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A IMPORTÂNCIA DA INCLUSÃO SOCIAL NO ENSINO

REGULAR

Elineide Brito Ferreira


Raiane Oliveira Gama Silva

RESUMO

Este projeto tem como objetivo analisar a inclusão educacional e suas perspectivas diante de uma
sociedade que ainda não está preparada para aceitar as diferenças. Muitas vezes a questão é: se a
inclusão realmente acontece e se sim, como? Todas as leis garantem direitos às pessoas com
necessidades especiais? E o desafio de alcançar a inclusão dentro da turma onde quase todos os alunos
são neuro típicos, refletindo sobre o ambiente escolar e mudanças em seus espaços para acomodar a
inclusão. Além de debater se o professor está pronto para ensinar as diferenças e analisar a formação
que os educadores recebem quando ao longo do ensino, estas são algumas das preocupações
abordadas neste estudo, o processo de inclusão e os agentes envolvidos nesse processo, tais como: a
sociedade, a família, a própria escola e educadores. É necessário, portanto, que toda a comunidade
(família, escola, educadores), encontre uma forma de melhorar a qualidade de vida acadêmica em
cada disciplina juntos e que os alunos sem necessidades possam aprendam com exemplos de
aceitação, em casa, na escola, na sociedade para poder aceitar as diferenças, sendo empáticos com a
dificuldade do outro.

Palavras-chave: inclusão educacional, necessidades especiais, neuro típicos, ambiente escolar e


formação.

1. INTRODUÇÃO

É importante que o aluno da inclusão se conheça e se aceite para que a partir deste momento
o educador possa conhecê-lo e formular um programa melhor para atendê-lo, já que adaptações
precisam ser feitas de acordo com os limites de cada pessoa. Outro aspecto importante é a abertura
de falar na escola sobre diversidade, diferenças e suas questões. É necessário discutir as possibilidades
e os desafios da inclusão no contexto escolar para compreender os limites e, contudo, destacar as
diferenças e como abordá-las no ambiente de ensino. Essa é uma questão importante, uma vez que
quando surge este assunto, pergunta-se se a escola é realmente aberta a todos e se estão preparados
para acolher o que foge dos padrões imputados na sociedade. Pensar em como esse processo acontece,
em quais são os avanços, as dificuldades, e quais questões que foram examinadas para construção
deste projeto.

Sabemos que qualquer ambiente escolar permite a aprendizagem e que quando está inserido
em nessa rotina, o aluno amplia sua visão de mundo, vivências e experiências, aumentando as
possibilidades de conhecimento. Segundo Brasil (1996), é por isso que a escola acaba contribuindo
positivamente para a vida dos seres humanos e é responsável por responder a todas e qualquer tipo
1 Nome dos acadêmicos
2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (Código da Turma) – Prática do Módulo I – dd/mm/aa
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de diversidade, oferecendo assim o que se espera em relação a qualidade para todos. No entanto, a
escola enfrenta um grande desafio: a inclusão de alunos com deficiência.

Este projeto parte de uma prática educativa diante desse desafio da inclusão, particularmente
quando este processo ocorre no ensino regular. É importante a criança aprender a conviver com a
diferença, a aceitar o que é diferente e a compreender que a escola e a sociedade têm a obrigação de
acolher a todos, bem como, oferecer educação de qualidade, voltada não apenas para a vida escolar,
mas também a sua integração na sociedade e no mercado de trabalho.

Através da inclusão, as crianças começam a desenvolver todas as suas capacidades, bem como
o processo de socialização, começa a se preparar para enfrentar novos desafios, para fazer um mundo
melhor, onde não haja discriminação devido às diferenças. Segundo Mantoan (2003), inclusão é o
privilégio de conviver com as diferenças. A escola deve ser um espaço onde toda a diversidade seja
levada em conta, porque as pessoas são diferentes entre si e cada um apresenta sua individualidade e
singularidade, ao longo da vida escolar, essas diferenças serão destacadas, pois uma se destacará da
outra em uma determinada área e assim por diante. Portanto, todas as diferenças devem ser respeitadas
e deve ser levado em consideração no processo de ensino-aprendizagem, assim como no contexto da
interação social.

Para que a inclusão seja efetiva, muitos desafios devem ser superados, é necessária uma
reestruturação do programa escolar, formação de professores, para que eles saibam tratar
adequadamente essas pessoas, passando a contribuir de forma correta, positiva e significativa em seu
processo de ensino-aprendizagem.
A busca por uma sociedade igualitária, um mundo em que os homens gozar
da liberdade de expressão e de crença e poder desfrutar condição de viver
livre do medo e da necessidade, para um mundo em que o reconhecimento
da dignidade inerente a todos os seres humanos e a igualdade de seus direitos
inalienáveis é o fundamento da autonomia, justiça e a paz mundial, levou à
criação da Declaração Universal de Direitos Humanos, que representa um
movimento internacional cujo Brasil é signatário (FACION, 2008, p. 55).

O objetivo deste trabalho é abordar o assunto e mostrar como se deu esse processo de inclusão,
em que contexto histórico nasceu, quais leis proteger essas pessoas, para poder discernir melhor quais
são os direitos e deveres do instituições e sociedade. Mostrar que o processo de inclusão não deve
acontecer por acaso no ambiente escolar, mas na vida em sociedade, conferindo também direitos à
integração em um mercado de trabalho que os torne cidadãos competentes.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 HISTÓRIA DA INCLUSÃO E DA EDUCAÇÃO ESPECIAL


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Pessoti (1984) relata que a inclusão ainda é um assunto muito controverso, pois mesmo com
a necessidade de inclusão e universalização da educação, as pessoas com deficiência continuam
diferente. No passado, a rejeição estava inscrita no código de Hamurabi, Aristóteles e Herófilo,
gravou alguns temas relacionados com a deficiência mental, estas foram as primeiras gravações sobre
o assunto. O autor explica ainda que neste momento histórico não há muitos conteúdos de literatura
sobre o assunto, mas podemos dizer que em Esparta, por exemplo, as crianças e pessoas com
deficiência eram consideradas subumanas e abandonadas, a sociedade não aceitava a interação nem
socializar com pessoas com deficiência.

Naquela época, as pessoas com deficiência eram consideradas fora da norma e muitos termos
têm sido usados até hoje para nomeá-los. Os termos que se referiam as pessoas com deficiência eram
vários, partindo de retardados, as pessoas excepcionais, as pessoas com necessidades educativas
especiais, pessoal especial, tudo numa tentativa de mascarar a deficiência.

As diferentes formas de nomear só podem representar o esconderijo do


velhas armadilhas que mascaram valores sociais contraditórios e escondem
tensões que geram novas formas veladas de exclusão (PAN, 2008, p. 28).

Mendes (1995) afirma que na Idade Média, segundo a visão da Igreja Católica, os pais que
tinham filhos deficientes mereciam ser punidos por qualquer motivo, é por isso seus filhos nasceram
deficientes. Naquela época, essas pessoas deveriam viver isoladas da sociedade, porque era
consequência da sua própria incapacidade, sendo assim considerados incapazes durante toda a vida,
foram muitas vezes abandonados e à mercê da caridade. O autor também especifica que na Idade
Média as pessoas com deficiência eram isoladas e ficavam escondidas atrás dos muros das
instituições. Contudo, nestas instituições, as pessoas com deficiência não eram bem tratadas, pois
dependiam da caridade e muitas vezes eram até punidos.

No entanto, com a mudança dos tempos e a chegada do Renascimento o conceito de homem


mudou. Naquela época, valores e cultura centrados no ser humano, assim, começamos a falar dos
direitos e deveres da pessoa com deficiência.

O Renascimento surgiu no século XV, mas ganhou destaque no século XVI e os valores foram
muito diferentes dos valores da média de idade. E foi durante o Renascimento que autores que se
interessam pelas pessoas com deficiência, Jimenez (1994) define alguns deles:

- Bauer (1443 - 1485), que se refere aos seus estudos sobre surdos-mudos, na obra “De Invenção
Dialética” porque a comunicação se faz através da escrita.
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- Irmão Pedro Ponce de León (1509-1584), também baseou suas obras nas crianças surdo, é
considerado o pioneiro da educação de surdos através da criação de método oral, escreveu o livro
“Doctrina para los surdos”.

- Charles Michel de l'Epée (1712-1789) criou a primeira escola pública para surdos.

- Valentin Hauy (1746-1822) criou um instituto para crianças cegas em Paris, criou o
sistema braile.

Também nesta época, além de publicar obras, foram criadas escolas para alunos deficientes,
destacam-se muitas personalidades deficientes como Camões (cego), Johannes Kepleer (cego),
Beethoven (surdo), todos deficientes físicos (CARMO, 1991).

Ferreira e Guimarães (2003) afirmam que foi na era moderna que o homem se tornou
entendido como um animal racional e se esforça para alcançar a igualdade. Eles gostam de observar
e começam a querer descobrir as leis da natureza, deixando de lado as leis divinas.

Mas as grandes tendências só se destacaram no início do século XX neste momento, entra em


contexto uma orientação educacional, com serviços educacionais para crianças com deficiência,
apesar da medicina falar muito alto, a pedagogia começa a vencer um espaço em questões
importantes.
A emergência das instituições leva a aceitar uma certa responsabilidade na
a educação das crianças deficientes, ao mesmo tempo, imbuída de uma
profunda ambiguidade sobre o fenômeno das diferenças pessoas que
envolvem limitações e incapacidades (CORREIA, 1997, p.69).

Isso aconteceu porque essas pessoas não conseguiam levar uma vida normal, apesar de ser
capazes e nem sequer conscientes dos seus direitos e responsabilidades como cidadãos, deixando-os
então excluídos da vida em sociedade.

O número de instituições aumentou na maioria dos países, em proporção


direta deterioração na qualidade do trabalho devido a dois tipos de fatores: a
passagem desde a educação em pequenas instituições até instituições grandes
e desastrosas depósitos das crianças e a crise económica e a inflação que se
fizeram sentir nesta região tempo (PEREIRA, 1993, p.70).

Segundo o autor, o número de instituições está aumentando e com esse ensino as necessidades
especiais tomam um novo rumo, são criadas as primeiras escolas para cegos, surdos e deficientes
mentais.

Pereira (1993) afirma que com o aumento do número de instituições especializadas seria
possível resolver problemas de deficiência através da educação especial e para isso foi necessário
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treinar professores, criar profissionais qualificados, a Associação Americana de Instrutores cegos em


1871 e 1876, a American Mental Deficiency Association. E assim por diante, na Idade contemporânea
que inicia uma grande preocupação com a educação dos deficientes, mas ainda existe uma segregação
destas pessoas, uma segregação que continua até ao momento atual.

É neste momento que entram em vigor os direitos humanos, que passam a ser responsáveis
por grandes conquistas, sendo aquelas que se enquadram no nível da igualdade, que então se refere
ao processo de inclusão e não de segregação, que diz que essas pessoas têm direito à inserir-se em
um contexto social e educacional sem ser preconceituoso ou rejeitado.

No Brasil, foi a partir da década de 1950 que começamos a falar em inclusão, e Educação
especial. Bueno (1993) afirma que no Brasil esse processo de inclusão ocorreu através da criação do
Instituto Imperial para Crianças Cegas e do Instituto para Surdos e Mudos ambos criados no Rio de
Janeiro.

Com a abertura destes institutos, as pessoas com deficiência passaram a beneficiar de


melhores cuidados e abriu um espaço para aumentar a conscientização sobre a melhoria da educação
em lares de acolhimento desses indivíduos. Foi somente após a Proclamação da República que a
educação especial começou a ser implementada. no Brasil, porém, sua expansão ainda é lenta. No
momento, todas as escolas brasileiras sofreram uma mudança.

Durante esse período, o sistema escolar público estará preocupado com a


deficiência de metais, como resultado da influência da psicologia que
começou a influenciar nos processos educacionais. Esse fato pode ser
verificado, em São Paulo, com a criação do Laboratório de Pedagogia
Experimental, na Escola Normal de São Paulo em 1913 (PESSOTTI, 1975,
p.7).

Jannuzzi (1992) afirma que na década de 1920, sob influência da Escola Nova, a educação
brasileira passa por reformas, a começar pela chegada de especialistas europeus formar professores
brasileiros, dando um novo rumo à educação especial. Em 1932, é fundada em Minas Gerais a
Sociedade Pestalozzi, instituto criado para atender desabilitado.

Nas décadas seguintes, a educação especial continuou a expandir-se por todo o país, com
algumas entidades privadas e autoridades públicas também começam a agir positivamente campanhas
nacionais de educação para pessoas com deficiência.

Mendes (1995) afirma ainda que era mais preciso na década de 1950 do que nos últimos anos,
as campanhas lideradas pelo governo foram de fato implementadas e os indivíduos que a incapacidade
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era presumida. Durante o período militar, as instituições privadas de ensino, e influenciada pela
Sociedade Pestalozzi, a APAES surgiu ao longo do território nacional.

Enquanto, na década de 1970, os países desenvolvidos amplas discussões e


questões sobre a integração de pessoas com deficiência saúde mental na
sociedade, existe atualmente no Brasil uma institucionalização da educação
especial em termos de planejamento políticas públicas com a criação do
Centro Nacional de Educação Especial (CENESP), em 1973. O objetivo do
CENESP era promover, em todo o território nacional, a ampliação e a
melhoria do atendimento às pessoas excepcionais. (MAZZOTTA,1996,
p.55).

Foi no início do século XX que a educação especial sofreu algumas alterações e


reformulações, porque neste contexto isso criaria um processo de exclusão em relação a estes
indivíduos, novos paradigmas e novas formas de servir as pessoas com deficiência. Já na década de
1970, foram criadas turmas especiais para tentar incluir as pessoas com deficiência no contexto
escolar, no com o qual o Estado passa a reconhecer a educação como algo importante e passa a atuar
com responsabilidade, estão a surgir novos programas de inclusão, incluindo integração profissional
especialistas para cuidar de crianças com deficiência.

A partir da década de 80, em nosso país, principalmente no Rio Grande do


Sul, estudos e aplicações da estimulação precoce em crianças de zero a três
anos que apresentam mudanças globais em suas desenvolvimento, tanto na
área hospitalar e médica como nas escolas necessidades especiais e,
posteriormente, em creches e escolas infantis. Disto nova abordagem
dinâmica no tratamento de bebês com deficiência mental, a intervenção
começa mais cedo nos distúrbios neuromotores, respostas cognitivas e
afetivas desses sujeitos, modificando o prognóstico da aprender com eles
(CARDOSO apud MOSQUERA; STOBAUS, 2004, pág. 19).

Na década de 1980, iniciou-se um processo de especialização dos profissionais da educação e


uma luta da sociedade para integrar a pessoa com deficiência na vida escola e sociedade, porque até
então eram excluídos e viviam num mundo à parte então considerado normal. O movimento que
surgiu nos EUA também surgiu nesta época denominada “Iniciativa de Educação Regular”, cujo
objetivo foi a inclusão nas escolas comuns de crianças com determinada deficiência (INCLUSÃO -
REVISTA DA EDUCAÇÃO ESPECIAL, 2005).

Por ocasião do Ano Internacional das Pessoas com Deficiência, organizado


pela Nações Unidas (ONU), em 1981, quando o Ministério da educação
recomenda a participação ativa de organizações sem fins lucrativos governos
no processo de “integração social”, praticamente delegar a responsabilidade
pelo desenvolvimento das oficinas de produção. (SILVA apud MAZZOTTA,
1999, p.52).

Segundo Nunes e Ferreira (1994), neste período houve uma grande conscientização pública
sobre o movimento pela inclusão de pessoas com deficiência e em 1981 realizou-se o “Ano
Internacional das Pessoas com Deficiência”.
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Como resultado, notou-se uma evolução nos dados fornecidos pelo Ministério da Educação
na Atenção Especializada (BRASIL, 1991).

Essa trajetória de lutas e busca pelos direitos e deveres das pessoas com deficiência é marcada
por instituições privadas e filantrópicas, tiveram papel determinante, foram estas instituições que
organizaram grandes movimentos pelos direitos destas pessoas, elas passaram a denunciar os
preconceitos e discriminações sofridas pelas pessoas com deficiência, questionando também a falta
de programas educacionais básicos.

Para Bueno (1993), a educação das pessoas com deficiência proporciona, no âmbito do
sistema educacional para promover a capacitação desses indivíduos, onde desenvolverão seus
personalidade, participará ativamente da sociedade, caso esteja inserido no mercado de trabalho em
que agirão de acordo com seus limites.

A educação especial desempenha um papel muito importante na sociedade, objetivo de


garantir a igualdade a essas pessoas, para que possam exercer plena cidadania e ter acesso à
informação e ao conhecimento.

A educação especial tem cumprido um duplo papel na sociedade, o de


complementaridade do ensino normal, tendo em conta, por um lado, a
democratização da educação, porque atende às necessidades de parte da
população que não consegue beneficiar de processos regulares de Educação;
por outro, responde ao processo de segregação legitimando a ação escola
regular seletiva (BUENO, 1993, p.23).

No final da década de 1980, surgiu o movimento de inclusão, baseado na princípios de


igualdade, incluindo as instituições de ensino como parte deste movimento. Neste contexto, todos
têm direito ao ensino regular, valorizando assim a diversidade, na qual pessoas com deficiência agora
têm o direito de construir aprendizagem em todos os espaços escola.

De acordo com a Constituição Brasileira (1988), esses movimentos foram resultado de


sociedade democrática nascida após vinte anos de ditadura militar, neste período bem como a
Constituição Federal e a ECA (Estatuto da criança e do adolescente). A Constituição Brasileira (1988)
dispõe em seu artigo 3º inciso IV “promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo,
cor, idade e qualquer outra forma de discriminação” No artigo 5º, a Constituição garante o princípio
da igualdade: Todos são iguais perante o tribunal, a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo aos brasileiros e aos estrangeiros residentes do país a inviolabilidade do direito à vida,
liberdade, igualdade, segurança e propriedade (...).
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Além disso, a Constituição Federal (1988) garante em seu artigo 205 que a educação é direito
de todos e dever do Estado e da família. Em seguida, no artigo 206, estabelece a igualdade de
condições de acesso e permanência na escola. O artigo 208 estabelece o atendimento educacional
especializado, oferecido preferencialmente na rede regular de educação, também é garantida pela
Constituição Federal. Pode-se dizer que com a Constituição Brasileira de 1988, todos passaram a ter
direito à educação, incluindo pessoas com deficiência, recebem assistência e assistência em ensino
regular.

Por fim, entende-se que para que haja educação para todos é necessário transformar a
mentalidade da sociedade que, ainda hoje, transmite muitas ideias preconcebidas e preconceitos. Não
devemos apenas fazer um movimento de inclusão, mas também um movimento de respeito para os
outros, porque como cidadãos, todos precisam ser acolhidos e aceitos pelas suas diferenças e só então
a igualdade será alcançada.

2.2 ASPECTOS LEGAIS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Desde a mudança na Constituição brasileira, as leis também se adaptaram, dedicando-se à


educação de alunos com deficiência. Contudo, inicialmente, essas leis previam apenas a bem-estar
destes alunos, ao longo do tempo esta situação evoluiu, passando a dar prioridade a todos aspectos
deste indivíduo. Inicialmente, essas leis visavam apenas redes privadas de ensino e mais tarde passou
a fazer parte de todo o sistema, tanto público como privado, incluindo assim, a educação inclusiva
em seus programas.

Hoje finalmente falamos de inclusão educacional, em que esses alunos com necessidades
especiais ensino especializado está obrigatoriamente inserido na rede regular de ensino, tanto no
ensino público como no ensino privado. Porém, para atender esse aluno, a lei também prevê uma
preparação pelo estabelecimento.

“A Constituição Brasileira de 1988, no Capítulo III, Educação, Cultura e Desporto, o artigo


205 afirma que: A educação é direito de todos e dever do Estado e da família". Em seu artigo 208,
dispõe: [...] "atendimento educacional especializado para pessoas com deficiência, preferencialmente
na rede regular de ensino.

Neste contexto, a inclusão de pessoas com deficiência torna-se um aspecto social porque
educativo, não só a escola deve estar preparada para acolher o aluno com deficiência, mas também a
sociedade. Assim, a Constituição Federal de 1988 estabelece:
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- Proibição de qualquer tipo de discriminação contra pessoas com deficiência;


- Empregos para pessoas com deficiência;
- Proteção destas pessoas com deficiência;
- Integração das pessoas com deficiência na vida comunitária, bem como garantia de salário mínimo
e, se necessário, benefícios sociais, para que possam fornecer o manutenção própria;
- Atendimento Educacional Especializado (AEE), da rede regular de ensino;
- Direito à vida, segurança, saúde, educação e lazer, livre de qualquer tipo de negligência, exploração
ou discriminação;
- O direito de ir e vir em locais públicos, garantindo a acessibilidade e os meios de locomoção
adequada;

A Declaração Mundial sobre Educação para Todos (1990) visa responder as necessidades
fundamentais de aprendizagem de todas as crianças, jovens e adultos. Em seu artigo 3º, a Declaração
trata da universalização do acesso à educação e do princípio da equidade. Especificamente em relação
à educação de alunos com deficiência, o documento diz:

As necessidades básicas de aprendizagem das pessoas com deficiência


requerem atenção especial. É necessário tomar medidas que garantir a
igualdade de acesso à educação para todos e qualquer tipo de deficiência, no
âmbito do sistema educacional (BRASIL, 1990, pág. 4).

Segundo Brasil (1994), em 1994 a Política Nacional de Educação Especial, que visa a
integração de alunos com deficiência na classe regular, em que estipula que as crianças têm a mesma
condição de seguir o ensino comum da mesma forma de alunos sem deficiência. Com esta nova
perspectiva, entendemos que uma peça não é homogênea e que cada um evoluirá no seu tempo, o que
valoriza os diferentes potencial, mantendo assim a responsabilidade da educação exclusivamente para
os alunos de educação especial, as escolas têm o dever de servir todas as crianças, independentemente
do seu estatuto, e suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras.

A Convenção da Guatemala foi promulgada no Brasil pelo Decreto nº 3.956 de 08 outubro de


2001. Está claro nesta Convenção que todas as pessoas com deficiência têm o mesmos direitos que
os outros. Este documento visa “prevenir e eliminar todas as formas de discriminação contra as
pessoas com deficiência e incentivar a sua plena integração na sociedade” (artigo 2.º). No Artigo 1
(Nº 2, “a”), a Convenção dispõe que definição do termo discriminação:

O termo “discriminação contra pessoas com deficiência” significa qualquer


diferenciação, exclusão ou restrição baseada na deficiência, histórico de
eficácia, consequência de uma deficiência ou de uma percepção anterior
deficiência presente ou passada, que tenha o efeito ou objetivo de impedir ou
anular o reconhecimento, gozo ou exercício por pessoas com deficiência,
seus direitos humanos e liberdades fundamental (BRASIL, 2001 p. 2).
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Artigo 24 desta Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006) reconhece
o direito à educação sem discriminação e com oportunidades iguais para Pessoas com Deficiência.
Este artigo estabelece que os Estados devem garantir que as pessoas com deficiência não são
excluídas; pessoas com deficiência podem ter acesso à educação fundamentos inclusivos, de
qualidade e gratuitos; acomodações razoáveis de acordo com necessidades individuais; as pessoas
com deficiência recebem o apoio necessário; e realizar o desenvolvimento em todas as áreas do
conhecimento com inclusão plena.

Dar a todos o direito à educação regular quando necessário tem direito ao AEE (Atendimento
Educacional Especializado), realizando sempre levando em consideração as necessidades de todos.
Lei nº 9.394, de 20/12/96 de dezembro de 1996 (LDB – Lei da Educação Básica Nacional) A Lei de
Orientações e Bases da Educação Nacional – a mais recente LDB, Lei nº. Decreto nº 9.394, de
20/12/96 dedica integralmente o Capítulo V à educação especial. É importante ressaltar que a LDBEN
garante, em seu artigo 59, que os sistemas educacionais garantirão que os alunos com necessidades
especiais:

Currículo, métodos, técnicas, recursos didáticos e organização específica


para atender às suas necessidades; uma terminalidade específica para quem
não consegue atingir o nível exigido para concluir o ensino primário, devido
às suas deficiências, e sua aceleração para terminar em menos tempo o
programa escolar para superdotados (BRASIL, 1996, p.6).

Diante de todas as afirmações, cabe à pessoa garantir todos os direitos da pessoa com
deficiência, criando espaço adequado, programa, métodos e técnicas próprios, e esses alunos
atendidos na educação especial devem estar preparados para se efetivarem na vida social. Portanto,
os professores também precisam ser mais bem educados e treinados para que podem educar as pessoas
com deficiência para se tornarem cidadãos capazes de participar da vida em sociedade, prontos para
ingressar no mercado de trabalho.

2.3 A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES

Para Morin (2004, p. 11), “a educação só pode ser viável se for uma parte integrante do ser
humano. Uma educação que aborde a totalidade aberta do ser humano e que não apenas um de seus
componentes.

Segundo o autor, considera-se educação de qualidade aquela em que consegue desenvolver


todas as habilidades do aluno, onde ele pode desenvolver plenamente, em todos os seus aspectos,
tornando-se também um bom cidadão ativo dentro da sociedade da qual fazem parte e capazes de
aceder ao mercado de trabalho. “A educação deve contribuir, não apenas para a conscientização de
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nossa pátria, mas também permitir que esta consciência se traduza num desejo de alcançar a cidadania
terrena. (MORIN, 2004, p. 18).”

Ao pensar em inclusão automática, é preciso pensar na formação de professor, pois ele deve
estar pronto para trabalhar com esse aluno com deficiência.

A preparação de professores é uma questão fundamental para todos reformas


educacionais em perspectiva, porque, enquanto não for a mesma resolvido
satisfatoriamente, será completamente inútil organizar belos programas ou
construir belas teorias sobre o que deveria ser realizado (PIAGET, 1984, p.
62).

Segundo o autor, o problema também está ligado à falta de capacitação dos profissionais porque não
estão qualificados para trabalhar com alunos com deficiência, e muito menos inseri-lo em um
contexto de classe, onde eles têm o direito direto educação de qualidade sem sofrer qualquer forma
de discriminação.

Porém, para que isso aconteça, o profissional deve estar preparado para receber esse aluno,
cabe ao sistema também realizar mais treinamentos e preparar o profissional, bastando só têm leis
que protegem a inclusão de crianças com deficiência no ensino regular se não tiverem profissional
preparado e nem capaz disso, a desvalorização dos professores, é outro problema relacionado está
relacionado à formação e qualificação desses profissionais, além de treinamento na própria
universidade.

Na formação de professores especialistas, essa ambiguidade manifesta-se,


por exemplo, na forma como as políticas públicas consideram aquela
questão. Fica evidente também, na construção do conhecimento e do
conhecimento fazer com que estes futuros professores, os programas da sua
formação inicial favorecem principalmente a especificidade do trabalho com
certos alunos “especiais” porque têm deficiência física, e/ou mental, e/ou
sensorial, e/ou adaptativo”. Como você pode ver (BUENO apud NUNES,
1998, p. 70).

Segundo o autor, as crianças com deficiência têm direito a um professor do ensino regular e
professor especializado nas mais diferentes necessidades, para que possam fazer uma trabalhar juntos
e garantir uma educação de qualidade para essas pessoas.

Segundo Mittler (2003, p. 35), “inclusão implica que todos os professores direito de esperar e
receber preparação adequada na educação e formação iniciais desenvolvimento profissional contínuo
ao longo de sua vida profissional”.

Pode-se dizer que além de um processo de formação continuada em que o profissional tem
direito, desde a sua formação até ao final da sua carreira profissional, é necessário também que esse
profissional analisa sua prática e se autoanalisa, buscando assim o crescimento, tentar buscar novos
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conhecimentos e novas práticas para melhor atender esses alunos, como o professor é a principal
ferramenta no processo de inclusão. No entanto, deve ser ajudou, porque sozinho não pode levar a
cabo este processo nem garantir uma educação de qualidade nem inclusiva.

Para tal, é necessário “preparar todo o pessoal envolvido na educação, como fator chave para
a promoção e progresso das escolas inclusivas” (DECLARAÇÃO SALAMANCA, 1994 pág. 27).

Devemos então preparar esses profissionais para poder atender melhor o indivíduo deficiente
e para que haja efetiva promoção e sucesso académico, tornando-os capazes de se integrarem na vida
em sociedade e no mercado de trabalho.

O trabalho docente com pessoas com deficiência na contemporaneidade deve


aliar esses dois aspectos, o profissional e o intelectual, e para isso é necessário
desenvolvimento da capacidade de reelaborar conhecimentos. Assim,
durante a formação inicial, outras habilidades devem ser trabalhadas como o
desenvolvimento, definição, reinterpretação de programas de estudo e
programas que garantam a profissionalização, valorização e identificação de
professor (PIMENTA, 2002, p. 131-132).

Por fim, entende-se que o profissional ainda não está preparado e que ele tem o direito de ser
formado, porque a culpa é sempre do professor que não está motivado até desinteressados, mas a
realidade é que não recebem formação nem incentivos fazê-los, o que gera falta de ensino de
qualidade e falta de preparo para eles estudantes.

Isto reforça a afirmação de que o profissional educacional deve estar constantemente em


treinando, sempre sendo capacitado para poder atender não só esses alunos deficientes, mas também
outros estudantes que, como eles, têm direito a um profissional qualificado e capacitado, resultando
em uma educação de qualidade para todos não há nenhum tipo de discriminação.

3. CONCLUSÃO

O processo de inclusão educacional ainda não se concretizou, existem leis que proteger esses
indivíduos, eles estão inseridos em um contexto educacional regular, mas a realidade é outra, porque
a aprendizagem e o desenvolvimento das suas competências não acontecem de fato habilidades. É
necessário melhorar as necessidades relacionadas à prática de ensino e o próprio sistema educativo.

É importante pensar que todos são responsáveis por esse processo de inclusão e não apenas
instituições de ensino, mesmo sabendo que são as mais responsáveis e sempre eles devem estar mais
bem preparados para atender pessoas com deficiência. No entanto, a empresa é também uma
obrigação promover ainda mais estas questões, que estão ligadas à educação de qualidade e a
integração das pessoas com deficiência na sociedade e no mercado de trabalho é preciso assumir essa
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causa e lute pela dignidade humana e por essas pessoas com deficiência têm lugar não só nas escolas,
mas também em todos os segmentos sociais.

Ressalta-se que todos são responsáveis pela inclusão, tanto a sociedade como a escola, porque
todos os cidadãos participam de uma sociedade organizada, onde existem leis que devem ser seguidas.
Para conseguir isso, é necessário defender os direitos das pessoas com deficiência, quer sejam são
aceitos em todos os segmentos para que suas dificuldades sejam respeitadas.

Por outro lado, a escola deve desenvolver melhor o seu projeto de política educacional para
que esses alunos com deficiência possam ser adequadamente acomodados. Os professores devem
prepare-se para enfrentar esses desafios que serão introduzidos no ambiente escolar.

Vemos que as dificuldades ainda são inúmeras, que esse problema se refere um problema
educacional estrutural em todo o país, que o processo de inclusão gera novas situações, que englobam
muitos desafios e muitas dificuldades, e esse contexto só vem reafirmar que o sistema precisa de
mudanças que visem melhorar a educação de modo geral, tanto os relativos à qualidade do ensino
como os relativos ao processo de ensino-aprendizagem para alunos com deficiência.

Conclui-se que neste processo de inclusão, as mudanças nas leis foram apenas um primeiro
passo, ainda há um longo caminho a percorrer. As leis devem sair dos jornais e tornar-se realidade,
não apenas dentro dos muros das instituições, mas também fora delas, contemplando toda a sociedade
e que este caminho de lutas traga novas conquistas possibilidades de acesso a todas essas pessoas.

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