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Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ZOOTÉCNICA

AVALIAÇÃO DAS MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA AVIARIA NA


CIDADE DE MOCUBA

Airone Lencastre

Mocuba, Maio de 2023

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Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ZOOTÉCNICA

AVALIAÇÃO DAS MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA AVIARIA NA


CIDADE DE MOCUBA

Airone Lencastre

Supervisor: drº. Jovêncio Mateus Sada

Monografia submetida e apresentada à Comissão de


Avaliação do Curso de Engenharia Zootécnica da
Universidade Zambeze na Faculdade de Engenharia
Agronómica e Florestal, como requisito parcial para a
obtenção do Título de Licenciado em Engenharia
Zootécnica.

Mocuba, Maio de 2023

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Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

DECLARAÇÃO DE HONRA
Eu, Airone Lencastre, declaro por minha honra, que este trabalho é da minha autoria e nunca
foi apresentado parcial ou integralmente, em nenhuma instituição para obtenção de qualquer
grau académico, estando indicadas no texto e nas referências bibliográficas, as fontes
utilizadas.

Mocuba _____ de _____________ de 2023

________________________________________

(Airone Lencastre)

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais:

Lencastre Airone e Filipa Cativa Bacar que sempre lutaram para me dar um futuro melhor, e
que as sua almas descansem em paz.

Aos meus irmãos Manuel Lencastre Airone, Reinaldo Lencastre Airone, Ana Filipa Airone,
Bruno Lencastre Airone, Matias Lencastre Airone e Mussa Lencastre Airone que de forma
incondicional, me deram forças durante todo esse percurso académico; e com altas e baixas
estiveram do meu lado sempre que precisei.

Não me esqueço de agradecer aos meus docentes do Departamento de Engenharia Zootécnica


(DEZ), pelos incentivos que foram me dando aula após aula e que de forma incansável deram
o seu melhor para que nunca me faltasse o conhecimento.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar Agradecer a Deus todo-poderoso, a quem creio, acredito e tenho


depositado toda minha fé, pela vida, saúde, força, sabedoria, protecção e coragem por ele ter -
me proporcionado durante toda a minha caminhada para que eu pudesse aguentar tudo até
chegar ao final.

A minha família, pelo apoio moral total e incondicional, em especial aos meus pais
Lencastre Airone e Filipa Cativa Bacar a quem agradeço pelo tudo que sou hoje, pelo carinho
amor e pelo esforço que tem feito dia e noite em prol do meu bem-estar.

Aos meus irmãos Manuel, Reinaldo, Ana, Bruno, Matias e Mussa Lencastre Airone
sem me esquecer do meu grande amigo e tio Micheque Jofrisse.

Ao meu supervisor, dr. Jovêncio Mateus Sada e a todos docentes da Faculdade de


Engenharia Agronómica e Florestal, em especial ao Departamento de Engenharia Zootécnica.

A Empresa Construções Metálicas (ConsMet), em especial ao Lucas A. Vidigal, por


me ter acolhido na ConsMet Lda.

Aos meus amigos de longa caminhada, João Rodrigues, Ângelo Marques, Jone
Zacarias, Joel Sabe, Rafael Lacerda, Aurélio, Aida Ernesto, Juvêncio, Januário Soares, Mário
Bola, António D. Rodrigues, Mercia Banga, e Luís José Chungo.

Aos meus colegas do curso de Engenharia Zootécnica, Domingos, Nelson, Elmes,


Okisse, Jamal, Faustino, Felizardo, Eugénio, Ornila, Eulália, Justina e a minha companheira
Ivete Cumbe, e sem me esquecer de todos aqueles que fazem parte da minha vida directa ou
indirectamente que não mencionei.

O meu muito obrigado!

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EPÍGRAFE

̏ É costume de um tolo, quando erra, queixar-se dos


outros. É costume de um sábio queixar-se de si mesmo ̏ .

(Sócrates)

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Avaliação das medidas de biossegurança aviaria na cidade de Mocuba

RESUMO

Objectivou se com este estudo avaliar as medidas da biossegurança na cidade de


Mocuba. Foram avaliados dez (10) aviários, localizados nos bairros de Pedreira, Marmanelo,
Macuvine, 3 de Fevereiro, Bive, Tomba de água e Samora Machel, escolhidos a partir da lista
fornecida pelo Serviço Distrital de Actividades Económicas. A avaliação dos aviários foi
conduzida na base de um inquérito com 16 questões das quais, 4 faziam parte da primeira
secção, que foi a respeito dos dados dos criadores e, por último, com 12 questões voltadas nas
medidas de controlo sanitário. Quanto a classificação de pesquisa, foi do tipo qualitativa,
descritiva, caso único e, a técnica de colecta de dados foi na base de questionário. Os
parâmetros avaliados foram, tipos de vacinas, pedilúvios, equipamentos de protecção
individual e frequências de desinfecção. A análise dos dados foi feita por um pacote
estatístico. Os resultados obtidos neste estudo foram apresentados por gráficos sob análise
descritiva. E de acordo com os mesmos se pode concluir que, não existe uma grave exposição
aos riscos de ocorrências de doenças e, que maior parte dos cuidados da biossegurança estão
sendo realizadas em conformidade nos respectivos aviários avaliados.

Palavras-chave: Avicultura, Bem-estar animal, Controlo de doenças.

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Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

Evaluation of poultry biosecurity measures in the city of Mocuba

ABSTRACT

The aim of this study was to evaluate the biosecurity measures in the city of Mocuba. Ten (10)
aviaries were evaluated, located in the neighborhoods of Pedreira, Marmanelo, Macuvine, 3
de Fevereiro, Bive, Tomba de Água and Samora Machel, chosen from the list provided by the
District Service for Economic Activities. The evaluation of the aviaries was carried out based
on a survey with 16 questions, 4 of which were part of the first section, which was about the
breeders' data and, finally, with 12 questions focused on sanitary control measures. As for the
research classification, it was qualitative, descriptive, single case, and the data collection
technique was based on a questionnaire. The evaluated parameters were types of vaccines,
foot baths, and individual protection equipment and disinfection frequencies. Data analysis
was performed using a statistical package. The results obtained in this study were presented
by graphs under descriptive analysis. And according to them, it can be concluded that there is
no serious exposure to the risks of disease occurrences and that most of the biosecurity care is
being carried out accordingly in the respective aviaries evaluated.

Keywords: Poultry farming, Animal welfare, Disease control.

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Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Produção Mundial de frango no ano de 2020............................................................7


Gráfico 2: Programa de vacinação dos 10 aviários de estudo...................................................17
Gráfico 3. Fases de vacinação e tipo de vacina.........................................................................17
Gráfico 4: Casos de doenças nos aviários de estudo.................................................................18
Gráfico 5: Diferentes medidas usadas no caso de doenças nos aviários...................................19
Grafico 6: Casos de realização do vazio sanitário.....................................................................20
Gráficos 7: Presença doe pedilúvios, desinfecção e uso dos EPIs nos aviários........................21
Gráfico 8: Controlo de entrada de outros animais.....................................................................22

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Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

INDICE

AGRADECIMENTOS................................................................................................................v

EPÍGRAFE.................................................................................................................................vi

RESUMO..................................................................................................................................vii

Evaluation of poultry biosecurity measures in the city of Mocuba.........................................viii

ABSTRACT.............................................................................................................................viii

I. INTRODUÇÃO.....................................................................................................................12

1.1 PROBLEMA DE ESTUDO E JUSTIFICATIVA............................................................3

1.2 HIPÓTESES......................................................................................................................4

1.3 OBJECTIVOS...................................................................................................................5

1.3.1. Geral..........................................................................................................................5

1.3.2. Específicos................................................................................................................5

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...............................................................................................6

2.1. Panorama produtivo de frangos de corte..........................................................................6

2.3 Biossegurança....................................................................................................................8

2.3.1 Controlo de entrada de pessoas e veículos.................................................................8

2.3.2 Limpeza e desinfecção das instalações......................................................................9

2.3.3 Fumigação................................................................................................................10

2.3.4 Qualidade da água e ração........................................................................................11

2.3.5 Controlo de vectores.................................................................................................12

2.3.6 Destino de aves mortas.............................................................................................12

2.3.7 Monitoramento sanitário..........................................................................................13

III. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................................14

3.1 Localização da área e descrição do estudo......................................................................14

3.2 Classificação de pesquisa................................................................................................14

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Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

3.3. Procedimento de recolha de dados.................................................................................14

3.4 Parâmetros avaliados.......................................................................................................15

3.5 Análise de dados..............................................................................................................15

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................................16

4.1 Medidas de biossegurança dos aviários..........................................................................16

4.1.1 Vacinação, fases de vacinação e tipo de vacina.......................................................16

4.1.2 Casos de doenças, medidas em caso de doenças e vazio sanitário..........................17

4.1.3 Pediluvio, desinfecção dos EPIs, uso e tipos dos EPIs............................................20

4.1.4 Controlo de entradas de outros animais no aviário..................................................21

V. CONCLUSÃO......................................................................................................................23

VI. RECOMENDAÇÕES.........................................................................................................24

APÊNDICE............................................................................................................................xxix

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Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

I. INTRODUÇÃO

O crescente aumento da população mundial e a maior demanda de alimentos para o


mercado, têm possibilitado o crescimento da comercialização de animais e de seus produtos.
Isto implica no aumento da produtividade através da melhoria genética e investimentos em
tecnologia (SOBESTIANSKY, 2002). A avicultura de corte tornou-se assim, num nicho
competitivo do sector económico Agro-Pecuário, possibilitando a esta indústria prover aos
consumidores uma fonte saudável de baixo custo, com oferta constante e baixa variação de
preços (DA SILVA, 2013).
A indústria avícola em Moçambique é caracterizada pela contínua agregação de novos
desafios, isto tem feito com que a avicultura possua os mais destacados índices de
produtividade entre os diversos segmentos do agronegocios (JUNIOR e MACARI, 2000). O
controlo de enfermidades na avicultura é feito através do uso correcto de medidas sanitárias e
programas de imunoprofilaxia, que visam prevenir a instalação de doenças nos plantéis,
protegendo os animais e indirectamente o consumidor, usuário final do produto avícola
(JAENISCH, 2004).
Segundo Berchieri (2000), a única maneira de se manter livres ou controlados os
sistemas de produção no que diz respeito à presença de agentes de enfermidades de impacto
económico na produtividade e/ou perigosos para a saúde pública (zoonoses) na criação de
frango de corte é através da utilização de um efectivo programa de biossegurança. Este deverá
contemplar todos os aspectos gerais da medicina veterinária preventiva bem como, conter
aspectos do bem-estar dos trabalhadores dentro dos aviários.
Segundo Sesti et al. (2004), afirmam que a saúde animal sempre foi, e sempre será,
uma das principais, se não a principal barreira não tarifária para embargo de nossas
exportações ao resto do mundo. Assim, biossegurança é, e será cada vez mais, o certificado
básico para a qualidade de nossos produtos, tanto para o consumidor interno cada vez mais
exigente, quanto, principalmente, para o mercado externo. A biossegurança é um conjunto de
medidas profiláticas capaz de manter a integridade saudável do indivíduo.
Na prática, entretanto, nem sempre é possível adoptar todas as rigorosas medidas de
sanidade compreendidas pela biossegurança, seja por impossibilidade económica do produtor,
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Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

seja por eventual desconhecimento técnico, ou seja, mais simplesmente, por mera falta de
decisão (NETO, 2005). Assim, este estudo propõe-se a avaliar as medidas de biossegurança
na cidade de Mocuba.

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Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

1.1 PROBLEMA DE ESTUDO E JUSTIFICATIVA


Em Moçambique, nos tempos actuais a demanda pela carne de frango tem sido maior
e, ela constitui uma das fontes alternativas para muitas famílias, em comparação a outros tipos
de carnes, tanto em termos de preço como no que diz respeito ao valor nutricional (GARCÊS
e ANJOS., 2014). Entretanto um dos desafios neste sector agropecuária, são as medidas
usadas no cumprimento da biossegurança (GARCÊS e ANJOS, 2014). Por outro lado durante
a cadeia produtiva na criação de frango de corte constitui um desafio tanto para os produtores
assim como para o público em geral, consumir uma carne isenta de qualquer tipo de
contaminação, porém, tornando difícil ter uma criação satisfatória visto que, a maior parte dos
criadores não tem cumprido com o programa de vacinação, que tem a finalidade de assegurar
uma criação saudável, por fracas condições de biossegurança na obtenção de vacinas e
equipamentos de higienização adequadas para os seus trabalhadores (BORNE e COMTE,
2003).
A avicultura contribui de forma significativa para a segurança alimentar e geração de
emprego. Sobre tudo afirmam que é indispensável a biossegurança durante a criação para
garantir o bem-estar animal e o público em geral (GARCÊS e ANJOS, 2014). Entretanto,
olhando nas condições actuais do país, concretamente na província da Zambézia, sobre tudo
na cidade de Mocuba, a criação de frangos para alguns criadores tem enfrentado diversos
problemas relacionados com a ocorrência de algumas doenças o que causa um grande
prejuízo, gerando perdas económicas na sua produção devido ao fraco cumprimento das
técnicas usadas que são rudimentares, e a cadeia produtiva é desintegrada (MINAG, 2009).
Entre tanto até ao final deste estudo pretende - se avaliar as medidas de biossegurança
da cidade de Mocuba, em posterior recomendar as formas eficientes para garantir o controlo
de doenças impulsionando uma boa produtividade.

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Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

1.2 HIPÓTESES

H0: A biossegurança na criação de frangos de corte contribui nos desempenhos produtivos,


bem-estar e baixa mortalidade dos animais.

H1: A biossegurança na criação de frangos de corte não contribui nos desempenhos


produtivos, bem-estar e baixa mortalidade dos animais.

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Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

1.3 OBJECTIVOS

1.3.1. Geral
 Avaliar as medidas de biossegurança na cidade de Mocuba.

1.3.2. Específicos
 Observar as condições de biossegurança adoptadas nos aviários;
 Recolher informações sobre as medidas de biossegurança nos aviários;
 Explicar aos produtores da avicultura a importância da biossegurança

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Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

II. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Panorama produtivo de frangos de corte

A avicultura em Moçambique é um referencial de actividade agropecuária e de cadeia


produtiva de sucesso, sendo o sector que mais tem se destacado no campo da produção
animal. Esse sector é responsável pela circulação de alguns bilhões de meticais na economia
nacional, e muitos empregos são gerados pela actividade (ALBINO e TAVERNARI, 2012).
Segundo Cotta (2012), o desenvolvimento extraordinário da avicultura Moçambicana
deve-se aos estudos nas áreas de genética, de nutrição, de maneio e de sanidade, aliados às
facilidades com que o sector avícola adopta novas tecnologias e técnicas de maneio para obter
altos índices de produtividade. A preocupação é ter um produto final de qualidade e com
segurança alimentar.
Na criação de frangos de corte em escala comercial, há basicamente três sistemas de
produção, nos quais o avicultor pode enquadrar-se: o individual, o integrado e o cooperado. O
sistema de produção integrado, adoptado pela grande maioria das empresas avícolas, é feito
entre o avicultor e a empresa (MORETTI, 2007).
De acordo com Tavernari (2012), os objectivos básicos do sistema integrado é garantir
ao avicultor rendimento definido, lote após lote, ficando livre das oscilações de mercado, em
que às vezes o preço de venda não cobre os custos de produção. Além disso, é obtido um
padrão de qualidade em todos os segmentos, ou seja, na produção de pintos (matrizes e
incubatório), na produção de ração, na criação do frango, no abate, processamento e
comercialização.
A empresa integradora se responsabiliza em fornecer pintos, a ração, os medicamentos
e outros insumos, a assistência técnica, o transporte da ração e dos frangos, o abate e a
comercialização. O avicultor integrado tem que providenciar as instalações, a mão-de-obra, a
cama e os equipamentos. Para seu pagamento, considera-se o índice de eficiência produtiva,
que leva em conta a mortalidade, idade de abate, conversão alimentar e peso vivo final
(ALBINO e TAVERNARI, 2012).

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Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

2.2 Origem, histórico e classificação da ave doméstica


Segundo Chilundo et al. (2010), frangos de corte são aves domésticas com cinco a oito
semanas de idade, de ambos os sexos com o peso 1,3-2,3kg de carne tenra e suave, e são
caracterizadas por pele macia e cartilagem flexível. A domesticação da galinha teve origem na
Índia e as actuais variedades foram originadas da espécie asiática selvagem Gallus gallus,
conhecida também como Gallius bankiva e Gallus ferrugineus (ALBINO e TAVERNARI,
2010). Em 1900, iniciou-se a criação das aves nas famílias e nas fazendas, representando fonte
de renda, más somente no ano de 1930 passou a ser vista como actividade lucrativa, ou seja, a
produção de aves para venda de carne e ovos. Os avicultores, estimulados pelo aspecto
económico, começaram a tentar novos acasalamentos entre as raças diferentes, visando o
aprimoramento da espécie (LOPES, 2011).
De acordo com o Ministério da Agricultura (MINAG) (1979), citado por Nicolau
(2008), em Moçambique a indústria avícola deu-se no início da década 60 especialmente em
1965 antes da independência e todas surgiram na zona sul e expandiu se para zona centro e
norte do país, e, esta actividade estava ser praticada pelos pequenos produtores circunscrita
das zonas urbanas e pré-urbanas.

Gráfico 1: Produção Mundial de frango no ano de 2020

Percentagem (%)
estados unidos
China
23%
30%
Brasil
Uniao Europeia
17% Mocambique
4%
12% Outros paises
15%

Fonte: Monteiro, (2021).

No entanto esta actividade vem sofrendo constrangimento devido a elevados índices e


casos patológicos, causando mortes em aves, devido a medidas de biossegurança que na
maioria das vezes, não estão sendo seguidas (WENTZ et al., 1998). A biossegurança consiste
ser uma ferramenta utilizada no controlo de entradas de patologias dentro de unidades
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produtivas, sendo como uma das mais importantes ferramenta no desenvolvimento do sector
pecuário (COBB, 2006).

2.3 Biossegurança

Biossegurança é o termo utilizado para descrever a estratégia geral ou o conjunto de


medidas tomadas para erradicar doenças infecciosas em uma área de produção. Uma mesma
propriedade deve servir para alojar aves da mesma idade ou seja, o maneio delas deve ser feito
segundo os princípios "all-in/all-out", ou seja, tudo dentro/tudo fora (AVIAGEN, 2014).
A manutenção de um programa de biossegurança completo e eficaz envolve
planeamento, implantação e controlo, deve-se lembrar que é impossível esterilizar um
pavilhão ou as dependências de uma granja. O ponto fundamental é reduzir a presença de
agentes patogénicos e evitar sua reinstalação ou seja biossegurança é um conjunto de acções
voltadas para a prevenção, e eliminação de riscos estes que podem comprometer a saúde, dos
animais, do meio ambiente, ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos (COBB, 2006).

2.3.1 Controlo de entrada de pessoas e veículos

“O vector mais comum de problemas de saúde para as aves é o homem” (BORNE e


COMTE, 2003). É necessário restringir e monitorar visitas. Todas as pessoas, veículos,
máquinas e equipamentos que entram na granja, devem passar pela área de apoio central e
seguir todos os procedimentos de desinfecção (ARAÚJO e RODRIGUES, 2003).
De acordo com Borne e Comte (2003), descreveram que os funcionários do sistema de
produção são proibidos, por força de contrato específico, de possuírem em suas casas aves de
fundo de quintal, ou qualquer outra espécie de ave, seja ornamental ou doméstica. O escritório
e a entrada principal da granja devem ser localizados junto à cerca perimetral. O escritório
deverá ser localizado de maneira que permita a visão de pessoas e veículos nas proximidades
da granja. O local deve possuir somente uma única entrada a ser usada (WENTZ et al., 1998).
De acordo com COBB, (2006), os uniformes e as roupas de trabalho devem seguir um
código de cores para auxiliar no controlo do tráfego de funcionários entre granjas ou galpões
de aves de diferentes faixas etárias. O carregamento e o descarregamento de animais são,
provavelmente, uma das formas mais comuns de introdução de doenças em um sistema de
produção. Sempre que possível, o trânsito de camiões transportando animais ou alimentos
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deverá ser realizado nas primeiras horas da manhã Camiões transportando ração podem
transferir poeira contaminada de uma granja para outra, representado um sério risco ao aviário
(BORNE e COMTE, 2003).

Veículos de transporte de ração não devem entrar na granja, e devem abastecer os silos
de ração, permanecendo do lado externo da cerca limite entre as áreas interna e externa do
núcleo de produção ou recria. Qualquer veículo que por algum motivo precise entrar na granja
deve ser lavado e desinfectado no portão da entrada, (COBB, 2006). Sugere-se 12 horas de sol
após uma completa lavagem e desinfecção para aqueles veículos destinados ao transporte de
animais de um alto nível de saúde (WENTZ et al., 1998).

2.3.2 Limpeza e desinfecção das instalações

Limpeza e desinfecção são conjunto de actividades e técnicas, comumente conhecido


como “Programa de Limpeza e Desinfecção” que deve ser específico para cada situação ou
ambiente. No meio zootécnico, é um componente indispensável para se alcançar eficiência e
lucratividade (MULLER, 2008). Microrganismos patogénicos podem ser introduzidos em
uma granja avícola ou incubatório de várias formas. Por isto, os protocolos de limpeza e
desinfecção são componentes essenciais de qualquer programa de biosseguridade (GREZZI,
2007).
Os programas de biosseguridade bem como as etapas de limpeza, desinfecção e vazio
sanitário visam reduzir as condições que favorecem a viabilidade dos microrganismos no
ambiente (COLDEBELLA et al., 2004). Segundo Grezzi (2007), a primeira etapa de um
protocolo eficaz de desinfecção envolve uma avaliação completa do problema através de uma
auditoria de biosseguridade da granja. Isto inclui identificar e avaliar o agente infeccioso
suspeito, meio de transmissão, áreas potencialmente afectadas e a selecção do desinfectante
químico correcto.
Um programa de limpeza e desinfecção é uma técnica de produção e não um substituto
para outras medidas preventivas tais como banho, troca de roupa ao entrar na granja,
proibição na entrada de veículos, composteira e um sistema de eliminação de dejectos
(SOBESTIANSKY, 2002). Assim que os animais são transferidos, a cama e todos os
materiais removíveis devem ser retirados. A cama é empilhada no centro do galpão,
desinfectada e depois transportada, devidamente coberta, para a zona de armazenamento, que
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Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

deve se situar o mais longe possível dos galpões da granja (BORNE e COMTE, 2003). A
cama deve ser removida em veículo aberto.
Na escolha do produto desinfectante devem ser consideradas características tais como:
o local e as superfícies a serem desinfectadas, as condições de limpeza possíveis de serem
alcançadas antes da desinfecção e o agente a ser destruído. O desinfectante deve ter alto poder
de eliminação de patógenos, atender à relação custo x benefício, baixa toxicidade, estabilidade
em condições adversas de pH, alto poder residual, elevada penetrabilidade e não causar efeitos
adversos ao meio ambiente (COLDEBELLA et al., 2004).

2.3.3 Fumigação
Segundo Sobestiansky (2002), a fumigação é obtida com a queima de pastilhas e pó,
de diversas composições. No aviário deve conter um fumigador com duas portas sendo uma
na área suja e outra na área limpa. As portas do fumigador devem ser vedadas e no seu interior
devem existir recipientes com medidas correctas dos produtos a serem utilizados para a
fumigação de acordo com suas dimensões.
O formaldeído vem sendo utilizado há anos como fumegante de amplo espectro. As
condições do ambiente durante a fumigação são fundamentais para a sua eficácia. Segundo o
Guia de Maneio Cobb, deve-se elevar a humidade relativa para 70-80%, aquecer o galpão a
21º C, tendo em vista que o formaldeído possui elevado coeficiente de temperatura, lavar
todas as superfícies ou colocar recipientes com água pelo galpão para que a humidade relativa
se eleve e se obtenha o máximo potencial de fumigação, tanto da acção dos gases do
formaldeído quanto de sua condensação em forma (COBB, 2006).
Polimerizada e, por fim, deve-se vedar o galpão e esperar 24 horas até que esfrie a
fumigação, obtendo assim, uma condensação uniforme. Todos os materiais que forem
introduzidos na área limpa da granja devem ser fumigados. Todos os objectos que não
couberem no fumigador devem ser lavados e posteriormente desinfectados com produto a ser
determinado pelo médico veterinário ou responsável da granja (SOBESTIANSKY, 2002).

2.3.4 Qualidade da água e ração


Segundo Borne (2003), relata que, a qualidade da água de beber é de extrema
importância, não só porque sua composição pode ser um impacto nos desempenhos
zootécnicos em termos de crescimento e da qualidade final do produto, mas também, por

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Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

poder agir como um vector de microrganismos patogénicos, ou até mesmo, hospedar um


poluente cujas consequências podem ser dramáticas. A água também é usada como veículo
para a distribuição de produtos medicinais e para a vacinação, portanto, água de má qualidade
terá consequências desfavoráveis para a granja.
A água fornecida na granja deve ser abundante, limpa, fresca, isenta de
microrganismos patogénicos. Captada em uma caixa de água central para posterior
distribuição. Para controlar o nível microbiológico da água, é necessário monitorá-la
frequentemente e proceder à administração de um desinfectante que usualmente é o
hipoclorito de sódio (JAENISCH, 2004).
Segundo Borne (2003), afirma que quando os desinfectantes são utilizados em um
sistema sujo, eles podem ser inactivados pelos altos níveis de matéria orgânica e inorgânica.
Nestes casos, a água torna-se um ambiente ideal para o desenvolvimento de microrganismos.
A ração pode ser uma importante fonte de contaminação na criação de aves quando
colonizadas por agentes da salmonelose, micotoxicose e colibacilose. Elementos patogénicos
podem estar inicialmente presentes em um dos ingredientes, e também podem ser
introduzidos quando a ração é misturada, durante a entrega ou durante o armazenamento
(JAENISCH, 2004)
Se o alimento (ração) usado na granja é recebido pronto (misturado), deverá ser
entregue por meio de um sistema especial de silos de armazenamento distribuídos ao redor da
cerca perimetral, em sua parte interna. Se a ração for fabricada dentro do perímetro da unidade
de produção, as mesmas precauções deverão ser tomadas em relação à entrega dos
ingredientes (WENTZ et al., 1998).
De acordo com Borne e Comte (2003), os veículos que transportam a ração devem ser
descontaminados em um posto estabelecido para essa finalidade, antes de voltarem à área de
armazenamento de ração, para prevenir infecções cruzadas. Antes de dirigirem-se ao ponto de
carga, o interior da cabina do motorista e do compartimento que conterá a ração, devem ser
inspeccionados para assegurar que tudo está limpo e seco. Em granjas matrizeiras, a área de
entrega de rações deve ser localizada próxima ao recinto cercado, para que os camiões não
precisem entrar na granja. Todos os motoristas que entram na área de armazenamento, devem
usar equipamento higiénico.

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2.3.5 Controlo de vectores


Aviários e locais para armazenamento de alimentos ou ovos, devem ser mantidos
livres de insectos e roedores. Roedores, pássaros, moscas, mamíferos silvestres e domésticos e
animais de estimação constituem uma das mais importantes fontes de transmissão de
enfermidades nas granjas. Todos devem ser controlados e mantidos o mais distante possível
das instalações. Entre as medidas gerais de controlo estão: a cerca de isolamento, o destino
adequado do lixo dos animais mortos, dos dejectos, limpeza e organização da fábrica e
depósito de rações e insumos e dos galpões e arredores (FÁVERO et al., 2003).

2.3.6 Destino de aves mortas


Carcaças de animais mortos constituem um grande risco para a entrada de doença no
aviário, seja pela atracção de vectores e/ou pelo aumento da pressão de infecções nas
instalações (WENTZ et al., 1998). Quando um lote de aves apresenta histórico de
enfermidades de alto risco, tanto para as aves (Doença de Newcastle, tifo, pulorose) como
para a saúde pública (presença de outras salmonelas, especialmente S. enteritidis), é
necessário que seus dejectos (cama ou fezes) recebam um tratamento especial, a fim de que
esses microrganismos sejam destruídos. Em caso de Newcastle, o melhor é a incineração. E se
tratando de Salmonella spp., pode-se fazer a compostagem desses resíduos, incluindo também
as aves mortas (BERCHIERI JUNIOR e MACARI, 2000).
A compostagem é um processo eficiente e o mais indicado para o rotineiro descarte
dos resíduos da produção. O investimento para a construção de composteira é baixo. Essa
deve ter o piso revestido e ser construída perto do aviário, para evitar grande deslocamento de
dejectos e de aves mortas (COLDEBELLA et al., 2004).

2.3.7 Monitoramento sanitário


As monitorias sanitárias são métodos para verificar situações através do tempo e
quando são constatados desvios, devem ser implantadas acções correctivas. As monitorias
sanitárias praticadas podem ser dirigidas aos animais, ao ambiente onde os animais são
alojados e aos insumos que são utilizados no sistema de produção (água, rações ou
imunobiológicos) (SOBESTIANSKY, 2002). Os objectivos de um programa de
monitorização são: estabelecer as expectativas de títulos de anticorpos esperados como
resposta ao programa utilizado, avaliar a qualidade do método de aplicação da vacina e os

xxiii
Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

possíveis desafios por agentes patogénicos presentes no campo e ainda, poder vislumbrar as
inter-relações entre os títulos de anticorpos e os parâmetros de produção (BERCHIERI
JUNIOR e MACARI, 2000).

xxiv
Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

III. MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Localização da área e descrição do estudo

O estudo foi realizado na cidade de Mocuba com 8803 km² de área, segundo o
Ministério de Administração Estatal (MAE) (2005). Foram avaliados dez (10) aviários,
escolhidos a partir da lista fornecida pelo Serviço Distrital de Actividades Económicas
(SDAE), localizados nos diferentes bairros da cidade, como, Pedreira (3), Marmanelo (2),
Macuvine (1), 3 de Fevereiro (1), Bive (1), Tomba de água (1) e Samora Machel (1). A
avaliação dos aviários foi realizada de duas formas. A primeira foi na base de um inquérito
com 16 questões das quais, 4 faziam parte da primeira secção, que foi a respeito dos dados dos
criadores e, segunda secção, com 12 questões, voltadas nas medidas de controlo sanitário. E
por fim, a última forma de avaliação foi pela observação directa das condições de
biossegurança adoptadas nos aviários.

3.2 Classificação de pesquisa


A classificação da pesquisa foi descritiva quanto ao objectivo. Segundo Aaker et al.
(2004), pesquisa descritiva realiza o estudo, registo e a interpretação dos factos do mundo
físico. E quanto a natureza foi qualitativa (BOGDAN e BIKLEN, 2003). Quanto a escolha do
objecto foi do tipo caso único (YIN, 200). Em relação a técnica de colecta de dados foi na
base de questionário (CERVO e BERVIAN, 2002). E por fim, quanto a técnica de análise
de dados foi estatística descritiva (MARCONI e LAKATOS, 1996).

3.3. Procedimento de recolha de dados


A recolha de dados compreendeu as seguintes fases:
 Recolha das informações na base da ficha do inquérito e
 Observação directa das condições de biossegurança adoptadas nos aviários.

a) Recolha das informações na base da ficha do inquérito.

A recolha das informações foi feita a partir do preenchimento da ficha (Anexo 1) pelos
produtores. A ficha do inquérito no geral, teve como objectivo, obter as informações dos
criadores e histórico das actividades realizadas, de modo que se possa constatar as
xxv
Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

adversidades e obter as informações teóricas de como tem sido realizada as actividades ao


nível da criação, e poder ter algumas informações sobre o seu ciclo de produção, problemas
enfrentados.
b) Observação directa das condições higiénico-sanitárias sobre as medidas de
biossegurança.
Foi feita uma observação directa a respeito das medidas de biossegurança, e foram
observados os aspectos como, condições higiénico-sanitárias dos bebedouros, comedouros e
locais de armazenamento da ração. Também foram observadas as medidas de prevenção e
controlo de doenças como presenças das vacinas, pedilúvios, antibióticos e desparasitantes
usados nos aviários. Não obstante, ainda com base na observação directa, foi possível
verificar as medidas de controlo e da protecção de entradas de aves imigrantes (gansos,
andorinhas etc.), roedores (ratos) e outros animais.

3.4 Parâmetros avaliados

Foram avaliados os parâmetros como, vacinação e tipos de vacinas, pedilúvios,


presença de equipamentos de protecção individual, frequências de desinfecção dos
equipamentos, vazio sanitário e controlo de entrada de outros animais.

3.5 Análise de dados


A análise dos dados foi efectuada com recurso ao pacote estatístico SPSS 20.0,
apresentando os valores mínimos, máximos e frequências relativas percentuais para a análise
descritiva das variáveis qualitativas, enquanto as nominais foram descritas apenas pelas
frequências percentuais.

xxvi
Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

IV. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Medidas de biossegurança dos aviários

4.1.1 Vacinação, fases de vacinação e tipo de vacina


Em relação a vacinação, 70% dos criadores cumprem com o programa de vacinação
como ilustra (Gráfico 2). Dos restantes criadores 20% não obedecem a vacinação e 10%
cumprem, más não regularmente. Tais resultados justificam se pelo facto da impossibilidade
de aquisição das vacinas, provavelmente pelos preços onerosos das mesmas, ou por desleixo e
negligência da parte dos criadores.

Resultados semelhantes foram demonstrados por Monteiro (2013), na sua pesquisa, o


plano de vacinação contra as doenças como, Gumboro, Bronquite infecciosa e Newcastle
durante a fase de criação era cumprido pelos produtores.

Já no Brasil (1998), segundo a Instrução Normativa nº 4̸1998 a vacinação contra


doença de Marek, Newcastle e Bronquite infecciosa são de carácter obrigatórias, onde todos
os criadores passam a realizar as vacinações contra tais doenças.

Resultados contraditórios foram apresentados por Amaral (2012), nos seus estudos em
Ndambuenda e Mecaula revelam que, 70.8% e 96% respectivamente dos produtores não
fazem vacinação, o que é bastante crítico e perigoso, porque a doença como por exemplo a
Newcastle é bastante letal.

Já para a Empresa Brasileira de Pesquisa Agro-Pecuária (EMBRAPA) (2003), nos


seus estudos, demonstraram que, os programas de vacinação para frangos de corte não são
utilizados com frequência, uma vez que, o ciclo de vida de um lote é curto.
Gráfico 2: Realização da vacinação e bairros de estudo abrangidos

80 70.0 150.0
100.0
60 100.0
50.0 30.0
40 10.0 10.0 10.0 20.0 20.0
20.0 Frequencia
20 0.0
10.0 7 Per-
1 2 cent-
0 agem
as sim nao
vezes A B

Legenda. A (gráfico referente a realização da vacinação) e B (Bairros abrangido pelo estudo)

xxvii
Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

Fonte: autor (2023).

Para fases de vacinação e tipos de vacina (Gráfico 3), 62.5% dos criadores obedecem a
vacinação em todas as fases do ciclo de produção, ou seja, nos 7, 14 e 21 dias para vacina de
Newcastle (DNC) e Gumboro. Dos criadores, 37.5% apenas cumprem nos 7 e 14 dias no uso
da vacina de Newcastle e Gumboro, no entanto sem a repetição da segunda dose da vacina de
Newcastle aos 21dias. Esse resultado justifica se pela fraca aquisição das vacinas.

Estes resultados foram contraditórios por Previato (2009), onde relata que os principais
programas vacinais utilizados pelas empresas são as vacinas de Marek (obrigatória), Doença
de Gumboro e Bouba Aviaria pela via subcutânea no primeiro dia de idade ou In ovo no
período de transferência dos ovos para o nasce douro (18 dias de incubação).

Gráfico 3. Fases de vacinação e tipo de vacina

80
62.5
60 7o NC e 14o dia
37.5 Gumboro
40
20 7o e 21o dia NC e
3.0 5.0 14o dia Gumboro
0
Frequencia Percentagem

Fonte: Autor (2023)

4.1.2 Casos de doenças, medidas em caso de doenças e vazio sanitário


Dos aviários em estudo 50% deles já tiveram casos de doenças em suas criações e,
20% dos criadores não registaram doenças nos seus aviários. Entretanto, existe uma
percentagem de 30% dos criadores que já registaram casos em alguns ciclos de criação e
outros não. Esses resultados se podem justificar pelo facto do não cumprimento das medidas
de biossegurança ao rigor para casos dos criadores que já comprovaram casos de doenças nos
seus aviários.
Resultados semelhantes foram apresentados por Bangnol (2000), cerca de 42%
criadores moçambicanos rurais que criaram frangos na campanha de 2007/2008 perderam
parte das galinhas devido a doenças.
Outro resultado assimilar foi divulgado por Souza (1998), no seu estudo sobre a
extensão rural, a DNC contribui em cerca de 50% a 100% de mortes anuais de frangos de
corte e galinha landim, aumentando deste modo, a vulnerabilidade à insegurança alimentar e
malnutrição. Esta doença é particularmente devastadora para os pequenos criadores que
xxviii
Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

geralmente têm recursos limitados para proteger a sua criação. É consensual que não haverá
nenhum progresso na indústria avícola, se a DNC não for controlada.

Resultados contraditórios de Emuron (2010) dizem que, em Moçambique, o governo e


as ONG’s têm promovido o uso da vacina I-2 para o controlo de doença, principalmente a
DNC no sector familiar. Estudo revelou-se que a I-2 é eficaz e apropriada para os pequenos
criadores que já tiveram registos de casos de doenças e perdas económicas por doenças.

Gráfico 4: Casos de doenças nos aviarios de estudo.

60 50.0
50
40 30.0
30 20.0 Frequencia
20
10 5 2 3 Percentagem
0
sim nao as vezes

Fonte: Autor (2023)

Em relação as medidas tomadas em caso de doença nos aviários, foram apresentadas


diferentes delas usadas (Gráfico 4) para cada criador. Dos criadores apenas 25.0% fazem o
isolamento, uso de antibióticos e administração de vitaminas em aves acometidas. Já para
outros criadores, 12.5% usam medidas como, isolamento e desinfecção, isolamento e vazio
sanitário, remoção da cama e o uso de antibióticos. Esses factos se podem justificar pelas
diferentes formas que, os criadores têm entendido de como combater a propagação de
doenças.

Resultados semelhantes foram demonstrados por Aucanp (2021), constatou que, maior
parte dos criadores de frangos em casos de doenças utilizavam fármacos industriais, logo após
do isolamento de todas as aves identificadas como sendo doentes. O mesmo salientou que, o
tratamento delas variavam conforme o tipo de casos, na maioria delas salmonelose spp para
frangos de corte e coccidiose para galinhas de postura.

Fenómenos contrários foram apresentados por Garcês e Anjos (2014), para casos de
galinhas Landim, em certas zonas, a crença de que os remédios tradicionais como, ervas e
folhas de árvores locais, alho, cinzas de madeira, entre outros produtos naturais são usados

xxix
Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

para o tratamento de doenças como, a DNC, coccidiose, helmintoses e ectoparasitas,


demonstrando ser eficazes e impedindo o uso de vacinas industriais.

Gráfico 5: Diferentes medidas usadas no caso de doencas nos aviarios

Frequencia Percentagem
Fonte: 25.0 25.0
Autor

12.5 12.5 12.5 12.5

2 1 1 1 1 2

isolamento isolamento e isolamento e remocao de usa antibioticos usa antibiotico


desinfeccao vazio sanitario cama e vitamina
(2023).

Em relação ao vazio sanitário, uma percentagem de 90% dos criadores realizam o


vazio sanitário e, apenas só 10% deles não fazem o vazio sanitário. Este facto se pode
justificar, talvez pela negligência de possíveis ocorrências de doenças dentro do aviário ou por
não saber se dos reais riscos que se pode ter por um aviário não desinfectado.

Factos semelhantes foram apresentados por Gordon e Morishita (2002), quando


passaram a realizar o vazio sanitário (período em que a instalação permanece vazia e os
processos de limpeza e desinfecção são realizados) para além da limpeza e desinfecção,
registavam menos casos de patologias dentro da instalação em relação aos tempos anteriores.
Factores contraditórios foram demonstrados por Berchieri e Macari (2000), quando
doenças como Coriza infecciosa, Botulismo, Doença de Gumboro, Doença de Newcastle,
Marek, Candidíase, Coccidiose e outras, atacaram severamente áreas com criações avícolas
em que foram realizadas limpeza e desinfecção de forma inadequada, ou não foram
realizadas.
Grafico 6: Casos de realização do vazio sanitário

xxx
Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

100 90.0
80 Frequencia
60 Percentagem
40
20 10.0
0
sim as vezes

Fonte: Autor (2023).

4.1.3 Pediluvio, desinfecção dos EPIs, uso e tipos dos EPIs


Dos aviários avaliados 60% deles apresentavam ter pedilúvios e 40% não. Em relação
a desinfecção dos equipamentos de protecção individual (EPI), 66.7% não fazem a
desinfecção e 33.3% realizam a desinfecção das botas e fazem o uso de mascaras. A
percentagem dos criadores que usam os EPIs está estimada em 70%, 10% não e, 20% dos que
usam as vezes. Dentre os EPIs usados tem se na maioria deles, botas, macacão, luvas e
mascara. Já para botas, 90% dos criadores usam e 10% não. Para o macacão, 80% não fazem
o uso deste equipamento e 20% usam. Em relação a luvas, 70% não fazem o uso delas durante
a actividade na criação e 30% sim. E por fim, 60% entre os criadores dos aviários de estudo
fazem o uso de mascaras nas suas actividades e, 40% deles não fazem o uso das mesmas.

A presença dos pedilúvio e uso dos EPIs para os criadores que têm e fazem o uso
desses, justifica se pelo facto de considerarem ser uma das medidas de controlo de doenças
nos aviários e higiene e segurança individual. Já para os criadores que nos seus aviários não
têm pedilúvios e não fazem o uso dos EPIs, se pode argumentar talvez, pelo facto de não
considerar se factor relevante de forma importante ou vital na criação de frangos. Ou
provavelmente pela impossibilidade de compra para a presença e a aquisição desses
equipamentos.

Gráficos 7: Presença doe pedilúvios, desinfecção e uso dos EPIs nos aviários

xxxi
Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

66.7
70
60.0 7A 60
33.3 7
60 30
2 1 B
50 0
40.0
40 Frequencia Frequencia
Percentagem
30 Per-
20 cent-
agem
10 6 4
0
sim nao

100.0 90.0 80
7C 70.0 7D
80.0 70
80.0 70.0 60
60.0
60.0 50
40.0 40 Frequencia
40.0 30.0 Percentagem 30 Per-
20.0 20.0 cent-
20.0 10.0 20 10.0
7 agem
0.0 0.0 0.0 10 1 2
0.0 0
sim

sim

sim

sim
nao

nao

nao

nao

mascara botas luvas maca


sim nao as
cao vezes

Legenda: 7A. (Presença de pedilúvios), 7B. (Realização da desinfecção, caso não haja pedilúvios), 7C. (Tipos
de EPI) e 7D. (Uso de EPI).

4.1.4 Controlo de entradas de outros animais no aviário


O (Gráfico 8) ilustra que, 90% dos criadores evitam a entrada de outros animais
como, ratos, insectos e pássaros (andorinhas, gansos ) que podem ser vectores potenciais de
veiculação de doenças, como por exemplo, a salmonelose (BAYER, 2010). Para os criadores
que fazem o controlo de entrada de outros animais, 87.5% utilizam a protecção da rede
galinheira e 12.5% fazem apenas o uso de ratox.
Neste mesmo gráfico, 10% dos criadores não evitam a entrada de animais. E sem
registos de presença da rede galinheira nas janelas e o uso de ratox ou outras drogas anti-
vectores.
Tais resultados foram demonstrados por Jaenisch (1999), concluiu que, aviários e
locais para armazenamento de alimentos, mantidos livre de insectos e roedores, e manter a
cama seca reduziu a proliferação de insectos, e a utilização de telas de protecção nas aberturas
evitou acesso de ratos e pássaros.

Resultados contraditórios foram demonstrados por Araújo e Albino (2013), nos seus
estudos, descreveram que, a infestação por roedores nas instalações avícolas no Brasil, foi um
problema grave a ser enfrentado. Os mesmos, concluíram que, com a infestação dos roedores
xxxii
Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

aumentaram o consumo da ração causando enormes prejuízos económicos, não apenas pela
ingestão dos alimentos, más também, porque estragavam três vezes mais do que o volume que
consumiam.
Gráfico 8: Controlo de entrada de outros animais

100 90.0 87.5


80
60
Frequencia
40 Percentagem
20 9 10.0 7 12.5
1 0 0.0 1
0
sim nao usa rede usa ratox
galinheira

Fonte: Autor (2023).

xxxiii
Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

V. CONCLUSÃO

De acordo com os resultados do estudo se pode chegar nas seguintes conclusões:


 Foi possível observar e avaliar as medidas e condições da biossegurança nos aviários
de estudo na cidade de Mocuba;
 Foi possível analisar e interpretar os dados recolhidos a partir do inquérito do estudo;
 Se pode concluir que, não há uma grave exposição aos riscos de ocorrências de
doenças, e que maior parte dos cuidados da biossegurança estão sendo realizadas em
conformidades.

xxxiv
Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

VI. RECOMENDAÇÕES

Aos criadores:
Que haja mais rigorosidade no cumprimento das medidas de biossegurança como,
 Vacinação em todas fases do ciclo produtivo;
 Que haja mais uso e desinfecção dos EPIs para melhor segurança durante o trabalho e;
 Que haja mais utilização dos pedilúvios.

Às Instituições de Pesquisa:
 Que haja mais estudos do género relacionado a medidas de biossegurança na cidade de
Mocuba.

Ao SDAE’s:
 Que haja mais transmissão e educação de boas práticas na criação de frangos e outras
actividades pecuárias do seio produtivo;
 Que exista mais monitoria e avaliação dirigida aos animais, ao ambiente onde os
animais são alojados e aos insumos que são utilizados no sistema de produção (água,
rações ou imunobiológicos) nos aviários.

xxxv
Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

VII. Referências Bibliográficas

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xxxix
Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

APÊNDICE

xxix
Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

Apêndice 1. Gráficos sócio demográficos

80 70
70
A 60.0 B
60
60 50
50
40
40 feminino 30.0 Frequencia
Masculino 30 Percentagem
30
20 20
10.0
10 10 6
3 1
0 0
Frequencia Percentagem [18-34] [35-59] [>60[

80 40.0 40.0
70.0 C 40 D
70
30
60 20.0
50 20
40 secundario 10 Frequencia
30.0 4 4 2
30 superior Percentagem
0
20 o o e
7.0 gad gad ant
10 3.0 d
p re p re tu
0 em em es
s
Frequencia Percentagem de

50 35
44.4 44.4
E 30.0 F
45 30
40 25
20.0 20.0
35 20
30 Fre- 15
10.0 10.0 10.0
25 quen 10 Frequencia
cia
20 5 3 2 2 Percentagem
Per 1 1 1
15 11.1 cen 0
10 tage
m iro ve ne ba ira ua
5 1
4 4
e re Bi uvi uge dre Ag
0 Fe
v ac M Pe de
d e M ba
menos de 1-5 anos 5-10 anos 3 m
1 ano To

Legenda: 1A. (Sexo), 1B. (Idade), 1C. (Escolaridade), 1D. (Empregabilidade), 1E. (Tempo do exercício
da actividade) e F. (Bairros).

xxx
Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

Apendice 2. Sexo

Frequenc Valid Cumulative


y Percent Percent Percent
Valid feminino 3 30,0 30,0 30,0
Masculino 7 70,0 70,0 100,0
Total 10 100,0 100,0

Apendice 3. Faixas_etarias

Frequenc Valid Cumulative


y Percent Percent Percent
Valid [18-34] 6 60,0 60,0 60,0
[35-59] 3 30,0 30,0 90,0
[>60[ 1 10,0 10,0 100,0
Total 10 100,0 100,0

Apendice 3. Nivel de escolaridade

Valid Cumulative
Frequency Percent Percent Percent
Vali secundario 3 30,0 30,0 30,0
d
superior 7 70,0 70,0 100,0
Total 10 100,0 100,0
Apendice 4. Situacao de emprego
Valid Cumulative
Frequency Percent Percent Percent
Valid desempregad 4 40,0 40,0 40,0
o
empregado 4 40,0 40,0 80,0

estudante 2 20,0 20,0 100,0


Total 10 100,0 100,0
Apendice 5. Tempo de actividade
Frequenc Valid Cumulativ
y Percent Percent e Percent
Valid 1-5 anos 4 40,0 44,4 44,4
1-10 anos 1 10,0 11,1 55,6
5-10 anos 2 20,0 22,2 77,8
menos de 2 20,0 22,2 100,0
1 anos
Total 9 90,0 100,0
Missing System 1 10,0
Total 10 100,0

xxxi
Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

Apendice 6. Aquisicao de pintos

Valid Cumulative
Frequency Percent Percent Percent
Vali Higest 7 70,0 70,0 70,0
d
malawi 2 20,0 20,0 90,0
novos 1 10,0 10,0 100,0
horizontes
Total 10 100,0 100,0
Apendice 7. Tem programa de avacinacao
Valid Cumulative
Frequency Percent Percent Percent
Valid Sim 10 100,0 100,0 100,0

Apencie 8. Vacinas as aves?


Valid Cumulative
Frequency Percent Percent Percent
Valid as vezes 1 10,0 10,0 10,0
Sim 7 70,0 70,0 80,0
Não 2 20,0 20,0 100,0
Total 10 100,0 100,0
Apendice 9. Fase
Valid Cumulative
Frequency Percent Percent Percent
Valid 7o NC e 3 30,0 37,5 37,5
14o dia
Gumboro
7o e 21o 5 50,0 62,5 100,0
dia NC e
14o dia
Gumboro
Total 8 80,0 100,0
Missing System 2 20,0
Total 10 100,0

Apendice 10. Tipo de farmaco


Valid Cumulative
Frequency Percent Percent Percent
Valid industrial 10 100,0 100,0 100,0

Apendice 11. Teve caso de doenca?


Valid Cumulative
Frequency Percent Percent Percent
Valid sim 5 50,0 50,0 50,0
nao 2 20,0 20,0 70,0
as vezes 3 30,0 30,0 100,0
Total 10 100,0 100,0
Apendice 12. Caso sim, quais tomadas medidas?
Valid Cumulative
Frequency Percent Percent Percent
xxxii
Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

Valid isolamento 2 20,0 25,0 25,0

isolamento e 1 10,0 12,5 37,5


desinfeccao

isolamento e 1 10,0 12,5 50,0


vazio
sanitario
remocao de 1 10,0 12,5 62,5
cama
usa 1 10,0 12,5 75,0
antibioticos

usa 2 20,0 25,0 100,0


antibiotico e
vitamina
Total 8 80,0 100,0
Missing System 2 20,0
Total 10 100,0

Apendice 13. Faz vazio sanitario


Valid Cumulative
Frequency Percent Percent Percent
Valid sim 9 90,0 90,0 90,0
as vezes 1 10,0 10,0 100,0
Total 10 100,0 100,0
Apendice 14. Tem pediluvio?
Valid Cumulative
Frequency Percent Percent Percent
Valid sim 6 60,0 60,0 60,0
nao 4 40,0 40,0 100,0
Total 10 100,0 100,0
Apendice 15. Caso nao, como faz a desinfeccao
Valid Cumulativ
Frequency Percent Percent e Percent
Valid nao faz 2 20,0 66,7 66,7
desinfeccao

usa 1 10,0 33,3 100,0


mascara e,
botata
desinfectada

Total 3 30,0 100,0


Missing System 7 70,0
Total 10 100,0

Apendice 16. Usa EPI

xxxiii
Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

Valid Cumulative
Frequency Percent Percent Percent
Valid Sim 7 70,0 70,0 70,0
Não 1 10,0 10,0 80,0
as 2 20,0 20,0 100,0
vezes
Total 10 100,0 100,0
Apendice 17. Mascara
Valid Cumulative
Frequency Percent Percent Percent
Valid Sim 6 60,0 60,0 60,0
Não 4 40,0 40,0 100,0
Total 10 100,0 100,0
Apendice 18. Botas
Valid Cumulative
Frequency Percent Percent Percent
Valid Sim 9 90,0 90,0 90,0
Não 1 10,0 10,0 100,0
Total 10 100,0 100,0
Apendice 18. Luvas
Valid Cumulative
Frequency Percent Percent Percent
Valid Sim 3 30,0 30,0 30,0
nao 7 70,0 70,0 100,0
Total 10 100,0 100,0
Apendice 19. Macacao
Valid Cumulative
Frequency Percent Percent Percent
Valid sim 2 20,0 20,0 20,0
nao 8 80,0 80,0 100,0
Total 10 100,0 100,0
Apendice 20. Evita entrada de outros animais
Valid Cumulative
Frequency Percent Percent Percent
Valid sim 9 90,0 90,0 90,0
nao 1 10,0 10,0 100,0
Total 10 100,0 100,0

Apêndice 21. Avaliação dos aspectos da biossegurança

xxxiv
Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

21A 21B

21C 21D

Legenda: 2A e 2B (Verificação da presença dos pedilúvios); 2C. (Janela desprovida de rede galinheira) e
2D (Janela com rede galinheira).

xxxv
Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

Anexo 1.

Questionário Sobre Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

Data____/____/ ______ Criador nº_____

Local: ___________________________________________

Nome do Criador (a)________________________________

O presente inquérito foi elaborado para a colecta de dados referentes a Medidas de


Biossegurança aviaria na cidade de Mocuba, como parte fundamental para a realização
do trabalho de conclusão de curso de Engenharia Zootécnica.

Trata-se de um trabalho académico, que destina-se a fins científicos, garante um total


sigilo e anonimato a partir das informações obtidas.

Muito obrigado pela sua participação e colaboração.

SECÇÃO I: DADOS DO CRIADOR

1.Sexo: M ____ F _____ Idade: ………. Anos.

2.Escolaridade: E. Primário _____ E. Secundário ____ E. Técnico ____

E. Superior ______

3.Situação de Emprego: Empregado_____ Desempregado______ Estudante______


xxxvi
Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

Reformado______

4. Há quanto tempo exerce essa actividade

a) Menos de 1 ano ( ) b) 1 a 5 anos ( ) c) 5 a 10 anos ( ) d) Mas de 10 anos


( )

SECÇÃO II: MEDIDAS DE CONTROLO SANITÁRIO

Informações do animal

1. Tipo de aves

a) Frango de Corte ( ) b) Poedeira ( )

2.Onde é feita a aquisição de pintos?

a) Abílio Antunes ( ) b) Novos Horizontes ( ) c) Outros ( )

Informações Sobre Vacinação.

3. Tem algum Programa de Vacinação?

a) Sim ( ) b) Não ( )

4. Tem Vacinado as Aves durante o seu período de criação?

a) Sim ( ) b) Não ( ) c) As vezes ( )

Em que período ou fase?

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
xxxvii
Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

5. Em caso de Doença usa que tipo de Fármaco?

a) Industrial ( ) b) Caseiro ( ) c) Nenhum ( )

6. Já teve algum caso de doença durante o período de criação?

a) Sim ( ) b) Não ( ) c ) As vezes ( ) d) Sempre ( )

Em caso de doenças quais foram as Medidas Tomadas?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

SECÇÃO III: MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA

1. Faz o vazio sanitário após o fim de um ciclo de produção ou em caso de surto?

a) Sim ( ) b) Não ( ) c) As vezes ( )

2.Tem algum material ou produto de combate ao incêndio?

a) Sim ( ) b) Não ( )

Qual é o produto ou material usado?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

3. O aviário possui pedilúvio?

a) Sim ( ) b) Não ( )

Então como faz a desinfecção das pessoas que tem acesso ao aviário?
______________________________________________________________________
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Avaliação das Medidas de Biossegurança Aviaria na Cidade de Mocuba

______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

4. Usa algum tipo de equipamento de protecção quando está no aviário?

a) Sim ( ) b) Não ( ) c) As vezes ( )

Qual é o equipamento usado?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

5.Faz o controle para evitar a entrada de outros animais indesejáveis no aviário?

a) Sim ( ) b) Não ( )

Como é feita o controlo para evitar a entrada de outros animais indesejáveis no


aviário?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________

6. Tem algum material ou produto de combate ao incêndio?

a) Sim ( ) b) Não ( )

Qual é o produto ou material usado?


______________________________________________________________________
______________________________________________________________________.

xxxix

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