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Romantismo - Primeira Fase

O Romantismo é um dos movimentos literários mais importantes e influentes da


história da literatura. Surgiu no final do século XVIII na Europa e teve seu ápice no século
XIX, espalhando-se por diversos países e deixando marcas profundas na cultura e na
sociedade. No contexto brasileiro, o Romantismo também teve grande relevância, sendo
dividido em três fases distintas.

A primeira fase do Romantismo no Brasil, que se estende aproximadamente das


primeiras décadas do século XIX até meados do mesmo século, foi marcada por uma
literatura de caráter nacionalista e exaltadora da natureza e do índio. Esse período é
conhecido como "Indianismo", devido ao foco dado à figura do indígena como símbolo de
pureza e liberdade.

Um dos marcos dessa primeira fase é o romance "O Guarani", de José de Alencar,
publicado em 1857. Nesta obra, Alencar retrata o amor entre o índio Peri e a jovem branca
Ceci, em meio às exuberantes paisagens da selva brasileira. Além de apresentar o amor
como tema central, o romance também aborda questões como a luta contra os
colonizadores europeus e a defesa da identidade nacional.

Outro autor importante dessa fase é Gonçalves Dias, cuja obra mais conhecida é o
poema épico "I-Juca Pirama", publicado em 1851. Nesta obra, Gonçalves Dias retrata a
história de um guerreiro tupi que, capturado pelos inimigos, enfrenta a morte com bravura e
dignidade, em uma narrativa que exalta os valores e a cultura indígenas.

Além de José de Alencar e Gonçalves Dias, outros escritores contribuíram


significativamente para o desenvolvimento do Indianismo na literatura brasileira, como por
exemplo Araújo Porto-Alegre, com sua obra "O Retrato de Aníbal" (1843), e Teixeira e
Sousa, com o poema "Caramuru" (1849).

A primeira fase do Romantismo brasileiro não se limitou apenas ao Indianismo,


mas também abrangeu outras manifestações literárias, como o Ultrarromantismo,
caracterizado pela exacerbação dos sentimentos e das emoções. Nesse contexto,
destacam-se autores como Álvares de Azevedo, com sua obra "Noite na Taverna" (1855), e
Casimiro de Abreu, com o livro de poemas "As Primaveras" (1859).
Em resumo, a primeira fase do Romantismo brasileiro foi um período de intensa
produção literária, marcado pela exaltação da natureza, do indígena e dos sentimentos.
Essa fase inaugurou um novo momento na literatura nacional, que influenciou não apenas
as gerações subsequentes de escritores, mas também a própria identidade cultural do país.

Ultrarromantismo

O Ultrarromantismo foi uma corrente literária que se desenvolveu dentro do


contexto do Romantismo, caracterizada pela intensificação das características românticas,
especialmente no que diz respeito à expressão dos sentimentos e das emoções. Surgiu na
Europa no início do século XIX e teve reflexos também na literatura brasileira,
principalmente na primeira metade do século XIX.

Os ultrarromânticos buscavam explorar ao máximo as paixões humanas,


mergulhando em temas como o amor, a morte, o destino, o sobrenatural e o sofrimento.
Sua escrita era marcada pelo pessimismo, pela melancolia e por uma visão muitas vezes
trágica da existência humana. Esses autores valorizavam o individualismo e a subjetividade,
buscando expressar suas emoções de forma intensa e pessoal.

No Brasil, o Ultrarromantismo teve em Álvares de Azevedo um de seus principais


representantes. Sua obra mais conhecida, "Noite na Taverna", publicada postumamente em
1855, é um conjunto de contos e narrativas que exploram temas como o amor, a morte, o
pecado e a loucura. Nessa obra, Álvares de Azevedo cria um ambiente sombrio e
decadente, onde os personagens vivem experiências extremas e marginais, marcadas pela
sensualidade e pela morbidez.

Outro autor importante do Ultrarromantismo brasileiro é Junqueira Freire, cujo


poema épico "A Caiçara", publicado em 1863, reflete as características dessa corrente,
abordando temas como a paixão amorosa, a morte e o destino trágico dos personagens.

No entanto, é importante ressaltar que o Ultrarromantismo não foi uma corrente


homogênea, e seus representantes apresentavam diferentes nuances e abordagens dentro
do movimento. Além disso, essa corrente literária foi alvo de críticas por parte de outros
escritores e intelectuais, que viam na sua ênfase nos temas mórbidos e na expressão
exacerbada dos sentimentos uma falta de equilíbrio e de refinamento estético.
Apesar das críticas e das controvérsias, o Ultrarromantismo deixou uma marca
indelével na literatura brasileira, influenciando não apenas os escritores da época, mas
também gerações posteriores de artistas e intelectuais. Sua contribuição para a
consolidação do Romantismo no Brasil é inegável, e suas obras continuam a ser estudadas
e apreciadas até os dias de hoje.

Romantismo Indianista

O Romantismo Indianista foi uma das vertentes mais marcantes do movimento


romântico no Brasil. Surgiu como uma resposta ao contexto histórico do país, que buscava
construir uma identidade nacional após a independência em 1822. Os escritores românticos
viram nos povos indígenas uma fonte de inspiração para essa busca por uma identidade
própria e genuinamente brasileira.

Essa corrente literária destacou-se principalmente na primeira fase do Romantismo


brasileiro, que compreende aproximadamente o período entre as primeiras décadas do
século XIX até meados do mesmo século. O Indianismo apresentava um forte caráter
nacionalista, exaltando a natureza brasileira, os costumes dos povos originários e a luta
contra os colonizadores europeus.

Um dos principais expoentes do Indianismo na literatura brasileira foi José de


Alencar, autor de obras como "O Guarani" (1857), "Iracema" (1865) e "Ubirajara" (1874).
Em "O Guarani", Alencar retrata o amor entre o índio Peri e a jovem branca Ceci,
ambientando a história em meio às paisagens exuberantes da mata brasileira. Já em
"Iracema", ele narra a história de amor proibido entre a índia Iracema e o colonizador
português Martim, explorando temas como o choque cultural entre indígenas e europeus e a
formação do povo brasileiro.

Além de José de Alencar, outros autores contribuíram para o desenvolvimento do


Indianismo na literatura brasileira, como Gonçalves Dias, autor do poema épico "I-Juca
Pirama" (1851), que narra a história de um guerreiro tupi que enfrenta a morte com bravura
para preservar a honra de sua tribo.

O Indianismo também teve um papel importante na consolidação da identidade


nacional brasileira, ao destacar a figura do índio como um símbolo de pureza, liberdade e
resistência. Essa valorização dos povos originários influenciou não apenas a literatura, mas
também outras manifestações culturais, como a pintura, a música e o teatro.
Apesar de algumas críticas à idealização do indígena presente nas obras
indianistas, é inegável o impacto que esse movimento teve na construção da identidade
nacional brasileira e na consolidação do Romantismo como um dos períodos mais
importantes da literatura do país. As obras dos escritores indianistas continuam a ser
estudadas e apreciadas até os dias de hoje, pela sua contribuição para a compreensão da
cultura e da história do Brasil.

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