Criatividade Inovação

Você também pode gostar

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 116

CRIATIVIDADE

E INOVAÇÃO

ENSINO A
DISTÂNCIA
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca do
Centro Universitário Avantis - UNIAVAN
Maria Helena Mafioletti Sampaio. CRB 14 – 276

Santos, Thiago dos.


S237c Criatividade e inovação. /EAD/ [Caderno pedagógico].
Thiago dos Santos. Balneário Camboriú: Faculdade Avantis,
2019.
112 p. il.

Inclui Índice
ISBN: 978-85-5456-168-0
ISBNe: 978-85-5456-136-9

1. Criatividade. 2. Inovação – Gestão e técnicas. 3.


Criatividade e inovação - Ensino a Distância. I. Centro
Universitário Avantis - UNIAVAN. II. Título.

CDD 21ª ed.


658.40714 – Criatividade e inovação.
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO

ENSINO A
DISTÂNCIA
PLANO DE ESTUDO

Ementa:
Conceitos de Criatividade e Inovação. Dimensões da Criatividade. Bloqueios e
Ativadores de Criatividade. Classificação e Tipos de Inovação. Cultura da Inovação.
Gestão da Inovação e Mudanças. Ferramentas e Técnicas para a Inovação.

Objetivos de aprendizagem:

• Conhecer os conceitos básicos da Criatividade e Inovação e os seus impactos nas


organizações e mercado de consumo.
• Compreender as dimensões da Criatividade e as suas relações com os quatro
grandes pilares intrínsecas ao ser humano.
• Entender os bloqueios e os ativadores da criatividade juntos aos seus impactos no
processo mental.
• Identificar as diferentes classificações e os tipos de inovações existentes na teoria
e nas práticas organizacionais.
• Reconhecer a cultura da inovação, a sua aplicabilidade e a implementação nas
organizações.
• Compreender a gestão da Inovação e das mudanças que são aplicadas nas
organizações.
• Analisar as ferramentas e técnicas da inovação que propiciam o aumento da
capacidade criativa das pessoas e organizações.
O PAPEL DA DISCIPLINA PARA A FORMAÇÃO DO ACADÊMICO

As organizações sofrem mudanças nas suas rotinas diariamente. Novos desafios


são impostos aos empresários, dada a velocidade do avanço tecnológico que tem
impulsionado a diminuição das vagas de trabalho, fato esse justificado pela substituição
humana aos processos robotizados. A criatividade e inovação é um dos preditivos mais
valiosos nas empresas e nas rotinas comerciais. Cada vez mais o mercado de trabalho
exige profissionais aptos a tomada de decisões rápidas e precisas, considerando os
aspectos tecnológicos que tem alterado o comportamento das organizações.
Estudantes de diversas áreas serão pressionados a um comportamento dinâmico,
preciso e responsável. Nesse sentido, a criatividade e inovação tem muito para contribuir
com as organizações. Além de compreender as movimentações comerciais, é necessário
que todos os profissionais sejam aptos a decidir suas ações de forma rápida e com baixo
(ou nenhum) aporte de outros profissionais superiores nas organizações. Novos formatos
de trabalho, novos cargos e novas profissões surgem todos os dias. Funções existentes
hoje, possivelmente não existirão daqui a 10 anos. Cabe aos alunos sentirem-se mais
criativos, inovadores e aptos ao novo sistema mercadológico, que impactará fortemente
todo os mercados e as nações.
PROFESSOR

APRESENTAÇÃO DO AUTOR

Professor: Thiago dos Santos


Contato: thiago.santos@avantis.edu.br | 47. 98433.4853
Lattes: http://lattes.cnpq.br/6432259286186145

Currículo
Thiago dos Santos é Doutorando em Administração pela FURB, Mestre em Administração
pela UNIVALI - Universidade do Vale do Itajaí (2012), Especiailsta em Docência EAD pela
UNIAVAN (2018), Especialista em Metodologia do Ensino Superior pela FURB - Universidade
Regional de Blumenau (2009) e Graduado em Publicidade e Propaganda pela FURB (2008).
Atualmente é professor da FURB, no Centro de Ciências Humanas e da Comunicação,
com as disciplinas de: Comunicação Comparada, Pesquisa em Comunicação, Trabalho de
Conclusão de Curso, Comunicação Comunitária, Comunicação Empresarial, Atendimento
Publicitário e Comunicação e Sociedade. Nessa Instituição, Thiago é coordenador do
Departamento de Pesquisa e da Agência Experimental. Na UNIAVAN, Thiago é professor das
disciplinas: Tecnologias e Práticas Inovadoras, Comportamento do Consumidor e Gestão
do Conhecimento. Na UNIASSELVI, Thiago é professor de Pós-Graduação, nas disciplinas
de: Orientação para Produção de Artigo Científico, Administração Estratégica, Psicologia
e Comportamento do Consumidor, Inteligência Competitiva e Marketing e Fidelização de
Consumo. No SENAC FLORIANÓPOLIS, Thiago é professor de Pós-Graduação, na disciplina
de Comportamento de Consumo Digital. No âmbito profissional possui sólida experiência
profissional em agências de propagandas e departamento de marketing de empresas como
Jornal de Santa Catarina e RBS TV, ambas Grupo RBS. Atualmente é sócio proprietário da
Empresa INSTITUTO TEN Blumenau, do qual atua na área de Administração, com ênfase
em Marketing Estratégico, atuando principalmente nos seguintes temas: Comunicação,
Pesquisa de Mercado e Publicidade e Propaganda.
SUMÁRIO

UNIDADE 1 - CONCEITOS DE CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO. DIMENSÕES DA


CRIATIVIDADE.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .13
INTRODUÇÃO À UNIDADE.........................................................................................................................................14
1.1 A BASE DA CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO: ASPECTOS GLOBAIS.......................................................14
1.2 GLOBALIZAÇÃO E DEGLOBALIZAÇÃO: O REFLEXO PARA AS PESSOAS E
ORGANIZAÇÕES............................................................................................................................................................ 16
1.3 A DEFINIÇÃO DE CRIATIVIDADE.....................................................................................................................18
1.4 A DEFINIÇÃO DE INOVAÇÃO............................................................................................................................22
1.5 OS IMPACTOS DA CRIATIVIDADE E INOVACAO PARA O MERCADO DE CONSUMO............28
1.6 AS DIMENSÕES DA CRIATIVIDADE............................................................................................................. 34
CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................................................................37
EXERCÍCIO FINAL........................................................................................................................................................ 38
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................................................41

UNIDADE 2 - BLOQUEIOS E ATIVADORES DE CRIATIVIDADE.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .43


INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................................................................................. 44
2.1 BLOQUEIOS DA CRIATIVIDADE...................................................................................................................... 44
2.1.1 Acreditar que você não é criativo (a)............................................................................................................47
2.1.2 Fazer suposições..........................................................................................................................................................48
2.1.3 Seguir as estritamente as regras....................................................................................................................49
2.1.4 Ser muito sério (a).......................................................................................................................................................50
2.1.5 EVITAR RISCOS OU ESTAR ERRADO É RUIM........................................................................................51
2.1.6 Permanecer sempre com as suas rotinas e seus hábitos..........................................................52
2.1.7 Pensando que existe apenas uma solução............................................................................................53
2.1.8 Fazendo julgamentos muito rapidamente...............................................................................................54
2.2 ATIVADORES DA CRIATIVIDADE................................................................................................................... 56
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................................................................ 64
EXERCÍCIO FINAL........................................................................................................................................................ 65
REFERÊNCIAS................................................................................................................................................................ 66

UNIDADE 3 - CLASSIFICAÇÃO E TIPOS DE INOVAÇÃO. CULTURA


DA INOVAÇÃO.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .69
INTRODUÇÃO À UNIDADE...............................................................................................................................................70
3.1 CLASSIFICAÇÃO, TIPOS DE INOVAÇÃO E CULTURA DA INOVAÇÃO...........................................70
3.1.1 Inovação de produto...................................................................................................................................................70
3.1.2 Inovação de processo............................................................................................................................................... 72
3.1.3 Inovação de marketing............................................................................................................................................ 72
3.1.4 Inovação organizacional..........................................................................................................................................74
3.2 TIPOS DE INOVAÇÃO...........................................................................................................................................75
3.3 CULTURA DA INOVAÇÃO.................................................................................................................................. 80
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................................................................ 86
EXERCÍCIO FINAL.........................................................................................................................................................87
REFERÊNCIAS................................................................................................................................................................ 89

UNIDADE 4 - GESTÃO DA INOVAÇÃO E MUDANÇAS. FERRAMENTAS E


TÉCNICAS PARA A INOVAÇÃO.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .91
INTRODUÇÃO À UNIDADE........................................................................................................................................92
4.1 GESTÃO DA INOVAÇÃO E MUDANÇAS.......................................................................................................92
4.1.1 Gestão de Mudanças..................................................................................................................................................98
4.2 FERRAMENTAS E TÉCNICAS PARA INOVAÇÃO...................................................................................102
4.3 EXERCÍCIOS PARA PRATICAR A INOVAÇÃO........................................................................................ 105
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................................................................... 109
EXERCÍCIO FINAL........................................................................................................................................................110
REFERÊNCIAS................................................................................................................................................................112
1
unidade

CONCEITOS DE
CRIATIVIDADE E
INOVAÇÃO. DIMENSÕES
DA CRIATIVIDADE
INTRODUÇÃO À UNIDADE

Aluno. Nesta Unidade temos o objetivo de: Conhecer os conceitos básicos da


Criatividade e Inovação e os seus impactos nas organizações e mercado de consumo.
Para isso, vamos iremos entender o início e a base da Criatividade e da Inovação, os
movimentos mercadológicos, os acontecimentos que impulsionaram as organizações e
as pessoas e, principalmente, os conceitos da Criatividade e Inovação para as pessoas e
para as empresas. Com essas informações, você irá compreender o que tem acontecido
na economia global e a relação com as práticas da criatividade e inovação das pessoas,
organizações e países.
Além desses aspectos, nessa unidade ainda temos o objetivo de: Compreender
as dimensões da Criatividade e as suas relações com os quatro grandes pilares
intrínsecas ao ser humano. Logo, você irá aprender os conceitos básicos dessa ciência
que tem ganhado grande destaque desde a década de 90, quando algumas organizações
emergiram no mercado de consumo a partir da apresentação de novos produtos
tecnológicos e que se tornaram objetos de desejos das pessoas.
Se considera criativo? A partir de um simples teste poderemos identificar o nível da sua
capacidade criativa, fato esse muito importante aos perfis profissionais e tão solicitado
nas entrevistas de emprego. Vamos lá!

1.1 A BASE DA CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO: ASPECTOS GLOBAIS

Torna-se cada vez mais evidente que vivemos em mundo complexo, no qual o
atual ambiente de negócio e de gestão é caracterizado por altos níveis de incerteza e
imprevisibilidade, estes que por sua vez, tendem a desafiar constantemente as pessoas, as
organizações e a sociedade (DEOS, 1998). É fundamental a adoção de modelos de gestão
capazes de reagir às mudanças provocadas pelos fatores sociais, culturais, econômicos,
tecnológicos, políticos, legais. Além desses fatores, é necessário ter a capacidade de
prever as demandas do mercado, satisfazer os clientes das organizações e aproveitar as
oportunidades que emergem no ambiente (FERREIRA, 2015; SOUZA, FERREIRA, 2017).
Com o aumento contínuo da concorrência, as empresas e as pessoas são sucessivamente
pressionadas no sentido de obter maior competitividade para se destacarem no meio
das outras. O desafio de elaborar estratégias que proporcionem desempenhos acima

14
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
da média é uma constante nas organizações dos diversos setores econômicos do país
(BARBOSA, TEIXEIRA, 2003).
Entretanto, as tentativas de gestão por parte dos empresários são normalmente feitas
de forma intuitiva e bastante aleatória. Posicionar uma organização de forma que ela
obtenha uma vantagem competitiva sustentável, é uma forma de estratégia, para tanto
é necessário fazer escolhas sobre que produtos e serviços oferecerem e como arrecadar
recursos para obter esta vantagem (VASCONCELOS, CIRYNO, 2000; WAGNER, 2017).
Vantagens competitivas são condições que permitem as organizações produzirem um
bem ou serviço em um preço mais baixo, com alto nível de inovação e de uma forma
mais desejável para os consumidores de tal empresa. Essas condições permitem que as
entidades produtivas resultem em mais vendas ou margens superiores à sua concorrência
(LESCA, ALMEIRA, 1994; VASCONCELOS, BRITO, 2004).
Vale destacar que tais vantagens são atribuídas à uma variedade de fatores, incluindo
estrutura de custos, marca, qualidade das ofertas de produtos, rede de distribuição,
propriedade intelectual, criatividade e inovação embutida no produto ou serviço e
suporte ao cliente ou consumidor.

PARA REFLETIR
Embora exista uma crise econômica instalada em diversos países do mun-
do que impactam diretamente do desempenho das organizações, no Brasil, de
acordo com os dados do SEBRAE (2018), entre 2010 e 2014, a taxa de sobrevivência das empresas
com até 2 anos passou de 54% para 77%. Em boa parte, essa melhora se deve à ampliação do
número de Microempreendedores Individuais (MEI). Quando os MEI são excluídos da análise, a
taxa de sobrevivência cresce apenas 4 pontos percentuais, passando de 54% para 58% (SE-
BRAE, 2018).

Embora o mercado tem indicado uma crise econômica, justificada pela baixa
produtividade, diminuição do consumo da população e o aumento do endividamento
financeiro das pessoas, poucas são as organizações que possuem capacidade de se adaptar
nesse novo modelo de gestão relacionado a Criatividade e Inovação. Apenas os gestores
estratégicos com rápida capacidade de aprendizado, poderão tomar decisões capazes de
diminuir os riscos e impactos negativos nas empresas.

15
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
1.2 GLOBALIZAÇÃO E DEGLOBALIZAÇÃO: O REFLEXO PARA AS PESSOAS E
ORGANIZAÇÕES

Falar de globalização parece tão fácil e difícil ao mesmo tempo, não é mesmo? Mas
você sabe do que se trata essa integração? A globalização refere-se à livre circulação de
bens, capital, serviços, pessoas, tecnologia e informação. É a ação ou procedimento de
integração internacional de países decorrentes da convergência de visões do mundo,
produtos, ideias e outros aspectos da cultura. Os avanços nos meios de transporte (como
a locomotiva a vapor, o navio a vapor, o motor a jato e os navios porta-contêineres) e
na infraestrutura de telecomunicações (incluindo o aumento do telégrafo e sua prole
moderna, a Internet e os telefones celulares) foram fatores importantes na globalização,
gerando uma maior interdependência das atividades econômicas e culturais (FARIA,
1997; CAMARGO, GUILHOTO 2002).
Mas essa discussão acerca da globalização é mais antiga do que você imagina. Embora
muitos pesquisadores coloquem as origens da globalização nos tempos modernos, outros
traçam sua história muito antes da Era Europeia da Descoberta e viajam para o Novo Mundo,
alguns até o terceiro milênio AC. A globalização – na sua em larga escala – começou na
década de 1820. No final do século 19 e início do século 20, a conectividade das economias
e culturas do mundo cresceu muito rapidamente. Entretanto, termo globalização é recente,
estabelecendo apenas seu significado atual na década de 1970 (GIDDENS, 2013).

Figura 1. Locomotiva a Vapor


Fonte: https://pxhere.com/pt/photo/925717 Acesso: 19 de junho de 2019.

16
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
A Figura 1 primeira locomotiva a vapor foi inventada, numa versão simples, em 1804,
por Richard Trevithick (1771-1833). As primeiras locomotivas a realizar trabalho útil
foram encomendadas e usadas pelas minas de carvão, do nordeste da Inglaterra, entre
1813-1820. Autores indicam que esse seria o primeiro processo de Globalização Mundial.
Em 2000, o Fundo Monetário Internacional (FMI) identificou quatro aspectos básicos
da globalização: comércio e transações, movimentos de capital e investimentos, migração
e circulação de pessoas e disseminação de conhecimento. Além disso, os desafios
ambientais, como o aquecimento global, a poluição da água e do ar através das fronteiras,
e a sobre pesca do oceano estão ligados à globalização. Os processos de globalização
afetam e são afetados pelas organizações, pelas pessoas, pela economia, pelos recursos
socioculturais e ambiente natural (ALMEIDA, 2012).
A literatura acadêmica geralmente subdivide a globalização em três grandes áreas:
globalização econômica, globalização cultural e globalização política.

PARA REFLETIR
Você já pensou sobre os impactos da globalização nas organizações e nas
pessoas? Já imaginou o quanto essa integração mudou as nossas vidas? Embora
essa globalização se tornou tão expressiva na década de 80 e 90, alguns pesquisadores já falam
sobre a vertente contrária, nomeada: Deglobalização.

Embora tenha sido muito discutida, existe uma vertente significativa desse
movimento e que poderá impactar as pessoas: a deglobalização. Deglobalização é o
processo de diminuir a interdependência e a integração entre certas unidades em todo o
mundo, tipicamente estados-nação. É amplamente utilizada para descrever os períodos
da história quando o comércio econômico e o investimento entre países diminuem. Isso
contrasta com a globalização, em que as unidades se tornam cada vez mais integradas ao
longo do tempo, e geralmente abrange o tempo entre os períodos de globalização (BELLO,
2003; LORDON, 2011).
O termo de deglobalização derivou de algumas das mudanças significativas em muitos
países desenvolvidos, do qual o comércio diminuiu entre 1914 e 1970. Este declínio
refere-se que suas economias se tornam menos integradas com o resto das economias
do mundo, apesar do alcance aprofundado da globalização econômica. Embora possa se
referir a dimensões econômicas, comerciais, sociais, tecnológicas, culturais e políticas,
grande parte do trabalho que realizou no estudo da deglobalização refere-se ao campo da

17
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
economia internacional (LORDON, 2011).

Figura 2. Presidente Donald Trump


Fonte: http://en.kremlin.ru/events/president/news/58017 Acesso: 19 de junho de 2019.

Na Figura 2, Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos. Pesquisadores


indicaram que ele foi o responsável no processo de Deglobalização, quando anunciou
a construção de muros para dividir os EUA e o México. Além disso, o mesmo anunciou
e solicitou o retorno das multinacionais norte americanas que estavam instaladas em
outros países.
Mas, qual a relação entre a Criatividade e Inovação e os Movimentos de Globalização
e Deglobalização? Para que isso fique mais claro, vamos inicialmente falar sobre os
conceitos dessas teorias. Para isso, vamos dividir essa discussão em três grandes tópicos:
Criatividade, Inovação e a Importância do tema frente a Globalização, Deglobalização e
o Mercado de Consumo.

1.3 A DEFINIÇÃO DE CRIATIVIDADE

Você se considera uma pessoa criativa? Você sempre tem uma saída diferente para os
problemas do dia a dia? Então vamos discutir esse conceito e dar alguns exemplos sobre
o tema.
A criatividade é definida como a tendência de gerar ou reconhecer ideias, alternativas
ou possibilidades que podem ser úteis na solução de problemas e na comunicação com

18
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
as outras pessoas (FREDERICO, AMORIM, 2008). Ela não é apenas um tópico complexo
em si, mas também não existe um consenso claro sobre como definir exatamente
a criatividade. Muitas das definições mais comuns sugerem que a criatividade é a
tendência para resolver problemas ou criar novas coisas de maneiras novas (ALENCAR,
1995; ALENCAR, 1998).
Ainda sobre a sua definição, o pensamento criativo significa olhar para algo de uma
nova maneira. É a própria definição de “pensar fora da caixa”. Muitas vezes, a criatividade,
nesse sentido, envolve o que é chamado de pensamento lateral, ou a capacidade de
perceber padrões que não são óbvios.
Como por exemplo, o detetive fictício Sherlock Holmes usa o pensamento lateral em
uma história famosa quando percebe que um cachorro que não está latindo é uma pista
importante em um caso de assassinato. As pessoas criativas têm a capacidade de conceber
novas maneiras de realizar tarefas, resolver problemas e enfrentar desafios. Eles trazem
uma perspectiva nova e às vezes pouco ortodoxa para o seu trabalho. Esse modo de
pensar pode ajudar departamentos e organizações a se movimentarem em direções mais
produtivas. Por estas razões, eles são extremamente valiosos para uma empresa (FARIA,
ALENCAR, 1996; CORAZZA, 2013
Criatividade é um processo que envolve a geração de novas ideias ou conceitos, ou
novas associações entre ideias ou conceitos já existentes, e sua comprovação em produto
que tem novidade e originalidade. Do ponto de vista científico, os produtos do pensamento
criativo (por vezes referido como pensamento divergente) são geralmente considerados
como tendo “originalidade” e “adequação”. Uma concepção alternativa e mais cotidiana
da criatividade é que ela é simplesmente o ato de criar algo novo (VELLOSO FILHO, 1999).

PARA REFLETIR
Algumas empresas já têm mudado o seu ambiente de trabalho para estimular
a criatividade dos seus colaboradores. O Home Office ou o trabalho remoto em
casa é uma adequação das organizações com os colaboradores que se sentem mais produtivos
nas suas residências, ou seja, as empresas começaram a compreender que parte das pessoas
produzem mais no conforto dos seus lares. Inclusive, no ano de 2018, a nova lei trabalhista prevê
e regulamenta esse tipo de atividade.

A Criatividade é um assunto de interesse geral. Os estudantes de diversas áreas têm

19
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
concentrado esforços para compreender esse tema. Atualmente a psicologia ganhou
destaque nas publicações e nas pesquisas científicas, mas não é uma teoria exclusiva
dessa ciência (VELOSO FILHO, 1999). Os estudos de negócios e ciência cognitiva, a
educação, a tecnologia, a engenharia, a filosofia (particularmente filosofia da ciência), a
teologia, a sociologia, a linguística e a economia também estudam esse conteúdo, afinal
a criatividade traz benefício econômico nacional e amplia os recursos criativos para
melhorar a eficácia do ensino e da aprendizagem (MARTINEZ, 2000; TERRA, 2000).
E agora que você viu os conceitos, se enquadra como uma pessoa criativa? Alguns
indivíduos são naturalmente mais criativos do que outros, mas o pensamento pode ser
fortalecido com a prática. Logo, você pode desenvolver o pensamento criativo resolvendo
enigmas, conscientes (e deixando de lado) suas suposições e através do jogo.
Que tal medirmos a sua criatividade? Existem algumas ferramentas simples que
podemos utilizar e medir a geração de novas ideias na sua mente. Vamos testar? Para
isso, você deve responder as questões a seguir e verificar a sua pontuação no fim dessa
atividade.

Questões Alternativas Pontos


a) Sim 0
Você tem medo de arriscar novas ideias?
b) Não 1
a) Arranja uma solução mesmo que não pareça
Quando você tem um problema difícil de 0
tão eficiente
resolver, você...
b) Se distrai da tarefa e acaba esquecendo dela 1
De quantas formas você consegue res- a) Duas ou mais.
ponder essa equação: 2+2... b) Somente uma.
a) Sim 1
Você tem novas ideias todos os dias?
b) Não 0
a) Leria o livro para descobrir novas coisas 1
Se você ganhasse um livro sobre um as-
sunto que você desconhece, o que faria? b) Trocaria por um livro com um assunto que eu já
0
tenho interesse
a) Somente cumprimento e não engajo uma
0
Quando você conhece uma pessoa nova... conversa com ela
b) Ela acaba conhecendo muitos fatos da sua vida. 1
a) Sério 0
As pessoas geralmente te consideram:
b) Divertido 1

20
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
a) Sou aquela pessoa que converso sobre os
0
assuntos do trabalho
Em uma festa, como você se comporta?
b) Faço parte daquele grupo que está sempre
1
dando risadas
a) No trabalho 0
Onde você costuma ter novas ideias?
b) Em momentos de descontração 1
a) Sempre tive muitos amigos na escola ou no
1
bairro em que eu morava
Na sua infância, como era a sua relação...
b) Sempre preferi brincar sozinho dentro da minha
0
casa
Quadro 1. Quiz Nível de Criatividade.
Fonte: Elaborado pelo Autor, 2019.

Você respondeu todas as questões? Agora basta somar a pontuação referente a opção
que você assinalou. Vamos verificar se você é uma pessoa criativa? Se a sua pontuação
ficou entre 0 e 4 pontos, realmente há muito o que estimular na sua mente. Essa baixa
pontuação merece um pouco mais de atenção, afinal o resultado do teste mostra que você
não está com a criatividade tão aflorada.
Se, a sua pontuação ficou entre 5 e 8 pontos, já é um bom sinal, afinal a sua mente
está sempre buscando novas saídas para o dia a dia e é uma pessoa aberta às novidades.
Agora, se você somou 9 ou 10 pontos, parabéns! Essa pontuação indica que você possui a
criatividade em alta e tem um bom recurso de personalidade para as organizações.

PARA REFLETIR
Se a sua pontuação do Quiz foi baixa, não se preocupe! Ainda podemos
melhorar o seu desempenho na criatividade mental. Nos próximos
capítulos veremos as ferramentas que podem estimular o processo criativo e aumentar
as possibilidades de você ser extremamente rápido (a), criativo (a) e inovador (a).

Por um simples teste podemos verificar a sua capacidade mental de ser criativo. Mas
não se preocupe! Se você marcou uma baixa pontuação no Quiz, saiba que existem
ferramentas capazes de estimular a sua criatividade. Todas as pessoas são criativas, certo?
Logo, é necessário que essas pessoas sejam estimuladas. Existem algumas ferramentas

21
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
que facilitam o processo criativo das pessoas, mas isso, veremos em breve nessa disciplina.

1.4 A DEFINIÇÃO DE INOVAÇÃO

Agora que entendemos que a criatividade é um processo mental humano, estudado


por diversas ciências, vamos aprender um pouco mais sobre a inovação. E, depois de
entendê-la, vamos discutir quais os impactos dessas duas atividades para os movimentos
de Globalização e Deglobalização e para as organizações.
A inovação representa o processo de traduzir uma ideia ou invenção em um bem ou
serviço que cria valor ou pelo qual os clientes pagarão. Para ser chamada de inovação,
uma ideia deve ser replicável a um custo econômico e deve satisfazer uma necessidade
específica. A inovação envolve a aplicação deliberada de informações, imaginação e
iniciativa na obtenção de valores maiores ou diferentes dos recursos, e inclui todos os
processos pelos quais novas ideias são geradas e convertidas em produtos úteis. Nos
negócios, a inovação geralmente resulta quando as ideias são aplicadas pela empresa
para satisfazer ainda mais as necessidades e expectativas dos clientes (LASTRES, 1999;
VON KROGH, ICHIJO, NONAKA, 2001).

EXERCÍCIO
Faça uma lista das atividades que você se considera mais criativo, como por
exemplo: “Quanto vou ao shopping comprar roupas novas, as minhas decisões
pessoais muito rapidamente, pois elenco mentalmente os pontos positivos e negativos, e a par-
tir disso, tomo a minha decisão”. Esse tipo de mapeamento vai ajudar você compreender melhor
a criatividade mental.

A criatividade é descrita como um processo que envolve múltiplas atividades para


descobrir novas maneiras de fazer as coisas. Não deve ser confundida com a criação,
pois isso pode ser definido como o ato de fazer, inventar ou produzir algo. No entanto,
as inovações podem ser realizadas com criatividade. As pessoas precisam pensar fora
da caixa para criar aprimoramentos incrementais. Para que uma empresa ou uma

22
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
organização possa obter vantagens competitivas, ela deve ser capaz de se adaptar e
inovar para as tendências em constante mudança e para as novas gerações. Inovações se
aplicam para gerenciamento e organizações em todos os níveis, tamanhos e em operação
em todas as indústrias (TIGRE, 1998; VON KROGH, ICHIJO, NONAKA, 2001; TOMAÉL,
ALCARÁ, DI CHIARA, 2005).
Logo, A inovação é sinônimo de assumir riscos e as organizações que criam produtos
ou tecnologias revolucionárias assumem o maior risco porque criam novos mercados.

PARA REFLETIR
As inovações tecnológicas têm ganhado muito espaço nas organizações. As
empresas têm investido cada dia mais na agilidade da confecção de produtos e
na entrega dos serviços. O que era um trabalho braçal até a década de 90, hoje, as máquinas
substituíram parte das atividades industriais, o que permite a qualidade, agilidade e quantidade
produzida nas empresas.

Para ficar mais claro, podemos entender esse conceito na prática. Para realizar a
inovação, os líderes devem ter a mente aberta e colaborativos. Sentir-se confortável
com a incerteza e gerenciar mudanças são componentes comportamentais para inovar.
Líderes inovadores são curiosos e otimistas, pois se atrevem a assumir riscos. Por outro
lado, todos são inovadores porque a capacidade inovadora está em todos nós. Desde
que nascemos, inovamos aprendendo fazendo. A inovação, pode se referir a algo novo
ou a uma mudança feita em um produto, ideia ou campo existente. Pode-se dizer que o
primeiro telefone foi uma invenção, o primeiro telefone celular ou uma invenção ou uma
inovação e o primeiro smartphone uma inovação.

23
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
Figura 3. Avanço Tecnológico
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/download/confirm/110678570?sr-
c=-w0KoNiANMfgaDOYB2ZP6A-1-27&studio=1&size=huge_jpg Acesso: 19 de junho de 2019.

Na Figura 3, pode-se observar a inovação tecnológica dos telefones. Empresas lutam


diariamente para desenvolver aparelhos que solucionem os problemas das pessoas. Cada
vez mais os telefones são menores e possuem mais recursos tecnológicos. Esse é um bom
exemplo de inovação.
Assim como a criatividade, a inovação também é um assunto estudado por diversas
ciências, embora se tenha ganhado maior destaque nas organizações. Atualmente,
as empresas têm estimulado a inovação dos seus colaboradores para obter melhor
aproveitamento do rendimento individual e, por consequência, a rentabilidade da
empresa (ANDRADE, 2005). Mas ficou uma pergunta: Qual a diferença entre criatividade
e inovação? Essa resposta é mais simples do que você imagina.
A principal diferença entre criatividade e inovação é o foco. Criatividade é sobre liberar
o potencial da mente para conceber novas ideias. Esses conceitos podem se manifestar de
várias maneiras, mas na maioria das vezes, eles se tornam algo que podemos ver, ouvir,
cheirar, tocar ou provar. No entanto, ideias criativas também podem ser experiências
pensadas dentro da mente de uma pessoa.
A inovação, por outro lado, é completamente mensurável. Inovação é sobre a
introdução de mudanças em sistemas relativamente estáveis. Também se preocupa com
o trabalho necessário para viabilizar uma ideia. Ao identificar uma necessidade não

24
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
reconhecida e não atendida, uma organização pode usar a inovação para aplicar seus
recursos criativos a fim de projetar uma solução apropriada e colher o retorno de seu
investimento. As organizações frequentemente perseguem a criatividade, mas o que elas
realmente precisam perseguir é a inovação.

SUGESTÃO DE LIVRO
O Dilema Da Inovacao. Quando As Novas Tecnologias
Levam As Empresas Ao Fracasso
Este livro assume a posição radical de que grandes empresas fra-
cassam exatamente porque fazem tudo certo. Ele demonstra por que
boas empresas, mesmo mantendo sua antena competitiva ligada, ou-
vindo os clientes e investindo agressivamente em novas tecnologias,
perderam sua liderança no mercado quando se confrontaram com
mudanças tecnológicas de ruptura e incrementais na estrutura do
mercado. E conta como evitar um destino semelhante. Usando as lições de sucesso e fracasso
de companhias líderes, O Dilema da Inovação apresenta um conjunto de regras para capitalizar
o fenômeno da inovação de ruptura/incremental. Estes princípios ajudarão os administradores
a determinar quando é certo não ouvir os clientes, quando investir no desenvolvimento de
produtos com menor desempenho que prometem margens menores e quando buscar mercados
menores às custas daqueles aparentemente maiores e mais lucrativos.
CHRISTENSEN, Clayton M. O dilema da inovação. Leya, 2018.

O autor Levitt (1990, p.186) coloca isso da melhor maneira: “O que muitas vezes falta
não é a criatividade no sentido da criação de ideias, mas a inovação no sentido da produção
de ação, ou seja, colocar ideias para funcionar”. Com esse retrato do autor, podemos
concluir que a Criatividade é o ato de pensar, ser criativo, ter agilidade de raciocínio. Já
a Inovação é o ato de inovar, colocar em prática uma ação que emergiu da criatividade,
ou seja, de você tiver uma reunião de discussão e inventar dezenas de novas ideias, terá
acontecido a criatividade, mas não há inovação até que algo seja implementado.
Ficou claro até aqui? Agora precisamos entender que existem dois grandes grupos de

25
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
inovação: incrementais ou radicais. Toda melhoria que é feita em produtos ou serviços
pode ser vista como uma inovação incremental. A maioria das empresas e a maioria dos
gerentes são bons em inovações incrementais. Eles veem problemas na configuração
atual e os consertam. Já as Inovações radicais envolvem encontrar uma maneira
inteiramente nova de fazer as coisas. Como tal, são frequentemente arriscados e difíceis
de implementar. A maioria das organizações maiores e a maioria dos gerentes são pobres
em inovações radicais.

VOCÊ SABIA?
Outro exemplo importante para as inovações incrementais são os televisores.
O aparelho que surgiu no Brasil na década em 18 de setembro de 1950, teve a sua
primeira transmissão realizada pela TV TUPI, em São Paulo. Desde lá, o aparelho tem recebido
diversas inovações incrementais, uma vez que o primeiro modelo pesava cerca de 29 quilos, e
atualmente, não ultrapassa 7 quilos. Mais fina, melhor qualidade e conectada à internet (BRIT-
TOS, 1999).

Ainda é importante entender que a inovação incremental reflete as melhorias em


produtos ou em linhas de produtos. Geralmente, representa avanços nos benefícios
percebidos pelo consumidor e não modifica de forma expressiva a forma como o produto
é consumido ou o modelo de negócio. Já a inovação radical é representada por um produto
ou processo que apresenta mudanças drásticas nas características de desempenho ou
custo, criam novos mercados ou transformam os mercados existentes.

26
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
Figura 4. Inovação nos Aparelhos Televisores
Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/download/confirm/767180002?src=wBk8cxaNmC82vu-
dBRkLxRA-2-64&studio=1&size=huge_jpg Acesso: 19 de junho de 2019.

Na sua percepção os televisores são aparelhos que possuem inovações radicais ou


incrementais? Se avaliarmos pela usabilidade, entendemos que eles são radicais, não é
mesmo? Quando imaginaríamos que uma televisão teria acesso à internet, não é mesmo?
Vamos ver um exemplo para ficar mais claro. A inovação incremental é aquela
que adapta um produto ou um serviço para ter melhor aceitação no mercado, como
por exemplo a comercialização de produtos. Antigamente, comprávamos produtos
diretamente nas lojas físicas, não é mesmo? Após isso, vieram as vendas por telefone
e as vendas por catálogo. Posterior a esses tipos, emergiram as vendas digitais pelos
aplicativos e sites da internet (PLONSKI, 2015). Essa diferença entre a venda em lojas
físicas para as virtuais é um exemplo de inovação incremental.
Diferentemente disso, a inovação radical é muito mais expressiva, pois quebra alguns
paradigmas ou disrupção social. Como exemplo, temos os filmes. No início, tínhamos os
cinemas que reproduziam nas telas as imagens. Logo, surgiu a possibilidade de locação
das fitas e dos dvd’s. Atualmente, essas locadoras e as salas de cinema perderam muitos
consumidores para os reprodutores de vídeos digitais. As falências dessas locadoras para
o consumo dos filmes pela internet são consideradas radicais, pois cumprem os requisitos
importantes, como por exemplo:

27
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
a) Pioneirismo;
b) Aumento considerável no lucro;
c) Participação única em um novo mercado, e;
d) A eliminação de concorrentes (TIRONI, CRUZ, 2008; LEMOS, 2009).

A partir dessa exposição, podemos entender que ela está relacionada à cultura e às
capacidades organizacionais, capital humano e social e gerenciamento de projetos.
As inovações radicais transformam completamente a maneira como as empresas se
envolvem com o mercado, e exigem habilidades técnicas e competências organizacionais
completamente novas das empresas que seguem esse caminho.

SUGESTÃO FILME
O Steve Jobs (1971-2001), criador da Apple é considerado um dos maiores em-
preendedores criativos e inovadores. Assistir o filme dele será inspirador! O filme
é dirigido por Tret Joshua Michael Stern e possui como ator principal o Ashton Kutcher.

1.5 OS IMPACTOS DA CRIATIVIDADE E INOVACAO PARA O MERCADO DE


CONSUMO

Agora que você já conhece a diferença entre a Criatividade e a Inovação, vamos


entender a importância dela frente ao mercado competitivo e a globalização que lemos
anteriormente. A partir de agora, vamos entender na prática os efeitos, a importância e a
forma que podemos utilizar esses dois conceitos no dia a dia das nossas vidas.
Vimos também, que as organizações têm passado por tempos difíceis e todas elas
são pressionadas a mudanças de formações, concepções e no desenvolvimento dos seus
produtos e serviços. Percebemos que a globalização e a deglobalização tem impactado
fortemente as empresas e que não há mais espaço no mercado de trabalho para pessoas
com limitações criativas.
Agora acompanhe o raciocínio! Se as empresas são pressionadas a mudarem; Se os
produtos e serviços mudam constantemente para se adequarem aos gostos e preferências

28
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
das pessoas; Se o mercado está cada vez mais concorrido... Quais são as qualificações
mais procuradas nas ofertas de emprego? A Criatividade e Inovação. Logo, quanto mais
criativo e inovador você e os membros de sua equipe forem, mais sucesso a longo prazo
você alcançará. Então, em vez de perseguir constantemente “a próxima grande ideia” em
seu setor, estimule a criatividade e inovação para o que você está fazendo atualmente
(ANDRADE, 2005).

SUGESTÃO DE LIVRO
A Quarta Revolução Industrial
A Quarta Revolução Industrial é diferente
de tudo o que a humanidade já experimentou. Novas tecno-
logias estão fundindo os mundos físico, digital e biológico
de forma a criar grandes promessas e possíveis perigos. A
velocidade, a amplitude e a profundidade desta revolução
estão nos forçando a repensar como os países se desenvol-
vem, como as organizações criam valor e o que significa ser
humano. Como fundador e presidente executivo do Fórum
Econômico Mundial, Klaus Schwab esteve no centro dos
assuntos globais por mais de 40 anos. Após observar em
primeira mão como os líderes mundiais navegaram pela
revolução digital, Schwab está convencido de que estamos no início de um período ainda mais
emocionante e desafiador. Esta obra descreve as principais características da nova revolução
tecnológica e destaca as oportunidades e os dilemas que ela representa. E o mais importante,
o autor explica por que a Quarta Revolução Industrial é algo fabricado por nós mesmos e está
sob nosso controle, e como as novas formas de colaboração e governança, acompanhadas por
uma narrativa positiva e compartilhada, podem dar forma à nova Revolução Industrial para o
benefício de todos. Se aceitarmos a responsabilidade coletiva para a criação de um futuro em
que a inovação e a tecnologia servem às pessoas, elevaremos a humanidade a novos níveis de
consciência moral.
KLAUS, Schwab; MIRANDA, D. M. A quarta revolução industrial. Trad. Daniel Moreira Miran-
da. São Paulo: Edipro, 2016.

29
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
Diversos estudos científicos já têm apontado que as empresas estão cada vez mais
dependentes da inovação e criatividade para competir e sobreviver no seu mercado de
atuação. A criatividade é um dos elementos que ajuda a alcançar o sucesso organizacional,
juntamente com pesquisa e desenvolvimento, conhecimento do colaborador, experiência
e qualificações. Pode-se argumentar que a criatividade não é apenas uma maneira de uma
organização ganhar vantagem competitiva, mas sim um meio de construir uma vantagem
competitiva sustentável que garantirá o sucesso organizacional a longo prazo (LASTRES,
1999; VON KROGH, ICHIJO, NONAKA, 2001). A ligação entre criatividade e sucesso pode
ser explicada pela relação que existe entre criatividade e inovação. A criatividade quando
implementada, em última análise, leva à inovação, que consequentemente, garante à
organização uma vantagem competitiva.
Ainda podemos entender que as organizações são conhecidas por utilizar a
criatividade de seus funcionários várias maneiras, como no desenvolvimento de novos
produtos, proporcionando experiências únicas aos clientes e revitalizando os produtos
existentes, agregando valor à organização. Se considerarmos o desenvolvimento de novos
produtos, tornou-se cada vez mais importante, pois os clientes exigiram produtos novos
e aprimorados para manter espaço com as mudanças que estão ocorrendo no ambiente.
Essas mudanças foram intensificadas com o aumento da taxa de globalização, avanços
tecnológicos e como meio de diferenciar produtos e serviços em um mercado cada vez
mais competitivo.

EXERCÍCIO
Faça uma lista das empresas da sua cidade que você acredita ser inovadora
e justifique ao lado o porquê da sua escolha. Esse tipo de atividade permitirá
você identificar melhor os processos, produtos e serviços que são inovadores ao mercado
de consumo.

Você sabia que existe um ranking das empresas mais inovadoras de todo o mundo?
Esse levantamento é realizado anualmente com o objetivo de mensurar o grau de
inovatividade no mercado de consumo. Vamos conhecer algumas delas. Em primeiro
lugar, se tem a empresa Service Now. Ela é uma empresa Norte Americana que produz

30
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
softwares e aplicativos para celular. Em segunda posição, temos a Tesla, também sediada
nos Estados Unidos. Ela é a montadora de veículos com maior grau de inovatividade do
mercado. Já em terceiro lugar a Amazon, que é uma empresa de comercio eletrônico norte
americana com sede em Seattle. Além ser uma varejista on-line, a Amazon permite que
indivíduos e negócios vendam e exibam produtos para venda on-line. É o maior varejista
de Internet do mundo em receita, com receitas da 2017 de mais de US $ 177 bilhões.

Figura 5. Tesla
Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/bakersfield-ca-december-18-2017-tesla-
777484921?src=kgV1xp6ve-5Ja9wUHzp2vw-1-0&studio=1 Acesso: 19 de junho de 2019.

Na Figura 5, a Tesla, também sediada nos Estados Unidos e é a montadora de veículos


com maior grau de inovatividade do mercado. Atualmente ela ocupa o 2o. lugar no
ranking de inovatividade mundial.
Uma empresa brasileira também ocupa o ranking das organizações mais inovadoras
do mundo. A Cielo anteriormente Visanet Brasil, é uma empresa brasileira de serviços
financeiros. Atua como adquirente multi-bandeira, sendo uma das responsáveis pela
captura, transmissão e liquidação financeira de transações com cartões de crédito e
débito e ocupa a 74a. posição mundial.
Você deve se perguntar: O que essas empresas possuem em comum? Motivação. Equipes
competentes e motivadas contêm um dos fatores básicos para a difusão da criatividade
nas empresas, alguns elementos que devem estar presentes para um grupo criativo: ideia
que em que todos ganhem juntos, respeito mútuo, encorajamento recíproco, motivação,
inovação, com metas que venham a explorar a quantidade de ideias para obter qualidade
contínua, cabendo aos líderes e gestores o desenvolvimento de novas habilidades

31
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
interpessoais para estimular os trabalhadores e as equipes. Outros pesquisadores
também ressaltam o surgimento de ideias criativas a partir de boas leituras, interações
com colegas, eventos científicos e boa observação, sendo que estudos apontam que
levam anos para uma ideia amadurecer porque requer um intenso envolvimento.
É evidente que está cada vez mais difícil uma empresa apresentar um diferencial, em
um âmbito tão complexo e competitivo como o empresarial, onde muitas organizações
abrem e fecham as portas todos os dias, a criatividade se torna cada vez mais importante,
afinal não basta ter um produto ou serviço de qualidade se este não é apresentado ao
mercado de maneira inovadora e criativa, assim cativando seu público. Isso também
ocorre dentro das organizações onde ser criativo na hora de gerir ou implementar
processos, pode representar o sucesso ou fracasso das mesmas.

PARA REFLETIR
O ambiente físico organizacional pode impactar diretamente no
desempenho dos colaboradores. Pesquisas norte americanas aplicadas em
empresas de médio porte identificaram que ambientes descontraídos, coloridos e com
diversos formatos têm propiciado a criatividade e inovação dos seus funcionários.

Entende-se que muito da criatividade de um indivíduo está ligada ao seu ambiente de


trabalho, aos recursos disponibilizados, clima organizacional entre outros fatores, que
podem tanto influenciar positivamente como negativamente no colaborador. Existem
muitos atributos conectados a criatividade, dentro deste contexto as características
desfavoráveis são: falta de motivação, inflexibilidade reforçada por preconceitos, falta
de habilidades ou experiência, socialmente despreparada que não se relaciona bem com
outros. Em contrapartida um elenco de características positivas são: uma iniciativa,
independência, persistência, autoconfiança, coragem, habilidades cognitivas especiais
como flexibilidade, conhecimento na área, habilidades em grupo entre outras.

32
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
Figura 6. Arte estimulada na infância
Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/young-woman-children-painting-hands-table-
1373123126?src=p_ADlyES9__KFGUKXcrOwA-1-2&studio=1 Acesso: 19 de junho de 2019

Pesquisadores norte-americanos já identificaram que as crianças estimuladas às artes


visuais na infância possuem melhor desempenho criativo quando adultas. E, além do
que foi citado previamente, a cultura também é um fator preponderante na criatividade,
ou seja, os costumes, tradições da sociedade e do ambiente de trabalho influenciam o
indivíduo, conforme pode se verificar ao estudar personagens históricos como artistas
renascentistas, cientistas, e outras figuras influentes, que tiveram suas ideias rejeitadas
por um período e depois aceitas quando a sociedade mudou seu pensamento, muitos
destes foram engrandecidos apenas após sua morte. (LEMOS, 2009).
Autores citam a cultura japonesa, que prega o coletivo, muitas horas de trabalho,
juntamente incentivo ao funcionário se identificar com a missão da empresa, onde o
funcionário e seus familiares devem ser gratos pela oportunidade de emprego.

PARA REFLETIR
Estudos científicos têm comprovado que, quando as crianças são estimuladas
na infância, como por exemplo: o acesso às artes, brincadeiras ao ar livre, a liber-

33
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
dade e ao crescimento sadio, elas se tornam mais criativas quando adultas. Os adultos que não
possuíram essa liberdade têm mais dificuldade na liberdade mental e na imaginação necessária
para o estímulo da criatividade.

No que tange a correlação entre a criatividade e o ambiente organizacional, as empresas


sofrem pressão constante para ser inovadoras em seus produtos, afim de captar a atenção
dos consumidores e superar a concorrência. A gestão tem papel muito importante para
incentivar os colaboradores a serem criativos, como manter a mente aberta as ideias,
dar segurança, suporte, assim como premiações a ideias uteis, gestores confiantes e
preparados para motivar os colaboradores, alimentando o comprometimento com
as metas organizacionais. Essa prática permite criar um clima agradável de trabalho.
Entretanto, sabe-se que muitas empresas tem um ambiente que desmotiva a criatividade,
baseado no preconceito e intolerância, assim como clima pesado e dificuldade em realizar
mudanças.
Então considera-se um diferencial positivo para as empresas, investir em pessoas
criativas e recompensar ideias inovadoras, afinal o capital humano é muito importante
e em um ambiente de confiança, respeito as ideias, onde se compartilham informações
e se desenvolvem grandes ideias (TIGRE, 1998; VON KROGH, ICHIJO, NONAKA, 2001).
Aumentando dessa maneira a competitividade da organização, seus padrões de
qualidade e podem implicar em diminuição de desperdícios, trazendo uma imagem
positiva da organização para a sociedade, onde os principais agentes de marketing serão
os próprios colaboradores (TOMAÉL, ALCARÁ, DI CHIARA, 2005; LEMOS, 2009).

1.6 AS DIMENSÕES DA CRIATIVIDADE

Agora que você entendeu as diferenças entre a criatividade e a inovação, as aplicações


práticas, a importância para as empresas e para a sociedade, vamos estudar sobre as
dimensões da criatividade. Alguns autores entendem que a criatividade emerge de quatro
grandes pontas: pessoa, produto, processo e ambiente.
É sobre isso que estudaremos agora. Para que você consiga visualizar melhor essas
dimensões, existe uma imagem disposta a seguir que foi criada por Rodhes (1961). Ela

34
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
explica as relações entre cada dimensão que iremos compreender nos próximos tópicos
desse capítulo.

Figura 7. Dimensões da Criatividade.


Fonte: Adaptado de Rodhes (1961)

Conforme a imagem que trata das Dimensões da Criatividade desenvolvida por Rodhes
(1961) podemos perceber que existem quatro grandes pilares que envolvem a criatividade
das pessoas. No modelo desenvolvido pelo autor, ele nomeia os 4 p`s da criação, que
na sua versão original: person (pessoas), product (produtos), process (processos) e press
(pressão do ambiente).
Inicialmente, podemos compreender que cada um desses pilares ou dimensões
possuem uma representação importante e afetam diretamente o processo de criação. O
primeiro, PESSOA, abrange informações sobre personalidade, intelecto, temperamento
físico, características individuais, hábitos, atitudes, autoconceito, sistemas de valores,
mecanismos de defesa e comportamento. Já o PROCESSO, se aplica à motivação,
percepção, aprendizagem, pensamento e a comunicação.
O PRODUTO refere-se a um pensamento que foi comunicado a outras pessoas na
forma de palavras, tinta, argila, metal, pedra, tecido ou outro material. Quando uma
ideia se torna incorporada em forma tangível, ela é chamada de produto. E por fim, a
PRESSÃO, se refere à relação entre os seres humanos e seu meio ambiente, encarada
com uma forma de cobrança social. Para que fique claro a você, vamos repassar um a um
novamente, com exemplos práticos.

35
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
PESSOAS:
• A Criatividade é uma característica intangível que a maioria das organizações
pretendem cultivar. Muito do que faz uma organização ter sucesso - a capacidade
de promover a inovação, desenvolver talentos excepcionais e liderança, e um alto
grau de reconhecimento da marca - é influenciado por suas pessoas criativas,
perspectiva, práticas e cultura.

PROCESSO:
• O Processo refere-se ao procedimento usado pela Pessoa para desenvolver o
Produto. Note que o processo se refere ao pensamento e não à metodologia. É a
maneira como a pessoa pensa quando está tentando resolver um problema ou cria
uma nova solução.

PRODUTO:
• O produto é construído pela pessoa e é o resultado do processo criativo. Ele é o
fator menos estudado no campo da criatividade. Eles são geralmente vistos como
o resultado do Processo e da Pessoa. Há também um debate sobre a definição exata
do produto criativo. Os autores da disciplina determinam que o Produto seja novo
e útil. Para isso, cada organização estabelece sua própria abordagem de modelo
consensual, na qual os julgamentos são aprovados com base em um grupo de
especialistas.

PRESSÃO:
• A pressão representa o ambiente e o clima em que a Pessoa opera e funciona, para
criar o Produto. Refere-se a condições propícias / proibitivas para a criatividade.
Isso inclui: a cultura, os recursos das empresas e as práticas organizacionais.

Essas quatro dimensões juntas representam as influências no processo de geração da


criatividade mental, ou seja, ela pode ser influenciada pelos quatro grandes pilares. Mas
cabe destacar que, conforme a ilustração anterior, todos possuem relação entre si, ou seja,
a todo momento recebemos diversas influências que podem afetar o nosso desempenho
criativo. Interessante, não é?

36
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
PARA REFLETIR
Até hoje, os pesquisadores realizam estudos para compreender o processo
criativo nas pessoas, e algumas delas, não passaram de tentativas fracassadas. O
psicólogo criador desse modelo, Mel Rhodes, ainda é um dos autores mais citados nas produ-
ções e artigos científicos. Embora ele tenha desenvolvido o modelo em 1961, até hoje ele é uma
importante ferramenta para compreender o desenvolvimento e as influências da criatividade
humana.

E você, possui alguma dificuldade para estimular a sua criatividade? É justamente


sobre isso que iremos tratar no próximo capítulo dessa disciplina: Bloqueios e Ativadores
de Criatividade. Lá discutiremos algumas ferramentas capazes de eliminar os bloqueios
mentais bem como estimular o seu cérebro à criatividade para os mais diversos fins.
Legal, não é mesmo? Bons estudos e até lá!

CHAT/FÓRUM
Utilize a plataforma CHAT ou FÓRUM da Uniavan e discuta com os seus cole-
gas da disciplina os produtos mais criativos e inovadores que você já comprou.
Além disso, compartilhe com eles a sua experiência em utilizar esse produto e de que forma ele
auxiliou na sua vida.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nessa unidade você viu que o mercado de consumo tem passado por diversas mudanças
e que a todo momento precisamos estar atentos à essas alterações. A globalização foi um
movimento muito expressivo até o começo de 2.000, mas que agora tem-se discutido a

37
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
deglobalização e o impacto dela para as organizações e para as pessoas.
A criatividade e inovação é um processo extremamente importante para as pessoas
e para as organizações e que temos um grau de dependência dela para executar as
atividades do nosso dia a dia. Também vimos os conceitos diferentes de inovação, uma
vez que a ela é um processo mental e a inovação é o ato de colocar a criatividade em
ação. Realizamos um teste que mede a criatividade e que existem exercícios que podem
estimular esse processo mental.
Entendemos também que a globalização e a deglobalização impacta diretamente no
processo criativo e de inovação, pois dependemos cada vez mais dessas duas ferramentas
para alcançar o sucesso profissional. Percebemos que muitas empresas têm se destacado
no mercado pois ganham inúmeros prêmios mundiais. E por fim, vimos um modelo de
mapeamento da criatividade que é dividido em quatro grandes pilares: pessoas, processo,
produtos e pressão. Esses são os conceitos básicos da criatividade e eles serão utilizados
no decorrer da nossa disciplina.
Vamos ler outros materiais importantes desse conteúdo? Sugiro que você acesse o
artigo intitulado: Desenvolvendo a criatividade as organizações: o desafio na inovação de
Eunice Lima Soriano de Alencar (1995). Nesse artigo você encontrará outros conceitos e
exemplos importantes da criatividade e inovação das pessoas. Boa leitura!

AUTO ATIVIDADE
1. Agora que lemos todas as informações que servem como base da criativida-
de e inovação, responda os seguintes questionamentos:
a) Porquê a criatividade é tão importante para as pessoas e organizações?
b) Quais as principais diferenças entre esses dois processos?
c) O que faz uma organização ser mais inovadora que outras?
d) O que é o mapeamento de Rhodes? E o que ele representa?

EXERCÍCIO FINAL

1) Sobre as características da motivação e da criatividade, julgue os itens a seguir.

38
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
I - A criatividade resulta com maior frequência da interação e da influência social.
II - As pessoas criativas contribuem de maneira significativa para a eficiência da
organização.
III - A criatividade depende do posto ocupado pelo funcionário na organização.
IV - Criatividade e motivação são dois fatores dissociados. O que move a criatividade
é a possibilidade de ganho financeiro real e não o prazer.

A quantidade de itens corretos é igual a:


a. 0
b. 1
c. 2
d. 3
e. 4

2) As equipes de trabalho devem ter um desempenho excelente. Os principais atributos


de equipes de alto desempenho são
a. foco e criatividade.
b. criatividade e flexibilidade.
c. participação e flexibilidade.
d. responsabilidade e criatividade.
e. participação e responsabilidade.

3) É uma prática de gestão participativa que fortalece a criatividade e a eficácia das


organizações:
a. compartilhar informações sobre a atuação da empresa, deixando as informações
sobre objetivos, metas, evolução da empresa e projetos disponíveis a todos.
b. envolver os colaboradores em brainstormings, estimulando a circulação da
informação disponível e o debate de ideias.
c. realizar reuniões periódicas para acompanhamento das metas da organização.
d. dar feedback individual aos colaboradores, definindo com eles suas metas pessoais.
e. refazer periodicamente a análise SWOT para visualizar as oportunidades e as
ameaças para o negócio.

39
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
REFERÊNCIAS

ALENCAR, Eunice Lima Soriano de. Desenvolvendo a criatividade nas organizações:


o desafio da inovação. Revista de Administração de Empresas, v. 35, n. 6, p. 6-11, 1995.

ALENCAR, Eunice ML. Promovendo um ambiente favorável à criatividade nas


organizações. Revista de Administração de Empresas, v. 38, n. 2, p. 18-25, 1998.

ALMEIDA, Paulo Roberto. Relações internacionais e política externa do Brasil: a


diplomacia brasileira no contexto da globalização. Grupo Gen-LTC, 2012.

BARBOSA, J. D.; TEIXEIRA, R. M. (2003). Gestão estratégica nas empresas de pequeno e


médio porte. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, v.10, n. 3, p. 31-42, jul./
set.
BELLO, Walden. Desglobalização: idéias para uma nova economia mundial. Vozes, 2003.

CAMARGO, F. S. ; GUILHOTO, J. J. M. O Impacto da Globalização na Indústria Têxtil,


1990 A 1999. In: II Encontro de Estudos Regionais e Urbanos, 2002, São Paulo, SP. Anais
do II Encontro de Estudos Regionais e Urbanos, 2002.

CORAZZA, Rosana Icassatti. Criatividade, inovação e economia da cultura: abordagens


multidisciplinares e ferramentas analíticas. Revista Brasileira de Inovação, v. 12, n. 1, p.
207-231, 2013.

DEOS, Simone Silva. Instabilidade financeira numa economia de mercado de


capitais. Ensaios FEE, v. 19, n. 2, p. 38-61, 1998.

FARIA, Maria de Fátima Bruno; ALENCAR, Eunice ML Soriano. Estímulos e barreiras â


Criatividade no ambiente Ole trabalhO. Revista de Administração, v. 31, n. 2, p. 50-61,
1996.

FARIA, José Eduardo. Direitos humanos e globalização econômica: notas para uma
discusão. Estudos avançados, v. 11, n. 30, p. 43-53, 1997.

FERREIRA, Victor Cláudio Paradela. Modelos de gestão. Editora FGV, 2015.

FREDERICO, Ronaldo; AMORIM, Maria Cristina Sanches. Criatividade, inovação e


controle nas organizações. Revista de Ciências Humanas, v. 42, n. 1 e 2, p. 75-89, 2008.

GIDDENS, Anthony. O mundo na era da globalização. Editorial Presença, 2013.


LASTRES, Helena MM et al. Informação e globalização na era do conhecimento. Rio de
Janeiro: Campus, v. 163, 1999.

LEMOS, Cristina. Inovação na era do conhecimento. Parcerias estratégicas, v. 5, n. 8, p.


157-180, 2009.

40
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
LESCA, Humbert; ALMEIDA, Fernando C. de. Administração estratégica da
informação. Revista de Administração, v. 29, n. 3, p. 66-75, 1994.

LEVITT, T. A imaginação de marketing. São Paulo: Atlas, 1990.

LORDON, Frédéric. A desglobalização e os seus inimigos”. Le Monde Diplomatique,


2011.

MARTINEZ, Albertina Mitjáns. A criatividade nas organizações: o papel do líder. Univ.,


psicol, p. 59-78, 2000.

PLONSKI, Guilherme Ary. Bases para um movimento pela inovação tecnológica no


Brasil. São Paulo em perspectiva, v. 19, n. 1, p. 25-33, 2005.

RHODES, M. (1961). An analysis of creativity. Phi Delta Kappan, 42(7),305–310.

SEBRAE, Participação das Micros. Pequenas Empresas na Economia Brasileira.


2014. Acesso em 16 de abril de 2019, v. 20, 2018.

SOUZA, Agamêmnom Rocha; FERREIRA, Victor Cláudio Paradela. O fim das Ilusões: a
Crise Econômica e seus impactos sobre os modelos de gestão. Cadernos UniFOA, v. 4, n.
11, p. 53-64, 2017.

TERRA, José Cláudio Cyrineu. Gestão da criatividade. Revista de Administração, v. 35,


n. 3, p. 38-47, 2000.

TIGRE, Paulo Bastos. Inovação e teorias da firma em três paradigmas. Revista de


economia contemporânea, v. 2, n. 1, 1998.

TOMAÉL, Maria Inês; ALCARÁ, Adriana Rosecler; DI CHIARA, Ivone Guerreiro. Das
redes sociais à inovação. Ciência da informação, v. 34, n. 2, 2005.

VASCONCELOS, Flávio Carvalho; BRITO, Luiz Artur Ledur. Vantagem competitiva: o


construto e a métrica. RAE-Revista de Administração de Empresas, v. 44, n. 2, p. 51-63,
2004.

VASCONCELOS, Flávio C.; CYRINO, Álvaro B. Vantagem competitiva: os modelos


teóricos atuais ea convergência entre estratégia e teoria organizacional. Revista de
Administração de empresas, v. 40, n. 4, p. 20-37, 2000.

VELLOSO FILHO, Fernando. Considerações sobre a criatividade nas organizações. Revista


de Administração Pública, v. 33, n. 2, p. 129-145, 1999.

VON KROGH, Georg; ICHIJO, Kazuo; NONAKA, Ikujirō. Facilitando a Criação de


Conhecimento: reiventando a empresa com o poder da inovação contínua. Rio de
Janeiro: Campus, 2001.

41
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
WAGNER, John. Comportamento organizacional-criando vantagem competitiva.
Editora Saraiva, 2017.

42
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
2
unidade
BLOQUEIOS E
ATIVADORES DE
CRIATIVIDADE

43
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
INTRODUÇÃO À UNIDADE

Aluno. Agora que entendemos as bases da Criatividade e da Inovação, bem como os


seus impactos para a economia global, vamos estudar os bloqueios e os ativadores da
criatividade. Assim, o objetivo dessa unidade é: Entender os bloqueios e os ativadores
da criatividade juntos aos seus impactos no processo mental. Esses aspectos são muito
importantes para essa disciplina e você irá compreender o porquê algumas pessoas se
demonstram mais criativas que outras.
Mas não se preocupe: lembra do capítulo anterior? Você pode se tornar uma pessoa
mais criativa. Para isso, trago diversos filmes e leituras que poderão ajudar você nesse
processo. Juntos quebraremos alguns paradigmas que impedem você a libertar a sua
mente. Vamos lá?

2.1 BLOQUEIOS DA CRIATIVIDADE

Os bloqueios da criatividade são mais comuns do que você imagina. E aí nos


perguntamos: Porquê algumas pessoas possuem dificuldades em ter uma mente criativa?
Os estudos científicos têm apontado que são diversos fatores que podem impactar nesse
processo e, compreendendo e tratando esses bloqueadores, os indivíduos podem se
tornar mais rápidos, criativos e imaginativos. Ainda vale destacar que, para qualquer
pessoa que atua em uma organização, um bloqueio criativo não é apenas frustrante, mas
também prejudicial para à sua carreira (DEWES, 2002).

SUGESTÃO DE LIVRO
O mito da criatividade: Descontruindo verdades e
mitos
Você acha que a criatividade é um presente das musas? Quando
você pensa nas qualidades de uma pessoa criativa, logo lhe vêm à
mente adjetivos como genial, predestinado, heróico, mágico, excêntrico

44
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
ou marginal? Você acredita naquele exército de consultores que o aconselham a “soltar suas
amarras” e deixar sua criatividade florescer em diversas dinâmicas de grupo? Você crê em
xamãs, super-heróis e feiticeiros? Para Fábio Zugman, qualquer análise séria dessas questões
nos daria a triste impressão de que o mundo não passa de “uma conspiração de picaretas”. Mas
o autor não quer desanimar ninguém. Pelo contrário: ao expor e questionar o mito da criativi-
dade, o escritor demonstra, em prosa ágil, bem-humorada e competente, que ela é um produto
bem mais acessível do que se imagina. Antes de ser uma dádiva divina, ela é fruto do trabalho
gradual e da dedicação apaixonada de cada um de nós. Zugman investiga a vida e o pensamen-
to de uma série de personagens e personalidades reconhecidamente criativas: Darwin, Freud,
Einstein, Batman, Da Vinci e até o célebre ex-governador da Califórnia, Arnold Schwarzegger.
Uma viagem cultural imperdível!
ZUGMAN, Fábio. O mito da criatividade: desconstruindo verdades e mitos. Alta Books
Editora, 2018.

Figura 8. Bloqueadores da criatividade


Fontehttps://www.shutterstock.com/pt/image-photo/thinkin-
g-woman-question-mark-on-gray-310072547?src=Y216B8WElWPuWH4DjgNqKg-1-19&studio=1 Acesso: 19
de junho de 2019

De acordo com a Figura 8, pesquisadores já identificaram que diversas pessoas possuem


bloqueadores da criatividade. Isso é mais natural do que se imagina. O importante é

45
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
compreender que os estados negativos de espirito não facilitam o desbloqueio desse
processo.
Às vezes, ser criativo parece impossível. Seja para começar um grande projeto
ou simplesmente lutar contra o cansaço do meio da tarde. O bloqueio criativo é um
problema comum para muitas pessoas em muitas profissões. Se você possui dificuldade,
felizmente, você não é o único a sofrer com isso. Muitos dos principais artistas e designers
também lutaram com o bloqueio criativo. O que diferencia essas pessoas de sucesso, são
os exercícios que estimulam a criatividade mental.
No dia a dia, tanto nas rotinas pessoais quanto nas atividades nas empresas é comum
que todos tenham dificuldades. Esse processo já é estudado pela ciência e tem sido
caso de diversas pesquisas acadêmicas. Esses autores entendem que, se você se sente
assim é porque a criatividade é um processo, uma habilidade que precisa ser aprendida
e aprimorada. Não é um direito natural dado por Deus, mas sim um que requer tempo e
dedicação (VELLOSO FILHO, 1999)

DICA DE FILME
FOME DE PODER (JOHN LEE HANCOCK, 2017)
O filme Fome de Poder, lançado em 2017 e dirigido por John Lee Hancock, re-
trata o crescimento da rede norte americana de Fast Food MC Donald`s. Nele, podemos verificar
a transformação de uma pequena lanchonete para um gigantesco império alimentício, do qual a
criatividade e a inovação foram os principais fatores do crescimento da organização.

Algumas pessoas podem temer que o trabalho ou as ideias delas não sejam apreciados,
e assim, evitam a rejeição ou fracasso. O medo do desconhecido também pode ser um fator
no desenvolvimento de bloqueios criativos. Um bloqueio, por mais simples que pareça,
muitas vezes, pode ser uma condição temporária, que resulta em ansiedade, dúvida e
medo das pessoas. Depressão e sentimentos de inutilidade também podem aparecer
nesses indivíduos. Grandes mudanças na vida também podem levar à diminuição da
inspiração ou à incapacidade de produzir trabalho criativo. Um terapeuta pode ajudar os
indivíduos a superar esses bloqueios criativos.
Pesquisas científicas têm identificado que existem alguns pontos que diminuem ou
bloqueiam a criatividade, dentre os principais, podemos destacar: a) A morte de um ente

46
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
querido ou o fim de um relacionamento; b) Falta de apoio financeiro; c) O esgotamento
de toda a energia criativa após um período totalmente imerso de criação; d) Insegurança,
ambos pertencentes a habilidade e talento; e) Repetida rejeição do trabalho de alguém; f)
Ansiedade em relação ao resultado de um projeto ou tarefa; g) A necessidade de perfeição;
h) A dependência de substâncias para serem criativas; i) Início de uma doença ou
condição médica; j) Uma súbita perda de significado e propósito no trabalho de alguém,
e por fim; h) Auto fala ou crítica negativa. Todos esses pontos foram identificados por
pesquisadores científicos e comprovados que diminuem o processo criativo das pessoas

PARA REFLETIR
Como você lida com os seus problemas no seu dia a dia? As pessoas criativas
são aquelas que, depois de uma rotina intensa de trabalho, ao chegar em casa
conseguem se desligar dos problemas, renascendo uma nova pessoa nas novas ocasiões da vida.

Mas, se você é um comerciante, designer, empresário ou possui qualquer outra


profissão, o pensamento criativo é uma habilidade valiosa para se possuir. Ele pode
nos ajudar a encontrar soluções exclusivas e personalizadas para problemas e criar
comunicações memoráveis ​​e eficazes. Identificar os preditivos que bloqueiam a sua
criatividade é o primeiro passo, ou seja, analisar e tratar tudo aquilo que pode barrar os
seus estímulos mentais vão ajudar a compreender melhor as suas dificuldades e darão
a possibilidade de você eliminar aquilo que chamamos de barreiras criativas. Autores
relatam que existem oito tipos diferentes de bloqueios e, a partir de agora, iremos
entender todos eles. E além disso, vamos fazer algumas reflexões, exercícios e assistir
alguns filmes que ajudarão você a quebrar os bloqueios da criatividade. Corazza (2013)
estudou algumas crenças que vamos ver a seguir.

2.1.1 Acreditar que você não é criativo (a)

Vamos enfrentá-lo! Se você continuar dizendo a si mesmo e aos demais ao seu redor

47
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
que você não é criativo, a sua mente sistematicamente compreenderá que essa é a sua
verdade. Logo, o seu cérebro irá entender que a criatividade é a sua limitação e novas ideias
deixarão de surgir na sua mente. Naturalmente, este é um dos mais comuns bloqueios
para a criatividade. Todas as pessoas são criativas de alguma forma, o único desafio é
descobrir o que libera a sua criatividade inata. Alguns indivíduos são muito criativos em
plantar flores, por exemplo, outras podem ser criativas em desenho, culinária, etc. Seja
o que for, tente encontrar o que você é criativo ao invés de fechar a porta da criatividade
em sua mente.

PARA REFLETIR
Por quantas vezes você afirmou: Eu não sou criativo (a)! De fato, essa crença
limitante irá bloquear a sua criatividade e os estímulos mentais que libertam a
imaginação. Entenda que cada pessoa é criativa para ações diferentes do dia a dia. Como citado
anteriormente, alguns indivíduos são criativos para os trabalhos manuais e outros nas rotinas
organizacionais. Pense nisso!

2.1.2 Fazer suposições

Fazer suposições restringem a descoberta de novas opções criativas ou abordagens para


um problema ou uma situação específica, ou seja, acreditar que algum projeto deu errado
no passado e ele novamente não terá sucesso, bloqueará a possibilidade da criatividade
mental. Não se prenda naquilo que não alcançou o sucesso anteriormente, você deve
imaginar que novas possibilidades podem existir no mercado e a sua criatividade sempre
será bem-vinda. Para isso, você deve ser rápido em descartar quaisquer suposições que
não sejam baseadas em fatos sólidos ou que não tenham provas suficientes para sustentar
essas suposições.

48
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
EXERCÍCIO
Faça uma breve lista de todos os projetos que você fez na sua vida e que não
tiveram sucesso. Por exemplo: o planejamento de uma viagem que nunca acon-
teceu ou a compra de um carro que você não conseguiu realizar. Ao lado desses seus objetivos
não alcançados, liste os motivos do fracasso e busque avaliar se há a possibilidade de sonhar
novamente com esses projetos da sua vida.

DICA DE FILME
A PROCURA DA FELICIDADE (GABRIELE MUCCINO, 2006)
Chris Gardner (Will Smith) é um pai de família que enfrenta sérios problemas
financeiros. Apesar de todas as tentativas em manter a família unida, Linda (Thandie Newton),
sua esposa, decide partir. Chris agora é pai solteiro e precisa cuidar de Christopher (Jaden
Smith), seu filho de apenas 5 anos. Ele tenta usar sua habilidade como vendedor para conseguir
um emprego melhor, que lhe dê um salário mais digno. Porém seus problemas financeiros não
podem esperar que isto aconteça, o que faz com que sejam despejados. Chris e Christopher pas-
sam a dormir em abrigos, estações de trem, banheiros e onde quer que consigam um refúgio à
noite, mantendo a esperança de que dias melhores virão.

2.1.3 Seguir as estritamente as regras

As regras são fortes bloqueadoras da criatividade. Isso não significa que você deverá
ser um forasteiro ou uma pessoa contraventora. Entretanto, muitas pesquisas acadêmicas
já têm identificado que os cumprimentos rígidos de regras impossibilitam o estímulo da
criatividade mental. A criatividade está ligada à abertura, liberdade de pensamento e ir
além dos limites do que é considerado normal ou apropriado ou esperado. Ou seja, se
uma pessoa segue estritamente as regras será menos provável a criação de novas ideias.

49
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
PARA REFLETIR
Você sabia que algumas empresas já têm mudado a sua concepção acerca
dos ambientes de trabalho. A 3M, fabricantes de fitas e colas, fala aos seus fun-
cionários que: nem sempre o melhor colaborador é aquele que obedece cegamente às regras
de uma empresa. Muitas vezes, para inovar é preciso desafiar dogmas e quebrar protocolos. Mas
antes disso, é preciso entender bem o que você está questionando, refletir sobre os possíveis
impactos da mudança sugerida e justificar sua ideia com bons argumentos.

DICA DE FILME
QUEBRANDO REGRAS (JEFF WADLOW, 2008)
O adolescente Jake Tyler (Sean Faris) é um rebelde por natureza. Sua vida
muda completamente quando ele se envolve com o clube de luta secreto de sua escola, tendo
como mentor um veterano das artes marciais. Após perceber que sua família e amigos estão
com a segurança sob ameaça ele decide se concentrar na luta contra seu principal algoz Ryan
McCarthy (Cam Gigandet)

2.1.4 Ser muito sério (a)

Com criatividade, sempre vem a diversão, o riso e a espontaneidade. Algumas


pessoas criam as ideias extravagantes que fazem você pensar: como ela criou isso? Não
é incomum que essas ideias despertem o riso ou mesmo comentários sugerindo ideias
não convencionais criando uma atmosfera de diversão. Levar as coisas muito a sério
normalmente não combina bem com ser criativo. Precisa existir alguma diversão para
lubrificar o lado direito criativo do seu cérebro.

50
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
EXERCÍCIO
Faça um teste! Nos dias em que você perceber que está muito feliz, verifique
o seu grau de criatividade. Esse processo já foi verificado por diversas pesquisas
científicas e identificaram: pessoas felizes não possuem bloqueadores da criatividade. Logo, ser
leve, feliz e contente poderá estimular o processo mental criativo.

DICA DE FILME
TODO PODEROSO (TOM SHADYAC, 2003)
Bruce Nolan (Jim Carrey) é um jornalista que tem um bom emprego na TV
e uma bela namorada, Grace (Jennifer Aniston). Num acesso de fúria ele começa a xingar e
questionar Deus e seu modo de fazer tudo funcionar, o que faz com que ele próprio (Morgan
Freeman) resolva descer à Terra como um homem comum e lhe entregar o poder de comandar
o planeta da forma como desejar durante um dia. É quando Bruce percebe o quão difícil é ser
Deus e tomar conta de tudo o que ocorre no planeta.

2.1.5 EVITAR RISCOS OU ESTAR ERRADO É RUIM

É claro que ninguém gosta de cometer erros ou estar errado. Criar algo novo, criativo e
único nos coloca na linha, do qual as nossas ideias são examinadas e avaliadas por outras
pessoas. Esse processo pode representar um impedimento para alguma causa, elas não
querem parecer ruins se não funcionarem. Precisamos nos lembrar de que estar errado
não é ruim, somos todos humanos e é normal que as pessoas cometam erros, É assim que
realmente aprendemos: cometendo erros e aprendendo a não os repetir.

51
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
PARA REFLETIR
Correr riscos é muito bom para atingirmos os nossos objetivos, e gradual-
mente, nos transformarmos em uma pessoa muito interessante. De fato, para
as pessoas a palavra “risco” provoca imediatamente uma grande rejeição. Logo, não estamos
acostumados a correr riscos, mas a evitá-los e nos protegermos deles. Mas lembre-se: Querer
tudo tão fácil não é bom; o resultado não será tão satisfatório.

DICA DE FILME
O LOBO DE WALL STREET (MARTIN SCORSESE, 2014)
Durante seis meses, Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio) trabalhou duro em
uma corretora de Wall Street, seguindo os ensinamentos de seu mentor Mark Hanna (Matthew
McConaughey). Quando finalmente consegue ser contratado como corretor da firma, acontece o
Black Monday, que faz com que as bolsas de vários países caiam repentinamente. Sem emprego
e bastante ambicioso, ele acaba trabalhando para uma empresa de fundo de quintal que lida
com papéis de baixo valor, que não estão na bolsa de valores. Ao lado de Donnie (Jonah Hill) e
outros amigos dos velhos tempos, ele cria a Stratton Oakmont, uma empresa que faz com que
todos enriqueçam rapidamente e, também, levem uma vida dedicada ao prazer.

2.1.6 Permanecer sempre com as suas rotinas e seus hábitos

Esse bloqueador é um dos mais significativos para a mente humana. Permanecer


seguro em sua rotina normal, medo de mudar e permanecer na sua zona de conforto é
um grande inimigo da criatividade. Para nós, em nossas rotinas, caímos facilmente na
armadilha de nos sentirmos confortáveis em fazer a mesma rotina repetidas vezes como
a mesma estrada que tomamos para trabalhar todos os dias porque estamos acostumados
a isso. Mude sua rotina, siga um novo caminho para o trabalho e nunca saberá o que verá,
conhecerá ou ouvirá que poderá despertar seu cérebro e estimular sua criatividade.

52
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
EXERCÍCIO
Mude a sua rotina. Se você faz o mesmo caminho todos os dias de casa para
o trabalho, passando pelas mesmas ruas, troque-as. Por uma semana caminhe
por novos ambientes, utilize outros trajetos e pegue outros ônibus. Ter novas opções e mudar as
regras da sua vida trarão novos ares e, naturalmente, a sua mente estará mais propícia a liberta-
ção dos bloqueios da criatividade.

DICA DE FILME
KARATE KID (HARALD ZWART, 2010)
Han Wenwen, uma garota que conhece praticando violino na praça. A apro-
ximação deles provoca a irritação de Cheng (Zhenwei Wang), que lhe dá uma surra usando a
técnica do kung fu. A partir de então a vida de Dre se torna um inferno, já que passa a ser perse-
guido na escola por Cheng e seus colegas. Um dia, ao escapar deles, Dre é auxiliado pelo sr. Han
(Jackie Chan), o zelador de seu prédio, que é também um mestre de kung fu.

2.1.7 Pensando que existe apenas uma solução

Às vezes, quando nos deparamos com um problema, tendemos a pensar que há apenas
uma saída e deixamos de ver qualquer outra opção. Resistimos mesmo considerando
outras opções sem avaliar adequadamente essas alternativas. Flexibilidade vem de mãos
dadas com a criatividade.

EXERCÍCIO
Lista 5 problemas que você precisa resolver, tanto da sua vida pessoal quan-

53
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
to da sua vida profissional. Para cada um, você deve listar 5 opções diferentes para resolver
esses problemas. Os primeiros parecerão tão difíceis, mas garanto que os próximos serão mais
fáceis para encontrar as saídas. Esse exercício fará você estimular a sua criatividade. Mas não
se esqueça dos bloqueios que conversamos até agora: assuma riscos, não se preocupe com as
opiniões das outras pessoas, seja feliz e não siga estritamente as regras. Que tal? Vamos tentar?

DICA DE FILME
MISSÃO IMPOSSÍVEL (BRIAN DE PALMA, 1996)
Após evitar que armas de gás fossem vendidas a terroristas chechenos, o
agente do IMF - Impossible Missions Force (ou Força Missão Impossível) Ethan Hunt é capturado
por um grupo terrorista de agentes espiões de vários países que foram dados como mortos,
chamado Sindicato, e consegue fugir graças a ajuda de uma mulher misteriosa. O trio, mais
William Brandt e Luther Stickell se encontram no Marrocos e resolvem continuar a luta contra
o grupo terrorista, mas agora os ex-agentes do IMF são procurados pela CIA como traidores e
suspeitos dos ataques criminosos.

2.1.8 Fazendo julgamentos muito rapidamente

Como dito anteriormente, se julgarmos as nossas próprias ideias ou as de outras


pessoas com demasiada rapidez e considerá-las como inadequadas, não gastamos tempo
suficiente avaliando e reavaliando cada nova ideia. Com isso, podemos perder muitas
soluções criativas potenciais para problemas e ideias criativas vindo de nós ou de outras
pessoas ao nosso redor.

PARA REFLETIR
Existem duas maneiras completamente diferentes do julgamento. A primeira -
lógica rápida - acontece em um milissegundo. Um exemplo disso seria tirar a mão

54
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
de uma panela quente antes de sentir a queimadura. Esse tipo de processamento acontece sem
um processo de pensamento consciente que pondera os prós e contras de tirar sua mão. O se-
gundo é a lógica lenta. Um exemplo disso seria se um estudante do ensino médio fosse admitido
em duas faculdades e precisasse escolher uma. Eles podem fazer uma lista de prós e contras
de cada um, incluindo coisas como custo, localização e possíveis cursos. Após a avaliação, eles
fariam uma escolha calculada. Isso também é um julgamento. Toda vez que você escolhe uma
coisa sobre outra, você está julgando uma coisa ou uma oportunidade como melhor para você
do que outra.

DICA DE FILME
EXTRAORDINÁRIO (STEPHEN CHBOSKY, 2017)
Auggie Pullman (Jacob Tremblay) é um garoto que nasceu com uma deforma-
ção facial, o que fez com que passasse por 27 cirurgias plásticas. Aos 10 anos, ele pela primeira
vez frequentará uma escola regular, como qualquer outra criança. Lá, precisa lidar com a sensa-
ção constante de ser sempre observado e avaliado por todos à sua volta.

O que vimos até agora é que, no ato da criatividade, o indivíduo transforma e combina
elementos antigos para produzir algo novo. O ato pode ser o de um fluxo espontâneo ou de
um processo de recombinação de elementos através do pensamento. Em ambos os casos,
o resultado é a ação de trazer algo não visto anteriormente à existência. Pense no pintor:
alguns artistas primeiro esboçam e criam estratégias para o novo projeto e depois começam
a trabalhar. Todos eles geralmente aprimoraram suas habilidades com treinamento. O
denominador comum é que chega um ponto em que ambos os tipos de artistas soltam e
pintam. O resultado é algo novo, aparentemente do nada (CASTRO, 2017).
Todas as pessoas possuem algum limitador ou bloqueador da criatividade, e conforme
vimos, esse processo é natural para todos os indivíduos. De fato, alguns desses limitantes
são mais expressivos que outros, e por diversas vezes, nos deparamos com alguns deles.
Isso leva ao bloqueio criativo mental. Com os exercícios, as dicas e os filmes podemos
perceber que a criatividade está amplamente ligada a superação humana.
Você se identificou com algumas dessas crenças limitantes? Não se preocupe! A partir
de agora iremos tratar sobre os Ativadores de Criatividade. Você está preparado (a)? Ao
final desse capítulo tenho certeza que você se sentirá muito mais criativo (a).

55
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
2.2 ATIVADORES DA CRIATIVIDADE

Diferentemente dos bloqueios, os ativadores são os processos contrários, ou seja,


tudo aquilo que pode estimular a criatividade mental das pessoas. Logo, faremos alguns
exercícios ao decorrer do capítulo para aumentar a sua liberdade mental. Entretanto,
precisamos entender o que são considerados esses tais ativadores (CAMARGO, 2014).

Figura 9. O cérebro humano


Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/lef-
t-right-hemisphere-human-brain-375129304?src=UVZgN7Rp7XyssL3ki5WpLQ-1-12&studio=1 Acesso: 19
de junho de 2019.

Por diversos anos, os cientistas acreditavam que a criatividade estava localizada em


um espaço específico do cérebro. Mas em 2000, médicos neurologistas retrataram que
não há diferença entre os lados cerebrais que estimulam (ou não) a criatividade.
As organizações que ativam a capacidade de pensamento criativo de seu pessoal são as
empresas mais propensas a alcançar a verdadeira mudança inovadora de que precisamos
para enfrentar os desafios do futuro. Mas cabe ressaltar que até agora, a ciência não

56
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
determinou exatamente o que acontece em nossos cérebros durante o processo criativo,
uma vez que realmente combina vários processos cerebrais diferentes. E, ao contrário
da crença popular, inclui os dois lados do nosso cérebro trabalhando juntos, ao invés de
apenas um ou outro.
A verdade é que nossos hemisférios cerebrais estão inextricavelmente conectados.
Os dois lados de nossos cérebros são simplesmente distinguidos por seus diferentes
estilos de processamento. A ideia de que as pessoas podem ser “pensadores do cérebro
direito” ou “pensadores do cérebro esquerdo” é na verdade um mito. Entre todas as redes
e centros específicos em nossos cérebros, existem três que são conhecidos por serem
usados no pensamento criativo (SILVA FILHO, 2010).

A) A Rede de Controle Atensional


Nos ajuda com o foco em uma tarefa específica. É o que ativamos quando precisamos
nos concentrar em problemas complicados ou prestar atenção a uma tarefa como ler ou
ouvir uma palestra.

B) Rede de Imaginação
É utilizada para imaginar cenários futuros e lembrar de coisas que aconteceram no
passado. Essa rede nos ajuda a construir imagens mentais quando estamos envolvidos
nessas atividades.

C) Rede de Flexibilidade Atensional


Ela tem o importante papel de monitorar o que está acontecendo ao nosso redor, bem
como dentro de nossos cérebros, e alternar entre a Rede de Imaginação e o Controle
Atensional.

Em diversas pesquisas acadêmicas, realizadas por neurologistas e psicólogos,


explicaram que o acontece em nossos cérebros quando somos criativos. Geralmente
envolve a redução da Ativação da Rede de Controle Atencional. Essa redução nos ajuda a
nos inspirar e criar novas ideias. A segunda parte é aumentar a ativação das redes Rede de
Flexibilidade Atensional. Como por exemplo: Pesquisas realizadas com os músicos de jazz
e rappers norte americanos que estavam improvisando trabalhos criativos mostraram
que, quando entram nesse estado de criatividade cobiçado, seus cérebros exibiam esses
sinais, ou seja, a diminuição da racionalidade para o aumento da imaginação (NAVEGA,
2000).

57
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
EXERCÍCIO
Vamos ativar a sua criatividade? Você possui esse quadro branco. Liberte-se e
utilize esse espaço para estimular a sua criatividade. Vamos testar?

58
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
O que você fez no quadro branco disponibilizado? Nesse espaço, você poderia
pintar, desenhar, escrever, recortar... ou qualquer outra atividade que a sua imaginação
mandasse. Em todos esses exercícios é importante que você dê liberdade à sua mente. Se
você ainda teve dificuldade, vamos conhecer alguns ativadores e, posterior à essa leitura,
vamos repetir a atividade. Assim poderemos verificar o quanto esses exercícios possuem
impacto positivo na sua mente.
Você conhece o S.C.A.M.P.E.R? Ele é um exercício ativador utilizado por diversas
empresas multinacionais com o objetivo de estimular a criatividade dos seus
colaboradores (SERRAT, 2017). O S.C.A.M.P.E.R é um processo de pensamento baseado
em atividades que pode ser realizada na aprendizagem cooperativa. Dentro do modelo,
podemos observar que existem 7 processos diferentes para o estimulo mental criativo
(EBERLE, 1996).

Figura 10. Método S.C.A.M.P.E.R


Fonte: desenvolvido por Bob Eberle em 1971 em seu livro; SCAMPER: Games for Imagination Development

Quando uma pessoa ou equipe possui uma ideia dentro de uma organização, o modelo

59
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
S.C.A.M.P.E.R questiona os seguintes aspectos da imagem:

A. Substituir: Quais as regras da empresa que podem ser substituídas para atingir
o objetivo determinado? Quais os materiais que podem ser trocados por outros
para melhorar o desempenho do produto/serviço ao cliente? Quais pessoas são
substituíveis na busca pelos melhores resultados?
B. Combinar: O que aconteceria se você combinasse esse produto com outro,
para produzir algo novo? E se fosse possível combinar duas equipes (ou duas
pessoas) para que elas trabalhem juntas? O que podemos unir para obter melhor
desempenho no projeto?
C. Adaptar: De que forma esse produto pode ser adaptado para um outro propósito?
Que funcionalidades o produto não tem, mas deveria ter? O que as pessoas
esperam dos produtos, serviços ou projetos? Em que medida os profissionais
precisam adaptar a rotina de trabalho para melhorar o desempenho?
D. Modificar: Como alterar a essência, o gosto, a cor, a forma ou o aroma de
determinado produto? O que poderia ser adicionado para melhorá-lo? O que
deve ser intensificado? Quais mudanças as pessoas e as empresa precisam ser
submetidas?
E. Propor novos usos: É possível usar esse produto / serviço em outro lugar, com
outro propósito? Quem mais poderia se interessar pelo produto? De que forma as
pessoas usariam os nossos produtos / serviços / projetos? Há algo que pode ser
reciclado?
F. Eliminar: Que partes podem ser eliminadas para melhorar o produto? Como é
possível simplificar o projeto para melhorar os resultados? O que aconteceria se
determinado setor ou pessoa fosse extinto?
G. Rearrumar: Essa é a melhor ordem para esse processo? Essa é a melhor ordem
para construir o produto / serviço / projeto? É impossível reordenar o conjunto
para melhorar os resultados? Qual o critério de arrumação?

Com esse modelo é possível perceber que, embora a criatividade é algo inerente da
liberdade mental, em todo o processo, devemos nos questionar a utilidade daquilo que
desenvolvemos e se haverá aceitação no mercado de consumo. Lembre-se que, não basta
termos ideias criativas, mas elas precisam ser aceitas pelas pessoas e encaradas com bons
olhos, não é mesmo? Além desse exercício que estimula a criatividade, outros podem ser
ativadores essenciais para aqueles que ainda possuem dificuldade na libertação mental.
Veremos mais alguns exercícios propostos pelos autores Dias, Enumo e Azevedo Junior

60
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
(2004); Cavalcanti (2006); De Cássia Nakano (2011).

1. Coloque-se num ambiente favorável à criatividade:


Você nunca terá boas ideias num quarto bagunçado. Você está gastando um tempo
valioso tentando encontrar o pedaço de papel de que precisa, pois, a mesa está cheia
de sobras de almoço, xícaras de café e documentos. Antes de criar uma ordem em seus
pensamentos, você precisa definir uma ordem ao redor de você, afinal, o ambiente de
trabalho afeta a maneira como você pensa e trabalha. Quando perceber que você não
está em organizado (a), comece personalizando seu ambiente. Limpe a mesa e você
mudará imediatamente para o modo criativo. Você também deve mudar de localidade.
Isso permitirá que sua mente responda de maneira diferente.

2. A primeira solução pode não ser a melhor:


Pense mais: Quando temos um problema, buscamos algumas soluções mentais, não
é mesmo? Se você estipulou 9 soluções diferentes, saiba que as primeiras 3 ideias (o
primeiro terço) são óbvias. Seu cérebro começou a entrar no modo criativo durante o
segundo terço das ideias, então eles têm algo mais a oferecer. Finalmente, depois de ter
saído das zonas de conforto, você começou a pensar nas soluções mais criativas. Assim,
a recomendação é pensar em tantas ideias quanto possível, para que você possa obter o
mais inesperado e incomum “terceiro terço”.

3. Faça todas as perguntas certas:


Reformular o problema é uma das abordagens mais eficazes para despertar o estado
criativo da mente. Quando você não tem uma solução definitiva, precisa fazer todos
os tipos de perguntas que o levarão em direções diferentes. Por exemplo, vamos tentar
encontrar uma solução para alguém que não pode concluir um curso profissionalizante.
Essa pessoa começa a se perguntar: “O que eu preciso fazer para conseguir isso? Como
posso fazer mais trabalho em menos tempo? E se eu não conseguir escrever? Posso obter
ajuda? É isso! ”Todas as perguntas podem levar a respostas inesperadas que podem ser a
possível solução do problema.

4. Pratique:
Sim; a criatividade pode e deve ser praticada! Esse estado de espírito pode atingir você

61
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
naturalmente de tempos em tempos, mas não há sucesso sem riscos e falhas. Você precisa
ter tantas ideias quanto possível, analisá-las e experimentá-las! Se você quiser fazer algo
que não tenha sido feito antes, não será mais seguro. Não se decepcione se você perceber
que a maioria de suas ideias não são tão boas. Se você não está descartando o suficiente,
isso significa que você não tentou obter muitos deles.

5. Fique consciente:
Você não pode calar sua razão quando está pensando em novos conceitos. Você precisa
de muitas de informações que já estão disponíveis em sua mente. Observe e examine
sua base de conhecimento e preste atenção a todos os detalhes. Analise suas ideias e
pense em como elas se desenvolveriam se você desse os primeiros passos em direção à
realização. Não deixe as coisas ao acaso! Mesmo as ideias que parecem inúteis a princípio
podem levá-lo na direção certa.

6. Ligue os pontos:
Suas ideias parecem muito semelhantes a algo que já está disponível? Isso é bem
possível. Você dificilmente irá pensar em uma ideia completamente única. A chave
para a criatividade está em conectar os pontos - você pode usar as contribuições de
outras pessoas e combiná-las em um padrão criativo. Então, você estará a caminho de
desenvolver uma ideia totalmente nova.

7. Você precisa de restrições:


Não use todas as ferramentas e recursos que você usa. Por exemplo, digamos que você
esteja tentando ter uma nova ideia de negócio e comece a experimentar todos os métodos
de despertar da criatividade que descobrir. O fluxo criativo pode ser confuso, mas isso
não significa que você deve adicionar ainda mais confusão. Às vezes, a simplicidade é a
melhor solução. Planeje o processo, use apenas as ferramentas de que você precisa e não
complique muito as coisas. Criatividade não precisa de uma abundância de recursos.
Após ver esses processos criativos, que tal executarmos novamente o exercício? Para
isso, considere todos os tópicos que discutimos até agora.

62
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
EXERCÍCIO
Vamos ativar a sua criatividade? Você possui esse quadro branco. Liberte-se e
utilize esse espaço para estimular a sua criatividade. Vamos testar?

63
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
Como você se saiu nesse segundo exercício? Você pode comparar a primeira com a
segunda atividade, que tal? Aos poucos você perceberá que, mesmo as pessoas que
possuem mais dificuldades para dar liberdade à criatividade, com a aplicação prática esse
processo se tornará cada vez mais leve. Faça todos os exercícios propostos nesse capítulo
e assista os filmes indicados, e ao longo dessa disciplina sua mente estará cada vez mais
criativa.

Nesse capítulo vimos:


• Os diversos bloqueios da criatividade e seus impactos para mente humana.
• Diversos casos de reflexão, dicas e exercícios que podem estimular a sua
criatividade.
• Que não há diferença física entre o lado esquerdo e direito do cérebro, quando
avaliamos os estímulos da criatividade humana.
• Identificamos que a criatividade envolve a redução da Ativação da Rede de
Controle Atencional, e essa redução nos ajuda a nos inspirar e criar novas ideias.
• Estudamos o modelo S.C.A.M.P.E.R que foi proposto por Alex Faickney Osborn em
1953 e foi desenvolvido por Bob Eberle em 1971.

CHAT/FÓRUM
Utilize a plataforma CHAT ou FÓRUM da Uniavan e mostre as imagens que você
utilizou para estimular a sua criatividade. Não esquece de mostrar o antes e o
depois dos estímulos que vimos nesse capítulo. O antes e depois de cada pessoa
renderá uma discussão bem interessante com os estudantes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nessa unidade estudamos que existem diversos bloqueadores da criatividade, embora


existam diversos exercícios que podem estimular a nossa capacidade mental. Todas as
nossas percepções individuais podem impactar no nosso desempenho, seja na vida
pessoal ou na profissional. Cabe a cada pessoa fazer exercícios diários que possam, de

64
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
fato, estimular o cérebro.
Agora que você já compreendeu o que se trata a criatividade, os bloqueios e os
ativadores, no próximo capítulo iremos discutir a Classificação, os Tipos de Inovação
e Cultura da Inovação. Esses tópicos são muito importantes para as empresas pois se
dividem em: inovação em produto, em processo, organizacional e em marketing.

SAIBA MAIS:
Para finalizar, que tal uma leitura complementar sobre esses assuntos? Para
isso, sugiro que você leia o artigo intitulado: A Criatividade para o desenvolvimen-
to de produto inovador de moda, dos autores Puls, Rosa e Filho (2015). Nesse estudo, os autores
apresentam os resultados parciais de uma pesquisa, desde a construção de referencial teórico,
com base nas informações e contribuições da bibliografia especializada, quanto no levantamen-
to das fontes primarias, a serem utilizadas na primeira etapa da pesquisa de campo, relativa à
moda da década de 50, do século XX. Boa leitura!

AUTO ATIVIDADE
A partir dos textos dessa unidade, vamos responder as questões a seguir.
a) O que pode ser feito para diminuir ou inibir os bloqueadores da criatividade?
b) Porque algumas pessoas são mais criativas que outras?
c) Quais as vantagens dos indivíduos mais criativos?

EXERCÍCIO FINAL

4) No ambiente de trabalho é imprescindível a presença de um líder que conheça


bem a sua equipe, ouça atentamente os colegas e valorize a ajuda deles. São aspectos
importantes no relacionamento interpessoal, exceto:
a. Dinâmico

65
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
b. Criativo
c. Prepotente
d. Adaptável
e. Ágil

5) O colaborador precisa apresentar um comportamento multifuncional, atento à


cultura da organização e ao mercado, desenvolvendo um trabalho colaborativo, criativo,
de facilitação junto a sua equipe de trabalho e, principalmente,
a. definindo e decidindo as estratégias de situações rotineiras, visando o seu sucesso
e o reconhecimento de seus superiores.
b. envolvendo-se deliberadamente nos projetos de sua área, assumindo as decisões
conforme suas experiências profissionais e sua própria determinação.
c. apresentando as diversas dificuldades da rotina administrativa de seu
departamento aos seus superiores imediatos.
d. empenhando-se de forma árdua, fiel e única para o atendimento das necessidades
de sua chefia.
e. dedicando-se e facilitando as rotinas de sua área, de seus superiores e de toda a
organização como um todo.

6) Para que seja possível desenvolver a cultura empreendedora dentro de uma


organização, é importante criar as condições necessárias para estimulá-la e estabelecê-
la. Correspondem às combinações de dimensões de uma orientação empreendedora:
a. reatividade, capacidade de inovação, autonomia e aversão a riscos.
b. agressividade competitiva, reatividade, assunção de riscos e capacidade de
inovação.
c. pouca autonomia, pro atividade, capacidade de inovação e aversão a riscos.
d. capacidade de inovação, aversão a riscos, reatividade e agressividade competitiva.
e. assunção de riscos, capacidade de inovação, pro atividade e autonomia.

REFERÊNCIAS

CAVALCANTI, Joana. A criatividade no processo de humanização. 2006.

CAMARGO, Maristela Gomes. CRIATIVIDADE: REFLEXÃO E ANÁLISE COMPARATIVA


DE SEUS MÉTODOS DE ATIVAÇÃO COM MÉTODOS APLICADOS NA DISCIPLINA DE

66
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
CRIAÇÃO. 2º CONTEXMOD, v. 1, n. 2, p. 13, 2014.

CORAZZA, Rosana Icassatti. Criatividade, inovação e economia da cultura: abordagens


multidisciplinares e ferramentas analíticas. Revista Brasileira de Inovação, v. 12, n. 1, p.
207-231, 2013.

DEWES, Fernando et al. Ambientes e estímulos favoráveis à criatividade aplicada a


processos de inovação de produtos. Revista Venezolana de Gestión Tecnológica
(Espacios), v. 38, n. 8, p. 6, 2012.

DIAS, Tatiane Lebre; ENUMO, Sônia Regina Fiorim; AZEVEDO JUNIOR, Romildo Rocha.
Influências de um programa de criatividade no desempenho cognitivo e acadêmico de
alunos com dificuldade de aprendizagem. Psicologia em Estudo, v. 9, n. 3, p. 429-437,
2004.

NAVEGA, Sérgio. De onde vem a criatividade. Intelliwise Artificial Intelligence


Research, 2000.

SERRAT, Olivier. The SCAMPER technique. In: Knowledge Solutions. Springer,


Singapore, 2017. p. 311-314.

SILVA, Izabella Brito; NAKANO, Tatiana. Modelo dos cinco grandes fatores da
personalidade: análise de pesquisas. Avaliaçao Psicologica: Interamerican Journal of
Psychological Assessment, v. 10, n. 1, p. 51-62, 2011.

SILVA FILHO, Antonio Mendes. Inovação requer criatividade e informação. Revista


espaço acadêmico, v. 10, n. 111, p. 21-25, 2010.

TERRA, José Cláudio Cyrineu. Gestão da criatividade. Revista de Administração, v. 35,


n. 3, p. 38-47, 2000.

VELLOSO FILHO, Fernando. Considerações sobre a criatividade nas organizações. Revista


de Administração Pública, v. 33, n. 2, p. 129-145, 1999.

67
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
68
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
3
unidade
CLASSIFICAÇÃO E
TIPOS DE INOVAÇÃO.
CULTURA DA INOVAÇÃO.

69
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
INTRODUÇÃO À UNIDADE

Aluno (a). Durante essa disciplina já vimos duas diferentes unidades, e agora,
partiremos para a inovação organizacional, e temos como objetivo: Identificar as
diferentes classificações e os tipos de inovações existentes na teoria e nas práticas
organizacionais. Além desse objetivo, também teremos a função de: Reconhecer a
cultura da inovação, a sua aplicabilidade e a implementação nas organizações.
Lembra do quanto é importante essa força às pessoas e às organizações? Já entendemos na
Unidade 1, que a inovação é a transposição prática da criatividade, mas existem diferentes
tipos e culturas da inovação. Esse será o conteúdo da Unidade 3 dessa disciplina.
É importante que você entenda essas diferenças, afinal a inovação possuir classificações
e aplicabilidades bem diferentes entre si, como por exemplo: a inovação em produto, em
processo, em marketing e na organizacional.

3.1 CLASSIFICAÇÃO, TIPOS DE INOVAÇÃO E CULTURA DA INOVAÇÃO

Inovação em seu significado é interpretada como a aplicação de melhores soluções que


atendem a novos requisitos, necessidades não articuladas ou necessidades de mercado
existentes. Essa inovação ocorre por meio do fornecimento de produtos, processos,
serviços, tecnologias ou modelos de negócios mais eficazes que são disponibilizados
aos mercados, governos e sociedade (TOMAÉL, ALCARÁ, CHIARA 2005; LEMOS, 2009).
Uma inovação é algo original e mais eficaz e, consequentemente, novo, que invade o
mercado ou a sociedade. Mas dentro de todo esse conceito, existem quatro diferentes
abordagens para a aplicação da inovação: produto, processo, marketing e organização.
Vamos conhecer cada um deles a seguir.

3.1.1 Inovação de produto

Nesta classificação, a inovação ocorre quando ideias criativas sobre bens e serviços
acontecem. Aqui, a inovação pode ser conduzida em aspectos técnicos ou introduzindo

70
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
diferentes componentes e materiais em produtos novos ou já existentes (BARBIERI, 2012;
STEFANOVITZ, NAGANO, 2014). Essa classificação pode vir de três formas diferentes:

a) o desenvolvimento de um novo produto nunca existente,


b) uma melhoria ou adaptação no desempenho de um produto que já existe; e
c) um novo recurso para um produto já comercializado, como por exemplo as janelas
elétricas para um carro.

EXERCÍCIO
O que vem na sua mente quando você pensa em inovação de produtos?
E qual exemplo você teria para contar?
Não se esqueça que dentro dessa classificação existem 3 diferentes tipos:
• novos produtos que nunca existiram;
• adaptação de um produto já existente e;
• um novo recurso para um produto já comercializado no mercado.

SUGESTÃO DE FILME:
JOGADA DE GÊNIO (MARC ABRAHAM, 2008)
O professor universitário e inventor Robert Kearns desenvolve um limpador de
para-brisas intermitente, e ele acredita que sua mulher, seus filhos e ele não precisarão mais se
preocupar com dinheiro pelo resto da vida. Apesar da invenção ser um sucesso entre as gran-
des montadoras em Detroit nos anos 1960, Robert é forçado a sair de cena. Então, ele entra na
justiça contra a indústria de automóveis que roubou a sua ideia.

71
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
3.1.2 Inovação de processo

Essa classificação inclui métodos novos e aprimorados de produção. Por exemplo,


uma empresa pode trazer inovação nos processos de fabricação ou introduzir uma
mudança criativa no fluxo tecnológico. Um novo método de entrega também vem sob
esta classificação. Inovação de processos irá melhorar a qualidade da produção e reduzirá
o seu custo total (BARBIERI, 2012; ARAÚJO, ARAÚJO, 2013).
O processo de inovação pode ser visto no uso de códigos de barras, scanners e Internet,
que permite ao cliente rastrear seus pacotes, por exemplo. Além disso é importante
entender que, o processo é a combinação de recursos, habilidades e tecnologias usadas
para produzir, entregar e oferecer suporte a um produto ou um serviço.
Dentro dessas categorias, existem inúmeras maneiras de melhorar o processo, logo ele
pode incluir mudanças no equipamento e na tecnologia usados na manufatura (incluindo
o software usado no projeto e desenvolvimento do produto), melhoria nas ferramentas,
técnicas e soluções de software usadas para ajudar na cadeia de fornecimento e sistema
de entrega, mudanças nas ferramentas usadas para vender e manter o seu bem, bem
como os métodos utilizados para contabilidade e atendimento ao cliente. Embora a
inovação de produto seja, geralmente, mais visível para os clientes, uma mudança no
processo é normalmente vista e valorizada, também, dentro da organização (BARBIERI,
2012; ARAÚJO, ARAÚJO, 2013).

EXERCÍCIO
Você já pensou quantas coisas do seu dia a dia podem ser feitas diferentes e
chegar no mesmo resultado? Sim, isso é possível! Tente! Mude o meio que você
utiliza para chegar a um objetivo e perceba o quanto essa nova prática pode trazer resultados
mais interessantes para você.

3.1.3 Inovação de marketing

Mudanças inovadoras no design ou embalagem de produtos, métodos de vendas,

72
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
posicionamento e promoção de produtos ou até mesmo precificação, estão sob a inovação
de marketing. Vale destacar que existem muitas sobreposições entre marketing e
gerenciamento da inovação. Por exemplo, analisar tendências, pesquisar as necessidades
dos clientes e definir a política de produtos no mix de marketing com o desenvolvimento
de produtos e o design de produtos também são tarefas que podem ser encontradas na
função de gerenciamento de inovação (HOOLEY, SAUNDERS, PIERCY, 2005).

EXERCÍCIO
Faça uma lista e procure na internet as diferentes embalagens que, com o pas-
sar do tempo, passaram por algum tipo de alteração. Na dispensa da sua cozinha,
muitos produtos sofreram alteração no seu formato, no rótulo e até mesmo no design da marca.
Experimente!

SUGESTÃO DE FILME
AMOR POR CONTRATO (DERRICK BORTE, 2010)
Os Jones formam uma família aparentemente perfeita. Tanto Steve (David
Duchovny) e sua esposa Kate (Demi Moore) quanto seus filhos Mick (Ben Hollin-
gsworth) e Jenn (Amber Heard) são bonitos, populares e confiantes. Além disto, a casa dos
Jones é luxuosa e repleta de aparelhos de ponta. A situação provoca a inveja dos vizinhos, espe-
cialmente em Larry (Gary Cole) e Summer Symonds (Glenne Headly). Só que este é exatamente
o desejo que os Jones querem causar. Eles não formam uma família de fato e são, na verdade,
funcionários da empresa LifeImage. Os Jones são a mais nova estratégia de marketing da em-
presa, que resolveu inserir famílias em mercados de luxo de forma a dar vida aos seus produtos.

73
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
3.1.4 Inovação organizacional

Nesta categoria, a inovação ocorre na relação externa e interna da organização. A


inovação pode ocorrer na estratégia, estrutura, habilidades e no estímulo cultural. O
principal objetivo aqui é melhorar o desempenho dos negócios, reduzindo os custos
administrativos e de transação, melhorando a satisfação no trabalho e reduzindo os
custos de fornecimento. Ao falar sobre inovação de modelos de negócios, sem dúvida,
nomes como AirBnB, Uber ou Spotify aparecerão (BIGNETTI, 2002; BONINI, SBRAGIA,
2011).
Esses são exemplos perfeitos de empresas que mudam rapidamente e que conseguiram
atrapalhar os mercados milenares (táxis, hotéis e música) modificando ou invertendo o
modelo de negócios tradicional da indústria. Por causa dessas potências, muitos podem
presumir que apenas startups são capazes de inovar em massa modelos de negócios.
As Startups têm uma grande vantagem devido à sua capacidade de iterar e adaptar
seus modelos, pois estão no processo de criação de um projeto inicial de modelo de
negócios. No entanto, existem várias organizações grandes e bem estabelecidas que se
apoiaram em suas vantagens de uma base maior de clientes e recursos maiores para
desafiar seu modelo de negócios existente e romper a si mesmos (BIGNETTI, 2002;
BONINI, SBRAGIA, 2011).

EXERCÍCIO:
Folha e caneta na mão! Liste 10 empresas que, na sua percepção, fazem
parte dessa classificação. Após esse processo, em forma de tópicos, justifique
os porquês você considera ela inovadora. Entender os porquês essas empresas
são mais criativas e reagentes ao mercado poderá auxiliar você debater melhor sobre o tema e
enxergar novas possibilidades de mercado.

Agora que você entendeu que a inovação pode acontecer em quatro diferentes
classificações, vamos identificar os tipos de inovações existentes no mercado. Tais tipos
são divididos em: radicais, incrementais, substancial e disruptivas. Elas estão divididas
em um quadrante, que mede o grau de inovação e responde a seguinte pergunta: quão

74
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
nova é a inovação?

PARA REFLETIR
Muitos pesquisadores têm utilizado uma nova palavra para se questionar o
quão nova é uma inovação. Essas pessoas chamaram de “inovatividade”, ou seja,
qual o grau de inovatividade dos produtos, do marketing, das empresas ou dos processos?
Inovatividade se refere a medição da inovação no mercado de consumo.

3.2 TIPOS DE INOVAÇÃO

O quadrante utilizado para identificar o tipo de inovação foi desenvolvido e adaptado


por diversos autores (DARROCH, MCNAUGHTON, 2002; OKE, 2007; TÖDTLING,
LEHNER, KAUFMANN 2009) e é dividida em quatro pilares:

a. radical;
b. incremental;
c. substancial;
d. disruptiva.

A primeira, Radical é aquela que provoca impacto no mercado, estimula reações de


admiração, mas também de espanto dos consumidores. Em muitos casos, a inovação
incremental não é mais suficiente para competir em mercados em rápida mudança.
Especialmente em tempos de mudança digital, as empresas devem questionar
radicalmente as estruturas existentes, ofertas e modelos de negócios. A empresa tem que
desenvolver soluções com a ajuda de métodos de inovação rápidas, flexíveis e crescentes.

75
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
SUGESTÃO DE LIVRO
Gestão da inovação mais radical
Gestão da Inovação mais Radical é
um dos tópicos mais relevantes para as organizações
atualmente. Mais radical significa não apenas aquelas
raras inovações muito disruptivas, mas também um
grande conjunto de projetos de inovação envoltos
em muitas incertezas, o que é muito comum tanto
em empresas estabelecidas como em startups.O livro
“Gestão da Inovação Mais Radical” é uma contribui-
ção dos autores Mario Sergio Salerno e Leonardo A.
de Vasconcelos Gomes útil para um desafio organi-
zacional permanente e que foca no assunto de forma
descomplicada, mas com rigor conceitual e metodoló-
gico, o que o faz ser indicado para profissionais e gestores em organizações, e para pesquisado-
res e alunos de graduação e pós-graduação. Também desenvolve um modelo de como gerenciar
a inovação mais radical: o Hipercubo da Inovação. Baseados em anos de pesquisa e relação
com empresas, no Brasil e no exterior, a obra apresenta como as empresas podem dominar a
dinâmica da inovação mais radical, aprendendo a criar valor a partir da gestão de incertezas e
da organização para inovar mais radicalmente.
SALERNO, Mário Sérgio; DE VASCONCELOS GOMES, Leonardo Augusto. Gestão da inovação
mais radical. Elsevier Brasil, 2018.

As profundas mudanças da inovação radical estão transformando mercados inteiros,


substituindo produtos familiares e criando categorias de produtos completamente novas.
Se uma empresa escolhe o caminho da inovação radical, ela se torna um impulsionador de
inovação, criadora de tendências e de mercado. As proposições de venda e as vantagens
competitivas tornam-se consideravelmente maiores (DARROCH, MCNAUGHTON, 2002;
OKE, 2007; TÖDTLING, LEHNER, KAUFMANN 2009).
A inovação radical não pode ser aplicada à todas organizações como um modelo.
Portanto, é importante descobrir quão profundas as mudanças devem ser e que tipo
de inovação a empresa está buscando. Em seguida, as ferramentas de gerenciamento

76
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
corretas podem ser selecionadas e usadas. As empresas que implementam inovações
radicais geralmente têm uma forte capacidade de inovação.

Figura 11. Grupos de trabalho fomentam a criatividade


Fonte https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/successful-entrepreneurs-business-people-achie-
ving-goals-597162353?src=CrjqKPd_ICUIauklKriMHw-2-3&studio=1: Acesso: 19 de junho de 2019.

Um clima favorável dentro das organizações permite que seus funcionários sejam mais
criativos e inovadores. Ter boas relações, trabalho em equipe e ser amigos das pessoas
que dividem as mesas de trabalho facilitarão a inovação da organização.
Um clima criativo, favorável à inovação, apoiado e exemplificado pela administração,
abre caminho para a introdução de inovações radicais. Os funcionários devem aprender
a mudar seus padrões anteriores de pensamentos e ações. Novos funcionários com
uma formação profissional diferente trazem perspectivas estimulantes. Obstáculos
à inovação devem ser identificados e removidos. Muitas vezes há uma lacuna entre a
estratégia de inovação e a cultura da inovação (DARROCH, MCNAUGHTON, 2002; OKE,
2007; TÖDTLING, LEHNER, KAUFMANN 2009).

PARA REFLETIR
Quais são os exemplos que você pode listar sobre Inovações Radicais? Sabe-

77
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
mos que elas provocam um impacto considerável no mercado de consumo, certo! Quais empre-
sas e produtos você considera radical?

Já a segunda, Incremental, é aquela que possui uma série de pequenas melhorias em


um produto ou linha de produto existente que geralmente ajuda a manter ou melhorar
sua posição competitiva ao longo do tempo. Inovação incremental é usada regularmente
dentro dos negócios de alta tecnologia por empresas que precisam continuar a melhorar
seus produtos para incluir novos recursos cada vez mais desejados pelos consumidores
(DARROCH, MCNAUGHTON, 2002; OKE, 2007).
No atual cenário de negócios em constante mudança, a inovação incremental muitas
vezes pode ser subestimada quando comparada a outros tipos de inovação. Os líderes de
negócios muitas vezes afirmam taxas elevadas de falhas de inovação, variando entre 70 a
98%. Entender com esse nível de falha faz com que as mudanças incrementais pareçam
atraentes ao considerar o risco associado aos investimentos em inovação.
Inovação incremental é caracterizada por:
a. Utilizar ou aprimorar as principais competências e capacidades atuais.
b. Modificações tecnológicas de plataformas, produtos ou serviços existentes.
c. Responder às necessidades dos clientes identificadas a partir das ofertas atuais.
d. Um caminho ou processo mais previsível, particularmente no que diz respeito aos
custos.
e. Frequentemente seguindo um processo formal de estágio.
f. Prolongar a vida de mercado de um produto ou serviço enquanto sustenta a
competitividade dos produtos existentes no mercado.
g. Possibilitar crescimento contínuo com baixo risco.

Em alguns casos, essas melhorias incrementais podem fornecer vantagem para os


participantes existentes do setor à medida que aproveitam o conhecimento, os recursos
e os processos existentes. Esse tipo de inovação também pode reconfigurar os recursos
atuais para atender a um novo uso ou necessidade.

PARA REFLETIR
A Inovação Incremental é mais frequentemente utilizada pelas organizações,

78
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
ou seja, em todo o momento as empresas reavaliam os seus produtos identificando novas for-
mas de fabricação e uso do mesmo. Quais exemplos você pode me listar?

O terceiro pilar é a inovação Substancial, também conhecida por Semi-Radical. Do


ponto de vista da empresa, a inovação semi-radical envolve mudanças substanciais
em qualquer tecnologia de uma organização ou em seu modelo de negócios, mas
não em ambos. Além disso, quando ocorre uma mudança substancial da tecnologia,
também envolve pequenas mudanças do nível de negócios ou vice-versa (DARROCH,
MCNAUGHTON, 2002; OKE, 2007; TÖDTLING, LEHNER, KAUFMANN 2009).
Um exemplo pode ser o sucesso do Wal-Mart, onde a mudança substancial aconteceu
no modelo de negócios. Com uma cadeia de suprimentos sobrecarregada que reduziu
drasticamente os custos, o Wal-Mart conseguiu aplicar o modelo de negócios do
supermercado ao varejo, abriu um grande espaço nas lojas e forneceu uma grande
variedade de produtos a preços de desconto. Outro bom caso é a DELL, sua mudança no
modelo de negócios também foi substancial, o que exigiu pequenas mudanças em seu
processo e tecnologias facilitadoras (como o gerenciamento da cadeia de suprimentos e
as tecnologias da Internet).
Por fim, a inovação Disruptiva. Nos negócios, uma inovação disruptiva é uma inovação
que cria uma nova rede de mercado e valor e, eventualmente, interrompe uma rede de valor e
mercado existente, deslocando empresas, produtos e alianças líderes de mercado. Nem todas
as inovações são disruptivas, mesmo que sejam revolucionárias (DARROCH, MCNAUGHTON,
2002; OKE, 2007). Os primeiros automóveis no final do século 19 não foram uma inovação
disruptiva, porque os primeiros automóveis eram itens caros de luxo que não incomodavam
o mercado de veículos puxados por cavalos. O mercado de transportes essencialmente
permaneceu intacto até a estreia do Ford Model T, de menor preço, em 1908.

EXERCÍCIO
Além do exemplo do carro produzido pela Ford, em 1908, quais outros exem-
plos você consegue apontar para as Inovações Disruptivas? Papel e caneta na
mão! Descreva ao menos 10 produtos ou empresas que realizaram essa atividade.

79
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
SUGESTÃO DE FILME:
QUEM MATOU O CARRO ELÉTRICO? (CHRIS PAINE, 2006)
Who Killed the Electric Car? É um documentário de 2006 que retrata o desen-
volvimento, a comercialização e a retirada do mercado de veículos elétricos, especialmente o
General Motors EV1 dos anos 90. O filme aborda os papéis da indústria automotiva, da indústria
petrolífera, do governo norte-americano, das baterias, dos veículos movidos a hidrogênio e dos
consumidores na breve vida dos carros elétricos durante os anos 90.

O automóvel produzido em massa foi uma inovação disruptiva, porque mudou o


mercado de transporte, enquanto os primeiros trinta anos de automóveis não. Inovações
disruptivas tendem a ser produzidas por pessoas de fora e por empreendedores em
startups, em vez de empresas líderes de mercado.
O ambiente de negócios dos líderes de mercado não lhes permite buscar inovações
disruptivas quando elas surgem, porque elas não são lucrativas o suficiente no início e
porque seu desenvolvimento pode tirar recursos escassos de sustentar inovações (que
são necessárias para competir com a concorrência atual) (DARROCH, MCNAUGHTON,
2002; OKE, 2007).
Um processo disruptivo pode levar mais tempo para se desenvolver do que pela
abordagem convencional e o risco associado a ele é maior do que as outras formas de
inovação mais incrementais ou evolutivas, mas uma vez implantado no mercado, ele
alcança uma penetração e um grau mais rápido impacto nos mercados estabelecidos.

3.3 CULTURA DA INOVAÇÃO

É evidente que está cada vez mais difícil uma empresa apresentar um diferencial, em
um âmbito tão complexo e competitivo, dos quais muitas organizações abrem e fecham
as portas todos os dias. A criatividade se torna cada vez mais importante, afinal não basta
ter um produto ou serviço de qualidade se este não é apresentado ao mercado de maneira
inovadora, assim cativando seu público. Isso também ocorre dentro das organizações, do
qual o ser criativo na hora de gerir ou implementar processos, pode representar o sucesso

80
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
ou fracasso das mesmas (SARAIVA, 2002; PIRES, MACÊDO, 2006).

Figura 12. Trabalho em equipe


Fonte:https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/busines-
s-team-stack-hands-support-concept-518277853?src=CrjqKPd_ICUIauklKriMHw-1-36&studio=1 Acesso:
19 de junho de 2019.

Conforme a Figura 12, empresas que fomentam a cultura da inovação e de participação de


todos os seus colaboradores têm ganhado muito destaque no ambiente de negócios. Diversos
casos de sucesso foram registrados, como por exemplo a Apple, o Wallmart e a Dell.
Entende-se que muito da criatividade de um indivíduo está ligada ao seu ambiente de
trabalho, aos recursos disponibilizados, o clima organizacional entre outros fatores, que
podem tanto influenciar positivamente como negativamente o colaborador. Existem muitos
atributos conectados a criatividade, dentro deste contexto as características desfavoráveis
são: falta de motivação, inflexibilidade reforçada por preconceitos, falta de habilidades ou
experiência, socialmente despreparada que não se relaciona bem com outros.
Em contrapartida um elenco de características positivas são: uma iniciativa,
independência, persistência, autoconfiança, coragem, habilidades cognitivas especiais
como flexibilidade, conhecimento na área, habilidades em grupo entre outras (SARAIVA,
2002; GODOY, PEÇANHA, 2009).

81
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
SUGESTÃO DE FILME
TRUCKER: UM HOMEM E SEU SONHO (FRANCIS FORD COPPOLA, 1988).
Preston Tucker cria um carro excêntrico de três faróis, que ele vislumbra como
o “carro do futuro”. Naturalmente, os grandes empresários não toleram a competição e, com a
ajuda de vários políticos, esmagam o carro e o homem que o construiu. Nesse filme, você obser-
vará as relações entre as pessoas, as culturas organizacionais e a ligação com a criatividade e a
inovação.

A manifestação de criatividade não está relacionada somente aos fatores intrapsíquicos


do indivíduo, como suas vontades, estilo de vida, valores, motivação ou características
de pensamento, mas está intrinsecamente ligado ao ambiente ao qual o indivíduo se
encontra, podendo este influenciar a capacidade criativa ou inibir a sua expressão
(FLEURY, 1993). Neste sentido, diversos estudos tiveram como objetivo investigar os
distintos aspectos relativos a três eixos centrais da motivação, sendo eles:
a) As características pessoais que se relacionam com criatividade;
b) Os fatores de ordem sociocultural; e
c) O ambiente de trabalho e a criatividade.

Dentre os três eixos, o primeiro trata como um fenômeno de natureza intrapsíquica,


sendo esta, dependente de fatores de um indivíduo como estilo de pensamento onde suas
habilidades cognitivas caracterizam o pensamento divergente, como analítico e crítico;
característica de traços de personalidade como iniciativa, persistência, autoconfiança,
independência de pensamentos e ações; valores e motivações pessoais, sendo estas,
impulsionadas por um interesse apaixonado pelo que faz, cabe salientar que a falta de
tais fatores por parte do indivíduo pode acarretar um relacionamento negativo com a
expressão da criatividade também (FLEURY, 1993).
O segundo eixo trata de fatores de ordem sociocultural, onde o ambiente social é
decisivo e necessário para estimular o desenvolvimento criativo no indivíduo, pois caso
haja influência por parte daqueles que não valorizem a criatividade, que não ofereçam
ambiente necessário é possível que ocorra bloqueios de criatividade neste, e este,
encontre obstáculos sérios ao seu desenvolvimento.
Os valores, os conjuntos de normas que regem e unificam a cultura predominante
existente em uma sociedade, traz influência significativa nas práticas comportamentais

82
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
do indivíduo no seu ambiente de trabalho. Essa integração social o faz adquirir atitudes,
seguir crenças, define sua maneira de agir, pensar e sentir, tornando-o dependente das
características dos padrões dessa sociedade, desenvolvendo suas apetências sociais em
torno do convívio com os demais (FLEURY, 1993; MACHADO, VASCONCELOS, 2007).
Eis o terceiro eixo de Fleury (1993) trata de fatores do ambiente de trabalho e a
criatividade, onde a mesma define que as condições deste ambiente de trabalho têm
impacto profundo tanto nas condições que promovem a criatividade, como nas condições
que a inibem, devido as constantes mudanças de comportamento de mercado, do processo
de globalização e das competições acirradas. As organizações tendem a sofrer enorme
pressão em se manter inovadoras, a buscar e capacitar líderes que venham a cultivar
um ambiente criativo, que ofereçam recursos para se realizar o trabalho e condições a
facilitar uma abertura a criatividade por meio da motivação que é elemento catalisador.
Além do que foi citado previamente, a cultura também é um fator preponderante na
criatividade, ou seja, os costumes, tradições da sociedade e do ambiente de trabalho
influenciam o indivíduo. Conforme pode se verificar ao estudar personagens históricos
como artistas renascentistas, cientistas, e outras figuras influentes, que tiveram suas
ideias rejeitadas por um período e depois aceitas quando a sociedade mudou seu
pensamento, muitos destes foram engrandecidos apenas após sua morte (MACHADO,
VASCONCELOS, 2007).

Figura 13. Respeito no ambiente de trabalho


Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/grateful-boss-handshaking-employee-congratu-
lating-job-1075401590?src=vNhip8Cv-RDZyrbpw75hqw-1-15&studio=1Acesso: 19 de junho de 2019.

83
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
Respeitar e valorizar o trabalho do indivíduo, respeitar as potencialidades, para que
o mesmo possa livremente por em prática ideias inovadoras, pois sem essa cultura de
ambiente dificilmente o colaborador irá se interessar em expressar ideias novas. Pois,
sem estímulos, com ausência de espírito de equipe e com um clima onde predomina o
autoritarismo e a intransigência, o estímulo, a dependência e a passividade serão mais
evidentes do que o poder da iniciativa e da criatividade.
A cultura japonesa por exemplo, que prega o coletivo, muitas horas de trabalho,
juntamente incentivo ao funcionário se identificar com a missão da empresa, do
qual o funcionário e seus familiares devem ser gratos pela oportunidade de emprego
(MACHADO, VASCONCELOS, 2007).
No que tange a correlação entre a inovação e o ambiente organizacional representado
aqui pela cultura, é fato que as empresas sofrem pressão constante para ser inovadoras
em seus produtos, a fim de captar a atenção dos consumidores e superar a concorrência
(ROMAN, 2012).
A partir disso a gestão tem papel muito importante para incentivar os colaboradores
a serem criativos, como manter a mente aberta as ideias, dar segurança, suporte, assim
como premiações, gestores confiantes e preparados para motivar os colaboradores.
Alimentar o comprometimento com as metas organizacionais, criando um clima
agradável de trabalho, porém sabe-se que muitas empresas tem um ambiente que
desmotiva a criatividade, baseado no preconceito e intolerância, assim como clima
pesado e dificuldade em realizar mudanças (ROMAN, 2012).
Então considera-se um diferencial positivo para as empresas, investir em pessoas
criativas e recompensar ideias inovadoras, afinal o capital humano é muito importante e
em um ambiente de confiança, respeito as ideias, onde se compartilham informações e se
desenvolvem grandes ideias. Não é mesmo? Essa prática irá aumentar a competitividade
da organização, seus padrões de qualidade e podem implicar em diminuição de
desperdícios, trazendo uma imagem positiva da organização para a sociedade, onde os
principais agentes de marketing serão os próprios colaboradores (BARAÑANO, 2005).
Ainda é importante esclarecer que, com a vinda da era do conhecimento, as novas
tecnologias que permitem as pessoas conhecer as informações em tempo real, juntamente
com abundância de organizações vendendo produtos similares e as constantes
mudanças que ocorrem no dia a dia, apostar apenas em valor monetário como diferencial
competitivo, já não é tão efetivo. Dentro deste contexto, percebe-se que as empresas que
apresentam criatividade e inovação se destacam no mercado.
Muitos estudos de cultura organizacional mostram que a criatividade e a inovação dos
indivíduos não estão ligadas apenas a características intrínsecas, mas também a fatores
externos como a cultura da sociedade e da empresa. Partindo dessa premissa as pesquisas

84
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
indicam que criar um ambiente organizacional onde as ideias são aceitas, os gestores
estão preparados e o clima de trabalho é bom, são incentivos para o desenvolvimento
da criatividade dos colaboradores e como consequência um retorno positivo para as
empresas adeptas a tais mudanças (BARAÑANO, 2005).

PARA REFLETIR
Como é o seu desempenho na empresa que você atua? Quem sabe alterar a
sua mesa de trabalho, colocando alguns objetos pessoais poderão aumentar a
sua liberdade mental para estimular a criatividade e inovação. Diversos estudos científicos têm
apontado bons resultados com esse processo, vamos tentar?

É fato que a criatividade e inovação tem sido um tema reconhecido como fator crucial
que ditará se o sucesso de uma organização será longo ou não. Nos dias atuais onde
a mudança de comportamento de mercado, a crise econômica, com clientes cada vez
mais exigentes que tornam públicas suas insatisfações em redes sociais, as organizações
têm sido cobradas e pressionadas expressivamente há ter uma postura maleável diante
as mudanças. Necessitam estabelecer soluções rápidas e criativas para se manter no
mercado.

CHAT/FÓRUM
Utilize a plataforma CHAT ou FÓRUM da Uniavan e indique o que a empresa que
você trabalha faz para fomentar a criatividade e inovação dos seus funcionários.
Talvez saber algumas práticas de outras empresas poderá render projetos incríveis que podem
ser aplicados na organização da qual você atua, não é mesmo?

As organizações mais “espertas” já perceberam que muitas das soluções que


necessitam advém do seu maior bem, seus colaboradores. São estes que, quando

85
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
respeitados, satisfeitos, motivados e estimulados, convertem-se em forças poderosas de
ideias e soluções para todos os níveis da organização.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Vimos nessa unidade dois grandes tópicos acerca da inovação. O primeiro trata da
classificação e os tipos de inovação nas organizações. Já o segundo, fala da importância
da cultura organizacional para a promoção da inovação na relação de colaboradores e
empresas.
Você já havia se questionado o quanto é importante as empresas realizarem esse tipo
de incentivo? Pois bem, agora você já compreendeu que motivar os funcionários não
basta. É preciso ter um ambiente saudável dentro dos grupos de trabalho e que estimulem
a criatividade das pessoas.

Vamos refletir sobre algumas questões?


1. No seu ambiente de trabalho, há a liberdade nas tomadas de decisões cotidianas?
Você possui liberdade de ação na sua rotina organizacional?
2. O quanto a sua criatividade e inovação é estimulada pela empresa em que você
atua ou já atuou? Você consegue identificar essa importância para o seu melhor
desempenho?
3. Os seus chefes diretos são aqueles que promovem ambientes sadios e que
estimulam a sua criatividade? Ou você simplesmente executa as atividades e não
possui essa liberdade mental?
4. Qual o tipo de cultura da sua organização? Você concorda com a missão e os valores
da empresa em que você trabalha? Essa missão e os objetivos da empresa estão de
acordo com a sua consciência pessoal?

Esses questionamentos são muito importantes para a reflexão. O objetivo não é


desmotivar você, caso a sua empresa não esteja aberta às novas práticas de trabalho. Muito
ao contrário! Sei que muitas decisões são tomadas todos os dias e a carga de atividades
dentro de uma empresa é muito alta. Mas, questiono: o que você faz para mudar isso?
Quais são as suas práticas de criatividade e inovação? Vamos estudar mais sobre esse
assunto? Então leia o artigo intitulado: Um modelo referencial para a prática da inovação,
dos autores Longanezi, Coutinho e Bomtempo (2008). Nesse artigo os pesquisadores

86
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
indicam que a inovação tem sido mundialmente reconhecida como chave do sucesso das
organizações e indicaram um modelo que trata da importância dos ambientes internos e
externos para o fomento da inovação.

AUTO ATIVIDADE
Nessa unidade estudamos as classificações, os tipos de inovação e a cultura
da inovação. A partir dessas leituras, responda as questões a seguir.
a) Quais são os tipos de inovações existentes?
b) O que seria uma organização voltada a inovação?
c) Qual a relação entre inovação e cultura organizacional?
d) Qual a importância da cultura para o processo de inovação?

EXERCÍCIO FINAL

1) A abordagem da Inovação Aberta (IA) está fundamentada na utilização de esforços


internos ou externos para avançar no desenvolvimento de novas tecnologias. É
necessário que as organizações adotem uma nova forma de pensar para utilização dessa
abordagem, a qual possui inúmeras formas de aplicação. Essa mudança de paradigma
atua na transição do modelo de inovação fechada para o modelo de inovação aberta. Com
base no exposto, pode ser considerado um pensamento concernente à inovação aberta:
a. Quem descobre primeiro, chega com o produto ao mercado primeiro.
b. A lucratividade com P&D depende da descoberta e desenvolvimento interno.
c. O sucesso inovativo da empresa depende da quantidade de boas ideias criadas.
d. Deve-se controlar a propriedade intelectual, de forma que os competidores não
lucrem a partir das ideias da empresa.
e. O P&D externo pode criar valores significativos e o P&D interno é necessário para
se apropriar de parte desse valor.

2) Sobre os atributos de Inovação Tecnológica em uma organização dinâmica:

87
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
I. A invenção do balão pelos irmãos Montgolfier, no século XVIII, é um exemplo de
inovação.
II. Nem sempre a inovação é o resultado da criação de algo totalmente novo mas, com
muita frequência, é o resultado da combinação original de coisas já existentes.
III. Uma organização que estimula a criatividade valoriza, acima de tudo, a disciplina,
a pontualidade, a economia, a racionalidade e a ordem.
IV. Criatividade é a habilidade de aplicar soluções criativas e valiosas a problemas e
oportunidades, compreendendo também a implementação destas soluções.
V. Inovação é a habilidade de desenvolver novas ideias e de descobrir novas formas de
compreender problemas e vislumbrar oportunidades.

a. Estão corretas APENAS as afirmativas I e II.


b. Estão corretas APENAS as afirmativas I, II e V.
c. Estão corretas APENAS as afirmativas II, III e IV.
d. Estão corretas APENAS as afirmativas III e IV.
e. Estão corretas APENAS as afirmativas III, IV e V.

3) Sobre as características da motivação e da criatividade, julgue os itens a seguir.


I - A criatividade resulta com maior frequência da interação e da influência social.
II - As pessoas criativas contribuem de maneira significativa para a eficiência da
organização.
III - A criatividade depende do posto ocupado pelo funcionário na organização.
IV - Criatividade e motivação são dois fatores dissociados. O que move a criatividade
é a possibilidade de ganho financeiro real e não o prazer.
A quantidade de itens corretos é igual a

a. 0
b. 1
c. 2
d. 3
e. 4

88
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
REFERÊNCIAS

ARAÚJO, Alisson Kemis; ARAÚJO, Richard Medeiros. A inovação de processos: um estudo


no segmento de restaurante. CULTUR: Revista de Cultura e Turismo, v. 7, n. 3, p. 176-
196, 2013.

BARAÑANO, Ana María. Gestão da inovação tecnológica: estudo de cinco PMEs


portuguesas. Revista Brasileira de Inovação, v. 4, n. 1, p. 57-96, 2005.

BARBIERI, José Carlos. Organizações inovadoras sustentáveis. Caderno de Inovação, v.


3, p. 5-9, 2012.

BIGNETTI, Luiz Paulo. O processo de inovação em empresas intensivas em


conhecimento. Revista de Administração Contemporânea, v. 6, n. 3, p. 33-53, 2002.

BONINI, Luiz Alberto; SBRAGIA, Roberto. O modelo de design thinking como indutor da
inovação nas empresas: um estudo empírico. Revista de Gestão e Projetos-GeP, v. 2, n.
1, p. 03-25, 2011.

DARROCH, Jenny; MCNAUGHTON, Rod. Examining the link between knowledge


management practices and types of innovation. Journal of intellectual capital, v. 3, n. 3,
p. 210-222, 2002.

FLEURY, Maria Tereza Leme. Cultura da qualidade e mudança organizacional. Revista de


Administração de Empresas, v. 33, n. 2, p. 26-34, 1993.

GODOY, Renata Semensato Pereira de; PEÇANHA, Dóris Lieth Nunes. Cultura
organizacional e processos de inovação: um estudo psicossociológico em empresa de
base tecnológica. Boletim-Academia Paulista de Psicologia, v. 29, n. 1, p. 142-163, 2009.

HOOLEY, Graham J.; SAUNDERS, John A.; PIERCY, Nigel F. Estratégia de marketing e
posicionamento competitivo. Financial Times/Prentice Hall, 2005.

MACHADO, Denise Del Prá Netto; VASCONCELLOS, Marcos Augusto. Organizações


inovadoras: existe uma cultura específica que faz parte deste ambiente?. REGE Revista
de Gestão, v. 14, n. 4, p. 15-31, 2007.

OKE, Adegoke. Innovation types and innovation management practices in service


companies. International Journal of Operations & Production Management, v. 27, n.
6, p. 564-587, 2007.

PIRES, José Calixto; MACÊDO, Kátia Barbosa. Cultura organizacional em organizações


públicas no Brasil. Revista de Administração Pública, v. 40, n. 1, p. 81-106, 2006.

ROMAN, Darlan José et al. Fatores de competitividade organizacional. BBR-Brazilian


Business Review, v. 9, n. 1, 2012.

89
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
SARAIVA, Luiz Alex Silva. Cultura organizacional em ambiente burocrático. Revista de
Administração Contemporânea, v. 6, n. 1, p. 187-207, 2002.

STEFANOVITZ, Juliano Pavanelli; NAGANO, Marcelo Seido. Gestão da inovação de


produto: proposição de um modelo integrado. Produção, São Carlos (SP), v. 24, n. 2, p.
462-476, 2014.

TÖDTLING, Franz; LEHNER, Patrick; KAUFMANN, Alexander. Do different types of


innovation rely on specific kinds of knowledge interactions?. Technovation, v. 29, n. 1,
p. 59-71, 2009.

90
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
4
unidade
GESTÃO DA INOVAÇÃO
E MUDANÇAS.
FERRAMENTAS E
TÉCNICAS PARA A
INOVAÇÃO.

91
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
INTRODUÇÃO À UNIDADE

Aluno (a). Chegamos a última unidade da disciplina. Até agora estudamos os conceitos
da criatividade e os diferentes tipos da inovação, muitos exemplos e diversos exercícios.
Nessa unidade teremos os nossos dois últimos objetivos da disciplina: Compreender a
gestão da Inovação e das mudanças que são aplicadas nas organizações e também:
Analisar as ferramentas e técnicas da inovação que propiciam o aumento da
capacidade criativa das pessoas e organizações. Chegou o momento de estudarmos
a gestão da inovação e mudanças, as ferramentas e técnicas para inovação e alguns
exercícios para praticar a inovação.
Sabemos que o mercado tem mudado constantemente e, essa mudança, tem
impacto as organizações e as pessoas. Nada mais justo que existam ferramentas
tecnológicas de gestão de projetos que proporcionem medir de forma dinâmica os
esforços e mudanças alcançados, permitindo gerar relatórios, indicadores e gráficos
analíticos para tomar as decisões organizacionais. Vamos lá?

4.1 GESTÃO DA INOVAÇÃO E MUDANÇAS

Na atualidade, a Inovação é um dos assuntos de maior destaque no mundo corporativo,


por ser algo indispensável para a competitividade e sustentabilidade dos negócios. No
entanto, não basta inovar para ter bons resultados, é preciso fazer a gestão da inovação.
A gestão da inovação busca fazer a transposição do potencial inovativo de uma empresa
para uma realidade concreta e lucrativa, fazendo então a estruturação de um processo
concreto de inovação, com começo (entradas), meio (processamento) e fim (saídas e
geração de resultados), sendo responsável por sistematizar o processo de criação, seleção,
análise e viabilização técnica e tecnológica de ideias que tragam solução para problemas
e expectativas da empresa e de seus clientes (BARBOSA e TEIXEIRA, 2003)
Neste contexto, é fundamental que haja ferramentas tecnológicas de gestão de
projetos que proporcionem medir de forma dinâmica os esforços e mudanças alcançados,
permitindo gerar relatórios, indicadores e gráficos analíticos. Afinal a inovação é uma
ferramenta importante que precisa ser gerenciada em nível físico, financeiro, técnico,
temporal, humano, intelectual e mercadológico, dentre outros aspectos (ARAÚJO e
ARAÚJO, 2013).

92
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
Como vimos, a gestão da inovação contribui significativamente para alavancar
resultados e estimular o crescimento de uma organização, mas para que esta realmente
funcione, é preciso haver uma estrutura profissional de comando do processo de
inovação. Envolver todos os colaboradores e gerar valor para o público interno e externo
da empresa, afinal a mola propulsora da inovação é a ideia criativa, mas ela não surge em
um ambiente inóspito, necessitando assim de terreno fértil para florescer (MACHADO,
VASCONCELOS, 2007).

Figura 14. Fertilidade criativa


Fonte https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/hi-
gh-angle-view-businessmen-hands-touching-307471286?src=TQ9Wge06Q7oKbE4Rb8Qw-w-1-89&stu-
dio=1: Acesso: 19 de junho de 2019.

Analisando sob essa óptica, Tidd, Bessant e Pavitt (2008) defendem que o processo
de gestão da inovação envolve: a busca de uma abordagem estratégica para a inovação
e para o desafio de sua gestão; o desenvolvimento de mecanismos e estruturas de
implementação efetivos; o desenvolvimento de um contexto organizacional que suporte
a inovação e a construção de interfaces externas efetivas, direcionadas por estratégias
claras, objetivos e visão, ação disciplinada pela coleta sistemática de informações e ação
que eventualmente renova a organização pela mudança.
Assim a gestão da inovação está envolvida diretamente com uma mudança impactante

93
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
no mundo corporativo, pois apesar dos obstáculos técnicos inerentes ao processo de
inovação, constata-se que boa parte dos insucessos se deve a fraquezas no modo como
as inovações são gerenciadas. Necessitando assim, de uma complexa gama de atividades
que precisam acontecer de forma coordenada e sincronizada, afinal, o entendimento
de que a inovação não é um simples evento, mas sim um processo, exige que ela seja
gerenciada como tal (FLEURY, 1993; MACHADO, VASCONCELOS, 2007).
A performance de inovação é obtida pela combinação complexa de elementos
organizacionais, tecnológicos, humanos e mercadológicos. Esse caráter multidimensional,
somado à presença intrínseca de risco e à necessidade de exploração de ativos tangíveis
e intangíveis, faz da inovação um enorme desafio de gestão, pois a disponibilidade de
recursos valiosos e raros, tangíveis e intangíveis, é necessária, mas não garante a inovação.
Trata-se apenas de uma matéria-prima, que deve ser transformada em valor, o que só
ocorre com a gestão da inovação (SARAIVA, 2002; GODOY, PEÇANHA, 2009).
Encarar esse desafio sob o ponto de vista processual é um importante passo, pois os
processos de gerenciamento da inovação são guias que disciplinam e orientam o fluxo de
transformação de oportunidades em produtos inovadores pela utilização dos recursos, e
a presença das incertezas em meio à estas atividades torna os processos que as organizam
peças fundamentais para que a inovação não esteja condenada a ocorrer “por acaso”
(ROMAN, 2012).
Assim conforme os autores Stefanovitz e Nagano (2014), existem elementos da gestão
da inovação que possibilitam a existência de uma cadeia de valor da inovação sendo estes:

• Prospecção: que nada mais é do que entender as tendências de mercado, e criar


uma nova proposta de valor que será entregue ao cliente/consumidor, o que
envolve coleta e análise de informações sobre a existência de oportunidade de se
colocar um elemento novo em um mercado competitivo.
• Ideação: fase responsável por gerar propostas que rompam a fronteira entre o
existente e o desejável, para resolver um problema ou aproveitar uma oportunidade,
afinal boas ideias são a matéria-prima para que haja a inovação.
• Construção da estratégia: as ações prospectivas e de ideação trazem inúmeras
possíveis respostas para a pergunta, vários caminhos podem ser vislumbrados e
uma gama de possibilidades de próximos passos é aberta. Então o desafio é o de
efetivamente construir uma estratégia de inovação para a organização, com base
em informações mercadológicas e tecnológicas.
• Mobilização de recursos: entre a construção da estratégia e a sua implementação,
há um importante passo de definição de quais recursos serão responsáveis pela
execução. Quando há atividade de desenvolvimento tecnológico envolvida,

94
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
essa etapa corresponde ao processo decisório que leva ao outsourcing ou à
internalização de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
• Implementação: etapa em que é requerida a maior parte do tempo e custo. É o
coração do processo de inovação, ela tem como inputs a estratégia, as ideias e os
recursos mobilizados e seus outputs são um produto desenvolvido e um mercado
preparado para o sem lançamento.
• Avaliação: por fim é fundamental que se monitore a performance inovadora a fim
de gerenciá-la de forma eficaz, afinal é pela análise de seus resultados e diagnóstico
de avanços e deficiências que a organização poderá melhorar continuamente seu
processo inovador. Esta avaliação envolve duas dimensões principais: uma com
ênfase nos projetos desenvolvidos, na avaliação de seus resultados e incorporação
dos aprendizados obtidos ao corpo de conhecimento da organização; outra que
monitora o funcionamento do sistema de gestão da inovação como um todo,
buscando melhorias sistêmicas para a performance inovadora.

EXERCÍCIO
Agora que você já conheceu os elementos da inovação, que tal identificarmos
essas práticas em alguma organização? Caneta e papel na mão! Em uma empresa
que você trabalha ou conheça, elenque todas as atividades descritas pelos autores Stefanovitz e
Nagano (2014), e identifique quais das práticas dessa empresa mais estimula a inovação

Entretanto, os desenvolvimentos dos processos de gestão da inovação também são


insuficientes para que ela ocorra, pois como demonstram os fundamentos teóricos
apresentados anteriormente nesta unidade, a implementação de sistemas capazes de
promover a inovação de forma sistêmica exige um contexto organizacional propício para
o empreendimento dos esforços de inovação. Assim, pessoas e departamentos possam
interagir entre si, onde haja um bom relacionamento da organização com o ambiente
externo, e condições socioculturais que possibilitem moldar as atitudes individuais e
coletivas para a construção de uma cultura inovadora (STEFANOVITZ; NAGANO, 2014).
Para isso a gestão da inovação precisa ser delegada a uma área específica dentro do
organograma empresarial, idealmente em nível gerencial, pois a inovação não combina
com falta de autonomia. O gestor de inovação tem que ser um líder nato, afinal de contas,

95
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
ele é um dos stakeholders mais importantes para garantir a disrupção e o feeling de
mercado das inovações de sua organização (ROMAN, 2012).

PARA REFLETIR:
Você sabe o que significa Stakeholders? Essa palavra representa o público
estratégico e descreve uma pessoa ou grupo que tem interesse em uma empresa,
negócio ou indústria, podendo ou não ter feito um investimento neles. Em inglês stake significa
interesse, participação, risco. Holder significa aquele que possui.

A inovação só prospera onde há abertura para novas ideias, apetite de risco


adequado e para isso, é preciso desenvolver a cultura de inovação nas pessoas. Ou seja,
requer disponibilizar cursos, palestras e treinamentos sobre o assunto, despender um
investimento de médio a longo prazo, o que não se faz da noite para o dia. E acima de
tudo, que a alta direção da organização demonstre que incentiva e valoriza o espírito
inovador estimulando a prática do benchmarking e estudos de caso (BARAÑANO, 2005).
O direcionamento estratégico da empresa precisa abranger ações de inovação alinhadas
com os objetivos do negócio, para promover a sinergia entre os recursos disponíveis
(humanos, materiais, tecnológicos e financeiros), afinal isto provoca a atualização,
racionalização ou disrupção dos processos produtivos, operacionais e gerenciais da
organização, tornando mais atrativas e eficazes as entregas proporcionadas aos clientes
e melhora nos resultados obtidos (FLEURY, 1993; MACHADO, VASCONCELOS, 2007).

PARA REFLETIR:
Estudos científicos, como por exemplo dos autores Stefanovitz e Nagano
(2014), identificaram que a estratégia organizacional está amplamente ligada a
inovação das empresas? Ou seja, quanto mais estrategista uma organização é, maior a proba-
bilidade de ela ser mais inovadora. Isso os leva a concluir que aquelas empresas que são mais
voltadas ao mercado e que identificam o comportamento do seu consumidor tendem a pensar

96
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
em novas práticas organizacionais. Interessante, não é mesmo?

O desenvolvimento de parcerias é fundamental neste processo, com elas, é possível


desenvolver projetos paralelos de inovação tendo como parceiros fornecedores, clientes
e instituições de pesquisa e desenvolvimento. Agentes de inovação tem uma perspectiva
de visão diferente da vigente no ambiente interno da organização, o que amplia as
possibilidades de inovar mais rápido, compartilhando os riscos e os retornos financeiros.
Além dos aspectos legais que precisam ser considerados, tais como: mecanismos de
acesso a crédito e financiamento, proteção e comercialização de propriedade intelectual
ou industrial (TOMAÉL, ALCARÁ, DI CHIARA, 2005; LEMOS, 2009).
O gestor de inovações precisa saber falar a linguagem de cada um dos públicos e
argumentar de forma assertiva para efetivar a venda, e em cada projeto as formas de
monetização têm que ser vislumbradas e planejadas, para que haja um bom retorno
sobre o investimento. Aqueles que não acompanham as tendências tecnológicas, ou
que acham que estes são conceitos distantes, que só vemos em ficção científica, temos a
transformação digital que está acontecendo exatamente agora, para provar o contrário,
cabendo assim aos gestores de inovações promover mudanças para que suas empresas
não fiquem de fora dessa revolução (SILVA FILHO, 2010).
Afinal ao contrário do que as pessoas pensam, a transformação digital não é o simples
processo de agregar novas tecnologias, trata-se de uma mudança realmente profunda
e significativa, ou seja, uma disrupção em relação à operação das empresas da forma
como a conhecemos hoje, e sua principal consequência será a desmaterialização,
desmonetização e democratização de mercados e da sociedade, com o uso da tecnologia
(SILVA e NETO, 1998; MARIANO e MAYER, 2000).

EXERCÍCIO
Lembra do capítulo 1 e 2, do qual prometi que você se tornaria mais criativo (a)
e inovador (a). Vamos lá! Você deve listar 100 funções para a esponja de aço. Sim,
isso mesmo! Pegue uma caneta e um papel e liste 100 funções desse produto. Quer um exem-
plo? Colocar nas antenas das antigas televisões melhorava o sinal, não é verdade? A primeira
dica já foi dada, agora lista as demais 99 utilidades.

97
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
Portanto, o ponto a considerar é não esperar! As empresas que ficarem aguardando esse
processo acontecer, como espectadoras, não encontrarão mais espaço no mercado quando
acordarem para essa realidade. Por isso, este é o momento de quebrar algumas barreiras
culturais que ainda impedem as empresas de mergulharem nessa revolução, tomando
medidas práticas para fazê-la acontecer dentro das organizações (ANDRADE, 2005).

4.1.1 Gestão de Mudanças

A gestão de mudança se refere a uma abordagem, que tem como objetivo auxiliar as
empresas na execução de mudanças, sejam elas estruturais, operacionais ou táticas. Para
garantir a efetividade da ação, os colaboradores, equipes e gestores precisam estar alinhados.
O dinamismo dos cenários em que as empresas atuam e os fortes avanços tecnológicos
acabam forçando estas a terem uma postura de constante mudança, buscando sempre a
evolução a fim de conquistar uma maior competitividade, se destacando e se antecipando
frente a concorrência. Esse comportamento de transformação constante parte da cúpula
administrativa e, como em um movimento de cascata, deve ser assumido por todos
visando à sobrevivência da organização e seus processos de inovação (ANDRADE, 2005).

SUGESTÃO DE LIVRO
Corporação 2020: Como transformar as
empresas para o mundo de amanhã
Com visão perspicaz da história das corporações e
discussão criteriosa sobre os passos necessários para a
criação de um modelo corporativo aprimorado, o livro Cor-
poração 2020 oferece uma visão sem igual e esperançosa
do papel dos negócios na formação de um futuro mais justo
e sustentável.
SUKHDEV, Pavan. Corporação 2020: Como transformar as
empresas para o mundo de amanhã. São Paulo: Planeta
Sustentável, 2013.

98
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
Tendo em vista a necessidade de mudança constante, fica evidente que os processos
corporativos não são implementados. A organização se mantém estagnada e inadequada
às novas exigências do mercado, na medida em que seus colaboradores não aderem às
mudanças necessárias para acompanhar as tendências de mercado (ANDRADE, 2005).
Claramente esse cenário pode ser comparado a um efeito dominó, em que, no fim das
contas, a organização fica em desvantagem competitiva em relação aos concorrentes
devido ao comportamento que adota.

SUGESTÃO DE FILME
JOY – O NOME DO SUCESSO (SAVID RUSSEL, 2016)
Prepare a pipoca! O filme Joy é um exemplo importante sobre a criatividade e
a inovação. Nele, Joy Mangano (Jennifer Lawrence) entrou na vida adulta conciliando a jornada
de mãe solteira com a de inventora e tanto fez que se tornou uma das empreendedoras de maior
sucesso dos Estados Unidos.

Para que as organizações atuais e futuras consigam vencer este grande desafio torna-se
necessário que todos os níveis da organização compreendam a necessidade de mudança
e incorporem o sentimento de crescimento e evolução, onde cada colaborador acrescente
suas competências e conhecimentos ao processo, indicando comentários construtivos
que ajudem no desenvolvimento das etapas de um projeto (TOMAÉL, ALCARÁ, DI
CHIARA, 2005; LEMOS, 2009).
O processo de mudança é necessário para a saúde de qualquer negócio,
independentemente do tamanho ou tempo de existência, principalmente devido as
novas tendências tecnológicas e competitividade dos mercados. Se uma organização não
aderir à mudança por iniciativa própria, tomando a frente e inovando em seus processos,
adere por necessidade, no entanto, esta possivelmente vem acompanhada da urgência,
ocasionando grandes riscos (TOMAÉL, ALCARÁ, DI CHIARA, 2005).

Assim, existem seis tipos de mudanças, sendo elas:


• Incremental: é a mais frequente no dia-a-dia corporativo, por ser a que menos
impacta nos processos da organização. Seu foco é o de agregar valor a algo, ou seja,
maximizar a capacidade da empresa, melhorar sua estrutura, propor soluções, etc.

99
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
• Transformacional: essa mudança diz respeito a alterações no clima e culturas
organizacionais, ou seja, uma alteração profunda na maneira como o trabalho é
realizado, afinal seu objetivo é o de transformar positivamente os processos e os
profissionais da organização.
• Planejada ou planeada: esse tipo de ação é conduzida pela gestão por necessitar
de um planejamento, e possui três níveis: a preparação; a inserção e o reforço com
base em um processo pré-estabelecido, para assim alcançar o estado desejado.
• Improvisada: esta não é embasada em um planejamento, mas sim, em decisões
tomadas em tempo real.
• Emergencial: são imprevisíveis e não podem ser controladas pela gestão, pois
ocorrem em diferentes departamentos e não são planejadas, de acordo com os
desafios enfrentados pela organização.
• Radical: esta é colocada em prática para antecipar futuras situações, conduzir
novos paradigmas e maximizar a performance da organização.

De maneira geral, as reações mais frequentes à mudança organizacional são de


resistência, isso se deve ao fato de que as mudanças, independentemente de seu tipo ou
objetivo, não costumam ser bem-vindas, afinal requer que a pessoa reveja sua maneira
de pensar, agir, comunicar, se inter-relacionar e criar significados muitas vezes para a sua
própria vida (BRESSAN, 2004).

SUGESTÃO DE LIVRO
Estratégia de Inovação: Oportunidades e Compe-
tências
Este livro apresenta modelos e soluções para que empresas possam
formular suas estratégias com base na inovação, alinhá-las e implemen-
tá-las por meio de desenvolvimentos inovadores. Aborda a importância
do planejamento da gestão da inovação, demonstrando como ter uma
visão holística da concorrência e aplicá-la de forma diferenciada, aliada
à estratégia da empresa. Apresenta, ainda, casos nacionais de sucesso,
apontando como as empresas nacionais podem aumentar sua competitividade no mercado mundial.
TAKAHASHI, Sérgio; TAKAHASHI, Vânia Passarini. Estratégia de Inovação: oportunidades e
competências. 2011.

100
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
De acordo com Shirley (1976), as fontes de resistência individual relacionam-se às
características subjetivas e pessoais dos indivíduos, e envolvem aspectos como: hábitos,
necessidades, personalidades, inseguranças, grau de conhecimento e classe econômica.
Já as fontes de resistência organizacional encontram-se direcionadas aos aspectos globais
e percepções de ameaça advindas da mudança, envolvendo a organização como um todo.
A gestão de um processo de mudanças, por meio da análise do contexto organizacional,
determina alvos da mudança, isto é, o foco de todos os esforços de mudança, os principais
segundo Shirley (1976) são:

• Estratégicos: aqueles objetivos de mudança preocupados em alterar a relação


entre a organização como um todo e seu ambiente; por exemplo, objetivos
revisados, novo composto de produto ou de clientes, expansão geográfica ou uma
mudança na ênfase competitiva.
• Tecnológicos: aqueles objetivos diretamente relacionados com mudanças na
tecnologia de produção, fábrica, equipamento e outras partes físicas de uma
organização.
• Estruturais: aqueles objetivos de mudança preocupados com alterações nas
relações de subordinação; processos de comunicação/decisão, relações de
autoridades e aspectos similares da “anatomia” de uma organização.
• Comportamentais: aqueles objetivos voltados para a mudança das crenças,
valores, atitudes, relações interpessoais, comportamento grupal e intergrupal, e
fenômenos humanos similares.
• Programa: aqueles objetivos de mudança que se destinam a alterar a estrutura ou
aspectos dos planos de implementação técnica na produção, marketing, pesquisa
e desenvolvimento e outras áreas, como por exemplo, mudanças nos canais de
distribuição, requisitos e procedimentos do controle de qualidade e canais de
vendas.

Porém a inserção destes tipos de mudanças, não é uma tarefa fácil, pois nem sempre
os processos, sistemas e profissionais da empresa estão preparados para enfrentar os
desafios que a ação pode trazer. Por isso, a gestão de mudanças é tão importante, visto
que a mesma tem como foco: oferecer um conjunto de práticas, ferramentas e ações
capazes de dar suporte para que todos se adaptem à nova realidade.

101
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
PARA REFLETIR
Vimos até agora que compreender o mercado é extremamente importante
para as práticas de inovação, certo? Compreender o comportamento de
consumo, as relações organizacionais, as novas ferramentas de trabalho e os sistemas
empresariais facilitarão a inclusão da inovação, certo? Acompanhar as revistas semanais,
entender sobre economia e ler os acontecimentos do mundo dos negócios é muito
importante para esse profissional. Fique atento (a) sempre!

Assim, ao se estabelecer um processo de mudança na organização, visando aumentar


sua competitividade, é necessário que haja o incentivo à ideias e inovações de processos,
pois quanto maior a diversidade de novas ideias para processos e produtos, maiores
são as chances de a inovação bem-sucedida surgir. Em seguida é preciso selecionar o
que é realmente relevante entre as ideias que surgirem, escolhendo aquelas com maior
potencial, com viabilidade de implementação e que vão realmente propiciar evolução aos
processos da empresa, e tão logo seja possível aplicar e monitorar os novos processos,
surgindo assim novas ideias e adequações à realidade da empresa. Com esse método
assertivo, a organização favorece a mudança, estimulando a participação ativa de seus
colaboradores, além de trazer maior força competitiva à empresa, destacando-se dos
concorrentes (SILVA e NETO, 1998; MARIANO e MAYER, 2000).

4.2 FERRAMENTAS E TÉCNICAS PARA INOVAÇÃO

Como vimos nas unidades anteriores a inovação tem sido considerada um elemento
essencial para criar vantagem competitiva de longo prazo nas organizações, porém,
estimular e apoiar o processo de inovação ainda é um desafio. Por sua vez, o efetivo uso
de métodos, técnicas e ferramentas para inovação (MTF-I), pode ser um fator importante
para apoiar o processo de gestão da inovação, aumentando suas chances de sucesso.
Entre as abordagens que apoiam o processo de gestão da inovação tem-se o brainstorming
(tempestade de ideias) a análise morfológica, grupos focais, teste de conceito, cenários e
retorno sobre o investimento, abordagens estas que suportam o entendimento, a análise, a
decisão e a ação ao longo do processo de inovação (PHAAL et al., 2012).

102
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
A gestão de ideias, processo relevante ao Front End (primeira parte do processo de
inovação) é considerada o centro da gestão da inovação. Nessa fase, onde as ideias são mais
fortemente evidenciadas, estas podem ser apoiadas e estimuladas por meio dos MFT-I.
Responsáveis por aumentar a competitividade estes conjuntos de métodos, técnicas
e ferramentas para inovação, suportam o processo nas empresas ajudando-as de forma
sistemática para atender novos desafios do mercado. Muitos MTF-I têm sido desenvolvidos
nas últimas décadas com o objetivo de melhorar o processo de desenvolvimento de novos
produtos, tornando-os mais gerenciáveis, por isso representam um importante meio para
melhorar as saídas deste processo, com o objetivo de evitar o seu fracasso, aumentado as
chances de sucesso. Podendo ainda ser utilizado como facilitador no apoio a tomada de
decisões e na codificação do conhecimento e aprendizagem
A maior parte dos MTF-I são desenvolvidos para tratar problemas específicos no
processo de desenvolvimento de novos produtos, sendo que sua utilização é destinada a
fases específicas deste processo. Entretanto, alguns podem também ser úteis para atingir
vários objetivos e serem utilizados em diversos estágios do processo de inovação como por
exemplo, o brainstorming que foi desenvolvido formalmente em 1957 (ANDRADE, 2005).
Amplamente utilizado em organizações ao redor do mundo, o brainstorming tem com
foco a geração de um grande número de ideias e no aumento de sua qualidade, ferramenta
que surgiu para propor soluções para as deficiências identificadas em uma organização.
Podendo ser usado também para identificação de mercados, geração de novos valores,
tarefas de planejamento, geração de hipóteses, bem como para tomadas de decisões.
Neste sentido os MTF-I servem de estímulo à criatividade, ou seja, possibilitam o
compartilhamento verbal de ideias, sem que haja críticas ao longo do processo de geração
de ideias. Vale lembrar que os grupos são um elemento importante nas organizações e
entender o que dificulta ou facilita a inovação do grupo é de extrema importância
Assim como no brainstorming os participantes são incentivados a expressar
todas as ideias que puderem pensar. Existem outras tantas ferramentas e metodologias
que impulsionam a inovação, estimulam o processo criativo, e que são de grande valia
para o processo de gestão da inovação.

Listamos, abaixo, algumas ferramentas poderosas para você conhecer:


• Benchmarking: método de comparação de produtos, processos e desempenho de
uma organização com outra de referência.
• Comunidades de Prática: grupo de pessoas que se unem em torno de um mesmo
tópico ou interesse. Essas pessoas trabalham juntas para achar meios de melhorar
o que fazem, ou seja, na resolução de um problema na comunidade ou no
aprendizado diário, por meio da interação regular.

103
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
• Design Thinking: conjunto de métodos e processos para abordar problemas,
relacionados à aquisição de informações, análise de conhecimento e propostas
de solução, colocando as pessoas no centro do desenvolvimento, promovendo a
criatividade para a geração da solução e a razão para analisar e adaptar as soluções.
• Prototipagem Acelerada: métodos ou ferramentas que reduzem o time to market,
custos de desenvolvimento, os riscos e as possibilidades de seus concorrentes.
• Radar de Inovação: método desenvolvido pelos professores da Kellog Business
School, abrange as diferentes dimensões do negócio, a intensidade da inovação e
seu grau de dependência. As inovações ocorrem em diferentes partes do modelo
de negócios de uma organização ou nele como um todo.
• Sistemas de Cocriação (ou Sistemas Colaborativos): processos que permitem que
o usuário e outras partes interessadas participem da criação de novos produtos ou
soluções.
• Diagrama de Empatia: a elaboração de um mapa de empatia ajuda a desenvolver
novos produtos e serviços de olho nas necessidades e aspirações dos clientes,
afinal entender o que ele diz, faz, vê, pensa, sente e ouve a respeito de um produto
é essencial para o seu sucesso.
• Buscar Conhecimento: dinâmica estimula a descrição do que a equipe já sabe
sobre o desafio e o que mais gostaria de aprender.
• Canvas: o Business Model Canvas ou “quadro de modelo de negócios” é uma
ferramenta de gerenciamento estratégico, que permite desenvolver e esboçar
modelos de negócio inovadores ou existentes, uma espécie de mapa visual pré-
formatado.
• Análise SWOT: a aplicação da ferramenta serve para analisar os pontos fortes e
fracos, e as oportunidades e ameaças de um negócio ou processo inovador. Em
seguida, a pessoa pode organizar um plano de ação para reduzir riscos e aumentar
as chances de sucesso da empresa.
• Análise 360° da Oportunidade de Projeto: é útil, porque guia o empreendedor em
suas reflexões pessoais e análises dos aspectos internos e externos de um negócio.
• MVP: do inglês “Minimum Viable Product”, o Produto Mínimo Viável é, como
o próprio nome diz, a versão mais simples de um produto com as mínimas
características necessárias para ele ser inserido no mercado. O conceito do MVP
é muito útil para o começo de uma ideia, pois permite que as pessoas testem suas
hipóteses de negócio e verifiquem se elas realmente fazem sentido. Depois de
testar o protótipo no mercado, o processo de inovação pode passar por uma fase
de refinamento do projeto ou já partir para o lançamento do produto.

104
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
SUGESTÃO DE LIVRO
A Inovação do Improviso: Por que menos é mais na
construção de riquezas e resultados.
Este livro vai além dos livros convencionais sobre negócios
que descrevem o crescimento do consumo nos países emer-
gentes. Segundo os autores, apesar da escassez generalizada
em grande escala de água, alimento, energia, educação e
saúde na Índia, sua economia cresce fortemente através de
inovações engenhosamente simples e eficazes porque todos
os inovadores frugais compartilham uma única mentalidade:
a mentalidade jugaad, uma palavra em híndi que significa
uma solução nascida do improviso e da engenhosidade. Além disso, os autores descrevem e
fornecem dicas práticas sobre como empresas ocidentais com visão de futuro, como 3M, Apple,
Renault-Nissan, Facebook, GE, Google, IBM e PepsiCo aplicam tal princípio.
AHUJA, Simone; PRABHU, Jaideep; RADJOU, Navi. A inovação do improviso: Por que menos
é mais na construção de riquezas e resultados. Elsevier Brasil, 2012.

Vamos praticar? Você já compreendeu as estratégias de inovação, certo? Mas para


fixar essas práticas listei alguns exercícios que você pode aplicar com os seus colegas
de trabalho e amigos. Siga as instruções a seguir e execute essas atividades que foram
desenvolvidas por Rodhes (1961); Tigre (1998); Silva e Neto (1998); Wagner (2017).

4.3 EXERCÍCIOS PARA PRATICAR A INOVAÇÃO

1) Brain-Writing:
• Número de participantes: mínimo de 3, máximo de 12.
• Material: blocos de notas e canetas.

Os participantes deste exercício devem se posicionar sentados ao redor de uma mesa


ou, se preferirem, sentados no chão, em um círculo. Cada um recebe uma folha de papel

105
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
onde deve escrever suas ideias de inovação em produtos, serviços ou processos. Quando
todos tiverem terminado, passam a folha para o participante à sua direita, que lê as ideias
mentalmente, acrescenta comentários e sugestões e passa adiante. Isso se repete até que
todos tenham lido e feito notas nas ideias uns os outros. Em seguida, pode-se iniciar uma
discussão. Dessa forma, mesmo os mais introvertidos conseguem expressar suas ideias e
enriquecer o debate.

2) Os 6 chapéus pensadores
• Número de participantes: mínimo de 6, evitar mais que 12.
• Material: nenhum específico.

As pessoas costumam ter maneiras próprias de pensar, mas se forem convidadas a


interpretar um papel e pensar de uma forma dirigida, além de se desprender de velhos
conceitos, se sentirão mais livres para expressar suas ideias sem medo de críticas, pois,
afinal, estão “representando um papel”. Neste exercício, para ter ideias de inovação em
produtos, serviços ou processos, cada um dos participantes usa um chapéu imaginário
diferente, de modo que todos os ângulos de uma nova ideia são avaliados, sem que escape
nenhum detalhe.
Os chapéus imaginários são:
a. Lógica, com foco nos fatos;
b. Otimista, com foco no valor e nos benefícios;
c. Advogado do diabo, com foco nos desafios e dificuldades;
d. Emoção, com foco nos sentimentos e intuições.
e. Criatividade, com foco em novas ideias e possibilidades.
f. Gerenciamento, com foco em controlar se as regras de cada chapéu estão sendo
seguidas.

3) SCAMPER
• Número de participantes: mínimo de 3.
• Material: blocos de notas e canetas.

Provavelmente, esta seja uma das mais conhecidas técnicas de geração de ideias, pois
se baseia em usar cada uma das letras do acrônimo para submeter um produto existente,
protótipo ou conceito a uma ação que visa melhorá-lo ou torná-lo totalmente novo.
a. Substituir o que nesse produto?
b. Combinar o que com esse produto?
c. Adaptar como esse produto?

106
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
d. Modificar o que nesse produto?
e. Pôr o que de novo nesse produto?
f. Eliminar o que nesse produto?
g. Reverter o que nesse produto para reordenar seus elementos?

O objetivo é ser fantasioso nas respostas, de modo a que esse exercício nos leve
a encontrar uma forma realmente diferente de enxergar um novo produto, serviço,
processo ou uso para eles.

4) Conexões forçadas
• Número de participantes: ideal de 5, mínimo de 3.
• Material: diversos itens diferentes entre si e desconexos, como sapatos velhos,
brinquedos usados, telefones antigos, cordas, eletrodomésticos, ferramentas, um
tijolo, uma lâmpada etc. Um quadro para desenhar, giz ou caneta para escrever no
quadro.

Use o quadro para desenhar mais itens aparentemente desconexos e convide os


participantes a pensar em como uni-los ou conectá-los de forma a ter ideias de inovação
em produtos, serviços ou processos. Lembre-se: muito produtos de enorme sucesso,
como o fax e o smartphone, surgiram da união de produtos ou funcionalidades destes
que já existiam.

5) Produto reverso
• Número de participantes: mínimo de 3.
• Material: blocos de notas e canetas.
Pense em alguns produtos de sucesso no mercado e convide o grupo a pensar para que
serviriam se fizessem o oposto do que fazem.
Por exemplo: para que serviria uma fita adesiva que não cola firmemente, mas que
se solta facilmente e depois volta a colar? Talvez você não tenha percebido, mas essa é a
definição de um post-it. O uso do raciocínio do produto reverso pode sugerir ideias que
realmente geram inovações disruptivas, como um carro que não é feito para ser dirigido
(veículos autônomos) ou uma mídia social que não guarda as mensagens, mas as apaga
rapidamente (Snapchat).

Algumas práticas de gestão, relacionadas diretamente com a figura do gestor, ajudam a


criar um ambiente organizacional propício para que ferramentas e técnicas operacionais,
funcionem a contento estimulando a inovação, sendo elas:

107
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
• Capacitação: onde a inovação é obtida pelo esforço de pessoas. O uso de técnicas,
ferramentas e metodologias é ineficaz se as pessoas não participarem do processo.
Para tanto, as pessoas precisam ser capacitadas, por esse motivo, há um laço muito
forte entre capacitação de pessoas e capacidade de inovação.
• Comunicação: as organizações precisam estar cientes da importância de um
processo de comunicação interna eficaz, pois, quanto melhor for o processo de
comunicação entre os dirigentes e seus colaboradores, menor será a resistência às
mudanças, afinal ao receber a informação, processá-la e realimentar o processo,
confirmando o entendimento. O colaborador se torna partícipe do processo de
inovação e, portanto, corresponsável por ele.
• Trabalho em equipe: gestores normalmente trabalham com grupos de pessoas,
eles podem obter melhor produtividade ao conseguir que os colaboradores
desenvolvam plenamente seu potencial e por se considerarem não apenas como
um grupo, mas como equipe.
• Liderança: em empresas que inovam, a liderança e colaboração são fundamentais,
e para os empresários que buscam tornar suas empresas inovadoras, sugere-
se atitudes e comportamentos que apoiam a criação de um ambiente propício à
inovação.

Outras práticas de estímulo à inovação:


• Ouvir os clientes – os clientes são a maior fonte de inovação que qualquer empresa
pode ter.
• Trabalhar em rede – inovar sozinho é difícil, assim, trabalhar com clientes,
fornecedores e mesmo concorrentes facilita o processo, diminui custos, riscos e
o tempo de desenvolvimento. O que “se perde” em exclusividade “ganha-se” em
eficácia.
• Capacitar os funcionários – como já abordado nesta unidade, a capacitação dos
colaboradores é fundamental. É preciso, inclusive, capacitá-los para substituírem
os chefes imediatos.
• Ter uma estrutura organizacional adequada – para a empresa crescer, são
necessárias estruturas hierárquicas que não prejudiquem a mobilidade e a
iniciativa.
• Avaliar continuamente os conhecimentos e as tecnologias usadas pela empresa
– criar um “observatório de tecnologia” e realizar benchmarking dos processos
empresariais.
• Criar um programa formal de incentivo e recompensa por ideias geradoras de

108
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
inovações – é uma ótima prática de gestão para a geração de inovações.
• Gerir os direitos de propriedade intelectual e industrial – proteger as ideias com
patentes ou direitos de autor.
• Tornar a inovação a regra e não a exceção – mudar imediatamente e sempre.

Nesta seção da unidade foram destacadas algumas práticas de estímulo à inovação,


evidentemente, que diversas outras são possíveis, mas a adoção de algumas destas já
ajudam a transformar a empresa em um ambiente propício ao surgimento de inovações.

CHAT/FÓRUM
Utilize a plataforma CHAT ou FÓRUM da Uniavan e compartilhe com os colegas
da disciplina os resultados dos exercícios que aprendemos nessa unidade. Para
isso, coloque em prática um deles e compartilhe com os alunos os resultados dessa atividade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Aluno (a)! Chegamos ao fim dessa disciplina. Nela, compreendemos a importância da


criatividade e a da inovação para as pessoas e às organizações. Entendemos os conceitos,
as aplicabilidades, fizemos diversos exercícios, lemos livros e assistimos diversos filmes
que tratam da criatividade e inovação. Agora você já está craque nesse assunto. Mas,
ficam algumas dicas importantes:
• O mercado muda constantemente, logo você deve acompanhar diariamente as
movimentações de consumo e das empresas para melhor aplicar a inovação.
• O comportamento do consumidor também muda rapidamente, logo todos devem
coletar sistematicamente essas alterações de consumo e revertê-las em novas
atividades e produtos nas indústrias.
• A criatividade é um estado mental e a inovação é a colocação prática da criatividade,
portanto todas as pessoas devem exercitar a mente, afinal não há inovação sem a
criatividade.
• Exercite a mente, pense diariamente em novas práticas para as empresas e às
pessoas.

109
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
• Leia constantemente sobre o assunto. Compreender o que tem sido pesquisado
pelos autores acadêmicos com as práticas empresariais poderá facilitar a
compreensão dessa disciplina.
• Diariamente novos produtos e serviços são lançados no mercado. Esteja sempre
muito atento (a) à essas mudanças. Pesquise, se questione e analise novas
oportunidades mercadológicas.

Para finaliza esse conteúdo, indico a leitura do artigo intitulado: Estudo das práticas de
gerenciamento de projetos voltadas para o desenvolvimento de produtos inovadores, dos
autores Eder, Conforto, Schnetzler, Amaral e Silva (2012). Nele, os autores apresentam
um compilado das práticas, técnicas e ferramentas para o planejamento e execução das
teorias da inovação. É uma ótima leitura!
Viu quantas coisas interessantes nós aprendemos nessa disciplina? Se você ainda
tiver alguma dúvida, pode entrar em contato comigo pelo e-mail: thiago.santos@avantis.
edu.br. Bons estudos!

AUTO ATIVIDADE
Nessa unidade estudamos a gestão da inovação e mudanças, as ferramentas
e técnicas para inovação e alguns exercícios para praticar a inovação. Para fixar o
conteúdo, responda as questões a seguir.
a) De que forma uma empresa pode estimular a inovação dos colaboradores?
b) Quais os complicadores da gestão da inovação?
c) Quais técnicas podem ser aplicadas às equipes com baixa criatividade?

EXERCÍCIO FINAL

1) O investimento em pesquisa e desenvolvimento é um caminho importante para as


empresas que desejam se diferenciar-se dos demais concorrentes. Foi com esse destaque
que um jornal trouxe uma lista das 10 empresas mais inovadoras do Brasil. Em comum
entre essas empresas vencedoras, está a decisão dos seus líderes de manter praticamente

110
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
inalterados os percentuais de investimentos em inovação, mesmo diante das projeções
macroeconômicas desfavoráveis. Tal cenário é possível porque os gestores acreditam que
os investimentos em inovação ajudam a superar os momentos difíceis e a preparar as
empresas para os desafios futuros.

Disponível em:<http://www.valor.com.br>
Acesso em: junho de 2018.

A partir do texto, é possível definir as Práticas Inovadoras como:


a. Projetos de alto teor tecnológico.
b. Produtos utilizados para fins muito específicos.
c. Invenções que ainda não estão disponíveis no mercado.
d. Bens, serviços ou processos originais que agregam valor social ou riqueza às
organizações.
e. Atividades que dependem de elevados investimentos em pesquisa e
desenvolvimento.

2) O Banco Solidariedade & Amigos S.A. recém-adquiriu uma empresa de software, a


SB Sistemas Bancários Ltda., que detinha 25% do mercado de programas de segurança
bancária. Após uma análise organizacional, percebeu-se que a expansão desejada não
ocorria devido à falta de agressividade da empresa e da sua estrutura extremamente
verticalizada, pesada e inflexível. O Banco decidiu implementar uma transformação
radical na nova empresa, redesenhando-a como uma organização adaptativa. Assim,
será necessário desenvolver na empresa uma cultura organizacional que:

I - Seja voltada para o cliente;


II - Valorize a inovação e a criatividade;
III - Mantenha as crenças existentes;
IV - Promova o aprender a aprender;
V - Se baseie em metas e na implantação de um plano de incentivos.

Estão corretos, apenas, os itens


a. I, II e III.
b. I, II e IV.
c. III, IV e V.
d. I, II, III e V.
e. I, II, IV e V

111
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
3) Dentre as afirmações a seguir, assinale a correta

I - A criatividade, do latim creatus, que significar criar (creatus est = foi criado), pode
ser definida como a “qualidade ou característica de quem […] é criativo; inventividade,
inteligência e talento, natos ou adquiridos, para criar, inventar, inovar.
II - “O comportamento criativo é produto de uma visão de vida, de um estado
permanente de espírito, de uma verdadeira opção pessoal quanto a desempenhar um
papel no mundo.”
III - A criatividade é uma capacidade nata do ser humano, em maior ou menor grau,
de acordo com o desenvolvimento e as experiências do indivíduo. O meio ambiente e
o meio social no qual o indivíduo se desenvolve podem propiciar maior ou menor
quantidade de estímulos físicos, sensoriais e experienciais, atuando como mediadores
no desenvolvimento da capacidade de aprendizagem e na criatividade.

É correto o que se afirma em:


a. (A) II, apenas.
b. (B) III, apenas.
c. (C) I e II, apenas.
d. (D) I e III, apenas.
e. (E) I, II e III.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, Paulo Roberto. Relações internacionais e política externa do Brasil: a


diplomacia brasileira no contexto da globalização. Grupo Gen-LTC, 2012.

ARAÚJO, Alisson Kemis; ARAÚJO, Richard Medeiros. A inovação de processos: um estudo


no segmento de restaurante. CULTURA: Revista de Cultura e Turismo, v. 7, n. 3, p. 176-
196, 2013.

BARAÑANO, Ana María. Gestão da inovação tecnológica: estudo de cinco PMEs


portuguesas. Revista Brasileira de Inovação, v. 4, n. 1, p. 57-96, 2005.

BARBOSA, J. D.; TEIXEIRA, R. M. (2003). Gestão estratégica nas empresas de pequeno e


médio porte. Caderno de Pesquisas em Administração, São Paulo, v.10, n. 3, p. 31-42,
jul./set.

112
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
BRESSAN, Cyndia Laura. Mudança Organizacional: uma visão gerencial. Seminário de
gestão de negócios, v. 1, 2004.

EDER, Samuel et al. Estudo das práticas de gerenciamento de projetos voltadas para
desenvolvimento de produtos inovadores. Produto & Produção, v. 13, n. 1, p. 148-165,
2012.

FLEURY, Maria Tereza Leme. Cultura da qualidade e mudança organizacional. Revista de


Administração de Empresas, v. 33, n. 2, p. 26-34, 1993.

GODOY, Renata Semensato Pereira de; PEÇANHA, Dóris Lieth Nunes. Cultura
organizacional e processos de inovação: um estudo psicossociológico em empresa de
base tecnológica. Boletim-Academia Paulista de Psicologia, v. 29, n. 1, p. 142-163, 2009.

LEMOS, Cristina. Inovação na era do conhecimento. Parcerias estratégicas, v. 5, n. 8, p.


157-180, 2009.

MACHADO, Denise Del Prá Netto; VASCONCELLOS, Marcos Augusto. Organizações


inovadoras: existe uma cultura específica que faz parte deste ambiente?. REGE Revista
de Gestão, v. 14, n. 4, p. 15-31, 2007.

MARIANO, Sandra; MAYER, Verônica Feder. Empreendedorismo: fundamentos e


técnicas para criatividade. Grupo Gen-LTC, 2000.

PHAAL, R. et al. Towards a modular toolkit for strategic technology management.


International Journal of Technology Intelligence and Planning, v.8, p. 161-181, 2012.

ROMAN, Darlan José et al. Fatores de competitividade organizacional. BBR-Brazilian


Business Review, v. 9, n. 1, 2012.

RHODES, M. (1961). An analysis of creativity. Phi Delta Kappan, 42(7),305–310.

SARAIVA, Luiz Alex Silva. Cultura organizacional em ambiente burocrático. Revista de


Administração Contemporânea, v. 6, n. 1, p. 187-207, 2002.

SILVA, Carlos Eduardo Sanches; NETO, Miguel Fiod. A importância da criatividade no


contexto emergente do desenvolvimento de produtos. 1998.

SHIRLEY, Robert. Um modelo para análise da mudança organizacional. Revista de


Administração de Empresas, v. 16, n. 6, p. 37-43, 1976.

STEFANOVITZ, Juliano Pavanelli; NAGANO, Marcelo Seido. Gestão da inovação de


produto: proposição de um modelo integrado. Produção, São Carlos (SP), v. 24, n. 2, p.
462-476, 2014.

TOMAÉL, Maria Inês; ALCARÁ, Adriana Rosecler; DI CHIARA, Ivone Guerreiro. Das
redes sociais à inovação. Ciência da informação, v. 34, n. 2, 2005.

113
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
WAGNER, John. Comportamento organizacional-criando vantagem competitiva.
Editora Saraiva, 2017.

114
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO
uniavan.edu.br
116
CRIATIVIDADE
E INOVAÇÃO

Você também pode gostar