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Centro Universitário Leonardo Da Vinci

LUCIANA MIRO DA SILVA


MARIA APARECIDA GOMES DA SILVA

PROJETO DE ESTÁGIO:
A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA LIBRAS COMO L2 PARA OUVINTES

IBIMIRIM-PE
2020
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.............................................................................................................1
DESENVOLVIMENTO.................................................................................................3
OBJETIVO GERAL......................................................................................................5
METODOLOGIA.......................................................................................................... 6
CONCLUSÃO.............................................................................................................. 7
REFERÊNCIAS........................................................................................................... 8
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INTRODUÇÃO

Os cursos de Línguas de Sinais para ouvintes podemos dizer que antes do


reconhecimento da LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), os cursos aconteciam a
partir da vontade de grupos isolados em igrejas, associações, escolas para surdos e
de maneira mais profissional na Federação Nacional de Educação e Integração dos
Surdos (FENEIS). Entretanto, tais cursos se davam de forma bastante precária pela
falta de uma metodologia definida e pelos escassos recursos didáticos.

Lacerda, Caporali e Lodi (2004) colocam que são necessários estudos para o
ensino de segunda língua para ouvintes devido à insuficiência e recente
preocupação:

[...] discussões sobre o ensino da língua de sinais como segunda


língua, sobre as peculiaridades do aprendiz surdo e ouvinte ante a aquisição
da língua de sinais, sobre as metodologias de ensino adaptadas a diferentes
grupos e realidades culturais ainda são recentes e insuficientes e apontam
para a necessidade de uma formação mais aprofundada e mais estudos
nessa área (LACERDA; CAPORALI; LODI, 2004, p. 59).

O ouvinte que busca aprender libras tem a oportunidade de se ingressar no


mercado de trabalho que atualmente vem crescendo bastante oferecendo novos
serviços especializados e que contam com novas demandas legais e reconhecidas
como a tradução e interpretação. Ou seja, além de aprender uma nova cultura e
uma nova língua através das relações com os sujeitos surdos em seu processo de
aprendizagem de libras, o ouvinte pode se tornar um tradutor intérprete ou um
professor de libras profissionalmente.

A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) deve ser compreendida e decodificada


tanto por surdo quanto para ouvinte para uma comunicação efetiva e é um desafio
na educação escolar, o aluno ouvinte precisa de alfabetização bilíngue, para
encurtar a distância da comunicação entre ambos.

O processo de aprendizagem de L2 é um processo formal, ou seja, um


processo que se estabelece dentro de uma sala de aula de línguas. Nele, uma das
características é a presença do foco na retenção consciente das regras e na
correção de erros (KRASHEN, 1981). Sendo assim, quando o ouvinte opta em se
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ingressar em um curso de libras, ele será conduzido a desenvolver atividades


conscientes e controladas pelo professor para aprender a língua de sinais.

Ao entrar em contato com os surdos e sua comunidade o ouvinte viabiliza


interações que enriquecem não só a sua competência linguística e discursiva na L2,
mas também promove a aprendizagem e a compreensão do processo sócio histórico
e cultural dos surdos.

As mudanças significativas, principalmente atitudinais, conceituais e filosóficas


em relação a pessoa surda e ao ensino de surdos vêm ocorrendo por parte dos
ouvintes acadêmicos e a comunidade participante como reestruturação de uma
proposta metodológica para o ensino da LIBRAS para ouvintes.
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DESENVOLVIMENTO

As Línguas de Sinais têm como papel principal auxiliar na comunicação entre


surdos e ouvintes. O meio de comunicação do surdo brasileiro é a LIBRAS, que
garante comunicar-com a família, com outras pessoas e frequentar a escola como
qualquer aluno ouvinte, uma vez que as habilidades motoras e intelectuais são
preservadas.

Segundo Vygotsky (2001), a linguagem é responsável pela estruturação de


processos cognitivos e desse modo, a mesma se torna fundamental para a
constituição do sujeito. Para o ser humano, a aquisição da linguagem tende a
ocorrer de maneira natural pelo uso espontâneo da mesma em convívio com outros
seres humanos. Entretanto, para as pessoas surdas, devido ao impedimento
sensorial de receber as informações de maneira auditiva e pelo fato de conviverem
em uma sociedade em que a maioria utiliza a língua oral, o desenvolvimento
linguístico ocorre de maneira deficitária e com muitos impedimentos, resultando em
sérias defasagens para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social.

Essa defasagem linguística, muitas vezes, resulta em dificuldade de contato


com a língua do grupo social majoritário no qual estão inseridos, levando os
indivíduos surdos à dificuldade de acesso às informações, aos saberes valorizados
socialmente e, consequentemente, à participação social.

Como consequência desse atraso, as crianças surdas apresentam


desenvolvimento escolar e conhecimentos também defasados, se comparados aos
ouvintes de mesma faixa etária. Gerando, então, a necessidade de intervenções
educacionais que favoreçam o desenvolvimento de suas capacidades.

O ensino da LIBRAS para ouvintes significa dar ao surdo mais possibilidades


de comunicação, mais oportunidades de interagir em seu meio, mais probabilidades
de aceitação no mercado de trabalho, pois, por intermédio de uma vivência ativa
com a comunidade, ele poderá apropriar-se de sua cultura e de sua história, e
formar sua identidade (DIZEU; CAPORALI, 2005).
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Entende-se que o surdo tem direito de se comunicar, de aprender, de


compreender e ser compreendido, respeitando seu modo de comunicação. Esse
direito recebeu maior atenção nos últimos anos e a surdez passou a ser reconhecida
como mais um aspecto das infinitas possibilidades da diversidade humana. Isso
requer que sua linguagem seja entendida por todos e que através dela o surdo
possa interagir com pessoas ouvintes, mesmo sem ajuda de um intérprete de Língua
de Sinais (LS). Esse direito é assegurado pela Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, (LDBN) - Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.

Segundo ALMEIDA (2000, p.3) “Surdos e ouvintes têm línguas diferentes, mas
podem viver em uma única comunidade, desde que haja um esforço mútuo de
aproximação pelo conhecimento das duas línguas, tanto por ouvintes como por
surdos". Dessa forma é preciso um maior envolvimento e participação dos ouvintes
no estudo da LIBRAS e de maior espaço de divulgação da língua, para formação de
uma sociedade com conscientização inclusiva.

A possibilidade de crianças ouvintes conhecerem sobre a educação inclusiva,


de surdos e a língua de sinais possibilitam reflexões sobre educação. Ao inserirmos
o surdo em uma escola regular o professor também possui a missão de auxilia-lo na
socialização com outras crianças, é somente assim que realmente ele será incluído,
diferente disso, ele será segregado ou excluso.

Segundo Sá (2002) a importância da língua de sinais na construção da


identidade surda, pelo valor que a língua tem como instrumento de comunicação,
dentre outros fatores, de troca, de práticas reflexivas, de crítica e posicionamento
perante a sociedade, neste contexto, é importante que os surdos vejam a surdez
não como limitação, mas algo normal em sua vida e que pessoas ouvintes possam
ajudar os surdos a quebrarem as barreiras da comunicação.

O ensino da LIBRAS como segunda língua para alunos ouvintes significa, de


fato, a inclusão social do surdo, pois entende-se que, desta forma, a criança surda
tem mais oportunidades de se desenvolver de forma análoga às crianças ouvintes.

Não se pode mais negar aos surdos o direito de serem parte integrante e
participativa de nossa sociedade. Além disso, para que o surdo possa
desenvolver-se, não basta apenas permitir que use sua língua, é preciso
também promover a integração com sua cultura, para que se identifique e
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possa utilizar efetivamente a língua de sinais (DIZEU; CAPORALI, 2005,


sem paginação).

É importante destacar que para o aprendizado bilíngue de forma efetiva, o


ouvinte necessita disciplinar-se e apurar sua visão. Neste sentido, muitas
brincadeiras de ouvintes deverão ser são adaptadas à LIBRAS.

OBJETIVO GERAL

 O objetivo deste trabalho é estudar a importância da LIBRAS para os ouvintes


permitindo dessa forma a comunicação e inclusão, interagindo e
desenvolvendo a socialização.
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METODOLOGIA

A metodologia é de cunho bibliográfico com método que busca explicitar de


forma descritiva o ensino da Libras para ouvintes. A criança surda tem inicialmente o
aprendizado da Língua Brasileira de Sinais/Libras, diferente da língua utilizada pela
comunidade ouvinte onde a mesma está inserida, então à comunicação é toda
oralista o que prejudica inicialmente na aquisição de sua língua materna.

Portanto, é necessário criar meios para ensinar o português às crianças surdas


que esta seja sua segunda língua para um processo formal de aprendizagem. Mas
primeiro é preciso estudar um plano de ensino e qualificar os professores, para que
estes sejam capazes de ensinar aos alunos surdos ou ouvintes.
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CONCLUSÃO

Sendo assim, conclui-se que ensinar Libras a crianças ouvintes das escolas
regulares inclusivas é a principal forma de criar meios de integração entre surdos e
ouvintes e desse modo, proporcionar um melhor aproveitamento linguístico e social
para ambos os grupos. Nessa perspectiva, a intenção de ensinar Libras para todos
os alunos da escola tem o propósito de colaborar para uma sociedade inclusiva.

Portanto a necessidade da oferta do curso de Libras para a comunidade


acadêmica e comunidade externa, visto que muitos estão dispostos a aprender uma
língua para benefícios próprios. Levando em consideração suas demandas pessoais
e profissionais, compreende-se também que os ouvintes quando conhecem a Libras,
na grande maioria acabam tendo interesse e buscando por mais instruções quanto
essa língua, tornando-se incluídos na comunidade surda.
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REFERÊNCIAS

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, Lei n°. 9394,
de 20 de dezembro de 1996.

editora-arara-azul.com.br

https://ensino.digital/blog/aprendizagem-de-libras-por-um-ouvinte

LIBRAS NAS MÃOS DOS OUVINTES: APRENDENDO UMA LÍNGUA VISUAL


https://acervodigital.ufpr.br/

Noções básicas de LIBRAS para alunos ouvintes


www.diaadiaeducacao.pr.gov.br

nuedisjornadacientifica.weebly.com

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