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Índice Página

Introdução------------------------------------------------------------------------------------------------------1

Objectivo geral------------------------------------------------------------------------------------------------2

Objectivos específicos----------------------------------------------------------------------------------------2

Metodologia----------------------------------------------------------------------------------------------------2

A pedagogia e os fundamentos humanos didáctica-------------------------------------------------------3

Fundamentos Humanos da Didáctica-----------------------------------------------------------------------3

Aspectos da pedagogia---------------------------------------------------------------------------------------4

Importância da didáctica-------------------------------------------------------------------------------------4

A especificidade Didáctica----------------------------------------------------------------------------------5

II Parte----------------------------------------------------------------------------------------------------------5

Conclusao-----------------------------------------------------------------------------------------------------10

Referências---------------------------------------------------------------------------------------------------11
Introdução
No universo da educação, especialmente no ambiente escolar a palavra didáctica está presente de
forma imperativa, afinal são componentes fundamentais do quotidiano escolar os materiais
didácticos, livros didácticos, projectos didácticos e a própria didáctica como um instrumento
qualificador do trabalho do professor em sala de aula. Afinal, a partir do significado atribuído à
didáctica no campo educacional, é comum ouvir que o professor x ou y é um bom professor
porque tem didáctica.

Para as teorias da educação, porém, a didáctica é mais do que um termo utilizado para
representar a dicotomia entre o bom e o mal professor ou para designar os materiais utilizados no
ambiente escolar. Termo de origem grega (didaktiké), a didáctica foi instituída no século XVI
como ciência reguladora do ensino. Mais tarde Comenius atribuiu seu carácter pedagógico ao
defini-la como a arte de ensinar.

Nos dias actuais, a definição de didáctica ganhou contornos mais amplos e deve ser
compreendida enquanto um campo de estudo que discute as questões que envolvem os processos
de ensino. Nessa perspectiva a didáctica pode ser definida como um ramo da ciência pedagógica
voltada para a formação do aluno em função de finalidades educativas e que tem como objecto
de estudo os processos de ensino e aprendizagem e as relações que se estabelecem entre o ato de
ensinar (professor) e o ato de aprender (aluno). Nesta perspectiva a didáctica passa a abordar o
ensino ou a arte de ensinar como um trabalho de mediação de acções pré-definidas destinadas à
aprendizagem, criando condições e estratégias que assegurem a construção do conhecimento.

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Objectivo geral
Conhecer a relação entre Pedagogia com a Didáctica.

Objectivos específicos
Explicar os fundamentos Humanos da Didáctica.

Definir o objecto de estudo da Didáctica.

Explicar a importância do estudo da Didáctica na formação de professores.

Metodologia
Para este trabalho foi necessário a obra de Didáctica geral.

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A pedagogia e os fundamentos humanos didáctica
1.R: A história da Pedagogia é longa, remonta da Grécia; era papel dos escravos acompanhar as
crianças dos senhores aos locais de instrução, aos poucos essa actividade deixou de ser do
escravo e passou a ser de um profissional a que hoje chamamos de pedagogo. Etimologicamente,
pai, paidós=crianças, agein=conduzir; logo= ciência, assim a Pedagogia significa ciência para a
condução das Crianças, Piletti (1990).

Hoje a Pedagogia assume um papel diferente daquele desempenhado pelos escravos, trata de
investigar as leis e regularidades que orientam o processo de ensino-aprendizagem.
Evidentemente que esse papel não seria possível se a Pedagogia não lançasse mãos a outras
ciências de natureza psicológia, sociológica e, até pedagógica .

Fundamentos Humanos da Didáctica


A educação é um processo histórico, colectivo e dinâmico que visa a humanização do homem.
Humanização entendida como processo de construção do homem e da sociedade numa constante
busca de superação de condições opressoras e desumanizantes, (Marafon, 2001).

Já nos referimos do reducionismo didáctico, será a Didáctica uma disciplina técnica ou uma
ciência? Bem essa seria uma longa discussão pois teríamos de recorrer a critérios da
cientificidade, o que não é nosso objectivo, voltamos a discussão na unidade relacionada a
cientificidade da Pedagogia e a especificidade didáctica.

A didáctica enquanto for encarrada como disciplina técnica da Pedagogia pode permanecer nesse
reducionismo, a ideia de uma ciência que ensina como ensinar, deve começar a desaparecer “a
ideia de uma didáctica como conjunto de técnicas e saberes metodológicos indispensáveis a arte
de ensinar algo a alguém (…), [exige se] um novo olhar, implicando a necessidade de
alargamento do horizonte que orienta o processo de ensinar-aprender e de percepção da presença
de um conjunto mais amplo de interesses e interessados na educação” (Santos, 2003: 138), na
reveindicação do reducionismo didactico, Libâneo (1992) refere que cabe a Didáctica converter
os objectivos sociopolíticos e pedagógicos em objectivos de ensino, dai que se diz que o trabalho
docente na sala de aula é reflexo da sociedade, sendo assim,

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ao investigar questões atinentes à formação humana e prática educativa, correspondente a
Pedagogia começa por perguntar que interesses que estão por detrás das propostas educacionais.
O processo educativo se viabiliza, portanto, como prática social precisamente por ser dirigido
pedagogicamente (Libâneo, 2005: 34)

Reconhecer essa complexidade didáctica leva nos a repensar a ideia do educador e do educando,
como seres sociais que são resultados dessa complexa realidade humana, dai que o trabalho
didáctico exige um novo paradigma (nova visão) para o processo de ensino-aprendizagem:
Promoção da humanidade de cada ser humano (op.cit), no fundo dessas interacções é importante
reconhecer a qualidade das comunicações, a “educomunicação”

A acção educativa de que se preocupa a didáctica é uma acção humana por natureza, o homem
vive na família, na escola, na igreja, o estado, a comunidade, essas todas instâncias são
vivenciadas pelo homem e o campo escolar é social daí as influencias que este homem sofre.
Mas a vida humana é mais do que uma simples recepção de influências e informações. Ela
caracteriza-se pela participação, pelo relacionamento e pela convivência entre pessoas; por isso
há necessidade de criação de um ambiente em que se dê o encontro humano em todas suas
dimensões (Schmitz, 1993).

1.1.Aspectos da pedagogia
Aspecto Filosófico: nesta área situam-se as disciplinas como a Filosofia educacional, Políticas
Educativas, teoria da Educação, História da Educaçãosua principal preocupação é direccionar a
educação para o ideal proposto por cada povo, responde a questão o que deve ser a educação
para um determinado povo ou nação.

Aspecto técnico: esta área é mais operacional, no sentido de conduzir a educação para as
finalidades propostas, constam as disciplinas como, por exemplo, a Administração Escolar,
Saúde e Higiene Escolar, e a própria Didáctica.

Aspecto Científico: esta área pedagógica trata de investigar o campo educativo, responde a
questão o que é a Educação, fazem parte as disciplinas como a Sociologia Educacional, Biologia
Educacional, Educação Comparada etc.

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Depois da classificação da Pedagogia apresentada, facilmente pode se compreender que a
Didáctica é uma disciplina técnica da Pedagogia que procura conduzir o processo de educativo.
Dissemos processo educativo por simples razão, há uma visão tecnicista que se tem da Didáctica
sobretudo, quando é encarrada como a “ciência que ensina a ensinar” ou seja reduzida ao
contexto da sala de aula. Actualmente a Didáctica reclama “autonomia” e sua acção transcende o
contexto escolar, sendo assim é pertinente apresentar os fundamentos humanos da Didáctica.

2.Importância da didáctica
Geralmente, considera-se a didáctica como um conjunto de conteúdos (como se fosse um
manual) que irá ensinar a dar aulas. Ouvimos frequentemente os alunos dizerem: “ A didáctica
do professor não foi boa”, ou ainda: “ A didáctica deste professor é melhor que a do outro”, etc.

Percebemos, nessa concepção, que as pessoas esperam ou crêem que a didáctica seja algo dado
pronto e que, dominando a didáctica ideal, ter-se-á uma prática eficaz. Há uma definição para
didáctica que diz: “Conjunto de métodos ou técnicas utilizadas na prática pedagógica”. Contudo,
ao adestrarmos uma sala de aula não podemos abrir um manual e seguir as orientações passo-a-
passo.

Existe uma série de elementos que formarão a didáctica do professor, e cada turma exigirá uma
prática diferenciada. Entre os elementos da didáctica temos o planejamento, a metodologia e a
avaliação.

Conhecer a didáctica enquanto conteúdo específico poderá, então, ajudar o professor em sua
formação para que tenha contacto com as diferentes formas de educar, as diversificadas
tendências pedagógicas e assim repensar a prática docente enquanto actividade em constante
processo de mudança.

De posse desses conhecimentos, o professor pode ter uma variedade de metodologias e


concepções que o ajudarão a elaborar seus planejamentos e a nortear sua didáctica em sala de
aula. Porém, não são os conteúdos estudados nem tão pouco os métodos observados que
constituirão ou definirão a didáctica correcta a ser aplicada.

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Cada turma, em cada contexto e com cada professor terá necessidades específicas e são elas que
irão orientar o professor sobre a melhor didáctica a ser posta em prática em cada momento à
medida que as necessidades de sua turma forem sendo cumpridas.

Sendo assim, ter essa compreensão teórico-científica da didáctica e seu campo de estudo tornará
provável o surgimento de dificuldades na elaboração de planejamentos, os quais precisarão partir
de objetivos concretos e voltados significativamente para cada público. Sair também de uma
interpretação prosaica, principalmente no que concerne à avaliação, não a restringindo apenas às
notas, é de suma precisão aos que melhor compreendem suas práticas pedagógicas quotidianas.

Em suma, é preciso considerar a didáctica como o despertar teórico-científico de um trabalho


pedagógico quotidiano onde a ponte eficaz de toda ela é o ensino-aprendizagem significativo de
cada dia.

3. A especificidade Didáctica
A especificidade Didáctica, está no processo de ensino-aprendizagem em sua relação com
finalidades educativas (Libâneo, 2005), quer dizer, a Didáctica ao preocupar-se com o processo
de ensino na sua globalidade tem em conta as finalidades sócio-pedagógicas, princípios,
condições e meios de direcção do processo educativo.

O papel da Didáctica na formação dos professores está precisamente na necessidade de


proporcionar uma melhor orientação dos profissionais da educação na direcção do processo de
ensinoaprendizagem.

A organização sistemática da educação exige também uma pregação sólida dos profissionais que
trabalham nessas instituições escolares.

II Parte
4. Comenius foi o criador da Didáctica Moderna e um dos maiores educadores do século XVII.
Já naquele século, ele concebeu uma teoria humanista e espiritualista da formação do homem
que resultou em propostas pedagógicas hoje consagradas ou tidas como muito avançadas.

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Entre essas ideias, estavam: a) o respeito ao estágio de desenvolvimento da criança no processo
de aprendizagem, b) a construção do conhecimento através da experiência, da observação e da
acção e c) uma educação sem punição mas com diálogo, exemplo e ambiente adequado.

Comenius pregava ainda (a) a necessidade da interdisciplinaridade, (b) da afectividade do


educador e de (c) um ambiente escolar arejado, bonito, com espaço livre e ecológico.

Estão ainda entre as acções propostas pelo educador checo: (d) coerência de propósitos
educacionais entre família e escola, (e) desenvolvimento do raciocínio lógico e do espírito
científico e (f) a formação do homem religioso, social, político, racional, afectivo e moral.

A escola moderna muito deve a ele. As ideias de seriação, currículo e avaliação modernas estão
ancoradas em suas primeiras premissas.

Jan Amos Komenský, nome original de Comenius (1592 – 1670) ficou órfão aos doze anos de
idade. Sua educação básica não fugiu aos padrões da época: saber ler, escrever e contar,
ensinamentos aprendidos num ambiente escolar rígido, sombrio, onde a figura do professor
imperava e as crianças tratadas como pequenos adultos e os conteúdos escolares infalíveis e
inquestionáveis. A rispidez no trato e a prática da palmatória eram elementos básicos da
"didáctica" escolar vigente.

Mais tarde, após estudar Teologia e adquirir vasta formação e uma cultura enciclopédica, se
estabelece em Prerov (actual República Tcheca) actuando no magistério, ansioso em colocar em
prática as ideias pedagógicas trazidas da Universidade.

Modifica radicalmente a forma de ensinar artes e ciências em sua escola, destacando-se


rapidamente como professor. Assume então o encargo de dirigir as escolas do Norte da Morávia.
Para fugir de perseguições religiosas, refugiou-se em Leszno, na Polonia. A partir daí, e durante
42 anos, percorre a Europa trabalhando sem descanso pelo seu país e pelos projetos científicos e
educacionais que o movem.

Alimenta e divulga o seu sonho reformista de, por meio da Pansophia, promover a harmonia
entre os indivíduos e as nações. Desenvolve então suas principais ideias sobre educação e
aprofunda um dos grandes problemas epistemológicos do seu tempo – que era o do método.

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Publica em 1632 sua obra prima, a Didáctica Magna, sempre buscando seus objectivos
fundamentais "de uma reforma radical do conhecimento humano e da educação" – unidos e
sistematizados numa ciência universal. Alguns amigos fizeram chegar o seu trabalho ao
conhecimento de Luis de Geer, filantropo sueco de origem alemã. Foram esses mesmos amigos
que publicaram uma obra sua, com o título Prodomus Pansophiae, livro esse que mereceu a
atenção do próprio René Descartes.

Em 1641, vai para Londres com a missão de estabelecer algum entendimento entre o Rei e o
Parlamento, e fundar um círculo de colaboração filosófica, que envolvia um projecto ainda mais
ambicioso, o da reforma da sociedade humana através da educação. Aí permaneceu durante um
ano. Recebe também convites para dirigir a educação na França e outro para ser presidente da
entidade que viria a ser a Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Não aceita e em 1642
recebe um convite de Luís de Gere e do governo de Estocolmo para promover a reforma do
sistema escolar da Suécia, onde permaneceu por seis anos.

Todos os pesquisadores são unânimes em apontar a Didacta Magna ou A Grande Didacta, como
sendo sua obra-prima e sua maior contribuição para o pensamento educacional. Continuou a ter
uma vida bastante atribulada e movimentada, produzindo cerca de 200 títulos, vindo a morrer no
dia 15 de Novembro de 1670, em Amsterdam.

Síntese das Propostas pedagógicas de Comenius:

a) o respeito ao estágio de desenvolvimento da criança no processo de aprendizagem,

b) A construção do conhecimento através da experiência, da observação e da ação, e

c) Uma educação sem punição, mas com diálogo, exemplo e ambiente adequado.

d) A necessidade da interdisciplinaridade, da afectividade do educador, e de um ambiente escolar


arejado, bonito, com espaço livre e ecológico.

e) Coerência de propósitos educacionais entre família e escola,

f) Desenvolvimento do raciocínio lógico e do espírito científico, e

g) A formação do homem religioso, social, político, racional, afectivo e moral.

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5. Heinrich Pestalozzi

A perspectiva desta apresentação terá como eixo o Iluminismo, pois este é o momento em que as
questões filosóficas e, não apenas estas estão se constituindo, fazendo deste momento histórico
um dos mais significativos da humanidade. Isto se fará a partir do

pensamento dos seguintes autores: Manacorda (1995), Cambi (1999), Luzuriaga (2001),
Kreimendahl (2004) e Palmer (2005).

Reconhecer no Iluminismo os princípios e fundamentos da obra de Pestalozzi é fundamental,


pois é a partir destes que se discute a questão da infância na perspectiva do filósofo. Faz-se
necessário tratar desta, tendo em vista que a concepção de infância como um período distinto da
vida adulta tem raízes no período aqui determinado entre os séculos XVII e XVIII.

O século XVIII liga-se ao XVII de maneira muito forte, a ponto de se poder falar de capítulo
sequencial na história da filosofia, ao qual se poderia dar o título de era da razão e que poderia
ser distinguido do Iluminismo do século XVIII pela entrada de ideias e posicionamentos
característicos do Racionalismo, bem como por sua aplicação em aspectos de relevantes
problemas sociais por parte do público culto. (KREIMENDAHL, 2004, p. 25).

A discussão básica do Iluminismo busca a compreensão da autonomia do sujeito. O Eu supera os


laços da tradição por meio de um ato libertador e é restituído de seu direito original. Como
salienta Kreimendahl (2004), o centro de interesse é o ser humano. Do meio antropológico existe
a melhor possibilidade de compreender o século dezoito como um todo e, o movimento
iluminista, em especial.

Johann Heinrich Pestalozzi era um suíço alemão, nascido em 12 de Janeiro de 1746. E, portanto,
um filho do Iluminismo. Segundo Luzuriaga (2001), ele era filho de médico e neto de pastor
protestante, de família de estirpe social e intelectual. Aos cinco anos, órfão, ficou aos cuidados
da mãe c de uma fiel criada. A primeira influência na sua formação foi, puramente maternal e
feminina, o que lhe explica certos traços de carácter. Frequentou a escola primária e, depois, a
secundária da cidade natal, e nisso esteve sete anos. Transferiu-se, mais tarde, para um centro de
carácter superior, o "ColIegium Caro¬linum", onde estudou humanidades. Portanto, é igualmente

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errônea a opinião de que carecesse de educação elevada, posto ele mesmo o afirmasse repetidas
vezes. No "Collegium" recebeu a influência de uma grande personalidade espiritual, seu
professor Bodner, que o pôs em contacto com as realidades económicas e educacionais do povo.
Inicia-se na actividade política e social, associando-se a uma sociedade patriótica liberal, depois
dissolvida pelo governo. As duas obras fundamentais de Rousseau o Contrato social e o Emílio,
ao publicarem-se, em 1762, produziram nele profunda impressão. Influenciado pelas ideias
rousseauístas, dedica-se à agricultura. Em 1769 contrai matrimónio com uma moça da burguesia
de Zurique e tem seu primeiro e único filho, mudando-se com a família para sua propriedade
Neuhof (Granja nova).

Ele esteve animado pelo espírito revolucionário, entrando em contacto com lojas maçónicas e
fundando a Sociedade Helvética, que se propunha a reforma democrática de seu país e uma
renovação moral e cívica do povo através da educação, como salienta

Palmer (2005, p. 86), “A Revolução Helvética de 1798 mudou dramaticamente a vida de


Pestalozzi. Confiante que essa revolução haveria de restabelecer a velha república virtuosa e
convencido da integridade moral dos novos líderes, logo esboçou o projeto de um instituto de
aprendizagem industrial para crianças pobres.”.É preciso ressaltar que a preocupação dele, no
livro que vamos tratar, é com a educação das classes populares, e, de outros, em que a fala de um
verdadeiro homem do Iluminismo, pregando os tópicos do progresso e da liberdade próprios de
sua época.

O verdadeiro Pestalozzi se faz presente na escola e sua entrega exclusiva e inteira a educação das
crianças. Aos vinte e cinco anos comprou uma granja chamada Neuhof, ele não soube
administra-la. “Nela começa sua primeira experiência educacional, ao converter a granja num
estabelecimento para educação de me¬ninos pobres, que trabalhavam ao mesmo tempo que se
educavam, tornando-a, dessa forma, verdadeira escola ativa ou do trabalho.” (LUZURIAGA,
2001, p. 174), devendo fechá-la uns anos depois, em 1779. Dedicou-se a refletir e escrever, até
que em 1799 o estado Suíço lhe ofereceu a direção de um instituto de órfãos em Stanz; tanto
como professor, foi pai de quatrocentas crianças de cinco a quinze anos que lhe foram dados para
seus cuidados, e com eles começou a aplicar os princípios fundamentais do seu sistema. A
experiência durou poucos meses, pois o edifício teve que ser transformado em um hospital de
guerra e aceitou uma sala como professor em uma escola em Burgdorf, onde utilizou seu

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método “intuitivo”; ali se fundou logo um colégio e uma escola para formação de professores,
centros em que ele contou com valiosos e leais colaboradores, auxiliando-o a elaborar suas
teorias pedagógicas.

Ao ser obrigado a desalojar-se do abrigo de Burgdorf por estar destinado a outros usos pelas
autoridades, em 1805 Pestalozzi se estabeleceu em Iverdon, onde fundou uma instituição
educativa que atendia a diversos graus de ensino e que adquiriu fama na Europa, aceitando
alunos e visitantes de diversos países atraídos pelo espírito renovador da educação e instrução
que ali era oferecida. Funcionava em regime de internato e com espírito de família, aplicando-se
em sua plenitude os métodos pestalozzianos. Mas algumas dificuldades sugiram neste período. O
governo se mostrou receoso com o espírito que animava a instituição e surgiram diferenças entre
os melhores mestres com que ele contava, alguns dos quais abandonaram o centro. Ele tentou
mantê-lo ainda algum tempo, mas as dificuldades o obrigaram a fechá-lo, vinte anos depois de
sua fundação, Schmitz (1993).

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Conclusao
A educação enquanto uma construção social sempre existiu, porém com o aumento do
património cultural não foi possível transmitir todo o manancial sócio cultural a todos na
comunidade, surge então uma outra estrutura social para regular o que deve ser aprendido numa
determinada sociedade, essa instituição chama-se escola. Vários autores concordam com a
existência de uma instituição reguladora, tornando a educação sistemática. A função da escola
neste caso de acordo com Schmitz (1993), é tornar um ambiente, em que os jovens reúnem-se
entre si e com os educadores profissionais para tomarem consciência profunda de suas aspirações
e valores mais íntimos e mais legítimos e tomarem decisões mais esclarecidas sobre a sua vida e
para a comunidade em que vivem, a partir das aprendizagens significativas.

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Referências
CAMBI, F. História da pedagogia. São Paulo: Editora UNESP, 1999.

KREIMENDAHL, L. (Org.) Filósofos do século XVIII. São Leopoldo, RS: Editora UNISINOS,
2004.

LUZURIAGA, L. História da educação e da pedagogia. São Paulo: Companhia Editora


Nacional, 2001.

MANACORDA, M. A. História da educação: da antiguidade aos nossos dias. São Paulo: Cortez,
1995.

PALMER, J. A. 50 Grandes educadores: de Confúcio a Dewey. São Paulo: Contexto, 2005.

PESTALOZZI, J. H. Cartas sobre educación infantil. Madrid: Tecnos, 1996.

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