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Desafios da Educação contra o Neoliberalismo

Fernanda Roberta de Azevedo Gomes (IC-Unirio) Thiago Oliveira (orientador)

Departamento de Filosofia; Universidade Federal do Rio de Janeiro- Unirio

Apoio financeiro: FAPERJ, CNPq, CAPES.

Introdução:

O neoliberalismo tem uma grande influência na educação, usando uma ideologia para
comandar o ensino educacional através da defesa da privatização, pondo a ideia de que a
educação seja gerenciada pelos mecanismos do mercado, e seja operada de acordo com as
leia de oferta e demanda, simplesmente com um único objetivo, que é de maximizar o lucro dos
investidores. A ideologia ela molda as crenças, valores e atitudes das pessoas, influenciando
que é ensinado nas escolas e como os alunos são avaliados. Além disso, essa ideologia afeta
a forma como os professores ensinam e avaliam seus alunos, com isso, eleva o individualismo
e a competição, ao invés da colaboração e igualdade. Da mesma forma, a ideologia pode a
influenciar a forma como as escolas avaliam o sucesso dos alunos, com foco em resultados
mensuráveis, como testes padronizados, em vez do desenvolvimento completo do aluno.
Ademais, em um sistema neoliberal, pode haver incentivos para a privatização da educação, o
que pode afetar o acesso e a qualidade da educação para determinada população que moram
em comunidades no Brasil. Da mesma forma, a ideologia pode influenciar a forma como os
administradores escolares conduzem a escola, com foco nas metas e objetivos a curto prazo
em vez de preocupações mais amplas sobre a igualdade e equidade educacional. Segundo o
filósofo Karl Marx, em seu texto “A Ideologia Alemã”, a educação deveria ser socializada, onde,
a educação deveria ser oferecida pelo Estado de forma gratuita e universal, sem distinções de
classe, gênero ou raça. Além disso, a educação deveria ser também democrática e
participativa, envolvendo os educadores e os educandos na gestão escolar e no currículo.
Ademais, Marx fala que a educação deveria desenvolver todas as dimensões do ser humano,
intelectual, física e técnica, onde, educação deveria também integrar teoria e prática, ciência e
arte, trabalho manual e intelectual. Como ainda, a educação deveria desmascarar as relações
de exploração e opressão existentes na sociedade capitalista, e estimular a consciência crítica
e a ação política dos trabalhadores. Ainda, a educação deveria também preparar os indivíduos
para a construção de uma nova sociedade, baseada na cooperação, na solidariedade e na
liberdade.

Objetivo:
Utilizar os conhecimentos adquiridos sobre o neoliberalismo durante o primeiro ano de
pesquisa para aprofundar o conhecimento sobre a questão da implementação do
neoliberalismo junto com a ideologia em particular no Brasil.

Metodologia:

A pesquisa necessitou de escolha e contato com o material base para ser realizada. O contato
foi através da leitura atenta ao livro base “ a escola não é uma empresa” de Christian Laval, “o
Capital” de Karl Marx, “educação para além do capital” de Karl Marx partindo desses textos ,
junto com as reuniões semanais com o orientador entendemos como a ideologia junto com a
alienação molda a sociedade e seus comportamentos, afetando as escolas públicas brasileiras,
onde cada vez está mais escassa e abandonada, e mesmo assim o povo brasileiro continua
aceitando uma educação tão ruim e não consegui enxergar os efeitos prejudiciais nos alunos e
no futuro trabalhistas desses jovens.

Resultado:

Em leituras de Karl Marx, onde suas teorias sobre alienação e ideologia, há uma compreensão
como essa estrutura há uma interconexão e influência generalizada, pelos quais os indivíduos
são alienados onde seu trabalho junto com a ideologia perpetua um estranhamento para os
trabalhadores. Ademais, esse estranhamento acontece por causa do distanciamento do
trabalhador em relação aos produtos que cria. Tendo assim, o trabalho se tornou um meio de
mera sobrevivência em vez de uma fonte de auto expressão, resultando em um trabalho
sufocado de individualidade. Com isso, entra a ideologia funcionando como um mecanismo
complexo que perpetua as ilusões nos indivíduos, funcionando como uma lente, onde surge
produtos culturais, mídia para manipular percepções, desviando toda a atenção das
desigualdades estruturais e a exploração dentro do capitalismo. Então surge, o neoliberalismo
que se aproveita de toda situação, onde existe uma cultura consumista que alimenta o desejo,
e formenta essa ânsia constante por mercadorias, com isso, os indivíduos buscam satisfazer
seus desejos consumindo cada vez mais, ao invés de uma auto realização ou ir buscar seus
direitos na política.

Conclusão:

E através de reuniões e leituras, que concluímos que um instrumento para gerar a consciência
desses mecanismos que foram criados para mascarar o que estar por trás de toda
desigualdade social, é através da educação, onde ela é capaz de romper com todo esse ciclo e
derrubar esses mecanismos criados pelo capitalismo e neoliberalismo. Mas como a educação
pode romper, se ela mesma é um instrumento de ideologia? Para isso, os professores de
educação das ciências humanas, onde tem todo acesso aos livros, informações, precisam
ensinar seus alunos com todos os recursos que tiver, para alerta-los sobre a censura do
capitalismo onde o controle do estado está acima da vida de cada um, tendo uma necessidade
de uma ação coletiva, que ao capacitar cada estudante a desafiar as práticas de exploração e a
eles lutarem por mudanças politicas ao seu favor. Tendo, uma nova sociedade livre, sem um
povo alienado e manipulado, só assim, para ter uma educação mais igualitária, de qualidade,
autônoma e comprometida com a formação cidadã, sem nenhuma interferência da política
neoliberal.

Referências Bibliográficas:

LAVAL, Christian. A escola não é uma empresa: neoliberalismo em ataque ao ensino público. Trad. Mariana Echalar,
1ª Ed. São Paulo: Boitempo, 2019.

O Capital: crítica da Economia Política. Livro 1. São Paulo: Boitempo, 2013.


___. A ideologia alemã. Tradução de Rubens Enderle, Nélio Schneider e Luciano Cavini Martorano. São Paulo:
Boitempo Editorial, 2017.

MÉSZÁROS, I. Educação para Além do Capital. 2ª Ed. São Paulo: Boitempo, 2008.

__. Para além do Capital. Trad. Paulo C. Castanheira e Sérgio Lessa. São Paulo: Boitempo, 2011.

__. O poder da ideologia. Trad. Magda Lopes e Paulo C. Castanheira. São Paulo: Boitempo, 2014.

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