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Por esta linha de ideia, que líderes técnicos pode esperar Moçambique apartir
destas crianças, eticamente falando?
Segundo Ubisse (2015, p. 42) “no caso de uma sociedade em que o sistema educativo
enfrentou dificuldades estruturais, como a falta de recursos e a sobrecarga das turmas, o
ethos social está relacionado directamente com a capacidade de superação e resiliência
dos indivíduos”. Portanto, a ética social deve ser encarada como um conjunto de valores
e práticas que permitem ultrapassar os obstáculos e alcançar o pleno desenvolvimento
humano e social, como argumenta.
Os líderes técnicos do nosso país devem ter em mente que uma sociedade formada e
ética depende não apenas de recursos financeiros, mas também de uma visão colectiva e
de um ethos comunitário. Conforme afirma Fombe & Abacar (2017, p.65) “a educação
ética e socialmente responsável deve ser vista como um investimento estratégico no
futuro de Moçambique, estimulando a formação de cidadãos capacitados e engajados no
desenvolvimento sustentável do país”.
Por outro lado, ethos de uma sociedade é moldado por sua história e cultura, o que
significa que as escolhas éticas devem ser compreendidas no contexto das experiências
vividas pelo povo moçambicano (Cabral & Gonçalves, 2014, p. 39). A educação ética e
socialmente responsável deve considerar as tradições, valores e práticas locais,
incorporando-os à formação dos indivíduos. Como destaca Jamisse (2011, p.26), “a
construção de uma ética educacional relevante em Moçambique deve ter como base as
práticas sociais e culturais dos diferentes grupos sociais que compõem a sociedade”
Ferreira & Cossa (2016, p.73) referem que para garantir uma educação ética e
socialmente responsável, é necessário criar condições para a participação efectiva dos
indivíduos na tomada de decisões que os afectam. Isso envolve o desenvolvimento de
habilidades de pensamento crítico, a capacidade de se envolver em diálogos
construtivos e a promoção do trabalho colaborativo. Como afirma Domingos (2019,
p.52), “a participação democrática e activa da comunidade escolar é essencial para a
criação de um ethos educacional que promova a justiça social, a inclusão e a
sustentabilidade”.
Por fim, Massingue (2012, p. 19) defende que “os líderes técnicos devem ser capazes de
inspirar e engajar a sociedade moçambicana em torno de uma visão de educação ética e
socialmente responsável, que tenha como objectivo a transformação positiva da
realidade social e econômica do país”. No entanto essa transformação depende da
cooperação entre a escola, a família e a comunidade, criando sinergias para o
desenvolvimento integral dos indivíduos e da sociedade em geral.
Referências bibliográficas
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Na minha visão, a correção de usos e costumes deve ser abordada com extrema cautela,
especialmente em um país tão diverso culturalmente como Moçambique. É essencial
reconhecer e respeitar a riqueza das tradições e valores de cada grupo étnico e linguístico,
pois esses elementos são fundamentais para a identidade e coesão social. No entanto, em
situações em que determinadas práticas violem os direitos humanos básicos ou causem
danos significativos aos indivíduos, é justificável intervir para garantir o respeito à
dignidade de todos os membros da sociedade.
Concordando com essa abordagem, Santos (2017, p. 50) destaca que “o respeito à
diversidade cultural não deve ser usado como desculpa para tolerar práticas que violem os
direitos humanos fundamentais. É necessário encontrar um equilíbrio entre o
reconhecimento da identidade cultural e a promoção dos valores universais de dignidade e
igualdade.”
Assim como, a intervenção para corrigir certas práticas culturais deve ser realizada de
forma sensível e colaborativa, envolvendo os próprios membros da comunidade afectada. É
fundamental promover o diálogo intercultural e o entendimento mútuo, respeitando as
perspectivas e preocupações de todos os envolvidos. Dessa forma, é possível encontrar
soluções que respeitem a diversidade cultural ao mesmo tempo em que promovem o
respeito aos direitos humanos.
Nesse sentido, Machava (2016, p. 85) argumenta que “a correção de práticas culturais deve
ser realizada de maneira participativa, envolvendo os membros das comunidades afetadas.
Isso ajuda a garantir que as soluções propostas sejam culturalmente sensíveis e aceitáveis
para todos os envolvidos.”
Por outro lado, é crucial que qualquer intervenção para corrigir usos e costumes seja
realizada com o objectivo de promover a inclusão e o bem-estar de todos os membros da
sociedade. As medidas adotadas devem ser acompanhadas por esforços para fortalecer as
capacidades das comunidades locais e promover o empoderamento dos grupos
marginalizados. Somente assim será possível construir uma sociedade verdadeiramente
inclusiva e respeitosa da diversidade cultural.
Concordando com essa perspectiva, Gomes (2018, p. 107) ressalta que “a promoção dos
direitos humanos e da diversidade cultural em Moçambique requer um compromisso
contínuo com a educação e o empoderamento das comunidades locais. É necessário investir
em programas que fortaleçam a capacidade das pessoas para promover a mudança social e a
justiça cultural.”
Portanto, destacar que a correção de usos e costumes em Moçambique deve ser realizada
com sensibilidade, respeitando a diversidade cultural e os direitos humanos fundamentais.
Embora seja essencial reconhecer e valorizar as tradições de cada grupo étnico,
intervenções são justificáveisquando práticas culturais violam os direitos básicos dos
indivíduos. O diálogo intercultural e a participação das comunidades afetadas são
fundamentais para encontrar soluções culturalmente sensíveis que promovam a inclusão e o
bem-estar de todos os membros da sociedade.
Referências bibliográficas
Na sua opinião, algum modelo de ethos que possa acompanhar esta evolução? Justifque a
sua posição.
Na minha opinião, o ethos de uma sociedade em constante evolução deve ser adaptável e
flexível, centrado em valores éticos universais, mas capaz de incorporar as necessidades e
características específicas do contexto social e cultural. Esse ethos deve ser baseado em diálogo,
empatia e respeito à diversidade, promovendo a harmonia e a convivência pacífica entre
diferentes grupos e identidades.
Sustentando essa visão, Gonçalves (2019, p. 45) afirma que “a promoção de valores éticos deve
estar em constante construção e adaptação às mudanças sociais e tecnológicas, sempre buscando
o bem-estar e a justiça para todos”. Essa abordagem dinâmica do ethos permite acompanhar a
evolução da sociedade moçambicana, incorporando novas realidades e desafios.
Assim, acredito que o ethos deve ser construído em torno de valores éticos universais, mas
também adaptável e flexível, de forma a acompanhar as mudanças e evolução da sociedade
moçambicana. Isso permite que a sociedade se mantenha unida em torno de valores comuns,
mesmo diante de novos desafios e oportunidades. Como ressalta Lima (2018, p. 67), “um ethos
adaptável e inclusivo permite que a sociedade enfrente a complexidade e a diversidade,
promovendo a harmonia e o bem-estar de todos”.
Desde modo, a educação deve promover a inclusão e a diversidade cultural, garantindo que os
valores e princípios éticos sejam compartilhados e internalizados por todos os membros da
sociedade. Segundo Freire (2015, p. 56), “a educação deve ser um processo de conscientização
e emancipação, permitindo que todos os indivíduos se envolvam na construção de um ethos
justo e inclusivo”.
Portanto, ao terminar destacar que a educação é uma ferramenta fundamental para garantir que o
ethos acompanhe a evolução da sociedade moçambicana, promovendo um envolvimento ativo e
reflexivo dos cidadãos no processo de construção e adaptação dos valores éticos. Como afirma
Oliveira (2016, p. 34), “a educação é o caminho para a construção de uma sociedade mais justa
e ética, capaz de enfrentar os desafios da evolução e da mudança”.
Referências bibliográficas:
Freire, P. (2015). Pedagogia do oprimido (3ª ed.). Rio de Janeiro: Paz e Terra. pp. 56-58.
Oliveira, M. L. de. (2016). Educação, ética e cidadania (1ª ed.). São Paulo: Editora Cortez. pp.
34-36.