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Luanda, 2021
Integrantes do grupo:
Fortunato Pa
1. Educação e ensino
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Zeferino Kapupulu
Luanda, Abril, 2018
Unidade # I: A DIDÁCTICA COMO TEORIA DO ENSINO
1.1. Definição de Didáctica; Seu Objecto de Estudo;
1.2- Surgimento e Desenvolvimento Histórico da Didáctica;
1.3- Perspectiva Histórica sobre o Ensino;
1.4- Significado e Importância da Didáctica; A Didáctica e outras Disciplinas;
1.5- Categorias Didácticas Fundamentais;
1.6- Tarefas da Didáctica;
1.7- Fontes e Métodos de Investigação Didáctica.
Entretanto, a maioria dos pedagogos prefere dar ao ensino uma dimensão bem mais
ampla do que instrução. Segundo eles o ensino é a formação intelectual e moral, a
formação do homem. Na realidade o ensino não é um processo no qual ocorre apenas
a transmissão de conhecimentos do professor para o aluno, tornando este um mero
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Didáctica vem, etimologicamente, do grego didaktiké (ensinar), tékne (arte), isto é, arte de ensinar, de instruir.
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receptor passivo, mas é um processo de aprendizagem, esforço que objectiva a
formação ou modificação da conduta humana. Nessa linha de pensamento, o aluno
aprende por si, enquanto o professor é um orientador e um incentivador do aluno
durante o processo de aprendizagem. Há, inclusive, pedagogos que consideram a
aprendizagem como um processo espontâneo que não deve ser dirigido pelo
professor. Este é que deve dirigir as suas actividades em função dos interesses e
desejos dos alunos. Evidentemente, essa postura não resiste à menor crítica, pois é
certo que muitos interesses e desejos dos alunos podem levar a falhas e às vezes a
aprendizagens perniciosas.
Outra maneira pela qual a problemática referente à didáctica é abordada considera dois
enfoques distintos: a abordagem humanista e a abordagem técnica.
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porque a Didáctica não pode separar teoria e prática. Ambas têm de fundir-se num só
corpo, visando uma maior eficiência do ensino e ao seu melhor ajustamento às
realidades humanas e social do educando.
A Didáctica, no âmbito escolar, não pode ficar reduzida ao seu aspecto puramente
técnico, uma vez que, sendo ela o final do funil pedagógico, que leva a acção
educativa, tem compromissos com o homem e a sociedade.
A definição de Didáctica varia de autor para autor; entretanto, todas elas se referem à
Didáctica vinculada com a direcção da aprendizagem. Vejamos algumas definições:
2
Nérici, I. Geossepp- Introdução à Didáctica Geral- 16a. ed.-p. 17.
3
Piletti, Claudino- Didáctica Geral- 14a. ed.-p.42-43.
4
Grácio, Rui- in obras Completas.
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Teoria do Ensino. O seu objecto de estudo são os processos de instrução e ensino,
estreitamente vinculados com a educação, constituindo sua parte orgânica.
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Em esquema teremos:
Instrução
Educaçã
o
Ensino
Educaçã
o
a) conteúdo de ensino;
b) leis e regularidades do processo de ensino;
c) formas de organização do ensino;
d) papel educativo do professor;
e) condições que tornam o trabalho (professor e alunos) activo, independente e
criador.
Assim, a Didáctica pode ser definida como a teoria geral da instrução e do ensino. Ela
determina o conteúdo, as leis e regularidades do processo de ensino, os meios,
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métodos, formas de organização do ensino, o papel educativo, independente e criador
dos alunos e o seu desenvolvimento intelectual.
“Nós ousamos prometer uma Didáctica Magna, isto é um método universal de ensinar
tudo a todos, com tal certeza, que seja impossível não conseguir bons resultados..” 6
Para analisar mais profundamente a Didáctica como teoria do ensino das jovens
gerações, é indispensável, se bem que de forma breve, examinar as etapas
fundamentais do seu desenvolvimento histórico.
5
Martins, José do Prado, Didáctica Geral, pag. 63, S.P, Atlas, 1986.
6
Coménio, J. Amós, Didáctica Magna – Tratado Universal de Ensinar Tudo a Todos – Tomo I, pag. 45, Praga
1957 (tradução).
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ocorreu no séc. XVII, quando Jean Amos Comenius (1592-1670) criou o seu trabalho
capital – Didáctica Magna ou Tratado da Arte Universal de Ensinar Tudo a Todos –
(1657). A obra revela a importância deste pedagogo, que reside em ter sido o primeiro
a proclamar a tarefa de “ensinar tudo a todos” e oferecer uma exposição detalhada e
consecutiva dos princípios e regras no ensino das crianças.
João Amós Coménio7, na sua Didáctica Magna, qualifica a didáctica como a “Arte de
Instruir”. A Didáctica de Coménio foi estruturada baseando-se na ideia da educação
em contacto com a natureza (o homem é parte da natureza e, por conseguinte, se
subordina às suas leis universais). Partindo deste critério, Comenius procurou revelar
as regularidades que se manifestam no processo de educação e ensino do homem.
7
Comenius é a forma latina do nome checo que significa “habitante de Komna”, localidade de onde é
originária a sua família. Coménius nasceu em Ubersky na Morávia, em 28 de Março de 1592. Após
fecundada existência, faleceu em 15 de Novembro de 1670, sendo sepultado na igreja de Naarden,
perto de Amesterdão.
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A importância de Coménius na história da Pedagogia em ter revelado, as fases do
ensino: a objectiva (leis do ensino) e a subjectiva ( aplicação hábil destas leis); Ele
deu início à Teoria do Ensino (Didáctica) e da arte de ensinar. Comenius apresentou
algumas regras didácticas para ensinar e aprender com facilidade, entre as quais se
destacam:
Jean Jaques Rousseau (1712-1778) criticou o ensino escolar do seu tempo (livresco,
divorciado da vida) e desenvolveu uma concepção do ensino baseado nas
necessidades do educando e nas suas exigências imediatas, tendo destacado o papel
do conhecimento sensorial. Rousseau, tal como Comenius considerava que na
educação da criança deve-se ter em conta as características próprias da idade, e a
estruturou tendo como centro a natureza infantil.
Por tudo o que foi apresentado anteriormente, vimos que nas teorias de J. A.
Comenius, J. J. Rousseau e E. Pestalozzi sobre o ensino, sobressai como ideia
fundamental, a criação de uma Didáctica baseada no respeito pela personalidade dos
educandos, na atenção aos interesses cognoscitivos destes, na necessidade de
atender as particularidades das idades e no realce ao método intuitivo.
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das representações, portanto, ele explicava todo o fenómeno psíquico através de um
sistema de associação de representações. Este sistema de relação entre as
representações, recomendava Herbart, que o professor devia tê-lo em conta no
ensino, de tal modo que o aluno adquiri-se novas representações apoiadas nas
experiências anteriores. Fundamentado nisto elaborou os chamados passos formais,
que exerceram grande influência na Pedagogia mundial.
Herbart, opinava que o ensino estruturado sobre esta base devia partir dum primeiro
passo denominado clareza, onde o professor apresenta o novo conteúdo. O segundo
passo consistia em fazer com que o novo conteúdo se relacione com a experiência
anterior mediante a explicação por parte do professor, este passo foi denominado
associação. O terceiro passo, sistema, consistia no estabelecimento de conclusões
por parte dos alunos. O quarto e último passo, o modo, consistia na aplicação dos
conhecimentos adquiridos.
O ensino sempre foi uma actividade complexa, sendo-o ainda mais a medida que as
escolas foram assumindo uma responsabilidade social crescente. A compreensão do
papel do professor moderno requer uma breve revisão histórica de algumas das
modificações mais significativas, relativas ao ensino e à escolarização que ocorreram
nos últimos dois séculos.
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Um conjunto tão amplo e diversificado de objectivos transformou as escolas do séc.
XX em instituições com características muito mais ambiciosas, entre as quais a
necessidade de contemplar algumas das reformas sociais que marcaram o presente
século. Ultrapassando a sua função escolar, as escolas passaram a proporcionar
serviços de saúde, transporte, ocupação dos tempos livres e refeições. As escolas
assumiram igualmente, funções de aconselhamento e de cuidados a nível da saúde
mental – anteriormente atribuído à família e à igreja – com o objectivo de assegurar o
bem estar psicológico e emocional da juventude. É óbvio que os objectivos alargados
do processo de escolarização não podiam deixar de ter impacto nas expectativas
relativas ao papel do professor.
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O conceito de ensino eficaz requer indivíduos academicamente capazes, proficientes
nas matérias que devem ensinar, e que se preocupam com o bem-estar das crianças
e dos jovens. De igual modo, implica que os professores sejam capazes de obter
resultados essencialmente os respeitantes aos resultados escolares e aprendizagem
social dos alunos. Estas características são pré-requisitos para o ensino, mas são
insuficientes sem a concomitância de quatro atributos de ordem superior:
Base de
conhecimento
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Repertório
Reflexão
Por sua vez, o professor apoia-se nas experiências valiosas de muitos pedagogos,
nos conhecimentos pedagógicos teóricos e, isto longe de diminuir a sua actividade
pedagógica concreta, eleva a sua importância. Isto significa que a prática e a teoria
pedagógica são úteis ao trabalho do professor.
Por isso, a Didáctica como teoria e prática representa uma ajuda ao trabalho do
professor, no sentido do conhecimento das leis e regularidades do processo de ensino
e da investigação das melhores condições para o seu trabalho docente.
Apesar das diferenças acima descritas, entre a Didáctica e a Metodologia existe uma
mútua relação: as metodologias são uma das bases mais importantes da Didáctica e,
a Didáctica ao generalizar os resultados das metodologias e de outras ciências serve
de base de dados à metodologia.
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Consultar texto complementar em anexo – Relação da Pedagogia com outras Ciências.
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a Didáctica e as Metodologias do ensino, senão que também deve conhecer
bem a Teoria da Educação.
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A Cibernética é considerada como a ciência que estuda o objecto da direcção, quer dizer, o sistema e os
órgãos de direcção.
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efectividade. Na Heurística também nos referimos ao uso racional do tempo
no trabalho intelectual e criador. A relação da Didáctica com a Heurística tem
duplo aspecto:
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entre os métodos de ensino tradicionais e os actuais, cujo fundamento se baseia na
participação activa dos alunos no processo de aprendizagem, em contraposição dos
métodos tradicionais que colocam o aluno numa posição de meros receptores em tal
processo. Além disto, a Didáctica contemporânea interessa-se pelas relações
existentes entre estas categorias, uma vez que entre elas existem relações de
interdependência e influências recíprocas. É de salientar que em tal relação os
objectivos desempenham um papel reitor, pois dele dependem as demais categorias.
Explicaremos com mais detalhes tais relações ao abordarmos, na unidade II, a relação
entre os componentes do processo de ensino.
A Didáctica tem um carácter teórico pelo sistema de conhecimentos que ela elabora
sobre o processo de ensino e, tem também um carácter prático, pois suas diversas
teorias normam a actividade do professor e dos alunos. Portanto, a efectividade da
actividade do ensino depende, em grande medida, da elaboração correcta dos
problemas teóricos e práticos que se apresenta a esta.
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3) Desenvolver o pensamento criador dos alunos: o aumento da quantidade de
informações que se produzem nos nossos dias deve levar-nos a centralizar a
nossa atenção na necessidade de desenvolver o pensamento criador dos
alunos, pois é impossível que eles assimilem toda a informação existente a
que têm acesso. A Didáctica deve resolver esta tarefa mediante o ensino para
o desenvolvimento, que é assim designado por dirigir-se ao desenvolvimento
das capacidades intelectuais, o pensamento dos alunos. Um dos elementos
importantes deste tipo de ensino é o método, daí que os esforços dos
pedagogos se dirijam ao aperfeiçoamento dos métodos de ensino.
4) Aperfeiçoar as distintas formas de vincular o estudo com o trabalho: um dos
objectivos da educação é prepara o indivíduo para a vida social, isto mostra a
necessidade de se desenvolver nos escolares a consciência de produtores.
Isto mostra também a necessidade da formação de especialistas, cuja
formação deve estar indissoluvelmente ligada com a realidade, isto é, ligada
ao trabalho e as condições actuais de sua realização.
5) Aperfeiçoar os métodos de ensino e as formas de organização deste: pela
importância que a aplicação de métodos mais efectivos que permitam a
apropriação dos conhecimentos, nas condições actuais da revolução
científico-técnica, o desenvolvimento de habilidades, hábitos e o
desenvolvimento das capacidades dos alunos converte-se numa das tarefas
fundamentais da Didáctica. Actualmente os esforços dos pedagogos dirigem-
se ao aperfeiçoamento dos métodos activos, na perspectiva de tornar o aluno
no protagonista da sua aprendizagem. Tal situação, como é óbvio, exige uma
melhor organização do processo de ensino-aprendizagem, o que pode ser
alcançado mediante a programação realista do processo de ensino,
diversificando as formas de organização do ensino, em função dos objectivos
preconizados.
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2.1- Essência do processo de ensino;
2.2- Componentes do processo de ensino;
2.3- Lógica do processo de ensino (Elos);
2.4- Aspectos do processo de ensino;
2.5- O ensino e a aprendizagem como processos didácticos
básicos;
2.6- Leis do processo de ensino;
2.7- Forças motrizes do processo de ensino
2.8- Qualidade do ensino
→ INTRODUÇÃO
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silencioso e de paredes opacas, assumindo um ar alegre,
movimentado, barulhento e multicolorido.
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professor e aluno ocupam posição secundária. Professor e
aluno “são relegados à condição de executores de um
processo cuja concepção, planejamento, coordenação e
controlo ficam a cargo de especialistas supostamente
habilitados, neutros, objectivos, imparciais.”
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Consultar o tema sobre as forças motrizes do processo de ensino.
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O processo de ensino transcorre numa relação dialéctica, no
qual interactuam, de forma consciente, professor e alunos para
a consecução de um objectivo comum: a formação de uma
concepção científica do mundo. Daí o carácter bilateral do
processo de ensino, visto que há um condicionamento recíproco
entre as actividades do professor – ensinar – e a actividade do
aluno – aprender. Quer dizer, o ensino existe para a
aprendizagem e mediante o ensino estimula-se a aprendizagem;
o que permite que os dois aspectos do processo de ensino,
mantenham cada um as suas particularidades e, ao mesmo
tempo, constituem uma unidade entre o papel dirigente do
professor e a actividade do aluno.
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Em suma, podemos considerar que o processo de ensino é uma
sequência de actividades sistemáticas, nas quais se interactuam
professor e aluno com vista a transmissão e assimilação sólida
e consciente de conhecimentos, hábitos e habilidades. O ensino
é constituído por componentes inter-relacionados entre si,
sujeitos a uma dinâmica e leis próprias; o ensino é um processo,
ele transcorre obedecendo a determinadas etapas ou fases
logicamente estruturadas.
Professor
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Aluno Matéria
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componentes do ensino (professor, aluno, matéria) não se
relacionam de forma estática, senão partindo do movimento do
processo. Por isso, a função didáctica e o seu método
correspondente de um determinado período de ensino, coloca-
se no primeiro plano de observação.
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método, organização e condições, bem como os processos
de ensino, aprendizagem e do desenvolvimento integral dos
alunos e do colectivo.
Documentos programáticos
Fundamentais – planos de ensino geral
Objectivos
Condições
Métodos e
Conteúdos Organização Processo de
Processos Assimilação
De guia do ensino Aprender
Ensinar
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de operações lógicas, senão também, é um movimento dos
conhecimentos. A apropriação dos conhecimentos e o
desenvolvimento do pensamento lógico do processo de ensino.
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1. Formulação do problema e tomada de consciência da tarefa
cognoscitiva;
2. Percepção dos objectos e fenómenos. Formação de
conceitos e desenvolvimento da capacidade de observação,
imaginação e de raciocínio dos alunos;
3. Fixação e aprofundamento dos conhecimentos e
desenvolvimento de habilidades e hábitos;
4. Aplicação dos conhecimentos, habilidades e hábitos;
5. Análise dos resultados dos educandos, comprovação e
avaliação dos seus conhecimentos e revelação do nível de
desenvolvimento intelectual.
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2.3.1- Formulação do Problema e Tomada de Consciência
da Tarefa Cognoscitiva (Formulação da Tarefa
Cognoscitiva)
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A formação de conceitos tem dois aspectos: um vinculado com
o conteúdo e outro lógico e operativo. O aspecto do conteúdo do
conceito é constituído por toda a informação incluída no
conceito, por exemplo, o conceito “luta de classes” como
conteúdo, leva implícito as categorias seguintes: classes sociais
e antagonismo. O aspecto operativo é constituído pela
actividade cognoscitiva do aluno que o deve levar a apropriar-se
do conteúdo do conceito luta de classes.
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devido principalmente a sua realização formal por parte de
muitos professores.
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A consolidação reprodutiva é aquela que supõe só a reprodução
dos conhecimentos pelos alunos. Neste tipo de consolidação
dos conhecimentos, a repetição de algoritmos ou sequência de
acções como sucede na exercitação, ocupa um lugar de grande
importância. A exercitação é uma das formas mais
generalizadas de consolidação reprodutiva.
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O carácter das habilidades e dos hábitos, na maior parte dos
casos, está determinado pela complexidade dos conhecimentos.
Em dependência do carácter dos conhecimentos que constituem
determinada disciplina, podem advier-se distintos tipos de
relações entre os conhecimentos, as habilidades e os hábitos.
Na literatura pedagógica diz-se com frequência que a habilidade
se converte em hábitos e, ambos se consideram como a
expressão do nível de apropriação de procedimentos activos. É
indiscutível que habilidades e hábitos se originam na prática,
mas em determinado nível de assimilação teórica do problema.
É precisamente esta a tarefa do ensino – correlacionar as
habilidades e os hábitos com o carácter do conhecimento que as
origina.
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2.3.5- A Comprovação e Avaliação dos Conhecimentos e
Habilidades
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1. Aspecto ideológico; 5. Aspecto
cibernético;
2. Aspecto gnoseológico; 6. Aspecto
sociológico;
3. Aspecto psicológico; 7. Aspecto estético;
4. Aspecto heurístico; 8. Aspecto didáctico.
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a relação entre o processo de ensino e o processo de
conhecimento não se expressa na fórmula: processo de ensino
= processo de conhecimento; se bem que se trata de resumir e
descobrir o mais exactamente, possível o específico do
processo de conhecimento.
Na relação entre o processo de ensino e o processo de
conhecimento existem analogias, mas também diferenças bem
claras. Seguem-se algumas analogias entre ambos:
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e) O processo docente do conhecimento, tal como o processo
social de conhecimento é um processo social que se
desenvolve mediante a estimulação recíproca de
processos individuais e colectivos do pensamento.
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Para a análise do processo de ensino, desde o ponto de vista
didáctico, recorremos sempre às bases psicológicas de
determinados fenómenos e processos didácticos. Aqui se
reconhece que não se pode exercer a Didáctica sem a
Psicologia, somente se pode ensinar com êxito, quando se
conhece, com exactidão e se pode analisar os processos
psíquicos, extraordinariamente complicados, que se
desenvolvem no ensino.
Para a Psicologia Pedagógica, a aprendizagem é o campo
privilegiado para a investigação.
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Fundamentalmente, a partir de Diesterweg, na Didáctica é usual
falar de método heurístico, princípio heurístico ou, também de
ensino heurístico. De uma forma geral, entende-se por ele, um
ensino cujo ponto central é que o aluno encontre por si mesmo
um conhecimento, no qual a arte do professor consiste em dirigir
metódica e dialecticamente o processo de descoberta própria,
de maneira que o aluno, no fim da aula, tenha a impressão de
ter encontrado, ele próprio, os conhecimentos. Desde este
momento, formou-se uma certa identidade entre os conceitos
“socratizar” e “procedimento heurístico”.
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2.4.6- Aspectos Sociológicos do Processo de Ensino
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iv. Grau de domínio dos processos sociais dentro da sala de
aulas;
v. Tensões sociais no grupo de alunos: problemática dos
alunos prestigiosos, tensões pedagogicamente positivas
ou negativas entre meninas e meninos, entre aluno “bons”
e alunos “maus”, etc.
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2.5- O ENSINO E A APRENDIZAGEM COMO PROCESSOS
DIDÁCTICOS BÁSICOS
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no ensino existe o perigo de que o professor se concentre
exclusivamente na sua própria actividade e não considere que o
ensino existe como tal, em função de uma aprendizagem, que a
função do ensino consiste em estimular e dirigir o processo de
aprendizagem dos alunos. Portanto, durante a preparação de
suas aulas, o professor não só deve prever o que ele deve fazer,
senão, fundamentalmente, o que os alunos devem fazer para
assimilar realmente a matéria de ensino.
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O aluno deve aprender por si só. O aluno só capta e compreende
algo com clareza quando trabalha activamente, quando põe em
acção todas as suas forças, para resolver sua questão e seu
problema. A função do ensino é dirigi-lo nesta análise e
assimilação espontânea. Deste modo, o ensino converte-se em
“condução”.
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Lei – do latim: lex, legis. Inicialmente, é conveniente
apresentarmos alguns pontos de vista sobre a definição do
conceito lei.
Lei é uma expressão normativa (de um dever). Segundo uma
perspectiva teológica e filosófica, tem o seu primeiro fundamento
na vontade divina e na ordem das coisas, (a lei eterna, direito
natural) e a sua causa ocasional na vontade do legislador, que
lhe confere uma formulação pública e a força coerciva (lei
positiva); do ponto de vista histórico, descritivo e técnico, o
segundo momento é o que assume, de facto, a importância
jurídica na sociedade humana.
Lei – proposição geral que enuncia uma relação regular de
fenómenos; relação invariável entre variáveis.
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Sob o ponto de vista pedagógico, quando falamos de lei,
queremos dizer que determinado processo desenvolve-se
regido por elas. A Didáctica não dispões de um sistema de leis
didácticas, no entanto, é possível demonstrar a presença das
leis didácticas e assinalar o campo no qual se evidencia a sua
acção.
Por outro lado, na Didáctica existe um grande número de
relações essenciais, gerais e necessárias, descritas com clara
exactidão. Muitosprincípios didáctico, regras empíricas e
metódicas são a expressão da obediência que o processo de
ensino tem perante determinadas leis.
Se bem que não estejamos em condições de compreender com
exactidão as leis didácticas como um sistema completo que são,
a quantidade de descobertas científicas (teóricas e empíricas)
existentes permite-nos descobrir o respectivo campo de
descoberta nas quais se encontram seguramente as leis do
processo de ensino. As relações didácticas legítimas existem
entre os seguintes fenómenos do ensino:
Objectivo-conteúdo-método (condições, resultado);
Aquisição de conhecimentos-educação ideológica-
desenvolvimento de capacidades;
Teoria-prática; ensino – trabalho produtivo;
Condução didáctica – auto aprendizagem; ensino –
aprendizagem;
Conhecimento – exercitação;
Aprendizagem docente – aprendizagem extra – docente.
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- Orientação aos objectivos;
- Tratamento da nova matéria;
- Reafirmação dos conhecimentos;
- Desenvolvimento de capacidades e habilidades
através de exercícios didácticos;
- Sistematização dos conhecimentos e habilidades;
- Aplicação didáctica;
- Controlo e avaliação dos resultados do ensino.
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As contradições entre os aspectos do processo de ensino são,
precisamente o que assegura o êxito da instrução e educação
na escola; sempre que o professor seja capaz de equilibrar o
ensino e a aprendizagem de modo que não se produza um
divórcio entre ambos; esta unidade se rompe quando o professor
dirige dogmaticamente o processo, sem ter em conta as
particularidades dos seus alunos e não utiliza métodos de ensino
e formas de controlo da aprendizagem mais adequadas para
favorecer a actividade dos alunos.
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Zeferino Kapupulu
procedimentos de trabalho intelectual, está mais motivado para
vencer as dificuldades da aprendizagem.
11
Klingberg: Introduccion a la Didáctica General, p. 129.
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Zeferino Kapupulu
existiram, mas agora se agravaram com a “ explosão escolar”
em todos os níveis. Esta deficiências, infelizmente fazem com
que muitas escolas se transformem em máquinas de dar aulas
visando a uma deficiente instrução e com mínimas
preocupações de educar ...
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Unidade III: OS PRINCÍPIOS DE ENSINO
O termo princípio deriva do latim “principium”, Raiz pri, à frente, antes. Primus primeiro,
princeps, que ocupa o primeiro lugar e comanda; principium, começo, origem;
principia, os últimos elementos das coisas, os últimos fundamentos do direito e do
pensamento.
Norma geral do pensamento ou da acção. A finalidade da educação é sempre a
mesma: obedecer aos princípios em vez de obedecer aos caprichos. Os pais devem
mandar em nome dos princípios que eles próprios observam, que as crianças devem
ser iniciadas pouco a pouco na religião dos princípios dos pais. (12)
Danilov definiu que os princípios de ensino são categorias da Didáctica que definem
os métodos de aplicação das leis do ensino, em correspondência com os fins da
educação e do ensino. Os princípios de ensino determinam e definem os métodos, o
conteúdo e a organização do ensino, além disso, juntamente com as regras do ensino
(didácticas) são para os pedagogos um guia seguro para a acção.
12
Paul Foulquié – Dicionário da Língua Pedagógica –1971- Lisboa.
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Savin – os princípios didácticos são posições reitoras de partida que determinam o
ensino e o estudo em correspondência com os objectivos da educação e as
regularidades do processo de ensino- aprendizagem.
Em todas estas definições, existe um elemento comum: o carácter reitor dos princípios
em todo o processo didáctico (constituem normas gerais para a condução do ensino).
“Não se deve ensinar nada por mera autoridade, mas sim tudo deve estar exposto
mediante a demonstração sensorial e racional”.
Para esclarecer o conceito lei temos de recorrer à Filosofia onde este termo está
definido de forma precisa tal como o conceito de regularidade, do qual temos de partir
para posteriormente entendermos o que é uma lei. O conceito regularidade refere-se
às relações, vínculos e dependências gerais, essenciais duradouras que se repetem
entre os fenómenos da realidade objectiva.
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Zeferino Kapupulu
As leis, tal como as regularidades caracterizam-se por serem objectivas. Existem
independentemente da vontade do homem. Por exemplo nas metamorfoses da rã
manifestam-se as leis biológicas, nas transformações sociais reflectem-se as leis de
desenvolvimento social. A diferença existente entre as leis naturais e as sociais está
em que estas últimas manifestam-se através da consciência do homem.
O problema das leis do ensino constitui uma das questões mais importantes para
conceptuar a Pedagogia como ciência. As investigações da área da educação e do
ensino estudando a realidade, descobrem as relações entre os fenómenos e em forma
de lei reflectem o fundamental entre ambas áreas.
De acordo com as leis que o processo de ensino expressa, é certo que a Didáctica
ainda não dispõe de um sistema de lei que fundamenta este processo por completo,
mas tem estado a dar passos para descobrir as relações presentes no processo de
ensino, que possibilitam uma direcção acertada do mesmo.
Estas relações essenciais formuladas são as seguintes:
1- A relação legítima entre a sociedade, a escola e o ensino. O carácter da
sociedade em vigor determina tudo o que ocorre no ensino: os objectivos, o conteúdo,
o carácter de direcção do ensino e a forma da actividade dos alunos.
2- A relação legítima entre a instrução, a educação e o desenvolvimento da
personalidade. Expressa a unidade da instrução e educação dos alunos no processo
de ensino.
A utilização de uma lei social exige a formulação de normas gerais que dirigem a
actividade do homem. Estas normas gerais denominam-se princípios. L. Klingberg na
sua obra anteriormente citada, sobre o conceito de princípios de ensino refere que “os
princípios didácticos são aspectos gerais da estruturação do conteúdo organizativo-
metódico do ensino que se originam dos objectivos e das leis que os regem
objectivamente”. Por sua vez, Danilov os define como... “a categoria da didáctica que
define os métodos de aplicação das leis do ensino em correspondência com os fins
da educação e do ensino”...
Existe uma relação entre as leis e os princípios de ensino. Esta inter-relação não é
simples (linear), concordemos que muitas normas gerais da actividade do professor
foram estabelecidas quando as regularidades internas do ensino ainda não haviam
sido descobertas. Os princípios devem corresponder-se com as regularidades
objectivas do processo de ensino, pois que nem sempre relacionam-se da mesma
maneira; em dependência dos objectivos da educação e das condições concretas,
uma regularidade pode ser utilizada de distintas formas e originar vários princípios, da
mesma maneira um princípio pode basear-se em mais de uma regularidade.
Princípio Lei
LEI Princípio Princípio -----------------------------------------
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Lei
Princípio Lei
O esquema anterior, pode ser ilustrado com o seguinte exemplo: a lei da unidade da
instrução e educação constitui a base dos princípios da relação com a prática, do
carácter activo e consciente da aprendizagem dos alunos sob a direcção do professor,
a unidade do concreto ao abstracto da educação e entre outros.
Por outro lado, o princípio do carácter científico do ensino é uma sequência da lei de
unidade da instrução e educação, da aplicação da lei da unidade da instrução, da lei
da obrigatoriedade da direcção do ensino pelo professor e da actividade dos alunos,
e também da lei que estabelece a relação entre a sociedade, a escola e o ensino.
Além disso, no cumprimento do referido princípio intervêm as leis, como são, as leis
psicológicas e psicofisiologias.
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Zeferino Kapupulu
b) Têm vigência geral – seu campo de aplicação se estende a todas as disciplinas
e a todos os níveis de ensino;
Nos últimos anos, tem-se tratado, muitas vezes, de desenvolver novos sistemas de
princípios didácticos. Por este facto, existem vários sistemas de princípios didácticos,
o que leva a uma estruturação diferenciada do processo de ensino. Ao estabelecer
um sistema de princípios, se bem que se devem ter em conta os seguintes pontos de
vista, os quais permitem compreender ao mesmo tempo, o desenvolvimento posterior
da teoria e da prática pedagógica.
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Zeferino Kapupulu
O sistema de princípios de ensino deve compreender as seguintes exigências:
Deve considerar todas as leis essenciais do ensino;
Os conhecimentos da Teoria do Ensino, as experiências mais progressistas da
prática docente devem constituir sua base;
Deve compreender a estreita relação existente entre as diferentes partes e
tarefas do ensino;
A formulação dos princípios e regras didácticas deve ser clara, inequívoca e
exacta.
Não obstante, ambos processos unem-se e isto explica-se se tivermos em conta que
o processo de formação da conduta dos alunos realiza-se sob a base dos
conhecimentos.
Por ex. os conhecimentos que os alunos adquirem nas conferências e actividades de
laboratório da disciplina de Química favorece o desenvolvimento da qualidades tais
como, exactidão, observação e a objectividade.
O professor para cumprir com este princípio deve responder às seguintes perguntas:
- Como desenvolver o conteúdo?
- Que medidas educativas devem ter em conta na exposição do conteúdo?
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Zeferino Kapupulu
O princípio do carácter científico do ensino fundamenta-se na relação legítima entre a
sociedade e o ensino, o qual exige argumentar de maneira científica todos os
problemas sociais e orientar o ensino para a solução dos principais problemas sociais.
Como consequência disto, este princípio exige a selecção rigorosa dos
conhecimentos necessários para formar nos alunos todos os aspectos da
personalidade.
Quanto às regras deste princípio, devemos ressaltar que pela relação estreita que
existe entre este princípio e o do carácter educativo do ensino, as regras deste último
são válidas para o princípio do carácter científico.
Não obstante, é pertinente analisar outras que vinculam-se directamente com este:
- Apreciar o objecto nas suas múltiplas relações, desde os distintos ângulos. Esta
regra suscita no professor a necessidade de apresentar o objecto do conhecimento
desde os distintos pontos de vista possíveis, o que evita a aprendizagem mecânica.
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Zeferino Kapupulu
Além disso, é indispensável que o professor dirige a atenção dos estudantes, de modo
a estabelecer relações do objecto com outros objectos e fenómenos com os quais há
correspondência. Quando o professor tem em conta a exigência desta regra contribui
para desenvolver no aluno o pensamento dialéctico.
Este princípio pertence aos princípios didácticos clássicos. Constitui um dos princípios
mais antigos ao qual fizeram referência os pedagogos J. A. Coménius. K. D. Ushinski
e A. Diesterweg. Coménius na sua Didáctica Magna escreveu... “Ensine tudo
conforme a capacidade que aumenta com a idade e avanços dos estudos”.
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Zeferino Kapupulu
Das considerações podemos inferir que a essência deste princípio fundamenta-se no
conhecimento, por parte do professor, das particularidades da idade dos alunos, do
nível de desenvolvimento das suas habilidades e capacidades, da experiência
acumulada, que o orientam na organização e condução do processo de ensino. Deve-
se aclarar que a acessibilidade do ensino não é de nenhuma maneira um ensino fácil
que não implique dificuldades, tão pouco é ir para além das possibilidades reais do
aluno. A acessibilidade no ensino consiste justamente em apresentar dificuldades aos
alunos e ensiná-los a resolvê-las.
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Zeferino Kapupulu
Ensinar de modo compreensível não quer dizer eliminar as dificuldades com que os
alunos podem tropeçar. Pelo contrário, a tarefa do professor é formular,
conscientemente aos alunos situações difíceis e dar a estes as instruções e ajudas
necessárias para que resolvam estas dificuldades. Isto ocorre no ensino quando, por
exemplo, no começo da aula se fixam e preparar aqueles conhecimentos,
capacidades ou habilidades – principalmente regras, fórmulas, vias de solução – que
se necessitam para ampliar os conhecimentos e capacidades adquiridas, penetrar nos
campos desconhecidos e solucionar tarefas mais complicadas.
Portanto, tanto o exigir pouco como o exigir muito constituem violações do princípio
da acessibilidade no ensino.
O ensino é por sua essência uma actividade sistemática que não se compadece com
improvisações e que responde a uma planificação adequada. A essência deste
princípio está dada pela necessidade de que toda a actividade do professor e dos
alunos seja consequência de uma planificação e de uma sequência lógica.
Em relação a este princípio, Coménius escreveu na sua Didáctica Magna: “... e tudo
de acordo com os seus graus, de modo que o de hoje sirva para afiançar o de ontem
e abrir o caminho para o amanhã”.
A aplicação deste princípio requer por parte do professor, em primeiro lugar, dar
resposta a seguinte pergunta: até que ponto se deve ter em conta o ensino, o sistema
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Zeferino Kapupulu
de conhecimentos da ciência que serve de base à minha disciplina? O sistema de
conhecimento da ciência e da disciplina não se correspondem por completo. O
sistema de conhecimentos determina-se por outros factores, tais como, a idade dos
alunos, nível de desenvolvimento e exigências sociais entre outras.
Para cumprir com este princípio é necessário que os estudantes não só se apropriem
de um sistema de conhecimentos sem que também desenvolvam um pensamento
integrado por distintas operações lógicas: análise, síntese, generalização, abstracção,
indução e dedução.
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Zeferino Kapupulu
Analisar o conteúdo de cada tema de maneira que se manifestem as ideias
essenciais, as que complementam as ideias essenciais e as que servem só para
introduzir o novo conhecimento.
Este princípio está intimamente relacionado com o anterior, pois não trata somente
que os alunos se apropriem de um sistema lógico de conhecimentos, senão também
que os apliquem na prática para resolver as necessidades da produção e os serviços.
A prática do ensino tem diversas formas: aula prática, exercícios práticos, excursões,
onde os estudantes apreciam o fenómeno ou objecto de estudo no seu próprio meio
nas condições originais; prática profissional, que é um valioso meio para aplicar os
conhecimentos com verdadeira criatividade.
A essência deste princípio levou alguns pedagogos a denominar este princípio como
princípio de vinculação da escola com a vida. Devemos pontualizar que considerar
este princípio constitui uma das exigências do princípio do carácter científico e
educativo do ensino, já que só quando os alunos podem utilizar os conhecimentos
para resolver os problemas da vida, aumenta neles o valor da ciência e se educam
conscientemente.
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Zeferino Kapupulu
A assimilação consciente do conteúdo da aula pelos alunos é condição fundamental
de aprendizagem. Às vezes os alunos realizam uma aprendizagem mecânica por
deficiência na organização e condução do processo de ensino; por isso é importante
que o professor tenha presente que não se trata que os alunos recordem
simplesmente o que ele explica, senão que reflictam sobre o que devem fazer.
Um meio excelente para produzir esta reflexão é expor aos alunos situações que
apresentem contradições. Às vezes os escolares não podem apropriar-se do conteúdo
porque não se lhes propõe uma única situação que tenham que resolver para entender
um tipo de tarefa, assim é necessário que os alunos determinem os dados que
condicionam a solução do problema para depois encontrar a forma de raciocínio
adequada. Nisto, a correspondência entre os factos concretos e a teoria ocupa um
lugar principal, de modo que os alunos compreendam que os factos sem teoria não
têm sentido, e que ao contrário, a teoria que não se apoia nos factos, na vida, é
limitada.
Algumas vezes os alunos mantêm uma atitude de indisciplina na aula e não prestam
atenção, o que prejudica a assimilação consciente. O carácter da aprendizagem
supõe a formação de interesses cognitivos, os quais se interligam com o conteúdo a
ensinar. Pois que os alunos participam conscientes na aula quando o conteúdo das
disciplinas é interessante para eles. Isto depende, em grande medida do professor e
do seu estilo de trabalho.
A actividade cognitiva baseia-se no facto da psique ter um carácter activo, pois que
só com a participação dos alunos no processo de ensino, é possível que
compreendam os conhecimentos e o possam aplicar de forma criadora.
A actividade cognitiva abarca diferentes níveis, entre os quais o mais alto é aquele em
que os alunos trabalham independentemente, tanto na actividade intelectual como na
manual; o nível mais baixo é quando a atenção dos alunos não se mantém estável,
não concentram a atenção durante a explicação do professor.
Este princípio exige, por parte do professor, dirigir o processo de ensino de maneira
que os conhecimentos perdurem na mente dos alunos. Pela relevante importância da
consolidação, estimada como elemento que se interrelaciona com todas as funções
didácticas, tais como: a apropriação de novos conhecimentos, a exercitação, a
aplicação e a avaliação assim como por fundamentar-se em regularidades psico-
pedagógicas, este princípio constitui um elemento essencial da aprendizagem.
Quanto mais consciente e viva seja a participação dos alunos na apropriação dos
conhecimentos, mais firmes e perduráveis se manterão esses conhecimentos. Ao
explicar a relação deste princípio com o princípio da percepção sensorial, podemos
salientar que a sua essência está dada em transmitir aos alunos ideias concretas
mediante a utilização de distintos meios de ensino. Portanto, se quando os alunos
estudam determinados fenómenos ou objectos podem perceber, é lógico que o
conhecimento será mais duradouro.
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Zeferino Kapupulu
possibilidade de explicar o material na sala com um determinado número de
estudantes, a economia do tempo e a racionalização na utilização de distintos meios
de ensino, entre outras. Acontece, porém que nem todos os estudantes avançam ao
mesmo ritmo, pois una adiantam-se e outros atrasam. Daí depreende-se a
necessidade de entender as características individuais dos alunos sem perder de vista
o trabalho colectivo.
Como sabemos existem distintos meios de ensino que facilitam a observação directa
dos objectos de estudo:
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Zeferino Kapupulu
Na aplicação deste princípio devemos ter em conta as regras seguintes:
Desenvolver a capacidade de observação dos alunos;
Utilizar a experiência dos alunos;
Empregar convenientemente os processos analítico, sintético, indutivo e
dedutivo;
Realizar uma boa selecção dos meios de ensino.
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Ajuda a eficiência da aprendizagem praticar segundo as formas efectivas de
uso do conhecimento e não da forma de fazer-de-conta;
A forma de apresentar o material de aprendizagem vai depender mais do
próprio tipo de material e do seu uso efectivo na vida prática do que propriamente do
tipo de aluno, isto para dar mais sentido de realidade às actividades escolares;
No início de uma aprendizagem deve ser dada mais importância à exactidão
do que à velocidade;
O exercício é necessário para auxiliar a maturidade do aluno para certos tipos
de aprendizagem bem como para fixar o aprendido;
- os exercícios não devem ultrapassar 50 minutos, nem devem durar menos de
10 minutos;
- os exercícios devem guardar intervalos, mais frequentes de início e mais
espaçados a seguir.
Os elementos necessários para ser levado a efeito uma planificação de ensino, quer
seja do curso, da unidade ou da aula, são os seguintes: diagnóstico, objectivos,
conteúdo, plano de acção didáctica e avaliação.
O diagnóstico refere-se ao levantamento, o mais preciso possível, de uma realidade
sobre a qual deve incidir uma planificação.
Refere-se ao conhecimento da realidade educacional para saber quais as suas
necessidades, possibilidade e aspirações, tanto dos alunos como do meio.
O aluno pode ser conhecido quanto ao seu estado físico e mental, adaptação social,
possibilidades psicomotoras e intelectuais, maturidade e pré-requisitos para o estudo
a ser efectuado.
O meio pode ser conhecido quanto ao ambiente escolar e o ambiente que abriga a
escola, em todos os aspectos que interessem a educação.
Essa realidade somada às aspirações dos alunos e do meio é que vai inspirar os
objectivos a serem alcançados.
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O comportamento humano, aliás, é todo orientado por objectivos implícitos ou
explícitos, conscientes ou inconscientes. Assim, toda acção humana pressupõe, para
se levada a efeito, a existência de objectivos. O que acontece e que na maioria das
vezes, os mesmos não são reflectidamente, estabelecido ou o são de maneira vaga e
inadequada. Levando, então, o indivíduo à frustração.
A palavra objectivo vem do latim, objectus, quer dizer lançado adiante, o que está a
frente. Objectivo, com referência ensino, refere-se às modificações de comportamento
que se almeja no educando. Se se tiver consciência do que realmente se pretende, a
realização terá maiores probabilidades de êxito, porque o professor poderá agir
criativamente para conduzir o educando ao ponto almejado.
Objectivo, em sentido educacional, visa a mudança de comportamento. Os objectivos
têm sido tratados aparentemente de maneira exagerada, a ponto de levar o professor
a perder a espontaneidade em classe em prol de uma engrenagem montada em
função das metas a serem alcançadas.
Tudo indica que esta ênfase dada aos objectivos partiu da tendência tecnológica da
educação, exigindo a precisão matemática na avaliação, uma vez que o ensino, de
modo geral, tende a processar-se longe do professor, com a crescente intenção de
individualizar o ensino, com a utilização da instrução programada, a televisão, o
computador, etc. Aliás, a tendência é afastar o professor da sala de aulas e
transformá-lo em analista e programador. Assim, a adaptação de uma programação
do ensino a um aluno e a continuidade da mesma tende a efectuar-se com base na
análise dos dados recolhidos do desempenho do educando.
Isso não quer dizer que o professor em contacto com os seus alunos não precise dar
atenção aos objectivos, o que seria absurdo.
O professor, em contacto com os alunos, não precisa cingir-se de maneira tão
obsessiva aos objectivos e a sua avaliação. Nem sempre os erros são erros. Quando
se dialoga com um educando, muitos erros, em verdade, são ampliações ou
perspectivas, porque um assunto em estudo está sendo visto, aprendido e sentido. É
preciso, sim, ter em mente o que se deseja do aluno esclarecê-lo a esse respeito e
ajudá-lo com técnica e actividade a crescer para que possa alcançar a meta almejada.
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Zeferino Kapupulu
Os objectivos formam elementos significativos para a didáctica, pois são eles que lhe
fornecem razões para a sua acção.
Todo o trabalho escolar implica em objectivos a serem alcançados. Pode-se dizer que
qualquer trabalho escolar que não vise a objectivos, redunda em pura perda de tempo.
A classificação dos objectivos não é fácil tarefa devido a complexidade de situações
que o processo educativo pode oferecer.
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Zeferino Kapupulu
Os objectivos educacionais são as metas e os valores mais amplos que a escola
procura atingir, e os objectivos instrutivos são proposições mais específicas referentes
às mudanças comportamentais esperadas para um determinado grupo-classe.
Para manter a coerência interna do trabalho da escola, o primeiro cuidado será o de
seleccionar os objectivos.
Segundo Mager, a moral desta fábula é a seguinte: se você não tem certeza para
onde vai, pode acabar indo, para onde não pretendia. Assim, o professor precisa
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Zeferino Kapupulu
determinar de início o que o aluno será capaz de fazer ao final do aprendizado. A isso,
chama-se definir objectivos. Se o professor não define os objectivos, não pode avaliar
de maneira objectiva o resultado de sua actividade de ensino e não tem condições de
escolher os procedimentos de ensino mais adequados.
TIPOS DE OBJECTIVOS
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Zeferino Kapupulu
Objectivos gerais da educação
Assim, por exemplo, no Io nível os avanços que os alunos obtêm na leitura, influem
decisivamente, no seu rendimento, em outras disciplinas.
Disto, se infere que, na determinação dos objectivos da aula, o professor deve fazer
uma análise cuidadosa das condições prévias que os alunos possuem, não só na sua
disciplina, senão também nas restantes relacionadas com a mesma.
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Zeferino Kapupulu
O professor deve também considerar o carácter Multilateral dos objectivos. O
professor não deve limitar a sua actividade a comprovar os objectivos que se
relacionam com a aquisição de conhecimentos, deve preocupar também com os
objectivos do domínio psicomotor e afectivo, isto é, com as habilidades, hábitos,
capacidades e convicções.
No ensino, isto adquire duplo significado, já que além de ser uma actividade a qual é
inerente a definição de objectivos precisos, por outro lado, são importantes para o
estudante, uma vez que lhe permite realizar a sua actividade de forma consciente –
interiorização dos objectivos.
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Zeferino Kapupulu
Os objectivos caracterizam-se, entre outros aspectos importantes, pela relação
dialéctica entre objectivos, conteúdo, métodos e organização do ensino. Esta relação
conforma sua lógica interna.
O objectivo é o ponto de partida e premissa pedagógica geral para toda educação,
pois ele expressa a transformação planificada que se deve alcançar no aluno em
função das exigências que a sociedade formula à educação. Ele determina o conteúdo
de ensino, quer dizer, a base informativa concreta que deve ser objecto de
assimilação. O objectivo desempenha um papel reitor no processo de ensino.
O objectivo também influi decisivamente na determinação e selecção das vias e
condições organizativas que conduzem ao seu cumprimento, quer dizer, o método e
a organização do ensino.
A formação multifacética da personalidade só se poderá alcançar se se seleccionam
métodos e formas organizativas de ensino que promovam o desenvolvimento da
independência cognoscitiva e as capacidades criadoras, que despertem o interesse
cognoscitivo e transformem a atitude puramente receptiva dos alunos por uma atitude
activa e criadora.
Antes de mais, deve considerar-se que é impossível fazer uma diferenciação radical
de objectivos que pertençam unicamente ao domínio do ensino e outros que sejam
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Zeferino Kapupulu
próprios da educação. No entanto, tradicionalmente tem-se exposto que a aquisição
de conhecimentos e o desenvolvimento de hábitos, habilidades e capacidades
pertencem propriamente ao domínio do trabalho de ensino, se bem que a formação
de convicções se refere ao trabalho educativo. Não obstante, esta divisão é bastante
convencional a pertença de um ou outro domínio deve interpretar-se somente com
carácter relativo. Assim, a formação de uma convicção no aluno só é possível a partir
da aquisição, por parte deste, de sólidos conhecimentos relativos ao aspecto da
natureza, sociedade ou pensamento sobre o qual se desenvolve tal convicção.
As investigações realizadas sobre este problema, mostram que existe uma relação
muito estreita entre o objectivo e a qualidade de determinada actividade. Se se carece
de objectivos definidos, torna-se impossível levar a cabo uma actividade em forma
consciente e produtiva.
O aluno está orientado ao objectivo quando sabe o que se pretende com relação a
todo o que se disse e se faz no processo de ensino. Isto motiva-o a reflectir e a
responder perguntas como as seguintes: - O que fizemos até agora? Que passos
temos que dar agora para alcançar nosso propósito? O objectivo de trabalho do
professor tem que transformar-se em objectivo de trabalho dos alunos. A orientação
ao objectivo deve ser visto como um processo motivacional, cognoscitivo e regulador
que influi decisivamente nos resultados da aprendizagem.
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Componentes da estrutura dos objectivos
Habilidades Convicções
Hábitos
Capacidades
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Motivos e interesses Atitudes
Para o estudo
Sentimentos
Carácter
Qualidades da personalidade
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Os objectivos educacionais são, pelos mesmos autores, assim concretizados:
resultados educacionais específicos que não são observáveis podem ser
caracterizados como objectivos educacionais. Estes objectivos, frequentemente,
representam estados hipotéticos do indivíduo ao término do processo de ensino.
“Expressam-se por verbos, tais como: saber, apreciar, sentir, entender, levar,
valorizar, não sendo, pois directamente observáveis, e só podendo ser inferido com
base em diversas amostras de comportamento em situações diferentes.
Agora, dentro das actividades, área de estudo e disciplina vão surgir os objectivos
instrucionais que serão tratados a seguir.
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Zeferino Kapupulu
É fácil perceber que todos os objectivos educacionais devem servir de reflexão e estar
relacionado com as possibilidades, necessidades e aspirações do educando e da
comunidade e que em sentido ascensional.
O que é preciso é reduzir todos esses objectivos a formas observáveis e controláveis
de comportamento e que não é fácil.
Alguns autores precisam muito bem as funções dos objectivos que são:
Esclarecer os desempenhos visados;
Guiar a selecção e a organização dos conceitos;
Orientar a selecção e a organização dos procedimentos;
Permitir maior precisão na avaliação dos resultados;
Possibilitar um enfoque comum aos professores.
13
Ver anexos 1, 2, 3 e 4.
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Zeferino Kapupulu
Wheeler e Wayne, dizem que os objectivos instrutivos “descrevem os resultados
educacionais que são directamente observáveis. O objectivo instrutivo descreve o
produto final do ensino em termos de comportamento observável, estabelece as
condições sob as quais o desempenho final poderá ser observado e especifica o
critério através do qual este desempenho final poderá ser julgado.
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Zeferino Kapupulu
- Produtivo – pretende-se que o aluno seja capaz de utilizar os
conhecimentos ou habilidades em situações novas. Isto constitui um
passo para prepará-lo para saber usar o aprendido;
- Criativo – pretende-se que o aluno seja capaz de resolver situações
novas. A situação traçada é nova e o aluno não dispõe de todos os
elementos para a resolver.
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Zeferino Kapupulu
- Julgar - Justificar
- Conhecer
- Adquirir
- Familiarizar
Isso não quer dizer que os verbos da primeira coluna não possam ser usados na
formulação dos objectivos. Na verdade eles podem ser usados, mas é necessário
indicar como essa aprendizagem vai ser identificada ou reconhecida no
comportamento do aluno. Consideremos, por exemplo, o seguinte objectivo: “Levar os
alunos a conhecer factos básicos relativos à saúde e à doença”. Como podemos
observar, esse objectivo é vago, pois conhecer factos pode dar margem a muitas
interpretações, tais como memorizar bons preceitos de protecção à saúde, lembrar
nomes de doenças, lembrar sintomas de doenças, distinguir sintoma de causa, etc.
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Zeferino Kapupulu
doenças contagiosas, suas causas e seus sintomas, além de adoptar novos hábitos
de higiene e alimentação saudáveis”.
O professor deve ter em mente que, para operacionalização dos objectivos precisa:
Inteirar-se da realidade do educando e do meio;
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Zeferino Kapupulu
Determinar as mudanças de comportamentos desejáveis;
Levar em consideração as experiências anteriores do educando e suas
possibilidades de aprendizagem;
Formular os objectivos;
Prever os conceitos básicos do conteúdo que deve ser assimilado pelo aluno;
Estruturar as sequências de ensino-aprendizagem que conduzam à
consecução dos objectivos;
Estabelecer critérios de avaliação do desempenho do educando em termos de
produto final do processo ensino-aprendizagem desenvolvido.
Avaliação: a tarefa para executar deve poder ser comparada a uma escala de
avaliação ou deve ser acompanhada de algum critério que se refira à execução ou
melhor, se o produto da execução é ou não satisfatório.
Adequação: a tarefa deve estar de acordo com as possibilidades de realização do
educando de acordo com o preparo e maturidade do mesmo e de suas
possibilidades de desempenho. A tarefa pode ser estruturada em nível forte, médio
ou fraco em função das possibilidades do educando. Atendendo-se a estes
critérios, pode-se dizer com Coménius que é possível ensinar tudo a todos, desde
que se organize um ensino adequado às possibilidades do educando. É importante
ressaltar, também, a importância da adequação ao tipo de curso a que os objectivos
se destinam, quanto à extensão e profundidade necessária no estudo de um tema
ou unidade. Assim, por exemplo, “Higiene do pré-escolar” deve ter amplitude e
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Zeferino Kapupulu
profundidade diferentes para o preparo do professor de pré-escola, professor de
segundo grau, enfermeiro e médico-pediatra.
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- Definir - Resumir - Gostar
- Sublinhar - Entender
- Repetir
- Identificar
- Recordar
- Induzir
- Ilustrar
- Preparar
- Representar
- Distinguir
- Realizar
- Explicar
- Demonstrar
- Diferenciar
- Aplicar
- Desenvolver
- Generalizar
- Relacionar
- Modificar
- Classificar
Mager oferece alguns conceitos que poderão auxiliar a melhor compreender os factos
comprometidos com os objectivos:
Objectivos: descrição de uma conduta determinada que o aluno deverá
demonstrar;
Conduzir qualquer actividade observável realizada pelo educando;
Conduta final: conduta que desejamos que o educando demonstre no final de
uma unidade de ensino-aprendizagem;
Destreza: habilidade;
Padrão de rendimento: critério ou conjunto de normas para avaliar a conduta
final
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Zeferino Kapupulu
É interessante que a operacionalização dos objectivos precisem melhor o conteúdo a
ser tratado, bem como oriente a feitura de provas de avaliação uma vez que as
mesmas têm de versar sobre as especificações estabelecidas pelos próprios
objectivos, o que dá mais segurança aos alunos ao prepararem-se para a prova de
avaliação.
Responder
um questionário em tempo limitado, 80% de respostas
preenchido de memória exactas.
Resolver
em tempo livre, resposta satisfatória
a solução de problemas sem documento a um problema, em
cada três, pelo
menos, de acordo
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Zeferino Kapupulu
Imaginar com a grelha de
depois de dez correcção.
A sequência de uma minutos de
história reflexão, com originalidade da
possibilidade de narrativa.
Ler tomar notas
sem preparação,
Leitura de um poema, em diante de um Para um grupo:
voz alta grupo de crianças sem repetição ou
hesitação, por 75%,
pelo menos, dos
membros do grupo
em formação
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Zeferino Kapupulu
O que acontecerá ao enunciado de um objectivo se a capacidade esperada for uma
atitude geral? Já dissemos que se procurará traduzir a atitude esperada por
comportamentos.
De uma maneira geral, pode fazer-se a distinção entre formações fechadas, que
conduzem a comportamentos antecipadamente bem definidos, e formações abertas
que correspondem ao desenvolvimento de uma atitude. Assim, um condutor de
máquinas, um montador, uma dactilógrafa..., no final da sua formação, têm de
conseguir realizar gestos bem definidos. Para uma actividade de hospedeira, de
vendedora, de professor..., é mais difícil definir, previamente, os comportamentos a
realizar. Podemos falar de formação aberta como falamos de questão aberta, quando
a resposta a dar é específica, de cada interveniente. Isto não significa que não exista
nenhum comportamento técnico relacionado com as atitudes que estas actividades
profissionais implicam. Podemos distinguir na formação dos docentes os saberes-
fazer elementares, tais como saber introduzir um conceito novo, saber interrogar,
saber concluir. Estes comportamentos não esgotam a prática do professor, mas
podem constituir elemento em torno do qual se manifestam intervenções mais
pessoais, as maneiras de fazer do docente.
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Zeferino Kapupulu
quais o comportamento correspondente pode ser útil, pelo tempo e esforço que
implica a aquisição do comportamento considerado.
Do grego methodos: odos (caminho) meta (para). Procura busca (em sentido figurado:
no domínio do saber. Conjunto de meios preparados racionalmente para a obtenção
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Zeferino Kapupulu
de um resultado determinado. Método de trabalho, de leitura, de explicação literária
(14)
Com o desenvolvimento cada vez maior das ciências da educação, é natural que os
métodos também passem a ser afectados pelos novos conhecimentos que se
14
Foulquié, Paulo, Dicionário da Língua Pedagógica, 1971, p.271.
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Zeferino Kapupulu
adquirem dia-a-dia a respeito da aprendizagem. E esses métodos ganham cada vez
maior sofisticação, à medida que passam a ser equacionados em termos de
tecnologias que perseguem fins viáveis, onde o planejamento do que fazer é colocado
em termos de estratégias a serem escolhidas para uma acção óptima.
Savin, define o método de ensino como um conjunto de procedimentos e trabalhos do
professor e dos alunos mediante os quais se alcança a assimilação dos
conhecimentos, hábitos e habilidades e se desenvolvem as capacidades.
Klingberg, define o método de ensino como “a principal via que o professor e os alunos
utilizam para alcançar os objectivos fixados no plano de ensino, para transmitir ou
assimilar o conteúdo desse plano”.
Walter Garcia define o método como sendo uma sequência de operações com vista a
determinado resultado esperado. Logo, método de ensino é um procedimento
didáctico caracterizado por certas fases e operações para alcançar um objectivo
preciso.
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5.2- RELAÇÃO ENTRE OBJECTIVO-MÉTODO-CONTEÚDO E OS MEIOS DE
ENSINO
Para análise clara desta relação, em primeiro lugar, devemos partir da consideração
de que os métodos de ensino dependem dos objectivos concretos da aula.
Por exemplo, quando o professor se propõe que os alunos se apropriem do conceito
complemento directo, utilizará um método distinto quando o seu objectivo é
desenvolver habilidades para descobrir em orações o complemento directo.
Um professor de História pode utilizar o método narrativo para descrever um facto histórico, no entanto,
um professor de Matemática ou Biologia não pode utilizar a narração para explicar como resolver
equações de segundo grau ou a função clorofila, respectivamente.
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Zeferino Kapupulu
Em todo o método de ensino existem em unidade os seguintes aspectos:
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Zeferino Kapupulu
As principais causas que influenciaram o surgimento de novas técnicas e novos
métodos, ou da escola nova (métodos activos) foram as seguintes:
Mudanças rápidas nas condições de vida decorrentes das descobertas científicas e
consequente progresso tecnológico.
Transformações económicas e sociais que trouxeram novas necessidades e novos
tipos de ensino.
Influência de novas ideias.
Influência das revoluções políticas.
Contribuição das ciências humanas (a Psicologia e a Sociologia).
Contribuição da Psicologia da criança.
Os métodos dão grande destaque à vida social da criança como factor para o seu
desenvolvimento intelectual e moral. Nesse sentido, adquire também grande
importância o relacionamento dos alunos entre si e dos alunos com o professor. A
disciplina não se fundamenta mais na autoridade, mas sim na responsabilidade.
Dentro dos novos métodos e das novas técnicas, algumas técnicas desenvolvidas
recentemente têm insistido na individualização do ensino. Essas técnicas têm a
preocupação básica de organizar o ensino para atender efectivamente as diferenças
individuais, principalmente no que diz respeito ao ritmo de aprendizagem.
De acordo com Lobo Neto, o ensino individualizado apoia-se nos seguintes princípios:
O seu uso não adequado representa, no entanto, grande mal para o ensino,
principalmente quando há, por parte do aluno, a obrigatoriedade de tomar nota de
todas as palavras do professor, a fim de repeti-las por ocasião das verificações de
aprendizagem, para ser alcançada aprovação na matéria. O regime de estudo, nesse
caso, passa a ser: anotar e saber decorar tudo o que o professor disse. Assim, o
ensino se reduz a puro e simples verbalismo acompanhado de memorização.
15
Obs: consultar Claudino Piletti – pág. 106 à 149.
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Zeferino Kapupulu
A exposição deve e precisa ser adoptada mas de maneira activa, para estimular a
participação dos alunos nos trabalhos de classe, para não reduzir a aula a interminável
monólogo. Professores há que fazem do monólogo autêntico discurso, com
gesticulações, arroubos de oratórias e tudo mais.
A exposição requer boa motivação para prender a atenção dos alunos. Deve ser
evitada a forma opinativa de exposição, i. é, exposição que vai defendendo ou
combatendo a tese que está sendo apresentada. Qualquer tese deve ser apresentada
com o máximo de fidelidade ao pensamento ou intenção original. Após esta fiel
apresentação poderá haver crítica – com a cooperação da classe. É importante que o
professor dê oportunidade a que os alunos façam, também suas exposições, pois isso
lhes favorece o desenvolvimento do auto domínio, disciplina do raciocínio e da
linguagem, uma vez que exige sequência ao que vai sendo exposto. A exposição oral
não deve ser muito prolongada, ou melhor, deve sofrer interrupções constantes, para
serem introduzidos outros recursos didácticos. Não deve passar, no máximo, de dez
minutos, sem que haja sido feito pequeno interrogatório, apresentação de material
didáctico ou consignação de esquemas no quadro-preto.
Não é demais repetir: a exposição deve ser intercalada de interrogatórios que sejam
convite à reflexão, de anotações no quadro, de \apresentação de material didáctico,
de revisões feitas pelos alunos, etc. A exposição deve ser conduzida de maneira a
provocar perguntas dos alunos. Deve prestar-se a fornecer dados para que os alunos
os relacionem entre si favorecendo, desse modo, a reflexão.
É fácil perceber que o emprego da exposição requer meticuloso preparo para não se
tornar enfadonha e conservar os alunos na passividade. Seguem-se algumas
recomendações:
→ não expor além do necessário, para não cair em prolongamentos inúteis ou formas
vazias de retórica;
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Zeferino Kapupulu
→ não usar, em um curso, somente o método expositivo;
→ intercalá-lo com outros recursos, notadamente projecções e interrogatórios;
→ usar tom de voz adequado, para que melhor prenda a atenção dos alunos, sem
excesso de volume, nem baixo demais;
→ falar em ritmo também adequado, para que a exposição não seja lenta nem rápida
demais;
→ pronunciar claramente as palavras e de forma correcta, para não dificultar a
apreensão da mensagem, e também evitar floreios ou usar expressões sem sentido,
que são autêntico convite ao desinteresse;
→ ressaltar o essencial do acidental;
→ evitar tiques de pronúncia ou trejeitos corporais que são também convite à
desatenção.
Seus inconvenientes:
- os resultados não são imediatos, dando a impressão, no início do emprego
dessa técnica, que está havendo perda de tempo e fomento à indisciplina;
- exige muito tempo para a sua execução;
- requer bom domínio da turma por parte do professor.
Vantagens educativas:
- excelente instrumento para desenvolver o sentimento de grupo, atitude de
cortesia e espírito de reflexão;
- dá oportunidade ao professor de observar seus alunos enquanto pensam,
trocam impressões, argumentam e planejam; de observar também o espírito criador,
a capacidade de troca de ideias, o respeito pelas opiniões alheias, consideração pelos
colegas, a timidez e a audácia deles.
A função dos oradores, quase sempre dois, é de um ser pró e outro contra
determinada tese, ou, ainda, de apresentarem pontos de vista diferentes sobre um
mesmo tema. Os oradores, depois das suas exposições, discutirão com o resto da
classe, prestando esclarecimentos, reforçando ou refutando argumentos, aceitando
objecções, etc. os oradores podem inscrever-se por conta própria quando o tema for
estudado individualmente, ou podem ser indicados pelos colegas, quando for em
grupo.
A função do secretário é registar no quadro-preto sumarizações, feitas pelo
presidente, daquilo que estiver sendo tratado pelos oradores e os dialogadores com
eles, que podem ser argumentos, conclusões provisórias ou definitivas.
A função do restante da classe é ouvir atentamente os oradores para, após as suas
exposições, dialogar conscientemente com eles. As conclusões provisórias, no final,
entrarão em votação, que poderão ser aprovadas ou refutadas pela classe.
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- enquanto isto, o presidente sumaria argumentos e conclusões provisórias, que
são consignadas no quadro pelo secretário;
- terminadas as discussões, o presidente refere-se às conclusões provisórias
que devem ser votadas pela classe;
- procede-se à votação, da qual surgirão as conclusões finais;
- após isso, o professor fará apreciação dos trabalhos, referindo-se às
conclusões e ao comportamento da classe;
- se o tema for de interesse do programa do professor, poderá haver prova de
verificação da aprendizagem.
Os componentes deste painel poderão ser não pertencentes à classe para isso
convidados ou mesmo alunos convenientemente preparados para a função.
Os interrogadores serão alunos, representantes de grupos de estudo ou alunos
indicados pelos seus colegas.
As questões a serem apresentadas serão elaboradas pelos grupos de alunos que
organizarão, também, um roteiro de apresentação orgânica e logicamente
estruturado.
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Zeferino Kapupulu
- durante os trabalhos, os interrogadores poderão receber sugestões de outras
perguntas formuladas pelos seus colegas do auditório para serem apresentadas aos
componentes do painel;
- terminadas as perguntas e as respectivas discussões, o coordenador
perguntará ao auditório se tem mais alguma pergunta a fazer;
- concederá, a seguir, certo tempo a cada membro do painel para que faça uma
síntese de suas ideias ou de algumas explicações que julgue indispensáveis;
- para finalizar, o professor fará apreciação dos trabalhos da maneira já indicada;
- se o tema for do programa da disciplina do professor este poderá promover a
realização de uma prova de avaliação da aprendizagem.
16
Irene M. Carvalho- O Processo Didáctico- p. 193
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Zeferino Kapupulu
Método de projectos: deve-se este método a William Kilpatrick que, em
1918, aproveitando-se da análise do pensamento feita por John Dewey, imaginou uma
melhor forma de ensinar. Dos mesmos princípios que propiciaram o método de
projectos, saiu o método de problemas, por obra do próprio Dewey. Enquanto o
método de Kilpatrick procura actuar mais no campo da realização afectiva, o de Dewey
procura actuar no campo intelectual.
O método de projectos tenta imitar a vida, uma vez que todas as acções do homem
não são mais do que realização de projectos. O homem vive continuamente
projectando. Só que se deve assinalar uma diferença entre o projecto do adulto e o
do educando. O adulto projecta depois de conhecer e o educando projecta para
conhecer...
O método de projectos tem tido mais aplicação na escola primária, mas nada impede
que seja aplicado em outros graus de ensino. Este método representa,
pedagogicamente, um passo a frente com relação ao de problema. A solução teórica
de um problema não é tão rica como a solução pela realização. A realização implica
riqueza extraordinária de experiência, que a simples solução teórica não consegue
proporcionar.
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O programa de actividades da técnica Winnetka está dividido em duas partes:
- fase de apresentação- com base nos dados obtidos na primeira fase, o professor
faz uma exposição do assunto naquilo que ele tem de essencial e adapta à realidade
da classe. Procura, assim, fazer uma exposição clara e interessante. Diz Marrison,
“esse passo é a suprema oportunidade do professor para o ensino directo e efectivo.
Quando se completar a apresentação, deve ter-se estabelecido a motivação da nova
unidade que servirá de ponto de partida para as actividades de estudo...” Como final
da apresentação, o professor aplicará testes de verificação sobre o que foi exposto, a
fim de certificar-se sobre a marcha da aprendizagem, não ainda visando a verificação,
mas ao seu controle. Os alunos sabem de antemão que serão submetidos a essa
prova, esforçar-se-ão para aprender o máximo da apresentação do professor;
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- fase da assimilação- o aluno vai aprender a ampliar, por si mesmo, o que o
professor apresentou, através do estudo dirigido, da pesquisa e da experiência,
segundo a disciplina. Com relação ao professor, nessa fase, diz Morrison: “o professor
deve ser um persistente e hábil providenciador de novos e melhores materiais de
pesquisa, inspector e director de estudos e permanente estudante das dificuldades
dos alunos, para corrigi-los”. No final desta fase, pode fazer-se uma prova de
verificação da aprendizagem, para certificar-se se os elementos fundamentais da
unidade foram assimilados;
4. MÉTODO SÓCIO-INDIVIDUALIZANTE
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Os objectivos deste método são:
- propiciar oportunidades de trabalho em grupo;
- propiciar oportunidades de trabalho individual;
- criar condições para que o educando reflicta sobre o que estudou e assuma uma
posição pessoal a respeito do tema em estudo;
- possibilitar um atendimento individualizado a cada educando.
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c) Práticos São básicos para a formação de habilidades e hábitos.
(exercitação,
realização de
tarefas práticas,
trabalhos de
laboratório)
Dirige-se fundamentalmente à transmissão de novos
II. Pela relação Expositivo conhecimentos; predomina a actividade informativa do
da actividade professor.
do professor e A actividade de aprendizagem centra-se no aluno,
aluno Trabalho caracterizada por uma participação activa deste sob
independente orientação do professor. Expressa o nível de auto
actividade alcançado pelo aluno.
Elaboração Destaca o ensino/aprendizagem como um processo
conjunta colectivo (professor e aluno interactuam p/ o alcance dos
(conversação) objectivos previstos).
O professor transmite conhecimentos, oferece soluções
e faz demonstrações através dos meios de ensino; os
Explicativo- alunos apropriam-se desses conhecimentos, o recordam
ilustrativo e reproduzem.
Actua preferencialmente sobre o nível de assimilação
III. Pelo reprodutivo; desenvolve a memória e hábitos para
carácter da reproduzir.
actividade Ensino Consiste em dar à tarefa cognoscitiva uma organização e
cognoscitiva problemático estrutura de situação conflitiva ou problema.
O professor organiza a participação dos alunos na
Busca parcial ou realização de determinadas tarefas do processo de
heurístico investigação. O aluno apropria-se apenas de algumas
etapas, ou elementos independentes do processo de
conhecimento científico.
Caracteriza-se pelo nível mais alto de assimilação dos
Investigativo conhecimentos . desenvolve o pensamento criador;
familiariza os alunos com a investigação científica.
Podemos ordenar estes métodos em dois grupos: Reprodutivos e Produtivos, tal como
mostra o esquema seguinte, no qual o método de exposição problemática constitui
um escalão entre os dois grupos, tendo as características de ambos:
Explicativo-ilustrativo Heurístico
Exposição
Investigativo
Problemátic
Ensino problemático
a
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CLASSIFICAÇÃO DE JEAN PIAGET REFERIDO POR REGINA HAYDT (2002)
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realizar em seminários ou outras actividades que levam à realização de operações
mentais encaminhadas a cumprir os objectivos traçados.
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- é preciso ressaltar, para o seminário ser eficiente, que todos os estudantes devem
preparar-se convenientemente para os trabalhos, principalmente se os temas tratados
são indispensáveis para a formação na disciplina;
O seminário dirige-se mais para a formação do que a informação, pois visa a capacitar
o educando a estudar por si, uma vez que dá ênfase:
- ao uso dos instrumentos de trabalho intelectual, mesmo para justificar o manejo
de aparelhos de laboratório e de pesquisa em geral;
- à análise de factos e não somente às referências bibliográficas;
- à reflexão sobre os problemas, além de expô-los;
- ao pensamento original;
- à exposição dos trabalhos realizados com ordem, exactidão e honestidade.
3. Discussão 66 ou phillips 66
É uma variação da discussão em pequenos grupos. A classe é subdividida em grupos
de 6 participantes, que discutem um assunto durante seis minutos. Em seguida, cada
grupo apresenta aos demais suas conclusões.
Esta técnica é assim chamada porque foi criada por Donald Phillips e os grupos são
constituídos por seis membros que discutem um tema durante seis minutos.
O emprego desta técnica é sugerido quando não se dispõe de muito tempo de trabalho
e se deseja obter informações rápidas dos alunos sobre suas ideias, sugestões ou
dúvidas a respeito de um assunto.
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4. Simpósio
O simpósio é uma série de breves apresentações de diversas pessoas sobre
diferentes aspectos de um mesmo tema ou problema. O simpósio pode ser utilizado
durante um mesmo dia dois dias seguidos. Estipulado um determinado assunto para
estudo, vários alunos se preparam, sob orientação do professor, para apresentar os
vários aspectos do tema. Do dia marcado para realização do simpósio, cada um faz
uma exposição de 10 a 20 minutos sobre o tema. No final, os demais alunos da classe
formulam perguntas aos expositores. Pode ser escolhido um elemento, denominado
mediador, para controlar o tempo de cada expositor e organizar o debate.
5. Técnica biográfica
Consiste em expor os factos ou problemas através do relato das vidas que nos
mesmos participaram ou que contribuíram para o seu estudo. Seu emprego é mais
comum no ensino da História, da Filosofia e da Literatura, nada impedindo, no entanto,
que possa ser empregado no ensino de outras disciplinas.
A leitura pode ser feita pelo professor e acompanhada pelos alunos. De vez em
quando, o professor suspende a leitura, para fazer comentários sobre o texto, revelar
novidades, solicitar ou fornecer esclarecimentos.
Esta prática, aparentemente fácil e cómoda de aplicar, é de difícil execução, uma vez
que facilmente pode descambar para a monotonia e, consequentemente, para o
desinteresse.
Requer, por parte do professor, vivacidade e cultura. Para obter melhores resultados
e mais participação da classe, devem os alunos, antes da aula, ter lido e estudado, na
medida do possível, os textos que serão objecto de exegese.
O quadro-preto, as revisões e o material didáctico não devem ser esquecidos quando
se aplica esta técnica. Assim, a técnica pode dar bons resultados se o professor
souber dar vida ao trabalho e não fizer dela um meio de a aula passar mais folgada,
com um aluno lendo e todos acompanhando.
7. Técnica cronológica
Consiste em apresentar o desenrolar dos factos na ordem e sequência de seu
aparecimento no tempo. É mais empregada no ensino da História, podendo, no
entanto, ser empregada, também, no ensino de outras disciplinas, desde que o facto
estudado seja considerado do ponto de vista da evolução cronológica, do seu
aparecimento até aos nossos dias. Esta técnica pode também receber o nome de
genética, dado que um problema ou assunto seja apresentado de sua origem até
nossos dias, ou seja, estado actual.
A técnica cronológica pode ser progressiva ou regressiva. Progressiva quando os
factos são apresentados do passado para o presente, na sua ordem de sucessão:
regressiva, quando esses mesmos factos são apresentados do presente para o
passado, seguindo os mesmos passos, em ordem inversa.
O interrogatório pode ser aplicado para diversos fins, dentro da actividade docente:
motivação da aula;
sondagem do preparo da classe em determinado assunto, antes de serem
ministradas novas aulas ou novos conhecimentos, de maneira a poder ser feita a
ligação do conhecido com o desconhecido;
sondagem quanto às possibilidades dos alunos;
verificação da aprendizagem, a fim de saber se o que foi ministrado foi
devidamente assimilado; se não o foi, ou se o foi de maneira inconveniente, o que
permitirá uma rectificação da aprendizagem;
estímulo à reflexão;
recapitulação e síntese do que foi estudado;
fixação das noções tratadas em situação de estudo;
anulação de indisciplina;
preparação de ambiente para mudança de actividade ou apresentação de
algo novo;
estímulo ao trabalho individual, durante á aula.
O professor deve dar ênfase às perguntas que exijam reflexão, de modo a não ser a
resposta mera forma de expressão estereotipada. As perguntas, em geral devem ser
dirigidas à turma, para que todos sejam levados a reflectir; após, o professor indicará
o aluno que deverá responder.
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Quando o aluno não sabe responder a uma pergunta, o professor dever dirigir-se a
outro. Caso persista o impasse, perguntar à classe quem sabe. O professor só deverá
responder quando estiver convencido de que a classe é incapaz de fazê-lo. Essas
oportunidades de fracasso geral, entretanto, podem ser aproveitadas para marcar
tarefas ou estudos dirigidos sobre o tema em foco. Outra prática bastante
recomendada, nessas circunstâncias, é o professor dizer que também não sabe, e
pesquisar junto com os alunos a resposta desejada.
O professor, por outro lado, deve estar sempre disposto a emitir perguntas que
permitem estimulem a participação dos alunos na aula. Esse tipo de perguntas pode
receber o nome de impulsos didácticos, das quais seguem alguns exemplos: “_
então”, “_ e agora?”, “_ o que se pode concluir?”, _ haverá mais alguma coisa a ver?”,
etc.
Deve-se evitar:
1. Perguntas sobre assuntos pessoais
2. perguntas de respostas sim ou não
3. perguntas que fomentem a agressividade
4. perguntas reveladoras da opinião do professor
Esta técnica pode ser utilizada com método de ensino e consiste em o professor
cobrar conhecimentos que o aluno deve ter estudado por conta própria.
Desenvolvimento do método:
o professor faz uma apresentação motivadora da unidade a estudar, bem como
indica as principais fontes de informação que precisam ser estudadas por todos;
os alunos estudam a unidade individualmente ou em grupo;
em dia marcado e com base em roteiro previamente organizado pelo professor,
processa-se a arguição. Feita uma pergunta ou lançada uma questão, o professor
espera que alguém se candidate para respondê-la ou resolvê-la. Caso não se
apresente o voluntário, então o professor faz a indicação do aluno para atender à
questão proposta. O professor procura, com base na resposta obtida, obter a
cooperação da classe para maiores esclarecimentos ou melhor precisão de conceitos.
O professor se esforçará para que todos participem nos trabalhos de classe;
terminada a arguição, o professor fará uma apreciação dos trabalhos e se os
considerar satisfatórios, marcará dia para a verificação da aprendizagem;
verificação da aprendizagem;
rectificação da aprendizagem e assistência adequada aos alunos mais
carentes.
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12. Técnica do diálogo
O diálogo também é uma forma de interrogatório que tem por fim, não tanto cobrar
conhecimentos, mas levar à reflexão. Tem carácter mais construtivo, amplo e
educativo do que a arguição, pois através dele, o aluno é levado a reflectir sobre os
temas em foco, sobre os seus próprios conceitos, a fim de ele mesmo avaliar a
veracidade dos mesmos ou elaborar novas proposições. Mas, a maior virtude é fazer
o aluno sentir que é capaz de pensar.
Pode-se mesmo dizer, que o grande objectivo do diálogo é levar o aluno a pensar, a
reflectir e a convencer-se de que é capaz de pesquisar, utilizando o raciocínio.
Mais, pode-se afirmar que o diálogo assume um aspecto mais educativo. Através do
diálogo, o professor pode compreender melhor seus alunos, para melhor orientá-los,
apreendendo-lhes:
dificuldades de ordem pessoal;
dificuldades de natureza política;
limitações de carácter intelectual, cultural e de personalidade;
decepções e frustrações;
desejos e aspirações.
Diz-se que o diálogo é conversa a dois, mas se o professor, em classe levar os seus
alunos à reflexão, à pesquisa interior, ele estará empregando o diálogo com toda a
classe.
Conclui-se, pois, que, em essência, o diálogo é uma conversa do indivíduo consigo
mesmo. Assim, sempre que o professor conseguir levar o aluno a duvidar, a reflectir,
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a raciocinar, estará empregando o diálogo, independentemente do número de
pessoas envolvidas no processo.
Os objectivos, por sua vez, são habituar o aluno a interpretar indicações escritas e
textos, a adquirir habilidades ou aprender técnicas de execução de experiências e
aplicações práticas do que já tenha sido estudado teoricamente, bem como ajustar
trabalhos individualmente ou a grupo de alunos que apresentem as mesmas
condições pessoais de estudo.
A tarefa dirigida pode tratar de trabalhos teóricos, práticos ou teórico-práticos, mas
todas as modalidades devem ser acompanhadas de indicações precisas para o
desempenho da tarefa. São uma espécie de “folhas de serviço”, tão usadas no ensino
industrial.
É fácil perceber que a menos ruim das formas é a terceira e que, assim mesmo, deve
ser evitada como processo normal de ensino. Pode, no entanto, ser empregada , com
moderação, como forma recapitulativa e sistematizadora de certos assuntos um tanto
complexos para os alunos.
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Assim, o debate pode surgir:
- de temas que tenham provocado divergências durante exposição em uma aula;
- de tópicos do programa de uma disciplina, a respeito dos quais os alunos
manifestam posições mais ou menos definidas;
- de dúvidas surgidas e não superadas durante uma discussão;
- de temas da actualidade social e que tenham empolgado os alunos, propiciando
posições divergentes.
Processamento de um debate
É a partir dos objectivos propostos para o ensino (o que se pretende atingir com a
instrução), da natureza do conteúdo a ser desenvolvido (o que se pretende que os
alunos assimilem) das características dos alunos (como são os nossos alunos), das
condições físicas e do tempo disponível, que se escolhem os procedimentos de ensino
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e se organizam as experiências de aprendizagem mais adequadas. Ou seja, é a partir
destes aspectos que se estabelece o como ensinar, isto é, que se definem as formas
de intervenção na sala de aula para ajudar o aluno no processo de reconstrução do
conhecimento.
Portanto, a partir desses critérios básicos, o professor vai resolver se fará em sua aula
uma exposição dialogada, um estudo dirigido, um trabalho com textos, uma
dramatização, jogos educativos ou se fará um trabalho em grupo.
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Unidade VI: OS MEIOS DE ENSINO
6.1- Definição de meios de ensino
6.2- Classificação dos meios de ensino
6.3- Importância dos recursos audiovisuais
6.4- Critérios e princípios para utilização dos meios de ensino
6.5- Descrição de alguns recursos de ensino
Os meios de ensino são uma exigência daquilo que está sendo estudado por
meio de palavras, a fim de torná-lo concreto e intuitivo, e tem um papel destacado no
ensino de todas as disciplinas. Quadro-preto, apagador e giz são elementos
indispensáveis e básicos em qualquer aula. Nenhuma aula deveria dispensar também
o concurso de fotografia, gráficos, livros, noticiários de jornal, revistas, aparelhos de
projecção, etc.
Motivar a aula;
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6.2- CLASSIFICAÇÃO DOS MEIOS DE ENSINO
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a aprendizagem é tanto mais eficaz quanto mais se possa realizar uma experiência
directa. E a utilização de recursos ajuda a proporcionar aos alunos tais experiências.
Abstracções
(Teóricos) (Alunos com maior
Símbolos
verbais n.º de
conceitos e
Símbolos visuais factos)
Imagens fixas
/Rádio/gravações
Cinema
Televisão
Exposição
Excursão
Demonstração
Dramatização
Experiência simulada
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Experiência directa
A análise de Dale, considera que a fonte de estímulo, é feita com base nos
níveis de abstracção, indo desde a experiência directa, real, até o mais afastado meio
de representá-la, que é a simbolização oral. Apresenta o referido autor, assim, em
ordem de abstracção crescente as maneiras como um facto pode chegar a
impressionar o homem.
- Experiência simulada – não sendo possível levar sempre o aluno a ter uma
experiência directa, é possível recorrer a outros meios que o aproximem da
realidade do fenómeno. É o caso das diferentes representações que podem ser
utilizadas na aula (representação do eclipse utilizando uma lâmpada e esferas
que representem os astros);
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- Demonstração – nessa forma de comunicação procura-se explicar, com
detalhes o processamento de uma actividade, o funcionamento de algum
engenho ou o desenrolar lógico de uma tese;
- Televisão e filmes –
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b) O rádio – trás para dentro da sala de aula, a descrição do fenómeno que se
está estudando ou os sons que o caracterizam;
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- 83% Através da vista. - 70% Do que ouvimos e logo discutimos, e
- 90% Do que ouvimos e logo realizamos.
Concluímos através desses dados que os cinco sentidos não têm a mesma
importância para a aprendizagem. Concluímos também que a percepção através de
um sentido isolado é menos eficaz do que a percepção através de dois ou mais
sentidos. Por isso, é importante empregar métodos de ensino que utilizem
simultaneamente os recursos orais e visuais.
i. Ao seleccionar um recurso de
ensino devem se ter em vista os objectivos a serem alcançados. Nunca se deve utilizar
um recurso de ensino só porque está na moda;
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ii. Nunca se deve utilizar um recurso
que não seja conhecido suficientemente de forma a poder empregá-lo correctamente;
iii. A eficácia dos recursos dependerá da interacção entre eles e os alunos. Por
isso, devemos estimular nos alunos certos comportamentos que aumentem a sua
receptividade, tais como a atenção, a percepção, o interesse, a sua participação
activa, etc.;
iv. A eficácia depende também das características dos próprios recursos com
relação às funções que podem exercer no processo da aprendizagem. A função de
um cartaz, por exemplo, é diferente da do álbum seriado;
vii. O tempo disponível é outro elemento importante que deve ser considerado. A
preparação e utilização de recursos exige determinado tempo e, muitas vezes, o
professor não dispõem desse tempo. Então deverá buscar outras alternativas, tais
como utilizar recursos que exijam menos tempo, solicitar a ajuda dos alunos para
preparar os recursos, solicitar a ajuda de outros profissionais, etc.
Não deve ficar todo ele exposto; aos poucos pode tornar-se indiferente;
Deve ser exposto com mais evidência, o material referente à unidade que esteja
sendo estudada;
O material destinado a uma aula deve ficar à mão, a fim de não haver perda de
tempo em mandar buscá-lo ou, o que é pior, procurá-lo;
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Antes da sua utilização, deve ser revisto quanto às suas possibilidades de uso
e funcionamento.
“Os recursos audiovisuais devem primar por alguns elementos que são
básicos para se tornarem realmente eficientes no ensino, os quais são:
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3. Imparcialidade: tratando-se de fatos que possam sofrer contestações
políticas, sociais, económicas, filosóficas, históricas, etc.
7. Adequação: uma vez que precisam estar ao nível de apreensão dos alunos,
tendo em vista os objectivos do trabalho em realização.
13. Colorido adequado: o material colorido é mais sugestivo, uma vez que as
diversas cores despertam mais atenção do que uma só. É preciso que as
cores sejam escolhidas de maneira a se combinarem e a não formarem
conjuntos desagradáveis.
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Na utilização dos meios didácticos deve ter-se em conta algumas
recomendações, tais como:
Não usar desmedidamente um meio didáctico por mais eficiente que ele seja
porque pode conduzir a uma saturação que provoca resultados indesejáveis
e, além disso, o mesmo tipo de meio didáctico não permite alcançar os
mesmos resultados satisfatórios em diferentes condições.
Deve existir uma interacção adequada entre vários tipos de meios didácticos
para permitir a compreensão e a correcta assimilação de um determinado
conteúdo.
Os meios audiovisuais devem ser explorados pelo professor para activar nos
estudantes os processos mentais de observação, análise, síntese,
interpretação, reflexão, aplicação, imaginação e criatividade. Para isso, deve
garantir-se a participação activa dos estudantes, levando-os a apresentar as
suas dúvidas, opiniões e critérios, bem como a fazer reflexões mentais sobre
os meios didácticos utilizados.
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Sempre que houver necessidade de utilizar o quadro é aconselhável fazer a
sua divisão em duas partes. Na primeira parte, da esquerda para a direita,
escrevem-se os dados essenciais da aula, de forma ordenada, com letra bem
legível. Esses dados não serão apagados, a menos que exista necessidade
absoluta de se escrever nessa parte do quadro. Na segunda parte do quadro
devem ser consignados os dados secundários, gráficos, esquemas, desenhos,
mas evitando-se sempre a sobreposição de anotações, para evitar confusões.
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6.5 – DESCRIÇÃO DE ALGUNS MEIOS DE ENSINO
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- Usar giz de cor para dar ênfase a uma palavra ou a parte de um
desenho. As cores mais adequadas são o vermelho, amarelo, azul e
verde;
- Usar giz de cor para mostrar relações ou distinguir parte de um todo;
- Repartir a lousa em três partes: na 1ª apresentar a síntese do assunto
do dia, nas outras dar uma visão global da matéria;
- É preciso recordar que o quadro-preto não deve ser utilizado para longas
transcrições, o que pode tornar a aula desinteressante e cansativa.
- O quadro-preto deve ser opaco, poroso, lavável e ajustado aos alunos.
O Flanelógrafo
O flanelógrafo é espécie de quadro de flanela que prende, por aderência, as gravuras,
letras, frases ou figuras, com fitas de lixa presas no verso, a fim de realizar a aderência
à flanela. Os elementos que se quer fixar no flanelógrafo podem ser recortados em
cartolina ou representados em madeira fina. Se o material de confecção do quadro
não for de flanela mas sim de feltro, então receberá o nome de feltrógrafo.
Assim, no flanelógrafo ou no feltrógrafo vão sendo colocados por aderência os
elementos visuais necessários à aula.
Os cartazes
Os cartazes podem ser feitos representando uma acção ou sequência de acções, bem
como podem ser montados com fotografias, recortes de jornais e revistas e dizeres
representando diversos tempos, fases ou partes de um fenómeno ou mesmo diversos
fenómenos que se queiram unir debaixo de um só conceito. Também podem
comunicar recomendações e sugestões de toda a ordem.
O álbum seriado
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Zeferino Kapupulu
O álbum seriado é excelente recurso para o ensino de qualquer disciplina,
principalmente para as aulas expositivas em que muitos dados deveriam ser
consignados no quadro-preto. Com o álbum seriado estes podem vir já prontos e
melhor elaborados para a aula e em ordem certa, a fim de melhor ilustrar e
sistematizar a aula. O esquema fundamental da aula pode vir consignado nas folhas
do álbum seriado e em ordem de desenvolvimento.
Assim, o álbum seriado é formado por uma colecção de folhas adequadamente
expostas, contendo o desenvolvimento de um tema, de maneira racional, objectiva,
precisa e interessante.
As páginas do álbum podem ser ilustradas, quando o tema exposto exigir para sua
melhor motivação e compreensão. As ilustrações devem ser simples, sugestivas e
devem estar próximas ao texto a que se referem.
Os letreiros devem ser simples, legíveis, uniformes e não devem estar amontoadas a
fim de serem mais facilmente aprendidos, transmitindo, assim, mais facilmente a
mensagem contida.
Quanto às cores a serem usadas, devem ser vivas e formar contraste. Não se deve
utilizar mais do que três cores diferentes em uma folha do álbum.
Pode-se dar ao álbum seriado mais funções, por exemplo, usando-se as suas partes
exteriores ou capas, uma como flanelógrafo e outra como lousa. O tamanho do álbum
seriado pode variar muito, mas dimensões que parecem as ideais são as de 50 x 70
cm.
- Localizar o álbum seriado de tal maneira que todos os alunos possam vê-lo
sem dificuldades;
- Virar as folhas a medida que forem sendo desenvolvidos cada um dos tópicos;
- Virar a folha só quando o tópico tiver sido esgotado;
- Criar expectativa para o tópico seguinte;
- Não ater-se apenas àquilo que está representado ou escrito no álbum, mas
expandir o assunto, tendo o cuidado de fixar bem os pontos-chave.
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A exposição
Vantagens da exposição:
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- Promover participação do público. Isto pode ser feito de muitas maneiras. Pedir
que respondam algumas questões por escrito para ganhar um prémio, receber
uma lembrança ou um cartão postal.
Os mapas e gráficos
Os mapas podem ser geográficos, históricos, geológicos, etc. Esses mapas são muito
interessantes porque os alunos por meio deles podem como que criar o fenómeno
estudado, à medida que os for enriquecendo com localizações e denominações.
Segundo Fernando Padilha (17), “a utilização desse meio visual e motor colabora para
desenvolver as capacidades de: (i) observação, (ii) objectivação e (iii) demonstração.
Os gráficos são recursos visuais mais usados para representar aspectos quantitativos
e de variabilidade de determinado fenómeno. São muito sugestivos porque, em um só
golpe de vista, quase sempre, permitem visão de conjunto de determinado fenómeno,
bem como as suas oscilações, avanços e retrocessos.
O varal didáctico
17
Padilha, Fernando. Mapas mudos em oleado. Revista escola secundária.
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Para se fazer um varal didáctico, pode ser usado o quadro-preto ou um mural
apropriado. Representando graficamente, teríamos as folhas dependuradas por meio
de dobraduras ou ganchos.
Quadro
Varal
A Bola Nã É Minha.
o
Varal
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7.1- DEFINIÇÃO DO CONTEÚDO DE ENSINO
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Para seleccionarmos os conteúdos, precisamos, em função dos
objectivos propostos, considerar aqueles que são mais importantes e
significativos para uma determinada realidade e época.
Validade Possibilidade
de elaboração
Significação Critérios
pessoal
Viabilidade
Utilidade
Flexibilidade
Em esquema teremos:
Ciência
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Factor psicológico Factor didáctico
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8.1- DEFINIÇÃO DE FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DO ENSINO
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dia. Cada hora-classe, segundo as ideias de Coménius devia reflectir as
relações de organização e conteúdo em dependência de seus objectivos.
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nas escolas catedráticas e monacais da idade Média, os alunos não se
agrupavam por suas idades nem pelo seu nível de conhecimentos,
constituíam uma massa heterogénea, que apesar de ocuparem o mesmo
lugar, não podiam ser objecto de um ensino colectivo, senão individual.
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Assim, as formas de organização do ensino expressam de uma maneira
concreta, a actividade dos alunos relacionada com a actividade do
professor. Podemos entender por formas de organização do ensino as
distintas maneiras em que se manifesta externamente a relação
professor-aluno, quer dizer, a confrontação do aluno com a matéria de
ensino sob a direcção do professor.
As formas de organização do ensino constituem o aspecto externo do
processo de ensino, enquanto que os métodos constituem seu aspecto
interno.
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- existência de um tempo fixo para duração da aula de uma
determinada disciplina;
- a constituição de grupos de alunos por idade e nível de
conhecimentos;
- a direcção frontal do professor no desenvolvimento intelectual dos
alunos;
- cada aula constitui uma unidade fechada de conhecimentos, quer
dizer cada aula abarca um sistema de conhecimentos, pelo que tem
um início, um desenvolvimento e um fim.
Todas estas características mantêm-se até aos nossos dias; no entanto,
a aula foi e é objecto de constante aperfeiçoamento com o objectivo de
colocá-la à altura dos tempos, de modo a satisfazer as novas
necessidades sociais.
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educação de um grupo constante de alunos, de acordo com os
objectivos da educação.
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da aula também encoraja os alunos a participar no controle do
tempo despendido em cada assunto.
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O organizador prévio deve ser apresentado de modo suficientemente
realçado das actividades introdutórias da aula e da exposição das
matérias a aprender. Tal como os objectivos da aula, é mais eficaz
apresentar o organizador prévio aos alunos, usando algum tipo de formato
visual, tais como diapositivos ou acetatos, o professor deve ser rigoroso
e claro na sua apresentação.
Exemplos:
1. um professor de História vai expor informação sobre a guerra do
Vietname. Depois de rever a aula anterior, de comunicar os objectivos da
aula e de pedir que se recordem do que já sabem sobre o Vietname
(prontidão induzida), apresenta o organizador prévio:
- Quero dar-vos uma ideia que vos ajude a compreender porque que os
Estados Unidos se envolveram na guerra do Vietname. A ideia é que a
maioria das guerras é o reflexo de conflitos entre as pessoas devido a:
ideologias, territórios ou acesso ao comércio. Conforme vos for
descrevendo o envolvimento dos Estados Unidos no Sudoeste Asiático,
entre 1945 e 1965, quero que procurem exemplos de como os conflitos
ideológicos, territórios ou acesso ao comércio podem ter influenciado
decisões posteriores de luta no Vietname.
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e nas técnicas específicas de pintura usadas pelos pintores e que vejam
de que modo é que reflectem a época do autor.
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g) Expor as excepções.
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Periodicamente (semanalmente, trimestralmente) os professores usam
trabalhos de casa, testes e outros procedimentos formais, para verificar o
que os alunos compreenderam. No entanto, para cada aula os
professores devem também usar métodos informais para avaliar/verificar
a compreensão. Estar atento a sinais verbais e não-verbais, é um dos
métodos que o professor pode usar. Quando os alunos colocam questões
que parecem não se relacionar com o tema da aula, estão a enviar uma
mensagem verbal sinalizando que estão confusos. Silêncios, expressões
faciais de dúvidas são sinais não-verbais de que os alunos não estão a
perceber. Acenos afirmativos da cabeça, olhos bastante abertos são
sinais de que existe uma compreensão do que se está a expor.
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Assim, os professores podem ajudar os alunos a generalizar e a
consolidar o seu raciocínio sobre novas matérias através da discussão,
do questionamento e do diálogo.
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A organização de trabalhos em grupos ao permitir a solução colectiva das
tarefas adquire um grande valor educativo, pois favorece a formação de
hábitos de colaboração, ajuda mútua e autocontrole. Além disso, esta
forma de trabalho estimula o interesse tornando a aprendizagem mais
efectiva, já que na busca colectiva os alunos aplicam seus conhecimentos
em novas situações.
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alunos, assim como também das particularidades do grupo em questão
ou colectivo.
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☺ aula para o desenvolvimento de habilidades e hábitos
(generalização);
☺ aula de sistematização (reafirmação dos conhecimentos) e,
☺ aula de controlo dos conhecimentos, habilidades e hábitos
(avaliação).
18
Classificação segundo:
Nérice, I. Geusseppe – Introdução à Didáctica Geral, S. Paulo, 1991, p. 98 –100, 16ª ed.
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defender pontos de vista definidos, em verdadeira competição
intelectual.
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11. Aula ocasional – em que o professor procura atender, de
momento, a uma solicitação dos alunos ou a um assunto de
actualidade, não programado, e de utilidade para os alunos.
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b. Como caminho educativo para criar nos alunos atitudes
favoráveis ao estudo;
c. Como meio para despertar os interesses cognoscitivos dos
alunos e desenvolvê-los ulteriormente.
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A planificação ou preparação da aula é uma actividade que o professor
realiza, destinada a desenhar o processo docente-educativo, baseado no
programa escolar, nos textos e nas orientações metodológicas.
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A planificação inicial do tema possibilita, além disso, realizar uma
distribuição mais racional do tempo e ter em conta os distintos tipos de
aula para desenvolver tal tema. Assim, a planificação do tema oferece ao
professor uma visão dos conhecimentos que os alunos devem adquirir ao
longo do desenvolvimento do tema e permite ao professor reflectir, de
forma geral, sobre outros problemas de ordem metodológica, como por
exemplo os conhecimentos básicos de que o aluno necessita para
assimilar os novos, que elementos serão objecto de avaliação; quais são
as possibilidades que o tema oferece para a utilização de meios de
ensino, etc. Neste tipo de planificação pode ser utilizada a seguinte
grelha:
DISTRIBUIÇÃO DO CONTEÚDO
Tema Objectivos Conteúdo Tipo de Avaliação Método
aula do s
conteúdo
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A dimensão do alcance dos objectivos está em dependência da função
didáctica fundamental que predomina na aula, deste modo, se a aula for
de apropriação de novos conhecimentos, os objectivos que adquirem a
categoria principal serão aqueles que têm a ver com esta função
didáctica; os restantes adquirirão um carácter complementar.
Uma vez determinado o sistema de objectivos da aula, devem ser
seleccionadas as distintas tarefas mediante as quais os alunos vão
alcançar os objectivos.
A comunicação dos objectivos aos alunos também adquire uma grande
importância pelo papel que desempenha em despertar o interesse dos
alunos pelo tema, constituindo um momento de grandes possibilidades
educativas.
2. Selecção do conteúdo
A segunda questão é uma tarefa que requer grande atenção por parte do
professor, pois na selecção de factos, conceitos e teorias se reflecte de
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maneira imediata o carácter científico do ensino que o professor
desenvolve.
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professor deve determinar as tarefas inerentes a sua função de ensinar e
dirigi-las a garantir a actividade produtiva dos alunos.
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professor e dos alunos. A estrutura da aula deve analisar-se no seu duplo
aspecto: externo e interno.
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ensino. Podemos exemplificar o anteriormente dito com o seguinte
exemplo de estruturação de uma aula de apropriação de novos
conhecimentos:
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Plano de aula
a) Elementos do plano de aula
Objectivos (instrutivos e educativos)
Funções didácticas:
- motivação (preparação p/ a nova matéria)
- Orientação p/ a nova matéria
- Orientação aos objectivos
- Desenvolvimento da aula
- Consolidação e controlo (resumo da aula; avaliação da
aprendizagem; orientação da tarefa)
Conteúdo
Métodos/procedimentos de ensino
Meios didácticos
Indicação bibliográfica
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- assunto provável da próxima aula
- bibliografia
9. Crítica da aula:
- O que não foi realizado?
- Porquê?
- O que deve passar à aula seguinte e o que deve ser reelaborado?
- Como melhorar a aula?
- Observações e ocorrências durante a aula
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realização de uma aprendizagem exitosa, e sobretudo, que condições
devem ser criadas e que ajuda deve ser dada para que possam aprender
normalmente.
Como conclusão, podemos dizer que o professor deve dar uma atenção
diferenciada aos alunos que apresentem dificuldades na apropriação dos
conhecimentos. Para isto, terá em conta as condições negativas que
trazem como consequência que alguns fiquem atrasados. Uma boa via
para atender estas diferenças individuais é a tarefa para casa.
Geralmente o professor orienta a mesma tarefa a todos os alunos e isto
nem sempre é recomendável. A tarefa deve ser diferenciada de acordo
com as dificuldades e capacidades dos alunos. Desta forma não só dará
atenção individual aos atrasados senão também aos mais avançados da
classe.
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respeito a personalidade dos alunos por parte do professor. No primeiro
caso, as investigações têm demonstrado que entre as qualidades que os
alunos valorizam altamente nos seus professores estão: o conhecimento
da disciplina, seu sentido de justiça, suas convicções entre outras. Por
outro lado, aspectos tais como: a saudação ao início da aula, a qual os
alunos devem responder, o controlo da assistência, são meios
importantes para educar os alunos. Da mesma maneira, receber com uma
saudação cordial ao aluno que tenha faltado por um longo período de
tempo por causas justificadas, também é educativo.
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última é resultado do trabalho realizado pelo professor. Por outro lado,
estes aspectos podem ser utilizados para a apreciação e avaliação de
uma aula, em função dos objectivos pretendidos (19)
19
Consultar anexos n.º 4 e 5 .
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comparar, contrapor os objectos e fenómenos de estudo, revela
ante os estudantes os princípios da busca científica).
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operações que constituem a habilidade, e dos métodos de ensino
que propiciam a formação desta.
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professor e pelos alunos. Este tipo de aula requer a planificação
cuidadosa de todos os seus aspectos. Durante a excursão,
conjuntamente com as observações, utilizam-se diversos métodos de
trabalho docente: narrações, charlas, demonstrações e outros.
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conta-lhes como varia a vida dos animais no outono. Os alunos recordam
algumas poesias sobre o outono e as recitam.
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carácter correcto e completo das percepções que os alunos devem
receber e orienta a elaboração das conclusões da excursão.
Tarefas são trabalhos para serem feitos fora da hora de aula, geralmente
em casa, mas que abrangem uma área de execução mais ampla do que
os exercícios (20 ). As tarefas visam a uma acção próxima a dos problemas
em que o educando pode dar um feitio próprio ao trabalho a executar.
A palavra tarefa vem do árabe “tareha” que significa “obra ou porção de
trabalho que se deve acabar num determinado prazo”.
As tarefas permitem ao aluno um ensaio de autonomia, uma vez que o
encaminham para trabalhar sozinho ou em grupo, mas sem a tutela
directa do professor. Este, por sua vez, através das tarefas ou exercícios,
principalmente individuais, terá a oportunidade de conhecer melhor o
aluno quanto ao seu preparo e condições pessoais de inteligência,
atenção esforço, perseverança e criatividade.
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3º nível até 2 horas
Nível Médio até 2 horas e 30
minutos/até 3 horas
A organização física da sala de aula deve favorecer a utilização dos métodos mais
adequados para o ensino. Para a utilização das técnicas tradicionais, desenvolvidas
na base de “saliva e giz”, o que se requer é que o professor possa ver todos os seus
alunos e os alunos possam ver o professor e o quadro-preto. Os alunos devem estar
sentados, escutando, lendo, escrevendo, e só quando lhes é perguntado, devem falar.
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Todos os alunos desenvolvem a mesma actividade ao mesmo tempo. Isso requer
salas de aula idênticas, com condições aceitáveis de luminosidade para ler o que o
professor escreve no quadro-preto, e condições acústicas suficientes para ouvir o que
ele diz.
Com relação às condições materiais da sala de aula para o trabalho em equipa, Lauro
de Oliveira Lima sugere que o estrado em que tradicionalmente fica a mesa do
professor seja retirada da classe, a fim de que desapareça qualquer ideia de auditório
e para que o professor não possua suporte físico para dar aulas expositivas. Para
isso, é bom colocar a mesa do professor num discreto recanto da classe, para que
sinta, fisicamente, que não é mais a vedeta da classe. Alguns cartazes distribuídos
pelas paredes devem lembrar as regras fundamentais do trabalho em equipa, a fim
de que o professor ou o membro do grupo possa recorrer a elas com o simples gesto
de apontar.
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SER TER
Uma aula disciplinada é algo mais que conservar a classe em ordem. O objectivo
último da disciplina é desenvolver no aluno auto-controlo, auto-respeito e respeito
pelas coisas que o rodeiam.
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b) A chantagem afectiva – consiste em cativar a amizade do aluno ou da classe
para se alcançar disciplina. Quando este processo é utilizado, o aluno faz tudo
o que o professor deseja porque tem medo de perder sua amizade. Ao seguir
as normas e regulamentos o aluno tem em mente apenas um objectivo: agradar
o professor.
c) O uso da responsabilidade - esse processo procura desenvolver a
responsabilidade do aluno. Sua utilização não é fácil. Exige capacidade para
acompanhar o amadurecimento do aluno, dando-lhe responsabilidade dentro
dos limites de seu nível de maturidade e inteligência. Consiste em criar
oportunidades para a auto-direcção. A responsabilidade não nasce pronta.
Deve ser aprendida. E só se aprende a ser responsável enfrentando situações
de responsabilidade.
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1) um clima geral em que os alunos têm sentimentos positivos sobre si, os
colegas e a turma enquanto grupo;
2) estruturas e processos em que as necessidades dos alunos são satisfeitas e
onde os alunos persistem nas tarefas escolares e trabalham de modo
cooperativo com o professor e outros alunos;
3) um contexto em que os alunos adquiram as competências de grupo e
interpessoais necessárias à realização das exigências escolares e grupais da
turma.
Muitos dos conceitos necessários à compreensão dos ambientes da sala de aula não
podem ser prontamente observados. Trata-se de processos psicossociais que são
transportados, de um lado para o outro, nas mentes dos membros da turma
(professores e alunos) e no ethos da sua vida de grupo. Assim para compreender as
estruturas e processos da turma, temos de adquirir uma observação conceptual e
abrangente para interpretar o que é observado.
O clima psicológico na sala de aula está sujeito, em grande parte, ao tipo de liderança
adoptado pelo professor. Existem três tipos básicos de liderança:
Liderança autoritária;
Liderança democrática, e
Liderança permissiva.
Líder autoritário – tudo o que deve ser feito é determinado pelo líder. Os grupos de
trabalho também são formados pelo líder, que determina o que cada um deve fazer.
O líder não diz aos liderados quais os critérios de avaliação e as notas não podem ser
discutidas. O que o chefe diz é lei. O líder não participa das actividades da turma,
apenas distribui as tarefas e dá ordens.
Líder democrático – tudo o que for feito será objecto de discussão e decisão da
turma. Todos são livres para trabalhar com os colegas que quiserem, cabendo a todos
a responsabilidade pela condução das actividades. O líder deve discutir com todos os
elementos os critérios de avaliação e a participar das actividades do grupo.
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Líder permissivo – o líder desempenha um papel bastante passivo, dando liberdade
completa ao grupo de indivíduos, a fim de que estes determinem suas próprias
actividades. O líder não se preocupa com qualquer avaliação sobre a actividade do
grupo, permanecendo alheio ao que está acontecendo.
Sob a liderança permissiva os alunos podem não chegar a organizar-se como grupo.
Na ausência do líder podem surgir outras lideranças dentro dos próprios grupos e
estas podem assumir e conduzir os alunos interessados a trabalhar.
Ter claro o objectivo a atingir. Se o professor não sabe bem o que quer dos
alunos, não sabe também onde chegar e como poderá orientar as actividades
do grupo;
Comunicar aos alunos esse objectivo;
Fazer da aula um desafio ao aluno: as pessoas geralmente estão prontas a
mostrar o seu valor;
Sugerir ao invés de impor;
Ouvir as sugestões dos alunos e colocá-las ao grupo para discussão;
Colocar-se na classe como um orientador da actividade do aluno; “orientação
da aprendizagem”;
Fazer os alunos trabalharem com ele e não para ele;
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Elogiar tudo o que for elogiável. O elogio é uma prova de que o aluno está
tendo bom êxito. E todos nós gostamos de ter êxito;
Em vez de destacar erros, destacar acertos;
Estimular as equipas a estabelecer regras de trabalho para o seu
funcionamento;
Não falar muito, mas ouvir muito. Enquanto o professor fala, não está havendo
aprendizagem, mas apenas informação. Por isso, ele deve falar apenas para
orientar a actividade do aluno;
Encerrar todo o trabalho com uma avaliação feita pelos próprios alunos.
Os climas de sala de aula positivos são criados pelos professores quando ensinam
aos alunos importantes competências interpessoais e de processos grupais e quando
ajudam a turma a desenvolver-se enquanto grupo (21), entre os quais se destacam os
seguintes processos:
21
Arends, I. Richard, Aprender a Ensinar, p. 112, Portugal, 1995.
22
Schmuck – refere-se aos modelos investigativos desenvolvidos por Richard e Patrícia Schmuck (1988) sobre
relações interpessoais e dinâmicas de grupo.
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que, ao mesmo tempo, encorajam relações interpessoais positivas e com
objectivos partilhados;
Comunicação: a maior parte da interacção na sala de aula é caracterizada pela
comunicação verbal e não-verbal. Os Schmuck argumentam a favor de
processos de comunicação que sejam abertos e animados, havendo um alto
grau de envolvimento dos participantes;
Coesão: o processo final refere-se aos sentimentos e empenhamento que os
alunos e professores têm em relação à turma como um todo. Os Schmuck
defendem a coesão do grupo de colegas mas salientam que é importante que
essa coesão seja em favor do trabalho escolar e bem-estar dos participantes.
Entretanto, a preocupação com o relacionamento na sala de aula não pode fazer com
que deixemos de nos preocupar com o que ensinar. No ensino não é só o
relacionamento entre os grupos e entre os indivíduos que tem importância. A busca
da verdade é primordial. Sem a pesquisa da verdade “a democracia reduz-se a um
jogo de relações num clima de amabilidade e indulgência, a uma forma habilidosa de
conduzir as relações humanas.
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Zeferino Kapupulu
10.1- CONCEITO DE AVALIAÇÃO
23
Pires, Eurico Lemos; Fernandes, A. Sousa e outros, A construção social da educação escolar, pág. 157-
Portugal, 1991, 1ª edição.
24
Nérici, I. Giuseppe, Introdução à didáctica geral, São Paulo, 1965, 3ª edição, pág.419.
25
Klingberg, Lothar- Introducion a la didáctica general, Havana, 1978, pág .383-384.
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A Segunda definição, (Nérici) realça a avaliação como a parte final do
processo de ensino que permite formular um juízo de valor sobre os
esforços despendidos pelo professor e alunos nos trabalhos escolares.
Tal ponto de vista, leva-nos a crer que a avaliação apenas surge na etapa
final do processo de ensino espelhando os resultados do trabalho escolar
do professor e alunos. Tal concepção é incompleta, pois a avaliação como
componente do processo de ensino está presente em todas as etapas de
dito processo, podendo assim ser considerada como parte final de cada
fase do ensino- aprendizagem.
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Zeferino Kapupulu
Tomando como base a análise das três definições, os seus aspectos
comuns, apresentamos a seguinte definição que achamos mais completa:
a avaliação é um processo sistemático pelo qual se tenta julgar o
resultado dos trabalhos escolares do professor e alunos (os
conhecimentos, hábitos, habilidades e atitudes) em cada fase do
processo de ensino – aprendizagem.
Para o aluno: a avaliação não tem menos importância para cada um dos
alunos que para a classe como tal. Quando se submete um aluno a
avaliação, ele se examina a si mesmo despertando interesse pela crítica
e auto- crítica, elevando o sentido de responsabilidade perante a
aprendizagem, o que até certa medida influi consideravelmente no
rendimento escolar.
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- Sob o ponto de vista social
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Determinação dos objectivos – “ao analisar as
implicações pedagógicas e metodológicas da avaliação, cai-se,
inevitavelmente no estabelecimento dos objectivos em relação aos quais
se pretende avaliar os alunos”.(26) Nesta afirmação evidencia-se o carácter
reitor dos objectivos no processo de avaliação; eles constituem o ponto
de partida de dito processo, tornando-se imprescindíveis na planificação
da avaliação. Sendo os objectivos a base de qualquer avaliação, seu
ponto de referência, estes devem ser definidos de forma clara, para que
se possa determinar se foram ou não atingidos.
A análise dos objectivos sob o ponto de vista destes três domínios dá-nos
a ideia de que eles não existem de forma isolada, pois a realização de um
deles implica a existência de outro. Ou seja, toda actividade cognitiva
acarreta consigo aspectos afectivos e uma componente psico – motora.
Por isso, a realização prática de tais objectivos deve assumir uma forma
combinada.
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Eurico Pires(29), considera os seguintes padrões para a formulação de
juízos comparáveis:
29
Pires, Eurico Lemos, A Construção Social da Educação, 1ª ed. , 1991, Portugal , pág. 10.
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c) Criar a corrigenda com as respectivas resposta- tipo correctas.
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Portanto, durante este processo deve-se ter em conta um estudo global
do aluno, da sua aplicação, do seu estilo de trabalho, da sua exigência
para consigo mesmo, etc., pois o trabalho docente forma uma unidade
instrutivo - educativa.
Tal análise permiti-nos deduzir que a avaliação deve cumprir
determinadas funções.
Deste modo, Klingberg(30) analisa as funções da avaliação segundo três
pontos de vista:
Ponto de vista pedagógico - a função pedagógica da avaliação consiste
em conhecer o nível de rendimento de cada aluno ou grupo, em tornar
visíveis as “Partes” débeis e as fortes; em fortalecer e apreciar o positivo
e demonstrar as deficiências e lacunas nos rendimentos.
Ponto de vista psicológico - a função psicológica da avaliação consiste
em constatar e reconhecer ou experimentar uma disparidade entre “o que
deve ser” e “o que é” e as correlações e críticas que frequentemente são
produzidas por ela (disparidade).
Ponto de vista cibernético - a função cibernética da avaliação explica-
se pelo facto desta ser um momento de retroalimentação no “circuito
regulador” professor - aluno - professor, uma possibilidade de enviar
dados didácticos relevantes para a “regulação” o “controlo” do processo
de ensino.
Os critérios utilizados por Klingberg, para determinar as funções
essenciais da avaliação são abrangentes, oferecendo um quadro geral do
que deve ser um processo de avaliação integral e eficiente.
Nestas funções encontramos enquadrados os aspectos fundamentais
daquilo a que chamamos “resultados do processo de ensino”
(conhecimentos, hábitos, habilidades, atitudes dos alunos).
A função psicológica da avaliação requer um esclarecimento quanto ás
expressões “o que deve ser” e “o que é”.
Segundo Klingberg, “a posição do que deve ser” é o plano de ensino, isto
é, as exigências contidas neste plano, aquilo que se pretende alcançar;
“a posição do que é” representa os conhecimentos e capacidades
actualmente disponíveis na conduta dos alunos.
Portanto, verifica-se uma fusão entre dois elementos didácticos. Tais
elementos devem coexistir de forma equilibrada para efectividade da
avaliação. Se por um lado, o professor deve cumprir as exigências
30
Klingberg, Lothar, Introdución a la Didáctica General, Havana, 1978, pág.384.
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estabelecidas no plano de ensino, por outro lado, não se deve esquecer
que tais exigências devem ser formuladas tendo como base o nível inicial
de conhecimentos, capacidades disponíveis na conduta dos alunos. Caso
não se verifique esta correspondência, rompem-se os finos fios que unem
professor e aluno no processo de avaliação, o que seria um indício
negativo em tal processo.
Quanto as funções da avaliação encontramos ainda opiniões de outros
pedagogos. Entre eles, muitos são os que concordam com as seguintes
funções da avaliação(31):
Função instrutiva - esta é considerada como uma das funções mais
importantes pelas seguintes razões:
- Contribui para a fixação e desenvolvimento de
conhecimentos, hábitos e habilidades dos alunos;
- Permite introduzir correcções aos erros cometidos
individualmente, e que garante um controlo sistemático da
aprendizagem;
- Criam-se condições para assimilar a nova matéria de forma
mais efectiva.
Portanto, a função instrutiva da avaliação permite elevar a qualidade do
estudo, garantindo as bases para a nova assimilação desenvolvendo-se
as habilidades cognoscitivas e o estudo dos alunos.
Função educativa – Uma avaliação bem estruturada e aplicada
correctamente é um factor de alto valor educativo. Ela coloca o aluno
perante determinadas situações as quais deve enfrentar, demonstrando
o seu esforço. Isto constitui um estímulo que quando bem regulado
favorece uma atitude mais responsável perante o estudo, constituindo
ainda um factor impulsor na educação da atenção voluntária e do esforço.
As situações surgidas no processo de avaliação ajudam o aluno a auto-
analisar-se e a fortalecer o seu carácter contribuindo para a formação de
convicções e qualidades morais positivas.
É importante que o professor ao elaborar os objectivos das unidades de
trabalho, preste atenção aos aspectos que contribuem ao alcance da
função educativa. É importante também o papel que a avaliação pode
desempenhar na criação de interesses ou motivações para o estudo,
convertendo-se de um dever, num prazer. A avaliação de conhecimentos
31
Especialistas do Ministério da Educação de Cuba, Pedagogia, Havana, 1981, pág. 299-95-96 e 97.
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deve, antes de tudo, permitir uma verificação visando acompanhar e
incentivar o progresso do aluno.
Função de diagnóstico – a avaliação revela ao professor os avanços
e as deficiências dos alunos. Através do diagnóstico obtém-se uma
informação, desde o ponto de vista quantitativo e qualitativo, sobre a
generalização e individualização dos alunos e acerca do cumprimento dos
objectivos propostos pelo professor, para determinar se é necessário
introduzir correcções no seu sistema de trabalho; variar o método,
aprofundar as explicações, formular novas tarefas ou exercícios de
consolidação, estruturar pequenos grupos para o trabalho correctivo ou
de atenção individual a alguns alunos.
Função de Desenvolvimento – O cumprimento das três funções
anteriores constitui um passo necessário para alcançar o
desenvolvimento dos alunos, o que constitui um dos princípios do ensino
e também uma função da avaliação.
Na aula, os distintos exercícios de controlo, as provas que se aplicam
devem incluir exercícios e tarefas que comprovem e ao mesmo tempo
contribuam para desenvolver no aluno o pensamento independente e
criador, a memória racional, a atenção assim como a habilidade de
comparar, seleccionar o mais importante, fazer conclusões e
generalizações.
Função de Controlo – Os dados obtidos como resultado do processo
de avaliação revelam o nível de desenvolvimento alcançado pelo aluno
quanto ao sistema de conhecimentos, hábitos e habilidades exigidos
pelos programas de estudo. Permite comprovar a qualidade e quantidade
dos conhecimentos adquiridos de acordo com os níveis de assimilação e
o grau de independência com que formam e desenvolvem habilidades,
hábitos e obtêm normas de conduta.
Os resultados da avaliação permitem ainda, aos Organismos Estatais e
aos dirigentes dos Centros Docentes fazer uma análise dos mesmos
(resultados) e valorizá-los em conformidade com os critérios
estabelecidos. Por outro lado, os resultados constituem elementos
fundamentais na análise de programas e planos de estudo na perspectiva
do seu melhoramento.
Como resultado de uma comparação dos critérios apresentados pelas
duas obras submetidas a análise, podemos salientar que apesar de cada
uma delas expressar de forma diferente as funções da avaliação, entre
elas existem determinadas analogias; existe uma convergência quanto à
essência das funções da avaliação.
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Na sua obra, Lothar Klingberg apresenta as funções da avaliação de um
modo bastante sintético, enquanto que a obra dos Especialistas do
Ministério da Educação de Cuba, expressa essas funções de um modo
mais detalhado, não deixando de ter relação com a obra anterior.
Por exemplo, uma análise da função pedagógica em Klingberg, leva-nos
a crer que esta engloba as funções instrutivas, de diagnóstico e de
desenvolvimento. Enquanto que a função educativa se resume na
psicológica. Por último, a função de controlo se enquadra na função
cibernética, pois através de um “retorno de informação” torna-se possível
um controlo sistemático das mesmas.
É de salientar que as distintas funções são analisadas separadamente,
apenas por uma questão metodológica, com o objectivo de compreender
melhor a essência de cada uma delas. Na prática elas interactuam
formando uma unidade dialéctica; todas concorrem a um mesmo fim:
garantir e elevar a efectividade do processo de avaliação. Uma avaliação
é pedagogicamente adequada quando cumpre com as suas funções
essenciais, convertendo-se num elemento promotor do desenvolvimento
do processo de ensino, em geral, e dos alunos, em particular.
A partir desta análise podemos considerar a avaliação como o principal
instrumento de regulação da prática pedagógica.
32
Nérici,I. Giussepe, Introdução à Didáctica Geral, S. Paulo, 1965, 3ª ed., págs. 421 a 425.
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a) Provas Orais - estas podem ser realizadas após a
apresentação de um assunto novo para que os seus elementos
fundamentais venham a incorporar-se no todo de conhecimentos ou no
todo comportamental do aluno. Estes exercícios devem ser corrigidos e
comentados o mais depressa possível, para que seja orientada, o quanto
antes, a rectificação da aprendizagem, sempre que se fizer necessário.
Essas provas devem apenas merecer uma apreciação, não tendo, no
entanto, grande influência para a média.
b) Provas Escritas - estas podem ser mensais e exames
finais, podendo, no entanto, ser apresentadas em qualquer aula, como
testes que podem ser aplicados no final ou início de uma aula para o
professor se certificar sobre o que o aluno aprendeu e saber que rumo
dar aos trabalhos de classe : repetir, rectificar ou prosseguir. As mais
importantes são as provas mensais e parcelares.
c) Provas Práticas - o aluno é posto diante de uma situação
problemática, para a solução da qual ele terá de fazer uso de elementos
concretos e teóricos.
d) Provas Prático - orais - além de averiguarem o
conhecimento teórico, aferem habilidades, segurança e domínio de
técnicas bem como o manejo de instrumental especializado, pois quando
se pergunta pede-se que algo seja realizado em comprovação às
respostas orais.
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d) No final de uma unidade: esta avaliação permite ao
professor saber se a classe está em condições de passar para outra
unidade, esta pode ser oral ou escrita.
e) Provas mensais: a forma mais comum de realização
destas é a escrita e como o nome indica, são realizadas de mês em mês
ou de dois em dois meses.
f) Provas parciais: estas devem abarcar uma determinada
parcela do conteúdo estudado; a matéria deve ser precisamente
delimitada e com bastante antecedência. O aluno deve ser orientado a
preparar-se antecipadamente para as provas. A escola deve marcar o
horário das provas, pelo menos, três semanas antes. Assim o professor
poderá mais objectivamente orientar os estudos de seus alunos e estes
poderão, também melhor distribuir o seu tempo.
Estas modalidades de avaliação, apresentadas por Nérici revelam em
grande escala o carácter gradual, sistemático do processo de avaliação
dando ao professor a possibilidade de verificar como vai decorrendo a
assimilação do material docente, detectar as lacunas e incorrecções nos
conhecimentos dos alunos permitindo perspectivar o trabalho futuro.
Passamos agora a análise das modalidades da avaliação segundo o
ponto de vista de Walter Lemos, Anabela Neves e outros apresentados
na obra A Nova Avaliação da Aprendizagem.(33)
Os referidos autores submetem a analise quatro modalidades de
avaliação: Formativa, Sumativa, Aferida e Especializada. Estas
modalidades de avaliação têm como finalidade promover o sucesso
educativo dos alunos e melhorar a qualidade do sistema educativo, tendo
em conta o ritmo de desenvolvimento pessoal e a capacidade de
realização de cada um dos alunos. Pela sua importância, torna-se
necessária uma abordagem detalhada de cada uma delas:
33
Lemos, Valter e outros, A Nova Avaliação da Aprendizagem, Lisboa, 1994, 4ª ed., , pág. 27-32.
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elementos que reforçam, corrigem e incentivam a aprendizagem,
aumentando a eficácia, pois pretende-se que quem aprende tome parte
activa no seu processo de aprendizagem.
Esta modalidade de avaliação deve merecer uma atenção especial de
nossa parte, pois ela aporta elementos que nos permitiriam ultrapassar
algumas limitações da real avaliação realizada nas nossas escolas. Tais
elementos são os seguintes:
a) O objecto da avaliação formativa reveste-se de um carácter amplo e
abrangente - ela não se deve restringir apenas ao domínio dos
conhecimentos, mas também deve abarcar a área sócio-afectica do aluno
(competências, atitudes e destreza). O professor não se deve preocupar
apenas com a avaliação da aprendizagem no domínio cognitivo.
b) A avaliação deve ser levada a cabo em “equipa”, é certo que cada
professor desempenha um papel importante no processo de avaliação,
mas a responsabilidade deve ser assumida conjuntamente pelo professor
e outros intervenientes no processo educativo – Os alunos, os outros
professores, fundamentalmente o Director de Turma, os pais bem como
os órgãos de orientação e apoio educativo.
O professor deve manter os diferentes intervenientes da avaliação
informados, especialmente os alunos. Estes devem conhecer a tempo os
objectivos da aprendizagem para uma possível autoavaliação. Esta
incidência permite a detenção de dificuldades e das suas causas
permitindo a actuação oportuna para a recuperação dos alunos.
c) A avaliação formativa deve expressar-se de forma descritiva e
qualitativa sendo aconselhável o uso de registos estruturados de
aproveitamento. O registo estruturado do aproveitamento confere a
avaliação um carácter integral ao expressar uma avaliação formativa, ou
seja uma avaliação que engloba a área cognitiva e a sócio-afectiva,
proporcionando uma amostra segura dos resultados da aprendizagem
(instrutivos e educativos).
Nérici, chamou a esta modalidade “ Verificação de conhecimentos e
comportamento, tendo apresentando valiosas sugestões: “ (...) a nota final
do mês ou bimestre seria dada com base em 60% sobre a verificação de
conhecimentos e 40% sobre a avaliação do comportamento ”. (34)
Nérici, salienta ainda a necessidade de um trabalho conjunto entre todos
os professores, pois assim seria possível a atribuição de uma nota
34
Nérici, pág. 440.
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constante para o comportamento (40%), sendo variável apenas os 60%
referentes a área cognitiva, tendo sugerido uma ficha35.
Cada item da ficha pode ser avaliado de 0 a 10, dando um total de 100
pontos. O total de pontos obtidos por cada aluno será dividido pelo total
de itens de apreciação, neste caso, por 10. Exemplo: Suponhamos que
um determinado aluno tenha obtido as seguintes notas durante um
determinado período de tempo: Conhecimentos – 9; Comportamento - 7.
Qual será a sua nota real? Segue-se o cálculo:
1 - 60% da nota do conhecimento ( 60% de 9) = 5,4
2 - 40% da nota do comportamento ( 40% de 7) = 2,8
Nota final -------------------- 8,2
A sugestão de Nérici é realmente valiosa uma vez que nos oferece um
quadro integral da avaliação formativa e sua respectiva expressão
descritiva e qualitativa. Este quadro é ainda vantajoso porque mesmo
através de uma simples apreciação da ficha obtemos dados concretos
com relação ao ritmo de aprendizagem de cada aluno o que nos permite
formular um juízo de valor acerca do mesmo. O cálculo apresentado
permite uma avaliação precisa tanto do domínio cognitivo como da área
sócio – afectiva.
Em contrapartida, o quadro do registo estruturado de aproveitamento de
Lemos36 se bem que globalizante, não nos oferece uma expressão exacta
do ritmo de aprendizagem, seria conveniente a atribuição de notas para o
efeito.
Pela análise das situações apresentadas sugerimos um quadro de registo
estruturado de aproveitamento mais completo, que expressa uma fusão
entre o quadro apresentado por Lemos e a ficha de Nérici, pois, o mesmo
permite o registo e análise de aspectos tanto do domínio cognitivo como
do domínio sócio-afectivo37.
35
Ver anexos n.º 5 e 6.
36
Ver anexo n.º 10.
37
Ver anexo n.º 11.
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avaliação Sumativa permite ainda tomar decisões sobre a classificação
final, a progressão ou a certificação do aluno.”(38)
A avaliação Sumativa tem um carácter periódico permitindo averiguar o
ritmo de aprendizagem durante um determinado período, formalizando a
avaliação contínua. Este carácter também se manifesta no final de um
nível de ensino ao serem comparados: o nível de aprendizagem atingido
pelo aluno e os objectivos previamente definidos (para um ano lectivo ou
nível de ensino).
A importância da avaliação sumativa radica nos seguintes aspectos:
Quando aplicada no final de um período (semestre), permite
decidir a quem devem ser aplicados apoios e complementos educativos;
Quando aplicada no final de um nível de ensino dá origem
a decisões sobre a progressão ou retenção do aluno, exprimindo-se,
respectivamente através dos juízos “ aprovado” ou “ não aprovado”
Existe uma notação que se exprime, no nosso caso, na
escala de 0 a 20, acompanhada de uma síntese dos registos descritivos
a avaliação formativa.
A responsabilidade da avaliação é colectiva, nela participam
os professores e outros técnicos de Educação que integram o conselho
de turma, desempenhando o director de turma um papel fundamental,
devendo coordenar as actividades e garantir a natureza global e
integrante da avaliação.
38
Lemos, pág. 30.
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Zeferino Kapupulu
Portanto, através desta modalidade de avaliação é possível diagnosticar
a aprendizagem dos alunos e a formação de professores, pois através
dela é possível detectar os erros e dificuldades de aprendizagem mais
comuns. Podem ser realizados seminários especializados para a
superação dos professores bem como a informação sobre a natureza das
provas aferidas. Esta avaliação permite ainda determinar os padrões de
consecução dos alunos, acompanhar a sua evolução e fazer
comparações a nível racional.
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Zeferino Kapupulu
De um modo geral, as diferentes modalidades de avaliação, quando
aplicadas correctamente, fornece a informação adequada sobre o ritmo
de aprendizagem dos alunos e a qualidade do trabalho docente,
permitindo a tomada de decisões necessárias à promoção do sucesso
educativo nos alunos e à melhoria da qualidade do sistema educativo,
levando em conta o ritmo de desenvolvimento pessoal e a capacidade de
realização de cada um dos alunos.
39
Libâneo, J. Carlos, Didáctica, S. Paulo pág., 203-211.
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questões de correspondência, questões de múltipla escolha, questões do
tipo “teste de respostas curtas” ou de evocação simples, questões de
interpretação de texto, questões de ordenação e questões de
identificação.
Pela análise feita, consideramos que a aplicação correcta de alguns dos
instrumentos de avaliação anteriores pode tornar mais eficiente o
processo de avaliação na disciplina de Metodologia do Ensino. Assim
segue-se a caracterização dos mesmos:
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- Fazer uma lista de conhecimentos e habilidades, de acordo
com os objectivos, e seleccionar o que será pedido na prova. Levar em
conta o tempo disponível, considerando o nível de preparação da maioria
dos alunos.
- Preparar um guia para correcção, indicando as respostas
que podem ser consideradas correctas para cada questão.
- Atribuir a cada questão um peso (de 1 a 10), quando
desejar valorizar mais uma questão do que a outra.
- Preferentemente, corrigir pergunta por pergunta e não
prova por prova, a fim de que as respostas possam ser comparadas entre
si, tendo em vista o padrão de desempenho esperado.
- Quando a prova pedir dissertação sobre um só tema, em
que não há “resposta certa” e o aluno se expressa espontaneamente, o
modo correcto de correcção é ler todas as provas, classificando-as em
três montes: bons, suficientes e insuficientes. Em seguida, após uma
leitura mais corrida, confere-se a primeira observação e dá-se a
avaliação.
- Deve-se tomar o cuidado de ter o máximo de objectividade
na correcção.
Os objectivos deste tipo de prova não são muito diferentes dos anteriores.
Na forma de elaboração, ao invés de respostas abertas, pede-se que o
aluno escolha uma resposta entre alternativas possíveis de resposta.
As provas de questões objectivas avaliam a extensão de conhecimentos
e habilidades. Possibilitam a elaboração de maior número de questões,
abrangendo um campo maior da matéria dada. Por requerer respostas
mais precisas, é necessário controlar mais a interferência de factores
subjectivos, tanto do aluno quanto do professor. Possibilitam uma
correcção mais rápida, pois cada item, geralmente, apresenta apenas
uma resposta correcta.
Este tipo de prova tem algumas desvantagens, que devem ser superadas
pelo professor. Exige uma técnica apropriada de elaboração, recursos
materiais da escola (estêncil, papel, mimeógrafo); por ser aparentemente
fácil de elaborar, favorece a improvisação; oferece ocasião de o aluno
escolher a resposta por palpite (“chute”).
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Alguns autores classificam como provas objectivas também testes que
são respondidos na forma de dissertação, resolução de problemas ou
simplesmente de recordação de respostas autorizadas. São os testes
escolares comuns. Exemplos:
- Cite, pelo menos, 3 métodos de ensino e diga a que grupo
pertencem.
- O que é a aula e quais as suas características?
- Como transcorre o processo cognoscitivo dos alunos?
- O que entendes por processo de avaliação e quais as suas
funções?
40
Nérici, I. Giusseppe, Introdução à Didáctica Geral, S. Paulo, 1965, 3ª ed. pág.174
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aptidões naturais, para que eles sejam capazes de as utilizar em
diferentes contextos.
Estas capacidades, próprias do indivíduo, abrangem todos os campos de
actividade: é no despertar dos gostos, das paixões, das emoções e da
sensibilidade que a missão do professor se completa, que as disciplinas
curriculares se interligam, que os saberes se aliam. Tudo é importante no
desenvolvimento integral do aluno, não existindo fronteiras entre as várias
matérias do currículo.
Assim, no processo de avaliação, deve-se ter em conta que o saber não
deve ser totalmente compartimentado, mas deve, sobretudo, ser
considerado como um conjunto de conhecimentos que irá formar e
integrar socialmente cada aluno, tornando-o apto, ao sair da escola, quer
para ingressar na vida activa, quer para progredir nos estudos. Um
processo de avaliação integral pode fornecer ao aluno o “feed-back” de
que vai precisar para atingir aqueles objectivos.
A motivação dos alunos exerce uma influência considerável sobre o
processo de avaliação. Uma grande fonte de motivação da aprendizagem
é o sucesso, ou seja, o aluno percebe que está obtendo resultados
positivos que o leva a aplicar- se mais na situação educativa. Assim, a
motivação estimula o aluno a empenhar-se nas tarefas da aprendizagem,
tendo maior probabilidade de êxito. O ensino se tornará mais eficiente
graças a efectivação da aprendizagem do aluno, fazendo-o sentir- se
capaz de alcançar resultados positivos.
A motivação é um factor decisivo no processo de aprendizagem e,
portanto, não poderá haver resultados positivos se o aluno não estiver
motivado, se não estiver disposto a despender esforços. Não há, de modo
geral, aprendizagem sem esforço e muito menos aprendizagem escolar,
uma vez que ela se desenvolve num ambiente um tanto artificial. Não há
método ou técnica do ensino que dispense o esforço por parte do aluno.
Daí a necessidade do professor primar por uma motivação constante dos
seus alunos para que haja esforço voluntário por parte destes. Acontece,
no entanto, que o resultado da aprendizagem passa também a funcionar
como um elemento modificador do campo dos motivos, condicionando
assim comportamentos futuros (função educativa da avaliação).
“O aluno só se implica na situação educativa se for seu interesse pessoal
atingir esse objectivo” .(41)
41
Postic, Marcel, La Rélation, Educative, PVF, Pédagogie d’Aujourd’hui.
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10.8- RELAÇÃO FUNCIONAL ENTRE OBJECTIVOS E AVALIAÇÃO
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10.10.1- Determinar o que vai ser avaliado
Nessa etapa o professor deve indicar claramente quais as dimensões do
comportamento que irá avaliar: a aquisição pura e simplesmente do
conhecimento, de habilidades, de atitudes, de interesses, etc. Se o
professor pretende, por exemplo, verificar se o aluno é capaz de ler um
texto, deverá, nessa etapa, determinar as dimensões que serão avaliadas
desse atributo: recordar aspectos essenciais do conteúdo, relacionar
ideias, sintetizar o texto, criticá-lo, referi-lo a outros textos, a outros
autores e assim por diante.
Saber o vai ser avaliado é muito importante para poder desenvolver as
etapas posteriores, pois a natureza do que se vai avaliar determina, em
grande medida, a selecção de condições, critérios, técnicas e
instrumentos de avaliação.
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Zeferino Kapupulu
Existem técnicas e instrumentos mais adequados para cada tipo de
avaliação. Não podemos, por exemplo, utilizar um teste objectivo para
verificar se o aluno sabe redigir um texto de português.
LEITURA COMPLEMENTAR
Avaliação Do Comportamento
Instrumentos De Avaliação
Para viabilizar a implementação do exposto no ponto anterior (avaliação
do comportamento), sugerimos que sejam seleccionados e aplicados
diversos instrumentos de avaliação, numa perspectiva de
transversalidade, considerando-se cada situação concreta. Em qualquer
dos aspectos considerados a identificação dos itens a observar/avaliar,
devem resultar da análise da estrutura dinâmica de cada uma das
situações pedagógicas seleccionadas. Com base nesta metodologia
podem ser aplicados os seguintes instrumentos de avaliação:
b) Testes ou provas
As provas escritas assumem uma importância peculiar na disciplina de
Metodologia do Ensino, porque a estas o professor atribui notas das quais
vai depender a retenção ou promoção do aluno. Neste caso, somos de
opinião que estas devem reflectir o máximo possível o nível cognitivo
42
Ver anexo n.º 5.
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alcançado pelo aluno. Sugerimos que as mesmas sejam elaboradas
cumprindo rigorosamente as fases de elaboração dos instrumentos de
avaliação, sugeridas por nós, e contendo uma diversificação de questões
de forma a permitir ao professor certificar-se sobre o que o aluno
aprendeu e saber então, que rumo dar aos trabalhos de classe, repetir,
rectificar, ou prosseguir.
Outro aspecto que deve ser considerado é a correcção das provas; para
garantir o máximo de objectividade na classificação das mesmas.
Achamos que o professor deve considerar os aspectos abaixo
descriminados:
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c) Autoavaliação:
Cada professor poderá determinar e promover a auto –
avaliação sob critérios diversos, predefinidos. Esta avaliação poderá
resultar do preenchimento de uma ficha pelo próprio aluno, auto
apreciando-se quanto aos itens da mesma. Apresentamos no anexo no. 2
um sugestão de ficha de autoavaliação, cujos itens podem variar
consoante cada situação pedagógica concreta, e interesse do professor,
podendo destinar-se para apreciar os diferentes domínios (cognitivo,
afectivo e psicomotor). Para se obter o conceito final da ficha de
autoavaliação, podem atribuir-se valores de 5 a 1, em ordem decrescente,
de A a E e somar os pontos obtidos dividindo-os por 10. Fracção menor
de 0,5 levará o conceito correspondente ao número inteiro da fracção, e
a fracção igual ou maior de 0,5 levará o conceito correspondente ao
número inteiro imediatamente superior ao do que acompanha a fracção
(arredondamento por defeito).
Tal como vimos nas teorias, já descritas por nós, existem determinados
factores que influenciam a motivação dos alunos e que o professor pode
considerar para criar ambientes de aprendizagem mais produtivos:
Nível de preocupação – a preocupação também está associada à
tensão. Se os alunos acham que uma tarefa é muito fácil ou o nível de
realização actual satisfatório, sentirão pouca necessidade de alcançar o
sucesso e vão empenhar pouco do seu esforço. Por outro lado, se a tarefa
é muito difícil ou provoca muita tensão, então a própria tensão torna-se
dominante e pouca energia será despendida na aprendizagem. Por isso,
deve-se equilibrar o nível de exigência da tarefa de aprendizagem e a
capacidade inicial dos alunos para resolvê-la.
Tonalidade afectiva – os alunos empregam mais ou menos esforço
consoante o ambiente e a situação particular de aprendizagem são
agradáveis ou desagradáveis. As tonalidades afectivas podem ser:
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positivas, negativas ou neutras. Um ponto importante para os professores
terem em conta, se escolherem usar tonalidades afectiva negativa para
motivar a completarem uma tarefa de aprendizagem difícil, é voltarem o
mais depressa possível a uma tonalidade positiva.
Interesse – o nível de interesse que os alunos tenham por uma tarefa
de aprendizagem, em particular, está associado com a motivação para o
sucesso. O professor pode aumentar o interesse dos alunos relacionando
a matéria com a vida dos alunos, diversificar as actividades (viagens de
campo, simulações, música, jogos didácticos, etc.) e os métodos de
ensino (exposição oral, trabalho independente ou em pequenos grupos,
discussão, etc.).
Conhecimento dos resultados – obter feedback do desempenho é
também um factor motivacional, pois o aluno poderá realizar uma
autoavaliação, descobrindo as áreas em que se está a sair bem e aquelas
em que ele precisa melhorar. O feedback deve ser tão imediato quanto
possível (devolver o teste no dia seguinte), tão específico quanto possível
(comentários para além da classificação global do teste) e não
sentencioso.
Objectivo da sala de aula e estrutura de recompensa – os
objectivos e as estruturas de recompensa competitivas conduzem a
comparações e a relações de vencer – perder entre os alunos e fazem
com que a capacidade do aluno, e não o esforço, seja o principal factor
de sucesso. O objectivo e as estruturas de recompensa cooperativas
levam a interdependência social e a actividade partilhada torna o esforço
do aluno o principal factor de sucesso.
Desenvolvimento Do Grupo – A influência na sala de aula não emana
apenas do professor. Os alunos influenciam uns aos outros e também o
comportamento dos seus professores. As salas de aulas podem ser vistas
como sistemas sociais que incluem e influenciam as necessidades e os
motivos dos alunos, e a interacção entre as necessidades de um membro
e as normas do grupo. Um ambiente de aprendizagem produtivo é
caracterizado por um clima geral onde os alunos se sentem a si próprios
e aos seus colegas de forma positiva, onde as suas necessidades
individuais são satisfeitas de forma a que eles persistam nas tarefas
escolares e trabalhem cooperativamente com o professor e onde os
alunos possuem as competências interpessoais e grupais indispensáveis
para cumprir as exigências da vida na sala de aula.
Os professores podem ajudar o desenvolvimento das suas turmas,
enquanto grupo, ensinando aos alunos como os grupos crescem e
aprendem, ajudando-os também a aprender a trabalhar em grupo. O
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professor, logo no início do ano lectivo, deve elaborar um sociograma da
sua turma, no qual revela as relações de atracção e de repulsão
existentes no interior da sala, identificando os alunos isolados ou
preferidos, para poder actuar como moderador dessas relações
interpessoais.
O sociograma quando bem aplicado, revela os problemas de rejeição
existentes na sala de aulas. A rejeição é um factor de intensa relevância
em qualquer convívio social, pois, constitui-se no maior e no mais sério
obstáculo ao ajustamento do educando ao ambiente escolar. Muitas
vezes, a solução do problema não depende apenas do simples
agrupamento com base nos resultados do sociograma. È indispensável
que os elementos rejeitados, bem como o grupo como um todo, sejam
bem trabalhados, pela Orientação Educacional.
Para obter um sociograma da classe, o professor pode proceder da
seguinte maneira.(43 )
Solicita a cada aluno que escreva, numa folha de papel, os nomes de
três colegas com os quais gostaria de trabalhar junto, por ordem de
preferência. Os nomes de três colegas com os quais gostaria de
passear, divertir-se, etc., também por ordem de preferência.
Com base nas respostas dos alunos, o professor organiza uma matriz.
Para fazê-la procede da seguinte maneira: faz um gráfico, colocando
verticalmente os nomes dos alunos que fizeram as escolhas, e,
horizontalmente, os nomes das que foram escolhidas. Depois, analisa
as preferências de acordo com os nomes respectivos. O resumo das
escolhas é marcado na parte inferior do gráfico.
Existe uma diversidade de técnicas e instrumento de avaliação,
apresentando cada uma vantagens e desvantagens, o que evidencia a
necessidade de se seleccionar a (s) mais adequada (s) a cada situação
concreta. Deve-se ter em conta que muito raramente, ou nunca, um só
instrumento possibilita a avaliação pretendida. Somos de opinião que
sejam utilizados diferentes instrumentos, de forma combinada, uma vez
que a desvantagem de um pode ser superada pela vantagem de outro,
para a concretização de uma avaliação mais objectiva, mais justa e mais
motivadora.
43
Piletti, Didáctica Geral, editora ática, 14ª ed., S. Paulo 1991, p. 213.214
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