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HS Ii
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TEMA:
1.1.CONTEXTUALIZAÇÃO .............................................................................................................. 5
1.1.2.OBJECTIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................... 5
1.2.METODOLOGIAS ...................................................................................................................... 6
3.1.CONCLUSÃO.......................................................................................................................... 15
1.1.Contextualização
1.1.Objectivos
1.1.1.Geral
1.1.2.Objectivos Específicos
5
1.2.Metodologias
Para a realização deste trabalho o autor recorreu a revisão bibliográficas que consistiu em
consulta de manuais físicos assim como virtuais na Internet, importante deste trabalho surge na
medida em que o mesmo contribui para o avanço da ciência fornecendo conhecimento acerca do
tema na qual o mesmo se subordina-se-me salientar que em ciência nenhum trabalho é estanque
por isso o autor deste trabalho espera pela análise crítica para que os próximos trabalhos sejam
melhorados.
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CAPÍTULO II: AS ANTIGAS SOCIEDADES MOÇAMBICANAS
De acordo com Godinho, (1967), o conceito de Prazos da Coroa termo usado a partir do séc XVI
para designar pequenas unidades políticas estruturadas dentro do império dos Mwenemutapa por
mercadores de origem portuguesa e indiana (goesa).
Os chefes destas unidades politicas recebiam o nome de Senhores Prazeiros, estes que obtinham
terras por três vias:
o que os exilados para Moçambique que tinham terras não exercessem o seu poder
absoluto sem prestar contas a ninguém;
o tirar benefícios económicos e políticos com a presença portuguesa na região do Vale do
Zambeze;
o acelerar a dominação colonial e a “civilização” com o incremento do povoamento branco.
O termo prazo aparece pela primeira vez no século XVII, oriundo de Portugal ou da Índia.
Neste século XVII, ter-se-ia instituído Índia a prática de aforar ou conceder terras da coroa
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portuguesa obtidas por conquistas na condição obrigatória do foréiro viver nelas e ter homens
preparados militarmente para a sua defesa.
Para a Índia chamou-se de prazo a concessão porque a terra era concedida mediante uma
renda anual e na durabilidade de duas ou três vidas (duas ou três gerações), findo o prazo a terra
voltava à coroa.
As terras onde foram erguidas estas pequenas unidades tiveram essencialmente três
origens:
o Terras doadas pelos chefes africanos ao governo português, essa era uma das formas
de aquisição de terras para a formação de prazos.
o Terras conquistadas aos chefes por exército de mercadores ricos;
o Terras compradas aos chefes africanos por mercadores.
o Razões da obrigatoriedade da renovação das concessões de três em três gerações e da
transferência de propriedade por via feminina em caso de morte dos titulares.
Antigamente era anormal que uma branca casasse com um negro e isso permitia o
controlo dos brancos sobre essas terras, enquanto era fácil um colono casar-se com uma mulher
negra; e caso isso acontecesse, a terra voltaria para as mãos dos moçambicanos. (Barata, 2002).
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A instituição do regime jurídico dos prazos ocorreu no contexto no Estado da Índia, que
incorporava Moçambique. Verificando-se já a doação de terras desde os anos de 1580, apenas no
início de Seiscentos, à medida que o império português se territorializava, o governo de Goa
estabeleceu normas para essas concessões, pelos alvarás de 6 de Fevereiro de 1608 e de 14 de
Dezembro de 1633. Tal como já ocorria no Estado da Índia, a cedência das terras de
Moçambique combinava aspectos da enfiteuse e da concessão de bens da Coroa. Do ponto de
vista normativo, elaborou-se um regime híbrido, pois a doação dos bens da Coroa, regulada pela
Lei Mental, divergia no plano legal da enfiteuse. Com efeito, a enfiteuse implicava que a Coroa
retinha o domínio directo da terra e cedia o domínio útil ao foreiro, em troca do pagamento de
um foro, em ouro desde 1633. Mas, estas concessões não eram meros contratos enfitêuticos, pois,
enquanto bens da Coroa, remuneravam serviços, designando-se “mercês”. Igualmente, coagiam
os mercenários a residirem na terra e a prestarem serviços, sobretudo militares, uma condição
inerente à concessão de bens não patrimoniais da Coroa. Quanto à duração, as concessões eram
em vidas, geralmente três, prevalecendo a perpetuidade para as instituições religiosas. Era
reconhecido o direito de renovação, permitindo ao último detentor apontar um sucessor, que
alcançava mais vidas. A transmissão destes prazos, tal como a dos bens da Coroa, regulava-se
pela indivisibilidade, obrigando à nomeação de um único sucessor, e pela inalienabilidade,
demandando a autorização régia para designar a vida seguinte. Relativamente à sucessão,
vigorou a livre nomeação, transmitindo-se a terra a parentes ou a estranhos, o que assegurava a
continuidade de casas sem descendentes, numa zona onde o controlo do território dependia dos
exércitos dos foreiros. Todavia, entre 1698 e 1751, um terço dos prazos foi concedido a mulheres
com a cláusula de casarem com europeus ou de sucederem filhas. Esta norma, que tendia a
recrutar reinóis, surgiu para a Província do Norte, por carta régia de 1626, actualizada por
posterior legislação. A sua transposição para Moçambique decorreu da interpretação dos
funcionários de Goa, pelo que na maioria dos títulos persistiu a livre nomeação.
Independentemente disso, muitas mulheres sucediam em prazos, quer devido à alta mortalidade
masculina, quer como estratégia familiar para alcançar alianças com estranhos.
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Em Moçambique, as concessões enfitêuticas implicavam, para além do domínio da terra,
a jurisdição sobre as populações africanas, o que permitia aos senhores, geralmente detentores de
largos territórios, colectarem rendas e serviços e construírem um enorme poder. A emissão dos
títulos de aforamento, competindo a múltiplas autoridades, no início de Setecentos, transitou para
o tenente-general dos Rios. Tanto as mercês novas como a sucessão de vidas obrigavam, ainda, à
obtenção da confirmação régia junto do vice-rei. Essa exigência, imposta para os bens da Coroa,
funcionava como um meio de controlar os foreiros. Este conjunto normativo constituía um
instrumento de estruturação social. A concessão de terras associada à remuneração de serviços
colocava no topo da sociedade uma elite recrutada em todo o império, mormente em Portugal e
na Índia. A sua reprodução biológica foi assegurada pelo casamento com mulheres da região e de
Goa. Visava-se, também, a construção de um modelo de administração que conferia a essa elite o
governo dos africanos e a responsabilizava pela defesa das fronteiras, (Bernadino, 1978).
A riqueza dos senhores baseou-se no comércio e mineração. Mas para tal foi necessário o
controlo da terra e das populações africanas. De um modo geral os senhores dispuseram também
de uma considerável mão-de-obra escrava, que assegurava o funcionamento da maioria das
diversas atividades económicas.
O exercício da autoridade por parte dos senhores dos prazos acolheu-se ao abrigo dos
padrões sociais e políticos africanos. Podia refletir-se na oferta de presentes, ou no uso de
violentas formas de coerção, o que podia levar à fuga de pessoas dos prazos.
As relações entre os africanos dos prazos iam além da oposição homens livres e escravos. Houve
laços de parentesco entre indivíduos de ambos os grupos, o que podia frustrar as intentadas ações
de violência, (Martinez, 1989).
Por tudo o que foi exposto, considero que estamos perante uma grande investigação, que
resultou numa obra muito relevante para a historiografia
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A instituição prazéira enfrentou desde o início uma série de dificuldades que vão se
circunscrever pelas seguintes razões:
Vários factores conjugados contribuíram para a decadência dos prazos dos quais
podemos destacar:
Dentro do sistema prazéiro para além da classe dominante (senhores de terras), existia a
classe donde se destacam os escravos com dois grandes grupos com funções diferentes: A-
chicunda e escravos domésticos, em número de (4 a 5000 mil homens) adquiridos a partir de
trocas por panos e missangas, ou oferecidos a partir da ajuda militar aos chefes locais, ou ainda
em períodos de fome, os camponeses locais aceitavam tornar-se escravos para não morrer.
Outros se ofereciam como escravos quando fugiam doutras aldeias por terem praticado
crimes.
2.7.Ideologia
Os prazos aproveitaram das práticas mágicas - religiosa dos nativos para garantir a
reprodução das relações de produção. Usavam muavi para descobrir a culpabilidade de alguém
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acusado de feitiçaria. Na morte dum prazéiro, realizava-se uma cerimónia tipo camente local, (o
chiriro). Os prazéiros recorriam aos adivinhos para realizar qualquer negócio ou viagem que é
uma prática meramente africana. Em fim, adquiriram hábitos e tradições africanas, tornaram-se
chefes e escravizaram as populações dos seus territórios.
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CAPÍTULO III: CONSIDERAÇÕES FINAIS
3.1.Conclusão
O termo prazo aparece pela primeira vez no século XVII, oriundo de Portugal ou da Índia.
Neste século XVII, ter-se-ia instituído Índia a prática de aforar ou conceder terras da coroa
portuguesa obtidas por conquistas na condição obrigatória do foréiro viver nelas e ter homens
preparados militarmente para a sua defesa.
Para a Índia chamou-se de prazo a concessão porque a terra era concedida mediante uma
renda anual e na durabilidade de duas ou três vidas (duas ou três gerações), findo o prazo a terra
voltava à coroa.
Barata, S.(2002):Introdução as Ciências Sociais. Vol 1. 10ª ed. viseu, Bertrand Editora.
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