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Hanseníase: tratamento.

Profa. Dra. Carla Pires


Dermatologista e hansenóloga.
Profa. Dra. Adjunto IV da UFPA e UEPA
Objetivos gerais da aula:
• Relembrar os principais aspectos clínicos da classificação de Madri;
• Conhecer os medicamentos que fazem parte da poliquimioterapia
(PQT);
• Conhecer seus principais efeitos adversos e drogas substitutas;
• Aprofundar o tema com auto estudo.
12 DOSES è

è 6 DOSES
Tratamento
HANSENÍASE TEM CURA E DEVE SER TRATADA PREFERENCIALMENTE NAS
UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE.

Tratamento quimioterápico específico (PQT);


Acompanhamento: tratamento das intercorrências e complicações;
Prevenção e tratamento das incapacidades.

• Duração: 6 doses supervisionadas;


• Critério de alta: 6 doses em até 9 meses.

• Duração: 12 doses supervisionadas;


• Critério de alta: 12 doses em até 18
meses.
SUPERVISÃO

• Doses supervisionadas

• Segurança de que ingeriu a dose


• Monitoramento dos efeitos colaterais
• Exame dos comunicantes
Tratamento em situações especiais

• Gravidez: PQT é segura para a mãe e o feto;


Contraindicado = Talidomida.

• Tuberculose: RFP = dose da TB;

• HIV: O tratamento não sofre modificação.


Reação adversa

• “Qualquer resposta prejudicial ou indesejável,


não intencional, observado nas doses
terapêuticas habituais em seres humanos, para
fins terapêuticos, profiláticos ou diagnósticos”.

OMS
PQT

Dapsona

Rifampicina

Clofazimina
Efeitos colaterais da dapsona:

A dapsona ou a 4,4'- diaminodifeniLsulfona - É um fármaco


pertencente ao grupo das sulfonas, com ação principalmente
bacteriostática.

• Complicações cutâneas :

ü Fotodermatite, urticária, eritema polimorfo, eritema


pigmentar fixo, eritrodermia.
ü Síndrome de Stevens Jonhson.
Fotodermatite
Eritema pigmentar fixo
Eritrodermia

Fonte: Arquivo Pessoal

Leve
Efeitos colaterais da dapsona:

• Anemia hemolítica:

ü Na dose usual, geralmente é de baixa intensidade, tendendo a melhorar


com o decorrer do tratamento.
Em casos graves, utilizar esquema alternativo.

• Dores epigástricas, náusea, vômitos, astenia:

ü Mais comum.

• Vertigens, cefaleia e fraqueza muscular.


Efeitos colaterais da dapsona:

• Síndrome sulfônica:

ü Maior frequência entre a quarta e sexta semana do início;

ü Dermatite esfoliativa associada a uma síndrome mononucleose símile


(febre, linfadenomegalia generalizada e hepatoesplenomegalia) e doença
hepática aguda induzida por droga (↑ transaminases).

ü Linfocitose com linfócitos atípicos

ü Necessita geralmente de hospitalização - pode ser fatal.


• Metahemoglobinemia:

ü A MetHb é a forma oxidada da Hb, cujo Fe2+ ferroso da porção heme


está oxidado ao estado férrico (Fe3+) e, por isso, não consegue se ligar
ao oxigênio.
• Metahemoglobinemia:

ü Caracteriza-se por cianose dos lábios e leitos ungueais, podendo ser


agravada por astenia, cefaléia, náuseas, vômitos, insônia, confusão
mental, febre, dispnéia, taquicardia e cianose intensa das extremidades.

ü Necessita de internação hospitalar nos casos graves.


Efeitos colaterais da Rifampicina

ü São menos comuns;


ü Podem ser desencadeados por hipersensibilidade imediata,
anticorpos, imunocomplexos ou de natureza tóxica direta.
Efeitos colaterais da Rifampicina

Alterações hepáticas:

ü Geralmente leve;
ü Icterícia, hepatomegalia discreta, provas de função hepática pouco
alteradas com aumento transitório.
ü O uso de drogas hepatotóxicas e o alcoolismo concomitante são fatores
que contribuem para a lesão hepática.

Manifestações gástricas:

ü Náuseas, vômitos, dores abdominais e diarreia, especialmente se o


medicamento for ingerido em jejum.
Efeitos colaterais da Rifampicina

Síndrome Pseudo-gripal:

ü Surge algumas horas após a administração da 2ª a 5ª dose


supervisionada, (decorre de hipersensibilidade pelo tratamento
intermitente). Febre, calafrios, astenia, cefaleia, mialgias, artralgias,
dermatite e mal estar geral.
O quadro inicia cerca de duas horas após a ingestão da rifampicina.

Pigmentação

ü Vermelho-alaranjada de suor, fezes, escarro, urina, saliva e lágrimas


pode ocorrer.
Efeitos colaterais da clofazimina

Clofazimina:

Corante fenazínico derivado da fenildimetrazina.


Meia vida +- 70 dias.
Muito tempo no tecido.
Bem tolerada.

• Pigmentação cutânea:

Esta droga é um corante que se deposita intensamente nos tecidos, dando uma
coloração que varia de vermelho escura a marrom. Pode haver hipercromia
difusa, ou as lesões poderão apresentar hiperpigmentação. Esses efeitos podem
persistir por um ano ou mais, após o término do tratamento.
Efeitos colaterais da clofazimina

• Xerodermia: pele seca ou até ictiose. São mais persistentes que a


pigmentação.

Uso de emolientes: creme de uréia a 10%, óleo mineral ou mesmo óleo vegetal,
após o banho diário. Nos casos mais intensos, pode-se introduzir no tratamento
ceratolíticos (vaselina salicilada a 2%).
Fonte: Arquivo Pessoal
• Só adaptar o esquema preconizado nos casos que
comprovadamente desenvolveram efeitos colaterais a uma das
QuadrO 11 drogas utilizadas;
doente com intolerância à clofazimina (cfz)
• Descartar outros fatores concomitantes;
paucibacilares multibacilares

Rifampicina
• Só reiniciar (RFM): doseadaptado
o tratamento, mensal de 600
oumg (2 cápsulas
não, após adenormalização
300 clínico
do quadro mg) comeadministração supervisionada.
laboratorial.
+ dapsona (DDS): dose mensal de 100 mg supervisionada e
dose diária de 100 mg autoadministrada (28 dias).
+ ofloxacino (OFX): dose mensal de 400 mg supervisionada e
não previsto dose diária de 400 mg autoadministrada
OU
Minociclina (MNC) dose mensal de 100 mg supervisionada e
dose diária de 100 mg autoadministrada.
Duração: 12 meses
Fonte: Coordenação-Geral de Hanseníase e Doenças em Eliminação – CGHDE/DEVIT/SVS/MS.
carlaavelarpires@gmail.com

Obrigada!
Hanseníase: diagnósticos
diferenciais

Profa. Dra. Carla Pires


Dermatologista e hansenóloga.
Profa. Dra. Adjunto IV da UFPA e UEPA
Hanseníase Indeterminada

Diagnóstico diferencial Principal:


Ptiríase Versicolor
Ptiríase Versicolor

Zileri +
Pitiríase alba

Etiologia não estabelecida,


autolimitada, assintomática e de bom
prognóstico. Caracteriza-se por lesões
hipocrômicas, sendo um achado
frequente da dermatite atópica.
Pitíriase alba x MHI

História clínica
Tempo de evolução
Queda de pêlo
Perda de sensibilidade
Hanseníase Tuberculóide Diagnóstico diferencial Principal:
Tínea corporis, Granuloma anular
PRURIDO!!!

Tinea
Corporis
PRURIDO!!!
Crescimento lento...
KOH HE
Granuloma anular
Sem alteração de sensibilidade!!!!

Granuloma anular

Doença benigna, em geral autolimitada. Sua causa ainda não está bem esclarecida,
embora diversos tipos de estímulos físicos (radiação UV), infecciosos (vírus EBV,
vírus Varicela zoster, vírus da hepatite C), e algumas doenças (diabetes mellitus,
artrite reumatóide, linfomas) têm sido implicados. Pode haver remissão espontânea.
Granuloma anular
Hanseníase Dimorfa
Diagnóstico diferencial principal:
Granuloma anular, linfoma
cutâneo T (micose fungóide),
Lúpus subagudo,
Farmacodermias, sífilis
secundária.
Granuloma anular
Farmacodermia
Lúpus subagudo
BT Sifilis secundária
Sífilis secundária
Linfoma Cutâneo T - Micose fungóide
Diagnóstico diferencial principal:
Hanseníase Virchowiana
Leishmaniose cutânea anérgica, lobomicose,
Xantoma.
(PAS 630x)
Xantoma papuloso

Apresentam como substrato comum o


acúmulo de lipídeos no interior de macrófagos
de localização dérmica. Alterações primárias
ou secundárias do metabolismo das
lipoproteínas.
Virchoviano
Virchoviano Neurofibromatosis
Neurofibromatosis
Obrigada!

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