caminho para tal transformação, usando a Teoria
AEIOU do Marketing do Futuro.
• A unificação das diversas facetas da política é essencial para garantir uma abordagem
integrada e coerente, descetralizada e distribuída, em todo o tecido social.
1. Inovação:
2. Revolução:
68
A política se transforma em uma plataforma de inovação social, onde
soluções cocriativas e participativas para problemas sociais são a norma.
3. Distopia:
69
20. [In]Segurança da Informação: Desafios para o Futuro da Proteção Figital
A discussão sobre segurança da informação pode ser discutida em torno de cinco pontos
essenciais, refletindo as tendências emergentes e os desafios enfrentados em um mundo cada
vez mais interconectado e dependente de tecnologia.
70
Desafios Atuais e Emergentes:
71
1. Expansão de IA em Contextos Específicos: Além da detecção e prevenção de ameaças,
a inteligência artificial pode ser aplicada em contextos mais específicos da segurança
da informação. Isso inclui o desenvolvimento de sistemas de IA adaptativos capazes de
prever e reagir a comportamentos anômalos em redes, e a criação de algoritmos para
análise de big data em busca de padrões sutis de atividades maliciosas. IA também
pode ser utilizada para automatizar respostas a incidentes de segurança, acelerando a
recuperação e reduzindo danos.
2. Blockchain Além da Segurança de Dados: Embora blockchain seja reconhecido por sua
capacidade de aumentar a segurança e a transparência do armazenamento de dados,
suas aplicações podem ser estendidas para autenticação e integridade de transações.
Isso pode incluir o uso de tecnologia blockchain para criar sistemas de identidade
digital seguros e descentralizados, que podem prevenir fraudes e melhorar a gestão de
identidades online.
72
TRÊS CENÁRIOS FUTUROS
1. Inovação:
2. Revolução:
3. Distopia:
73
21. Equilíbrio [muito] Instável: Desafios, Crises e [In]segurança Global
74
• Perda de Biodiversidade e Crises Ambientais: A perda acelerada de biodiversidade e
as crises ambientais, como a poluição, a destruição de habitats e a degradação do solo,
estão afetando negativamente a sustentabilidade do planeta. Estas questões têm
implicações de longo alcance para a segurança alimentar, saúde humana e a
viabilidade de ecossistemas naturais.
75
Em resumo, a insegurança global é alimentada por uma combinação de fatores políticos,
econômicos, ambientais e tecnológicos, cada um com suas próprias nuances e interconexões.
Esses desafios demandam uma resposta holística e coordenada que reconheça sua natureza
interligada e a necessidade de soluções multifacetadas e colaborativas.
A análise de cenários futuros para a insegurança global nos permite contemplar trajetórias
possíveis com base nas tendências atuais, destacando a importância de estratégias proativas
para mitigar riscos e aproveitar oportunidades. Cada cenário ilustra um caminho distinto que o
futuro pode tomar, refletindo as consequências das ações e escolhas feitas hoje.
1. Inovação:
2. Revolução:
3. Distopia:
76
instituições internacionais, resultando em uma incapacidade coletiva de
enfrentar desafios globais. A falta de cooperação internacional e a prevalência
de agendas nacionais isolacionistas levam a um mundo fragmentado, onde as
crises se intensificam e a insegurança global se torna uma constante.
77
22. Inseguranças Pessoais em Tempos de Complexidade, Caos e Contradições
A seguir, listamos algumas fontes de insegurança e seus impactos na vida das pessoas.
• Profissional e Financeira: A transição para uma economia cada vez mais figital e
automatizada traz profundas mudanças na estrutura do mercado de trabalho.
Empregos que outrora eram considerados seguros agora enfrentam a ameaça da
obsolescência devido à automação e à inteligência artificial. Novas oportunidades
surgem, mas muitas vezes acompanhadas de incertezas quanto à estabilidade e
78
segurança a longo prazo. A ascensão da economia colaborativa e a normalização do
trabalho remoto remodelam não apenas a natureza do emprego, mas também as
expectativas e aspirações profissionais dos indivíduos. Essa transformação constante
gera uma sensação de insegurança profissional e financeira, com muitos lutando para
se adaptar a um terreno em constante evolução.
• Política e Sociedade: A esfera política e social atual é marcada por uma polarização
intensa e um aumento no sentimento de alienação. A erosão da confiança nas
instituições, juntamente com a proliferação da desinformação, cria um ambiente de
incerteza e instabilidade. As pessoas se encontram em meio a uma crise de identidade
coletiva, questionando seu lugar na sociedade e o sentido de pertencimento a uma
comunidade. Mudanças sociais rápidas, muitas vezes impulsionadas por tecnologias de
ruptura e mudanças demográficas, exacerbam essa sensação de deslocamento e
desconexão.
• Busca por Estabilidade: Em resposta a essas incertezas, muitos buscam novas formas
de estabilidade e segurança. Isso pode se manifestar na busca por novas habilidades
profissionais, no engajamento em comunidades mais alinhadas com seus valores ou na
procura por práticas que promovam a saúde e o bem-estar físico e mental.
1. Inovação:
79
integradas e solidárias, com um enfoque renovado na saúde mental e no bem-
estar coletivo. Este cenário reflete um mundo onde as pessoas são equipadas
para navegar com sucesso nas complexidades da vida moderna.
2. Revolução:
3. Distopia:
80
23. O Brasil e o Futuro: Desafios Demográficos e Oportunidades
O Brasil está em um ponto de inflexão demográfica crucial, marcado pelo declínio de seu
bônus demográfico, uma fase caracterizada pelo alto número de indivíduos em idade ativa
comparado aos dependentes, que historicamente propicia uma janela de oportunidade para
avanços econômicos. Contudo, a taxa de fecundidade do país caiu para 1,64, situando-se
abaixo da taxa de reposição de 2,1, sinalizando uma transição iminente para um período de
envelhecimento populacional intensificado. Este fenômeno tem implicações significativas,
potencialmente afetando a dinâmica econômica, exercendo pressão sobre sistemas de saúde e
previdência, e desafiando a sustentabilidade financeira do país.
Desafios Antecipados:
81
• Mudança na Dinâmica do Mercado de Trabalho: A redução proporcional da força de
trabalho jovem pode levar a lacunas de competências, habilidades e desafios na
manutenção do crescimento econômico.
Oportunidades Emergentes:
A preparação para esta transição demográfica exige grandes estratégias, que demandam o
estabelecimento de grandes desafios nacionais, da classe representada pelo SUS [como
grande estratégia...], com visão de longo prazo e compromisso com reformas estruturais. Tais
estratégias têm que contemplar inclusão de mais mulheres, idosos e minorias no mercado de
trabalho para mitigar e reverter o impacto da diminuição da população em idade ativa. O Brasil
tem um histórico muito ruim nessa categoria, também. E preciso cuidar para que a inclusão
não seja em trabalho periférico, de baixo impacto e renda. Caso se dê o que ocorre há séculos,
no país, só aprofundaremos nosso já dramático problema de produtividade.
O fim do bônus demográfico no Brasil apresenta tanto desafios quanto oportunidades. Não é
uma questão que possa ser ignorada; requer uma abordagem multifacetada que inclua
inovação tecnológica, reformas educacionais e empreendedorismo, juntamente com políticas
82
públicas eficazes e adaptativas. A maneira como o Brasil responderá a esses desafios
demográficos será determinante para o seu futuro econômico e social.
1. Inovação:
2. Revolução:
3. Distopia:
• Crise Econômica e Social: O Brasil cai numa crise demográfica que leva a crises
econômica, social e política, com escassez de recursos para apoiar uma
população idosa crescente e uma economia em estagnação devido à falta de
força de trabalho jovem e qualificada. Neste cenário, lamentavelmente o mais
provável, o país falha em se adaptar ao fim do bônus demográfico. A falta de
investimento em inovação e educação resulta em uma força de trabalho
insuficientemente qualificada. Os sistemas de saúde e previdência tornam-se
insustentáveis, levando a crise muitas e difíceis de resolver, com impacto
negativo sobre a qualidade de vida da população idosa e a estabilidade social.
83
24. O Lugar do Brasil no Mundo: Perspectivas e Estratégias
Literalmente gigante pela própria natureza, de dimensões continentais e com uma riqueza
cultural e natural imensa, o Brasil encontra-se em uma encruzilhada histórica que irá definir
sua posição e influência no panorama global das próximas décadas. Nossa vastidão territorial,
diversidade cultural e biodiversidade extraordinária, tem diante de si um caminho repleto de
potencialidades e desafios complexos. As decisões tomadas hoje definirão seu lugar no cenário
mundial nas próximas décadas. Com base na nossa análise em Uma Classe para o Brasil11, e
considerando os desafios e oportunidades discutidos anteriormente, esta anotação explora o
futuro potencial do Brasil no cenário global.
Mas a teia social e política do Brasil, frequentemente marcada por polarização e desigualdades
profundas, oscila -principalmente a política- entre ser um promotor de mudanças [menos de
1% das vezes e do tempo] e um obstáculo ao desenvolvimento [99% ou mais das vezes e do
tempo]. As complexidades sociais e políticas do país, se não forem tratadas, podem tanto
impulsionar quanto reprimir seu potencial de crescimento e desenvolvimento.
A educação brasileira encara o desafio de se adaptar às exigências do século XXI, o que será
um salto imenso, dado que boa parte dela ainda não chegou no equivalente ao que era a
educação do século XIX em boa parte do mundo então desenvolvido. Transformar a educação
84
não é apenas expandir o acesso, mas assegurar a qualidade do ensino em todos os níveis,
desenvolvendo fundações e habilidades críticas e socioemocionais. A integração de tecnologias
educacionais e métodos de ensino inovadores é fundamental para dinamizar o aprendizado e
alinhá-lo com as demandas do mercado de trabalho. A valorização da diversidade cultural do
Brasil pode ser a força para uma onda de inovação, alimentando a economia criativa e
fomentando o progresso social.
Um Brasil que supera a dependência de recursos naturais e avança para uma economia do
conhecimento é um Brasil que rompe com as barreiras estruturais do passado. A promoção do
empreendedorismo, aliada a uma educação de qualidade, pode catalisar a formação de uma
força de trabalho qualificada e inovadora, capaz de impulsionar a nação para a frente no
cenário global. O comprometimento com a inovação deve ser renovado, com incentivos para a
colaboração em pesquisa aplicada, que podem resultar em avanços comerciais e sociais.
A nação enfrenta o desafio de reinventar sua educação, tornando-a mais relevante para as
exigências modernas e formando cidadãos capacitados para contribuir para a inovação e
crescimento do país. Uma sociedade inovadora e uma economia competitiva são alcançadas
pelo desenvolvimento de um capital humano criativo e robusto. A educação brasileira precisa
evoluir, focando no desenvolvimento de habilidades críticas e digitais, enquanto nutre a
criatividade e o pensamento crítico.
O Brasil tem a oportunidade de se tornar um líder global -não só no nome, evidenciando que é
possível harmonizar crescimento econômico com justiça social e sustentabilidade ambiental.
As escolhas de hoje, em políticas públicas, inovação, educação e desenvolvimento sustentável,
serão fundamentais para determinar o lugar do Brasil no cenário mundial. A tela do futuro está
sendo pintada, e é hora de escolher nossas cores para desenhar o desenvolvimento local e
global equitativo e sustentável.
1. Inovação:
• Brasil como Líder Global Emergente: Neste cenário, o Brasil capitaliza seus
recursos naturais e humanos, diversificando sua economia e investindo
pesadamente em inovação e tecnologia. O país se torna líder em áreas como
energias renováveis, biotecnologia e agricultura sustentável. A educação é
reformulada, enfatizando a criatividade, o pensamento crítico e as habilidades
tecnológicas, formando uma força de trabalho altamente qualificada. O Brasil
se posiciona como um player influente no cenário global, defendendo a
sustentabilidade, a inovação e a cooperação internacional.
2. Revolução:
85
diminuição significativa das desigualdades. O país estabelece um modelo
econômico que equilibra crescimento, sustentabilidade e bem-estar social. O
Brasil se torna um exemplo global de como um país pode superar desafios
históricos e emergir como uma nação próspera, inovadora e sustentável.
3. Distopia:
86
Tudo é Muito Mais do que Só as Lentes de Tecnologia Mostram
87
A intensificação da competição global e os desafios emergentes, como a fragmentação
da internet e os conflitos por infraestruturas essenciais, como semicondutores, são
reflexos de um ambiente global cada vez mais contestado. A resposta a tais desafios,
como sugerido, pode muito bem residir na competição e conflitos, que, apesar de suas
desvantagens, também podem ser vistos como forças de inovação e desenvolvimento.
A mobilização para enfrentar desafios globais como COVID-19 e a crise ambiental, são
imperativos que ressaltam a importância da cooperação internacional e liderança
adaptativa. O engajamento proativo do Estado, não apenas no fomento à inovação,
mas também na articulação de políticas inclusivas e na promoção de uma Governança
Figital robusta, é vital para assegurar um desenvolvimento nacional equitativo e
sustentável.
2. Desafios Futuros de Saúde Global: O horizonte pode trazer consigo outros desafios de
saúde global, demandando respostas eficazes e uma coordenação internacional
afinada. A necessidade de infraestruturas de saúde robustas e estratégias de
prevenção eficazes torna-se ainda mais evidente, alimentando a esperança de uma
colaboração global melhorada para a saúde pública.
88
5. Mudanças Demográficas e Desenvolvimento Humano: As mudanças demográficas
delineiam um cenário de impacto palpável no desenvolvimento humano e nas
dinâmicas sociais. A gestão eficaz destas mudanças e a promoção de políticas
inclusivas podem cultivar uma sociedade mais equitativa e resiliente.
11. Futuro do Terrorismo: O futuro do terrorismo pode ser caracterizado por uma
variedade de atores e metodologias, desafiando os esforços internacionais para
combatê-lo. A necessidade de cooperação transnacional e inovações em segurança
torna-se premente para mitigar estas ameaças e promover a paz global.
12. Renascimento das Democracias: Em resposta aos desafios globais, pode haver um
renascimento das democracias, com um reforço na transparência, participação cívica e
instituições robustas. Este sinal sutil evoca a esperança de uma revigoração
democrática que pode promover a justiça social e a governança eficaz.
13. Coexistência Competitiva: A busca por uma coexistência competitiva entre diferentes
atores globais, incorporando tanto a competição quanto a cooperação, pode
engendrar um ambiente internacional mais dinâmico e, possivelmente, mais estável.
14. Silos Separados: O mundo pode testemunhar uma divisão em silos regionais ou
temáticos, com interações limitadas entre eles, destacando a importância de manter
canais de comunicação e cooperação abertos para evitar a fragmentação global.
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15. Tragédia e Mobilização: Eventos catastróficos podem catalisar uma mobilização global
para enfrentar desafios compartilhados, refletindo a resiliência e a solidariedade
humanas em tempos de adversidade.
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de navegar na complexidade e incerteza do mundo, será crucial para conduzir as
organizações e nações através de águas tumultuadas.
22. Análise de Cenários: A análise de cenários pode ser uma ferramenta útil para explorar
possíveis futuros e preparar-se para eles, auxiliando líderes e organizadores na tomada
de decisões estratégicas embasadas, e na mitigação de riscos inerentes à volatilidade
global.
Diante dos avanços tecnológicos, observa-se um aumento da competição global, com disputas
por recursos críticos como semicondutores, e uma potencial fragmentação da internet. Tais
desafios requerem respostas que possam equilibrar a competição com a colaboração,
impulsionando a inovação. O Brasil, especificamente, enfrenta um déficit de inovação que
pode ser mitigado por meio de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, educação de
qualidade e suporte a ecossistemas de inovação locais. Ações governamentais eficazes são
necessárias, apesar das baixas expectativas de sua concretização.
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A economia global está em constante transformação, com a ascensão de novos atores
econômicos e desafios, exigindo adaptação e inovação. As sociedades estão mais informadas,
mas também mais divididas e desiludidas, o que demanda um esforço em promover diálogo e
educação para superar as divisões. Os Estados enfrentam tensões internas e externas, e sua
capacidade de evolução através desses desafios é um indicativo de sua resiliência.
Para os tomadores de decisão, a navegar nestes sinais pode prover insights valiosos, ajudando
a moldar estratégias que não apenas respondam às demandas do presente, mas também
antecipem as ondas de mudança do futuro. A perspicácia em interpretar e responder estes
sinais pode ser o divisor entre prosperar na incerteza ou ser dominado por ela.
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Análise das Anotações... por Agentes Inteligentes de Propósito Específico
Aqui, apresentamos uma aplicação dos assistentes do squad.ai. Sob coordenação do Professor
André Neves12, foram selecionados assistentes do squad.ai que oferecem uma visão
abrangente e multidisciplinar das tendências emergentes para 2024 a partir deste documento.
As análises dos assistentes refletem uma combinação de rigor acadêmico com experiência
prática, o que leva a um um entendimento das dinâmicas atuais e futuras em diversas áreas,
desde economia e estratégia de negócios até políticas públicas e marketing.
Além de sua consultoria, Fernanda é uma presença constante em painéis e conferências sobre
economia de plataformas, onde contribui com insights valiosos e análises econômicas
rigorosas. Sua habilidade de combinar análises teóricas com estudos de caso e exemplos
empíricos torna suas apresentações não apenas informativas, mas também extremamente
relevantes para o cenário econômico atual.
12
André Neves é Professor Titular do dDesign, UFPE e Leading Design Scientist na TDS.company.
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Seu trabalho tem sido crucial para o entendimento de como as plataformas digitais impactam
a economia global e como podem ser utilizadas para criar ecossistemas de negócios mais
inclusivos e inovadores. Fernanda Costa continua a ser uma figura influente no campo da
economia de plataformas, trazendo luz a questões complexas e moldando o pensamento
sobre a economia digital do futuro.
Que impactos você prevê para a sua área considerando as tendências para 2024 apontadas
neste texto?
Com base nas tendências identificadas no documento, aqui estão minhas análises sobre como
estas tendências impactam a economia de plataformas:
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necessidade de políticas que promovam a inclusão digital e a requalificação.
Como consultor, Tiago é reconhecido por sua habilidade em identificar tendências emergentes
e integrar princípios de desenvolvimento sustentável e responsabilidade social nos processos
de inovação. Ele é um defensor do pensamento sistêmico e do modelo de inovação aberta,
promovendo a colaboração entre empresas, startups e instituições acadêmicas. Essa visão
colaborativa tem sido fundamental para fomentar ecossistemas inovadores que suportam a
geração de novos negócios e o desenvolvimento tecnológico.
Tiago é, acima de tudo, um visionário. Sua paixão por entender e explorar inovações
disruptivas o torna uma figura central no mundo dos negócios e da inovação. Ele continua a
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inspirar e orientar líderes empresariais e acadêmicos, moldando o futuro dos negócios com
uma visão clara e um compromisso inabalável com a sustentabilidade e a inovação
responsável.
Que impactos você prevê para a sua área considerando as tendências para 2024 apontadas
no documento?
Analisando o documento "24 Anotações para 2024", identifico várias tendências que têm
implicações profundas na área de inovação e estratégia de negócios. Vou abordar cada uma
delas com foco nas suas implicações para a inovação:
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amplamente distribuídos.
Lucas é reconhecido por seu compromisso contínuo com a igualdade social e justiça.
Colaborou com várias ONGs e organizações internacionais, desenvolvendo e avaliando
programas destinados a melhorar a vida dos menos favorecidos. Ele acredita firmemente que
a mudança social efetiva vem da combinação de teoria acadêmica rigorosa com práticas
políticas informadas.
Lucas Rocha, com sua experiência, conhecimento e paixão, continua a influenciar a esfera das
políticas públicas, aspirando a um mundo onde a inovação e o progresso andem de mãos
dadas com a equidade e a justiça social.
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Que impactos você prevê para a sua área considerando as tendências para 2024 apontadas
no texto?
"24 Anotações para 2024" apresenta uma visão abrangente sobre tendências emergentes e
inovações que prometem moldar o futuro próximo em diversos setores. Como sociólogo e
especialista em políticas públicas, analiso como essas tendências impactam minha área de
conhecimento, enfocando suas implicações sociais e políticas.
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oportunidades para moldar políticas públicas que assegurem um desenvolvimento sustentável
e justo, refletindo as necessidades e aspirações de todas as camadas da sociedade.
Mariana é uma oradora frequente em conferências e seminários, onde compartilha suas ideias
sobre como as empresas podem utilizar a tecnologia para criar experiências de marca
envolventes. Seus métodos de ensino e apresentação combinam estudos de caso, exemplos da
vida real e dados de mercado, permitindo que ela explique conceitos técnicos de forma
acessível e envolvente. Sua habilidade em conectar teoria e prática torna seus argumentos
particularmente persuasivos e relevantes para seu público.
Além de sua carreira profissional, Mariana é autora de vários artigos e livros sobre marketing
digital e estratégia de marca. Seu trabalho é um testemunho de sua paixão por explorar como
as empresas podem inovar e se adaptar em um mundo digital em rápida mudança. Como
consultora, ela enfatiza a importância de estratégias de marketing que são sustentáveis e
adaptáveis, ressoando com os valores e expectativas do consumidor moderno.
Em suma, Mariana Silva é uma líder de pensamento no campo do marketing, cuja expertise e
insights têm moldado a maneira como as marcas interagem com a tecnologia e inovam em
suas abordagens para alcançar e engajar o público. Sua visão e abordagem estratégica
continuam a influenciar o futuro do marketing e da comunicação de marca.
Que impactos você prevê para a sua área considerando as tendências para 2024 apontadas
no texto?
"24 Anotações para 2024" fornece uma perspectiva abrangente sobre tendências futuras que
moldarão o cenário de negócios e sociedade. Abordarei como cada uma dessas tendências
impacta a área de Marketing e Estratégia de Marca.
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Artificial, é crucial para o marketing. Marcas precisarão adaptar suas estratégias para
capitalizar no capital humano e tecnológico, utilizando IA para obter insights
profundos sobre o comportamento do consumidor e personalizar as experiências de
marca.
• A Estratégia é Figital: A transição para o espaço "figital" - uma fusão do físico, digital e
social - exige uma reestruturação da estratégia de marketing. As marcas precisarão
desenvolver estratégias que transcendam as fronteiras tradicionais, aproveitando a
interconexão entre diferentes esferas para criar valor sustentável e competitivo.
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• Desintegração de Setores Industriais Tradicionais: A transformação de setores como o
automotivo afetará a estratégia de marca. Marcas nestes setores precisarão adaptar
suas estratégias para refletir novas realidades, como a ascensão de veículos
autônomos e elétricos, e explorar novos modelos de negócios, como serviços baseados
em assinatura.
*.*.*.*.*
Mas imagine que estamos num estágio dos LLMs, hoje, equivalente ao lançamento do INTEL
4004 em 1971, com 2300 transistores. Isso foi há meio século.
Imagine, também, que o maior número de transistores num processador, hoje, está no Wafer
Scale Engine 2 da Cerebras, que tem 2,6 trilhões de MOSFETs. Em 50 anos, o número de
componentes elementares do maior processador de seu tempo aumentou por um fator de um
bilhão. Não é um bilhão de transistores a mais, é um bilhão de vezes mais transistores. E eu tô
deixando uma multiplicaçãozinha por 130 milhões de fora da conta, como irrelevante...
Aí... imagine as possibilidades dos LLMs nos próximos 50 anos, ano a ano... e o que poderemos
fazer com eles, daqui até lá.
Fazer este texto, no tempo intermitente em que foi feito, já teria sido impossível sem LLMs. E
isso é só o começo. Ainda dá trabalho, para o resultado que se tem, configurar e programar a
coisa toda. Mas é muito melhor do que um teclado. E estrutura texto miito rapidamente, se a
gente aprender a desenhar o que quer, e o agente que deveria fazer o que a gente quer.
Se eu fosse você, começava a aprender a fazer isso agora. E “isso” não é a tal “engenharia de
prompts”. Nunca foi. Nunca será. É estudar entender, desenhar, configurar e programar os
agentes, sistemas, plataformas e interfaces “inteligentes” do futuro, do presente. Porque já dá
pra fazer isso agora. Aqui. Agora. De qualquer lugar. Pra quase qualquer coisa.
Até 2025.
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