Você está na página 1de 22

Exército

Academia Militar

Data: / /20____
Lição nº1º e 2º
DISCIPLINA: SOCIOLOGIA MILITAR

Tema I – Conceito de Sociologia


Aula:1e2: CONCEITOS DE SOCIOLOGIA GERAL, ALGUNS TEÓRICOS DA
SOCIOLOGIA; SOCIOLOGIA FACE AOS PROBLEMAS DO MUNDO ACTUAL
E A EXPLICAÇÃO EMPÍRICA DOS FACTOS SOCIAIS.

Sociologia é uma das Ciências humanas que estuda o desenvolvimento dos


fenómenos da sociedade humana e sua interação (como condutas de convivência e
coletividade) baseados em normas e leis do desenvolvimento social.

Max Weberapud Dortier (2011, p.39) refere que, chamamos Sociologia, “como
ciência que se propõe a compreender à atividade social por via da interpretação”.

Ciência que trata da constituição e desenvolvimento das sociedades humanas. Têm


como finalidade estudar a realidade das entidades sociais tal como são.

OBJECTIVOS

Fornecer conhecimentos do espaço social com vista a um melhor entendimento,


capacidade de análise e intervenção nos fenômenos sociais sobre os quais atuarão
os futuros oficiais do exército.

Fornecer conhecimentos básicos sobre as características e os modos de vida nas


comunidades urbanas e rurais.

Adequar a atuação dos futuros oficiais do exército às características do meio social.

Alertar os alunos para as vantagens de ações conjuntas com outras instituições


sociais em termos de intervenção e desenvolvimento comunitário.

Desenvolver nos alunos a capacidade de atenção, análise e espírito crítico


relativamente às mudanças micro e macro sociológicas.

Capacitar os alunos para o entendimento das normas sociais como base da


fundamentação das normas jurídicas e ainda a capacidade de destrinça entre
marginalidade e desvio social.

Desenvolver trabalho de investigação com vista a um contacto mais direto com a


realidade caracterizada.

1
OBJECTO DEESTUDO

A Sociologia é uma das Ciências Humanas que tem como objeto de estudo a
sociedade, a sua organização social e os processos que interligam os indivíduos em
grupos, instituições e associações.

Backer et. al ( 2011, p.11), refere que a Sociologia tem como vocação descrever, o
mais fielmente possível, a sociedade e o seu funcionamento.

1.2 Alguns Teóricos da Sociologia

Augusto Comte (1798 – 1857)

O termo Sociologia foi criado em 1838 (séc. XIX) por Auguste Comte, que pretendia
unificar todos os estudos relativos ao homem — como a História, a Psicologia e a
Economia.

É considerado o pai da Sociologia por ter determinado o objecto, método de estudo


e a criação desta palavra.

Etimologicamente: está formado por dois vocábulos: Socius = Sociedade, e Logos =


Estudo ou ciência. A Sociologia é a ciência da sociedade, ou bem, é a ciência que
estuda a sociedade em seu conjunto.

Pensador e sociólogo francês. Foi secretário de Saint Simón, de quem retomou


diversas hipóteses. Formulou uma série de idéias que o colocam como um dos
fundadores do pensamento sociológico.

Corrente sociológica: Positivismo

2
Aportes: elaborou uma ciência específica para o estudo da sociedade, este se
baseia em critérios precisos conseguidos através da experimentação e observação
objetiva.

Obras: Curso de filosofia Positiva, Calendário Positivista, Sistema de política


Positivista, Catecismo Positivista e Sínteses Subjetiva.

Crítica: a corrente positivista preocupada por medir o quantificador das


manifestações “objetivas” e “materiais” dos factosos sociais.

KARL MARX, (1818-1883)

Se conhece como marxismo ao conjunto de ideias e teorias traçadas pelo filósofo


alemão Karl Marx (também pode aparecer como Carlos Marx em sua tradução ao
castelhano) na segunda metade do Século XIX. O marxismo é quiçá uma das mais
ricas e prolíficas correntes do pensamento filosófico, histórico, económico, social e
cultural da história ou pelo menos da modernidade, havendo derivado em
numerosas sub correntes posteriores que utilizaram este conjunto de teorias e
ideias de modos muito particulares.

3
Emile Durkhein (1858 – 1917) Sociologo

Corrente sociológica: Positivismo

Nasceu numa família judia de França.

Fundador da primeira revista dedicada as ciências sociais, o AnneeSociologique,


com o qual também se identifica ao grupos dos estudiosos que desenvolveu seu
programa de investigação sociológica.

Aportes: Trata uma série de observações metodológica, importantes recalcando a


necessidade que tem a sociologia da investigação própria e direta da realidade
Anuário da Sociologia, a Divisão Social do trabalho, As regras do Método do
trabalho Sociológico, O suicídio, As formas Elementares da vida Religiosa.

Crítica:Durkheim considera erroneamente, que a divisão do trabalho depende do


crescimento da população.

4
Max Weber (1864 – 1920), Sociólogo

Corrente sociológica: Enfoque histórico estructural, Fenomenología.

Seustrabalhos se relacionan com a Sociologia da Religião e o Governo.

Aportes: sua análise da cultura através das intenções subjetivas são idéias valiosas
ao conhecimento social. Elabora seu próprio método de investigação.

Obras: realiza investigações sobre: Burocracia, Política, Religião, Os líderes, Os


Caudilhos.

Crítica: a tendência de Weber explicar a realidade social por motivação individual


borra a linha divisória entre Sociologia e Psicologia, o que nega a existência de leis
sociais subjetivas.

5
Herbert Spencer (1820 – 1903), Sociólogo

Correntesociológica: Positivismo

Pensamentos: Nega a intervenção do esforço humano como o criador da


sociedade. Desconhece a existência das classes sociais dentro da estrutura social.
Defende o individualismo sem aportar verdadeiras provas contra o socialismo.

Obras: Estatística social, Os primeiros Princípios, Princípios de Sociologia,


sociologia Descritiva, O antigo Yacatán, e os antigos Mexicanos.

Críticas: coloca as bases para a colaboração entre a Sociologia e a Etnografia,


aporta termos novos a sociologia, instituição, estrutura, função contralores sociais
(auditório público), trata de apresentar uma explicação global e dinâmica dos
fenómenos sociais.

Gabriel Tarde (1843 – 1904), Sociólogo

Corrente sociológica: a teoria sociológica de Tarde gira em torno do processo da


imitação.

Foi um sociólogo, Criminólogo e Psicólogo social Francês que concebeu a


Sociologia em pequenas interações psicológicas entre indivíduos sendo as forças
fundamentais a imitação e a inovação.

6
Aportes: é importante no campo da etnologia moderna e na elaboração de uma
teoria e interpretação das mudanças sociais e culturais.

Obras: As leis da imitação; Lógica Social; A oposição Universal e as Leis Sociais.

Crítica: duvida a existência determinante da estrutura socioeconómica.

Data: / /20____
Lição nº 3ª e 4ª
Tema 2 – Origens e Evolução da sociologia Militar
Aula: Aproximação ao Objecto
O conflito violento, armado a partir de certa altura, esteve sempre ligado à
resolução, pelos grupos sociais, de alguns problemas pertinentes, tais como:
 Obtenção de alimentos para subsistência;
 Demarcação dos territórios;
 Captação da mão-de-obra;
 Razões de natureza demográficas;
 Esgotamentos de recursos
 Colisão com interesses já estabelecidos ou fixos.
O que é então a Sociologia Militar?
É um dos ramos da Sociologia Geral, especializada no estudo das Forças
Armadas, que tem como objecto de estudo “Acção do militar”.
Embora a importância da instituição militar não tenha escapado aos pioneiros da
Sociologia Geral,só nos anos 30 do Século XX, na universidade de Chicago
aparecem os primeiros estudos sistemáticos dos múltiplos aspectos dos militares,
sociólogos, psicólogos e juristas das actividades por excelências das Forças
Armadas - A Guerra.
Por apresentar fundamentos do uso da violência muitos tem denominada como:
 Sociologia Militar
 Sociologia da Defesa
 Sociologia de Guerra
1.1.1-Interesse do estudo da Instituição e profissão militar
As Forças Armadas constituem uma instituição presente em todas as
sociedades com Estado e a Sociologia Militar aborda as seguintes grandes
áreas:
 Profissão Militar
 Organização
 Relações Civil-militares
Profissão Militar
A profissionalização do militar, no sentido sociológico é um facto relativamente
recente, tornando necessário pela complexidade técnica e organização.
Organização
Com muitos pontos de semelhança com a organização civil de grandes dimensões e
complexidade, com a diferença de que, as forças militares organizam sistemas de
ameaças e produzem contra-força e cálculo da ´´ violência legitimara ´´
Relação civil-militar

7
Só faz sentido quando se verifica que o sector institucional identificado como militar
esteja a diferenciar-se a si próprio em relação à ordem socialrodeiante.

Data:/ /20____
Lição nº 5ª e 6ª
Tema 2 – Origens e Evolução da sociologia Militar
Aula: 2-Sociologia Militar Como Disciplina Científica
Apesar da problemática da guerra e da moral dos militares terem inquietado o mais
brilhantes pensadores, o estudo da coisa militar segundo a perspectiva sociológica
só começa a adquirir algum sentido à partir dos anos trinta. durante a segunda
guerra mundial, com investigações de equipa de sociólogo principalmente dos
Estado Unidos e Inglaterra. Permitiu desenvolver a partir de então uma acção
segundo três vectores:
Delimitar o seu domínio temático que engloba as relações entre civis e militar, as
instituições e os conflitos armados (razão de escolha do vocábulo Forças Armadas e
Sociedade)
Procede à organização da temática definida, à criação de uma infraestrutura
conceptual de carácter interdisciplinar, bem assim ao ordenamento metodológico e
de convenções de análise científica, tendo como objecto dotar a nova disciplina de
legitimidade científica;
As relações estabelecidas entre a sociologia e as Forças Armadas devem ser
entendidas segundo um duplo interesse.
- De um lado ciência social, em desenvolvimento, que descobre uma instituição que,
ao longo dos tempos, se tem apresentado com fronteira bem definidas relativamente
à sociedade geral, provocando alterações significativas.
- Do outro lado, as Forças Armadas que vêem uma sociologiaindispensável e precioso
auxiliar na acção de comando, ao possibilitar outros conhecimentos que facilitam a decisão.
Os Classicos da Sociologia Militar
Harold Lasswell: definea instituição militar como a instancia em que se processa a
administração da violência organizada;
Quincy Wright
Merton e Lazarsfeld:
Apresentam os primeiros estudos sistemáticos dos múltiplos aspectos sobre a
Sociologia Militar.
Andreski: A interdependência entre a organização militar das sociedades e
distribuição das desigualdades sociais (Military Organization and Sodiety)
Huntington: Lança-se no estudo aprofundado das relações civil - militares;
Janowitz: Apresenta um perfil sociológico e político da instituição militar nos
Estados Unidos;

Data:/ /20____
Lição nº 7ª e 8ª
Tema 2 – Origens e Evolução da sociologia Militar
Aula: 3- Sociologia Especializada no estudo do Militar ´

8
O mundo militar é muito complexo, e além de mais, processa a administração da
violência organizada. Nele coexistem homens e mulheres das mais diversas
proveniências, estatutos, papeis e todos têm que obedecer a rituais e ao culto de
um conjunto de valores específicos ou virtudes militares, com matérias dos mais
simples aos tecnologicamente diferentes.
Os métodos, os instrumentos e os procedimentos analíticos.
A sociologia Militar emprega, em suas investigações vários métodos e técnicas
cientificas, na maioria dos casos usados simultaneamente.
Método: é um conjunto de regras úteis para a investigação; é um procedimento
cuidadosamente elaborado, visando provocar respostas na natureza e na
sociedade, e paulatinamente, descobrir sua lógica e leis.
Observação objectiva
A sociologia militar como disciplina científica consiste em:
Teorias – conjunto de concepções organizadas sobre determinado assunto
(orientam e dirigem as pesquisas). Doutrina.
Pesquisas – factos observados e provados (aumentam a precisão das teorias).
Do ponto de vista da sua naturezaa pesquisa pode ser:
Pesquisa Básica: objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da
ciência sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais.
Pesquisa Aplicada: objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigida à
solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.
Pesquisa Quantitativa: considera que tudo pode ser quantificável.
Pesquisa Qualitativa: considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real
e o sujeito.
Pesquisa exploratória: visa proporcionar maior familiaridade com o problema com
vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Assume, em geral, as formas de
Pesquisas Bibliográficas e Estudos de caso.
Pesquisa Descritiva: visa descrever as características de determinada população
ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis.
Pesquisa Explicativa: visa identificar os fatores que determinam ou contribuem
para a ocorrência dos fenômenos. Aprofunda o conhecimento da realidade porque
explica a razão, o “porquê” das coisas.
Pesquisa Bibliográfica: quando elaborada a partir de material já publicado.
Pesquisa Documental: quando elaborada a partir de materiais que não receberam
tratamento analítico.
Pesquisa Experimental: quando se determina um objeto de estudo, selecionam-se
as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo.
Procedimentos técnicos
Levantamento: quando a pesquisa envolve a interrogação directa das pessoas cujo
comportamento se deseja conhecer.
Estudo de caso: quando envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos
objectos de maneira que se permita o seu amplo e detalhado conhecimento. História
de Vida.
Pesquisa acção: quando concebida e realizada em estreita associação com uma
acção ou com a resolução de um problema colectivo.
Pesquisa Participante: quando se desenvolve a partir da interacção entre
pesquisadores e membros das situações investigadas.
PLANEAMENTO DA PESQUISA
Tema; Revisão de literatura; Justificativa; Formulação do Problema; Objectivos;
Metodologia; Observação; Colecta de Dados; Tabulação; Análise; Discussão dos
Resultados; Redacção e Apresentação.
Questionário

9
1. Identifique as razões que sempre justificara os conflitos armados violentos?
2. Qual é o objecto de estudo da Sociologia Militar?
3. Quais são as outras denominações da Sociologia militar?
4. Indique as áreas que são abordadas pela Sociologia Militar.
5. Identifique o contributos dos clássicos da Sociologia Militar.
6. Fale da importância da sociologia como disciplina

Data; / /20____
Lição; Nº 9ª e 10ª.
Tema: III- Conflitualidade e Violência
Aula: 1- Introdução
A etnologia do vocábulo radical no latim clássico do termo violência:
Vis, Significa ` força em acção e, quando se pensa em ` violência ou em `violento`, o
vis deriva para o excesso; o violento é pelo menos irritado e controla-se mal.
Se a violência pode encontrar-se onde quer que haja a vida, então ela própria se
revela indissociávelda vida e da ameaça.
Nas comunidade humanas, a regulação de comportamentos, quer os individuais
quer os colectivos, é obtida de duas maneiras:
1. Pela sujeição de valores e normas e que os membros aderem de forma mais
voluntária;
2. Através do recurso a força.
A Violência apresenta-se como um do mais antigo fenómeno social característico
do ser humano, constituindo um afrontamento intencional, entre dois seres ou
grupos de mesma espécie que manifestam um em relação ao outro a
propósito de um direito, e que para manterem, afirmarem ou restabelecerem
esse direito procuram quebrar a resistência de outro, eventualmente pelo
recurso à violência física, a qual pode tender se necessária ao aniquilamento
do adversário.
3.1. Origem da Instituição Militar
Evolução Histórica da Humanidade e os conflitos
1- Comunidade Primitiva: sociedade incipiente não havia distinção entre civis e
militares. Todos eram pastores e artífices em tempo de paz;guerreiros em
tempo de guerra. Quando os conflitos assumiram características de maior
exigências em termos de intensidades, duração e legalidade dos armamentos,
deixou de ser utilizar toda a população nas acções de combate, visto que
muitos não possuíam o adestramento mínimo para o efeito.
2- Antiguidade Clássica: O paradigma (Modelo) da cultura militar era da Cidade
Estado de Esparta, dominada por elite que empunham a juventude de uma
educação militar continuaonde a preparação física, o treino militar e a
aprendizagem de canções guerreiras desempenhava um papel primordial .
3- Época Medieval:A força armada permaneceu, no essencial, talhada apenas
para incursões esporádicas, malgrado o avanço técnico e táctico que
representou a incorporação de formações de arqueiros ingleses e de
espadachins (duelistas) espanhóis. Nessa época já havia um suporte
profissional dos mercenários
4- Idade Moderna: os exércitostornaram-se mais numerosos, assumem um
carácter parcialmente permanente e passam a ser chefiados por uma hierarquia
oriunda da antiga nobreza. Nasce, assim, face à necessidade de concentrar o

10
comando e o controlo desta estrutura, uma organização com característica
burocratizadas: a revelação de estratégias, das tácticas e das matérias militares
fizeram com que o militar se tornasse imprescindível, num primórdio tempo, ao
processo de consolidação do estado absolutista, e depois ao processo de
criação do Estado-Nação.
▪ A partir das suas origens medievais, o Estado-Nação procurou
insistentemente dotar-se de autoridade administrativa com vocação
centralizada, e este processo não só propiciou a emergência de
organizações militares complexas, como contribuiu para transformar a
natureza da guerra.
5-Idade Contemporânea: As Forças Armadas europeias estavam prestes a
representar a´ Nação Em Armas ` num grau jamais sonhado pelos revolucionários
franceses mais utópicos. Certos desenvolvimentos tecnológicos como os caminhos-
de-ferro e as comunicações vieram relançar a influência do alistamento nas forças
armadas.
As duas Guerras Mundiais (1914-1918/1939-45), demonstraram que uma
adequada preparação para guerra começa muito antes da sua declaração e
ultrapassa em muito os aspectos puramente militares, repercutindo em todos os
segmentos da vida das nações, porque era preciso assegurar o fenómeno contínuo
de homens, armamentos, munições, material de transporte, alimentação,
combustíveis e lubrificantes, fardamento e todos o género de equipamento
indispensáveis à sustentação de efectivos enormes durante períodos de tempos
muito extensos.

Data: / /20____
Lição nº 11ª e 12ª.
Tema: III- Conflitualidade e Violência
Aula 2. A Política, os Conflitos Armados e a Guerra
A Guerra é um assunto demasiadamente sério para ser deixado à exclusiva
responsabilidade dos generais(Clemenceau).
- Por um lado, esclarece que o assunto é do foro civil, o que não é de somenos
importância num mundo que durante séculos se habituou a ideia de que a guerra
era, justamente , um assunto dos militares.
- Por outro lado, põe em destaque a prevalência do poder civil nos assuntos de
estado, remetendo os militares para o papel constitucional de braço executor das
estratégias que aquele pode definir.
A Guerra é a continuação da política por outros meios( Clausewitz
- Em quanto o conceito da guerra, constitui um acto de violência destinada a obrigar
uma das partes a executar a vontade da outra.
- Desta abstracção deduz-se a lei dá ascensão aos extremos, segundo a qual cada
um dos aniversários se vê obrigado a aumentar a sua violência para responder à do
outro, vice-versa.
Não existe guerra sé não haver utilização da violência armada. A guerra
constituiuma das formas mais extensas, violentas e impressivas de conflitualidade,
tendo em simultâneo carácter político:
 Os governos,nela desempenham um papel influenciador;
 Os religiosos, nas guerras interferem crenças, dogmas e princípios;
 Os demográficos, a guerra utiliza massa humana e deixa rastos nas
estatísticas da mortalidade;
 Os Economistas, não há guerras sem deslocação e destruição de riquezas.

11
O relacionamento entre o poder politico e militar é do interesse da nação:Como
é do interesse dos militares e dos civis com a responsabilidade ao mais nível do
Estado, que se estabeleça entre ambos uma certa cumplicidade institucional, capaz
de ultrapassar as divergências ocasionais;
O Chefe militar nunca será um profissional competente enquanto não for capaz de
compreendera natureza da política e das considerações que influenciam a utilização
da força militar;
Os lideres civis, têm que estudar conscientes das capacidades e das limitações
das forças militares.

Data; / /20____
Lição; Nº 13ª e 14ªº.
Tema: III- Conflitualidade e Violência
Aula: 3- Problemática e as Causas das Guerras
As causas das guerras nem sempre são fáceis de entender:
1- Porque se conhecem diversos tipos de guerra; previstas ou de agregação,
idealistas ou até mesmo virtuais.
2- Existem várias motivações; guerra de ganho, de medo e doutrina.
3- Cada um dos beligerantes da guerra, pode ter justificações muito complexas de
entender.
Teorias principais da justificação da guerra
c) Teoria Normativa; conjugam a ética, os valores e os julgamentos morais para
tentar entender como é que as coisas deviam acontecer.
b) Teoria empírica; tentam compreender as razoes pelas quais as causas são
como são, ou seja, quais as causas que produzem determinados comportamentos e
resultados;
c) Teorias deterministas: tanto a guerra como a paz, têm carácter temporário ou
cíclico;
d) Teoria evolucionista; a paz perpetua é possível, tornando-se imperioso
desencadear desde já processos destinados a evitar as guerras.
O primeiro agrupamento de causas de guerras, está relacionado coma deficiente
organização da sociedade internacional e pode apresentar-se segundo cinco
modalidades:
1- A assimetria do poder;
2- A existência de sociedades nacionais não realizadas;
3- A natureza do sistema internacional;
4- As debilidades do Direito Internacional;
5-Os mal-entendidos.
2.4 Ética Crista, moral social e conflitos armados. A guerra justa, problemática
e aplicabilidade na actualidade.
Princípios da Guerra Justa
1. Ius ad bellum, aprecia o acerto da decisão a tomar sobre a participação na
guerra, avaliando a justa causa, a autoridade legitima, a recta intenção, a
existência de declarações públicas ( das causas e intenções), a
proporcionalidade ( deve prever-se maior quantidade bons do que de maus
resultados) e a constatação do último recurso.
2. Ius in bello, preocupa-se com as regras morais que devem imperar na
conduta da guerra, ocupa-se da discriminação entre combatentes e não-
combatentes e estabelece a regra da proporcionalidade ( quantidade e tipo
da força utilizada).

12
3. Ius post bellum, a violência só se considera vencida quando opressores e
oprimidos, devidamente reconciliados , são reintegrados nas comunidades de
origens.
Na base dos principio da guerra justa são feitas as seguintes perguntas:
1. Na guerra vale tudo, ou se, pelo contrario, é preciso respeitar um terminado
conjuntos de regras?
2. Quem é que as define?
3. Onde é que elas se encontram escritas?
No mundo actual Direito Internacional não admite a guerra ofensiva sob nenhum
pretexto, ainda quando procure atingir finalidades que podem ser consideradas
justas, e a agressão carece em absoluto de legitimidade enquanto processo de
alteração do status quo.
A força só é aprovada como último recurso defensiva contra as ameaças à
integridade territorial e à independência política dos Estados, em apoio de aliados
cuja soberania nacional esteja ameaçada ou para salvar populações ameaçadas de
extermínio.
Teorias Sistematizadas da Guerra Justa
S. tomas de Aquino: ser declarada por autoridade competente, ter uma causa justa
apresentar recta intenção;
D. Dinis Séc. XIV: Quando o homem a faz por cobrar o se dos inimigos;
Álvaro Pais (1280-1349): a guerra é justa quando se responde a uma injustiça;

Data; / /20____
Lição; Nº 15ª e 16ª.
Tema IV- Relacionamento das Forças Armadas com a Sociedade
Aula: 1. Alguns Estudos Preliminares
O termo militarse refere aos membros, instituições, instalações, equipamentos,
veículos e tudo aquilo que faz parte de uma organização autorizada a usar a força,
geralmente incluindo o uso de armas de fogo, na defesa do seu país através da luta
real ou de ameaças percebidas.
As organizações militares funcionam muitas vezes como uma sociedade no seio
das sociedades, tendo suas próprias comunidades militares, economia, educação,
medicina e outros aspectos de funcionamento de uma sociedade civil.
Nas democracias, as questões de paz e de guerra ou outras ameaças á segurança
nacional são as mais importantes que a sociedade enfrenta e assim têm que ser
decididas pelo povo, agindo através dos seus representantes eleitos.
Os chefes militares aconselham os dirigentes eleitos e executam as suas decisões.
Apenas os que são eleitos pelo povo têm a autoridade e a responsabilidade de
decidir o destino de uma nação. Esta ideia de controlo civil e de autoridade sobre os
militares é fundamental para a democracia.
Relação Entre Militares e Civis
Os civis devem dirigir as forças armadas do seu pais e tomar decisões quanto á
defesa nacional, não por serem necessariamente mais sábios que os militares, mas
precisamente porque são os representantes do povo e como tal lhes é dada a
responsabilidade de tomarem estas decisões e de serem responsabilizados pelas
mesmas.
Os militares existem numa democracia para proteger o país e as liberdades do seu
povo. Não representam nem apoiam nenhuma tendência política nem grupo étnico

13
ou social. A sua lealdade manifesta-se em relação aos maiores ideias do país, ao
Estado de Direito e ao princípio da própria democracia.
O controlo civil assegura que os valores, as instituições e as políticas de um país
são escolhas livres do povo e não dos militares. O propósito das forças armadas é
defender a sociedade e não defini-la.
Qualquer governo democrático valoriza os conhecimentos e os conselhos dos
militares ao tomar decisões políticas sobre a defesa e a segurança nacional. Os
civis contam com os militares para aconselhamento nestas matérias e para pôr em
prática as decisões do governo. Mas só os dirigentes civis eleitos devem tomar as
decisões politicas finais – que os militares então implementam na sua área.
Os militares podem, certamente, participar plena e igualmente na vida política do
seu pais como qualquer outro cidadão – mas apenas individualmente, como politica,
as forças armadas devem permanecer afastadas da política. Os militares são
servidores neutros do estado e guardiões da sociedade.
Finalmente, o controle civil dos militares garante que as questões de defesa e
segurança nacional não comprometam os valores democráticos fundamentais do
governo da maioria, os direitos das minorias, as liberdades de expressão e de
religião e um julgamento justo. É da responsabilidade dos militares obedecer às
ordens legais das autoridades civis.
3.2. Natureza das Forças Militar e a Cultura Militar
As forças armadas não têm origem divina. Existem porque em determinado
momento histórico se tornaram indispensáveis a afirmação soberana das unidades
políticas, e estão destinadas a desaparecer no dia em que os Estados acharem que
podem prescindir dos seus serviços.
A instituição militar teve sempre uma relação íntima com as várias fases do
desenvolvimento das sociedades, desempenhando um papel essencial no processo
de formação dos Estados, caracterizadas por diferentes quadros organizacionais,
valores dominantes, fontes energéticas e tipos de armamentos, modelos de
sociedades e processos históricos.
Caracterização da Natureza das Forças Armadas:
A época da bravura, corresponde a sociedade agrícola /escravatura, onde vigorava
uma espécie de bando de moradores ou de vizinhos;
A época da cavalaria coincide com a sociedade rural-feudal que deu lugar ao
exército senhorial;
A época da pólvora, determinante nesta evolução porque assinala a transição dos
períodos diferenciados por Loureiro dos Santos da “evolução técnica lenta” para
“evolução técnica rápida”, ajusta-se a sociedade mercantil-burguesa, da qual
emergiram instituições militares permanentes servidas por profissionais e
mercenários;
A época do vapor, corresponde a sociedade industrial e proletarizada, donde
nascem os exércitos de massas da “nação em arma”;
A época do petróleo identifica-se com a sociedade tecnológico-burocrata, em que
o motor e a TSF geram as FA mecanizadas (não confundir com unidades militares
mecanizadas) que tem um sentido específico;
A época nuclear, corresponde electrónico-tecnocrata, com um tipo de FA que
podemos caracterizar de informatizadas.

A Cultura Militar
Cultura Militar é estrutura profunda da organização, enraizada nas normas, nos
valores, nos costumes e nas tradições que, através dos tempos, criaram
expectativas hoje partilhadas por todos os membros.

14
A cultura militar inclui as atitudes e os comportamentos acerca do que está certo e
do que está errado, os sentimentos em relação aos heróis, as historias e os rituais
que reforçam a coesão entre os membros.
Os estímulos ambientais produzidos pelo sistema de valores das Forças Armadas,
tais como a recompensas e as punições ou os fluxos de comunicação entre
escalões hierárquicos, os quais determinam as percepções tanto individuais como
dos grupos, acerca da qualidade das condições de trabalho, em suma aquilo que os
militares sentem a respeito da organização.
Elementos básicos de cultura militar
1. Disciplina: constitui motivo de orgulho para os militares, cientes de que os
princípios da subordinação e algum autoritarismo são condições
indispensáveis para o correcto funcionamento das forças militares no campo
de batalha, um lugar onde se tem repetidamente comprovado a
irracionalidade dos procedimentos democráticos; O porte e o atavio, tendem
a ser secundarizados durante o combate, mas a tendência é para os
recuperar assim as unidades passam a uma situação de reserva ou
descanso, visto que o cumprimento das normas de disciplina, ao manter os
soldados ocupados, ainda que em tarefas desvalorizadas, como as
relacionadas com a ordem e a limpeza, ajuda a acalmar a ansiedade.
2. A Profissão: Conjuntos de pressupostos que definem a identidade
corporativa, o código de conduta e, especialmente para os oficiais o lugar do
militar na sociedade. Nos dias de hoje, esse profissional não pode ser fixado
apenas a partir do serviço que as forças armadas prestam á sociedade;
também os imperativos funcionais ligados a natureza dos conflitos, bem
como as normas do direito internacional, contribuem para o determinar.
3. Função Cerimonial e a Etiqueta:Assumem no seu domínio próprio, o
mesmo papel que os rituais desempenham na sociedade, o de controlar ou
mascarar as nossas ansiedades e ignorância, ou de afirmar a nossa
solidariedade para com o outrem ou de celebrar a nossa maneira de ser,
normalmente em conjugação com um universo mais amplo (as pequenas
subunidades em relação a uma grande unidade, e a instituição militar
relevantemente a sociedade como um todo).
4. Espírito de Corpo: Um elemento chave para a apreciação do moral das
unidades e da sua vontade de cumprir as missões mais espinhosas. Este
espírito de corpo, está coesão, está vontade de não desmerecer dos
restantes componentes do grupo que marca em definitivo os comportamentos
em combate. Quando assim, se sabe que a lealdade para os camaradas e
não o patriotismo ou outro dos grandes valores tradicionalmente associados
a condição de cidadania que comanda as atitudes no campo de batalha,
pode perceber-se a importância capital desse último elemento.

Síntese dos Deveres, Valores e da Ética do Exército


 Patriotismo– amar à Pátria – História, Símbolos, Tradições e Nação –
sublimando a determinação de defender seus interesses vitais com o
sacrifício da própria vida.
 Dever – cumprir a legislação e a regulamentação a que estiver submetido,
com autoridade, determinação, dignidade e dedicação, assumindo a
responsabilidade pelas decisões que tomar.
 Lealdade– cultuar a verdade, sinceridade e sadia camaradagem, mantendo-
se fiel aos compromissos assumidos.
 Probidade – pautar a vida, como soldado e cidadão, pela honradez,
honestidade e pelo senso de justiça.

15
Coragem– ter a capacidade de decidir e a iniciativa de implementar a
decisão, mesmo com o risco de vida ou de interesses pessoais, no intuito de
cumprir o dever, assumindo a responsabilidade por sua atitude.

Data; / /20____
Lição; Nº 17ª e 18ª.
Tema IV- Relacionamento das Forças Armadas com a Sociedade
Aula: . - 3-Relações das Forças Armadas/Poder Político Intervencionismo
Os problemas do relacionamento entre as elites civis e militares não são de
hoje, mas os recentes avanços nas tecnologias vieram exacerba-los, uma
vez que a possibilidade de comunicação instantânea entre dois quaisquer
pontos do planeta intensifica a apetência do poder civil para agir no interior
da esfera de acção própria dos militares.
Teoricamente os altos escalões militares e os responsáveis civis recorrem
aos mesmos processos de análise lógica quando procuram soluções para os
problemas, mas o envolvente ambiental desses processos é muito diferente
num caso e noutro.
Com efeito, quando pensa na melhor forma de aplicar a força militar no
campo de batalha, o comandante relaciona-se automaticamente com a vida e
a morte, suas e dos seus subordinados. A sua liderança tem por isso que
inspirar obediência e lealdade e levar os homens quando necessário ao
sacrifício supremo ao passo que, os actos de governação por muito
importantes que sejam não estão por norma envolvidos em decisões
relacionadas com a vida e com a morte dos cidadãos.
Hoje como ontem as características da conflitualidade violenta, exige do
militar uma aptidão que ultrapassa a mera competência técnica no campo de
batalha.
Uma das questões centrais da democracia consiste em saber de que modo
uma sociedade se relaciona com o poder militar as soluções tradicionais no
quadro do Estado Liberal, têm consistido num duplo controlo das Forças
Armadas: um controlo objectivo externo rigoroso, através de medidas
políticas, administrativas e jurisdicionais; em um controlo subjectivo interno,
exercido pelos cidadãos soldados chamados a cumprir o serviço militar
obrigatório.

O Intervencionismo e Controlo Militar na Política Interna


É a intervenção das Forças Armadas na Política Interna. Um ponto de vista dessa
natureza não pode aceitar-se sem uma explicação mais detalhada que permita
distinguir aquilo que é militar no sentido restrito de preparação e conduta da guerra.
E o militarismo representa o fenómeno da intrusão do militar na esfera civil.
Nas modernas democracias, essas situações e comportamentos são impensáveis.
Mas ninguém tem dúvida que as forças armadas constituem um grupo de pressão
com influência junto do poder político.
Se bem que na maior parte das vezes a sua acção se desenvolva de forma
imperceptível, o certo é que sobretudo em questões relacionadas com a segurança
e defesa da sociedade, elas se transformam num importante condicionador da
decisão política.

A oportunidade para intervir é proporcionada pela:

16
1- Ocorrência dum vazio de poder ou duma crise económica ou social de grandes
dimensões, circunstancias em que se verifica, ao arrepio da norma democrática, um
aumento da dependência relativamente aos militares;
2- Tentativa de salvação nacional em virtude da degradação das condições de
exercício do poder civil ou da qualidade dos protagonistas desse poder, considerado
incapaz de cumprir os objectivos prioritários da comunidade.
3- Menos frequentemente, pode acontecer que a disposição para intervir resulte de
se ter generalizado, nas forças armadas, um sentimento de auto-impotencia, que
pode ser agravado na sequência de processos de humilhação.
Os níveis da intervenção política dos militares estão directamente relacionados com
o nível de cultura política das sociedades, como pode ver-se no quadro seguinte:
Nível de cultura Nível da Método de
política intervenção intervenção
militar

Amadurecido Influência Canais


constitucionais
normais; competência
das autoridades civis
Desenvolvido Chantagem Intimidação das
autoridades civis;
ameaças de não
cooperação
Baixo Substituição de Incapacidade de
gabinetes civis defesa das
autoridades civis.
Mínimo Tomada do Violência
poder pelos
militares

.4. A Problemática do Intervencionismo Militar


Na maior parte das vezes, as intervenções políticas dos militares são chefiadas por
oficiais generais; mas em alguns desses movimentos nascem e consolidam-se no
seio dos escalões intermédios, ou mesmo, menos frequentemente, nos baixos.
O intervencionismo militar constitui pois, pode dizer-se, a expressão mais
significativa da politização das Forças Armadas, por um lado.
E da militarização dos conflitos sociais, por outro, sendo ambas condicionadas pela
natureza peculiar da Instituição Militar.
Os imperativos funcionais, as relações hierárquicas e o espírito de corpo são
invariavelmente invocados, juntamente com a necessidade de repor a ordem antiga
ou de constituir uma nova, sempre que se trata de justificar uma prática
intervencionista que, ao subverter a ordem estabelecida, põe em causa o papel dos
militares enquanto produtores e protectores dessa mesma ordem
O recurso ao argumento do interesse nacional é intrínseco ao discurso
intervencionista e possui uma lógica indestrutível:
Uma intervenção a cargo das forças políticas representaria sempre a mera
instrumentalização das forças militar ao serviço de interesses particulares, enquanto
o Espelho da Nação, a despeito da sua ideologia militarista, saberia sempre colocar
o interesse colectivo acima de interesse particular.

17
Data; / /20____

Lição; Nº 19ª e 20ª.


Tema: V- Instituições do Militar no Século XXI
5.1. OS REFERENCIAS DE MUDANÇAS
Os principais elementos de mudanças devem ser procurados nas três áreas:

1) Na moldura da política internacional e no quadro geoestratégico daí decorrente;


2) No quadro político e na sua evolução, por ser a política quem determina a
utilização dos aparelhos da imposição militar;
3) Na evolução científica e tecnológica, por serem estas que originam e
produzem as alterações nos meios de utilização militar e, consequentemente,
nas suas estruturas organizativas e processos de actuação.

1. Na moldura da política internacional


➢ A esperança da paz que se instalou com o fim da Guerra fria;
➢ O facto de termos chegado ao final do milénio com um sistema de poder
unipolar;
➢ O surgimento de novas ameaças (terrorismo, radicalismo religioso, trafica de
ser humano e destruição do meio ambiente);
➢ O fenómeno da globalização;
➢ A diferença cada vez mais nítida entre países ricos e pobres (as causas do
subdesenvolvimento em África);
2. No Quadro Político
➢ Começou-se a adquirir consciência de que, a maioria das unidades políticas
(regionais) não estavam em condições de, por si só, se libertar da tutela das
grandes potências e de poder competir com elas nos mais diversos domínios.
➢ Esta constatação conduziu ao agrupamento de vários países em instituições
regionais, por ser uma das formas lógica de fazer convergir capacidades e
obter sinergias que permitam diminuir as posições de dependência e
subalternidade em relação as grandes potências.
➢ A Comunicação social tem uma influência cada vez maior na política. Pelo
impacto que tem no público, ela pode gerar agitação ou acalmia, confiança
ou suspeição, inflamar ódio ou diluí-lo, informar ou desinformar, criar
segurança ou insegurança.
➢ Com base no dever de informar e na liberdade para fazer, de que usufruem
nos regimes democráticos, os seus agente (particularmente os que
determinam a política de informação) podem hoje soltar ventos que depois se
não controlam, ou serem tentados a substituir o poder político instituído.
3. Quadro Tecnológico
• Aos níveis operacionais e tácticos, a existência de armas fiáveis anti-meios, dá um
grande conforto ao militar que delas disponha e pode paralisar ou destruir
capacidade ofensiva elevadas, com custos muito inferiores;
• O elevado custo da investigação e da produção de meios para equipar as
Forças Armadas veio criar uma diferença muito nítida entre os países que
têm elevadas capacidades financeiras e tecnológicas e aquelesque não as
têm,originando um grande desnivelamento nas possibilidades de segurança
e defesa;
• Este diferencial apenas pode ser mitigado pelas alianças, que
disponibilizarão meios tecnologicamente avançados ou segurança, ou então

18
pela compra de materiais por parte de países que tenham disponibilidades
financeiras para adquiri-los.

Data;/ /20____
Lição; Nº 21 e 22ª.
Tema: V- Instituições do Militar no Século XXI
5.2. Formas de Resolução de Conflitos e Competência do Militar no
Século XXI
A solução pacífica de conflitos entre os Estados foi se consolidando ao longo
da História, consubstanciando-se em institutos que foram consagrados pelo
uso e costumes internacionais. O modo de solução de conflitos internacionais
pode ser inicialmente, dividido em pacíficos e não pacíficos;
❖ Não-pacíficos, ligado essencialmente ao uso da força por uma das partes
litigantes (fazer a guerra para alcançar a paz).
❖ Os meios pacíficos de solução de conflitos internacionais têm sua eficácia
estreita á vontade dos países inimigos.
▪ Assim, entre as convenções realizadas em nível global, pode-se citar;
▪ Convenção de Haia para a Solução Pacífica de Conflitos Internacionais de 1899;
▪ Convenção de Haia para a Solução Pacífica de Conflitos Internacionais de
1907;
▪ Ato Geral para a Solução Pacífica de Controvérsias Internacionais em 1928,
mais conhecidos como Ato Geral de Arbitragem de Genebra, sob a égide da
Liga das Nações.
Africano
• O tratado da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
CEDEAO, forma de solucionar os conflitos de 1945 e de 1993, entre outros
são legítimos e reconhecidos no âmbito do Direito Internacional perante a
criação da ONU:
Assim, dispõe o artigo2º e 3º da Carta das Nações Unidas que:
“Todos os membros deverão resolver suas controvérsiasinternacionais por
meios pacíficos, de modo que não sejam ameaçadas a paz, a segurança e a
justiça internacionais ”.
Ademais, art.33, §1º, l da mesma Carta complementar:
“As partes em uma controvérsia, que possa vir a constituiruma ameaça à
paz e à segurança internacionais, procurarão, antes de tudo, chegar a uma
solução por negociação, inquérito, mediação, conciliação, arbitragem,
solução judicial, recurso à entidades ou acordos regionais, ou qualquer outro
meio pacífico à sua escolha”.
De igual modo, importa-se observar os quais os modos pacíficos de
solução de conflitos internacionais, cuja análise diante passa a ser detalhada:
Negociações Diplomáticas; Políticos; e jurisdicionais.

Data;/ /20____
Lição; Nº 23ªº e 24ª.
Tema: IV- Instituições do Militar no Século XXI

19
As Formas de caracterizar a prevenção da resolução de conflitos.
1. Estágio pré-conflituais acontece ou fases prematuras do conflito, ou seja,
antes deste se tornar violento e corre normalmente por um período dilatado
de tempo.
2. Situação de crise, a resolução de conflitos acontece em etapas mais
avançadas da curva do conflito, quando este ultrapassa o limitar da violência
e escala e para uma situação de crise, podendo chegar em última análise ao
conflito armado, a guerra.
Neste estádio, carece em regra de medidas mais urgentes, com maior
robustez e realizadas normalmente sobre a égide da ONU ou de outras
Organizações Internacionais, Regionais ou Sub-regionais credíveis,
constituindo uma terceira parte que não só vai mediar o conflito, como será o
interlocutor privilegiadoda sociedade internacional para esse conflito,
assumindo por norma a liderança conjugada das dinâmicas pacificadora na
região.
Na escalada da curva de aceleração inconstante do “ciclo se vida do conflito”,
ao se atingir o patamar da crise, a sua gestão caracteriza
predominantemente, em função do factor “tempo” desenvolvendo em norma,
por um longo período de tempo exigido, contudo, medidas “drásticas” e
envolvendo terceiras partes e actores internacionalmentecredíveis, na
tentativa de evitar que este conflito assuma as proporções de violência
generalizada que torne o país ou a região num estado de Guerra.
Peter Wallensteen nos apresenta uma concepção para solução de
conflitos, em que define como “adopção de medidas tendentes a resolver o
cerne da incompatibilidade que esteve na origem do conflito, incluindo as
tentativas de levar as partes a se aceitarem mutuamente”.
O conjunto de esforços orientados no sentido de aumentar a cooperação
entre as partes em conflitos e aprofundar o seu relacionamento, focalizando
nos aspectos que conduziram ao conflito, promovendo iniciativas construtivas
de reconciliação, no sentido do fortalecimento das instituições e dos
processos das partes.
“Aplicação não coerciva de métodos de negociação e de mediação, por terceiros,
com vista a desarmar o antagonismo entre adversários e a favorecer entre eles uma
cessação durável da violência, pode constituir o cerne da problemática em torno da
resolução de conflitos”.
Neste sentido, existe actualmente um conjunto de mecanismos ao dispor da
Organização das Nações Unidas, que vão desde a diplomacia preventiva,
associado à prevenção de conflitos, “peacemaking”, “peacekeeping” e na
fase de reconstrução pós-conflito, o “peacebuildding” , com o objectivo de
cessar as hostilidades e levar as partes em negociações.

20
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICA
• AFP [1997]. "Guerrilha e militares se disputam as zonas más ricas de
Colômbia". Boletim Informativo. Paris, 3 de Agosto de 1997.
• AMBRUS, Steven e Joel Contreras [1999]. "A República independente das
FARC". In: Newsweek, New York, edição internacional de 29 de Novembrode
1999.
• AMORIM, Carlos [2000]. "O padre guerrilheiro fala da luta na Colômbia". In:
Jornal da Tarde - Caderno de Domingo, São Paulo, edição de 3 de dezembro
de 2000, pg. 4d.
• Backer, H. et. al ( 2011), Sociologia: História. Ideias. Correntes. Lisboa:
Textos & Grafia.
• Baltazar, M.Saudade (2005). AsForças Armadas Portuguesas – desafios
numa sociedade em mudança.
• Baltazar, M. Saudade e Salvador, Rafaela (2010). Impactos da Profissão
Militar nos Padrões Familiares: o
• Barrento,A. Martins (2007). Instituição Militar– alguns problemas actuais.
Revista Militarnº 12 –
• Barreto, A. et al. (1996) Portugal 1960/1995: indicadores Sociais, Lisboa,
Instituto de Ciências Sociais e
• BOBIN, Frédéric [2001]. "Les âmes errantes de la démocratie chinoise". In:
Le Monde / Sélection hebdomadaire. Paris, no. 2725 (edição de 27 de janeiro
de 2001): pg. 1.
• Bustos, R. B (2012), Pedagogia Crítica. México: Trilha.
• Caforio, G. et Nuciari, M. (1998). The Officer Profession: Ideal-Type. In
The Sociology of the Military.
• Caforio, G. Northampton: Edward Elgar Publishing L.ted: 364-388.
• CARAMEL, Laurence; SÉVILLA, Jean-Jacques [2001]. "Le forum de Porto
Alegre a jeté les bases d'une autre mondialisation". In: Le Monde / Sélection
hebdomadaire. Paris, no. 2727, (edição de 10 de fevereiro de 2001): pg. 5.
• Carrilho, Maria (1985). Forças Armadas e Mudança Política em Portugal no
séc. XX – para uma explicação
• caso particular do Comando de Instrução e Doutrina. Boletim de Sociologia
Militar n.º1 Revista do ano
• CEAUX, Pascal [2001]. "Les crimes et délitsconstatésen 2000 ontaugmenté
de 5,72% en un an". In: Le Monde / Sélectionhebdomadaire. Paris, no. 2727
(edição de 10 de fevereiro de 2001): pg. 9.
• CHAVES, Cláudio [1999a]. "A defesa da transgressão, o MST e a Nação". In:
Jornal de Piracicaba, Piracicaba-SP, edição de 17 de abril de 1999, pg. 3.
• CHAVES, Cláudio [2000]. "Ainda da Universidade". In: Jornal de Piracicaba,
Piracicaba-SP, edição de 9 de agosto de 2000, pg. 3.
• CHAVES, Cláudio M. [1999b]. "O crime organizado autorizado". In: Jornal de
Piracicaba, Piracicaba-SP, edição de 15 de dezembro de 1999, pg. 3.
• Chova, J. & Sabino, M. (2010), Geografia 12ª classe. Luanda: Texto Editora

21
• DAVID, Charles Philips A Guerra e a Paz: Abordagens Contemporâneas
daSegurança e da Estratégia. Lisboa: Instituto Piaget. ISBN 972-771-410-2,
2001.
• Dortier, J. F. (2011), Max Weber, sociólogo da modernidade. In: Sociologia:
História. Ideias. Correntes. Lisboa: Textos & Grafia.
• Giddens, A . (2007). Sociologia. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
• http://www.brasilescola.com/sociologia/sociologia2.htm( recuperado em 13
de Julho 2013)
• http://www.slideshare.net/fundacion_universitaria/manual-de-sociologa-
urbana-universidad-de-gestin-y-tecnologa-honduras ( recuperado em 13 de
Julho 2013)
• JO, Hee Moon. Introdução ao Direito Internacional. São Paulo: LTr, 2001.
• KISSINGER, Henry Diplomacia, Gradiva, 1996.Lisboa: Caleidoscópio.
• MELLO, Celso D. de Albuquerque (1992) Curso de Direito Internacional
Público, cit., pág.1072.
• Manuel Vasques Braz de Costa–Forças Armadas e Sociologia. Sociologia
Militar, COR CAV Nuno Mira $ T COR INF Gualdino Lopes Antão. 2009.

22

Você também pode gostar