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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação a Distancia

Fundamentos da Igreja Católica sobre a Bioética.

Cheque Elieme Cheque:708223723

Curso: Licenciatura em Ensino de História

Disciplina: Teologia

Ano de frequência: 2°

Chimoio, Setembro, 2023


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 Estrutura Aspectos Capa 0.5
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Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização
(indicação clara do 1.0
problema)
Metodologia
adequado ao do 1.0
trabalho
Introdução Articulação e
domínio do discurso
académico
(expressão escrita, 2.0
cuidada, coerência/
coesão textual)
 Conteúdos Revisões
bibliográficas
nacionais e
internacionais 2.0
Analise e relevantes nas áreas
discussão de estudo
Exploração dos
dados 2.0
Conclusão Contributos teóricos
práticos 2.0
Paginação, tipo e
tamanho de letras,
 Aspectos Formatação parágrafo, 1.0
Gerais espaçamento entre
linhas
 Referências Normas APA Rigor e coerência
bibliográficas 6ᵃ edição em das
citações e citações/referências 4.0
bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhorias:
Índice
1.Introdução 5

1.1.Objectivos 5

1.1.1.Geral 5

1.1.2.Específicos 5

1.2.Metodologias 5

2.Noção de bioética Católica 6

2.1. Características da bioética 6

2.2.Bioética e Magistério Católico 7

2.3.Teologia 7

3.O homem é um ser com dignidade 9

3.1. Conceito da Dignidade 9

4.1.2. Desvios sexuais 11

5.A responsabilidade moral do homem diante de Deus e sua falta de poder 11

6. Solidariedade e Cuidado 16

7.Actos contra a vida Humana 17

8.Conclusões 19

9.Referências Bibliográficas 20
1.Introdução
O presente trabalho é da cadeira de Teologia e aborda sobre Fundamentos da Igreja Católica
sobre a Bioética. Nas últimas duas décadas, os problemas éticos da medicina e das ciências da
vida explodiram em nossa sociedade com grande intensidade. Constitui um desafio para a ética
contemporânea providenciar um padrão moral comum para a solução das controvérsias
provenientes das ciências biomédicas e das altas tecnologias aplicadas à vida e saúde. Como
afirma o Papa Francisco: “Quando a técnica ignora os grandes princípios éticos, acaba por
considerar legítima qualquer prática (..) A técnica separada da ética dificilmente será capaz de
autolimitar o seu poder”

1.1.Objectivos

1.1.1.Geral
a) Conhecer o conceito da Teologia;

1.1.2.Específicos
a) Descrever a dignidade da pessoa humana, valor da vida humana, responsabilidade moral
e solidariedade e cuidado;

b) Debruçar a manipulação genética e reprodução assistida;

c) Identificar actos contra a vida humana;

1.2.Metodologias
Para materialização do presente trabalho, o autor recorreu vários endereços electrónicos e
manuais existentes o que culminou com a selecção dos que são importantes para o nosso estudo.
Em seguida foram compiladas detalhadamente para dar sentido o texto. Os autores apresentados
ao longo do texto estão devidamente citados nas referências bibliográficas.

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2.Noção de bioética Católica
Etimologicamente, a palavra Bioética vem do grego e significa: bios (vida) + ethike: (ética), ou
seja, “ética da vida”. Quer-se uma justa compreensão, uma harmonia entre vida e ética. Bioética,
portanto, pode ser definida como o estudo sistemático do comportamento humano na área das
ciências da vida e do cuidado da saúde, enquanto que tal comportamento é analisado à luz dos
valores e dos princípios morais. A referência central é o ser humano considerado desde a
concepção até a morte, (João XXIII1963).

Nas últimas duas décadas, os problemas éticos da medicina e das ciências da vida explodiram em
nossa sociedade com grande intensidade. Constitui um desafio para a ética contemporânea
providenciar um padrão moral comum para a solução das controvérsias provenientes das ciências
biomédicas e das altas tecnologias aplicadas à vida e saúde. Como afirma o Papa Francisco:
“Quando a técnica ignora os grandes princípios éticos, acaba por considerar legítima qualquer
prática (..) A técnica separada da ética dificilmente será capaz de autolimitar o seu poder”.

2.1. Características da bioética


São vários os fatores que caracterizam a origem da bioética. Citamos alguns:

a)Os avanços científico-tecnológicos: os rápidos progressos das ciências biológicas e médicas


tais como temas relacionados com o início da vida humana (aborto, aborto de anencéfalos,
pesquisas com embrião humano, células tronco embrionárias, clonagem, pílula do dia seguinte
etc.); os progressos técnicos em assuntos que envolvem o morrer (eutanásia, distanásia,
ortotanásia, cuidados paliativos etc.); pena de morte, violência, transplante de órgãos, técnicas de
reprodução humana, engenharia genética aplicada à biologia humana, transgênicos, ecologia etc.

b)Mudanças no conceito de saúde e na prática médica: saúde – não só bem-estar físico, mas,
sobretudo, qualidade de vida e realização integral; é um conceito abrangente, inclui alimentação,
higiene, planejamento familiar, meio ambiente, saneamento básico etc. A vida é vista dentro de
um ecossistema. Prática médica, (João XXIII1963)

c)A necessidade de uma bioética interdisciplinar, ou seja, em diálogo com as diversas ciências,
não só baseada na religião. A bioética deve basear-se na racionalidade humana, leiga e praticada
por todos. Fundamentar em princípios morais tudo que está relacionado com a vida. Considerar
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os valores permanentes baseados em princípios metafísicos e na moral religiosa cristã como
fatores constitutivos dos princípios éticos.

2.2.Bioética e Magistério Católico


Estamos vivenciando um momento intenso de reflexão sobre temas referentes à vida humana. Os
avanços das ciências da vida suscitam debates éticos. Os vários setores do poder público,
judiciário, religioso, científico e privado estão mobilizados neste debate. Dentro desse cenário de
enorme avanço no campo das ciências da vida, as questões que confrontam o cientificamente
possível e o eticamente admissível serão cada vez mais frequentes.

A vida humana está em pauta. Quando começa? Quando é pessoa? O que a caracteriza? Qual é
(ou deve ser) a visão moral de pessoa (ou sociedade)? Que tipo de pessoa devemos ser ou que
tipo de sociedade devemos construir? O que deve ser feito em situações específicas? Como
vivemos harmoniosamente? O que é qualidade de vida? Como deve ser respeitada em sua
dignidade? O que é interessante é que estes temas estão sendo comentados em casas, nas escolas,
Igrejas, na rua, entre amigos etc.

O debate público é de enorme relevância, pois a Igreja mesma entende a necessidade do


esclarecimento sobre o respeito à dignidade da pessoa. A competência da comunidade de decidir
sobre os rumos das ações, leis etc., referentes à vida não deve ficar só nas mãos dos cientistas e
dos políticos. A humanidade inteira deve ter suas instâncias de participação.

Um dos setores mais envolvidos neste debate e que mais recebe críticas é a Igreja Católica. A
Igreja é criticada por pessoas e setores da comunidade alegando dogmatismo, imposição,
arbitrariedade, desrespeito pela liberdade, intenção de dominar o estado etc. Muitos afirmam que
o estado é laico e, por isso, a Igreja não deve se “intrometer”.

2.3.Teologia
O termo teologia tem origem no latim theologĭa. Esta palavra, por sua vez, provém do conceito
grego formado por theos (“Deus”) e logos (“estudo”). A teologia é, desta forma, a ciência que
estuda Deus, os seus atributos e as suas perfeições. Trata-se de um conjunto de técnicas
filosóficas que procuram alcançar conhecimentos particulares sobre as entidades divinas.

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O termo foi adoptado por Platão em “A República” (Politeia, no original). O filósofo grego
usava-o para se referir à compreensão da natureza divina através da razão, em oposição à
compreensão literária. Posteriormente, Aristóteles viria a usar o conceito com duas acepções: a
teologia enquanto ramo fundamental da filosofia e a teologia enquanto denominação do
pensamento mitológico imediatamente anterior à filosofia.

Para Aristóteles, teólogos eram os criadores de mitos (Homero, Hesíodo), ou seja, eram poetas
que contavam o que os seus deuses haviam feito e também contavam sobre suas origens, seus
erros e virtudes. Também para ele, a teologia tratava-se do estudo metafísico do ente quanto ao
seu ser, (João XXIII1963).

Mas foi na Idade Média, entre os séculos IV e V, que o termo teologia passou a ser usado no
cristianismo, tendo o significado de conhecimento cristão sobre Deus.

Para o saber teológico católico, o objeto de estudo direto é Deus. Os seus verdadeiros critérios
são a razão humana e a revelação divina, ao passo que a Igreja é considerada como a comunidade
de fé e de cristianismo. A Igreja tem portanto o poder de estabelecer, de forma autorizada, os
distintos critérios para a reflexão teológica.

A Igreja católica considera que o saber teológico é racional (uma vez que a teologia é uma
ciência), cujo objeto é dado pela revelação (a Palavra de Deus) que, por sua vez, é transmitida e
interpretada pela Igreja.

A teologia católica reside em dois mistérios: o Mistério Trinitário (a doutrina cristã que explica a
existência de um só Deus em três figuras diferentes e identificáveis: Pai, Filho e Espírito Santo) e
o Mistério Cristológico (a vida de Jesus Cristo, com o seu nascimento, a sua paixão, morte e
ressurreição).

Segundo a definição hegeliana (uma corrente filosófica criada pelo filósofo alemão Georg
Wilhelm Friedrich Hegel), a teologia estuda as manifestações sociais de grupos no tocante as
divindades.

E essa é uma área de estudo que também possui objetos de estudos já definidos, mas como Deus
não é um objeto, logo, não sendo possível estuda-los diretamente, pode-se estudar apenas aquilo

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que se pode observar e, assim, na teologia, os objetos de estudos seriam as representações sociais
do divido em distintas culturas.

Nos cursos de teologia, por exemplo, nos primeiros anos as disciplinas que são estudadas são:
filosofia, ciências bíblicas, antropologia, hermenêutica bíblica, homilética, etc.

E sem seguida, logo depois desse primeiro ciclo, o aluno, então, passa a estudar outras
disciplinas, essas mais especificas como: missões, geografia bíblica, história de Israel, disciplinas
cristãs, hebraico, grego, ética cristã, teologia sistemática, seitas e heresias, sociologia da religião,
exegese, apologética, dentre outras.

E quem se forma em teologia pode atuar como conselheiro espiritual, capelão, assessorando
grupos religiosos, como pastor, etc. Podendo ainda fazer uma pós-graduação e atuar como
professor em universidades.

3.O homem é um ser com dignidade


3.1. Conceito da Dignidade

A dignidade da pessoa humana radica na noção de criação a imagem e semelhança de Deus.


Perante Deus, cada indivíduo representa a dignidade de género humano. A motivação mais
profunda da dignidade da pessoa humana está na revelação oferecida pelo Verbo encarnado.
Jesuveio revelar que o pai ama todos os homens independentemente das suas condições sociais
(Mt. 16,26; Lc 12,23). Por isso a igreja ensina que: O homem imagem vivente de Deus vale por
si mesmo, não por aquilo que sabe, produz ou que possui. É a sua dignidade de pessoa que
confere valor aos bens que ele usa para se exprimir e realizar-se.

O homem atinge esta dignidade quando, libertando-se da escravidão das paixões, tende para o
fim pela livre escolha do bem e procura a sério e com diligente iniciativa os meios convenientes
(Gs. nº 17).

4.Conceito da bioética

A bioética é o estudo sistemático da conduta humana, no âmbito das ciências da vida e da saúde,
considerada á luz de valores e de princípios morais.

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O âmbito das ciências da vida e da saúde compreende a consideração da biosfera para além da
medicina.

A bioética é a orientação que diz respeito às intervenções sobre a vida, entendida em sentido
extensivo que deve compreender também as intervenções sobre a vida e saúde do homem.

4.1.A vida humana

4.1.1.O início da vida humana

A - Reprodução natural

O ser humano começa a existir quando no acto sexual o óvulo que sempre tem o cromossoma X
fica fecundado pelo espermatozóide que tem ou cromossoma X ou Y, resultando numa menina -
XX, ou num rapaz -XY, dependendo do tipo de espermatozóide que fecunda o óvulo.

4.1.2. Sexualidade Humana

A regulamentação da sexualidade humana é firmemente radicada na carne e no sangue e toca um


conjunto de factores:

a) Sexo cromossómico: depende da constituição genética que distingue cromossomas


sexuais diferentes, XX na mulher e XY no homem. Essa fórmula preside todas as
diferenciações ulteriores.

b) Sexo gonádico: distingue na mulher órgãos genitais do tipo feminino, os ovários, e no


homem, os testículos, órgãos do tipo masculino. Nesse contexto, distingue-se também o
sexo enzimático, isto é, a existência de substâncias químicas provenientes dos ganes que
provocam as determinações gonádicas que aparecem no crescimento do indivíduo
(Laversin, 755).

c) Sexo endócrino: concerne as secreções hormonais das glândulas endócrinas que ficam
derramadas directamente no sangue do indivíduo para permear todo o organismo. O sexo
endócrino é essencialmente mas não unicamente relacionado as gônatas e determina o
aspecto exterior do indivíduo (Laversin, 755).

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d) Sexo morfológico: concerne as características sexuais secundárias exteriores – órgãos
genitais externos, estatura, abundância, disposição do pêlo, o tom da voz etc. Trata-se do
sexo do estado civil (Laversin, 755).

e) Sexo psicológico: constituído pelas características afectivas e intelectuais de cada sexo.


(Laversin, 755).

f) Sexo funcional: toca o papel do indivíduo de realizar um acto sexual seguido ou não por
procriação (Laversin, 756).

g) Sexo social: refere à vida na sociedade, segundo o papel de cada sexo fora do acto sexual,
por exemplo, na vida familiar, no campo profissional.

4.1.2. Desvios sexuais

São considerados desvios sexuais todas as condutas sexuais contrárias às normas comummente
estabelecidas numa determinada sociedade.

a) Homossexualidade: Atracção erótica predominante e persistente entre pessoas do mesmo sexo.


Os actos homossexuais são intrinsecamente uma desordem por falta de uma união sexual
genuína com a parte unitiva e ou procriativa.

b) Pederastia ou Pedofilia actividade sexual entre um(a) adulto(a) e um(a) menor (Peschke, 1989,
454).

c) Zoofilia – coito com um animal

d) Sadismo – prazer sexual conseguido mediante crueldade exercida sobre o outro.

e) Masoquismo – prazer sexual conseguido mediante suporte da crueldade e humilhação.

4.1.2. Pecados de natureza sexual

a) Prostituição – é a prática do acto sexual como moeda de comércio.

b) Adultério – é a prática do acto sexual fora do matrimónio. Ele ofende a justiça, e a fidelidade
(Peschke, 1989, 444).

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c) Violação – é a prática do acto sexual com uma pessoa contra a sua vontade. O violador usa a
força física, e o engano ou busca uma pessoa sem o uso da razão.

d) Incesto – prática sexual entre pessoas com afinidade de parentesco.

e) Fornicação – toda a relação sexual fora do quadro social do matrimónio ou do casamento.

5.A responsabilidade moral do homem diante de Deus e sua falta de poder


A questão da responsabilidade do homem parece deixar perplexa muitas almas. Eles consideram
difícil, se não impossível conciliar este princípio com o fato de que o homem é completamente
sem energia. "Se o homem é absolutamente impotente argumentam eles, como pode ser
responsável? Se ele próprio não pode se arrepender e crer no Evangelho, como você pode ser
responsável? E se a pessoa, em última análise não é responsável para crer no Evangelho, em que
base, então, pode ser julgado por rejeitá-lo? "

Isto é como a mente humana argumenta; e a teologia, infelizmente, não ajudar a resolver a
dificuldade, mas, pelo contrário, aumenta a confusão e escuridão.

Bem, em primeiro lugar, uma escola de teologia, a "alta" ou calvinista ensina -e com razão, a
impotência ou incapacidade do homem por completo; que se deixá-lo para se livrar por sua
própria capacidade, não poderá e nem terá o desejo de ir a Deus; isto só é possível pelo poder do
Espírito Santo; pois se não fosse pela graça livre e soberana de Deus, nenhuma uma alma poderia
ser poupada; que, se dependesse de nós só faríamos o errado e nunca o bem.

De tudo isso, o calvinista segue que o homem não é responsável. Seu ensino está correto, mas o
seu dedução está errado.

Já a outra escola de teologia, a "baixa" ou Arminiano ensina, e com razão, que o homem é
responsável; Ele será punido com a destruição eterna por sua rejeição do Evangelho; Deus
ordena a todos os homens em todos os lugares para que se arrependa; roga aos pecadores, a todos
os homens, ao mundo, que se reconcilie com Ele; Deus deseja que todos os homens se salvem e
cheguem ao conhecimento da verdade.

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De tudo isso, o sistema deduz que o homem tem o poder ou o a faculdade de se arrepender e crer.
Seu ensino está correto; sua dedução, errado.

Daqui resulta que nem o raciocínio humano ou os ensinamentos de mera teologia-alta ou baixa-
nunca poderão resolver a questão da responsabilidade do homem e sua impotência. Somente
palavra de Deus pode fazer isso; e a faz de maneira simples e conclusiva. Ela ensina, demonstra
e ilustra, desde o início do Gênesis até o final do Apocalipse, a completa impotência do homem
para fazer bem e sua constante inclinação para o mal.

Em Gênesis 6, afirma que "toda a imaginação dos pensamentos de seu coração é só má


continuamente." Em Jeremias 17, ele afirma que "o coração é enganoso acima de todas as coisas,
e perverso." Em Romanos 3 nos ensina que "não há um justo, nem um sequer; ninguém entende.
Não há quem busque a Deus. Todos se extraviaram, e à uma se fizeram inúteis; não há ninguém
que faça o bem, não há sequer um."

Além disso, a Bíblia não só ensina a doutrina da ruína absoluta e irremediável do homem, do seu
mal incorrigível, a sua total incapacidade de fazer o bem e sua má inclinação inevitável, mas
também nos fornece uma riqueza de evidências, absolutamente inegável, na forma de fatos e
ilustrações tomadas da história real da humanidade, demonstrando a doutrina.

Ela nos mostra o homem no jardim, acreditando no diabo, desobedecendo a Deus e sendo
expulso. Mostra, que depois de ser expulso, seguiu o seu caminho do mal, até que Deus
finalmente teve que enviar o dilúvio. Em seguida, na Terra restaurada, o homem fica bêbado e
degradado. Ele é testado sem a lei, e prova ser um rebelde sem lei. Em seguida, ele é testado sob
a lei e se torna um transgressor premeditado. Em seguida, ele enviou os profetas, e o homem os
apedrejam; João Batista é enviado, e o homem o decapita; o Filho de Deus é enviado, e o homem
crucifica; o Espírito Santo é enviado, e o homem o resiste. Assim, é em cada volume -por assim
dizer- da história da humanidade, em todos os segmentos em cada página, em cada parágrafo,
cada linha lemos sobre a sua ruína completa, de sua total alienação de Deus. Somos ensinados,
da forma mais clara possível, que se dependesse do homem, não pode e não quer, no entanto,
certamente, deve-se convertesse a Deus, fazendo obras dignas de arrependimento.

E, em perfeita concordância com isso, podemos aprender com a parábola do grande banquete que
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o Senhor se referiu em Lucas 14, que nem mesmo um dos convidados queria estar na mesa.
Todos os que estavam sentados à mesa, foram "forçados a entrar". Jamais teriam entrado no
banquete se tivesse sido deixado à sua própria conta. A graça, a livre graça de Deus, força-os a
entrar; e assim ele faz,(Bento XVI,2009).

Bendito seja para sempre o Deus de toda graça!

Mas, por outro lado, lado a lado com isso, é ensinado com igual força e clareza, uma verdade
solene e importante da responsabilidade do homem. Na Criação, Deus se dirige ao homem como
um ser responsável, como tal, sem dúvida, é. E também a sua responsabilidade, em cada caso, é
medida por seus benefícios. Portanto, quando você abre o livro de Romanos, vemos que o gentil
é considerado na condição sem lei, mas sendo responsável por dar atenção ao testemunho da
criação, que não o fez. O judeu é considerado como estando sob a lei, responsável por guarda-la,
que não o fez. Em seguida, no capítulo 11 da epístola, o cristianismo é considerado responsável
por ficar na bondade de Deus, que ele não o fez. Em 2 Tessalonicenses 1 lemos que aqueles que
não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, serão punidos com a destruição eterna.
Finalmente, no capítulo 2 da epístola aos Hebreus, o Apóstolo, lança a consciência esta solene
pergunta: "Como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação?" Mas o gentil não
será julgado na mesma base do judeu; o judeu não será julgado na mesma base como cristãos
nominais. Deus vai lidar com cada um em seu próprio terreno distintivo e de acordo com a luz e
os privilégios recebidos. Algumas pessoas recebem "muitos açoites" e outros “poucos açoites" de
acordo com Lucas 12.

Será "mais tolerável" para alguns do que outros, de acordo com Mateus 11. O Juiz de toda a terra
vai fazer o que é certo; mas o homem é responsável, e a responsabilidade é medida pela luz e os
benefícios que lhe foram dadas. Nem todos são agrupados indiscriminadamente, como se
estivessem em um terreno comum. Por outro lado, é feita uma distinção tão rigorosa, e ninguém
nunca vai ser condenado por menosprezar e rejeitar benefícios que não estava dentro do alcance.

Mas, certamente, o próprio fato de que haverá um julgamento, ainda que se não tivesse outra
prova, mostra que o homem é responsável.

E quem -preguntamos- quem é o protótipo perfeito de irresponsabilidade? Aquele que rejeita ou


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despreza o Evangelho da graça de Deus. O Evangelho revela a plenitude da graça de Deus.
Todos os recursos divinos são implantados no Evangelho: o amor de Deus; o precioso trabalho e
a Pessoa gloriosa do Filho; o testemunho do Espírito Santo. Além disso, no Evangelho, Deus é
visto no maravilhoso ministério da reconciliação, rogando aos pecadores que se reconciliar com
Ele, (Bento XVI,2009).

Nada pode ultrapassar isso. É a maior implantação cheia de graça, misericórdia e amor de Deus;
portanto, todos aqueles que rejeitam ou desprezam, são responsáveis no sentido mais estrito,
trazendo sobre si mesmos o julgamento mais severo de Deus. Aqueles que rejeitam o testemunho
da Criação são culpados; aqueles que violam a lei são culpados também; mas aqueles que
rejeitam a graça oferecida, são os mais culpados de todos.

Existe alguém que ainda se propõe a dizer que não é possível conciliar as duas coisas: a
impotência do homem e a responsabilidade do homem?

Em tal caso é bom que tenha em conta que não fomos incumbidos de concilia-los. Deus o fez ao
incluir ambas as verdades uma ao lado da outra em sua Palavra eterna. Cabe a nós nos
sujeitarmos e crer, não a raciocinar. Se olharmos para as conclusões e deduções das nossas
mentes, ou dogmas das escolas antagônicas da teologia, nós cairemos em uma confusão e
perplexo e confuso. Mas se estamos inclinados simplesmente as Escrituras, nós saberemos a
verdade. Os homens podem pensar e se rebelar-se contra Deus; mas a questão é se é o homem
que deve julgar a Deus ou é Deus julgará o homem. É Deus soberano ou não? Se é o homem
quem vai julgar Deus, então Deus não é mais Deus. "Oh homem, quem és tu, que a Deus
replicas?" (Romanos 9:20). Esta é a questão fundamental. Podemos responder a isso?

O fato é que esta dificuldade em relação à questão do poder e responsabilidade é um erro que
surge da nossa ignorância da nossa verdadeira condição e nossa falta de completa submissão a
Deus. Toda alma que está em uma condição moral boa, reconhecem abertamente a sua
responsabilidade, sua culpa, o seu absoluto desamparo, seu mérito do justo juízo de Deus, e que
se não fosse pela graça soberana de Deus em Cristo, seria inevitavelmente condenada. Todos
aqueles que não reconhecem isso, do profundo da sua alma, se ignoram a si mesmo, e colocou
inevitavelmente em juízo contra Deus. Tal é a situação, se quisermos ser ensinados pelas

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Escrituras.

Tomemos um exemplo. Um homem me deve algum dinheiro; mas é um inconsciente e


desperdiça tudo, de modo que este homem não é capaz de me pagar; e não é apenas incapaz, mas
não tem a menor vontade de fazê-lo. Você não quer me pagar; Você não quer nada comigo. Se
ele me vê descendo a rua, esconde-se o mais rápido que pode para que eu não o veja. É o
responsável? Não tenho motivos para processá-lo? Será que sua incapacidade total de me pagar o
exonera?

Então eu envio o meu servo com uma mensagem amorosa; o Insulta. Eu enviar outro; e o fere.
Então eu envio o meu próprio filho para pedir que você venha a mim e reconheça que me deve,
confesse e assuma seu lugar apropriado, pois eu quero dizer-lhe que não só perdoo a sua dívida,
mas também quero associá-la a mim. Em seguida, ele insultou o meu filho em todas as formas
possíveis, faz todos os tipos de crueldade contra ele e, eventualmente, mata-o. Tudo isso é
apenas uma ilustração muito fraco do verdadeiro estado de coisas entre Deus e o pecador.

No entanto, alguns poderiam argumentar e discutir sobre a injustiça de considerar que o homem
é responsável. Este é um erro fatal, a partir de qualquer ponto de vista. No inferno não há uma
única alma que tenha qualquer dificuldade sobre esta questão. E certamente que no céu ninguém
sente qualquer dificuldade quanto a isso. Todos os que estão no inferno reconhecem que tiveram
o que mereciam segundo as suas obras; enquanto que aqueles que estão no céu reconhecem
unicamente "devedores somente à graça Deus".

Os primeiros devem agradecer a si mesmos; os últimos devem agradecer a Deus. Acreditamos


que esta é a única solução real para a questão da responsabilidade e o poder do homem.

6. Solidariedade e Cuidado

Sabemos que, etimologicamente falando, o termo “solidariedade” originase do latim: solidum,


elemento sólido, terra firme, ou também o maciço, o indiviso, diz Pianigiani1. No tempo dos
romanos, a expressão in solidum era apenas usada na jurisprudência comercial romana, no
sentido de comprometer, coresponsavelmente, cada um dos integrantes de cada uma das partes
da transação comercial, credores e devedores, com o todo do negócio. Estabelecia-se, desse
modo, um vínculo jurídico recíproco entre credores ou devedores de uma mesma obrigação, de
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tal modo que esta decisão tornava sólido o estabelecido naquele contrato comercial. Isto é, a
transação comercial resultava sólida, porque não sofreria solução de continuidade pela ausência
ou desistência ou inadimplência de um ou mais de seus participantes.

Porém não existia no latim antigo o termo solidarietas, nem outro que lhe fosse próximo.
Todavia pertenciam à mesma família semântica, já naquele tempo, os vocábulos solidare
(consolidar), soliditas (solidez), solidatio (consolidação), sempre com a conotação básica de dar
solidez, firmeza ou consistência a um ato, a uma pessoa, a uma ação ou realidade, a fim de
impedir que, no futuro, se fragilize, quebre ou desapareça por circunstâncias alheias.

A solidariedade confere particular relevo à intrínseca sociabilidade da pessoa humana, à


igualdade de todos em dignidade e direitos, ao caminho comum dos homens e dos povos para
uma unidade cada vez mais convicta.

A solidariedade se apresenta sob dois aspectos complementares: o de princípio social e o de


virtude moral

A solidariedade deve ser tomada antes de mais nada, no seu valor de princípio social ordenador
das instituições, em base ao qual devem ser superadas as «estruturas de pecado», que dominam
os relações entre as pessoas e os povos, devem ser superadas e transformadas em estruturas de
solidariedade, mediante a criação ou a oportuna modificação de leis, regras do mercado,
ordenamentos, (Bento XVI,2009).

A solidariedade é também uma virtude moral, não um sentimento de compaixão vaga ou de


enternecimento superficial pelos males sofridos por tantas pessoas próximas ou distantes. Pelo
contrário, é a determinação firme e perseverante de se empenhar pelo bem comum; ou seja, pelo
bem de todos e de cada um, porque todos nós somos verdadeiramente responsáveis por todo

O termo «solidariedade» exprime em síntese a exigência de reconhecer, no conjunto dos laços


que unem os homens e os grupos sociais entre si, o espaço oferecido à liberdade humana para
prover ao crescimento comum, de que todos partilhem.

7.Actos contra a vida Humana

7.1. A Contracepção
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É o mecanismo de interferência no processo natural da fecundação. Esta pode ser preventiva,
impedindo a fecundação, ou abortivo, impedindo o desenvolvimento do óvulo fecundado.

7.2. Reprodução assistida

Consiste na assistência médica do processo de reprodução humana. Existem várias técnicas de


assistência de acordo com os motivos da necessidade da assistência.

a) Inseminação artificial

Consiste na colocação do esperma na vagina ou numa outra parte do aparelho reprodutivo


feminino13 por meios artificiais. Este método é usado para responder à questões ligadas à
esterilidade ou impotência masculina. Em princípio, esta prática não apresenta dificuldades
morais quando o esperma provém do cônjuge.

Quando por outras razões o esperma é de um doador, há dificuldade de manutenção dos


princípios matrimoniais, ou seja, a unidade matrimonial, a dignidade dos cônjuges, a vocação
dos pais de ficar pai e mãe exclusivamente através um do outro e o direito do filho de ser
concebido e nascer no matrimónio e através do matrimónio.

b) Fecundação in vitro e transferência de embriões

Esta técnica consiste em colocar O esperma (do marido ou do doador) e os óvulos em contacto
num vaso para realizar a fecundação, em um laboratório. Este processo responde a questões de

esterilidade feminina ou em ambos os cônjuges. Esta técnica coloca um problema de base que é
o do futuro dos embriões já fecundados e não alocados a uma mãe. Por isso a Igreja desencoraja
esta técnica.

c) Maternidade substitutiva

Trata-se de uma prática de contratação de mulheres que com pagamento assumem a gestão de
embriões fecundados in vitro com óvulos e espermatozóides de outras pessoas ou dos bancos de
embriões (Screccia, 2007, p, 552). Esta técnica é igualmente desencorajada pela Igreja.

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8.Conclusões

Chegado a este extremo é importante frisar estamos vivenciando um momento intenso de


reflexão sobre temas referentes à vida humana. Os avanços das ciências da vida suscitam debates
éticos. Os vários setores do poder público, judiciário, religioso, científico e privado estão
mobilizados neste debate. Dentro desse cenário de enorme avanço no campo das ciências da vida,
as questões que confrontam o cientificamente possível e o eticamente admissível serão cada vez
mais frequentes.

A vida humana está em pauta. Quando começa? Quando é pessoa? O que a caracteriza? Qual é
(ou deve ser) a visão moral de pessoa (ou sociedade)? Que tipo de pessoa devemos ser ou que
tipo de sociedade devemos construir? O que deve ser feito em situações específicas? Como
vivemos harmoniosamente? O que é qualidade de vida? Como deve ser respeitada em sua
dignidade? O que é interessante é que estes temas estão sendo comentados em casas, nas escolas,
Igrejas, na rua, entre amigos etc.

O debate público é de enorme relevância, pois a Igreja mesma entende a necessidade do


esclarecimento sobre o respeito à dignidade da pessoa. A competência da comunidade de decidir
sobre os rumos das ações, leis etc., referentes à vida não deve ficar só nas mãos dos cientistas e
dos políticos. A humanidade inteira deve ter suas instâncias de participação.

Um dos setores mais envolvidos neste debate e que mais recebe críticas é a Igreja Católica. A
Igreja é criticada por pessoas e setores da comunidade alegando dogmatismo, imposição,
arbitrariedade, desrespeito pela liberdade, intenção de dominar o estado etc. Muitos afirmam que
o estado é laico e, por isso, a Igreja não deve se “intrometer”.

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9.Referências Bibliográficas

Bento XVI (2009). Exortação Apostólica pós-sinodal Sacramentum caritatis, S. Paulo: Ed.
Paulinas.

Bento XVI (2011). Exortação apostólica pós-sinodal Africae Munus. Vaticano: Libreria Editrice
Vaticana.

Francisco (2013). Exortação apostólica Evangelii Gaudium. Maputo: Ed Paulinas.

João XXIII (1963). Carta encíclica Pacem in Terris. Acedido a 23 de Janeiro de 2015 de

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