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Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais

Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais

O documento a seguir foi juntado aos autos do processo de número 5008643-35.2022.8.13.0394


em 21/06/2023 03:06:46 por JOAO PAULO GAMA DE AZEVEDO DA SILVA
Documento assinado por:

- JOAO PAULO GAMA DE AZEVEDO DA SILVA

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DR. (A) JUIZ (A) DE DIREITO DO
JUIZADO ESPECIAL DA COMARCA DE MANHUAÇU – MG

Processo n.º: …5008643-35.2022.8.13.0394

Recorrente: … João Paulo Gama de Azevedo da Silva

Recorrido (a) : … Municipio de manhuaçu

João Paulo Gama de Azevedo da Silva, já qualificada nos autos em epígrafe, por
intermédio de seus advogados e bastante procuradores, procuração em anexo,
vem, respeitosamente, perante a Vossa Excelência, respeitando os prazos, de
modo tempestivo, conforme prevê o artigo 41 da Lei 9.099/95, interpor,

RECURSO INOMINADO

Em face da decisão proferida no processo supracitado, que julgou improcedente,


ação essa ajuizada em face Municipio de Manhuaçu, representado por meio do
(a) Sra. Prefeita, Maria Imaculada Dutra Dornelas. Dessa forma, requer desde já,
que a parte recorrida seja intimada, conforme previsão legal para tomar ciência
deste recurso e se querendo apresentar contrarrazões, além de que a presente
seja remetida à Turma Recursal competente, conforme as previsões legais.

DO PEDIDO DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA

A recorrente em sua inicial trouxe o pedido de Justiça Gratuita por não possuir
condições financeiras para realizar o pagamento de custas processuais, sem que
isso cause prejuízo em seu sustento e de sua família. Ademais por ser jovem
advogado de acordo com o estatuto da OAB, assim enfrentando o começo da
advocacia, assim não pode arcar com as custas cartoriais sem prejuízo de seu
sustento, requerendo também a suspenção da exigibilidade das custas e
honorários em caso de condenação.

Por esse motivo, não há o recolhimento neste ato das custas processuais.

Contudo, se Vossa Excelência não deferir o pedido de Gratuidade da Justiça,


requer desde já que aconteça a intimação para o recolhimento do devido preparo
recursal, conforme previsão legal.

O (A) recorrente, requer ainda, neste ato, o requerimento do benefício de


Gratuidade da Justiça, visto que o (a) autor (a) não possui condições financeiras
para arcar com as custas processuais deste processo, sem que isso cause
prejuízo ao seu sustento ou de sua família, conforme termos do artigo 4º, da Lei
1.060/50, com redação introduzida pela Lei 7.510/86.

Art. 4º. A parte gozará dos benefícios da assistência


judiciária, mediante simples afirmação, na própria petição
inicial, de que não está em condições de pagar as custas do
processo e os honorários de advogado, sem prejuízo
próprio ou de sua família.

Termos em que,

Pede deferimento.

(REDUTO), (21) de (JUNHO) de (2023).

João Paulo Gama de Azevedo da Silva


OAB n.º 223.633

Advogado
RAZÕES DO RECURSO INOMINADO

EGRÉCIA TURMA RECURSAL DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DO ESTADO


DE MINAS GERAIS

Recorrente: … João Paulo Gama de Azevedo da Silva

Recorrido (a) : … Municipio de manhuaçu

Processo n.º: 5008643-35.2022.8.13.0394

EGRÉCIA TURMA RECURSAL — INCLÍCITOS JULGADORES!)

Resumo breve dos fatos:

Inicialmente, cumpre dizer que foi interposta ação visando anular ato
administrativo, tendo sido citado a parte ré para apresentar sua peça de defesa, a
posteriori, fora intimada a parte autora para querendo apresentar impugnação,
que fora apresentada, pedido do autor de marcação de audiência de instrução e
julgamento, indeferida, com sentença de improcedência nos autos sob o
fundamento de se estar entrando no mérito administrativo, e a contratação esta
previsto na lei. Contudo trata-se de decisão errônea que deve ser reformada ou
anulada pelos fatos e fundamentos a posteriori esboçados.

Da tempestividade
É indispensável trazer nesta demanda a confirmação da tempestividade no
pedido aqui requisitado, uma vez que, o (a) requerente deve respeitar os prazos
trazidos na legislação competente.

Nesse sentido cabe aqui dizer que o recorrente esta apresentando o presente
recurso em prazo tempestivo, foi proferida a sentença na data de 20 de junho de
2023, e o presente recurso esta sendo apresentado em 21 de junho de 2023
conforme protocolo do presente recurso no pje, portanto tesmpestivo.

Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do


prazo:

I – a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a


intimação for pelo correio;

Dessa forma o prazo só iniciou a contagem a partir da data de 20 de junho de


2023, com base no art. 224 do Código de Processo Civil.

Art. 224. Salvo disposição em contrário, os prazos serão contados excluindo o


dia do começo e incluindo o dia do vencimento.

§ 1º Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o


primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente forense for
encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou houver indisponibilidade da
comunicação eletrônica.

§ 2º Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao da


disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico.

§ 3º A contagem do prazo terá início no primeiro dia útil que seguir ao da


publicação.

Das razões recursais:

preliminares
Da nulidade da sentença, carceamento de defesa, não realização
da audiência de instrução e julgamento

O autor requereu a designação de audiência de instrução e julgamento, para


produção de prova oral ( testemunhal ) contudo, o juiz proferiu sentença de
mérito fundamentando a não designação com argumento de ser a mesma
desnecessária, contudo de maneira errada e equivocada, conforme será
demonstrado a seguir.

Isso porque, a presente prova seria fundamental no processo, pois visava o


depoimento testemunhal dos fiscais municipais que trabalharam juntamente com
o recorrente, e vivenciaram a verdade do ocorrido, isto é o que aconteceu e qual
o verdadeiro motivo do acontecimento.

As presentes testemunhas são imprecindiveis ao caso concreto, pois trata-se da


demonstração da finalidade do ato emitido, ou seja, que foi emanado por
interesse pessoal de uma pessoa em ver o recorrente fora dos quadros da
administração pública, enquanto o interesse público dizia o contrário, e a prova
testemunhal demonstraria o abuso de poder realizado, e a consequente nulidade
do ato.

Ademais, cumpre ressaltar que, não cabe ao magistrado de piso, dizer se a prova
é fundamental ou não, salvo se for notoriamente desnecessária, o que não é a do
presente caso em discussão, pois as partes são as verdadeiras responsáveis
pela valoração das provas, e a apresentada nos autos tem fundamentação
legitima e visa provar a ilegalidade perpetrada, e no entender da parte recorrente
a mesma seria necessária e por isso foi requerida, nesse sentido

artigo 33 da Lei 9099/95 expõe o cabimento da audiência de conciliação para a


produção de provas, mesmo que não requeridas previamente, vejamos:

Art. 33. Todas as provas serão produzidas na audiência de


instrução e julgamento, ainda que não requeridas
previamente, podendo o Juiz limitar ou excluir as que
considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.

Ademais, também prevê os seguintes artigos do CPC, vejamos,


Art. 32. Todos os meios de prova moralmente legítimos,
ainda que não especificados em lei, são hábeis para provar
a veracidade dos fatos alegados pelas partes.

CAPÍTULO XI
DA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

Art. 358. No dia e na hora designados, o juiz declarará


aberta a audiência de instrução e julgamento e mandará
apregoar as partes e os respectivos advogados, bem como
outras pessoas que dela devam participar.

Art. 359. Instalada a audiência, o juiz tentará conciliar as


partes, independentemente do emprego anterior de outros
métodos de solução consensual de conflitos, como a
mediação e a arbitragem.

Sobre o tema também leciona o renomado autor Humberto Theodoro Junior,


sobre a audiência de instrução, pag 1241 e 1242, editora Gen, 56 edição,
vejamos;

Destina-se à coleta do material probatório, que servirá de


suporte à decisão do mérito. Reconstituem-se por meio
dela, no bojo dos autos, os fatos relacionados à lide. É a de
contornos menos definidos, as partes já começam sua
atividade probatória com a inicial e a contestação,
momentos em que, de ordinário, devem produzir a prova
documental (NCPC, art. 434).29 Saneado o processo,
porém, surge um momento em que os atos processuais são
preponderantemente probatórios: é o da realização das
perícias e o da primeira parte da audiência de instrução e
julgamento, destinada ao recolhimento dos depoimentos
das partes e testemunhas. Nos casos de revelia (art. 344),
bem como nos de suficiência da prova documental e de
questões meramente de direito (art. 355), a fase instrutória
propriamente dita é eliminada, e o julgamento antecipado do
mérito ocorre logo após a fase postulatória, no momento
que normalmente seria reservado ao saneamento do
processo.

Em regra, “a designação da audiência de instrução e


julgamento não é faculdade conferida ao juiz e sim
imposição da lei adjetiva, aplicável sempre que haja prova a
ser produzida”.4 É, pois, ato solene, revestido de
publicidade, substancial ao processo, que se realiza sob a
presidência do juiz e que se presta à instrução, discussão e
decisão da causa.5 Pela sistemática do Código, a audiência
só é, entretanto, indispensável quando haja necessidade de
prova oral ou de esclarecimentos de perito e assistentes
técnicos. Fora desses casos, o julgamento da lide é
antecipado e prescinde da solenidade de audiência (art.
355).

Sobre o tema segue decisões dos tribunais superiores, a seguir

EMENTA: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS


MORAIS E MATERIAIS - PROVA TESTEMUNHAL -
INDEFERIMENTO - CERCEAMENTO DE DEFESA
CARACTERIZADO.
Constitui cerceamento de defesa o indeferimento do
requerimento de prova testemunhal por meio da qual
buscam as partes a demonstração de suas alegações de
fato.

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA DE


INEXISTÊNCIA DE CONTRATO - PRELIMINAR -
CERCEAMENTO DE DEFESA - AUSÊNCIA DE
INTIMAÇÃO PARA ESPECIFICAÇÃO DE PROVAS -
NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA - ACOLHIDA
- SENTENÇA CASSADA. O procedimento comum é
composto de quatro fases, a saber: fase postulatória (arts.
319 a 346, CPC); fase de saneamento (arts. 347 a 357,
CPC); fase de instrução (arts. 358 a 484, CPC); e fase
decisória (arts. 485 a 508, CPC). Objetiva-se na fase de
saneamento e na fase de instrução, respectivamente, a
fixação de pontos controvertidos, a especificação justificada
de provas e a posterior aferição destas. Assim,
necessitando o processo de dilação probatória para o
respectivo deslinde processual, não cabe ao magistrado
superar as fases de saneamento e de instrução sem antes
oportunizar as partes manifestar, configurando verdadeiro
cerceamento de defesa.

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA DE


INEXISTÊNCIA DE CONTRATO - PRELIMINAR -
CERCEAMENTO DE DEFESA - AUSÊNCIA DE
INTIMAÇÃO PARA ESPECIFICAÇÃO DE PROVAS -
NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA - ACOLHIDA
- SENTENÇA CASSADA. O procedimento comum é
composto de quatro fases, a saber: fase postulatória (arts.
319 a 346, CPC); fase de saneamento (arts. 347 a 357,
CPC); fase de instrução (arts. 358 a 484, CPC); e fase
decisória (arts. 485 a 508, CPC). Objetiva-se na fase de
saneamento e na fase de instrução, respectivamente, a
fixação de pontos controvertidos, a especificação justificada
de provas e a posterior aferição destas. Assim,
necessitando o processo de dilação probatória para o
respectivo deslinde processual, não cabe ao magistrado
superar as fases de saneamento e de instrução sem antes
oportunizar as partes manifestar, configurando verdadeiro
cerceamento de defesa.

Aduz salientar que o requerimento de oitiva das testemunhas foi feita nos moldes
apresentados pela legislação civil, contendo rol devidamente exposto e
apresentados em tempo hábil para que houvesse a colheita dos depoimentos,
visto que o processo ainda encontrava-se em fase instrutória. Destaca-se
também que o pedido de oitiva foi feito em conjunto com as provas documentais,
ou seja, foi requisitado pelo Recorrido como um meio de prova.
Ante o exposto requer, a cassação da sentença de primeiro grau para fins de se
retornar os autos ao juízo aquo para a realização da audiência de instrução e
julgamento, para oitiva das testemunhas, conforme esboçado acima.

Não enfrentamento da preliminar de intempestividade arguida,


consideração dos argumentos intempestivos do recorrido

O recorrente em sua peça de impugnação a contestação arguiu a preliminar de


intempestividade da peça do réu, tendo em vista a mesma não ter observado o
prazo legal, ou seja 30 dias.

Ora eméritos julgadores, o juízo aquo desconsiderou a alegação de


intempestividade, claramente em sua sentença, disse que não havia preliminares
nos autos, o que não é a verdade, pois o recorrente alegou intempestividade em
sua peça de impugnação e a mesma não foi enfrentada, e pior, o referido
magistrado fundamentou sua sentença considerando os argumentos
intempestivos do recorrido.

Assim, há de se reconhecer a nulidade da referida sentença, pois viola o previsto


no cpc, que considera-se intempestivo a contestação não apresentada no prazo
legal.

Indispensável ressaltar que, o referido magistrado não considerou o recorrido


revel, e surpresamente ainda considerou seus argumentos e ainda os usou na
fundamentação de sua sentença, conforme se extrai dos autos, portanto violando
as normas processuais.

Nesse diapasão assim prevê a literalidade do cpc, vejamos

Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se


precisamente sobre as alegações de fato constantes da
petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não
impugnadas,

Art. 347. Findo o prazo para a contestação, o juiz tomará,


conforme o caso, as providências preliminares constantes
das seções deste Capítulo.
Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado
revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato
formuladas pelo autor.

Assim também prevê a lei 9099

Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de


conciliação ou à audiência de instrução e julgamento,
reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido
inicial, salvo se o contrário resultar da convicção do Juiz.

Portanto, com base no exposto, requer a declaração de nulidade da referida


sentença.

DA NÃO FUNDAMENTAÇÃO DA SENTENÇA, NÃO ENFRENTAMENTO DOS


ARGUMENTOS DE FATO E DE DIREITO ALEGADOS PELO RECORRENTE

Inicialmente há de se reconhecer que a sentença proferida pelo respeitável juízo


aquo, não foi devidamente fundamentada e não enfrentou os argumentos de fato
e de direitos alegado.

Nesse sentido assim prevê o CPC, abaixo transcrevo

Seção II
Dos Elementos e dos Efeitos da Sentença

Art. 489. São elementos essenciais da sentença:

I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a


identificação do caso, com a suma do pedido e da
contestação, e o registro das principais ocorrências havidas
no andamento do processo;

II - os fundamentos, em que o juiz analisará as


questões de fato e de direito;

III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões


principais que as partes lhe submeterem.
§ 1º Não se considera fundamentada qualquer decisão
judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:

I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase


de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou
a questão decidida;

II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem


explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;

III - invocar motivos que se prestariam a justificar


qualquer outra decisão;

IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no


processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão
adotada pelo julgador;

V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de


súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes
nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta
àqueles fundamentos;

VI - deixar de seguir enunciado de súmula,


jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem
demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento
ou a superação do entendimento.

§ 2º No caso de colisão entre normas, o juiz deve


justificar o objeto e os critérios gerais da ponderação
efetuada, enunciando as razões que autorizam a
interferência na norma afastada e as premissas fáticas que
fundamentam a conclusão.

§ 3º A decisão judicial deve ser interpretada a partir da


conjugação de todos os seus elementos e em conformidade
com o princípio da boa-fé.

Portanto, da leitura literal , vislumbra-se que não se considera fundamentada a


sentença, quando não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada, o que aconteceu no caso em
debate, o recorrente no processo que correu em piso, alegou inúmeros
argumentos, com fundamentações doutrinarias de fato, de direito, contudo, o
respeitável magistrado, não as enfrentou ou considerou ao proferir sentença, se
limitando a dizer que se tratava de contratação temporária, sequer rebateu a
sentença os argumentos alegados de que sua dispensa seria contraria ao
interesse público, e é majoritário o entendimento que quando se trata de ato
contrario ao interesse público, o mesmo é nulo, não importando se trata-se de
contratação temporária ou por concurso público, os mesmos argumentos que a
administração recorrida usou no seu contrato servem para embasar a
manutenção do autor na administração pública, iria se não ter fiscais, se o
coordenador não gosta-se e quise-se os servidores, o mesmo dispensaria todos
os contratados em um município que tem poucos concursados e que a anos não
faz concurso, e a administração ficaria sem servidor, ai nada poderia questionar
essa decisão, estaríamos, em um brasil imperador sem ser republica e os
princípios seria estipados por um servidor que exerce cargo de comissão.

Ante o exposto, em ato de justiça, requer a nulidade da sentença.

Absoluta nulidade do ato administrativo, não respeito aos


princípios da administração pública

Em primeiro lugar, cabe dizer que a decisão de não se manter o referido servidor
em seu cargo, em que há de se reiterar, único servidor entre os aprovados a não
ter seu contrato renovado, não respeitou os princípios da administração pública.

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer


dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e,
também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 19, de 1998)

Emeritos julgadores, não podemos levar em conta somente um artigo que prevê
a contratação temporária e um julgado do tribunal de justiça dizendo que o
servidor não tem os mesmos direitos que o efetivo, pois, o direito, temos que
interpreta-lo em conjunto, pois o mesmo, mais especificamente em relação aos
atos da administração pública, necessita respeitar e considerar varias normas em
conjunto em decisões, temos os príncipios expressos constitucionais da
administração pública que até pouco tempo, sua violação incorreria o autor em
ato de improbidade, há de se reconhecer que o seu não respeito ilegitima os atos
administrativos.

Em exemplo, podemos citar o príncipio implícito da indisponibilidade do interesse


público que decorre diretamente da impessoalidade, sua não observação é ato
de nulidade, não importa se trata-se de processo seletivo, concurso público,
licitação, licença, caso não seja observado o interesse publico e os princípios
constitucionais administrativos, deve ser declarado nulo, sem outras discussões,
nesse sentido vejamos o que diz os juristas sobre o tema, jose dos santos
carvalho filho pag 48, 49, 31 edição direito administrativo, vejamos

A referência a esse princípio no texto constitucional, no que


toca ao termo impessoalidade, constituiu uma surpresa para
os estudiosos, que não o empregavam em seus trabalhos.
Impessoal é “o que não pertence a uma pessoa em
especial”, 48 ou seja, aquilo que não pode ser voltado
especialmente a determinadas pessoas. 1.3. O princípio
objetiva a igualdade de tratamento que a Administração
deve dispensar aos administrados que se encontrem em
idêntica situação jurídica. Nesse ponto, representa uma
faceta do princípio da isonomia. Por outro lado, para que
haja verdadeira impessoalidade, deve a Administração
voltar-se exclusivamente para o interesse público, e não
para o privado, vedando-se, em consequência, sejam
favorecidos alguns indivíduos em detrimento de outros e
prejudicados alguns para favorecimento de outros. Aqui
reflete a aplicação do conhecido princípio da finalidade,
sempre estampado na obra dos tratadistas da matéria,
segundo o qual o alvo a ser alcançado pela Administração é
somente o interesse público, e não se alcança o interesse
público se for perseguido o interesse particular, porquanto
haverá nesse caso sempre uma atuação discriminatória.
Não se pode deixar de fora a relação que a finalidade da
conduta administrativa tem com a lei. “Uma atividade e um
fim supõem uma norma que lhes estabeleça, entre ambos,
o nexo necessário”, na feliz síntese de CIRNE LIMA.50
Como a lei em si mesma deve respeitar a isonomia, porque
a isso a Constituição a obriga (art. 5º, caput e inciso I), a
função administrativa nela baseada também deverá fazê-lo,
sob pena de cometer-se desvio de finalidade, que ocorre
quando o administrador se afasta do escopo que lhe deve
nortear o comportamento – o interesse público.51 Embora
sob a expressão “desvio de finalidade”, o princípio da
impessoalidade tem proteção no direito positivo: o art. 2º,
alínea “e”, da Lei nº 4.717/1965, que regula a ação popular,
comina com a sanção de invalidade o desvio de finalidade.
Assim, portanto, deve ser encarado o princípio da
impessoalidade: a Administração há de ser impessoal, sem
ter em mira este ou aquele indivíduo de forma especial.

É o que ocorreu no caso em debate, determinado servidor investido em cargo


comissionado de chefia do requerente, quis prejudicar sua pessoa, pois o mesmo
era formado em direito e comemorava decisões da justiça contraria ao prefeito da
cidade, assim o mesmo querendo ganhar confiança e prestigio perante suas
chefias que o colocaram em um cargo de comissão, de maneira dolosa e
intencional, fez com que o autor fosse o único a não ter seu contrato renovado,
em momento que o município vem precisando de servidores até a realização de
concurso público conforme prevê o próprio contratado anexado aos autos.

O que seria provado mediante as oitivas das testemunhas, pois todo mundo na
sede da prefeitura sabia que o referido servidor estava realizando o ato de
maneira arbitraria, contra o recorrente propositalmente, o que contraria a
finalidade pública dos atos, e é patente e evidente a nulidade.

Desrespeito as formalidades do ato administrativo

No caso discutido há de se reconhecer que não foram respeitadas as


formalidades dos atos administrativos, o que o torna nulo de pleno direito.
Nessa esteira, Jose dos santos carvalho Filho citando Marcelo caetano, nos
ensina

A teoria do ato administrativo compõe, sem qualquer


dúvida, o ponto central do estudo do Direito Administrativo,
como, aliás, oportunamente anota MARCELO CAETANO.1
Diz o autor que a expressão passou a ser utilizada com
frequência a partir do início do presente século, talvez
enganchada à ideia de ato jurídico, constituída por civilistas
alemães e italianos no curso do século anterior. Remata
observando que a noção da expressão traduz uma ação
concluída, “uma vontade que se manifestou ou pelo menos
se revelou nem que seja por omissão”.2 Antes, porém, de
chegar ao ato administrativo como manifestação da vontade
administrativa, é necessário distinguir os conceitos de
certas figuras com as quais aquele provoca alguma
confusão.

Temos que reconhecer que a parte recorrida não trouxe aos autos o fundamento
da realização do ato, não foi explanados os motivos , nesse sentido ensina jose
dos santos carvalho filho, 31 edição, pag 105, vejamos

Toda vontade emitida por agente da Administração resulta


da impulsão de certos fatores fáticos ou jurídicos. Significa
que é inaceitável, em sede de direito público, a prática de
ato administrativo sem que seu autor tenha tido, para tanto,
razões de fato ou de direito, responsáveis pela extroversão
da vontade. Pode-se, pois, conceituar o motivo como a
situação de fato ou de direito que gera a vontade do agente
quando pratica o ato administrativo

Não houve no ato a materialização dos motivos e motivação e esse fato gera
nulidade do ato administrativo. O recorrido não se desincumbiu de demonstrar
fato extintivo do pedido do autor, ou seja, não rebateu tempestivamente em sua
defesa as alegações sobre os requisitos que deveriam ser respeitados no ato.

DO DESVIO DE FINALIDADE
Cumpre inicialmente ressaltar que, não se discute no caso a possibilidade de
contratação temporária. Mas sim que, a administração esta sujeita a princípios,
um deles é fundamentar seus atos expressando motivo de interesse público, sob
pena de nulidade, demais, o município tem necessitade de pessoal até a
realização de concurso público conforme dito pelo mesmo no contrato
formalizado entre as partes, o autor foi o único a não ter seu contrato renovado e
não haveria direito nem justiça sem a analise de legalidade no referido caso, se
limitar a invocar discricionariedade e não buscar reconhecer as provas e
alegações do recorrente sobre ilegalidade não teria o sentido de justiça.

Nesse sentido sob a finalidade pública dos atos e também vislumbrando o


príncipio da impessoalidade, ensina Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, Pag
236, 2020, editora método;

A impessoalidade da atuação administrativa impede,


portanto, que o ato administrativo seja praticado visando
interesses do agente ou de terceiros, devendo ater-se a
vontade da lei, comando geral e abstrato em essência.
Dessa forma, impede perseguições ou favorecimentos,
discriminações benéficas ou prejudiciais aos administrados.
Qualquer ato praticado com objetivo diverso da satisfação
do interesse público será nulo por desvio de finalidade.

O ato omissivo da administração pública teve cunho de prejudicar o requerente, e de


maneira nenhuma visou o interesse público, o próprio edital prevê de imediato a
convocação de 11 fiscais de maneira imediata e o requerente, foi aprovado em 6 (
sexto ) colocado, com colocação dentro das vagas. A finalidade da administração pública
é prestar serviços públicos para fins de atender o interesse público, não pode o
administrador agir conforme seu livre arbítrio, deve o mesmo sempre buscar a finalidade
pública, e pautando na impessoalidade no trato de seus funcionário e administrados.

Ainda sobre o tema desvio de finalidade ensina Vicente Paulo e Marcelo


alexandrino, pag 552, método, 2020;

O desatendimento a qualquer das finalidades de um ato


administrativo – geral ou especifica – configura vício
insanável, com a obrigatoriedade de anulação do ato.
O vício de finalidade é denominado pela doutrina desvio de
poder ( desvio de finalidade ) e constitui uma das
modalidades do denominado abuso de poder ( a outra é o
excesso de poder, vício relacionado a competência.
Ademais nos termos literais do Art. 2º, paragrafo
único, alínea
´´e``, da eli 4.717, 1965 ( que regula a ação popular ), ´´ O
desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o
ato visando o fim diverso daquele previsto em lei, explicita
ou implicitamente, ´´na regra de competência`` é
empregada nesse dispositivo da lei 4.717 1965 como
sinônimo de ´´lei ``; o enunciado do dispositivo não se
refere a vício de competência, e sim, tão somente, a vício
no elemento finalidade).`` ( Paulo Vicente, Alexandrino
Marcelo, editora método, 2020, pàg 552).

Portanto, pode se concluir que o ato será nulo por desvio de finalidade
quando o agente buscar uma finalidade alheia ou contrária ao interesse público (
exemplo, um ato praticado com o fim exclusivo de prejudicarou favorecer alguém.

O recorrente demonstrou inúmeros documentos probatórios nos autos em debate


bem como argumentos consistentes desde o inicio do processo, sem que o
recorrido apresenta-se fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito do
recorrente, em tempo tempestivo, razão pela qual requer o total provimento do
recurso com base nos fatos, fundamentos e documentos dos autos.
Dos pedidos:

Diante dos fatos e direitos expostos, o (a) Recorrente requer:

a)Que o presente recurso inominado, seja recebido, conhecido e processado,


gerando a reformar da sentença ora atacada;

b) Que seja acatada as razões processuais preliminares de mérito alegadas no


recurso para fins de anular a sentença do juízo aquo, determinando o retorno
dos autos para refazimento e observação dos procedimentos viciados.

c)Que os benefícios de Gratuidade da Justiça sejam deferidos, do contrário que


haja a intimação do (a) recorrente para recolher o devido preparo no prazo que
será estabelecido;

d)Que o (a) recorrido (a) seja condenado (a) a realizar o pagamento das custas
processuais e os honorários advocatícios no importe de 20 % do valor da
causa, conforme prevê o art. 55 da Lei 9.099/95, sendo fixado os honorários
advocatícios no valor máximo permitido por lei.

Nestes termos,

Pede deferimento

Reduto, 21 de junho de 2023

João Paulo Gama de Azevedo da Silva

advogado

OAB n.º 223.633

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