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UniAGES
Centro Universitário
Bacharelado em Fisioterapia

DANIELA SOUZA AQUINO

ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTES


ACOMETIDOS POR OSTEOARTRITE NO JOELHO

Paripiranga
2021
2

DANIELA SOUZA AQUINO

ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTES


ACOMETIDOS POR OSTEOARTRITE NO JOELHO

Monografia apresentada no curso de graduação do


Centro Universitário AGES, como um dos pré-
requisitos para a obtenção do título de bacharel em
Fisioterapia.

Orientador: Prof. Me. Fabio Luiz Oliveira de Carvalho

Paripiranga
2021
3

Aquino, Daniela Souza, 1992


Abordagem fisioterapêutica em pacientes acometidos por
osteoartrite no joelho/Daniela Souza Aquino – Paripiranga, 2021.
92 f.: il. 11.

Orientador: Prof. Me. Fabio Luiz Oliveira de Carvalho


Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) –
UniAGES, Paripiranga, 2021.

1. Abordagem fisioterapêutica em pacientes. 2. Acometidos por


osteoartrite no joelho. I. Título. II. UniAGES.
4

DANIELA SOUZA AQUINO

ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTES


ACOMETIDOS POR OSTEOARTRITE NO JOELHO

Monografia apresentada como exigência parcial


para obtenção do título de bacharel em
Fisioterapia à Comissão Julgadora designada
pela Coordenação de Trabalhos de Conclusão
de Curso do UniAGES.

Paripiranga, 30 de novembro de 2021.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Fabio Luiz Oliveira de Carvalho


UniAGES

Prof. Dalmo de Moura Costa


UniAGES

Prof. Igor Macedo Brandão


UniAGES
5

Dedico este trabalho a Deus, pois, sem Ele, nada seria possível.
Aos meus pais, Marli e Gerson, pelo amor incondicional, por sempre
acreditarem em meus sonhos e me apoiarem.
Aos meus irmãos, Gabriela e Joelson, por todo amor, companheirismo e incentivo.
À minha avó, Guilhermina, por todo amor e confiança a mim depositada e por todas
as orações.
Ao meu namorado, que sempre acreditou em mim e me apoiou.
A toda a minha família e aos meus amigos, em especial, aos que a universidade me
proporcionou e que pretendo ter ao meu lado para toda vida.
6

AGRADECIMENTOS

A Deus, por abençoar e iluminar os meus passos ao longo dessa jornada, que
me concedeu força e coragem para seguir e vencer cada adversidade do caminho.
Agradeço pela realização desse sonho realizado, que Ele me faça de instrumento para
seus propósitos e que eu possa retribuir ao próximo tudo o que a fé nEle me
proporcionou, Deus me fortaleceu para chegar ao fim desse desafio, agradeço por me
mostrar o caminho certo. Obrigada pela realização desse sonho que não seria
possível sem a Sua presença em minha vida!
Aos meus pais, Marli de Jesus e Gerson Aquino, que acreditaram e abdicaram
de muito para a realização desse sonho, me apoiaram incondicionalmente desde o
começo dessa trajetória. Estiveram sempre ao meu lado, a eles todo meu amor e
minha admiração, que eu, um dia, possa retribuir toda a confiança a mim concedida,
são eles os meus verdadeiros amigos hoje e sempre. Obrigada pelo amor
incondicional, pela dedicação, pelo carinho e apoio em prol dos meus sonhos, e por
serem meu alicerce e meus maiores exemplos de valores éticos e humanos.
Aos meus irmãos, Gabriela Aquino e Joelson Aquino, por estarem sempre ao
meu lado, por cuidarem tão bem de mim, sempre me apoiando e acreditando em mim,
sempre me incentivando e me ajudando no que fosse preciso, aconselhando-me e me
motivando. Obrigada!
À minha segunda mãe, minha avó Guilhermina, por todo seu amor, seus
cuidados e suas orações dedicados a mim, que me ama incondicionalmente e acredita
veemente em mim e nos meus sonhos, minha maior incentivadora, sem a senhora,
não teria me tornado a mulher que hoje sou, à senhora dedico a realização deste
sonho, que, não medirei esforços para retribuir seu imenso amor a mim dedicado
todos esses anos.
À minha amiga e irmã que a faculdade me deu, Yara Sabrina de Moraes, sua
amizade foi um presente que quero levar comigo por toda a minha vida, conte sempre
comigo, que, assim como eu, esse é só mais um passo para a realização de todos os
nossos sonhos, foram dias difíceis, nada vem fácil, mas, sem sua amizade, seria tudo
mais difícil, sofremos juntas, mas vencemos juntas.
7

À minha família e aos meus amigos, que, de alguma forma, contribuíram para
a realização deste sonho. Em especial, aos meus amigos e republicanos que a
universidade me deu e pretendo levar comigo para sempre, Gilza, Cleber, Clovis,
Patrícia, Vitoria, Joice, Joice Santos, Sabrina, Andrezza e Jaqueline.
Ao Centro Universitário AGES, que me proporcionou a realização deste sonho,
o Bacharel em Fisioterapia, me tornando uma profissional de excelência a partir dos
ensinamentos de professores de excelência.
Ao meu coordenador e orientador, Prof. Fabio Luiz, professor exemplo de ser
humano e profissional que muito admiro, que muito me ajudou e me conduziu durante
todo o percurso deste trabalho. Aos meus demais professores e brilhantes
fisioterapeutas, Giselle Dosea, Ananda Ribeiro, Elenilton Souza, Beatriz Benny.
Obrigada!
8

A maior recompensa para o trabalho do homem


não é o que ele ganha com isso, mas o que ele
se torna com isso.

John Ruskin
9

RESUMO

A osteoartrite ou artrose de joelho é uma doença reumatológica de caráter crônico,


degenerativo, que agride a articulação do joelho, a qual acomete milhões de pessoas
em todo o mundo. Diante disso, vale ressaltar que tal doença ocasiona em inúmeros
prejuízos à vida do indivíduo, logo que o mesmo tem declínio na realização de suas
atividades de vida diária, consequentemente, perda em sua qualidade de vida.
Contudo, faz-se necessário educar a população quanto às medidas preventivas com
informações sobre a doença, o estímulo da prática de exercícios físicos, controle do
peso corporal, as orientações nutricionais e atividades que corroborem para o
envelhecimento saudável. A pesquisa visa, como objetivo geral, abordar os aspectos
a respeito da abordagem e atuação fisioterapêutica mediante aos pacientes
acometidos por osteoartrite de joelho, presentes na literatura, destacando os métodos
de cinesioterapia e hidroterapia, diante da sintomatologia apresentada pela doença e,
como objetivos específicos, compreender a anatomia e biomecânica do joelho, fatores
etiológicos e fisiopatológicos da doença, elencar o impacto epidemiológico na
população mundial, destrinchar quais fatores de risco estão associados à doença,
evidenciar o quadro clínico presente nesses pacientes com sinais e sintomas, bem
como, abordar quais são os métodos de diagnóstico da osteoartrite e entender como
ocorre a atuação do fisioterapeuta nesses casos. Portanto, o presente trabalho trata
de uma revisão integrativa, em que, para a realização deste estudo, foram utilizados
os seguintes descritores: “osteoartrite de joelho”, “degeneração articular”, “dor
articular” e “fisioterapia” em idiomas como português, inglês e espanhol. A monografia
foi realizada entre os meses de agosto e novembro de 2021, quando, nesse período,
foi feita uma pesquisa sistemática diante do tema trabalhado. Foram utilizados
estudos publicados entre os anos de 2011 a 2021, com exceção da utilização de
quatro obras clássicas anteriores ao ano de 2011, porém, com predominância de
utilização de estudos do ano de 2020, em bases de dados: SciELO, LILACS,
MEDLINE/PubMED e PEDro. Por conseguinte, são notórios os prejuízos acarretados
na vida do indivíduo acometido por osteoartrite, visto que os sintomas apresentados
pela doença são dor intensa na articulação do joelho, perda da amplitude de
movimento, rigidez articular, crepitações ao movimento e inflamação local, uma vez
que tal sintomatologia ocasiona a perda da funcionalidade da articulação lesada. É
possível observar que a principal característica da osteoartrite seja dor intensa na
articulação e diminuição do espaço articular, assim, faz-se necessário tanto a
avaliação fisioterapêutica para o diagnóstico da osteoartrite, quanto a intervenção e
abordagem do profissional de fisioterapia. Desse modo, em relação ao tratamento
conservador da osteoartrite, o fisioterapeuta atua tanto na promoção de saúde e na
prevenção da progressão da doença, com abordagem fisioterapêutica para sanar o
quadro clínico sintomatológico do paciente. Portanto, o papel do fisioterapeuta é
imprescindível com o intuito de proporcionar melhora dos sintomas da doença e,
assim, propiciar qualidade de vida a esses pacientes, corroborando com a
funcionalidade dos mesmos e compactuando para que eles possam realizar suas
atividades de vida diária após a reabilitação significativa.

PALAVRAS-CHAVE: Osteoartrite de joelho. Degeneração articular. Abordagem


fisioterapêutica.
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ABSTRACT

Osteoarthritis or knee arthrosis is a chronic, degenerative rheumatologic disease that


attacks the knee joint, which affects millions of people worldwide. Therefore, it is
noteworthy that this disease causes innumerable losses to the individual’s life, as soon
as he has a decline in the performance of his daily activities, consequently, loss in his
quality of life. However, it is necessary to educate the population about preventive
measures with information about this disease, encouragement of physical exercise,
body weight control, nutritional guidelines and activities that support healthy aging. The
research has as a general objective to address aspects regarding to the
physiotherapeutic approach and performance for patients with knee osteoarthritis,
present in the literature, highlighting the methods of kinesiotherapy and hydrotherapy,
given the symptoms presented by the disease, and, as specific objectives, to
understand the anatomy and biomechanics of the knee, etiological and
pathophysiological factors of the disease, to list the epidemiological impact on the
world population, to unravel which risk factors are associated with the disease, to show
the clinical picture present in these patients with signs and symptoms, as well as to
address what are the methods for diagnosing osteoarthritis and to understand how the
physiotherapist works in these cases. Therefore, this work is an integrative review, in
which, to carry out this study, the following descriptors were used: ‘knee osteoarthritis’,
‘joint degeneration’, ‘joint pain’ and ‘physiotherapy’ in languages such as Portuguese,
English and Spanish. This monograph was carried out between the months of August
and November 2021, when, during this period, a systematic research was done about
the theme worked on. Studies published between the years 2011 to 2021 were used,
with the exception of the use of four classic works prior to 2011, however, with a
predominance of studies from the year 2020, in databases: SciELO, LILACS,
MEDLINE/ PubMED and PEDro. Therefore, the damages caused in the life of the
individual affected by osteoarthritis are notorious, since the symptoms presented by
the disease are intense pain in the knee joint, loss of range of motion, joint stiffness,
crackles on movement and local inflammation, since such symptoms cause the loss of
functionality of the injured joint. It is possible to observe that the main characteristic of
osteoarthritis is intense pain in the joint and a reduction in the joint space, thus, it is
necessary both the physiotherapy assessment for the diagnosis of osteoarthritis, as
well as the intervention and approach of the physiotherapy professional. Thus, in
relation to the conservative treatment of osteoarthritis, the physiotherapist works both
in health promotion and in the prevention of the disease’s progression, with a
physiotherapy approach to remedy the patient’s clinical symptomatology. Therefore,
the physiotherapist’s role is essential in order to improve the symptoms of the disease
and, thus, to provide quality of life for these patients, supporting their functionality and
colluding so that they can do their daily activities after the significant rehabilitation.

KEYWORDS: Knee osteoarthritis. Joint degeneration. Physiotherapeutic approach.


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LISTAS

LISTA DE FIGURAS

1: Anatomia do joelho 20
2: Articulação do joelho 24
3: Ligamentos do joelho 25
4: Meniscos do joelho 26
5: Representação da presença de osteófitos na articulação do joelho, perda da
cartilagem e redução do espaço articular 36
6: Exame radiográfico evidenciando a diminuição do espaço articular do joelho e a
presença de osteófitos 44
7: Aumento do volume articular causado por edema e o arqueamento do joelho
esquerdo 45
8: Visão radiográfica de manifestações de AO 48
9: IRM evidenciando características típicas de OA de joelho e quadril 49
10: Radiografia e US evidenciado a apresentações típicas da OA da base do
polegar 50
11: Exemplo da escala Kellgren – Lawrence (KL) 51

LISTA DE QUADROS

1: Esquematização do processo de aquisição do corpus 61


2: Síntese de estudos relacionados 62
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LISTA DE SIGLAS

ACR American College of Rheumatology


ADAMTSs A Desintegrin And Metalloprotease with eight ThromboSpondin-1-like
ADM Amplitude de Movimento
AST Área de Secção Transversal
ATJ Artroplastia Total de Joelho
AVD Atividades de Vida Diária
BMLs Lesões da Medula Óssea
BMP-2 Proteína Morfogenética Óssea
CDC Centers of Diseases Control and Prevention
CF Capacidade Funcional
CHARLS Estudo Longitudinal de Saúde e Aposentadoria da China
COFFITO Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional
CPT Fisioterapia Convencional
DMO Densidade Mineral Óssea
EEB Escala de Equilíbrio de Berg
EVA Escala Visual Analógica
FNP Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva
HILT Laserterapia de Alta Intensidade
IL-1 β Interleucina 1 Beta
IL-6 Interleucina 6
IL-8 Interleucina 8
IMC Índice de Massa Corporal
IRM Ressonância Magnética
KLG Grau de Kellgren – Lawrence
LCA Ligamento Cruzado Anterior
LCF Ligamento Colateral Fibular
LCL Ligamento Colateral Lateral
LCM Ligamento Colateral Medial
LCP Ligamento Cruzado Posterior
LCT Ligamento Colateral Tibial
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LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde


MAPK Proteína Quinase Ativada por Mitógeno
MEDLINE Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
MMPs Metaloproteinase
NFkB Fator Nuclear Kappa B
OA Osteoartrite
OAI Osteoarthritis Initiative
OAJ Osteoartrite de Joelho
OARSI Osteoartrite Research Society International
OMS Organização Mundial de Saúde
ON Óxido Nítrico
PBE Prática Baseada em Evidências
PEDro Physiotherapy Evidence Database
QV Qualidade de Vida
RCTs Pesquisadas em Busca de Ensaios Clínicos Randomizados
ROAD Research on OA / Osteoporosis Against Disability
SciELO Scientific Electronic Library Online
SES Marcadores de Status Socioeconômico
TC Tomografia Computadorizada
TC10m Tempo de Caminhada Rápida de 10 metros
TC6 Teste de Caminhada de 6 minutos
TE Terapia por Exercício
TENS Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation
TEV Trombo Embolismo Venoso
TNF-a Fator da Necrose Tumoral
TUG Avaliação de Equilíbrio (Timed Up and Go Test)
US Ultrassom
US Ultrassonografia
USA Estados Unidos
WHOQOL-OLD Avaliação de Qualidade de Vida
WOMAC Western Ontario and McMaster Universities Arthritis
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 14

2 DESENVOLVIMENTO 19
2.1 Referencial Teórico 19
2.1.1 Anatomia do joelho 19
2.1.2 Biomecânica do joelho 24
2.1.3 Etiologia da osteoartrite de joelho 27
2.1.4 Fisiopatologia da osteoartrite de joelho 31
2.1.5 Epidemiologia da osteoartrite de joelho 37
2.1.6 Fatores de risco da osteoartrite de joelho 41
2.1.7 Sinais e sintomas da osteoartrite de joelho 43
2.1.8 Métodos diagnósticos da osteoartrite de joelho 46
2.1.9 Abordagem fisioterapêutica da osteoartrite de joelho 52

3 METODOLOGIA 59

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 62

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 83

REFERÊNCIAS 86
15

1 INTRODUÇÃO

A osteoartrite (OA) é a doença reumática mais prevalente que causa alterações


degenerativas na cartilagem articular e na região periarticular das articulações
sinoviais, tendo em vista que o joelho é frequentemente acometido. O processo que
denota do quadro clínico de OA se desenvolve devido à relação entre os fatores de
risco sistêmicos e os locais, visto que os fatores sistêmicos são idade, raça, fatores
genéticos, sexo, hormonais, densidade óssea e nutricionais. Já os fatores locais se
referem ao ganho de peso, às condições traumáticas, ocupacionais, à fraqueza
muscular e ao movimento funcional. Outros fatores que propiciam o surgimento da OA
são obesidade, envelhecimento e ser do sexo feminino (FREITAS, 2020).
Santos et al. (2020) evidenciam que a OA é um distúrbio da articulação,
ocasionado pelo estresse celular e pela degradação da matriz extracelular que foram
iniciadas devido às lesões que acarretaram na ativação de respostas de reparos
inadaptadas, com isso, incluindo caminhos pró-inflamatórios de imunidade inata. Têm-
se manifestações como um desarranjo molecular, apresentando alterações
anatômicas e fisiológicas, que se distinguem devido à degradação da cartilagem,
remodelação óssea, formação de osteófitos, bem como, inflamação da articulação
acometida e perda da funcionalidade articular.
OA não tem cura, contudo, com o tratamento adequado, busca-se sanar o
quadro álgico, inibir a perda de Amplitude de Movimento (ADM), recuperar e impedir
o processo de degeneração e perda da funcionalidade da articulação acometida.
Todavia, é enfatizado que, mesmo com a efetividade dos exercícios prescritos,
eficácia essa, comprovada estatisticamente, que mostra ser melhor ou igual a ingesta
medicamentosa que são corriqueiramente prescritos para tal caso. Seu efeito em
relação à funcionalidade articular e dor ainda precisam de maiores evidências, dito
isso, os autores corroboram que é possível que nem todos os métodos terapêuticos
tenham sido explorados e pesquisados, quando melhores resultados podem ser
alcançados (SANTOS et al., 2020).
Samuel e Kanimozhi (2021) ratificam que a OA é mundialmente uma das
doenças que mais causam dor e incapacitam funcionalmente o indivíduo acometido,
em que é estimado que 22% a 39% em uma população de 1.252 bilhões sofram com
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OA. Doença essa que pode acometer qualquer articulação de um indivíduo, porém, é
prevalente no quadril e joelho, sendo o joelho indicado com maior índice de
prevalência. Taxas essas que aumentarão consideravelmente até o ano de 2030,
considerando o aumento do envelhecimento populacional, tendo em vista que esse é
um dos fatores que propiciam para o surgimento de OA.
Tratando-se de uma crise de saúde pública a OA nos Estados Unidos (USA) é
uma das principais causas de deficiência funcional, com mais de 22,7 milhões de
pessoas que relatam limitações em suas atividades funcionais. Dito isso, o autor
evidência que, com o envelhecimento populacional, alto índice de obesidade e altas
taxas de lesões traumáticas na articulação do joelho, tais fatores, irão desencadear
novos casos da doença que irão disparar nas próximas décadas (MANDL, 2019).
Spinoso et al. (2020) ratificam que a OA no Brasil acomete cerca de 5% da
população entre 30 a 59 anos de idade, sendo relatado que, em um consultório
médico, inúmeros indivíduos todos os anos têm sido diagnosticados com OA, em que,
entre as articulações mais afetadas, está a articulação do joelho. Considerada a
segunda doença crônica mais comum que atinge a população, é evidenciada como
uma das principias disfunções musculoesqueléticas, e, consequentemente, um
problema de saúde que está avançando rapidamente. Sendo caracterizada por causar
limitações funcionais importantes no indivíduo, é considerada uma das doenças
reumáticas mais prevalentes na população.
A osteoartrite de joelho (OAJ) é uma doença crônica que, frequentemente, afeta
mais pessoas idosas, caracterizada por dor intensa, limitação da mobilidade e rigidez
articular. É necessária a colaboração do paciente para a melhoria do seu quadro
clínico, em que deve haver contribuição do mesmo, visando uma abordagem
conservadora. Deve ser aliado a alguns hábitos de mudanças de vida, acrescentando
que é de extrema importância mudanças do estilo de vida desse indivíduo, como a
busca pela prática de exercícios físicos e a redução de peso corporal, para que, dessa
forma, seja possível um tratamento com maior qualidade e efetividade (RODRIGUES;
OLIVEIRA; GARCIA, 2020).
De caráter progressivo, multifatorial e que pode produzir dor crônica, apesar de
a intervenção com artroplastia total de joelho (ATJ) ser, em muitos casos, a melhor
intervenção terapêutica, cerca de ¼ dos pacientes submetidos a esse procedimento
não obtiveram alívio de dor, ou recuperação funcional depois da cirurgia. Dito isso,
pacientes acometidos por OA podem desenvolver depressão, ansiedade, bem como,
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catastrofização da dor, quando tais fatores psicossociais podem intensificar ainda


mais essa dor, mesmo após serem submetidos a ATJ (SILVA, 2020).
É evidenciado por Rocha et al. (2020) que a osteoartrose faz parte do processo
de cronificação da OA, a literatura traz que ambas têm o mesmo significado que é o
mesmo que desgaste articular, tal doença articular degenerativa e progressiva, de
caráter não-inflamatório, consiste na degradação da cartilagem dessa articulação,
esse distúrbio ocasiona no déficit do movimento sincrônico normal que essa
articulação tem, ocasionando dor, rigidez, disfunções da força muscular, e
instabilidade desse segmento articular, mediante tudo isso, tais condições irão
propiciar na redução da mobilidade funcional do indivíduo acometido, acarretando
perda de função.
O autor corrobora ainda que há evidências de que tal doença não resulta do
processo do envelhecimento, como anteriores achados na literatura, mas, sim, devido
às mudanças bioquímicas e aos estresses biomecânicos que afetam a cartilagem
articular. Mediante tal fato, a OAJ acomete em maior parte o sexo feminino, tendo em
vista, anatomicamente a cartilagem articular dessa região que é menos espessa, a
qual apresenta também menor volume e menor área, o que resulta no aumento da
força de cisalhamento nesse local (ROCHA et al., 2020).
Sendo a OAJ a doença crônica das articulações mais prevalentes, que, devido
a fatores biomecânicos que interferem no alinhamento das articulações do joelho,
resultam em deformidades em valgo ou varo, levando, assim, a cargas desiguais em
tais estruturas. Desta forma, o envelhecimento é um dos fatores preponderantes
relacionados a tal doença. Porém, acrescentam que motivos como cargas desiguais,
posições anormais, deformações esqueléticas e o excesso de pressão ocasionado
pela obesidade corroboram em alterações mecânicas da articulação e propiciam para
o surgimento da OAJ (SAINI; GOYAL; SAMUEL, 2021).
A OA é a doença articular mais corriqueiramente encontrada nas populações
ocidentais, a qual afeta, principalmente, os joelho, as mãos, os quadris e pés.
Causando incapacidade funcional progressiva no indivíduo acometido, com diversos
fatores etiológicos envolvidos, dentre eles, a obesidade, idade, os fatores
ocupacionais e genéticos que favorecem para seu surgimento. Dito isso, os autores
acrescentam, ainda, que estudos epidemiológicos no mundo todo enfatizam que a
idade e o sexo feminino são primordiais para o surgimento da doença, e que tais
pessoas acometidas estão dentre uma das maiores causas por afastamento do
18

trabalho, devido ocasionar perda de funcionalidade na articulação lesada (FREIRE et


al., 2020).
Zeng et al. (2020) abordam que a OAJ é uma das principais causas de
imobilidade e/ou substituição articular, uma vez que são dois fatores importantes para
o risco do surgimento de Trombo Embolismo Venoso (TEV), em que a Organização
Mundial de Saúde (OMS) destacou que cerca de 80% dos indivíduos com OAJ
apresentam limitações de movimento e 25% são incapazes de realizar suas principais
Atividades da Vida Diária (AVDs), dito isso, no que interpele à problemática em
questão, é notório que, embora a OAJ seja evidenciada como uma doença comum,
consequentemente, o VET é uma condição associada, importante e fatal. Contudo, é
de extrema importância mais estudos acerca da associação entre OAJ e o risco de
VET, ficando evidente a problemática que a falta de movimento acarretará para o
indivíduo com OA.
Martucci, Fregonesi e Mantovani (2021) contribuíram dizendo que as
propedêuticas evidenciadas para pacientes com OA, que corriqueiramente estão
disponíveis como condutas, são abordagens cirúrgicas, prescrições medicamentosas,
e as opções não-farmacológicas, em que é ratificado o tratamento fisioterapêutico,
considerado como a principal escolha terapêutica para a doença, visando sua
efetividade quanto ao tratamento e à prevenção da progressão da doença.
Santos et al. (2020) evidenciam que, ao avaliar a relação da efetividade de
diversos tratamentos para OA, são recomendadas, principalmente, as intervenções
biomecânicas, bem como a diminuição do peso, autocuidado, e a educação dos
pacientes, o que são indispensáveis para uma propedêutica efetiva. Foram abordados
como resultados satisfatórios a utilização de acupuntura, ultrassom, e a
transcutaneous Electrical Nerve Stimulation (TENS), entretanto, com poucas
evidências conclusivas de seus benefícios.
Contudo, o profissional fisioterapeuta tem total autonomia para elucidar tanto o
diagnóstico cinético-funcional, quanto a elaboração de uma abordagem efetiva de
pacientes acometidos por OAJ, em que utilizam recursos terapêuticos no intuito de
diminuir a progressão da doença, redução do quadro álgico, melhora da
funcionalidade e mobilidade da articulação, visando, desta forma, contribuir para a
melhoria de qualidade de vida desses pacientes. São aplicados recursos que
objetivam auxiliar na redução da dor e no fortalecimento muscular, que,
19

consequentemente, contribuirá para a diminuição e progressão da doença (YAMADA


et al., 2018).
Yamada et al. (2018) destacam, ainda, que exercícios aeróbicos e exercícios
de fortalecimento são benéficos para pacientes acometidos por OAJ, bem como, os
exercícios de marcha que podem ser utilizados na biomecânica da marcha, e, assim,
contribuem para a melhora da dor e o aprimoramento da funcionalidade da
articulação, e os exercícios de força muscular, aeróbico e de equilíbrio são
fundamentais na propedêutica desses pacientes.
Mediante a tudo que foi exposto, quais seriam as abordagens fisioterapêuticas
eficazes em um protocolo efetivo para pacientes acometidos por OAJ?
Dito isso, esta pesquisa tem como objetivo geral abordar aspectos a respeito
da abordagem e atuação fisioterapêutica mediante a pacientes acometidos por OA de
joelho, presentes na literatura. E como objetivos específicos, abordar fatores
etiológicos, fisiopatologia da doença, elencar o impacto epidemiológico na população,
abordar métodos diagnósticos, biomecânica e anatomia do joelho, evidenciar e revisar
propedêuticas com protocolos efetivos e inovadores acerca da OAJ. Assim, se faz
necessário entender como ocorre a atuação do profissional de fisioterapia em casos
como esse, para que mediante a problemática, possa ser traçado um tratamento
fisioterapêutico efetivo para esses pacientes.
Por conseguinte, a presente pesquisa trata de uma revisão integrativa da
literatura, sendo de importante relevância, tanto no âmbito acadêmico, científico,
quanto social, devido abordar sobre uma doença crônica, degenerativa e progressiva,
que acomete milhões de indivíduos em todo o mundo, que tem como características
a perda da funcionalidade do membro lesado, acarretando prejuízos tanto funcionais
para realização de AVDs, quanto em prejuízos psicossociais no indivíduo acometido.
Elencando que é esperado um aumento significativo nos próximos anos de pacientes
acometidos pela doença, quando devem ser considerados os prejuízos causados à
economia devido a acarretar vários gastos à saúde e visando a alta prevalência de
afastamentos do trabalho por perda de funcionalidade da articulação lesada desses
indivíduos.
20

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Referencial Teórico

2.1.1 Anatomia do joelho

Segundo Hall (1991), a articulação do joelho permite a sustentação de grandes


cargas, bem como mobilidade necessária que o ser humano necessita para atividades
de locomoção. O joelho é uma grande articulação sinovial, composta por três
articulações na cápsula articular. As articulações que servem para sustentação de
carga são duas articulações elipsoides da articulação tibiofemoral, articulação
patelofemoral e a articulação tibiofibular, embora que não seja parte do joelho, tem
conexões de tecidos moles que influenciam sucintamente o movimento do joelho.
Nagamine et al. (2021) evidenciam que o joelho é uma articulação complexa e
íntegra, que é constituída pela extremidade distal do fêmur, extremidade proximal,
fíbula e tíbia. Estão presentes nessa articulação ligamentos e tendões de músculos
que o cruzam, estando a todo momento exposta a atuações do peso corporal e
movimentos bruscos, e tal articulação irá depender da junção da anatomia óssea,
atividade muscular e ligamentar para sua estabilidade. A articulação do joelho é de
forma sinovial que, por sua vez, sustenta toda carga de peso do corpo humano,
permitindo que esse peso atue de forma livre, considerável e estável.
Muller (2006) ratifica que a mobilidade e a estabilidade são realizadas pela
interação que acontece entre os músculos, exercendo os movimentos de
deslizamento, rolamento das superfícies articulares e ligamentares. Os envolvidos
extensores e flexores são aliados de uma forte estrutura de ligamentos, essas, no que
lhe concerne, são extremamente resistentes, tendo o importante papel pelo
funcionamento desta articulação, quando a articulação do joelho permite amplos
movimentos entre o fêmur e a tíbia, além de suportar todo o peso corporal. Evidencia-
se a anatomia do joelho através da Figura 1:
21

Figura 1: Anatomia do joelho.


Fonte: Muller (2006).

O joelho é composto pela articulação fêmoro-patelar, a qual, por sua vez, se


insere entre a superfície articular da patela, constituída pela face patelar e face
posterior da patela, em que são estabilizadas pelos estabilizadores dinâmicos e
estáticos. Os estabilizadores dinâmicos são compostos pelos músculos grácil,
sartório, semi-tendinoso, semi-membranoso, bíceps femoral, quadríceps femoral,
vasto lateral, vasto medial, vasto intermédio e o reto femoral. Visto que os retináculos
laterais e mediais da tróclea femoral e também da rótula formam os estabilizadores
passivos. Assim, se houver alguma restrição de movimento, que interfere na amplitude
de flexão do joelho, poderá favorecer em ocasionar uma folga extensora da extensão
do joelho, em que a rotação medial e lateral ocorre em plano horizontal, já a extensão
e flexão ocorrem em plano sagital (KISNER; COLBY, 2005).
A articulação do joelho é considerada como a maior do corpo humano, visto
que é uma das articulações que está mais suscetível a lesões no corpo, e é composto
quase todo por músculos e ligamentos sem muito auxílio de estruturas ósseas, e está
localizado entre as articulações do quadril e tornozelo, é formada por quatro ossos:
fêmur, tíbia, patela e fíbula. A junção desses ossos compreende estruturas de suporte,
como os ligamentos, a cápsula articular e os meniscos, que garantem a estabilidade
da articulação do joelho, em que a integração desses vários elementos faz uma
estrutura complexa dessa articulação e de ampla mobilidade. Dito isso, além de
suportar todo o peso praticamente do copo, está suscetível a vários traumas, doenças,
tendo em vista que o joelho sofre lesões corriqueiramente (CAVALCANTE; SOUZA,
2017).
22

Até o momento se sabe que ocorre uma degeneração progressiva da


cartilagem articular com conseguinte alteração dos ossos que compreende a mesma,
e que vem a se tornar mais rígidos e formando espículas. Ocorrem alterações dos
músculos e ligamentos que estabilizam tal articulação, que vêm a se tornar mais fracos
e inflamados. Há casos atípicos em que várias pessoas evidenciam alterações
radiografias e não possuem sintomas algum. Havendo dor só quando utiliza a
articulação para a realização de AVDs, quando, ainda não se sabe a causa disso
acontecer. É notório que a anatomia que compreende a articulação do joelho é a mais
complexa do corpo humano do ponto de vista anatômico e funcional, visto que deve a
articulação supracitada permitir boa mobilidade e, em simultâneo, ser estável
(CAVALCANTE; SOUZA, 2017).
Moore (2014) aborda que o joelho é composto pela junção de três ossos, a
extremidade proximal da tíbia, patela e a extremidade distal do fêmur. Trata-se de uma
articulação do tipo gínglimo, que realiza a flexão e extensão da perna. É constituída
por três articulações formadas pela extremidade distal do fêmur, extremidade proximal
da tíbia e a patela, sendo elas, a articulação femorotibial lateral, articulação
femorotibial medial, articulação femoropatelar intermediária. Tendo em vista, os
movimentos que realiza, o peso suportado e a incongruência de suas superfícies
articulares, tal articulação é frequentemente acometida por lesões e processos
degenerativos naturais ou patológicos.
É evidenciado por Moore (2014) que a cápsula articular do joelho incide em
uma camada fibrosa externa, delgada, muito resistente, e abaixo do tendão do
quadríceps femoral, uma membrana sinovial interna que reveste todas as faces
internas da cavidade articular que não são recobertas por cartilagem articular. Na
região anterior à camada fibrosa, é suprida pelo ligamento patelar e pelo tendão do
músculo quadríceps femoral.
Os ligamentos extracapsulares vão fornecer um reforço à cápsula articular,
sendo eles, o ligamento da patela, ligamento colateral fibular (LCF), ligamento
colateral tibial (LCT), ligamento poplíteo oblíquo e ligamento poplíteo arqueado. O
ligamento patelar é formado pela faixa central do tendão no músculo quadríceps
femoral, em que se estende da patela até a tuberosidade anterior da tíbia. Na região
lateral, os retináculos lateral e medial da patela fazem parte da cápsula articular do
joelho, que são responsáveis por manter a patela em alinhamento com a face articular
patelar do fêmur. LCF é caracterizado por ser um forte cordão fibroso inserido no
23

epicôndilo lateral do fêmur e na lateral da cabeça da fíbula. LCT é uma banda de


membrana plena que está inserida no epicôndilo medial, no epicôndilo medial do
fêmur e em sua parte superior da superfície interna da tíbia (MOORE, 2014).
Devido à expansão recorrente do tendão do músculo semimembranáceo, dá-
se origem ao ligamento poplíteo oblíquo, que faz um reforço da cápsula articular, na
sua região posterior, ao exceder a fossa intercondilar. Tal ligamento referido tem
origem posteriormente ao côndilo medial da tíbia, onde segue em sentido
superolateral na direção ao côndilo lateral do fêmur, se fundindo com a parte central
da face posterior da cápsula articular. Na região posterolateral da cápsula recebe o
apoio também do ligamento poplíteo arqueado, esse no que lhe concerne tem origem
na face posterior da cabeça da fíbula, seguindo em sentido superomedial sobre o
tendão do poplíteo, e se estende a cerda da face posterior da articulação do joelho
(MOORE, 2014).
Fazem parte deste grupo o Ligamento Cruzado Anterior (LCA), o Ligamento
Cruzado Posterior (LCP) e os meniscos. Os ligamentos cruzados são extrassinoviais
e intra-articulares, localizam-se no centro da articulação, onde se cruzam formando
um X. O LCA origina-se na área intercondilar anterior da tíbia, posterior à fixação do
menisco medial onde se fixa na porção posterolateral do intercondilo femoral. Tal
ligamento, durante a flexão do joelho, vai limitar o movimento posterior dos côndilos
do fêmur sobre o platô tibial, convertendo, assim, em rotação, além disso, causar
estabilidade no joelho e prevenir com que haja o deslocamento posterior do fêmur
sobre a tíbia, bem como a hiperextensão da articulação do joelho. Dito isso, quando o
LCA está íntegro, evita a anteriorização da tíbia (MOORE, 2014).
O LCP se origina na face lateral do côndilo medial femoral e está inserido na
região intercondilar posterior da tíbia (MOORE, 2014). Durante a realização do
movimento de extensão do joelho, é limitada a rolagem anterior do fêmur sobre o platô
tibial, dessa forma, convertendo-a em rotação, e assim impedindo deslocar o anterior
do fêmur sobre a tíbia ou deslocar o posterior da tíbia sobre o fêmur, de tal modo,
ajuda evitar a hiperflexão da articulação do joelho (VOGLER; NICOLA, 2021).
Meniscos são estruturas semicirculares formadas de fibrocartilagem
localizadas no centro do joelho, que atuam absorvendo impactos, estabilizando e
distribuindo cargas. E desempenham um papel de absorver o impacto, estabilizando
e distribuindo a carga. Alguns ligamentos estão ligados aos meniscos, sendo eles os
ligamentos coronários, esses fazem parte da cápsula articular, que se estendem entre
24

as margens dos meniscos e a maior parte da periferia dos côndilos da tíbia, e o


ligamento transverso do joelho, ligando-se às margens anteriores dos meniscos,
cruzando a área intercondilar anterior e fixando os meniscos um no outro durante os
movimentos do joelho. Os principais movimentos do joelho são flexão e extensão, mas
também há algum grau de rotação anterior e posterior, abdução, adução e translação
(VOGLER; NICOLA, 2021).
O joelho tem vascularização medial aos ramos geniculares dos ramos da artéria
femoral, o ramo descendente da artéria circunflexa da coxa, a artéria medial superior
do joelho e a artéria inferior do joelho, e no lado a artéria lateral superior do joelho, a
artéria inferior do lado do joelho, ramifica a artéria poplítea, ramos da artéria recorrente
da artéria tibial anterior e artéria circunflexa fibular (VOGLER; NICOLA, 2021).
A inervação do joelho vem dos mesmos nervos que inervam os músculos que
atuam nesta articulação. são os ramos articulares do nervo femoral que suprem a
superfície articular anterior, os ramos do nervo tibial que atuam na face posterior e os
ramos do nervo fibular comum que suprem a face lateral. Na superfície medial, existe
a contribuição do nervo obturador e do nervo safeno. O acesso medial ao joelho em
algumas ocasiões sempre lesa o ramo infrapatelar do nervo safeno, levando à
parestesia (VOGLER; NICOLA, 2021).
Logo que, a articulação do joelho é caracterizada pela junção de dois ou mais
ossos, quando ocorre a junção de dois ou mais ossos em algum ponto do corpo
humano isso significa que nesse ponto se tem uma articulação, dito isso, tal ponto de
junção corrobora em ser um ponto móvel e assim ter mobilidade. Sendo o joelho o
maior complexo articular formado por quatro ossos, o fêmur, tíbia, fíbula e a patela.
Onde esses ossos irão formar três articulações importantes, em que a principal
articulação do joelho é a articulação femorotibial, que é a junção entre o fêmur e a
tíbia, tem-se a articulação femoropatelar, que é a articulação entre fêmur e patela,
outra articulação fica entre a tíbia e a fíbula, sendo a tibiofibular proximal (MOORE,
2014). Sendo assim, pode-se observar os componentes da articulação do joelho
através da Figura 2 (NETTER, 2000).
25

Figura 2: Articulação do joelho.


Fonte: Netter (2000).

2.1.2 Biomecânica do joelho

Lima et al. (2019) evidenciam que o joelho é um complexo articular, devido ser
um conjunto de articulações que tem funções comuns. A articulação femorotibial é a
principal articulação do joelho, onde acontecem os movimentos de flexão, extensão
associados a rotações internas e rotações externas da tíbia. Sendo composta pelas
estruturas ligamentares LCA, LCP, LCM e LCL, visto que tem a função de gerar
estabilidade articular, e impedir os movimentos dos joelhos em varo e valgo, tendo em
vista que o joelho não tem o movimento de adução e abdução, sendo assim, não terá
movimentos de varo e valgo ou desvio de tíbia, tendo que acontecer movimentos de
forma alinhada, logo, gera a estabilidade colateral lateral e colateral medial, fazendo
com que haja um único sentido de movimento, sendo esse sentido de movimento
então no sentido sagital, onde ocorrem os movimentos de flexão e extensão de joelho.
Os LCA e LCP delimitam os movimentos da tíbia em relação ao fêmur só que
de deslizamento anterior e deslizamento posterior, devido a toda vez que o indivíduo
faz flexão do joelho a tíbia desliza anteriormente, toda vez que é realizada extensão
de joelho a tíbia desliza posteriormente, acontecendo que o LCA limita o deslizamento
anterior da tíbia, com isso, a tíbia vai deslizando anteriormente, entretanto, a partir do
momento que ela começa deslizar anteriormente esse LCA irá tencionar e vai limitar
esse movimento de deslizamento anterior. Já o LCP é mais rígido, mais ajustado, ele
vai limitar o deslizamento posterior da tíbia, ou seja, esses movimentos de
26

deslizamento posterior da tíbia irão ocorrer em movimentos de extensão, quando se


estende o joelho a tíbia desliza posteriormente, quando chega em 180° de extensão
de joelho ele vai ter extensão, então vai ter estiramento do LCP e esse ligamento
extremante rígido terá, então, que estabelecer esse grau, esse limite de extensão de
joelho (LIMA et al., 2019). Logo, são evidenciados os ligamentos supracitados através
da Figura 3 (NETTER, 2000).

Figura 3: Ligamentos do joelho.


Fonte: Netter (2000).

O menisco lateral e menisco medial são estruturas que funcionam como se


fossem discos, sua função será de delimitar o espaço articular entre fêmur e a tíbia. A
articulação do joelho trabalha a todo momento com carga, estão o tempo todo
sobrecarregadas, ou seja, se temos o tempo todo o peso do corpo jogado em cima
dessas articulações, tem-se uma tendência muito maior de fazer uma impactação de
osso com osso, isso acarretará em atrito dos ossos durante o movimento que vai gerar
um processo degenerativo chamado de OA, por isso é tão importante que os meniscos
limitem esse espaço articular, impedindo que esses ossos entrem em atrito.
Acontecendo comumente no joelho, o que vai gerar o processo chamado de
gonartrose ou OA de joelho. Dito isso tal espaço articular composto pelos meniscos
deve ser preservado (LIMA et al., 2019).
27

Figura 4: Meniscos do joelho.


Fonte: Netter (2000).

A articulação entre a patela e o fêmur, onde, anteriormente ao fêmur temos um


sulco chamado “suco da patela”, a patela será o principal osso sesamoide,
caracterizado por ser o osso que fica inteiro dentro de uma articulação, visto que, os
ossos sesamoides não têm função estrutural, eles têm função biomecânica, a patela
está localizada entre o fêmur e a tíbia e abaixo da patela estará um tendão chamado
de tendão patelar e acima da patela estará outro tendão, que é chamado de tendão
quadricipital, onde o quadríceps, retofemoral, vastolateral, vastointermedio e vasto
medial se juntam e se inserem através do tendão quadicipital na base da patela, que
irá ter acima da patela o retináculo patelar que cobre toda a patela, e então, através
do tendão patelar vai se inserir na tuberosidade da tíbia. A patela vai funcionar como
uma roldana toda vez que houver contração do quadríceps, o quadríceps puxa a
patela e a patela puxa a tíbia e ocorrerá a extensão de joelho, toda vez que houver
relaxamento a patela desce, frouxa e terá a extensão de joelho (LIMA et al., 2019).
Durante os movimentos de extensão e flexão dos joelhos toda vez que houver
contração do quadríceps a patela sobe e puxa a tíbia para extensão, toda vez que há
um relaxamento do quadríceps ou uma contração dos posteriores de coxa que vão
fazer a flexão do joelho, essa patela será puxada para baixo e durante todo esse
movimento a patela vai atuar como se fosse roldana, melhorando a potência de força
do quadríceps, isso ocorre biomecânica no joelho, o tempo todo, a patela funciona
bem até 90º de flexão de joelho. Ou seja, a partir de 90° de flexão de joelho o indivíduo
perde forças de quadríceps (LIMA et al., 2019).
Marconi (2017) aborda que todo movimento é caracterizado por um fenômeno
mecânico, onde o corpo humano está constantemente sujeito a receber cargas. Tais
28

estudos de forças que atuam sobre o corpo, direta ou indiretamente, internamente ou


externamente, são exercidos pela biomecânica, logo que existe uma unidade
funcional do suporte de carga, que é constituída pelo osso subcondral e a cartilagem
da articulação, dessa forma, a desarmonia entre essas cargas pode ser detectada, e
assim corrobora na identificação de injúrias relacionadas com o movimento, sendo
indicativo de lesões ou doenças.
A articulação do joelho é uma das articulações mais complexas que temos no
corpo humano, devido, além de flexão e extensão, seu movimento tem um
componente rotacional. Entre suas estruturas ósseas estão a patela os côndilos
femorais distais e os platôs, ou então côndilos tibiais proximais, e esses se deslocam
entre si harmonicamente, para que assim ocorra o movimento articular. Dessa forma,
qualquer trauma que venha a afetar as mesmas e suas inter-relações, ocasionará
distúrbios nessa articulação, existindo também estruturas extra-articulares que
sustentam e que influenciam em seu funcionamento, que são a sinóvia, cápsula,
unidades musculotendinosas e ligamentos (MARCONI, 2017).
Como já evidenciado, o principal e com maior recorrência de acometimentos
da OA é a articulação do joelho. A articulação do joelho é projetada para estabilidade
e mobilidade, com auxílio de estruturas como músculos, ligamentos, tendões,
meniscos, capsula articular, ossos e cartilagens, tendo auxílio de suporte os quadris
e tornozelos, o peso corporal, quando o indivíduo está de pé, representa a unidade
funcional primária para as atividades que denotam caminhar, sentar, levantar, subir e
descer. Ossos do fêmur, tíbia e patela, se formam em três compartimentos, medial,
lateral e patelofemoral. Quando o indivíduo é acometido por OAJ todas as estruturas
que estão presentes na articulação do joelho poderão estar modificadas, sendo as
mais importantes as cartilagens e os ossos subcondrais. Com isso, a locomoção fica
prejudicada e o importante impacto causados por essas alterações interfere
diretamente na realização de AVDs, trabalho e convívio social (MARCONI, 2017).

2.1.3 Etiologia da osteoartrite de joelho

A OAJ denota de causas multifatoriais, é uma doença de progressão lenta, com


alterações que incluem a perda progressiva e a destruição da cartilagem da
29

articulação, com espessamento do osso subcondral, formação de osteófitos, com


graus variáveis de inflamação da membrana sinovial, onde há a degeneração
ligamentar e de meniscos, com hipertrofia da capsula articular. Alterações essas na
estrutura da cartilagem articular decorrem do desiquilíbrio entre a condroformação e
também condrodegeneração, que é estimulada por cascatas de citocinas, bem como,
de produções de mediadores inflamatórios (MUNIZ, 2017).
Os fatores associados à idade são decorrentes do envelhecimento, que estão
presentes como as alterações em condrócitos e da matriz extracelular, a diminuição
na espessura e da densidade subcondral, fatores associados à sarcopenia e à
diminuição da capacidade de regeneração, bem como, aumento da frouxidão
ligamentar e rigidez tendínea. A OA pode apresentar comportamentos distintos, por
exemplo, o acometimento em mãos e joelhos é mais comum em mulheres. Sendo
correlacionado OA ao gênero em conotação ao estrogênio, tendo em vista que a
literatura evidencia forte associação entre o hormônio e a remodelação óssea da
cartilagem, embora tais fatores hormonais devem levar em consideração a idade.
Logo, os fatores genéticos têm grande contribuição para o desenvolvimento de OA
(MUNIZ, 2017).
A obesidade não está exclusivamente ligada por fatores genéticos, mas estão
inseridos nesse contexto fatores metabólicos, endócrinos e metabólicos. Tendo em
vista os fatores mecânicos que estão ligados à obesidade, que traz repercussões
endócrinas e de cunho inflamatório, considerando que o fator metabólico em um
indivíduo obeso é de caráter inflamatório. Sabe-se que as citocinas, juntamente com
o tecido adiposo, incluindo adiponectina, a leptina e a resistina, podem influenciar no
surgimento da OA, mediante a degradação direta dessa articulação ou devido ao
controle de processos inflamatórios no local. Devem-se levar em consideração
traumas e fatores ocupacionais nessa articulação, bem como histórico de lesões no
joelho, traumas biomecânicos locais têm ligação direta com fatores predisponentes
que desencadeiam ou agravam a doença articular (MUNIZ, 2017).
É uma doença crônica que afeta as articulações sinoviais, embora muitas vezes
sendo referida como uma doença articular degenerativa, tal termo se torna
inapropriado, dito isso, a autora nos traz que o processo degenerativo que ocorre é
manifestado pela perda progressiva da cartilagem da articulação acometida, que é
acompanhado por um processo reparador, bem como, a formação óssea reativa e o
surgimento de osteófitos é a remodelação óssea (LESPASIO et al., 2018).
30

Ocorre o processo dinâmico de destruição e conseguinte reparo que


determinara o quadro final da doença. É evidenciado ainda que a OA não acontece
de forma primária no processo inflamatório, e a inflamação sinovial, quando
evidenciada, não vem acompanhada por aumento sistêmico de marcadores
inflamatórios. A autora nos traz ainda que há evidências que supõem que o
envelhecimento tem grande contribuição para desencadear a OA, considerando a
incapacidade de se definir especificamente uma anormalidade anatômica subjacente,
ou até mesmo um processo específico de doença que ratifique o processo
degenerativo que ocorre na articulação acometida. É evidenciado também que fatores
genéticos têm grande predisposição, possivelmente devido à herança de
anormalidade anatômica (LESPASIO et al., 2018).
É evidenciado por Jorge et al. (2018) que os aspectos etiológicos da OA se dão
devido a causas multifatoriais, pois envolve mudanças no alinhamento
osteomioarticular, causando, consequentemente, instabilidade nessa articulação.
Bem como, os níveis de soro e de citocinas inflamatórias sinoviais, que são mais
elevadas em indivíduos acometidos por OA, comparados a pessoas que não tem OAJ.
Sendo OA uma das dez doenças reumáticas mais incapacitantes, tendo prevalência
na população idosa, onde é referido que a maior predisposição é do sexo feminino.
Sendo a OA de etiologia multifatorial, dito isso, tal doença pode acometer
qualquer região do corpo, onde atinge preferencialmente articulações que sofrem
grandes impactos, que suportam grande carga de peso e que estão sendo
frequentemente utilizadas, como é o caso do joelho. Mediante isso, os autores
evidenciam o joelho como a articulação mais propensa a desencadear OA (JORGE et
al., 2017).
Contudo, Lopez et al. (2018) elencam que OA pode acometer qualquer
articulação, porém, afeta comumente as articulações do quadril e joelho, como
anteriormente ratificado por outros autores. Sua prevalência e incidência está
associada ao sexo feminino. Sendo a obesidade um fator de risco para OAJ, devido
ao maior índice de massa corporal (IMC), consequentemente, aumentando o risco de
desencadear a doença. Possivelmente devido a fatores como a sobrecarga de peso
nas articulações, bem como, a inflamação que é induzida pela alta concentração de
tecido adiposo.
Em suma, Matos et al. (2019) nos trazem que na maioria dos casos de OA,
fatores etiológicos continuam desconhecidos, em contraponto, números de fatores
31

locais e sistêmicos relacionam-se ao aumento do risco de apresentar tal desordem. A


classificação quanto ao tipo e etiologia, corriqueiramente tem sido utilizada, sabe-se
que a OA primária ou idiopática ocorre quando há uma causa desconhecida, já a
secundária, quando é incitada por fatores conhecidos e determinados. Fatores esses
que podem ser divididos em dois grupos: mecânicos e biológicos.
Sendo considerado como fatores biológicos ou de suscetibilidade individual os
critérios de idade, pois quanto maior a idade maior a ocorrência, contudo, vale
ressaltar que o envelhecimento não está diretamente ligado à doença;
hereditariedade, uma vez que filhas de mães que têm OA têm uma maior
probabilidade de desencadear a doença; a obesidade, tendo em vista que pessoas
com maior carga nas articulações estão propensos a fenômenos degenerativos,
eventualmente apresentando também maior predisposição a eventos inflamatórios;
alterações de massa óssea como osteopenia e osteoporose implicam no surgimento
da doença; hipermobilidade articular, visto que incide em um maior estresse na
articulação e, consequentemente, uma maior facilidade de ruptura da malha colágena
(MATOS et al., 2019).
No que denotam fatores considerados mecânicos, são evidenciados fatores
como macrotraumas, visando que trauma precocemente pode incitar em uma
remodelação óssea que incide na alteração da nutrição e mecânica articular; traumas
repetitivos têm relevância importante, pois denotam de tarefas repetitivas, como
movimentos de flexão repetidas vezes no joelho são características associadas a
desencadear AO; sobrecargas esportivas, evidencia-se que a prática esportiva em si
não é desencadeadora da OA, entretanto, levando em consideração a alta demanda
imposta sobre a musculatura e articulações essenciais para as práticas esportivas
sobrecarregam as articulações; o uso inadequado de aparelhos para musculação,
bem como, a sobrecarga excessiva e sua alta demanda de repetições empregadas
por alguns indivíduos implicam no desencadeamento da patologia. Bem como,
alterações da biomecânica normal da articulação (MATOS et al., 2019).
Portanto, sendo OA uma doença articular crônica degenerativa, com
conseguinte degradação da cartilagem articular e esclerose do osso subcondral. É
sabido que as articulações mais acometidas são, joelhos, coluna, quadris e mãos. É
uma doença complexa, e seus mecanismos surgem da combinação de componentes
mecânicos, estruturais e biológicos, tendo caráter multifatorial, podendo vir a se
agravar em decorrência de uma série de fatores de risco, sendo elencados a idade,
32

obesidade, sexo, genética e tabagismo como fatores preponderantes para o


surgimento da doença (PAULA, 2018).
A autora supracitada evidencia que fatores etiológicos classificam OA como
sendo primária ou secundária, sendo a primária chamada de idiopática, que acontece
por processos degenerativos da cartilagem relacionados com o avançar da idade ou
devido a fatores de herança genética. Já a secundária resulta de distúrbios
mecânicos, como desvios do eixo articular, ou devido a traumas, como lesões dos
meniscos, distúrbios metabólicos e processos inflamatórios (PAULA, 2018).

2.1.4 Fisiopatologia da osteoartrite de joelho

Gomes et al. (2020) evidenciam que as articulações acometidas pela OA são


classificadas como sinoviais ou como diartroses, que consistem em uma cartilagem
articular lubrificada devido ao fluido sinovial secretado pela membra fibrosa
denominada membrana sinovial. Essas atuam como uma linha divisória para as
articulações e possuem receptores de dor. Onde, a cápsula articular é constituída em
duas partes, camada fibrosa, localizada externamente, e a membrana sinovial, que
reveste a cavidade sinovial, onde não há cartilagem articular. É sabido que a
estabilidade articular se dá pela presença dos ligamentos, tendões e devido à própria
cápsula articular, tendo em vista que são estruturas predominantemente compostas
por colágeno.
Ainda, Gomes et al. (2020) corroboram ainda que as células que estão
presentes na membrana sinovial, que são denominadas sinoviócitos, têm como
função a fagocitose, bem como, a produção de colágeno, onde a concentração
influencia diretamente na viscosidade do líquido sinovial presente na articulação,
fundamental para a lubrificação dessas superfícies articulares. A cartilagem hialina,
por sua vez, é um gel em que está presente nos condrócitos, fibras colágenas e uma
matriz sólida, que é formada por ácido hialurônico, proteoglicanos, eletrólitos e água.
Dito isso, é evidenciado que há uma composição de vários tipos de colágenos,
no qual o tipo II apresenta maior relevância, devido ser responsável pelas fibrilas e se
encontra em maior quantidade. Esse líquido sinovial é uma mistura do plasma, onde
são adicionadas glicoproteínas oriundas das células da membrana sinovial. Com a
33

presença de afecção da membrana sinovial e da cartilagem articular suas


propriedades se modificam, com isso, tornando útil seu exame na suspeita de doença
articular (GOMES et al., 2020).
A cartilagem normalmente tem um processo contínuo de destruição e
conseguinte reparação do tecido cartilaginoso, que é o responsável pela remodelação
do tecido cartilaginoso, os componentes da matriz são destruídos pelas enzimas
autolíticas e depois são respostas por outras novas moléculas. As enzimas que foram
degradadas e as novas moléculas são produzidas pelos condrócitos. O processo na
OA é alterado, com isso, ocorre um desequilíbrio entre a formação e a destruição da
matriz, com predomínio da destruição sobre a formação. A manutenção que ocorre
nesse equilíbrio é influenciada pelas citocinas, bem como, por fatores de crescimento.
Devido ao estresse mecânico que ocorre sobre os condrócitos, e irá induzir essas
células a alterarem a produção de citocinas inflamatórias e enzimas de degradação
da matriz (LONGO et al., 2020).
Longo et al. (2020) acrescentam, ainda, que a degradação que ocorre do
colágeno e dos proteoglicanos na OA ocorrem por ação das Metaloproteinase (MMPs)
que são sintetizadas e liberadas pelos condrócitos. Com isso, várias citocinas e outros
mediadores inflamatórios como a Interleucina- 1β (IL-1β), fator de Necrose Tumoral-α
(TNF- α), Interleucinas-6 e 8 (IL-6, IL-8), Óxido Nítrico (ON) e prostaglandinas podem
ser produzidas pelo condrócito, e agem dentro da cartilagem, dessa forma,
promovendo catabolismo por meio da ativação das MMPs, que degradam
principalmente as proteínas e macromoléculas, como as fibras de colágeno e os
proteoglicanos. Os fragmentos dessas moléculas são liberados no líquido sinovial e
entram na circulação, com isso, constituindo marcadores da degradação, que podem
ser usados como meio de detecção e medir a atividade da doença.
Os autores Longo et al. (2020) ratificam que os fatores de crescimento também
fazem parte dessa complexa rede, uma vez que a Proteína Morfogenética Óssea
(BMP-2), bem como o Fator de Crescimento Transformador β (TGF-β) desempenham
papeis relevantes na estimulação do desenvolvimento dos osteófitos. Dito isso,
enquanto a cartilagem articular saudável é vascular, por parte devido à presença de
inibidores de angiogênese na cartilagem, tal doença é caracterizada pela invasão de
vasos sanguíneos na cartilagem a partir do osso subjacente e a proliferação de vasos
dentro da sinóvia. Esse processo é influenciado pela síntese do Fator do Crescimento
do Endotélio Vascular (VEGF) no osso e na cartilagem da articulação, é sabido que
34

esses vasos sanguíneos são acompanhados por nervos que podem produzir
inervação nociceptiva. As moléculas inflamatórias secretadas, como as citocinas pró-
inflamatórias, estão entre os mediadores críticos dos processos presentes na
fisiopatologia da OA.
OA acomete em média 240 milhões de indivíduos em todo o mundo, em uma
média de 18% de mulheres e 10% de homens, seus sintomas são típicos de rigidez
articular pela manhã, e ao longo do dia vai melhorando, com presença de crepitações
ao movimentar na articulação acometida. Sintomas esses que interferem diretamente
na qualidade de vida do indivíduo, consequentemente, culminando no sedentarismo
e sobrepeso do mesmo, podendo acarretar no aumento importante de morbidade e
mortalidade. Dito isso, é ratificado que a alta incidência da OA vem aumentando
consideravelmente, tendo em vista o envelhecimento populacional, com o aumento
da expectativa de vida, tais fatores propiciam para o surgimento de comorbidades e
doenças crônicas, bem como, a obesidade, que contribui para o surgimento de OA
(SOUZA et al., 2021).
Farias e Pereira (2021) evidenciam que OA é caracterizada pela presença de
componentes com predominância degenerativas e associadas a processos
infamatórios, e OA pode ser classificada como primária e secundária, dito isso, a OA
primária, também chamada de idiopática, vai corresponder a 95% dos casos,
consistindo na degeneração da cartilagem paulatina, que essa por sua vez decorre do
envelhecimento. Sendo OA preponderantemente oligoarticular, porém, pode ser
encontrada na forma generalizada. A OA que possui causa identificável corresponde
a 5% dos casos, sendo chamada de OA secundária, pode acometer todas as faixas
etárias, entretanto, acomete preferencialmente pessoas jovens e se manifesta em
qualquer articulação.
Rodrigues et al. (2019) corroboram que OA é uma das doenças que mais
acarretam em dor musculoesquelética, sendo quadros álgicos frequentes e
persistentes, podendo acometer um em cada cinco indivíduos, principalmente idosos,
ocasionado em dor crônica e incapacidade funcional. Tendo o joelho como articulação
mais corriqueiramente afetada. Além da dor e da fraqueza ocasionada, evolui em
redução de equilíbrio, déficits proprioceptivos, redução de ADM e instabilidade da
articulação. Sendo a dor de difícil compreensão, pois diverge de várias nuances
devido à sua complexidade na definição, evolvendo estudos mediantes a uma
estrutura biopsicossocial, com isso, envolve fatores, além da perca da função articular,
35

associado a causas multifatoriais de processos cognitivos, biológicos, psicológicos,


emocionais e sociais por meio de mecanismo periféricos e centrais do sistema
nervoso, pois se caracteriza como uma experiência multidimensional.
Silva et al. (2021) evidenciam que OAJ é ocasionado devido à perda
progressiva de cartilagem articular, desencadeando dor, fraqueza muscular, edema,
bem como, instabilidade articular. Consiste em ser complexa e de inúmeros fatores
de risco e com patogêneses ainda não identificada, sendo caracterizada pela autora
por um processo inflamatório crônico, que ocasiona degeneração da cartilagem
articular e tecidos periarticulares, como capsula articular, meniscos, sinóvia, músculos
periféricos e ligamentos presentes no joelho. Onde tais fatores contribuem para a
perda da funcionalidade dessa articulação, o indivíduo passa a ter perda da qualidade
de vida e, consequentemente, ter um impacto negativo em sua saúde mental.
Dito isso, Silva et al. (2021) corroboram ainda que OAJ decorre devido a um
desiquilíbrio entre as atividades anabólicas e catabólicas, que tem predomínio que
ocorre na degradação de componentes da matriz extracelular, após ocorrerem
estímulos que são lesivos no tecido cartilaginoso, onde os condrócitos e as células
inflamatórias dão início a síntese de citocinas pró-inflamatórias e oxidantes, células
essas responsáveis por darem início e perpetuarem o processo degenerativo da
articulação. Neste processo, as principais citocinas pró-inflamatórias que estão
presentes serão o TNF-a, a IL-1 β e a IL-6.
Com o aumento das concentrações dessas citocinas no tecido cartilaginoso há
um estímulo na produção de inúmeras enzimas proteolíticas, como as MMPs, com
enfoque para a MMP-13, que é responsável pela degradação do colágeno e
proteoglicanas. Em decorrência disso, há uma diminuição do colágeno tipo II e X e o
aumento dos colágenos tipo I e III, com isso, modificando a qualidade e a
funcionalidade da biomecânica da matriz cartilaginosa (SILVA et al., 2021).
Marconi (2017) esclarece que a articulação pode ser danificada devido a
estresses biomecânicos, isto relaciona-se a atividades repetitivas, que sobrecarregam
e, consequentemente, excede a capacidade da proteção articular, dito isso, fica
evidente que a cartilagem recebe forças exacerbadas que não estava preparada para
receber. Fatores como carga de trabalho e práticas esportivas podem desencadear
dano articular, tendo em vista o uso repetitivo de tais articulações, casos como esses
podem culminar no surgimento precoce de OAJ. Onde a inflamação é um fator
primordial no desenvolvimento da doença e na capacidade funcional desse indivíduo.
36

Sendo que indivíduos portadores de OAJ tendem apresentar redução de força


muscular, principalmente do quadríceps, tal fator pode estar ou não associado com
atrofia muscular, dor e edema, dessa forma, tais fatores contribuem para a perca de
funcionalidade desse indivíduo.
Como já evidenciado na literatura, a fisiopatologia da OA não é completamente
compreendida, entretanto, é enfatizado que a mesma apresenta inflamação
persistente, que ocasiona na produção tanto de citocinas no tecido adiposo, quanto
na sinóvia. Tais citocinas irão promover a degradação articular por meio das vias como
Proteína Quinase Ativada por Mitógeno (MAPK) e Fator Nuclear Kappa B (NFkB),
induzindo a secreção de MMPs e A Desintegrin And Metalloprotease with eight
ThromboSpondin-1-like (ADAMTSs), que corroboram efetivamente com a degradação
articular. Podendo também as citocinas ocasionarem a ativação do arco reflexo
aferente do nervo vago, por conseguinte, o eferente libera acetilcolina, que ao ativar
o receptor nicotínico α7 nos condrócitos promove a inibição de vias importantes para
a degradação da cartilagem (SALM; FERREIRA; MARTINS, 2016).
Filho et al. (2020) nos trazem que a OA se caracterizada por um processo
intimamente relacionado com a degeneração da matriz extracelular da cartilagem
articular, por conseguinte, estresses mecânicos que ocasionam em lesões dos
condrócitos e a própria rede de colágeno. Devido a isso, é possível observar nas fases
iniciais que a atividade de síntese de colágeno e agrecanas por condrócitos se
replicam ativamente. Dito isso, evidencia-se que se trata de uma reparação da matriz
que acaba evoluindo para a progressão da doença, consequentemente, devido à
liberação de enzimas proteolíticas, fatores de crescimento, bem como, citocinas
inflamatórias que irão afetar todo o tecido articular adjacente. Existindo, assim,
processos anabólicos e catabólicos no local, que resultam em um desbalanço crítico
para a patogênese de OA.
Dito isso, o autor evidencia ainda que com o enfraquecimento da rede de
colágeno, com síntese de fibras de colágeno II de menor diâmetro, com conseguinte
frouxidão e distorção da trama da matriz, aumenta a permeabilidade da cartilagem e,
consequentemente, causa edema tecidual, bem como alterações de propriedades
biomecânicas que potencializam e retroalimentam o processo de dano na articulação.
Nos estágios mais tardios da OA, é observada redução do número de condrócitos e
da síntese de matriz, há aumento da concentração de colágeno do tipo I, sendo esse
inadequado para composição da matriz, ocasionando uma diminuição da capacidade
37

de agregação com ácido hialurônico e o encurtamento das cadeias laterais de


glicosaminoglicanos (FILHO et al., 2020).
É ratificado por Filho et al. (2020) que a maior relação do sulfato-4-
condroitina/sulfato-6-condroitina caracteriza-se por um perfil de composição de
proteoglicanos típico das cartilagens mais imaturas, no estabelecimento de uma
matriz de qualidade infimamente baixa nos estágios finais e com progressão da OA
em um conjunto de reparos anabólicos dos condrócitos incapaz de acompanhar o
mesmo ritmo dos processos catalíticos. No processo que corrobora para a formação
de um tecido ósseo e fibrocartilaginoso, em suma, na periferia da articulação constitui-
se como um marcador importante da OA, sendo denominado como osteófito. Dito isso,
é indicado em estudos que tais estruturas se desenvolvem mediante células
indiferenciadas que ficam próximas à interface cartilagem/periósteo, podendo ser
representado por uma forma de reposta de reparação da doença no local, contribuindo
para a instabilidade articular.

Figura 5: Representação da presença de osteófitos na articulação do joelho, perda da cartilagem e


redução do espaço articular.
Fonte: Filho et al. (2020).

Portanto, decorrente de fatores multifatoriais que culminam para o surgimento


de OAJ, Marconi (2017) ratifica que a inflamação ocasionada exponencialmente é um
fator importante para o desencadeamento da doença. Os portadores de OAJ
apresentam redução de força muscular, principalmente em quadríceps, logo, tal fator
pode estar associado ou não à atrofia muscular presente, bem como dor e edema. Tal
fator, por sua vez, colabora para a diminuição da independência funcional de AVDs
desse indivíduo, consequentemente, afetando sua qualidade de vida.
38

2.1.5 Epidemiologia da osteoartrite de joelho

Segundo Abramoff e Caldera (2020), a OA é endêmica em todo o mundo, no


qual cerca de 30,8 milhões de adultos nos EUA e 300 milhões de indivíduos em todo
o mundo desenvolveram OA. sendo a causa principal de deficiência funcional em
pessoas mais velhas. Acarreta em dor, perda de função e, consequentemente, perda
da diminuição da qualidade de vida do indivíduo acometido. É estimado nos EUA
gastos de $ 303 bilhões de dólares anualmente em custos médicos com OA. Fazem-
se necessárias ações de saúde pública contínuas para reduzir sua ocorrência. A
sobrecarga crônica e a biomecânica lesada das articulações levam à destruição da
cartilagem articular dessa articulação e conseguinte inflamação resultante.
Posteriormente, isso ocasionará em rigidez, inchaço e perda de mobilidade articular.
OA é um processo muito mais complexo, composto de fatores inflamatórios e
metabólicos.
Sendo OA altamente prevalente nos USA, e em todo o mundo, no qual é uma
das principais causas de deficiência funcional, podendo impactar negativamente no
bem-estar físico e mental das pessoas. Vina e Kwoh (2018) nos trazem que mediante
dados da National Health Interview Survey, estima-se que 14 milhões de pessoas nos
USA têm OAJ sintomático, no qual incluem-se >3 milhões de minorias raciais / étnicas.
Sendo que mais da metade dos indivíduos com OAJ tem <65 anos de idade. OA se
caracteriza por ser uma causa bem conhecia de deficiência funcional em todo o
mundo. Doença essa que afeta tanto a saúde física das pessoas quanto a saúde
mental. Em um estudo realizado por Osteoarthritis Initiative (OAI) é evidenciado que
indivíduos acometidos por OA de membros inferiores têm maior chance de
desencadear sintomas depressivos do que indivíduos que não tenham a doença.
OA é um distúrbio reumático musculoesquelético de importante prevalência,
que no ano de 2017 afetou 303 milhões de pessoas em todo o mundo. É sabido que
pode afetar qualquer articulação, porém, fica evidente que as articulações
preferencialmente acometidas são as dos joelhos, mãos, quadris e coluna. Além
disso, é citado que acarreta em importantes gastos econômicos para o indivíduo
acometido. Em 2016, devido à grande carga da doença, ocasionou a apresentação
pela Osteoartrite Research Society International (OARSI), descrevendo a OA como
uma doença grave. Acrescenta-se ainda que distúrbios musculoesqueléticos têm alto
39

índice de prevalência, e é estimado que aumente consideravelmente nos próximos


anos. Inúmeros estudos enfatizam o importante impacto da OA no indivíduo e na
sociedade (KLOPPENBURG; BERENBAUM, 2020).
Nelson (2017) ratifica que estudos abordaram a prevalência de OA na Ásia,
usando-se dados do Estudo Longitudinal de Saúde e Aposentadoria da China
(CHARLS), com amostra nacional e aleatória do ano de 2011 e com idade média de
60 anos indicou uma prevalência de 8% de OAJ sintomático. OAJ se mostrou mais
comum em mulheres do que em homens, aumentando com a idade por volta dos 70
anos e está inversamente associada ao nível de educação e outros marcadores de
status socioeconômico (SES), incluindo diferenças regionais. Já no Japão, dados
obtidos do estudo de ROAD (Research on OA/Osteoporosis Against
Disability) evidenciaram prevalência muito alta com mais de 90%, de OA radiográfica
em mãos sendo definidas como qualquer articulação da mão com Grau de Kellgren-
Lawrence (KLG), e com menos de 5% prevalentes de OA erosiva das mãos.
A prevalência mais alta foi o fator da idade, evidenciando 66 anos, observado
que em certa medida apresentava dor na mão e com graus radiográficos mais graves
e particularmente apresentando OA erosiva. Na Pesquisa Nacional de Saúde e
Nutrição da Coréia foram encontradas diferenças marcantes na frequência
sintomática de OA presente no quadril, joelho e coluna, por sexo, onde 0,1%, 4,5% e
5,6% e em homens e 0,2%, 19 % e 16% nas mulheres, concomitantemente. 9% dos
homens, e quase 30% das mulheres, tiveram pelo menos uma articulação
acometida, 11% dos homens e 23% das mulheres apresentaram pelo menos duas
articulações com OA dolorosas (NELSON, 2017).
Filho (2020) evidencia que estimativas mundiais indicam que 9,6% dos homens
e 18,0% das mulheres com idade superior a 60 anos apresentam OA assintomática,
todavia, essas estimativas sofrem influência de definição diagnóstica seguida da
doença, das faixas etárias que foram estudadas, da classificação do sexo, além disso,
o país avaliado. Dito isso, o autor evidencia que é ratificada maior prevalência de OA
radiográfica, em relação à OA sintomática, no qual é evidenciada a existência de
inúmeros casos com alterações nos exames de imagem ainda mesmo sem
associação com manifestações clínicas.
O autor supracitado ratifica ainda que, como já evidenciado por outras
literaturas, os sítios anatômicos com maior incidência de acometimento, o joelho é
articulação mais acometida, seguido pelas articulações das mãos e quadris, outro
40

fator é de que o sexo feminino é acometido com maior frequência do que o sexo
masculino, principalmente em conotação à OA sintomática de joelhos e das mãos
(FILHO, 2020).
Dados obtidos do estudo Global Burden of Disease de 2010, trazem que a
incidência global de OAJ sintomática evidenciou 3,8%, sendo maior em mulheres
(4,8%) do que em homens (2,8%). OA de quadril sintomática, sua prevalência global
demonstrou ser de 0,85%, sendo 0,98% para mulheres e 0,70% para homens. Em
dados evidenciados do Centers of Diseases Control and Prevention (CDC), dos USA,
foi ratificado que, em 2005, 13,9% dos adultos com idade igual ou superior a 25 anos
apresentaram OA. Em indivíduos com 65 anos ou mais de idade, o acometimento por
OA chegou a 33,6% da população. Em outro estudo americano foi relatado
prevalência de 16% de OAJ sintomática nos adultos com idade igual ou superior a 45
anos (FILHO, 2020).
Paula (2018) aborda que OA é a forma mais corriqueira de doença
osteoarticular, a qual atinge pessoas em todo o mundo. Nos USA é evidenciado que
mais de 10% da população adulta é acometida por tal injúria. No Brasil, evidenciou-se
através de um estudo publicado indicando que a prevalência de OA é de 4,14%.
Devido à transição demográfica sofrida por grande parte dos países ocidentais, tendo
em vista o aumento na expectativa de vida e conseguinte envelhecimento
populacional, contribuiu no aumento dos indicadores de OA, levando em consideração
que a idade é evidenciada como um dos fatores principais relacionados ao
desenvolvimento da doença.
Em um estudo realizado por Wallaceij et al. (2017), pela Universidade de
Harvard, evidenciou-se o aumento da prevalência da doença que aumentou o dobro
desde a época da Revolução Industrial. Contudo, no Brasil, há uma estimativa de que
a população com idade superior a 60 anos irá corresponder a 64 milhões em 2050, e
isso ocasionará no aumento de números de pessoas sob risco de desenvolver OA
(PAULA, 2018).
Segundo Wallaceij et al. (2017), a OA é a doença articular mais prevalente,
sendo uma das principais causadoras de quadro álgico e incapacidade funcional nos
EUA e também em outros países desenvolvidos. Nesse contexto, a OAJ corresponde
a mais de 80% dos cometimentos totais da doença, afetando pelo menos 19% dos
americanos com 45 anos ou mais. Evidências consideráveis denotam que a OAJ é
causada pela quebra dos tecidos da articulação ocasionado por exacerbada carga
41

mecânica e inflamação, todavia, as causas subjacentes de alta prevalência da doença


permanecem obscuras e mal examinadas, dificultando, assim, em subsídios para
maiores esforços de prevenção e tratamento da doença.
É elencado que a prevalência de OAJ dobrou desde meados do século 20, dito
isso, os autores corroboram ainda que estudos evidenciaram baixos níveis de OAJ
em algumas populações históricas e pré-históricas que foram estudadas, no qual se
sugere que a incidência da doença aumentou recentemente, todavia, esses estudos
usam critérios diagnósticos diferentes usados para diagnosticar OAJ em pacientes
vivos (WALLACEIJ et al., 2017).
De acordo com Melo (2020), a prevalência na população adulta de OA de
quadril e de joelho é de 11% e 24%, e a tendência é aumentar, tendo em vista o
processo de envelhecimento populacional, bem como o aumento da obesidade.
Segundo Pacca et al. (2018), a incidência de OA na população brasileira adulta é de
4,14%, entretanto, é esperada um importante aumento no número de indivíduos
acometidos, visto que a população brasileira está envelhecendo e se tornando cada
vez mais obesa. A OA é um processo gradual e lento, muito prevalente na população
adulta, que acarreta em sintomatologia dolorosa, perda de função e conseguinte perda
de qualidade de vida, em especial acometendo pessoas idosas e obesas, e estudos
epidemiológicos enfatizam que tais fatores têm alto índice para surgimento da OA.
Freire et al. (2018) nos trazem que estudos epidemiológicos em todo o mundo
evidenciam que a prevalência de OA tem grande fator associado com o aumento da
idade e com o sexo feminino, com proporção de 5,3 mulheres para cada 3,6 homens.
Os joelhos são as articulações mais afetadas, que resultarão em sintomas
incapacitantes, que a priori irão comprometer a qualidade de vida do indivíduo
acometido em aproximadamente 10% das pessoas que têm mais de 55 anos de idade,
no qual ¼ dessas pessoas serão severamente acometidas pela imobilidade.
Portanto, a OA é uma doença clinicamente heterogênea com diferentes
definições e com grandes impactos epidemiológicos. A definição radiológica de OA
comumente baseia-se em lesões elementares típicas em radiologia convencional, que
inclui AO sintomática e assintomática. É considerada OA sintomática com risco
estimado no decorrer da vida, a OAJ é de 14%, variando de 9,6% para homens não
obesos para 23,8% em mulheres que são obesas. E com incidência ainda maior para
OA de mão sintomática de 39,8% (BORTOLUZZI; FURINI; SCIRÈ, 2018).
42

Em suma, a prevalência da OA é de 10% em homens e 13% das mulheres;


estima-se que em torno dos 50 a 60 anos de idade. O quadro sintomático teria início,
evidenciando o seguinte quadro clinico: dor, rigidez articular, fraqueza muscular e
instabilidade. Visto que sua prevalência entre os indivíduos acima de 50 anos é de
44% a 70%, nos maiores de 75 anos aumenta para 85%. Já 12% das pessoas com
65 anos manifestam sintomas da OA, tendo em vista sintoma principal, o quadro
álgico, que por sua vez pode ser mono ou poliarticular, com ocorrência
sintomatológico relatada mais no período matutino (BARROSO; JUCA, 2020).

2.1.6 Fatores de risco da osteoartrite de joelho

Lespasio et al. (2017) evidenciam que fatores de risco relacionados à OAJ


podem ser divididos em fatores não modificáveis e modificáveis. Nos fatores de risco
não modificáveis incluem-se fatores hereditários, como mutações genéticas que
podem predispor um indivíduo ao desencadear OAJ e congênitos, como
anormalidades hereditárias na forma do osso que circunda a articulação do joelho. Já
fatores de risco que são modificáveis podem ser direcionados para tratamento. O fator
de risco que é modificável mais comum nos USA é o sobrepeso. O excesso de peso
acarreta no aumento de carga nas articulações, resultando em efeitos deletérios nas
articulações que sustentam o peso e contribuem com efeitos importantes em quadros
inflamatórios.
São elencados como evidências atuais, por Vina e Kwoh (2018), fatores de
risco sistêmicos, como fatores sociodemográficos, como a idade avançada, que é um
fator de risco muito conhecido para OA. Fatores genéticos, nos quais
aproximadamente 30%-65% do risco de OA é determinado geneticamente.
Obesidade e a Síndrome Metabólica, visto que a obesidade é identificada há muito
tempo como um fator de risco para OA, onde uma meta-análise atualizada mostra que
o aumento do IMC contribuiu para o aumento da suscetibilidade à OA. As vitaminas /
Dieta, como a vitamina D, desempenha um papel importante no metabolismo da
cartilagem e dos ossos, foi levantada a hipótese de que seus baixos níveis podem
aumentar o risco de OA. A densidade óssea e massa, em revisões anteriores relatam
43

que a alta Densidade Mineral Óssea (DMO) é um fator de risco para a incidência e
pela prevalência de OA de membros inferiores.
Georgiev e Angelov (2019) ratificam fatores de risco modificáveis, estão
agrupados em seis categorias principais, a obesidade e sobrepeso, comorbidades,
fatores ocupacionais, atividade física extenuante, fatores biomecânicos e exposições
dietéticas. Todavia, em comparação, em sua maioria as atuais recomendações são
para tratamento não farmacológico, enfatizando-se a priori a redução de peso,
orientações a atividades físicas e o uso de dispositivos auxiliares para modificar a
biomecânica da articulação do joelho, como, por exemplo, cintas e palmilhas.
Contudo, pouca atenção é enfatizada às comorbidades, bem como fatores
ocupacionais e exposições à dieta, embora suas alterações possam produzir de forma
significativas a OAJ e sua progressão.
Um em cada sete casos de OAJ se atribui a fatores ocupacionais relacionados
ao trabalho. Fatores ocupacionais são um dos fatores modificáveis mais prevalentes
para o desencadeamento e subsequente progressão de OAJ, exercendo seu efeito
devido a dois mecanismos possíveis: primeiro, que é a força e esforço, movimentos
repetitivos ou postura exigente do trabalho, podem resultar em estresse não fisiológico
nas estruturas articulares do joelho e assim ocasionar no aumento da articulação
patelofemoral, em segundo lugar, estão as atividades ocupacionais específicas,
principalmente entre atletas profissionais, pois pode ocasionar em maiores incidências
de lesão no joelho e LCA. Todavia, o último mencionado está sendo confirmado
mediante um estudo entre profissionais atuais e aposentados jogadores de futebol
que têm quase o dobro de chances de desenvolver OAJ, e o risco aumenta com lesões
no joelho ou cirurgias, contudo, um trauma no joelho é dificilmente modificável, ao
contrário das atividades ocupacionais que podem ter intervenção por meio da
reabilitação profissional (GEORGIEV; ANGELOV, 2019).
Evidências atuais sobre os fatores de risco de nível articular associados ao
desenvolvimento da OA foram: forma óssea / articular, no qual a forma óssea pode
contribuir para o risco de OA. A força muscular, em associação entre força muscular
e OA, pode variar dependendo dos músculos e articulações em estudo, no entanto,
em um exame de joelhos onde a lesão do LCA, a Área de Secção Transversal (AST)
do músculo da coxa alta e a alta relação do músculo e da gordura tiveram um efeito
protetor contra a prevalência de OAJ (VINA; KWOH, 2018).
44

As cargas conjuntas e alinhamento elencam o desalinhamento do joelho é um


forte preditor da progressão da doença OAJ, sua associação entre o desalinhamento
e a incidência de OAJ é menos clara, entretanto, estudos recentes confirmam essas
afirmações, ocupação e esportes, nesse contexto atividades repetitivas há muito
tempo estão e continuam a ser associadas a um maior risco de OA. Onde associações
entre atividades esportivas e OA têm sido conflitantes, visto que não está claro se
associações positivas são devido à própria participação em esportes ou a
consequências de lesões que ocorrerem com a participação em esportes. Lesão
cirúrgica, no qual a lesão do LCA, ruptura meniscal e dano direto na cartilagem
articular após alguma lesão estão relacionados ao desenvolvimento conseguinte de
OAJ (VINA; KWOH, 2018).

2.1.7 Sinais e sintomas da osteoartrite de joelho

Os principais sinais evidenciados pela OA são o aumento do volume articular,


crepitações ao movimento, o indivíduo refere sensibilidade à apalpação da linha
articular, deformidades, limitações ao movimento ativo/passivo e conseguinte atrofia
muscular. A aumento do volume articular e do edema, sinais esses que podem ser
evidenciados em OAJ, que ocorre tanto pelo aumento na quantidade de fluido sinovial,
quando devido ao surgimento de osteófitos marginais. O edema inflamatório não é
comum, porém quando presente, é localizado, discreto e com pouco calor. A presença
de crepitação, que é definida popularmente como um “rangido”, sendo possível ouvi-
lo, a também uma vibração palpável do joelho, tal sinal é decorrente do atrito entre as
superfícies articulares oponentes e da cartilagem danificada, podendo assim estar
presente em 90% dos casos de OA (PAULA, 2018).
Queixas álgicas ou de sensibilidade no nível da linha articular, podem ocasionar
em concentração de forças em articulações tibiofemoral e patelofemoral. Paula (2018)
elenca que essas queixas se tornam corriqueiras, mesmo durante as AVDs mais
simples, é provável que haja um dano articular extenso, com exposição do osso
subcondral. Outro sinal corriqueiro da OAJ é a redução da amplitude do movimento
articular, tanto em mobilização passiva quanto na ativa, essa alteração decorre da
45

presença da formação de osteófitos, e atrito entre o osso do fêmur e osso subcondral


devido à diminuição do espaço articular.

Figura 6: Exame radiográfico evidenciando a diminuição do espaço articular do joelho e a presença de


osteófitos.
Fonte: Paula (2018).

Há perda cartilaginosa e presença de espasmos e contraturas da musculatura


periarticular e os músculos periarticulares são de extrema importância para gerar uma
força estabilizadora, que irá garantir em uma completa execução do movimento
articular. Dito isso, a autora corrobora ainda que em estágios avançados, implicando
em uma OA, pode ocorrer deformidades nos membros acometidos, esses, por sua
vez, perdem o alinhamento normal e passam a apresentar alta instabilidade articular
(PAULA, 2018).
A OAJ, também conhecida como gonartrose, se caracteriza por ser a maior
causa de incapacidade de membros inferiores em idosos. Seu acometimento
geralmente é bilateral, mas há algumas evidências que os sintomas são mais
evidenciados unilateralmente. É evidenciado que a OAJ é mais comum em homens,
visto que está associada a lesões previas sofridas em atividades referentes à prática
esportiva ou ao trabalho. Sinais clínicos evidenciam sensibilidade da linha articular,
dificuldades em flexão, crepitações, edema, esclerose do osso subcondral, desgastes
do quadríceps, em quadros mais severos apresentam deformidades que são
46

denominadas de geno varo e geno valgo, evidenciando o afastamento dos joelhos em


conotação à linha média do corpo, bem como inchaço do joelho (PAULA, 2018).
Todavia, os joelhos varo e valgo podem apresentar causa e consequências de
OAJ, entretanto, também pode ser por variações anatômicas que ocorrem
fisiologicamente. Osteoartrite de joelho unilateral. Observa-se o aumento do volume
articular causado por edema e o arqueamento do joelho esquerdo, afastando-o da
linha medial (geno varo) sendo evidenciado na Figura 7 (PAULA, 2018).

Figura 7: Aumento do volume articular causado por edema e o arqueamento do joelho esquerdo.
Fonte: Paula (2018).

Lespasio et al. (2017) abordam que os sintomas corriqueiros da OAJ são


queixas álgicas frequentes no joelho com início do movimento. Todavia, aqueles
indivíduos que apresentam dor constante e noturna, seu quadro clinico evidencia a
necessidade de tratamento medicamentoso com analgésico. O indivíduo apresenta
restrições funcionais, apresenta rigidez matinal e mobilidade restrita. Outros sintomas
são as crepitações, apresentando-se com ruídos de crepitação ao movimento e
sensibilidade ao frio na articulação lesada. Onde uma progressão gradativa poderá
ser observada em estágios.
Os sintomas podem variar, podendo depender da causa do problema. Os
sintomas mais comuns da OAJ são a dor ao redor da articulação, a dor pode ser
aguda, constante ou intermitente. Tal quadro álgico pode variar de leve a muito forte,
a amplitude de movimento poderá ser comprometida. O indivíduo poderá ouvir
rangidos ou estalos e pode relatar inchaço e fraqueza do joelho, que são sintomas
47

comuns da OAJ. Essas sintomatologias, principalmente as relacionadas com a dor,


comumente se manifestam por conseguinte dificuldade para deambular, realizar
tarefas domésticas, subir escadas, se sentar de forma ereta, tendo grande impacto
psicológico negativo na vida desse indivíduo, consequentemente, levando à perda de
qualidade de vida do mesmo (LESPASIO et al., 2017).
A dor referida no joelho pode se desenvolver lentamente e esta, por sua vez,
piora gradativamente com o passar do tempo, sendo que essa condição é a mais
comum de se acontecer, ou a dor pode ter início súbito. A presença de dor e rigidez
pela manhã, após o indivíduo sentar-se ou estar em repouso prolongado são sinais
clássicos mais comuns. Com o passar do tempo, tais sintomas álgicos poderão
ocorrer com mais frequência, inclusive se estendendo ao repouso ou pela noite. A dor
normalmente aumenta com o movimento e diminui após cerca de 30 minutos
(LESPASIO et al., 2017).

2.1.8 Métodos diagnósticos da osteoartrite de joelho

O diagnóstico da OAJ de modo eminente é clínico, por meio de uma boa história
clínica, juntamente com o exame físico. Em alguns casos, se faz necessária a
avaliação radiológica com radiografia, tomografia computadorizada e ressonância
magnética. Visto que o principal achado radiográfico é a presença de osteófito, que é
um prolongamento osteocartilaginoso que se encontra na margem da articulação
lesada. Exames mais elaborados, como a ressonância ou tomografia
computadorizada, em virtude do seu alto custo, têm indicações específicas
(BARROSO; JUCA, 2020).
Tendo em vista que o diagnóstico clinico pode ser feito em pacientes
característicos de OA, sem a necessidade de investigações complementares como
exames de imagem, assim, quando uma pessoa tem idade maior que 45 anos e
apresenta dores nas articulações relacionadas a qualquer atividade realizada pela
mesma, tem rigidez matinal com duração menor que 30 minutos, apresenta
crepitações ao movimento, ocorre aumento ósseo e não há nenhum calor identificado,
tais sintomas e sinais propiciam para o diagnóstico clínico de OA, segundo as
diretrizes de práticas clínicas. Outras características adicionais que podem estar
48

presentes no manejo do diagnóstico clínico são deformidade, sensibilidade


periarticular, instabilidade e sensibilidade da linha articular com dor ocasionada na
compressão femoropatelar (WANG; LINKLATER, 2018).
Embora, o uso de exames de imagem na prática clínica visando o diagnóstico, o
manejo, bem como, acompanhamento de indivíduos com OA não tenham sido
claramente definidos, a escolha da estratégia mais adequada por intermédio de uma
abordagem mais direcionada pode otimizar a eficácia do diagnóstico, onde as
modalidades de imagem podem desempenhar papel importante. A radiografia
convencional é a técnica mais corriqueira, entretanto, modalidades modernas, como
Ressonância Magnética (IRM) e Ultrassom (US), permitem a visualização de lesões
inflamatórias nas articulações e regiões periarticulares. Recursos de exames de imagem
ampliam o conhecimento sobre a patogênese da OA, no qual é possível mostrar que
todas as estruturas da articulação podem estar envolvidas, evidenciando a perda de
cartilagem articular, inflamação sinovial e hipertrofia, danos no menisco, remodelação
óssea subcondral e formação de osteófitos e Lesões da Medula Óssea (BMLs), bem
como anormalidades musculares e ligamentares (WANG; LINKLATER, 2018).
OA é amplamente conhecida como uma doença que afeta a articulação,
segundo Neill e Felson (2018), dados elencados de grandes estudos observacionais
realizado por ambos usaram IRM, onde foi proposto que a dor na OA está associada
a uma série de fatores estruturais, incluindo-se a presença de BMLs e também
sinovite. Há evidências também de alterações no seguimento do nervo, no qual a
sensibilidade dos nervos periféricos e centrais podem contribuir para a dor na OA
(WANG; LINKLATER, 2018).
Tendo em vista que a característica patológica da OA é a perda de cartilagem
articular, que é especificamente reconhecida em radiografias simples com redução no
espaço articular. A perda de cartilagem e a ruptura da articulação estão relacionadas
com as tentativas de reparo, com a ocorrência de uma nova formação de osso e com
isso o desenvolvimento de esclerose subcondral e osteófitos. Com o estudo de
imagem mais detalhados, particularmente a IRM, a OA é atualmente amplamente
reconhecida como uma doença que envolve toda a articulação, no qual inclui
ligamentos, meniscos, sinóvia e a cápsula articular. Com estudos de ressonância
magnética também se ressaltam evidências da estrutura óssea anormal no limite do
osso subcondral com presença de cistos e BMLs. Contudo, o último citado melhor se
visualiza na ressonância magnética com áreas hiperintensas, usando-se imagens
49

ponderadas em T2 com supressão de gordura ou ponderada em densidade de prótons


(NEILL; FELSON, 2018).
É evidenciado que em situações atípicas, exames de imagem poderão ser úteis
quando o diagnóstico clínico é incerto. Entretanto, foram observados que muitas
anormalidades estruturais visualizadas em imagens são comuns em indivíduos mais
velhos, contudo, devem ser inseridas em um contexto clínico apropriado. Os autores
ratificam que comumente há falta de concordância entre as alterações vistas em
exames radiográficos estruturais e os sintomas apresentados pela OA. Ainda que
inúmeros estudos enfatizem o exame de imagem visando fins diagnósticos, faltam
estudos que além dos achados clínicos avaliem seu impacto adicional perante a
certeza do diagnóstico, sendo que é um critério predefinido de inclusão. A seguir serão
elencados alguns exames de imagem que são utilizados corriqueiramente para um
diagnóstico fidedigno, caso suceda-se alguma dúvida para diagnosticar a OA (WANG;
LINKLATER, 2018).
O raio X no diagnóstico de OA, tratando-se de um exame amplamente
acessível, economicamente e bem aceito pelos pacientes, a radiografia continua
sendo fundamental para obter-se um diagnóstico de OA baseado em imagens. No
qual no estágio inicial da doença poderão ser evidenciados desenvolvimentos de
osteófitos, estreitamento do espaço articular, esclerose subcondral ou cistos
subcondrais são bem visualizados com esta modalidade (WANG; LINKLATER, 2018).

Figura 8: Visão radiográfica de manifestações de AO.


Fonte: Wang; Linklater (2018).

É possível observar que as radiografias anteroposterior e de perfil do joelho


evidenciam estreitamento tibiofemoral medial e patelofemoral, com esclerose
subcondral e a presença de osteofitose. Os osteófitos não são evidentes na projeção
50

frontal sendo muito mais bem comprovados na radiografia lateral. A radiografia


anteroposterior do quadril confirma as características radiográficas da AO com
estreitamento do espaço articular, individualmente no segmento de suporte de peso;
com formação de osteófitos marginais; e com cistos na cabeça do fêmur, com
presença de esclerose subcondral no acetábulo sendo evidenciados na Figura 8
(WANG; LINKLATER, 2018).
Quando se usa apenas uma visão posteroanterior, a visão padrão que é
solicitada pela maior parte dos médicos não especialistas, como, por exemplo,
médicos de atenção primária, identifica-se apenas 56% dos casos de OA radiográfica;
quando se adiciona uma vista do horizonte ou lateral aumenta a identificação para
87% e todas as três vistas aumentam a identificação para quase 100%. No qual na
identificação de mais de uma característica radiográfica de OA se combinada com
características clínicas típicas da doença, aumenta fortemente a certeza diagnóstica.
Entretanto, no que se refere a outras imagens diagnósticas, como ressonância
magnética e cintilografia, essas raramente são indicadas para confirmar um
diagnóstico de OAJ (WANG; LINKLATER, 2018).
A Ressonância Magnética (IRM) oferece um excelente contraste de tecidos
moles em uma apresentação tomográfica e tem a vantagem sobre o raio-X ou a
Ultrassonografia (US) na visualização de todas as estruturas dentro da articulação,
como evidenciado na Figura 9. A detecção de sinovite por IRM é melhorada com
contraste, dessa forma, permitindo a diferenciação de derrame articular (WANG;
LINKLATER, 2018).

Figura 9: IRM evidenciando características típicas de OA de joelho e quadril.


Fonte: Wang; Linklater (2018).
51

Contudo, quando comparados aos achados da IRM com o exame clínico na


OAJ, foi observado que o uso da IRM não aumentou a precisão do diagnóstico da OA
se as características clínicas da OA estivessem presentes antes da imagem. Não é
relatada associação consistente entre a avaliação clínica e as anormalidades
apresentadas na IRM exceto para derrame articular (WANG; LINKLATER, 2018).
No que se refere à Ultrassonografia (US) para diagnóstico de OA, fica evidente
que o US é uma modalidade altamente sensível, onde o uso de sondas de alta
frequência fornece uma resolução de até ± 0,1 mm. Tal modalidade usa ondas
sonoras, não apresenta efeitos colaterais que sejam conhecidos e oferece a opção de
varredura de múltiplas regiões musculoesqueléticas em uma única sessão (WANG;
LINKLATER, 2018).
Em OA de articulação do joelho, a US demonstrou sua efetividade em detectar
e avaliar um amplo espectro de anormalidades estruturais envolvendo a parte
anterossuperior da cartilagem articular, córtex ósseo, tecido sinovial e derrame
articular. Em suma, sua comparação com a radiografia, a US teve desempenho
melhor ou igualmente bom na identificação de osteófitos tibiofemorais, extrusão
meniscal medial e degeneração morfológica da cartilagem femoral medial. Avaliações
ultrassonográficas de abaulamento meniscal medial do joelho (extrusão), derrame e
cisto de Baker foram positivamente correlacionados com características radiográficas
e sintomas clínicos de indivíduos com OA (WANG; LINKLATER, 2018).

Figura 10: Radiografia e US evidenciado a apresentações típicas da OA da base do polegar.


Fonte: Wang; Linklater (2018).

No que interpele a outras modalidades de imagem no diagnóstico de OA, Wang


e Linklater (2018) acrescentam que dentre outras modalidades de imagem que são
usadas no diagnóstico de OA, tem a Tomografia Computadorizada (TC), que como a
IRM evidencia imagens 3D de uma articulação. a TC tem vantagens sobre IRM por
52

seu valor ser mais barato, bem como mais amplamente disponível e no que se refere
ao tempo, tem tempo de alcance mais rápidos, contudo, envolve radiação ionizante.
Todavia, a TC pode evidenciar cartilagem calcificada, podendo oferecer visualização
melhorada de cistos e de osteófitos ósseos subcondrais, em comparativo com
ressonância magnética ou Raio-X.
Portanto, embora a OA seja uma doença extremamente comum, seu
diagnóstico pode ser difícil. No qual o principal objetivo dos critérios de diagnóstico é
distinguir OA de outras artrites, como artrite reumatoide e espondilite anquilosante.
Logo que o padrão de classificação do American College of Rheumatology (ACR) para
OAJ tem sido amplamente utilizado. Conforme sugerido pela definição de IRM, as
crepitações são específicas para a OA da articulação patelofemoral, mas não para a
OA da articulação tibiofemoral. Outro estudo baseado em artroscopia relatou uma
associação entre duas rachaduras na lacuna da articulação do joelho e patologia da
cartilagem. Entretanto, a degeneração da cartilagem e outras alterações esqueléticas
podem ser evidenciadas radiograficamente. A classificação de Kellgren – Lawrence
(KL) é a escala radiográfica mais amplamente utilizada. Sendo evidenciado o grau de
severidade da OAJ classificada pela escala de KL na Figura 11 (JANG; LEE; JU,
2021).

Figura 11: Exemplo da escala Kellgren – Lawrence (KL).


Fonte: Jeong et al. (2019).
53

2.1.9 Abordagem fisioterapêutica da osteoartrite de joelho

No que discerne a abordagem fisioterapêutica em pacientes acometidos por


OAJ, é irrefutável o quão benéfico é o tratamento fisioterapêutico, no qual a fisioterapia
deve ser inserida com condutas de acordo com o quadro clínico do paciente, visto que
cada paciente tem uma evolução diferente no processo de reabilitação. Visando
propedêuticas com a finalidade de acelerar o processo de recuperação funcional
desse paciente, respeitando os limites do mesmo (YAMADA et al., 2018).
Algumas abordagens devem ser realizadas antes de dar início ao tratamento,
visando achados para que melhor esse paciente possa ser assistido, com a avaliação
constituída pelos seguintes itens: anamnese; avaliação de dor por meio da Escala
Visual Analógica de Dor (EVA), a escala é ilustrada e numerada de 0 (nenhuma dor)
até 10 (máximo de dor); avaliação da Capacidade Funcional (CF); Avaliação de
Qualidade de Vida (WHOQOL-OLD); Avaliação da Amplitude de Movimento (ADM);
Avaliação de Equilíbrio (Timed Up and Go Test) (TUG); Tempo de Caminhada Rápida
de 10 metros (TC10m); Escala de Equilíbrio de Berg (EEB); Teste de Romberg com
olhos abertos e Teste de Romberg com olhos fechados (YAMADA et al., 2018).
No que se refere ao tratamento conservador de OAJ, é efetivado por meio de
medicamentos, redução de peso, programas educativos e a fisioterapia. A fisioterapia
na OAJ utiliza propedêuticas a fim de diminuir a progressão da doença, reduzir o
quadro álgico, melhorar a mobilidade e funcionalidade da articulação, a fim de
propiciar a qualidade de vida ao indivíduo acometido. Sendo utilizado como recurso
no tratamento de OA protocolos de exercícios elaborados pela fisioterapeuta que irão
contribuir na reeducação e fortalecimento muscular, dessa forma, contribuindo de
forma importante com a prevenção da progressão da doença, diminuindo a dor,
melhorando a função articular do membro lesado e, com isso, propiciando qualidade
de vida ao indivíduo com OAJ (YAMADA et al., 2018).
Dito isso, a fisioterapia tem papel preponderante no tratamento de OAJ, visto
que a estudos na literatura evidencia a importância da abordagem e tratamento
fisioterapêutico em pacientes acometidos por OAJ, onde são enfatizados inúmeros
benefícios que a propedêutica propicia. Como já evidenciado e citado por inúmeros
autores mencionados, tal doença tem grande impacto na vida do indivíduo, a qual
54

diverge de causas multifatoriais e acarreta em inúmeros prejuízos à vida do mesmo


(SILVA, 2021).
A fisioterapia tem papel fundamental no tratamento da doença, visando sanar
o quadro álgico, prevenir deformidades, bem como inibir a progressão da doença,
corroborando em manter a funcionalidade articular desse paciente. Levando em
consideração que a fisioterapia irá propiciar qualidade de vida ao paciente por meio
de protocolos assertivos e contundentes (SILVA, 2021). Dito isso, a seguir serão
elencados propedêuticas e abordagens fisioterapêuticas acerca da temática
supracitada.
O tratamento da OAJ deve ser multidisciplinar, visando promover a melhora
desse paciente clínica, funcional e mecânica. Com isso, a abordagem fisioterapêutica
visa atenuar o impacto que a OA acarreta, logo, tal abordagem tem como objetivo
promover fortalecimento muscular, alívio do quadro álgico, aumento da flexibilidade e
da amplitude de movimento. Dessa forma, poderá ser obtida melhora do desempenho
funcional desse paciente e melhoria de sua qualidade de vida (MAIA, 2018).
Dito isso, Maia (2018) enfatiza que diversos exercícios podem ser realizados
para paciente com OAJ, como exercícios de força muscular e de resistência, treino
aeróbico, exercícios de flexibilidade, exercícios de equilíbrio e exercícios
neuromusculares. Contudo, a autora enfatiza que protocolos com exercícios
neuromusculares tem se mostrados positivos, tendo em vista que engloba diversos
exercícios funcionais.
A Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP) incide em exercícios que
têm princípios em promover estímulo manual, resistência, aproximação e tração,
sincronia de movimento, estiramento e padrões. A execução visa o estímulo
proprioceptivo dos músculos e dos tendões com o intuito de ganho de maior
funcionalidade, por meio de melhor ativação da musculatura, fornecendo estabilidade
e flexibilidade da musculatura (MAIA, 2018).
Cavalcante e Souza (2017) evidenciam que a hidroterapia possui diversos
nomes, como fisioterapia aquática e aquaterapia que consiste em exercícios dentro
de uma piscina com água aquecida para acelerar a recuperação de lesões ou infecção
nos ossos do indivíduo acometido. Corroboram ainda que a hidroterapia é um recurso
fisioterapêutico que tem sido cada vez mais utilizado visando a recuperação mais
rápida e melhora dos pacientes com problemas ortopédicos, devido possuir algumas
vantagens decorrentes das propriedades físicas e dos efeitos fisiológicos propiciados
55

pelo meio aquático que tal prática propicia. A hidroterapia visa condutas e exercícios
personalizados que são traçados para cada paciente e para cada caso, no qual visa
acelerar e facilitar a reabilitação do paciente.
A hidroterapia contribui no alívio de dores, de espasmos musculares, previne
deformidades, conserva a força muscular, bem como ajuda na diminuição do edema,
contribuindo na minimização da inflamação. Dito isso, é enfatizado que o programa
de exercício aquático deve ser executado na fisioterapia, pois são exercícios
considerados mais confortáveis de se executar do que exercícios de fortalecimento
em solo, principalmente para articulações que suportam o peso corporal, como as dos
joelhos. No que se refere à capacidade funcional do paciente, ocasiona uma melhora,
visto que os exercícios aquáticos contribuem com o aperfeiçoamento da função
muscular, gerando no paciente confiança para realizar atividades em solo que
exercitem os membros inferiores (CAVALCANTE; SOUZA, 2017).
A hidroterapia é uma terapêutica composta por exercícios realizados na água,
com temperatura entre 32 C° e 36 C°. O exercício aquático pode ser mais benéfico
para indivíduos com OA do que exercício idêntico em terra, no qual é enfatizado que
o elemento água quente reduz dores e a rigidez do sistema musculoesquelético, e
propicia relaxamento muscular. Dito isso, é enfatizado pelos autores o quão é benéfico
a abordagem fisioterapêutica incluir protocolos de hidroterapia para o tratamento de
OA. Tendo em vista que a hidroterapia irá propiciar ao paciente o aumento de sua
força muscular, a melhora do equilíbrio, a melhora do condicionamento
cardiorrespiratório. Com tal propedêutica, é possível reduzir o impacto que é
minimizada pela água aquecida, que até então acarretariam em um maior desconforto
se realizados em solo em um primeiro momento (EVARISTO et al., 2017).
Dito isso, Cavalcante e Souza (2017) colaboram ainda que a fisioterapia
aquática é benéfica para pacientes acometidos por OAJ, visto que contribuirá no
aumento da amplitude do movimento, força muscular, capacidade cardiovascular,
funcionalidade, equilíbrio postural, e conseguinte redução da dor, propiciando uma
melhora na qualidade de vida dos indivíduos. É recomendado que esses pacientes
comecem o quanto antes o tratamento em piscina aquecida, para que assim se
obtenha melhores resultados. Mediante uma ampla avaliação com exames
complementares recentes, para que o profissional possa demandar a melhor
terapêutica para seu paciente com uma abordagem fidedigna, poderão ser inseridas
nesse protocolo meditas divididas em fases que consistem em:
56

Fase 1 - aquecimento, sendo imprescindível, visando que o paciente obtenha


confiança dentro da água, com duração de 10 minutos. Fase 2 - alongamentos ativos
de isquiotibiais, alongamentos ativos de quadril, realizando 4 séries de 30 segundos,
ambos grupos musculares bilateralmente, durante 10 minutos. Fase 3 –
fortalecimento, com exercícios de cadeia cinética fechada, com movimentos de flexão
e extensão de joelho, tornozelos e quadril, sendo agachamento uma ótima opção, com
4 séries de 10 repetições (CAVALCANTE; SOUZA, 2017).
Exercícios de Quadrante, com adução e abdução de quadril com extensão de
joelhos e extensão de quadril com extensão de joelhos, realizando 3 séries de 15
repetições bilateralmente. Exercícios de chute, visando extensão de quadril
associados à flexão de joelho seguido de flexão de quadril e extensão de joelho 2
séries de 10 repetições bilateralmente, durante 15 minutos. Fase 4 - propriocepção,
sendo realizado com auxílio da prancha proprioceptiva, com duração de 5 minutos.
Fase 5 - finalizando com relaxamento (método Watsu), podendo ser realizado com
auxílio de flutuadores e colete cervical, durante de 10 minutos (CAVALCANTE;
SOUZA, 2017).
A fisioterapia é utilizada tanto no tratamento de OA quanto visando prevenção
da evolução da doença, havendo vários tipos de exercícios terapêuticos empregados
no âmbito da fisioterapia. Os exercícios de fortalecimento e exercícios aeróbicos
acarretam em benefícios ao indivíduo acometido por OA, pois propiciam na redução
da dor, auxiliam na manutenção da força muscular, além da melhora da condição
aeróbica desses indivíduos. Os exercícios de marcha podem ser utilizados para
melhorar a biomecânica da marcha desse paciente, com isso, obter redução da dor e
aperfeiçoamento da funcionalidade da articulação. Os exercícios de equilíbrio visam
a melhora da instabilidade articular, visando prevenir conseguintes quedas, bem
como, com intuito da melhorar na atividade ou função de vida diária e mobilidade
desses pacientes com OAJ (YAMADA et al., 2018).
O objetivo principal do tratamento da OA é obter a redução da dor e rigidez nas
articulações para melhorar a funcionalidade articular e evitar sua progressão. A
fisioterapia se destaca nos processos de reabilitação com propedêuticas não
invasivas que atenuam os desconfortos dos pacientes. Estudos acerca da OA
demonstraram que o ultrassom terapêutico promove a formação de colágeno, induz a
reparação da cartilagem e regula as respostas inflamatórias por meio da estimulação
de efeitos térmicos que atuam no aumento do fluxo sanguíneo na região lesada,
57

consequentemente, ocasionando a redução da dor e de espasmos musculares, bem


como o aumento da extensibilidade tecidual e melhoria do fluxo sanguíneo local
(MORAES et al., 2021).
Utiliza-se o ultrassom visando a facilitação do transporte de substâncias em
tecidos humanos, e absorção das mesmas. No qual, foram evidenciadas no artigo
supracitado algumas técnicas utilizadas com o intuito de reabilitação com esse
aparelho, juntamente com a fonoforese, que é o uso de anti-inflamatórios tópicos em
forma de gel, que é usado com o auxílio do ultrassom terapêutico. A fonoforese é uma
técnica que incide na facilitação da penetração da pele através da energia
ultrassônica, utilizada como meio de contato entre o cabeçote do aparelho e a pele,
gel ou medicamento (MORAES et al., 2021).
Moraes et al. (2021) acrescenta que tal método impede efeitos colaterais
sistêmicos, tendo em vista que a droga utilizada age no local da área a ser tratada.
Todavia, a administração de drogas através da pele tem se mostrado uma alternativa
importante, embora sua utilização se limita devido à escassez de drogas com
predicados satisfatórias. Embora, algumas preparações tópicas possuam baixo índice
de transmissibilidade, podem acarretar na diminuição da efetividade da terapia com
ultrassom.
A fisioterapia propicia o fortalecimento da musculatura periarticular, corrobora
na recuperação da mobilidade articular, no qual associada à flexibilidade muscular
adquirida com a prática das atividades físicas, diminuem a inflamação, a rigidez e dor
na articulação, consequentemente, recuperando a funcionalidade do segmento
acometido. A fisioterapia contribui em promover analgesia na OA. Tendo em vista as
vastas modalidades fisioterapêuticas, a cinesioterapia utiliza o próprio movimento
como forma de tratamento, no qual, a realização de exercícios de mobilidade articular
irá propiciar diminuição da dor, tanto de origem mecânica, quanto de origem
inflamatória, devido contribuir para o restabelecimento da congruência da articulação
e redução do atrito mecânico (FARIAS; PEREIRA, 2021).
É ratificado que na OAJ é comum acontecer o encurtamento muscular
adaptativo, logo, para recuperar o comprimento destes, bem como restaurar sua
flexibilidade e mobilidade articular, reduzir a dor, são utilizados, na cinesioterapia,
exercícios de alongamento muscular, terapia manual, hidroterapia e eletroterapia são
modalidades da fisioterapia que também propiciam o alívio do quadro doloroso da OA
(FARIAS; PEREIRA, 2021).
58

Dos vários sintomas presentes na OA estão a dor, rigidez articular, diminuição


da força, diminuição da resistência muscular, corroborando na dificuldade para esse
indivíduo suportar cargas de trabalho, ocorre a diminuição da ADM, e
consequentemente geram incapacidade e limitação funcional relacionados à marcha
e à postura do mesmo. A redução de peso corporal aliado à realização de exercícios
terapêuticos é evidenciada pela autora como efetivos, pois ambos contribuem na
diminuição da dor e melhora da função articular de OAJ (YAMADA et al., 2019).
Contudo, existem alguns recursos utilizados na fisioterapia como acupuntura,
laser de baixa intensidade e a TENS que auxiliam na redução do quadro álgico. Visto
que a TENS é um método neuroestimulador baseado na “Teoria das Comportas da
Dor”, em que se evidencia que muitos estudos mostram que a TENS pode estimular
a liberação de opioides endógenos que promovem o alívio da dor. Dito isso, no que
se refere a TENS e exercícios terapêuticos, são evidentes os benefícios propiciados
por esse recurso no quadro clínico de OAJ, porém, os resultados obtidos limitam-se
exclusivamente ao que se refere à melhora da dor nesses indivíduos (YAMADA et al.,
2019).
Andrade et al. (2020) enfatiza que no que se refere à abordagem
fisioterapêutica no tratamento do paciente com OAJ visando recursos de
cinesioterapia, que há exercícios efetivos que possam ser realizados em pacientes
com OAJ, como: mobilizações articulares das articulações acometidas; alongamento
muscular lento e mantido de modo ativo-assistido ou ativo de isquiotibiais, quadríceps
femorais, dos piriformes e dos músculos da cadeia lateral com 15 segundos para
cada grupo muscular; fortalecimento dos músculos flexores e extensores de quadril
com uso de caneleira, o peso será aumentando gradativamente.
No que se refere ao fortalecimento, é interessante realizar o fortalecimento dos
músculos abdutores de quadril com faixa em três em séries de 15 repetições;
fortalecimento dos músculos adutores de quadril com bola entre os joelhos com três
séries de 15 repetições; exercícios proprioceptivos de descarga de peso dos
membros inferiores com apoio bipodálico, progredindo para apoio unipodálico;
exercícios de equilíbrio em plataformas balance pad, balance pad emborrachado em
formato de disco, balancim, pranchas de freemane, cama elástica; exercício aeróbico
na bicicleta com duração de 10 minutos; ao final das sessões é importante questionar
se esse paciente sente dor e verificar se há presença de sinais inflamatórios na
59

articulação acometida, em casos positivos para ambas situações é interessante


realizar crioterapia durante 20 minutos (ANDRADE et al., 2020).
Portanto, a abordagem fisioterapêutica em indivíduos cometidos por OAJ é de
extrema importância, visto que podem ser enfatizadas diversas propedêuticas, no qual
o tratamento atual é focado principalmente no controle dos sintomas. A fisioterapia
desempenha um papel importante na melhora dos sintomas e na restauração da
função articular. É importante esclarecer que não existe cura para a OA até o
momento. A fisioterapia visa controlar os sintomas e melhorar a função articular, aliviar
a dor, reduzir a rigidez, prevenir a atrofia muscular, minimizar a incapacidade funcional
e tentar reduzir o progresso da destruição da cartilagem, e assim propiciar a esses
pacientes melhor qualidade de vida (TREML et al., 2018).
Portanto, fica evidente que a abordagem fisioterapêutica é de extrema
importância para pacientes com OAJ. No qual o tratamento poderá variar dependendo
da gravidade da doença, a escolha do plano de tratamento deve ser absolutamente
individualizada, e seus objetivos podem ser resumidos da seguinte forma: reduzir a
dor, reduzir inflamação, inibir degradação da cartilagem e diminuir a severidade
limitada à medida que a OAJ progride, e o objetivo também está focado na capacidade
e função, não apenas em termos de sintomas, além de aumentar o nível de atividade
física diária e melhorar a aptidão física, visa também normalizar e otimizar as AVDs
desse paciente. Contudo é irrefutável o tratamento fisioterapêutico no âmbito dessa
doença, uma vez que que os benefícios enfatizados pela fisioterapia são fidedignos
(TREML et al., 2018).
60

3 METODOLOGIA

Este trabalho trata de uma revisão integrativa da literatura de natureza


qualitativa, foi realizado no Centro Universitário AGES, em Paripiranga (BA), onde foi
elaborado por uma metodologia de modo a propiciar conhecimento acerca do tema
aqui citado, com a inclusão da aplicabilidade dos resultados dos estudos discutidos.
A revisão integrativa trata-se de um método que associa as evidências de estudos,
com o intuito de ratificar o objetivo e de aumentar a efetividade, bem como a validade
dos achados e sua objetividade, visto que a revisão integrativa pode desempenhar um
papel importante no desenvolvimento de práticas baseados em evidências. Visto que
os pesquisadores devem dar enfoque a pesquisas integradas e sólidas, para que, com
isso, deva sistematizar o processo de revisão e, assim, torná-lo mais rigoroso (HOPIA;
LATVALA; LIIMATAINEN, 2016).
Assim sendo, a revisão integrativa consiste em uma categoria de revisão da
literatura, que reúne achados de estudos desenvolvidos através de diferentes
metodologias, permitido aos pesquisadores que sintetize resultados, respeitando a
filiação epistemológica dos estudos empíricos incluídos (KASPER et al., 2020).
Visto que a revisão integrativa é um método específico, em que resume o
passado da literatura empírica ou teórica, e dessa forma fornece uma melhor
compreensão acerca de um fenômeno particular. Portanto, o termo supracitado
denota da integração de opiniões, conceitos ou de ideias derivadas de pesquisas
utilizadas no método (BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011).
É um trabalho de natureza qualitativa, visto que se atentará em expor
informações contundentes sobre as características e os significados de uma
problemática. Tenny e colaboradores (2021) evidenciam que a pesquisa qualitativa se
trata de uma categoria de pesquisa, em que explora e fornece informações mais
profundas sobre problemáticas acerca do mundo real. A pesquisa qualitativa coleta as
experiências, opiniões e comportamentos dos participantes, respondendo temáticas
de como e porquê.
Moser e Korstjens (2017) corroboram que a pesquisa qualitativa é definida
como o uso de projetos de pesquisa flexíveis para coletar materiais narrativos ricos
para investigar fenômenos de uma maneira aprofundada e holística. Dito isso, a
61

pesquisa qualitativa procura fornecer percepções aprofundadas e compreensão de


questões reais.
O material usado para a coleta de dados foi fornecido pelas seguintes bases
de dados em saúde: Scientific Electronic Library Online (SciELO), Literatura Latino-
Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis
and Retrieval System Online (MEDLINE/PubMed) e Physiotherapy Evidence
Database (PEDro). Os limitadores temporais, no que diz respeito ao período de
publicação, foram de estudos publicados entre os anos de 2011 e 2021, tendo
predominância a utilização de estudos do ano de 2016 a 2021. No que interpele aos
descritores para tal estudo, foram utilizados os seguintes descritores em saúde:
“Osteoartrite de joelho”, “Degeneração articular”, “Dor articular” e “Fisioterapia”, com
idiomas em português, inglês e espanhol, mediante temas compactuantes acerca da
temática pesquisada neste trabalho. Visto que a monografia foi elucidada entre os
meses de agosto e novembro de 2021. Contudo, foram excluídos os artigos que não
se adequaram aos critérios supracitados, bem como, ano de publicação inferior a 2011
e que não compactuaram com os requisitos da pesquisa.
A princípio, foram encontrados 115 estudos quando a primeira seleção foi
realizada, e, mediante a exclusão devido a duplicidades nas bases de dados, restaram
73 documentos. Por conseguinte, foi feita a análise de títulos, resultando na seleção
de 65 publicações, logo, foi realizada uma triagem de leitura de seus referidos
resumos, acarretando, na exclusão de 45 publicações que não compactuavam sobre
a temática pesquisada. Assim, restando 30 estudos, sendo esses analisados com a
leitura de sua totalidade, posteriormente, houve a eliminação daqueles que não
condiziam aos objetivos propostos da monografia. No momento onde o trabalho findou
com a inclusão de 15 estudos, sendo esses destinados, exclusivamente, para os
resultados e as discussões (Quadro 1).
62

Esquematização do processo de
aquisição do corpus
115 estudos - Base de dados: SciELO,
Identificação
MEDLINE/PubMed, LILACS e PEDro.
73 publicações após eliminação de
Triagem duplicidade. 65 publicações identificados
após análise de títulos.
45 publicações não compactuavam sobre
Elegibilidade a temática pesquisada, após leitura dos
resumos.
30 estudos analisados com a leitura de
sua totalidade e eliminação daqueles que
Inclusão não condiziam aos objetivos. 15 estudos
foram destinados, exclusivamente, para
os resultados e as discussões.
Quadro 1: Esquematização do processo de aquisição do corpus.
Fonte: Dados da pesquisadora (elaborada em 2021).
63

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O Quadro a seguir é iniciado mediante demonstrações de dados minuciosos


com título dos estudos, autores/ano, métodos e conclusões dos estudos (Quadro 2),
em que foram elencados somente para essa etapa, visto que é possível constatar que
a apresentação dessas informações tem por propósito substanciar as principais
propriedades metodológicas e conclusivas destes estudos escolhidos.

Título dos Autores/Anos Conclusões


Métodos
Estudos
Fica evidente no
artigo que o ciclismo
estacionário
contribui no alívio da
Nesse artigo foi
sintomatologia
realizada uma
dolorosa e melhora
pesquisa
a função esportiva
sistemática, no
em indivíduos com
qual foram usados
OAJ, contudo,
7 bancos de
clinicamente, pode
Stationary dados: PubMed,
não ser eficaz para
cycling exercise Embase, Biblioteca
melhorar a rigidez
for knee Cochrane, Web of
presente na
osteoarthritis: A Luan et al., 2021. Science, EBSCO,
articulação, bem
systematic PEDro e CNKI.
como ineficaz na
review and meta- Logo que foram
melhora das AVDs e
analysis encontrados 11
consequente
estudos relevantes
qualidade de vida
com o total de 724
desse paciente.
participantes, onde
Visto que no que
a meta-análise
interpele melhorias
final foi efetivada
é evidenciado que
com 8.
apenas no âmbito
do alívio álgico e de
melhor performance
da função esportiva.
Métodos Foram feitas Contudo, foi
fisioterapêuticos Knob et al., 2018. buscas em bases enfatizado mediante
utilizados na de dados a leitura de tal
64

reabilitação do eletrônicas, literatura que as


equilíbrio SciELO, MedLine e técnicas
postural em LILACS, no fisioterapêuticas
indivíduos com período de janeiro que foram
osteoartrite: uma a março de 2016. abordadas pelos
revisão No qual a busca estudos, como a
sistemática. teve como cinesioterapia em
objetivo a solo, a
identificação de hidrocinesioterapia,
artigos publicados bem como a
entre os meses de prática de exercícios
janeiro de físicos domiciliares
2009 a março de demonstraram
2016, mediante o efeitos
descritor primário positivos no manejo
“Osteoartrite” em indivíduos com
(Osteoarthritis) que OAJ em conotação
foi cruzado com os a qualidade de vida
descritores do indivíduo
secundários acometido, pois
“Equilíbrio afeta diretamente a
postural” (Postural estabilidade
Balance), postural que é
“Fisioterapia” fundamental para
(Physical realização de AVDs
Therapy Specialty) e mobilidade,
e “Reabilitação” consequentemente,
(Rehabilitation), gerando alterações
nas línguas no equilíbrio
portuguesa e postural (EP) e, por
inglesa. conseguinte
acarretando em
risco de quedas ao
mesmo.
Nota-se que a
Foram realizadas
opção ideal de
pesquisas em
órteses em
bases de dados
indivíduos com OAJ
The role of Cochrane Library e
Merchan; continua não
orthoses in knee PubMed
Rodriguez, 2019. definido e faltam
osteoarthritis (MEDLINE)
maiores estudos
relacionadas ao
que enfatizem
papel das órteses
inferências de longo
na OAJ.
prazo no uso das
65

mesmas. Dito isso é


notório o baixo grau
de evidências para o
uso de órteses em
paciente com OAJ.
Foram Tal pesquisa
pesquisadas bases evidenciou o
de dados da impacto efetivo de
literatura no exercícios na AOJ.
PubMed, CINAHL Em que métodos
complete - tradicionais de
EBSCO, que foi exercícios como
conduzida por um treinamento de
bibliotecário força, exercícios
universitário sob a aeróbicos e de
direção de um flexibilidade
autor visando mostraram
recuperar artigos melhores resultados
relevantes em em pacientes com
inglês que foram maior comprometido
publicados no articular, bem como
último ano (julho exercícios como
de 2016 a agosto ioga, Tai Chi e
Exercise in the
de 2017). Artigos exercícios aquáticos
management of Wellsandt;
esses que foram mostraram
knee and Golightly, 2017.
incluídos se efetividade. Dito
hip osteoarthritis
fossem isso, os exercícios
randomizados podem promover
ensaios clínicos melhorias e
(RCT), estudos inúmeros
observacionais, resultados, incluindo
pragmáticos melhoria do quadro
ensaios e revisões álgico, deficiências
sistemáticas/meta- físicas, aptidão
análises, buscando física, qualidade de
exercícios vida, âmbito
estudados, a fim psicológico,
de uma desempenho
intervenção de musculoesquelético,
pelo menos 6 sono, fadiga, bem
semanas de como, função física.
duração em uma Contudo, vê-se que
população de os exercícios são
indivíduos adultos benéficos e efetivos
66

com mais de 18 em pacientes com


anos de idade com OAJ, onde o grau de
OAJ ou quadril. melhoria irá
depender da
dosagem adequada
e progressão de tais
exercícios, podendo
ser aprimorado por
meio de
comportamentos.
Sendo notável que o
treinamento
aeróbico em relação
à prevenção não
apontou deficiências
específicas
presentes na OAJ,
por exemplo, o
extensor do joelho
no qual o músculo
está fraco, visando
que pode limitar a
melhora da dor. Os
exercícios de alto
impacto podem ser
de difícil prescrição
em OA, tendo em
vista a relutância do
indivíduo do medo
de gerar mais dor
nessa articulação.
entretanto, o autor
concluiu que a dor
articular não é pior
em indivíduos que
eram corredores do
que dos não
corredores.
Efficacy of high- O objetivo do Foi evidenciado que
intensity laser estudo foi a Laserterapia de
therapy in Nazari et al., comparar os Alta Intensidade
comparison with 2019. Efeitos da (HILT), que envolve
conventional Laserterapia de a radiação laser de
physiotherapy Alta Intensidade forma intensa,
67

and exercise (HILT), Fisioterapia indolor e potente,


therapy on pain Convencional tem demonstrado
and function of (CPT) e Terapia efeitos significativos
patients with por Exercício (TE) na redução da dor.
knee na dor e função em Esse achado apoia
osteoarthritis: a pacientes com a viabilidade da
randomized OAJ. O estudo foi aplicação de HILT
controlled trial desenhado como como um método
with 12-week um ensaio clínico seguro e bem
follow up controlado tolerado para
randomizado cego pacientes com OAJ.
avaliador. Noventa HILT combinado
e três pacientes com TE pode
(50 a 75 anos de melhorar a dor e a
idade) com função de pacientes
diagnóstico de como OAJ melhor
OAJ foram do que CPT
incluídos e combinado com TE
divididos e exercício sozinho.
aleatoriamente em
três grupos e
receberam 12
HILT, CPT ou TE.
Os resultados são
a intensidade da
dor medida por
Escala Visual
Analógica (VAS),
Amplitude de
Flexão do Joelho
(DE), Teste de
Tempo (TUG),
Teste de
Caminhada de 6
minutos (TC6) e
Questionários de
Osteoartrite de
Western Ontario e
McMaster
University
Measured Joelho
Joint Function
(WOMAC). Uma
análise estatística
68

foi realizada para


comparar os
valores na linha de
base,
imediatamente
após o tratamento
e 12 semanas
depois.
Foi notado que em 8
semanas, a
massagem
melhorou
expressivamente as
pontuações globais
do WOMAC em
comparação com o
toque e os cuidados
comuns. No qual, a
massagem
Foram avaliados
melhorou os
551 para
escores da
elegibilidade, 222
subescala WOMAC
adultos com OAJ
da dor, rigidez e
Efficacy and foram inscritos,
função física em
Safety of 200 avaliações de
comparação ao
Massage for 8 semanas
Perlman et al., toque leve e
Osteoarthritis of concluídas e 175
2019. cuidados habituais.
the Knee: a avaliações de 52
Com 52 semanas, o
Randomized semanas
teste compreensivo
Clinical Trial concluídas.
de qualquer
Sessenta minutos
diferença de grupo
de massagem
na mudança no
protocolizada ou
WOMAC Global
leve toque.
desde o início até 52
semanas não se
mostrou
significativo,
indicando que não
houve importante
diferença em
mudança entre os
grupos. Visto que os
eventos adversos
foram ínfimos.
69

Todavia, a
intervenção do alívio
dos sintomas com a
massagem semanal
tornou-se uma
opção interessante
só em curto prazo
para paciente com
OAJ, sem achados
importantes de
benefícios em longo
prazo.
Portanto tal estudo
pôde evidenciar que
no que diverge da
recomendação de
outras modalidades
de fisioterapia
comuns os estudos
são inconclusivos. O
NICE sugere que as
Foram feitas técnicas de terapia
pesquisas nos manual e a TENS
bancos de dados são consideradas
da literatura - além das
MEDLINE, intervenções de
Physiotherapy EMBASE, exercícios, contudo,
management of Walsh; Pearson; Cochrane Library, o OARSI concluiu
lower limb Healey, 2017. Instituto Nacional que não há
osteoarthritis de Saúde e evidências
Excelência Clínica significativas
(NICE) e Scottish disponíveis para
Intercollegiate determinar a
Guidelines contundência das
Network (SIGN). técnicas manuais,
bem como, não
havendo evidências
conclusivas para
apoiar ou refutar o
uso de TENS. A
acupuntura não é
categoricamente
indicada pelo NICE,
enquanto o OARSI
70

indica que as
evidências são
incertas, visto os
resultados
estatisticamente
significativos dos
ensaios, no entanto,
há falta de
resultados
clinicamente
expressivos a serem
relatados.
Tal estudo teve
Foram
como finalidade
pesquisadas as
uma revisão
bases de dados -
sistemicamente
MedLine, Embase,
sobre a eficácia do
Web of Science,
exercício aquático
Cochrane Central
(AQE) em
Register of
comparação com o
Controlled Clinical
exercício terrestre
Trials, CINAHL e
(LBE) no tratamento
psyclNFO, sendo
da OAJ. No qual
exaustivamente
foram inclusos 08
pesquisadas em
RCTs, teve
busca de ensaios
Is aquatic envolvimento de um
clínicos
exercise more total de 579
randomizados
effective than pacientes. A
Dong et al., 2018. (RCTs) medindo a
land-based metanálise
eficácia de AQE e
exercise for knee evidenciou não
LBE para OAJ
osteoarthritis? haver diferenças
desde a data de
significativas entre o
início até setembro
tratamento
24, 2018. Visando
fisioterapêutico de
que o risco de viés
AQE e LBE para
foi examinado
alívio do quadro
usando a
álgico do paciente,
Ferramenta de
visto que a função
Colaboração
física e melhoria da
Cochrane e o
qualidade de vida do
Review Manager
paciente, visando
5.3 foi usado para
intervenções de
coleta e análise de
curto bem como de
dados.
longo prazo, em
71

pacientes com OAJ.


Todavia, o nível de
adesão satisfatório
para AQE foi maior
do que para LBE.
Dito isso, não sendo
comparado a
nenhuma
intervenção, o AQE
mostrou um
resultado leve para
elevar as atividades
da vida diária.
Portanto fica
evidente que o
treinamento
proprioceptivo
promove
efetivamente alívio
da dor e
conseguinte
autonomia na
realização de AVDs
em pacientes com
Buscaram-se
Proprioceptive OAJ, o qual deve ser
estudos concluídos
Training and incluso em
de 1946 a 2017
Outcomes of programas de
obtidos de 4
Patients With reabilitação. É visto
Jeong et al., bancos de dados
Knee que a rigidez e
2019. da literatura -
Osteoarthritis: A outras
(PubMed,
Meta-Analysis of características de
MEDLINE,
Randomized mobilidade
CINAHL e
Controlled Trials permaneceram
SPORTDiscus).
inalteradas após o
treinamento
proprioceptivo.
Contudo, programas
de exercícios
proprioceptivos
modificados se
fazem necessários
para direcionar a
rigidez e melhorar
comandos
72

adicionais da função
física do paciente.
Esta revisão
Cochrane incluiu Portanto, mediante
em seus estudos o que foi
13 ensaios clínicos evidenciado pelos
randomizados com autores, no qual os
1190 participantes. resultados da
Todos os 13 revisão sistemática,
estudos fizeram puderam concluir
um comparativo de que os exercícios
exercícios aquáticos podem
aquáticos com ser eficazes no
intervenções de tratamento de
controle. No qual indivíduos com OAJ.
as intervenções de Visto que a
controle mudaram intervenção
entre os ensaios, proposta foi
Aquatic Exercise
foram inclusos: resolutiva na
for the Treatment Franco et al.,
nenhuma redução da dor e
of Hip and Knee 2017.
intervenção (7 incapacidade e
Osteoarthritis
ensaios), melhorar a
educação (2 qualidade de vida
ensaios), desses pacientes.
chamadas Todavia, quando
telefônicas (2 comparados com
ensaios), atenção abordagens de
social (1 ensaio), controle, é
cuidados habituais evidenciada a
(ou seja, exercícios efetividade
de quadríceps em moderada de que os
casa mais exercícios aquáticos
correção apresentam
comportamental de melhora
atividades diárias e imediatamente após
estilo de vida) (1 o tratamento.
ensaio).
Associação entre Foi realizado Este estudo
qualificação nesse estudo uma comprovou que
profissional de Monteiro et al., investigação existe uma
fisioterapeutas e 2021. eletrônica correlação entre o
a percepção descritiva, nível de qualificação
sobre o transversal e profissional dos
73

tratamento de analítica, com fisioterapeutas no


osteoartrite de abordagem Norte do Brasil e sua
joelho: um quantitativa, avaliação da
estudo descrito de acordo eficácia ou
transversal com a inefetividade das
Strengthening the intervenções de OA
Reporting of de joelho. Esses
Observational resultados indicam
Studies in que quanto menor o
Epidemiology nível acadêmico
(STROBE), que foi desses
aprovado pelo profissionais,
Comitê de Ética menores serão as
em Pesquisa. Logo chances desses
que tal inquérito fisioterapeutas de
eletrônico foi perceberem pouco
conduzido com a eficiente, ou
participação de ineficiente, as
profissionais de intervenções não
fisioterapia que recomendadas para
atendem pacientes o tratamento da
com OAJ, doença. Com isso,
registrados no se vê que tal crença
Conselho de nessas terapias
Fisioterapia e que complementares
atuam em cinco mesmo que com
estados da região recentes evidências
Norte do Brasil. indicando baixa
efetividade dessas
técnicas, logo, a
crença em terapias
passivas utilizando
equipamentos
continuam a
permear a base
teórica de inúmeros
profissionais, com
isso, pode-se
sugerir que a Prática
Baseada em
Evidências (PBE)
não está sendo
corretamente
abordada ou
74

adequadamente
praticada em
disciplinas da
graduação nessa
região do Brasil.
Contudo, o que
interpele a
interpretação por
uma parcela desses
fisioterapeutas com
o uso da
eletroterapia e
ultrassom como
modalidades que
são
corriqueiramente
utilizadas como
eficientes por esses
profissionais,
observa-se nesse
estudo que não são
dados inéditos, mas,
corriqueiramente
implementados.
Em tal estudo Foi evidenciado
foram pesquisados nesse estudo pelos
bancos de dados autores que, no que
até 28 de abril de discerne exercícios
2015: Cochrane voltados à
Central Register of hidroterapia, há
Controlled Trials, evidências de que
MedLine, Embase, sua qualidade é
Aquatic exercise CINAHL, PEDro moderada, no qual,
for the treatment Bartels et al., (banco de dados os exercícios
of knee and hip 2016). de evidências de aquáticos podem ter
osteoarthritis fisioterapia), e Web efeitos ínfimos, e em
of Science. Não curto prazo, embora
havendo restrição que clinicamente
de idioma. No qual haja uma diminuição
foram realizados considerável de dor
ensaios clínicos relatada pelo
controlados paciente. Dito isso,
randomizados de foi evidenciado que
exercícios nenhum evento
75

aquáticos adverso sério foi


comparados a um relatado nos
grupo de controle estudos em relação
de participantes aos exercícios
com OAJ. aquáticos. Não
houve grandes
ganhos, entretanto,
não houve nenhum
retrocesso quanto à
doença
Atualmente, não há
cura conhecida para
OA de joelho, mas a
terapia com
Foi realizada uma exercícios é uma
pesquisa nos das intervenções
bancos de dados não farmacológicas
PubMed, Web of recomendadas
Science, Scopus, pelas diretrizes
EBSCO e internacionais para
Cochrane Central melhorar os
Register of sintomas. Os
Reporting of Controlled Trials exercícios
Harm in Heideken et al., (CENTRAL) desde terapêuticos atuais
Randomized 2021. a data de início até se concentram em
Controlled Trials 15 de dezembro de melhorar a função e,
of Therapeutic 2019. O desfecho principalmente, no
Exercise for primário de alívio da intensidade
Knee interesse foi a da dor, que é a
Osteoarthritis: A medição da dor principal causa dos
Systematic usando a escala sintomas e da
Review visual analógica. A incapacidade. A
qualidade terapia com
metodológica dos exercícios, sozinha
estudos foi ou em combinação
avaliada por meio com outros
da escala métodos,
Physiotherapy desempenha um
Evidence papel importante na
Database (PEDro). melhora dos
sintomas e funções
físicas na OA.
Exercícios esses
que são feitos
76

isolados e com
diferentes
modalidades que
são eficazes na
inibição da dor e no
aumento da
intensidade e da
duração do
exercício podem
fazer diferenças
clínicas e
estatisticamente
significativas na
redução da dor.
A revisão
sistemática fornece
evidências para o
uso de exercícios
terapêuticos, de alta
intensidade, longo
prazo e combinados
com outras
intervenções, para
redução clínica da
intensidade da dor.
Este estudo foi um Não houve
ensaio clínico diferença
prospectivo, estatisticamente
randomizado e significativa entre o
controlado. Cem grupo de
pacientes com acupuntura e o
The Effect of
OAJ foram grupo de fisioterapia
Acupuncture and
divididos em termos de dor.
Physiotherapy on
Atalay; Durmus; aleatoriamente em A acupuntura e a
Patients with
Gezginaslan, grupo de fisioterapia
Knee
2021. acupuntura e realizadas duas
Osteoarthritis: A
grupo de vezes por semana
Randomized
fisioterapia. Ambos durante 6 semanas
Controlled Study
os tratamentos têm efeitos
foram semelhantes em
administrados em relação à dor,
12 sessões ao estado funcional e
longo de 6 qualidade de vida
semanas. A (QV). Não houve
77

pesquisa ocorreu diferenças


na unidade significativas entre
intervencionista de os grupos de
dor de um centro acupuntura e
terciário de um fisioterapia no alívio
hospital da dor, melhora do
universitário. estado funcional e
QV no tratamento
de OAJ. Os
tratamentos de
acupuntura e
fisioterapia
mostraram produzir
resultados
significativamente
superior quando
comparados com os
valores basais.
Os autores indicam
que em estudos
recentes os
exercícios
domiciliares para
pacientes com OAJ
são recomendados
como uma
estratégia para
reduzir a carga da
doença durante a
Tackling pandemia. A análise
osteoarthritis Rocha; Melo; – da meta-análise do
during COVID-19 Berenbaum, 2021. impacto do exercício
pandemic. no OAJ foi muito
positiva e concluiu
que nenhuma
pesquisa adicional é
necessária para
apoiá-la. Com base
em uma revisão
sistemática da
literatura, o Center
for Evidence-Based
Medicine da
University of Oxford
78

divulgou
informações
detalhadas sobre os
tipos de exercícios
disponíveis para
idosos que foram
colocados em
quarentena devido à
COVID-19.
Quadro 2: Síntese de estudos relacionados.
Fonte: Dados da pesquisadora (elaborado em 2021).

Mediante a análise dos estudos avaliados, é possível observar que no que


interpele a abordagem fisioterapêutica em relação ao ciclismo estacionário, tal
conduta contribuiu com o alívio do quadro álgico do paciente com OAJ, bem como, a
melhora do despenho esportivo de praticantes, visto que, o paciente trabalha a
articulação do joelho em sua totalidade, contribuindo no aporte sanguíneo e
consequentemente melhora o fluxo sanguíneo, não só local, mas de todo o corpo,
acarretando melhor desempenho físico e estabilidade, contribuindo, com que esses
pacientes tenham mais equilíbrio, e ganhos no desempenho cardiopulmonar e
cardiovascular. Contudo, tal estudo indicou que tal abordagem se mostra ineficaz no
que discerne sobre a efetividade da propedêutica em relação à melhora da rigidez e
maior melhoria no desempenho de AVDs dos pacientes, dito isso, fica evidente
ganhos enfatizados no que distingue melhora da dor e melhoria do desempenho, na
prática de esportes (LUAN et al., 2021).
Knob et al. (2018) abordam em seu estudo que a abordagem fisioterapêutica
com protocolos elencando propedêuticas como cinesioterapia feita em solo,
hidrocinesioterapia e exercícios domiciliares mostraram importante relevância, com
efeitos positivos em pacientes acometidos por OAJ, pois tal doença afeta diretamente
a estabilidade postural, importante para esse paciente na realização de suas AVDs do
dia a dia e sua mobilidade, tendo em vista que, a OAJ causa alterações em sua
marcha e equilíbrio postural e, por conseguinte, pode acarretar em quedas, portanto,
o autor ratifica que tais exercícios são benéficos para pacientes com OAJ.
Segundo Merchan e Rodrigues (2019), em seu estudo é elencando que é
notório o uso e indicação de órteses, que são dispositivos de auxílio que visam
proteger, estabilizar e mobilizar uma articulação, tal abordagem tem baixo grau de
evidências para o uso de órteses em pacientes com OAJ, dito isso, os autores
79

salientam que não é definida uma órtese ideal indicada para a doença supracitada e
faltam estudos que evidenciem interferências significativas em longo prazo no uso das
mesmas.
Fica evidente em tal estudo a efetividade dos exercícios para pacientes com
OAJ, em que métodos tradicionais como exercícios aeróbicos, exercícios de força
muscular e de flexibilidade mostraram resultados maiores em pacientes com maior
comprometimento articular por OA, logo, exercícios de Tai Chi, aquáticos e ioga
mostraram também respectiva efetividade. Tais abordagens podem promover
melhoria no quadro álgico, diminuir a progressão de deficiências funcionais
acarretadas pela OAJ, melhorar a aptidão física do paciente e, consequentemente,
melhorar a qualidade de vida do mesmo, já que há ganhos psicológicos, melhoria do
sono, melhoria da função física e maior desempenho musculoesquelético
(WELLSANDT; GOLIGHTLY, 2017).
Tais exercícios supracitados se mostraram benéficos no estudo de Wellsandt e
Golighty (2017), todavia, o grau de melhoria irá depender de como está sendo feita a
dosagem adequada desses exercícios e progressão de tais exercícios, que deve ser
aprimorado através de comportamentos gradativamente, e o fisioterapeuta deve
pensar em curto, médio e longo prazo, sempre melhor adequando sua abordagem,
visto que, é nítido que o treino aeróbico em relação à prevenção não demonstrou
evidências específicas na OAJ, se no extensor de joelho o músculo está fraco
consequentemente, limitará a melhoria do quadro álgico local. Entretanto, os
exercícios de maior impacto podem ser difíceis de serem aplicados nesses pacientes
acometidos por OAJ, tendo em vista que o paciente se mostra relutante devido ao
medo de gerar ainda mais dor nessa articulação, contudo, os autores ratificam que
mediante seus estudos a dor articular não se mostrava maior em pacientes corredores
do que em pacientes que não eram corredores.
Segundo Nazari et al. (2019), a laserterapia de alta intensidade (HILT)
demonstrou efeitos significativos no quadro álgico de OAJ, uma vez que implica
radiação a laser de forma intensa, potente e que não causa dor, dito isso, tal achado
enfatiza a abordagem de aplicação do HILT como um método bem tolerado e seguro
para o tratamento de OAJ, onde HILT combinado com Terapia por Exercício (TE)
melhora a algia e a função articular de pacientes com OAJ, mostrando tal abordagem
ser mais efetiva do que Fisioterapia Convencional (CPT) combinado com TE e
exercícios sozinhos.
80

Perlman et al. (2019) ratificou, em seu estudo de oito semanas de massagens,


que foi evidenciado que a abordagem de massoterapia melhorou expressivamente as
pontuações da subescala de WOMAC em comparativo com outras abordagens com
cuidados comuns e outros toques manipulativos, logo que, a massagem melhorou os
escores da subescala de WOMAC em relação à dor, bem como melhora da rigidez
articular e função física do paciente.
Já em outro grupo com 52 semanas, foi realizado o teste compressivo, onde
não evidenciou nenhuma diferença de mudança, avaliado pelo WOMAC Global desde
o início até completar as 52 semanas, não houve evidencias significativas que
indicassem que houve importante diferença de mudanças entre esses grupos.
Ressaltando que foi evidenciado que os eventos adversos foram mínimos, entretanto,
no que interpele a intervenção do alívio do quadro álgico com a massagem terapêutica
semanal referiu uma opção interessante só em curto prazo para pacientes com OAJ,
sem achados relevantes benéficos em logo prazo de tal abordagem (PERLMAN et al.,
2019).
Walsh, Pearson e Healey (2017) enfatizaram que segundo o Instituto Nacional
de Saúde e Excelência Clínica (NICE) a TENS e as técnicas de terapia manual são
consideradas efetivas em curto prazo, além de intervenções de exercícios, entretanto,
a Osteoarthritis Research Society International (OARSI) concluiu não haver evidências
significativas disponíveis para a contundência das técnicas manuais, logo que,
também não foram encontradas evidências suficientes para ratificar a efetividade do
uso da TENS mediante a abordagem em pacientes acometidos por OAJ. Visto que, a
acupuntura não é decididamente indicada pelo NICE, bem como, o OARSI corrobora
que as evidências indicadas são incertas mediante o que é elencado pelos resultados
estaticamente significativos dos ensaios, portanto, há falta de resultados contundentes
a serem enfatizados. Logo, tal estudo evidenciou que em relação à modalidade de
fisioterapia comum, como as supracitadas, os estudos são inconclusivos para a
efetividade das mesmas.
Dong et al. (2018) enfatizaram em uma revisão sistemática sobre a eficácia do
Exercício Aquático (AQE), conhecido como uma abordagem fisioterapêutica chamada
também de hidroterapia, onde foi comparado com Exercícios Terrestre (LBE) feitos
em solo, no tratamento de OAJ. Foram inclusos oito Ensaios Clínicos Randomizados
(RCTs), com o total de 579 pacientes, onde a metanálise ratificou que não houve
diferenças importantes e significativas no tratamento fisioterapêutico de AQE e LBE
81

no alívio da dor dos pacientes, na função física e conseguinte qualidade de vida dos
pacientes, visando uma propedêutica de intervenções em curto prazo e longo prazo
em pacientes com OAJ. Com isso, fica evidente não haver nesse estudo evidências
de importante diferença entre ambas terapêuticas. Entretanto, a adesão é mais
satisfatória em relação à AQE que para LBE, contudo o AQE evidenciou resultados
leves para o paciente abranger suas AVDs.
Mediante o que foi abordado por Jeong et al. (2019), é notório que o treino
proprioceptivo colabora com o alívio do quadro álgico, consequentemente
colaborando para que esse paciente com OAJ tenha melhor autonomia para
realização de suas AVDs, e dessa forma deve ser incluso na abordagem
fisioterapêutica. É evidenciado que a rigidez articular e outras características de
mobilidade do paciente continuam inalteradas após o treino de propriocepção. Porém,
são necessárias abordagens com exercícios proprioceptivos dinâmicos para melhorar
a rigidez e contribuir na função física do paciente.
Exercícios aquáticos foram enfatizados pelos autores como eficazes no
tratamento de pacientes com OAJ, assim, a propedêutica proposta se mostrou
resolutiva na redução do quadro álgico e melhorando a incapacidade funcional e
contribuindo para a qualidade de vida desses pacientes. No entanto, em comparação
às abordagens de controle, fica evidente a efetividade moderada de tais exercícios
aquáticos, todavia, apresentaram melhora imediata após o tratamento (FRANCO et
al., 2017).
Monteiro et al. (2021) abordam um estudo realizado na Região Norte do Brasil,
onde evidencia haver associação entre o nível de qualificação profissional de
fisioterapeutas no que interpele a avaliação desses na eficiência de algumas
abordagens terapêuticas para OAJ. Foram enfatizados resultados que quanto menor
for o nível acadêmico do profissional, menor serão as hipóteses, desses
fisioterapeutas entenderem como pouco eficiente ou ineficiente as intervenções que
interpelem o tratamento dessa doença com propedêuticas acerca do uso da
eletroterapia e ultrassom para o tratamento da OA.
Apesar de evidências terem indicado baixa efetividade das técnicas de terapias
passivas com o uso de equipamentos, continua uma crença atrelada, visto que a
crença com tais terapias passivas, como uso desses equipamentos continua a
permear a base teórica de vários profissionais, dito isso, pode-se sugerir que a Prática
Baseada em Evidências (PBE) não está sendo corretamente abordada ou está sendo
82

inadequadamente empregada em disciplinas da graduação nessa região do Brasil.


Onde a interpretação por alguns fisioterapeutas de que o uso da eletroterapia e
ultrassom são modalidades muito utilizadas e eficazes, observada nesse estudo que
é importante enfatizar que não é um dado inédito (MONTEIRO et al., 2021).
É evidenciado como eficácia moderada no que discerne sobre a abordagem
fisioterapêutica com exercícios de hidroterapia, logo que os exercícios aquáticos
podem ter efeitos ínfimos, de curto prazo, para pacientes com OAJ, mesmo que
comprovado sua eficácia clinicamente na diminuição do quadro álgico na articulação
lesada, contudo, é notório que nenhum evento prejudicial foi citado nos estudos em
relação aos exercícios aquáticos, dito isso, tal propedêutica se mostrou benéfica, em
curto prazo, em suma, relacionado ao quadro álgico do paciente com OAJ (BARTELS
et al., 2016).
Heideken et al. (2021) corroboram que atualmente não há cura para OA,
contudo, existem opções não farmacológicas recomendadas pelas diretrizes
internacionais para a melhoria dos sintomas que tal doença ocasiona, dito isso, é
evidenciado que os exercícios terapêuticos atuais se concentram em propedêuticas,
de modo a retardar a progressão da doença, melhorar a funcionalidade articular, e
sobretudo, contribuir no alívio do quadro álgico, visto que a dor é o principal sintoma
que causa incapacidade e perca da qualidade de vida desse indivíduo. Logo, a terapia
com exercícios combinados com outros métodos terapêuticos desempenha
importante papel para a melhoria da sintomatologia e progressão da OAJ. Tais
exercícios podem ser feitos de forma isolada e com diferentes modalidades na
fisioterapia, sendo eficazes na melhora da dor, dependendo da intensidade e duração
com que são realizados esses exercícios, tem papel preponderante na melhoria do
quadro clínico desse paciente.
Os autores evidenciam que mediante o estudo realizado não houve diferenças
importantes estatisticamente entre o grupo de fisioterapia e o grupo de acupuntura em
conotação a dor, pois tanto a acupuntura quanto a fisioterapia foram realizadas duas
vezes por semana durante seis meses, e tal estudo mostrou que tiveram efeitos
semelhantes em relação ao quadro álgico que o paciente apresentava, o estado
funcional do paciente e a Qualidade de Vida (QV) do mesmo. Não houve diferenças
significativas entre ambos os grupos, tanto no alívio da dor, quanto na melhora do
estado funcional, bem como QV como anteriormente supracitado (ATALAY;
DURMUS; GEZGINASLAN, 2021).
83

A pandemia mundial do SARS-CoV-2, que recentemente foi evidenciada, é


desencadeada pela COVID-19, que se trata de um vírus grave responsável pela
pandemia que se espalhou mundialmente em março de 2019, declarada pela OMS.
Consequentemente, foi orientado as pessoas a não buscarem tratamento emergencial
nem eletivos, sendo decretado isolamento social, tendo em vista o risco de
contaminação com SARS-COV-2. Contudo, foi enfatizado aos pacientes com OA
durante a pandemia de COVID-19 manter seu tratamento fisioterapêutico de forma
virtual, em que, exercícios físicos são primordiais e de necessidade obrigatória em
paciente acometidos por OAJ, independentemente de sua idade. Visto que, os autores
evidenciaram que em estudos recentes, os exercícios domiciliares para pacientes
acometidos por OAJ são recomendados como uma estratégia para reduzir a carga da
doença durante a pandemia (ROCHA; MELO; BERENBAUM, 2021).
Nesse contexto, é necessário enfatizar que as organizações de reumatologia
deveriam criar medidas para estimular a necessidade de serem desenvolvidos
programas de exercícios supervisionados em casa, visto que devia ser mantido o
distanciamento físico no tempo que fosse necessário. Dessa forma, os profissionais
de fisioterapia tiveram autonomia mediante resolução do Conselho Federal de
Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO) para realizar abordagens terapêuticas
com pacientes através de teleconsulta, visando elencar exercícios com o intuito de
dar continuidade ao tratamento de pacientes com OAJ para que, dessa forma, os
mesmos não tivessem sua saúde e qualidade de vida prejudicada (ROCHA; MELO;
BERENBAUM, 2021).
84

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao passo que se deu início a construção deste trabalho de conclusão de curso,


ficou evidente a ampla quantidade de estudos da literatura acerca da temática. Em
suma, muitos artigos literários não contribuíam com algumas problemáticas elencadas
sobre a OAJ, visto que a OA não é uma doença nova e acarreta em milhões de
indivíduos acometidos em todo o mundo, com isso, culminou no intuito de buscar em
plataformas de estudos comprovações científicas que ratificassem sobre tal doença,
dos malefícios que a mesma acarreta na vida do indivíduo acometido e como é feita
a abordagem fisioterapêutica em pacientes acometidos por OAJ.
Mediante tudo isso, a pesquisa em estudo obteve sucesso mediante os
objetivos elencados, tanto específicos, quanto geral, sendo possível amplo
conhecimento sobre a intervenção fisioterapêutica com tais pacientes, em que se
destaca o tratamento de fisioterapia voltado à cinesioterapia com exercícios de força,
fortalecimento e equilíbrio, como métodos fidedignos, diante dos
prejuízos acarretados por OAJ ao paciente, visto que a perda da qualidade de vida
e o desencadeamento de outros prejuízos à saúde desses indivíduos é irrefutável.
Foi imprescindível discutir sobre fatores de risco para o desencadeamento de
OAJ, entender a anatomia e biomecânica da articulação do joelho, tal qual discutir
sobre o tratamento fisioterapêutico e seus métodos avaliativos, além dos métodos de
diagnósticos, entender a etiologia, fisiopatologia da doença, compreender quais os
sinais e sintomas para que esse indivíduo possa começar o tratamento o quanto antes,
bem como entender a epidemiologia da doença, para que, mediante esses subsídios,
possa ser tratada uma abordagem fisioterapêutica para paciente acometidos por OAJ.
Fica evidente a importância do profissional de fisioterapia para o tratamento de
pacientes com OAJ, sendo benéfico a fisioterapia, visando sanar o quadro álgico,
diminuir a rigidez e aumentar a ADM articular, prevenir a progressão da doença,
diminuir o processo degenerativo e, consequentemente, contribuir com qualidade de
vida desse paciente, para que ele não perca sua funcionalidade e possa continuar
realizando suas AVDs, agindo tanto na fase aguda, quanto crônica, tendo em vista
que OA não tem cura.
85

Dito isso, o fisioterapeuta pode intervir através de diversas propedêuticas,


destacando a cinesioterapia e hidroterapia, como métodos terapêuticos efetivos e de
grande contribuição para progresso no tratamento do paciente, corroborando com o
aumento da funcionalidade desse paciente, orientações na realização de movimentos
realizados através de técnicas manuais e resistência adequada, bem como
intensidade e frequência dessas propedêuticas, com resistência apropriada, com
intuito de manter instabilidade articular, coordenação motora, evitando intensificar a
dor desse paciente, buscando aumentar a capacidade de resistência e melhoria da
função articular, e acrescer o desempenho desses pacientes para realização de
AVDs, com isso, melhorar a qualidade de vida dos mesmos.
No que concerne aos métodos preventivos acerca da OAJ, não foi enfatizado
diretamente na literatura nada explícito sobe tal temática, todavia, é necessário
enfatizar que um dos fatores de risco para o surgimento da doença é o envelhecimento
populacional, com isso, se fazem necessários métodos preventivos para educação da
população, como a estimulação de exercícios físicos e controle de peso, que é um
dos fatores primordiais para o surgimento da doença e orientação nutricional.
Sendo o joelho uma das articulações mais acometidas pela OA, faz-se
necessário o entendimento quanto à sua anatomia e biomecânica, tendo em vista que
é uma das articulações mais complexa e completa do corpo humano, tanto pelos
movimentos efetuados, quanto pelo fato dessa articulação ser responsável pela
sustentação de quase todo o peso corporal, sendo a maior e mais superficial
articulação do corpo humano, sendo classificada como sinovial do tipo gínglimo, é
uma articulação mecanicamente fraca, devido à inconsistência de suas faces
articulares.
No que interpele à discussão sobre a realização da avaliação fisioterapêutica
de pacientes acometidos por OA, tal profissional tem total autonomia tanto para
avaliar, diagnosticar, quanto para tratar pacientes com OAJ, sendo possível entender
que os sinais clínicos evidenciados por tal doença são de fácil percepção, são sinais
e sintomas clássicos, contudo, podem ser solicitados alguns métodos de exames de
imagens, como radiografia, ultrassom, ressonância magnética, tomografia
computadorizada, quando houver dúvidas sobre o diagnóstico, ou mesmo requerer
algum método complementar, e podem, também, ser avaliadas outras variáveis em
tal exame, e o fisioterapeuta tem total autonomia de prescrever tais exames, se assim
desejar.
86

Logo, a avaliação pode ser feita por histórico de vida desse paciente, sintomas
e sinais, aplicando escalas compatíveis com a temática para avaliar funcionalidade e
nível de dor desse paciente, bem como com perguntas claras e objetivas direcionadas
a esse paciente, perguntando se o mesmo apresenta rigidez matinal, cessando em
menos de trinta minutos, ou rigidez após um longo período de repouso, se há presença
de dor no joelho, crepitações ao movimento, movimentos limitados, inchaço ou calor
local, instabilidade articular e atrofia muscular, e tais perguntas são primordiais para
fechar um diagnóstico.
Dessa maneira, o fisioterapeuta participa tanto da prevenção através de
educação com informações preventivas, quanto do tratamento desses pacientes.
Enfatizando a prevenção, se possível, ou por meio do tratamento fisioterapêutico
precoce, visa menos danos a esses pacientes e evita futura perda de capacidade
funcional, evitando inúmeros prejuízos na vida social, psicológica e no âmbito do
trabalho desse indivíduo, visto que tal doença é responsável por inúmeros
afastamentos de trabalho todos os anos, assim, esses indivíduos acometidos por OAJ
têm sua vida prejudicada de diversas formas.
Portanto, os estudos científicos aqui elencados ao longo deste trabalho são
estudos de pesquisas e literaturas em publicações como livros, artigos científicos, em
que há uma vasta variedade teórica, porém, ainda faltam estudos novos mais
satisfatórios em relação a protocolos de tratamento fisioterapêuticos para OAJ, tendo
em vista que se trata de uma doença que acarreta inúmeros prejuízos à vida do
indivíduo acometido, altos custos de tratamento e inúmeros afastamentos de trabalho
por perda de funcionalidade, com isso, se fazem necessárias abordagens mais
contundentes para o tratamento e a prevenção da doença.
Contudo, os conhecimentos obtidos mediante as investigações foram
suficientes para alcançar os objetivos elencados, e, assim, foi possível produzir um
estudo relevante a fim de contribuir para a sociedade e para comunidades acadêmicas
e científicas, propiciando um trabalho voltado, especificamente, a uma doença que
acomete milhões de pessoas em todo o mundo, todos os anos e que a tendência é de
que, nos próximos anos, esses números de acometidos pela doença sejam ainda
maiores.
87

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