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PRÓTESE E ÓRTESE

PROFESSORA: ESP. ANA RICHELLY NUNES ROCHA CARDOSO


INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA AMPUTAÇÃO E
FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE PROTETIZAÇÃO

• Legislação do estatuto do deficiente físico: Lei n° 13.146, de 06 de julho de


2015, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência,
também denominada Estatuto da Pessoa com Deficiência.

Igualdade e não discriminação


• O Capítulo II, do Estatuto da Pessoa com Deficiência, discorre sobre a
igualdade e a não discriminação, e descreve que toda pessoa com algum tipo
de deficiência tem direito à igualdade em relação às oportunidades, assim
como as demais pessoas, e que não deve haver nenhum tipo de discriminação
INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA AMPUTAÇÃO E
FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE PROTETIZAÇÃO

• Legislação do estatuto do deficiente físico: Lei n° 13.146, de 06 de julho de


2015, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência,
também denominada Estatuto da Pessoa com Deficiência.

Igualdade e não discriminação


• É de total dever tanto do Estado e da sociedade quanto da família assegurar à pessoa
com deficiência seus direitos referentes à vida, tais como: saúde, alimentação; habitação;
educação; trabalho adaptado, se necessário; lazer; desporto; assim como habilitação e
reabilitação, proporcionando seu bem-estar pessoal, social e econômico.
INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA AMPUTAÇÃO E
FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE PROTETIZAÇÃO

• Legislação do estatuto do deficiente físico: Lei n° 13.146, de 06 de julho de


2015, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência,
também denominada Estatuto da Pessoa com Deficiência.

Igualdade e não discriminação


• O estatuto descreve também sobre o direito de atendimento prioritário, principalmente
nos casos de prestação de socorro e proteção, em serviços de atendimento ao público e
facilitação nos recursos que garantam atendimento de igualdade perante às demais pessoas.
• Os terminais de transporte coletivo de passageiros devem ter acesso adaptado, que garanta
a segurança dessas pessoas durante o embarque e desembarque.
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FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE PROTETIZAÇÃO

• Direito à vida, à habilitação e à reabilitação e à saúde

• Capítulo I, do Título II, e discorre em seus artigos que a pessoa com


deficiência deve receber do poder público a garantia de sua dignidade ao
longo de sua vida
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FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE PROTETIZAÇÃO

• Direito à vida, à habilitação e à reabilitação e à saúde

• Capítulo II, do Título II, e discorre em seus artigos que, assim como
qualquer pessoa, a que tem deficiência também tem o direito aos
processos de habilitação e reabilitação
INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA AMPUTAÇÃO E
FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE PROTETIZAÇÃO

• Direito à vida, à habilitação e à reabilitação e à saúde

• Capítulo III, do Título II, discorre em seus artigos que deve ser assegurado
pelo SUS a atenção integral à saúde da pessoa com deficiência, com acesso
universal e igualitário.
INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA AMPUTAÇÃO E
FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE PROTETIZAÇÃO

• História da amputação
❖ Você sabia que a amputação é considerada a cirurgia mais antiga da
história da medicina?
❖ Porém, as primeiras referências de amputação registradas são de V a.C.,
por Hipócrates.
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FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE PROTETIZAÇÃO
• História da amputação: ❖ Amputação representa a remoção
total ou parcial de um membro,
sendo a retirada geralmente de
❖ É uma palavra derivada do latim, com maneira cirúrgica, em consequência
o seguinte significado: ambi = ao de:
redor de/em volta de e putation =
podar/retirar ❖ problemas circulatórios,
❖ revisão de deformidade congênita
❖ traumatismo
❖ ablação de um tumor
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• História da amputação
❖ Hipócrates: é considerado o “pai da
medicina”, iniciou sua profissão de médico
em 430 a.C.
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FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE PROTETIZAÇÃO

• História da amputação
Elevada taxa de
mortalidade

Dificuldade de
Dificuldade de
controlar a coagulação
cicatrização
do sangue (Hemostasia)

Deformação do coto
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FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE PROTETIZAÇÃO

• História da amputação
❖ A primeira amputação realizada com a técnica de cobertura muscular foi
feita, segundo Watson (1885), pelo cirurgião romano chamado Celsus, no
período da Idade Média (séc. XIV a XV).
❖ Esse período foi marcado por muitas perdas de membros devido a
doenças endêmicas, punições graves e pelos efeitos mutilantes da guerra.
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FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE PROTETIZAÇÃO

• História da amputação

Homeostase dos
membros
amputados
Ambroise Paré
(1510-1590)
Ligadura vascular
para conter o
sangramento
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FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE PROTETIZAÇÃO

• História da amputação
❖ Século XVIII, na Europa, a amputação foi o tipo de cirurgia mais realizado;
e na maioria dos casos a indicação era consequência de lesões vasculares
graves e fraturas expostas.
❖ Já o século XIX é marcado pelo avanço significativo nas
técnicas cirúrgicas de amputação, que por sinal são utilizadas até os dias
de hoje.
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FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE PROTETIZAÇÃO

• História da amputação
❖ Na Segunda Guerra Mundial, a foram desenvolvidas novas técnicas de
amputação, o foco desta era recuperação do coto, com objetivo
de deixá-lo o mais funcional possível e proporcionar rápida recuperação
do paciente.
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FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE PROTETIZAÇÃO

• História da amputação
❖ Atualmente, é comprovado que se deve preservar o coto o maior possível.
❖ Existe ainda grande preocupação no desenvolvimento de técnicas que
melhorem a cicatrização do coto tornando-o mais adaptável às próteses
❖ O foco principal é o desenvolvimento de tipos de próteses com o principal
objetivo de melhorar a marcha e a volta o mais precoce possível da
deambulação.
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FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE PROTETIZAÇÃO

• Etiologias e epidemiologia
Estudos estatísticos

85% das amputações ocorrem


nos membros inferiores

Complicações geradas por


doenças crônicas degenerativas

Idosos
INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DA AMPUTAÇÃO E
FUNDAMENTOS DO PROCESSO DE PROTETIZAÇÃO
TÉCNICAS CIRÚRGICAS DE AMPUTAÇÃO

❖A cirurgia de amputação, embora seja necessária, ainda é vista de forma frustrante para a
maioria dos cirurgiões, pois são remetidas ao fracasso em resolver o problema.

❖Porém, é importante ressaltar que a amputação, ao contrário de ser o “fim”, trata-se


apenas do início de um longo processo de reabilitação na vida do paciente.
TÉCNICAS CIRÚRGICAS DE
AMPUTAÇÃO
❖O trabalho em equipe deve ser priorizado nos
casos em que a amputação pode ser planejada, e
o fisioterapeuta tem papel fundamental nesse
processo, pois deverá fazer o acompanhamento
pré e pós-cirúrgico junto ao médico, antevendo,
assim, o processo de reabilitação.
TÉCNICAS CIRÚRGICAS DE
AMPUTAÇÃO
❖Antigamente, o grande dilema era: qual o nível
ideal para realizar a amputação?

❖Existiam, praticamente, três níveis mais comuns:


desarticulações terço proximal e terço médio
dos ossos longos, além das amputações parciais
de pé e mão.
TÉCNICAS CIRÚRGICAS DE AMPUTAÇÃO

1970 1991

Amputação transtibial
proximal dispendia maior Quanto mais distal o nível de
Maior braço de alavanca para
esforço físico para amputação, melhor será o Técnica permite melhor
os movimentos e redução
deambular do que a pessoa processo de reabilitação do cicatrização do coto
das deformidades articulares
que realizava a transtibial paciente
distal.
TÉCNICAS CIRÚRGICAS DE
AMPUTAÇÃO: DEFINIÇÃO PARA O
NÍVEL DE AMPUTAÇÃO

Exame clínico Exames


detalhado laboratoriais

Medida da temperatura,
Médico cirurgião avaliação da cor da pele, presença
ou alteração de pulso periferico

Presença ou ausência de
perfusão periférica, extensão da
necrose

Alterações sensitiva da região,


diferenciais pressóricos entre os
membros,
TÉCNICAS CIRÚRGICAS DE AMPUTAÇÃO
TÉCNICAS CIRÚRGICAS DE AMPUTAÇÃO
TÉCNICAS CIRÚRGICAS DE AMPUTAÇÃO

❖Crianças: deve-se preservar as regiões que possuem os discos epifisários (disco de


crescimento), pois permitirá o crescimento do coto.

❖As estruturas anatômicas devem ser criteriosamente analisadas no momento cirúrgico e


esculpidas da melhor maneira, para que o coto interaja de forma eficaz com a futura
prótese.
TÉCNICAS CIRÚRGICAS DE AMPUTAÇÃO

❖Técnicas de incisão

✓ Existem vários tipos, geralmente acontecem de acordo com o perfil do cirurgião ou da


instituição onde são realizadas

✓ Amputação transtibial em pacientes vasculopatas, cujo retalho da pele da região posterior


deve ser mantido com tamanho longo, o que permite maior potencial de irrigação
TÉCNICAS CIRÚRGICAS DE AMPUTAÇÃO

❖Técnicas de incisão

✓ Nas amputações parciais dos pés, deve-se preservar grande parte da pele plantar, que
será utilizada para cobrir a superfície de apoio do coto.

✓ Nas cirurgias contaminadas, o ideal é que o coto permaneça aberto até que não haja sinal
de infecção.
TÉCNICAS CIRÚRGICAS DE AMPUTAÇÃO

❖Técnicas de incisão

✓ Técnica do “paraquedas”; em amputações transfemurais e transtibiais, essa técnica atua


como mecanismo de manutenção de comprimento da pele e evita a sua retração.

✓ A utilização de enxerto de pele também é utilizada, principalmente, nos casos de


amputação com coto longo e deve ser evitada na região de descarga da prótese.
TÉCNICAS CIRÚRGICAS DE AMPUTAÇÃO

❖Técnicas de incisão

✓ A técnica do expansor de pele também funciona positivamente para aumentar a


quantidade de pele.
TÉCNICAS CIRÚRGICAS DE AMPUTAÇÃO

❖Técnicas de incisão: IMPORTANTE

✓ Nas cirurgias, no momento da amputação, o cirurgião deve se atentar às incisões e


suturas, sendo assim, nas fáscias musculares, elas devem ser realizadas em angulações
diferentes dos tecidos subcutâneos para evitar aderências.

✓ Os ramos nervosos também devem ser dissecados com bisturi de forma individual para
evitar a neuropraxia
TÉCNICAS CIRÚRGICAS DE AMPUTAÇÃO

❖Técnicas de incisão: IMPORTANTE

✓ A formação de neuromas sempre acontece, porém, se esses cotos estiverem localizados


profundamente entre os tecidos, evita-se seu atrito, que acontece, geralmente, quando
estão localizados mais superficialmente.
TÉCNICAS CIRÚRGICAS DE AMPUTAÇÃO

❖Técnicas de incisão: IMPORTANTE

Neuropraxia Neuromas

Trata-se de uma lesão Emaranhados


de nervos que resulta formados nas fibras
em alterações que compõem o
sensitivas e paralisia nervo devido à sua
motora. secção.
TÉCNICAS CIRÚRGICAS DE AMPUTAÇÃO

❖Principais complicações

✓ Edema: é muito comum nas amputações e, se não tratado rapidamente, pode evoluir para
eczema crônico e formação de úlceras; é causado pela deficiência de retorno venoso e
linfático.

✓ Contraturas: ocorrem nas articulações e podem acontecer antes ou após a amputação;


sua causa, geralmente, é devido ao mal posicionamento do membro ou do coto.
TÉCNICAS CIRÚRGICAS DE AMPUTAÇÃO

❖Principais complicações

✓ Dor: pode originar-se no coto e ser designada dor local, ou pode se manifestar como dor
“fantasma”, que ocorre quando o paciente relata dor no membro amputado; essas dores,
geralmente, são causadas por neuromas
TÉCNICAS CIRÚRGICAS DE AMPUTAÇÃO

❖Principais complicações

✓ Sensação fantasma: nesse caso, o paciente relata sentir a parte ausente do membro que
foi amputado; pode estar associada à sensação de “formigamento”.

✓ Quando um nervo é seccionado, produz descarga elevada de impulsos nervosos às fibras


que o compõem e, como existe no córtex motor do cérebro o mapa da região
amputada, isso causa a sensação que aquela parte ainda existe no corpo.
TÉCNICAS CIRÚRGICAS DE AMPUTAÇÃO

Neuromas

Problemas Problemas
cutâneos psicológicos

Problemas
Infecções
ósseos
“Podia cortar hoje. Acabava com isso (choro intenso)”
Carinho - E1

“.. ficou tudo lá em casa, chorando. Eu não choro, vai


resolver. Eu decido. “
Força - E1

... eu quero viver, mas se não der trabalho para a família.


Se eu der trabalho, prefiro ir. Eu não quero ir (morrer). Garra - E1

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