Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Práticas didácticas
Práticas didácticas
construção da cidadania
Conceitos básicos
Cidadania
Para Carvalho (2004), “é preciso formar sujeitos capazes de compreender o mundo e agir nele de
forma crítica, essa intenção também poderia ser enunciada como a formação da capacidade de
“ler e interpretar” um mundo complexo e em constante transformação, ou seja, diagnosticar
criticamente as questões físico-naturais e humanas, e compreender o lugar onde moramos, é o
ponto de partida para o exercício de uma cidadania na Geografia escolar”.
Deste modo, percebe-se que a Geografia desempenha um papel importante na preparação dos
jovens para a vida do dia-a-dia, fornecendo-lhes uma informação correcta sobre o mundo actual
e ajudando-os a compreender, por si mesmos, os paradoxos do lugar onde vivem e as conexões
deste com um espaço globalizado.
“Segundo a Carta Internacional da Educação Geográfica, a Geografia contribui para a promoção
da cidadania dos alunos, através da promoção e desenvolvimento de competências, como a
expressão verbal, numérica, icónica e estatística. Esta ciência tem ainda uma grande riqueza de
conteúdos, uma vez que contém conhecimentos interligados com outras disciplinas/áreas do
saber. Tem também, um carácter transversal, pois “contribui para Educação Internacional,
Educação Ambiental e para a Educação para o Desenvolvimento” (Vesentini, 2008, p.7).
Alguns estudiosos vêm tentando buscar a justificativa do grande fracasso escolar no ensino de
Geografia na efectivação da cidadania hoje, e entre esses destaca-se Castrogiovanni (2011) que
afirma que:
Portanto, torna-se imprescindível fazer as aulas mais atractivas, sem deixar de envolver o
quotidiano do aluno, usando uma linguagem mais didáctica, para que o público-alvo seja de fato
atingido e o objectivo da Geografia alcançado. É preciso deixar de lado as aulas tradicionais
onde o professor só expõe informações e o aluno só recebe-as. É necessário que haja um diálogo
professor-aluno, onde um possa aprender com o outro na construção de conceitos.
Os professores devem estabelecer relação entre a vivência dos alunos e a geografia e isso muda
de lugar para lugar. O professor que da aula em uma região rural deve partir do princípio de
estudo da área rural, para que os alunos consigam conectar os fatos, e não ficarem perdidos
achando que a geografia é uma ciência inútil e desvinculada, onde só se exercita a memorização.
É preciso possibilitar que os educandos criem uma percepção crítica de sua própria realidade,
desenvolvendo um senso autónomo e a consciência de sua cidadania.
Na mesma lógica, Callai (1998) introduz a ideia de que a realidade do aluno deve ser tomada
como princípio na explicação dos fenómenos, já que, “é mais fácil organizar as informações,
podendo-se teorizar, abstrair do concreto, na busca de explicações, de comparações e de
extrapolações”.
Portanto, a Geografia tem como conceitos-chave o espaço, a distribuição de pessoas, fenómenos
relativos à superfície terrestre. A Geografia e a educação geográfica, tem o objectivo de levar os
alunos a questionar-se, a reflectir sobre as suas acções e investigar sobre problemas com que o
mundo se depara e a intervir na resolução dos mesmos, construindo dessa forma a cidadania.
Torna-se fundamental que o professor crie e planeie situações nas quais os alunos possam
conhecer e utilizar a observação, descrição, experimentação, analogia e síntese -
possibilitando aos alunos o aprendizado e a intervenção positiva dos processos de
construção do espaço e dos diferentes tipos de paisagens e territórios. Assim, podem ser
empregados recursos como ilustrações, fotografias não métricas, fotografias aéreas,
imagens de satélites, gravuras e vídeos os quais podem ser utilizados como fontes de
informação e de leitura do espaço e da paisagem. (Oliveira, 2005, p.64)
“O conhecimento sobre como a natureza se comporta contribui para o aluno se posicionar com
fundamentos acerca de questões bastante polémicas e orientar suas acções de forma mais
consciente e cidadã. São exemplos dessas questões: os desmatamentos ou desflorestamento, o
acúmulo na atmosfera de produtos resultantes da combustão, o destino dado ao lixo industrial,
hospitalar e doméstico, entre muitas outras” (Alves & Tonini, 2009, p.18).
Referências bibliográficas
Callai, H. C. (1998). Aprendendo a ler o mundo: a geografia nos anos iniciais do ensino
fundamental. Cad. Cedes, Campinas, vol. 25, n. 66, p. 227-247.
Martins, T.H. & Magarro, Q. (2010). Cidadania, Classe Social e Status. Porto: Edições ASA.
Oliveira, A. U. (2005). Para onde vai o ensino de geografia? 9. ed. São Paulo: contexto.
Vesentini, J. W. (2008). Geografia: geografia geral e do Brasil. 1ª Ed. São Paulo: Ática.