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Tabagismo

Paulo Henrique Saldanha Botton


TABAGISMO

-TABAGISMO: considerado a mais importante causa de morbidade e mortalidade prematura no mundo.

-90% CA pulmão em homens e 70% em mulheres.

-71% das mortes por CA pulmão.

-42% das doenças respiratórias.

-10% DCV.
TABAGISMO

-2003, os países-membros das Nações Unidas (ONU)


propusessem o primeiro tratado internacional de saúde
pública
TABAGISMO

-O governo brasileiro assinou e ratificou a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco em 2005

• proibição de propaganda, promoção e patrocínio de marcas de tabaco;

• advertências sanitárias com fotos e mensagens rotativas nos maços de cigarros;

• proibição de descritores enganosos, como baixo teor de alcatrão, light, suave;

• implantação, no Sistema Único de Saúde (SUS), do tratamento gratuito contra a dependência


de nicotina.
TABAGISMO

Programa Nacional de Controle do Tabagismo

-
TABAGISMO

Programa Nacional de Controle do Tabagismo

-
TABAGISMO

Programa Nacional de Controle do Tabagismo

-Diretrizes:

• reconhecimento do tabagismo como fator de risco para diversas doenças crônicas;

• identificação e acolhimento das pessoas tabagistas em todos os pontos de atenção;

• apoio terapêutico adequado em todos os pontos de atenção;

• articulação de ações intersetoriais para a promoção da saúde;

• estabelecimento de estratégias para apoio ao autocuidado das pessoas tabagistas;

• formação profissional e educação permanente dos profissionais de saúde para


prevenção do tabagismo, identificação e tratamento das pessoas tabagistas.
TABAGISMO

CLASSIFICAÇÃO ESTATÍSTICA INTERNACIONAL DE DOENÇAS E


PROBLEMAS RELACIONADOS À SAÚDE (CID-10)
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-psicoativa e atua estimulando o sistema nervoso central (sistema mesolímbico).

-motivação -Poucos segundos após a tragada do produto, a


nicotina atinge o sistema de recompensa estimulando a
-sexualidade liberação de neurotransmissores.

-atenção -Inibição do sistema GABA.

-prazer -1/2 visa ~2h: irritação, depressão, ansiedade, aumento


de apetite,
-recompensa
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-São considerados dependentes os indivíduos apresentando, no ano anterior, pelo menos três
dos critérios a seguir:
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-O diagnóstico é clínico.

-Pode ser usado o Teste de Fagerström: Composto de seis perguntas, com escores que
variam de zero a dez, ele indica que o tabagista poderá experimentar sintomas desconfortáveis da
síndrome de abstinência, quando o resultado encontrado for acima de 6 pontos.
TABAGISMO

-
TABAGISMO

-Ficam incluídos neste Protocolo, para todos os tratamentos, medicamentoso e não


medicamentoso, os tabagistas atendidos nos diferentes níveis de atenção do Sistema Único de
Saúde (SUS).

-Do tratamento medicamentoso preconizado neste Protocolo, serão excluídos s tabagistas com
contraindicação ao uso do respectivo medicamento.
TABAGISMO

-Casos de recaída

-indicado que tabagistas previamente incentivo para realizar novamente o tratamento.


-liberdade para se manter ou alterar os medicamentos.
-há evidências de que, independentemente do fármaco anteriormente utilizado, ele
continua apresentando eficácia superior ao placebo, em um novo tratamento

-Adolescentes

-evidências sobre a eficácia de intervenções são limitadas.


-aconselhamento em grupo parece ser mais promissor do que as intervenções
individuais
-poucos estudos com resultados imprecisos em relação ao uso de farmacoterapia.
-o uso de bupropiona não é preconizado em pessoas com menos de 18
anos de idade.
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-Gestantes e nutrizes

-inexistem evidências científicas suficientes de eficácia e segurança na utilização de


farmacoterapia [terapia de reposição de nicotina (TRN) e cloridrato de bupropiona]
durante a gestação.
-devem tentar parar de fumar sem utilizar nenhum tratamento medicamentoso.
-é indicado o aconselhamento estruturado.

-Idosos

-mesma conduta de adulto, exceto se houver contraindicação ao tratamento.


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-Pacientes com tuberculose

-mais de 20% da incidência global de tuberculose pode ser atribuída ao tabagismo, que
aumenta em duas vezes e meia o risco dessa doença.
-associação de aconselhamento estruturado com farmacoterapia.

-Pacientes com câncer

-identificação do tabagismo e as intervenções para a sua cessação são recomendadas


como parte essencial da assistência oncológica.
-parar de fumar diminui os riscos de doença e de complicações pós-operatórias,
aumenta a eficácia da quimioterapia, diminui as complicações da radioterapia e
aumenta o tempo de sobrevida e a qualidade de vida dos doentes.
-associação de intervenções não medicamentosas e medicamentosas.
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Abordagens

- Abordagem breve/mínima (PAAP: Perguntar e Avaliar, Aconselhar e Preparar)

-aproximadamente 3 min.

-pode ser feita por qualquer profissional da saúde.

-dificuldade de acompanhamento (PS, PA, triagem, etc).

- Abordagem básica (PAAPA – sigla para Perguntar e Avaliar, Aconselhar, Preparar e


Acompanhar)

-3-5 min.

-pode ser feita por qualquer profissional da saúde.

-mais recomendada que a PAAP, pois prevê retorno do paciente.


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-Perguntas sugeridas:
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Preparação

-marcar data

-explicar sintomas de abstinência

-estratégias de controle (tomar água e escovar os dentes repetidamente).

-restringir café e álcool.

-evitar ambientes e situações que estimulem o hábito.


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Tratamento

-SUS: aconselhamento terapêutico estruturado/abordagem acompanhado pelo tratamento medicamentoso

-Nicotina (goma, adesivo e pastilha)

-Cloridrato de Bupropiona

-Tempo: 12 meses  Avaliação, intervenção, manutenção e abstinência.


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Tratamento

-Avaliação:

-história tabagística (como idade de iniciação e tentativas para deixar de fumar)

-histórico patológico (presença ou não de doenças relacionadas com o tabaco)

-avaliação do grau de dependência da nicotina (Teste de Fagerström)

-estágios de motivação para cessação do tabagismo.

Definir se, além da abordagem cognitivo-comportamental, o paciente necessitará de medicação e


de qual tipo.
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Tratamento

-Intervenção e Manutenção:

-indivíduos em tratamento do tabagismo devem receber aconselhamento terapêutico


estruturado/abordagem intensiva.

-baseado na terapia cognitivo-comportamental e realizado em sessões periódicas, de


preferência em grupo de apoio, podendo também ser individual.
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Tratamento

Aconselhamento estruturado / Abordagem intensiva

-4 abordagens semanais
Sessão 1: Entender por que se fuma e como isso afeta a saúde.
Sessão 2: Os primeiros dias sem fumar.
Sessão 3: Como vencer os obstáculos para permanecer sem fumar.
Sessão 4: Benefícios obtidos após parar de fumar.

-2 sessões quinzenais (manutenção)


Conhecer as dificuldades e estratégias de cada fumante para permanecer
sem fumar e auxiliá-lo com orientações.

-1 sessão mensal
Prevenção de recaída
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Tratamento

Aconselhamento estruturado / Abordagem intensiva

-Mais indicado em:


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Tratamento

-Associação de aconselhamento estruturado/abordagem intensiva e a farmacoterapia

-Mais eficaz.

Fármacos:

• Cloridrato de bupropiona: comprimido de 150 mg (liberação prolongada);

• Nicotina (de liberação lenta): adesivo de 7, 14 e 21 mg (uso transdérmico);

• Nicotina (de liberação rápida): goma de mascar de 2 mg e pastilha de 2mg.


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Tratamento – Esquemas de administração

-Terapia de reposição de nicotina combinada (CTRN)

-a TRN, seja isolada ou em combinação, só deve ser iniciada na data em que o paciente deixar de
fumar.

-a TRN não deve ser usada de forma concomitante com o cigarro ou outros derivados de tabaco.

-goma ou pastilha utilizada para o controle da fissura ou em casos de consumo de até 5


cigarros/dia.
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Tratamento – Esquemas de administração

-Adesivos de nicotina

- A reposição de nicotina deve considerar 1 mg de nicotina para cada cigarro fumado.

- Não se deve ultrapassar a dose de 42 mg/dia.


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Tratamento – Esquemas de administração

-Associação de adesivos

-Candidato:

-tabagistas que fumam mais de 20 cigarros/dia, e que apresentam dificuldade para


reduzir o número de cigarros.

-combinações podem ser feitas de acordo com a quantidade de cigarros fumados e a


intensidade dos sintomas de abstinência a nicotina.

-redução das doses associadas de adesivos deve ser paulatina.

-preconiza-se a retirada de 7 mg a cada semana, avaliada pela intensidade dos sintomas


de síndrome de abstinência.
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Tratamento – Esquemas de administração

-Cloridrato de bupropiona

-Pacientes idosos podem ser mais sensíveis ao tratamento com cloridrato de bupropiona.

-Para pacientes com quadros de insuficiência renal crônica ou hepatopatia crônica é aconselhável
reduzir a dose para 150mg/dia, em razão da maior biodisponibilidade do medicamento.

-Para pacientes que pararam de fumar com o uso de bupropiona e que não apresentem síndrome
de abstinência, a critério médico, pode ser mantida dose única diária matinal (após o desjejum) de
150 mg.

-O trabalhador noturno deve tomar o primeiro comprimido de bupropiona no horário em que


desperta (após o desjejum).

- Pessoas que sintam desconforto gástrico ou relatem história recente de gastrite devem tomar o
comprimido de bupropiona após a alimentação.
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-TABELA 1 PCDT
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Tratamento – efeitos adversos

Adesivos Goma e pastilha Cloridrato de Bupropiona

Prurido Tosse Boca seca


Exantema Soluço Insônia
eritema, irritação na garganta Dor de cabeça
cefaleia Estomatite Náusea
Tontura boca seca Tontura
Náusea diminuição ou perda do Depressão
Vômitos paladar ansiedade,
Dispepsia Parestesia Pânico
Distúrbios do sono Indigestão dor torácica
Tremores Flatulência Reações alérgicas
Palpitações Desconforto digestivo desorientação
Dor abdominal Perda de apetite

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