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Universidade FEEVALE

Instituto de Ciências Criativas e Tecnológicas (ICCT)

Curso de Arquitetura e Urbanismo

APOSTILA DE

ESTRUTURAS I

PROFESSORES:

Daiana C. Metz Arnold, Eng. Me.

Eduardo R. Schneck, Arq. Me.

José Ernesto de Azevedo Nadalon, Eng. Me.

Juliana A. Lima Senisse Niemczewski, Eng. Dra.


1. A ESTRUTURA E A ARQUITETURA

A estrutura das edificações é composta por um conjunto de elementos que se inter-


relacionam, visando desempenhar uma determinada função, ou seja, a de criar um
espaço em que pessoas exercerão uma série de atividades. Cabe lembrar, que a união
destes elementos, que compõem a estrutura, deve garantir a estabilidade da
construção.

É quase um dogma a ideia de que quem concebe a estrutura é o engenheiro. Isto é um


grande engano. Uma coisa é conceber a estrutura; outra é dimensioná-la para que seja
capaz de suportar as condições de trabalho às quais estará submetida. Conceber não
significa necessariamente materializar a construção. A etapa da concepção é anterior
ao dimensionamento.

Não se pode imaginar uma forma sem estrutura, portanto pode-se dizer que toda
forma tem uma estrutura, assim como toda estrutura tem uma forma. Assim, a
concepção de uma forma implica na concepção de uma estrutura e, em consequência,
dos materiais e processos para materializá-la. A forma e a estrutura nascem juntas,
logo, quem cria a forma cria a estrutura.

O desenvolvimento conjunto da forma e da estrutura procura caracterizar a fusão e


condensação expressiva entre estes dois elementos. Desta forma originando um
processo de análise que considera a criação do espaço arquitetônico inerente às
condições estruturantes de sua materialização. Portanto, a forma e a estrutura devem
ser associadas em uma única essência.

Diferentes fatores, sejam de caráter ideológico ou prático, influenciam o projeto de


arquitetura de uma edificação. A estrutura é considerada de fundamental importância
uma vez que sua principal finalidade é dar forma e integridade à construção. O projeto
arquitetônico deve ser pensado juntamente com o projeto estrutural.

No entanto, como saber qual a melhor solução para um determinado projeto? Para
responder esse questionamento, podemos fazer uma analogia com o exemplo
demonstrado abaixo. Suponha que, em uma praça qualquer, deseja-se apoiar uma
estátua sobre uma estrutura, como segue:
Uma primeira proposta poderia ser a criação
de um pedestal único. Essa solução resolve o
problema de maneira bastante simples e
direta.

Em uma segunda situação, suponha que além


de apoiar a estátua, a estrutura devesse
permitir a passagem de pessoas sob ela. A
solução anterior torna-se inviável, exigindo
outra solução, como por exemplo a proposta
ao lado.

No entanto, se o espaço sob a estátua


devesse ser mais amplo, em uma terceira
situação, a solução mais adequada seria a
apresentada na proposta ao lado.

Como base no demonstrado, pode-se dizer que a estrutura ideal não existe. É preciso
levar em consideração diferentes aspectos em função da necessidade de uma
estrutura. Assim sendo, aspectos econômicos, estéticos e executivos, como a
facilidade e o prazo para execução, são essenciais e devem ser levados em conta.

Como base no exemplo apresentado, pode-se dizer que a primeira solução estrutural
seria a mais econômica; a segunda solução estrutural a esteticamente mais bonita;
enquanto a terceira solução seria a mais fácil de construir.

Cabe ressaltar, que quando o criador da forma não se preocupa com o


desenvolvimento conjunto da estrutura, delegando a atividade a outro profissional,
corre-se o risco de ver seu projeto completamente desfigurado. Portanto, demonstra-
se a importância no desenvolvimento conjunto da arquitetura e da estrutura.
Portanto, podemos dizer que não é o cálculo que concebe uma forma, mas sim o
esforço idealizador da mente humana, ou seja, do profissional que está desenvolvendo
a forma. Ainda pode-se mencionar que o cálculo existe para comprovar e corrigir o que
se intuiu, sendo esse uma ferramenta com a qual se manipula um modelo físico.

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