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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema:

Corredores de desenvolvimento em Moçambique e suas vantagens competitivas

Nome: Narcísia Ernesto Mombe - 708214969

Disciplina: Geografia de Transporte, Comunicação e Turismo

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia

Ano de Frequência: 3o Ano

Tutor: Luís Dovelo César

Maputo, Setembro de 2023

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discussão bibliográfica
nacional e
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internacionais
relevantes na área
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Conclusão 2.0
práticos
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tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
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s 6ª edição em das
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Bibliográfi citações e citações/referências
cas bibliografia bibliográficas

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ÍNDICE
0. Introdução.................................................................................................................. 5

0.1. Objectivos .......................................................................................................... 5

0.2. Metodologia ....................................................................................................... 5

1. Corredores de Desenvolvimento em Moçambique ................................................... 6

1.1. Definição ............................................................................................................ 6

1.2. Principais corredores de desenvolvimento em Moçambique............................. 6

1.2.1. Corredor de Nacala......................................................................................... 7

1.2.2. Corredor de Desenvolvimento da Beira ......................................................... 8

1.2.3. Corredor de Limpopo ..................................................................................... 8

1.2.4. Corredor do Desenvolvimento de Maputo ..................................................... 9

1.3. Vantagens competitivas dos Corredores de Desenvolvimento de Moçambique


………………………………………………………………………………...10

2. Conclusão ................................................................................................................ 12

3. Referências Bibliográficas ...................................................................................... 13

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0. Introdução
O presente trabalho, insere-se na disciplina de Geografia de Transporte, Comunicação e
Turismo, e intitula-se “Corredores de desenvolvimento em Moçambique e suas
vantagens competitivas”.

De acordo com Ross (2014) o conceito de corredores de desenvolvimento evoluiu a


partir dos corredores de transportes que estabelecem a ligação entre países ou entre sub-
regiões dentro de países, visando promover o comércio nacional e internacional através
da provisão de sistemas eficientes de transportes e logística. Segundo este autor, estes
corredores, amiúde centrados em redes rodoviárias e ferroviárias ligadas a portos,
baseiam-se em investimentos integrados em infra-estruturas físicas, bem como no
estabelecimento de políticas, regulamentação e instituições a governar o comércio e
investimentos sustentáveis ao longo do corredor.

0.1. Objectivos
Para o desenvolvimento do presente trabalho definimos os seguintes objectivos:

 Identificar os corredores de desenvolvimento em Moçambique;


 Caracterizar os corredores de desenvolvimento em Moçambique;
 Descrever as vantagens competitivas derivadas dos corredores de
desenvolvimento em Moçambique face aos países vizinhos.

0.2. Metodologia
Para a realização deste trabalho foi adoptado a pesquisa bibliográfica. Conforme Gil
(1999), a pesquisa bibliográfica é aquela que se desenvolve com base em material que já
foi elaborado. Basicamente, constitui-se de artigos científicos e livros. A principal
vantagem de se fazer uso deste tipo de pesquisa é que ele permite ao investigador cobrir
uma maior extensão de fenómenos do que a que seria possível atingir por meio de
pesquisa directa. Para o autor, esta qualidade revela a sua importância quando se
vislumbra um problema de pesquisa que exige dados relacionados ao objecto sob estudo
que estão dispersos no espaço e no tempo.

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1. Corredores de Desenvolvimento em Moçambique

1.1.Definição
De acordo com Chichava (2005) os corredores de desenvolvimento são rotas e infra-
estruturas de transporte ligando um ponto ao outro através de vários tipos de transportes
de carga ou de passeiros, para os países ou regiões do interland e vice-versa, por via
ferroviária e rodoviária. Ainda de acordo com o mesmo autor, a ligação estabelecida
pelos corredores de desenvolvimento, têm sobretudo uma base política com o propósito
expresso de proporcionar o desenvolvimento económico de uma determinada região ou
país através do escoamento da produção das áreas significativamente produtivas ou que
apresentem um elevado potencial de produção.

Num outro desenvolvimento, Chichava (2005) explica que o conceito de corredor e


desenvolvimento prevê um papel relevante para o sector privado nas disposições
institucionais, bem como a participação activa de autoridades públicas centrais e locais,
cuja plataforma institucional público-privada visa facilitar a eliminação de barreiras
regulatórias e políticas ao fluxo de mercadorias, pessoas e serviços através das
fronteiras.

Neste sentido, em virtude da sua localização geográfica única e dos seus recursos
naturais, Moçambique — talvez mais do que qualquer outro país em África Subsariana
— tem sido foco de diversos corredores de crescimento que visam a integração regional,
sobretudo em relação aos países do interland (Zimbabwe, Malawi, Zâmbia, Botsuana,
entre outros). Assim, segundo Matsinhe (2017) o objectivo dos corredores de
desenvolvimento de Moçambique, passam por (i) promover o comércio e o crescimento
impulsionado por investimentos ao longo dos corredores de desenvolvimento,
enfocando em projectos-âncora de grande porte, normalmente na área de mineração,
bem como optimizar investimentos em infra-estruturas, incentivar as actividades de
valor agregado e estimular a competitividade das economias regionais.

1.2. Principais corredores de desenvolvimento em Moçambique


De acordo com Ambrósio (2010) na década 80 Moçambique assumiu a
responsabilidade de coordenar o sector dos transportes dentro da organização regional
da SADCC, actual SADC e para alcançar esses objectivos foram agrupados em sistemas
integrados de transportes que dão acesso aos portos de Dar - és - Salam, Nacala, Beira,
Maputo e Lobito. Contudo, para se estabelecer ligações com os países do interland

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institucionalizou-se os corredores de desenvolvimento de Moçambique, sendo que os
principais são: Corredor de Desenvolvimento de Nacala, Corredor de Desenvolvimento
da Beira e Corredor de Desenvolvimento de Maputo.

1.2.1. Corredor de Nacala


Situado no norte do país, engloba o Porto de Nacala e a linha férrea que se estende até
entre lagos junto a fronteira com Malawi a 615km. No contexto da SADC, o corredor de
Nacala constitui a principal via de comunicação do Malawi com o mercado mundial e
serve aos países do Interland, como é o caso da Zâmbia.

De acordo com Ambrósio (2010), o Porto de Nacala, que serve os países do interland
neste corredor, é um dos melhores Portos da Africa Oriental e reúne requisitos naturais
que conjugado com acções de reabilitação e melhoramento pode se tornar num dos
melhores do continente. Este porto apresenta as seguintes características atractivas:

a) Apresenta condições de abrigo e de manuseamento de carga;


b) Tem facilidade de acesso através das águas calmas;
c) Tem uma grande profundidade, com cerca de 60 metros;
d) Apresenta boas condições naturais para expansão portuária numa área de 5000
há e 15km de comprimento;
e) Possui condições para receber petroleiros, podendo manusear até 2000 metros
cúbicos de produto líquido por dia;
f) Dispõe de uma zona de tanques com uma capacidade de 18 toneladas;
g) Possui mais de uma dezena de grandes armazéns em funcionamento.
Figura 1: Localização do Corredor de Nacala

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1.2.2. Corredor de Desenvolvimento da Beira
Situado no centro do país, constitui o complexo ferro portuário que estabelece a ligação
entre o Porto da Beira e a Vila de Machipanda junto a fronteira com o Zimbabwe a
cerca de 280 quilómetros, incluindo as ligações rodoviárias da Beira para o Malawi e
Zâmbia, bem como a ligação ferroviária para a província de Tete (Ambrósio, 2010).

Portanto, no âmbito da SADC, o corredor constitui a via de acesso natural mais


económico e rápida para países do Interland (Zimbabwe, Zâmbia e Malawi) nas
relações comerciais e é rota viável para outros países da região como Botswana e
República Democrática do Congo.

Figura 2: Localização do Corredor da Beira

1.2.3. Corredor de Limpopo


Localizado a norte de Maputo, o Vale do Limpopo integra a bacia do Rio Limpopo e a
Linha Férrea do Limpopo que liga o Zimbabwe ao Porto de Maputo. Em termos mais
específicos, o Corredor do Limpopo define-se pela linha férrea que vai do Porto de
Maputo até Chicualacuala, no território nacional, ligando depois o país, pela região sul,
à vizinha República do Zimbabwe, permitindo o escoamento de importações e
exportações (Francisco et al, s/d).
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Segundo Francisco et al (s/d) para efeitos de planeamento da actividade três regiões
principais podem ser identificadas no perímetro do Corredor do Limpopo: primária,
secundária e terciária, onde:

a) A região primária do Corredor abrangida é constituída pelas infra-estruturas de


transportes e comunicações que se desenvolvem ao longo do Corredor;
b) A região secundária compreende as diversas regiões administrativas
atravessadas pelo eixo primário das infra-estruturas, designadamente os distritos
de Manhiça, Magude, Chókwè, Macia, Xai-Xai, Chibuto, Guijá, Mabalane e
Chicualacuala;
c) A região terciária é constituída por outras regiões fora do eixo principal e pelos
de recursos que influenciam e subsidiam economicamente a região primária, tais
como a barragem de Massingir, os campos de gás de Pande e Temane, os
Parques Nacionais de Banhine e Zinave.

1.2.4. Corredor do Desenvolvimento de Maputo


De acordo com Ross (2014) o Corredor de Maputo é possivelmente o corredor com
maior desenvolvimento na África Subsariana, servindo as províncias altamente
desenvolvidas de Gauteng, Mpumalanga e Limpopo, da África do Sul, bem como a
Suazilândia, proporcionando uma ligação de transporte alternativa e economicamente
viável para empresas sul-africanas ao porto de Maputo, em vez do porto de Durban. O
programa de desenvolvimento do corredor inclui a auto-estrada com portagem EN4/N4
por meio de um contrato de concessão COT (Construir-Operar- Transferir), a

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reabilitação da linha férrea de Ressano Garcia, o posto fronteiriço Libombo-Ressano
Garcia, o redimensionamento dos portos de Maputo e Matola por meio de uma
concessão em forma de parceria público-privada, o projecto do gasoduto da Sasol e o
Parque Industrial do Beluluane.

Figura 4: Localização do Corredor de Maputo

1.3. Vantagens competitivas dos Corredores de Desenvolvimento de


Moçambique
Ho Min (2010) Os portos moçambicanos de Maputo, Beira e Nacala (integrados nos
corredores com mesmos nomes) são desde os finais do século XIX, os pontos de entrada
e saída para os produtos de diversos países africanos (Zâmbia, Malawi, Zimbabwe,
Botswana e a própria África do Sul), facto que conduziu a que Moçambique tenha sido
alvo de intervenções de potências regionais em particular da África do Sul, no sentido
de controlar as suas opções políticas.

A posição geoestratégica que atribui a Moçambique o estatuto de actor de destaque e


permite-lhe ter um valor estratégico a nível regional e continental. De acordo com
Moreira (2010) é esta posição privilegiada e estratégica que vem criando dependência
aos países do interland, que em certos momentos criou fricções que acabariam em

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tensões e hostilidades fronteiriças entre Moçambique e África do Sul durante a vigência
do apartheid.

Em Moçambique, os factores de produção necessários para competir a nível regional


são As Condições dos Factores. Pois, a localização geoestratégica de Moçambique na
região Austral de África constitui uma vantagem competitiva devido aos sistemas e
relações estabelecidas durante o era colonial com os países do interland. É nesta óptica
que os portos moçambicanos assim como as linhas férreas e estradas que ligam a maior
parte dos países da região, para além de constituir a espinha dorsal para os corredores de
desenvolvimento, constituem a essência da vantagem competitiva de Moçambique na
região. É esta panóplia infra-estrutural que determina a influência estratégica dos portos
marítimos de Moçambique no contexto dos países do interland na região Austral de
África (Ho Min, 2010).

Todavia, apesar das vantagens competitivas dos corredores moçambicanos, Ross (2014)
explica que os novos investimentos nos portos concorrentes de Durban e Richards Bay,
na África do Sul, poderiam corroer as vantagens comparativas do porto de Maputo e
refrear o desenvolvimento do corredor de Maputo, a não ser que o Governo de
Moçambique demonstre um novo ímpeto em abordar os desafios actuais, no sentido de
modernizar ainda mais os portos nacionais.

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2. Conclusão
Os principais portos deste país são de importância vital para os países do interland pois,
lhes proporciona as ligações ao comércio. Com a finalidade de desenvolvimento
equilibrado entre as três regiões do país foram constituídos os corredores de:
Desenvolvimento de Nacala – constituído pela linha ferroviária que liga o porto de
Nacala com o Malawi passando por Lichinga no Niassa; Corredor do desenvolvimento
da Beira – constituído pela linha ferroviária que liga o porto da Beira ao Zimbabwe e
outra que liga o mesmo porto com o Malawi e Zâmbia, chamada de linha de Sena;
Corredor de desenvolvimento do Limpopo – constituído pela linha que liga o porto de
Maputo ao Zimbabwe e interligando a Zâmbia; Corredor de desenvolvimento de
Maputo – constituído pelas linhas de Ressano Garcia e Goba. A primeira ligando o
porto de Maputo e a província sul-africana de Gauteng e a segunda à província do Natal.

A localização geoestratégica de Moçambique na região Austral de África constitui uma


vantagem competitiva devido aos sistemas e relações estabelecidas durante o era
colonial com os países do interland. É nesta óptica que os portos moçambicanos assim
como as linhas férreas e estradas que ligam a maior parte dos países da região, para
além de constituir a espinha dorsal para os corredores de desenvolvimento, constituem a
essência da vantagem competitiva de Moçambique na região. É esta panóplia infra-
estrutural que determina a influência estratégica dos portos marítimos de Moçambique
no contexto dos países do interland na região Austral de África.

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3. Referências Bibliográficas
Ambrósio, P.C. (2010). Módulo de Geografia de Moçambique II. Beira: UCM-IED.

Chichava, J. (2005). O sector de transporte em Moçambique. Maputo: UEM - Caderno


de apontamentos da Disciplina de Economia de Moçambique. Recuperado em:
https://scholar.google.com

Francisco, A.S. et al. (s/d). Iniciativa Espacial De Desenvolvimento Do Corredor Do


Limpopo: Fomento Do Processamento Agro-Industrial. Recuperado em:
https://scholar.google.com

Gil, A.C. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª ed. São Paulo: Atlas.

Ho Min, J. (2010). A importância dos portos marítimos de Moçambique numa


perspectiva estratégica. Lisboa: Instituto de Estudos Superiores Militares. Recuperado
em: https://scholar.google.com

Matsinhe, B. (2017). O impacto económico do Corredor de Maputo na vida dos


cidadãos. Recuperado em: https://scholar.google.com

Moreira, A. (2010). Estratégia. Vol. XIX. Instituto Português da Conjuntura


Estratégica. Lisboa: Artes & Letras.

Ross, D. (Org.). (2014). Moçambique em ascensão: construir um novo dia. Washington,


D.C.: Fundo Monetário Internacional.

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