Profª Juliana Furtado Estrutura do núcleo celular • O núcleo é uma organela que mede entre 5 e 10µm de diâmetro, conforme a intensidade do metabolismo celular, ou seja, células com alto metabolismo possuem núcleo maior em relação às células com baixo metabolismo. • O formato do núcleo, em geral, é compatível com a morfologia da célula, por exemplo, células de formato prismático possuem núcleo alongado. Estrutura do núcleo celular • Nas células animais, é comum que o núcleo ocupe posição central no citoplasma, enquanto nas células vegetais localiza- se na periferia. • Em geral, as células eucarióticas possuem somente um núcleo, que delimita o espaço onde está abrigado o genoma (o material genético); com exceção dos eritrócitos de mamíferos, células vermelhas do sangue que perdem o seu núcleo durante a etapa de diferenciação celular. • Por outro lado, algumas células, como as do fígado e das fibras musculares estriadas, caracterizam-se por serem polinucleadas, ou seja, apresentarem mais de um núcleo. Estrutura do núcleo celular • A delimitação do genoma pelo núcleo faz dele o centro de controle da célula. • Uma de suas principais vantagens é o maior controle da expressão gênica, com a replicação do DNA e a transcrição do DNA em RNA ocorrendo dentro do núcleo, enquanto a tradução ou síntese de proteínas, etapa final da expressão gênica, ocorrendo no citoplasma. • O núcleo celular terá características distintas, dependendo da etapa do ciclo em que se encontra a célula. Estrutura do núcleo celular Estrutura Do Núcleo Interfásico Envelope nuclear • Também chamado envoltório nuclear, separa o conteúdo nuclear do citoplasma, sendo visível somente em microscopia eletrônica. • É formado por dupla membrana lipoproteica, constituída de 30% de lipídeos e 70% de proteínas, onde estão presentes poros. • A membrana nuclear externa caracteriza-se por ser contínua com o retículo endoplasmático rugoso e pode apresentar ribossomos aderidos à face voltada para o citoplasma. Envelope nuclear • A membrana nuclear interna caracteriza-se por possuir, na face interna, voltada para o nucleoplasma, uma rede fibrosa proteica de filamentos intermediários denominada lâmina nuclear, descontínua na região dos poros. • Essa lâmina nuclear mantém a forma e a estrutura do envelope. • É responsável pela ligação da cromatina ao envelope.. Envelope nuclear • Durante a mitose, ocorre redução na interação entre os componentes da lâmina nuclear, fazendo com que se desfaça e, consequentemente, também o envelope nuclear. • Por isso, é possível que o material genético migre para os polos da célula. Envelope nuclear • Os poros nucleares, também denominados complexo dos poros nucleares, são estruturas constituídas por cerca de 100 proteínas, responsáveis pelo movimento de entrada e saída de íons e moléculas entre o nucleoplasma e o citoplasma. • O número de poros no envelope varia de 3.000 a 4.000, mas pode ser maior ou menor, de acordo com o volume na atividade de transcrição. Cromatina • É o DNA associado a proteínas chamadas histonas, formando uma estrutura denominada nucleossomo.
• As histonas são responsáveis pela
compactação ordenada da cromatina e podem ser de cinco tipos distintos: H1, H2A, H2B, H3 e H4, muito similares entre as espécies eucarióticas. Eucromatina • Descompactada ou descondensada – durante a intérfase, no núcleo interfásico. • É a forma ativa da cromatina, correspondendo apenas a 10% da extensão da cromatina, que transcreve RNA somente durante a intérfase. Heterocromatina • Compactada ou condensada – durante a divisão celular, no núcleo mitótico. • A condensação ocorre pela ação da proteína condensina. • A cromatina compactada forma o cromossomo. Heterocromatina • É a forma inativa e mais condensada da cromatina, em que não ocorre transcrição do RNA. Podemos distinguir dois tipos: • Heterocromatina constitutiva – possui sequências gênicas altamente repetitivas, que nunca são transcritas. Heterocromatina • Heterocromatina facultativa – em um mesmo organismo, pode se apresentar compactada em algumas células e descompactada em outras. • Ainda que contenham sequências gênicas únicas ou repetitivas que possam ser transcritas, são inativadas. • Exemplo de heterocromatina facultativa é o cromossomo X das fêmeas de mamíferos, quando uma inativação aleatória ocorre em um dos cromossomos X das fêmeas ainda na vida uterina. Nucleoplasma • É uma solução de natureza aquosa, delimitada pelo envelope nuclear, constituída de proteínas, RNA, nucleotídeos e íons. • No nucleoplasma, estão mergulhados o nucléolo e a cromatina. Encontramos, ainda, a matriz nuclear de natureza fibrilar formando um endoesqueleto, semelhante ao citoesqueleto citoplasmático. • Atribui-se à matriz nuclear a função de prender as alças da cromatina, as proteínas envolvidas no transporte de RNA e as enzimas que participam na replicação do DNA e transcrição do DNA em RNA. Nucléolo • Região do nucleoplasma não delimitada por membrana, onde se agrupam os genes codificadores do RNA ribossômico (RNAr). • É, portanto, a região que tem função de síntese do RNAr, sendo constituída principalmente por proteínas e RNAr. Sob a ação da enzima RNA polimerase I, ocorre a transcrição dos genes, levando ao processamento do RNAr e produção das subunidades do ribossomo, montadas no próprio nucléolo. Os ribossomos das células eucarióticas apresentam uma subunidade maior (60S) e outra menor (40S). O nucléolo apresenta três regiões distintas entre si, do ponto de vista estrutural e funcional DNA e RNA • A molécula de DNA • O DNA, ou ácido desoxirribonucleico, é a molécula que armazena as informações genéticas fundamentais para o controle do metabolismo celular, seja para a constituição ou para o funcionamento regular de cada célula e do organismo como um todo. DNA e RNA • Tendo como referência o modelo de Watson e Crick, sabemos que a molécula de DNA possui as seguintes características: 1.É composta por duas cadeias de nucleotídeos, formando uma dupla hélice. 2.As cadeias são antiparalelas. 3.As cadeias são unidas entre si por meio de ligações de hidrogênio. Nucleotídeos que formam a molécula de DNA • São moléculas compostas por: 1 base nitrogenada, 1 desoxirribose (açúcar) e 1 grupamento fosfato. • As bases nitrogenadas são a base para toda a informação genética. Na linguagem do código genético, as bases nitrogenadas do DNA são representadas por suas letras iniciais. • São quatro bases nitrogenadas no total: A molécula de DNA é formada por duas cadeias antiparalelas. • O açúcar desoxirribose, presente nos nucleotídeos do DNA, é formado por cinco carbonos. • Sua estrutura proporciona estabilidade termodinâmica ao DNA, fundamental para a preservação da integridade dos cromossomos. • Já o fosfato presente na constituição do DNA torna-o hidrofílico (tem afinidade pela água) em sua porção externa. Classificação da Estrutura do DNA • Primária: Corresponde a uma cadeia de nucleotídeos. • Secundária: Corresponde a duas cadeias de nucleotídeos ligadas entre si por ligações de hidrogênio, formando a dupla hélice. • Terciária: Corresponde a associação das duas cadeias de DNA com as proteínas histonas. Molécula de RNA • O RNA, ou ácido ribonucleico, é a molécula responsável pela síntese de proteínas. O RNA desempenha papel importante na transcrição da informação genética contida no DNA para a produção de proteínas.
• A molécula de RNA é composta por uma única cadeia de
nucleotídeos, formando uma fita única. Molécula de RNA • As bases nitrogenadas do RNA são quatro no total, sendo: Molécula de RNA • A timina (T) só se apresenta no DNA, enquanto a uracila (U) só se apresenta no RNA. • Já a adenina, a guanina e a citosina são as bases nitrogenadas encontradas tanto nos nucleotídeos do DNA quanto do RNA. Molécula de RNA • O açúcar ribose é o que compõe os nucleotídeos que formam o RNA, sendo também formado por cinco carbonos. • A diferença entre a ribose (encontrada no RNA) e a desoxirribose (encontrada no DNA) é que a ribose tem um átomo de oxigênio a mais do que a desoxirribose. Já o grupamento fosfato presente no RNA tem composição igual ao daquele presente no DNA. Tipos de RNA 1.O RNA mensageiro: RNA que contém a informação genética que foi transcrita do DNA para formar a proteína.
2.O RNA transportador: RNA que transporta o aminoácido correto
para formar a proteína.
3.O RNA ribossômico: RNA que forma os ribossomos.
Cromossomos e cariótipo • Os cromossomos dos seres eucariontes geralmente são estruturas lineares e são originados da condensação da cromatina, portanto, contêm a informação genética de cada indivíduo. • Sua constituição é de DNA e proteínas, principalmente as histonas, que participam do processo de compactação do DNA. • Estão contidos no núcleo celular. Cromossomos e cariótipo • Sabemos que, durante a divisão celular, os cromossomos se encontram no estado mais condensado na metáfase. Por isso, os estudos com cromossomos são feitos com os cromossomos metafásicos. • Além disso, nesta etapa, já houve a duplicação do DNA. • Em razão disso, os cromossomos são formados por duas moléculas- filhas de DNA, denominadas cromátides, unidas em uma região de estrangulamento pelo centrômero ou constrição primária. Classificação do Cromossomo Classificação do Cromossomo • Na região do centrômero, cada cromátide apresenta uma estrutura denominada cinetócoro, que tem função na migração dos cromossomos durante a divisão celular. • Nas extremidades dos cromossomos, é observada uma região com sequências especiais de DNA, chamadas telômeros. • Os telômeros mantêm os cromossomos estáveis, evitando que haja adesão entre eles. Cromossomos homólogos • Nos organismos eucariontes, encontramos os cromossomos em conjuntos e, nas espécies diploides (2n), as células somáticas possuem dois conjuntos de cromossomos: um vindo do pai e outro vindo da mãe. • Os cromossomos originados do pai e da mãe, que possuem as mesmas características, como forma, tamanho e posição do centrômero, são denominados cromossomos homólogos e ocorrem aos pares, tanto na espécie humana quanto em muitas outras. Cromossomos homólogos • A posição ocupada por cada gene dentro de um cromossomo é denominada de locus gênico e os genes pertencentes aos cromossomos homólogos que se localizam no mesmo locus são chamados de genes alelos. • Genes alelos determinam um mesmo caráter no indivíduo. Número de cromossomos • É específico para cada espécie, ou seja, difere de acordo com a espécie do indivíduo. • Na espécie humana, por exemplo, em células somáticas, que são as diploides, há dois conjuntos de cromossomos, um herdado do pai e um herdado da mãe, ou seja, são 23 pares que somam 46 cromossomos. Já nas células sexuais, que são células haploides com somente um grupo de cromossomos, há apenas 23 cromossomos. Cromossomos autossômicos e sexuais • Podemos dividir os cromossomos em duas categorias, que denominamos autossômicos e sexuais, pois possuem funções diferentes no genoma de um indivíduo. • Os cromossomos sexuais, como o nome sugere, são encarregados pela determinação do sexo do indivíduo. Na espécie humana, que apresenta 46 cromossomos, 2 deles são cromossomos sexuais, que são identificados como cromossomos X e Y. As mulheres apresentam dois cromossomos X, enquanto os homens apresentam um X e um Y. Cromossomos autossômicos e sexuais • Os cromossomos autossômicos estão presentes em ambos os sexos e são relacionados a características comuns, que não estejam ligadas a fatores sexuais, formando o conjunto genético do indivíduo. • Os seres humanos possuem 44 cromossomos autossômicos, que formam 22 pares. Cariótipo • O gene é uma porção de DNA cromossômico que possui informações para a síntese de proteína, ou seja, contém uma sequência específica de DNA que vai ser utilizada para produzir uma proteína que desempenha uma função específica na célula e no organismo. • É importante ressaltar que cada espécie apresenta um número específico de genes por cromossomo. O nome dado a este conjunto de genes é genoma. Cariótipo • Na espécie humana, o genoma corresponde a 23 pares de cromossomos, metade herdado do pai e metade da mãe. Sendo assim, os 23 pares cromossômicos representam o cariótipo humano. • Portanto, cariótipo é o nome referente ao conjunto de cromossomos, que possui formas, tamanhos, números característicos e próprios por espécie. Nos humanos, são 23 pares, em que 22 pares são constituídos por cromossomos homólogos autossômicos e 1 par por cromossomos sexuais (referentes à determinação do sexo do indivíduo). • É importante ressaltar que podem ocorrer alterações em relação à quantidade ou à estrutura dos cromossomos, acarretando alguns distúrbios. • Um exemplo disso é a síndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21, que ocorre em consequência da não segregação dos cromossomos homólogos do par 21. Estudo do cariótipo • Quando estudamos o cariótipo de um organismo, podemos constatar a normalidade ou detectar a presença de anormalidade nos cromossomos. • As anormalidades dos cromossomos podem ser ocasionadas por fatores mutagênicos (que causam mutações) e incluem monossomias ou polissomias (alterações numéricas que culminam em ausência ou adição de cromossomos inteiros). Estudo do cariótipo • O exame do cariótipo pode ser necessário quando há suspeita de infertilidade, histórico de doenças genéticas na família, dentre outras situações. • Seu objetivo é analisar os cromossomos e suas regiões, a fim de investigar possíveis alterações cromossômicas numéricas ou estruturais. • Tais alterações podem estar ligadas a uma série de doenças genéticas constitucionais ou adquiridas durante a vida, como o câncer, por exemplo. Estudo do cariótipo • Existem diferentes métodos para a realização desses exames, dependendo do nível de investigação e da suspeita sobre condição clínica do paciente. • Porém, o princípio básico para a realização dos exames é por meio de coleta de uma amostra de células do paciente, para que seja feita cultura celular. • A partir da cultura de células pode-se obter células em metáfase para coloração dos cromossomos com bandeamento. E, por meio das bandas cromossômicas, é possível a identificação de possíveis alterações. Ciclo celular: intérfase e mitose • O ciclo celular é o processo responsável pela formação de duas células-filhas a partir da divisão de uma célula-mãe. Ele tem duração variável, que vai depender do tipo de célula. As células embrionárias, por exemplo, possuem um ciclo celular que pode durar 30 minutos – tempo considerado extremamente curto. • O ciclo celular é fundamental para que ocorra o desenvolvimento dos embriões, o crescimento dos organismos, a cicatrização, regeneração e renovação dos tecidos, como a epiderme, por exemplo. Ciclo celular: intérfase e mitose • O ciclo celular possui duas etapas distintas: a intérfase (fases G1, S e G2) e a mitose. • Ambas são divididas em fases, de acordo com os eventos que ocorrem em cada uma. Intérfase • Quando a célula-mãe se prepara para dividir-se em duas células- filhas.
• G: Fase que inicia o ciclo celular, caracterizada pelo crescimento da
célula, por intensa biossíntese de novas organelas e síntese de proteínas usadas na replicação do DNA. No final desta fase, ocorre o primeiro ponto de verificação ou restrição, em que a integridade do DNA é verificada. Caso seja verificado algum dano no DNA, o sistema de reparo será acionado. Se não for possível o reparo, a célula entrará em apoptose, evitando a formação de células-filhas que possam comprometer os processos fisiológicos ou bioquímicos do organismo. Caso o DNA esteja íntegro, ou tenha sido feito o reparo de algum dano, a célula segue para a fase seguinte. Intérfase • S: Fase de replicação do DNA, em que ocorre redução da síntese proteica da célula, mantendo a síntese das histonas, que participarão da formação da cromatina a partir do DNA sintetizado.
• G2: Fase que se inicia com o segundo ponto de verificação da
integridade do DNA. Durante esta fase, ocorre a síntese de proteínas, destacando-se as tubulinas, que formarão os microtúbulos do fuso mitótico, pois a célula entrará em mitose. Mitose • Quando ocorre a divisão celular propriamente dita, ou seja, a célula inicial (ou célula-mãe) dá origem a duas células- filhas idênticas a ela. Mitose • é o processo de divisão celular em que uma célula inicial diploide (2n) dá origem a duas novas células-filhas diploides (2n), que são idênticas à célula-mãe (célula inicial). • Neste tipo de divisão celular, as células-filhas possuem todo o material genético da célula-mãe, um conjunto completo de cromossomos iguais aos da célula-mãe. • A mitose começa ao final da intérfase e tem duração relativamente curta, se comparada com a própria intérfase. Em células animais, a mitose dura cerca de uma hora, enquanto a intérfase chega a durar 24 horas. Divisão celular A mitose é dividida nas seguintes fases A mitose é dividida nas seguintes fases A mitose é dividida nas seguintes fases A mitose é dividida nas seguintes fases A mitose é dividida nas seguintes fases Mitose • Na mitose, as células-filhas receberão o mesmo número de cromossomos, com os mesmos genes da célula-mãe, sendo cópias, ou seja, células iguais à célula-mãe.
• Funções da Mitose: multiplicação celular no desenvolvimento
embrionário, crescimento e regeneração de tecidos; pode ser usada como processo de reprodução assexuada (clonagem). Meiose • Na meiose, serão produzidas sempre células com apenas metade do número de cromossomos (n) do material genético da célula-mãe. Logo, a meiose é um tipo de divisão celular eucariótica, onde serão produzidas células haploides (n).
• São características da meiose:
• Reduz o número de cromossomos pela metade. • Produz células-filhas haploides (n) geneticamente diferentes entre si e da célula-mãe. • Está restrita às células germinativas em animais e plantas pluricelulares e origina as células sexuais ou gametas, em um processo denominado gametogênese. Meiose • A meiose ocorre em dois ciclos de divisão celular e nuclear, meiose I e meiose II, com apenas um episódio de replicação do DNA. Fases e características da meiose I • Prófase I • Nesta fase, ocorre o pareamento dos cromossomos paternos e maternos, com a ocorrência de recombinação do material genético entre eles. Este evento-chave da meiose faz com que a prófase I seja a fase mais longa. • A prófase I é subdividida nos seguintes estágios: Prófase I Prófase I Prófase I Prófase I Fases e características da meiose II • Esta etapa tem início quando os cromossomos se descondensam completamente. • A meiose II é também denominada meiose equacional, pois acontece a separação das cromátides de um mesmo cromossomo. Com isso, é mantido o número de cromossomos. • Na citocinese, as células-filhas se separam, formando células independentes. • Comparando a mitose e a meiose II, observamos que ambas se assemelham, porém, ao final da meiose II, as células-filhas formadas apresentarão as recombinações ocorridas entre as cromátides homólogas, o que não ocorre nas células-filhas resultantes da mitose. Gametogênese • A meiose é o mecanismo de divisão celular envolvido na gametogênese. A gametogênese é o processo de formação de gametas, que são originados a partir das células germinativas e contêm as características genéticas do pai e da mãe, que serão transmitidas às novas gerações, após a fecundação. Este fenômeno é referente à reprodução sexuada. • Em seres humanos, assim como nos animais em geral, existem dois tipos de gametogênese: a espermatogênese (que origina gametas masculinos) e a ovogênese (que origina gametas femininos). Diferenciação celular • É o processo pelo qual as células passam para se especializar em uma função específica. • Após a fecundação de um óvulo por um espermatozoide, temos o início da vida com a primeira célula do indivíduo, que passará em seguida por diversas e sucessivas divisões mitóticas. • Nesta altura do desenvolvimento embrionário, apresenta-se um grupo de células designadas como células totipotentes, o que quer dizer que são células indiferenciadas que podem dar origem a qualquer tipo celular daquele ser vivo. Diferenciação celular • Embora todas as células apresentem as mesmas informações genéticas, durante a diferenciação, grupos de genes vão sendo ativados e outros são inibidos, conforme o destino das células na sua especialização. • Por isso, depois da diferenciação, as células passam a desempenhar papéis diferentes, ou seja, passam a ter funções distintas no organismo, de acordo com sua especialização. Diferenciação celular • Em resumo, cada tipo celular apresenta inibição ou ativação de determinados grupos de genes, e isso é determinante na definição da função que cada célula vai apresentar. • O processo de diferenciação ainda não é totalmente explicado pela ciência. Não se sabe ainda qual fator permite que tal processo se inicie e o motivo de as células serem designadas para sua especificidade. Não se sabe como a célula identifica o seu destino e sua função no organismo. Contudo, é sabido que isso acontece durante o desenvolvimento do embrião. Diferenciação celular • O processo de diferenciação da célula é geralmente irreversível, ou seja, uma vez que a célula é designada para formar o coração, esta dará origem somente a células cardíacas. • Contudo, há registros de desdiferenciação ou transdiferenciação de alguns tipos celulares, ou seja, quando outros tipos celulares são formados a partir de células já diferenciadas (células maduras ou especializadas). • A desdiferenciação é mais comumente observada em células vegetais. Diferenciação celular • A expressão gênica tem controle sobre quatro mecanismos durante o desenvolvimento do embrião, a fim de garantir a diferenciação das células de maneira correta para formar o indivíduo. • Esses quatro mecanismos estão envolvidos com os seguintes processos: Células-tronco • Caracterizam-se por apresentarem alta potencialidade, isto é, alta capacidade de se diferenciar em diversos tipos celulares e de se dividir continuamente. • Estão presentes em algumas partes do organismo humano adulto, como uma reserva – uma parcela dessas células pode se direcionar para outro tecido que necessite, e se diferenciar em algum tipo celular específico; enquanto o restante da reserva se mantém totipotente. Células-tronco • Nos últimos anos, as células-tronco têm despertado o interesse da área médica, por seu potencial terapêutico, especificamente do tecido nervoso e da medula óssea. • Sabe-se hoje que há regiões restritas do tecido nervoso com pequenas populações de células proliferantes, quando se acreditava que este era um tecido sem capacidade proliferativa. Já as células-tronco da medula óssea vermelha potencialmente podem originar todas as células do sangue e outros tipos não sanguíneos. Células-tronco • A perspectiva do emprego das células-tronco da medula óssea, de forma terapêutica para doenças sanguíneas e de outros tecidos, amplia os recursos médicos, por exemplo, para reconstituição de tecidos que tenham sido danificados por doenças hereditárias ou adquiridas. Sabe qual é a relação entre diferenciação celular e câncer? • O câncer é o resultado de alterações na estrutura e funcionamento de genes que controlam o crescimento normal e a diferenciação das células de determinado tecido de um organismo. • O câncer gera alteração drástica no sistema de regulação da proliferação e da diferenciação celular. • Na maioria dos tecidos, as células normais se dividem de forma controlada, enquanto células cancerígenas se dividem de forma descontrolada e apresentam proliferação desordenada, isto é, para além das necessidades do tecido. Morte Celular • Quando pensamos em morte celular, muitos podem considerá- la como um processo prejudicial para o organismo, como algo negativo ou maléfico para o indivíduo. • Embora em muitos casos a morte celular possa ocorrer como resposta de um estímulo negativo, como mortes por lesões, na maioria das situações, a morte celular é considerada importante e positiva para o indivíduo. Morte Celular • Um exemplo para evidenciar a importância desse mecanismo é que, durante a fase embrionária, embriões humanos apresentam uma membrana entre os dedos, resultando em mãos com formato de pá. • É graças à morte celular organizada e controlada que os dedos são separados e individualizados da maneira como conhecemos no indivíduo ao nascer, se apresentando sem a membrana interdigital. • As membranas desapareceram devido à programação de suas células, que são instruídas a morrer ainda no desenvolvimento embrionário. Tipos de Morte Celular Tipos de Morte Celular • Por necrose celular, quando as células morrem devido a situações de injúria, isto é, sofrem estímulos que provocam danos irreversíveis e acabam morrendo.
• Esses danos podem ser decorrentes de uma lesão física ou da ação de
produtos químicos e tóxicos, por exemplo. • Também encontramos essa situação em algumas doenças degenerativas, como é o caso da artrite reumatoide e a gota. Tipos de Morte Celular • Já a morte por apoptose ocorre quando as células são estimuladas a morrer de forma programada. • É uma morte que se dá com gasto de energia, configurando um fenômeno espontâneo, como se as células cometessem suicídio por efeito de sua função não ser mais necessária para o organismo. Tipos de Morte Celular Tipos de Morte Celular • A necrose se apresenta como uma morte mais desorganizada e desencadeia resposta do sistema imunológico, gerando uma inflamação. • Já a apoptose é organizada e ocorre com a célula sendo dividida em pequenas porções, que são recolhidas por outras células, evitando a ativação de uma resposta imunológica como reação ao processo.