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Resolução
A Parte II consiste num questionário ‘Verdadeiro / Falso’, com justificação obrigatória, compreen-
dendo 4 questões, todas igualmente ponderadas.
Serão emitidos avisos de tempo quando faltarem 5 minutos e 1 minuto para o termo de cada uma das
Partes da Prova.
Pare imediatamente de escrever assim que anunciado o fim da prova. Não desrespeite esta instrução,
sob pena de anulação da sua prova.
Independentemente do motivo, abstenha-se de comunicar com os seus colegas, sob pena de anulação
da sua prova.
Comece por preencher o seu NOME COMPLETO nos topo das duas folhas seguintes.
QUESTIONÁRIO
Para cada uma das afirmações seguintes, assinale com uma cruz () se a mesma é Verdadeira ou Falsa, e
justifique. A justificação é sempre obrigatória, sob pena de atribuição de cotação nula à resposta.
1. Numa obrigação clássica (OC), a duration de Macaulay (DM) está inversamente relacionada com a taxa de
juro de cupão (TJC). E, com efeito, é fácil explicar essa relação.
Verdadeira Falsa
O preço de uma OC – ou o seu ‘justo valor’ (JV) – define-se como o somatório de T parcelas, que correspon-
dem aos valores atuais de todos os T fluxos de caixa (CF) a que o emitente está obrigado a pagar até à maturi-
dade. Cada um desses valores atuais tem um determinado peso (𝜔𝑡 ) no preço (ou JV)da OC, sendo que o
somatório dos T ponderadores é igual à unidade – i.e., ∑𝑇𝑡=1 𝜔𝑡 = 1.
Supondo tudo mais constante, quanto mais elevada a TJC, maior o peso, no preço da OC, atribuível ao valor
atual dos cupões intercalares; e menor o peso imputável ao valor atual do CF a liquidar na maturidade (i.e., T
períodos após a data de referência). Podendo a DM ser definida como uma média ponderada dos prazos de
liquidação dos CF esperados até à maturidade, com 𝐷𝑀0,𝑇 = ∑𝑇𝑡=1 𝜔𝑡 × 𝑡 , uma TJC mais elevada diminui a
DM; vice-versa, uma TJC mais baixa aumenta a DM. Dito de outro modo: à medida que se considere uma TJC
cada vez mais elevada, diminui o valor do ponderador 𝜔 𝑇 associado ao último CF contratual; e, como o
somatório de todos os ponderadores (𝜔𝑡 ) tem de igualar a unidade, tal implica o aumento dos valores dos
ponderadores associados aos cupões intercalares – i.e., 𝜔𝑡 , para t = 1, 2, ..., T–1.
2. Na escolha de uma taxa de atualização apropriada (TAA) para avaliar uma obrigação, é sensato adicionar um
prémio de risco de crédito (PRC) a uma ‘taxa de juro nominal isenta de risco de crédito’ (TIRC).
Verdadeira Falsa
A TAA é uma taxa de juro que agregará várias componentes, entre as quais: (i) uma taxa de juro real, isenta de
risco (TJRSR); (ii) a inflação esperada ao longo do horizonte de investimento relevante (𝜋 𝑒 ); (iii) um prémio de
risco de crédito (PRC), que reflita a probabilidade de ocorrência de perdas por incumprimento; (iv) um prémio
de risco de mercado (PRM), que traduza a volatilidade do preço da obrigação; e (v) um prémio de risco de
liquidez (PRL), que espelhe a maior aversão que a maioria dos investidores tem por maturidades mais longas.
Uma ‘taxa de juro nominal isenta de risco de crédito’ (TIRC) poderia então definir-se como:
TIRC = TJRSR + 𝜋 𝑒 + PRM + PRL, dado que PRC = 0.
Obviamente, a TAA para avaliar uma obrigação de um emitente i que ofereça exposição a risco de crédito deve
contemplar a adição à TIRC de uma parcela (PRCi) que compense o risco de crédito atribuível a i.
No entanto, igualmente ‘sensato’ será nunca esquecer que a TAAi associada a esse emitente i igualmente deve
incluir, pelo menos – dependendo de outras caraterísticas contratuais relevantes, tais como garantias ou
cláusulas de reembolso antecipado –, todas as demais componentes supra identificadas.
QUESTIONÁRIO
Para cada uma das afirmações seguintes, assinale com uma cruz () se a mesma é Verdadeira ou Falsa, e
justifique. A justificação é sempre obrigatória, sob pena de atribuição de cotação nula à resposta.
3. De acordo com as teorias cobertas no Capítulo 6 (C6), a atitude dos investidores perante certos riscos finan-
ceiros (RF) é uma determinante essencial do perfil da spot yield curve (SYC).
Verdadeira Falsa
Todas as teorias cobertas no C6 contribuem para a compreensão do perfil de uma SYC, mas assentam em
pressupostos distintos no que se refere às preferências dos agentes por exposição a riscos. As quatro teorias
estudadas (TSM, TEP, TPL e THP), no seu conjunto, focam-se em dois riscos relevantes: (i) o risco de merca-
do (RM), que compreende não só o risco de volatilidade de preços mas, também, riscos de reinvestimento e de
refinanciamento; (ii) o risco de liquidez (RL), que reflete a expectável superior aversão da maioria dos inves-
tidores por prazos mais longos de imobilização de capitais investidos. No tocante ao RM, a TSM e a TEP
partem de premissas diametralmente opostas: a TSM assume total aversão de investidores e emitentes a RM,
enquanto a TEP parte da assunção de que todos são ‘neutrais’ – i.e., nem avessos, nem apetentes – por RM;
sendo que ambas ignoram qualquer influência do RL na tomada de decisões de investimento. Por sua vez, o
RL é introduzido pela TPL, visando retificar a simplicidade extrema da TEP. Por último, a THP invoca que
muitos investidores e emitentes não revelam aversão total ao RM, desde que a SYC lhes propicie compensação
adequada para assumirem mais RM.
4. A ‘Teoria das Expectatvas Puras’ (TEP) conclui que, nas mais das vezes, os emitentes de obrigações preferem
obrigações de longo prazo (OLP) a obrigações de curto prazo (OCP).
Verdadeira Falsa
A assunção da hipótese de ‘neutralidade’ a risco de mercado de investidores e emitentes tem como implicação
que todos os participantes no mercado aceitem transacionar obrigações de qualquer prazo – tendo, assim,
‘mobilidade’ plena em todo o espetro de prazos. Num tal quadro, os emitentes tomarão decisões baseadas nas
expectativas individuais que, em cada momento, formulem sobre a evolução esperada dos spot yields de
mercado no futuro.
Então, os emitentes não estão ‘amarrados’ a preferências vincadas, seja pela emissão de OLP, seja pela
emissão de OCP – razão por que estarão disponíveis para emitir obrigações com maturidades distintas dos
horizontes temporais pelos quais desejem fruir dos fundos a captar no mercado primário. Em cada momento,
um emitente decidirá, sempre, em função (i) das condições de mercado, plasmadas na spot yield curve (SYC),
e (ii) das expectativas que formule quanto à dinâmica da SYC no futuro; tendo como único critério de decisão
a minimização do custo do capital esperado inerente a cada oportunidade de endividamento.