Você está na página 1de 3

 MOEDA E MERCADOS FINANCEIROS  Ano Letivo 2023-2024  I Semestre |

PROVA intercalar n.º 2  Parte II


 15 de Novembro de 2023

Resolução

LEIA COM ATENÇÃO:


 A resposta à Parte II pode ser iniciada decorridos 30 minutos após o início da Parte I, desde que o
aluno entregue a folha de respostas à Parte I.

 Conjuntamente, as duas Partes da Prova têm a duração máxima de 70 minutos.

 A Parte II está cotada para 8 valores.

 A Parte II consiste num questionário ‘Verdadeiro / Falso’, com justificação obrigatória, compreen-
dendo 4 questões, todas igualmente ponderadas.

 A resposta ao questionário da Parte II é feita através do preenchimento das folhas de respostas em


anexo. Em média, tente não gastar mais de 6 minutos na interpretação e resposta a cada questão.

 Serão emitidos avisos de tempo quando faltarem 5 minutos e 1 minuto para o termo de cada uma das
Partes da Prova.

 Não são permitidas saídas da sala durante a prova.

 Pare imediatamente de escrever assim que anunciado o fim da prova. Não desrespeite esta instrução,
sob pena de anulação da sua prova.

 Independentemente do motivo, abstenha-se de comunicar com os seus colegas, sob pena de anulação
da sua prova.

 Desligue já e guarde o seu telemóvel.

 Comece por preencher o seu NOME COMPLETO nos topo das duas folhas seguintes.

 Prova Intercalar n.º 2   15 – Nov – 2023 


 MOEDA E MERCADOS FINANCEIROS  Ano Letivo 2023-2024  I Semestre |

NOME COMPLETO: 

NÚMERO DE MATRÍCULA: 

QUESTIONÁRIO
Para cada uma das afirmações seguintes, assinale com uma cruz () se a mesma é Verdadeira ou Falsa, e
justifique. A justificação é sempre obrigatória, sob pena de atribuição de cotação nula à resposta.

1. Numa obrigação clássica (OC), a duration de Macaulay (DM) está inversamente relacionada com a taxa de
juro de cupão (TJC). E, com efeito, é fácil explicar essa relação.

Verdadeira  Falsa 
O preço de uma OC – ou o seu ‘justo valor’ (JV) – define-se como o somatório de T parcelas, que correspon-
dem aos valores atuais de todos os T fluxos de caixa (CF) a que o emitente está obrigado a pagar até à maturi-
dade. Cada um desses valores atuais tem um determinado peso (𝜔𝑡 ) no preço (ou JV)da OC, sendo que o
somatório dos T ponderadores é igual à unidade – i.e., ∑𝑇𝑡=1 𝜔𝑡 = 1.
Supondo tudo mais constante, quanto mais elevada a TJC, maior o peso, no preço da OC, atribuível ao valor
atual dos cupões intercalares; e menor o peso imputável ao valor atual do CF a liquidar na maturidade (i.e., T
períodos após a data de referência). Podendo a DM ser definida como uma média ponderada dos prazos de
liquidação dos CF esperados até à maturidade, com 𝐷𝑀0,𝑇 = ∑𝑇𝑡=1 𝜔𝑡 × 𝑡 , uma TJC mais elevada diminui a
DM; vice-versa, uma TJC mais baixa aumenta a DM. Dito de outro modo: à medida que se considere uma TJC
cada vez mais elevada, diminui o valor do ponderador 𝜔 𝑇 associado ao último CF contratual; e, como o
somatório de todos os ponderadores (𝜔𝑡 ) tem de igualar a unidade, tal implica o aumento dos valores dos
ponderadores associados aos cupões intercalares – i.e., 𝜔𝑡 , para t = 1, 2, ..., T–1.

2. Na escolha de uma taxa de atualização apropriada (TAA) para avaliar uma obrigação, é sensato adicionar um
prémio de risco de crédito (PRC) a uma ‘taxa de juro nominal isenta de risco de crédito’ (TIRC).

Verdadeira  Falsa 
A TAA é uma taxa de juro que agregará várias componentes, entre as quais: (i) uma taxa de juro real, isenta de
risco (TJRSR); (ii) a inflação esperada ao longo do horizonte de investimento relevante (𝜋 𝑒 ); (iii) um prémio de
risco de crédito (PRC), que reflita a probabilidade de ocorrência de perdas por incumprimento; (iv) um prémio
de risco de mercado (PRM), que traduza a volatilidade do preço da obrigação; e (v) um prémio de risco de
liquidez (PRL), que espelhe a maior aversão que a maioria dos investidores tem por maturidades mais longas.
Uma ‘taxa de juro nominal isenta de risco de crédito’ (TIRC) poderia então definir-se como:
TIRC = TJRSR + 𝜋 𝑒 + PRM + PRL, dado que PRC = 0.
Obviamente, a TAA para avaliar uma obrigação de um emitente i que ofereça exposição a risco de crédito deve
contemplar a adição à TIRC de uma parcela (PRCi) que compense o risco de crédito atribuível a i.
No entanto, igualmente ‘sensato’ será nunca esquecer que a TAAi associada a esse emitente i igualmente deve
incluir, pelo menos – dependendo de outras caraterísticas contratuais relevantes, tais como garantias ou
cláusulas de reembolso antecipado –, todas as demais componentes supra identificadas.

 Prova Intercalar n.º 2   15 – Nov – 2023 


 MOEDA E MERCADOS FINANCEIROS  Ano Letivo 2023-2024  I Semestre |

NOME COMPLETO: 

NÚMERO DE MATRÍCULA: 

QUESTIONÁRIO
Para cada uma das afirmações seguintes, assinale com uma cruz () se a mesma é Verdadeira ou Falsa, e
justifique. A justificação é sempre obrigatória, sob pena de atribuição de cotação nula à resposta.

3. De acordo com as teorias cobertas no Capítulo 6 (C6), a atitude dos investidores perante certos riscos finan-
ceiros (RF) é uma determinante essencial do perfil da spot yield curve (SYC).

Verdadeira  Falsa 
Todas as teorias cobertas no C6 contribuem para a compreensão do perfil de uma SYC, mas assentam em
pressupostos distintos no que se refere às preferências dos agentes por exposição a riscos. As quatro teorias
estudadas (TSM, TEP, TPL e THP), no seu conjunto, focam-se em dois riscos relevantes: (i) o risco de merca-
do (RM), que compreende não só o risco de volatilidade de preços mas, também, riscos de reinvestimento e de
refinanciamento; (ii) o risco de liquidez (RL), que reflete a expectável superior aversão da maioria dos inves-
tidores por prazos mais longos de imobilização de capitais investidos. No tocante ao RM, a TSM e a TEP
partem de premissas diametralmente opostas: a TSM assume total aversão de investidores e emitentes a RM,
enquanto a TEP parte da assunção de que todos são ‘neutrais’ – i.e., nem avessos, nem apetentes – por RM;
sendo que ambas ignoram qualquer influência do RL na tomada de decisões de investimento. Por sua vez, o
RL é introduzido pela TPL, visando retificar a simplicidade extrema da TEP. Por último, a THP invoca que
muitos investidores e emitentes não revelam aversão total ao RM, desde que a SYC lhes propicie compensação
adequada para assumirem mais RM.

4. A ‘Teoria das Expectatvas Puras’ (TEP) conclui que, nas mais das vezes, os emitentes de obrigações preferem
obrigações de longo prazo (OLP) a obrigações de curto prazo (OCP).

Verdadeira  Falsa 
A assunção da hipótese de ‘neutralidade’ a risco de mercado de investidores e emitentes tem como implicação
que todos os participantes no mercado aceitem transacionar obrigações de qualquer prazo – tendo, assim,
‘mobilidade’ plena em todo o espetro de prazos. Num tal quadro, os emitentes tomarão decisões baseadas nas
expectativas individuais que, em cada momento, formulem sobre a evolução esperada dos spot yields de
mercado no futuro.
Então, os emitentes não estão ‘amarrados’ a preferências vincadas, seja pela emissão de OLP, seja pela
emissão de OCP – razão por que estarão disponíveis para emitir obrigações com maturidades distintas dos
horizontes temporais pelos quais desejem fruir dos fundos a captar no mercado primário. Em cada momento,
um emitente decidirá, sempre, em função (i) das condições de mercado, plasmadas na spot yield curve (SYC),
e (ii) das expectativas que formule quanto à dinâmica da SYC no futuro; tendo como único critério de decisão
a minimização do custo do capital esperado inerente a cada oportunidade de endividamento.

 Prova Intercalar n.º 2   15 – Nov – 2023 

Você também pode gostar