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História

Revolução Industrial e as transformações


das formas de produção e de trabalho

2º bimestre – Aula 05
Ensino Médio
• Revolução industrial; • Identificar as mudanças no
sistema de produção fabril a
• Transformações técnicas nos partir do século XVIII;
modos de produção e nas
• Caracterizar os novos modos
formas de trabalho. de produção capitalista a partir
da eficiência da produção
industrial;

• Analisar o impacto das


transformações tecnológicas no
mundo do trabalho no contexto
da Revolução Industrial.
Todos falam!
• Para você, o que é trabalho e qual seria sua
função para os seres humanos?
• Na atualidade, existem meios de produzir que
não sejam na indústria? Como seriam essas
formas de produção e de trabalho?
• Diante do aprimoramento das técnicas e das
tecnologias ao longo do tempo, apresente
hipóteses sobre as mudanças nos modos de
produzir e de trabalhar. Discutam!
A palavra trabalho deriva do
latim tripalium, que era um
instrumento para castigar os
escravizados na Antiguidade Operário. Candido Portinari,
Romana.
3 minutos obra de 1947
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
A Revolução Industrial teve início na
Inglaterra, em meados do século XVIII, e
trouxe profundas mudanças nas formas de
produzir, trabalhar e viver. Algumas das
transformações mais significativas foram:
• Mecanização da produção: antes da Revolução Industrial, a
maioria dos produtos era fabricado de forma artesanal, com o uso
de ferramentas manuais. Com a invenção de máquinas movidas a
vapor, como a máquina de James Watt, a produção pôde ser
mecanizada, tornando-a mais rápida, eficiente e barata.
Spinning Jenny: inventada por James Hargreaves, permitia que uma
única pessoa realizasse o trabalho de 12 fiadeiras. Continua...
• Centralização da produção: a mecanização permitiu a
centralização da produção, com fábricas sendo instaladas em
locais próximos às matérias-primas (carvão mineral, por exemplo) e
à mão de obra barata. Isso levou ao surgimento de cidades
industriais e ao êxodo rural.
O “Black Country”, em Midlands
Ocidentais, Inglaterra, a oeste de
Birmingham, nos anos 1870.
Mineração de carvão.
Animação esquemática do motor
a vapor de Newcomen. O vapor
é mostrado em rosa, e a água
em azul. Válvulas abertas estão
em verde, e as fechadas em
vermelho.

Continua...
• Novas formas de trabalho: a
Revolução Industrial também mudou
as formas de trabalho. Antes, a
maioria das pessoas trabalhava em
casa ou em pequenas oficinas. Com a
mecanização, surgiu o trabalho em
fábricas, com horários fixos e uma
divisão de tarefas mais clara.
• Aumento da produtividade: com a Ilustração de tecelagem em tear mecânico.
mecanização, a produtividade História da fabricação de algodão na Grã-
Bretanha, por Sir Edward Baines, 1835.
aumentou significativamente, Ilustrador J. Tingle.
permitindo a produção em massa e a
redução de custos.
Continua...
• Urbanização: a Revolução
Industrial contribuiu para o
crescimento urbano, com a
concentração de fábricas em
áreas urbanas, e o êxodo rural.
Isso levou a problemas como
superpopulação, poluição e falta
de moradia adequada. Cidade de Manchester, 1852. William Wyld.
Paisagem dominada por chaminés.

• Expansão do comércio: com a produção em massa e a redução de


custos, os produtos puderam ser vendidos a preços mais acessíveis,
levando a um aumento do comércio e da economia. Continua...
Antecipe a escrita!

Em duplas, a partir das fontes históricas


nos slides a seguir, analise:

• Quais relações podem ser estabelecidas entre o trabalho e as


maneiras de produzir, tendo em vista as transformações técnicas
ao longo do tempo?
FONTE 1. A produção de tecidos em
Yorkshire, Inglaterra, em 1724.
“Vimos no interior das casas grande quantidade Considere
de homens robustos trabalhando, uns no
Os artesãos
caldeirão das tintas, outros no tear ou realizavam todas as
preparando os panos; as mulheres e as etapas de produção?
crianças penteando a lã ou fiando; todos, do Onde trabalhavam?
Quem realizava o
mais novo ao mais idoso, estavam ocupados. trabalho?
Não havia alma de mais de quatro anos cujas O que estava sendo
mãos não fossem capazes de ganhar seu pão.” produzido?
(FREITAS, 1975. p. 44).
FONTE 2. Mulheres e a produção têxtil
Considere

Qual impressão a gravura lhe traz


sobre o ritmo de trabalho? O que
está sendo produzido e para quem?
O consumo será doméstico ou para
venda local/internacional? Que tipo
de processo técnico está sendo
realizado?

Mulheres preparam o fio para tecer.


Tingimento dos fios (caldeirão), rodas de fiar e
de enrolar o fio no carretel.Gravura irlandesa
de 1791, William Hincks.
FONTE 3. Fábrica de linho

Considere

Quais diferenças podem ser


observadas entre as gravuras de
1791 (fonte 2 e 3)?
Qual seria o processo de
produção e de trabalho
empregados nessa iconografia?

Gravura irlandesa de 1791, William Hincks.


Oficina têxtil – Fábrica de Linho. Um
homem enrola carretéis, enquanto outro
produz em um tear manual.
FONTE 4. Fábrica de algodão na
Grã-Bretanha (Mule spinning,
Inglaterra, 1835)
Considere

O que mudou na forma de


produzir nessa gravura?

Ilustrações da história das fábricas de


algodão na Grã-Bretanha, 1835 (Mule
spinning). A máquina de fiar realizava
900 fusos de uma só vez. Pub. H. Fisher,
R. Fisher e P. Jackson.
Correção
A fonte 1 apresenta um relato sobre como eram realizados os trabalhos
em família, de forma artesanal. As tarefas eram divididas entre homens,
mulheres, crianças e idosos, que desempenhavam as atividades de
produção de tecidos em pequena escala, voltados para o mercado local.
Na gravura, fonte 2, é possível observar o trabalho artesanal das tecelãs,
que apesar de desempenharem diferentes atividades em uma divisão de
tarefas na produção dos tecidos, ainda estão representando um trabalho
doméstico e familiar. Os trabalhadores, nesses casos, possuíam todos os
meios para produzir, ou seja, as ferramentas e a matéria-prima, além de
conhecerem todas as etapas da produção.

Continua...
Correção
Comparando as iconografias de 1791 (fontes 2 e 3), é possível identificar
que, apesar de suas semelhanças, a representação da oficina de tecelões
revela a sucessão do artesanato para a manufatura (ainda utilizando a
energia humana) e, nesse sentido, já pode ser entendido como um
estabelecimento fabril, no qual a técnica de produção é artesanal, mas o
trabalho é desempenhado por muitos operários.
Por fim, a fonte 4, uma fábrica de algodão da primeira metade do século XIX,
revela o aumento na produção, já que a máquina de fiar realizava 900 fusos
de uma só vez. As máquinas eram movidas por energia a vapor, utilizando
carvão como combustível, e necessitando de poucos trabalhadores em seu
manuseio. O advento do sistema fabril – maquinofatura – não apenas
dependia dos avanços tecnológicos do contexto e suas inovações técnicas
advindas das máquinas de tear mecânicas e a vapor, mas também do
controle do trabalhador no interior das fábricas.
Todo mundo escreve!

Leia o texto nos slides a seguir e analise:

• Quais mudanças, relacionadas aos modos de produzir e


trabalhar, o texto historiográfico associa à Revolução
Industrial? Registre suas análises!
TEXTO I. O fim do sistema doméstico de produção
“[...] a partir de 1750, começam a aparecer novos ritmos e estilos de
produção, desconhecidos até então [...]. Criaram-se organizações nas
quais um grande número de operários eram reunidos para construir e
fazer funcionar as máquinas. Os operários saíam das aldeias para se
concentrarem nas cidades ao redor dos postos de trabalho,
acentuando o processo de urbanização. Inicialmente, os edifícios das
fábricas adaptavam-se mal à numerosa concentração da mão de obra,
reunida ali para longos dias de trabalho. As cidades também não
tinham condições para abrigar a população que começava a se
acumular. Portanto, ao lado da criação de uma riqueza nacional e dos
proprietários de fábricas, a Revolução Industrial criou, inicialmente,
condições de trabalho penosas e insalubres.
Continua...
É, portanto, consequência imediata da Revolução Industrial a
intensificação do êxodo rural, que transformou o equilíbrio entre
população urbana e rural na maioria dos países. [...] o trabalho nas
fábricas atingiu a organização da família operária como unidade
econômica.
A necessidade de concentrar os operários em volta das máquinas
destruiu o sistema doméstico de produção e criou a situação moderna,
em que o trabalhador necessita sair para o trabalho. Homens, mulheres
e crianças deixavam os lugares onde moravam para trabalhar em
diferentes fábricas.” (LEITE, 1980. p.111-2)
Correção
• Condições de trabalho penosas e insalubres: inicialmente, as
condições de trabalho nas fábricas eram difíceis e prejudiciais à
saúde, devido à falta de regulamentação e proteção dos
trabalhadores.

• Impacto na organização familiar: a necessidade de concentrar os


trabalhadores em torno das máquinas nas fábricas acabou por
desestruturar o sistema de produção doméstica. Homens,
mulheres e crianças passaram a deixar suas casas e o trabalho
artesanal e doméstico para trabalhar nas fábricas, afetando a
organização e dinâmica das famílias.
Continua...
Correção
O texto descreve as transformações sociais e econômicas
desencadeadas pela Revolução Industrial no século XVIII, com
alguns postos-chaves em destaque:

• Introdução de novos métodos de produção em massa e de


tecnologias, até então desconhecidas, que levaram ao
aumento da produção;

• Êxodo rural: um grande número de trabalhadores começou


a migrar das áreas rurais para as cidades, onde as fábricas
estavam localizadas, o que resultou em um intenso
processo de urbanização.
Mostre-me!
A partir da aula de
hoje, elabore um
infográfico, (sugestão
de tabela ao lado),
caracterizando as
rupturas e/ou
permanências nas
formas de produzir e
trabalhar. Destaque o
trabalho artesanal, a
manufatura e a
maquinofatura.
• Identificamos as mudanças no sistema
de produção fabril a partir do século
XVIII;
• Caracterizamos os novos modos de
produção capitalista a partir da
eficiência da produção industrial;
• Analisamos o impacto das
transformações tecnológicas no mundo
do trabalho, no contexto da Revolução
Industrial.
FREITAS, G. de. 900 textos e documentos de História. Lisboa: Plátano. vol. III. 1975.
HENDERSON, W. A Revolução Industrial: 1780-1914. São Paulo: Verbo/Edusp, 1979.
HOBSBAWM, E. J. A Era das Revoluções: 1789-1848. São Paulo: Paz & Terra, 2012.
IGLÉSIAS, F. A Revolução Industrial. São Paulo: Brasiliense. 1982.
LEITE, M. M. Iniciação à história social contemporânea. São Paulo: Cultrix, 1980. p.111-2.
LEMOV, D. Aula nota 10 3.0: 63 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. Porto
Alegre: Penso, 2023.
THOMPSON, E. P. A formação da classe operária inglesa. (vol. 2) Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1987.
Lista de imagens e vídeos
Slide 3 – Operário. Candido Portinari, 1947. Projeto Portinari. Disponível em: https://cutt.ly/5wV1okn9
Acesso em: 16 fev. 2024.
Slide 4 – Spinning Jenny: Inventada por James Hargreaves, permitia uma única pessoa realizar o
trabalho de 12 fiadeiras. Disponível em: https://cutt.ly/gwV037zs Acesso em: 16 fev. 2024.
Slide 5 – Animação esquemática do motor a vapor de Newcomen. Wikipedia. Disponível em:
https://cutt.ly/vwV2cqLw Acesso em: 16 fev. 2024;
O "Black Country", em Midlands Ocidentais, Inglaterra, a oeste de Birmingham, nos anos 1870.
Wikipedia. Disponível em: https://cutt.ly/iwV2cOhZ Acesso em: 16 fev. 2024.
Slide 6 – Ilustração de tecelagem em tear mecânico. História da fabricação de algodão na Grã-Bretanha
por Sir Edward Baines, 1835. Ilustrador J. Tingle. Disponível em: https://cutt.ly/5wV2RoyF Acesso em: 16
fev. 2024.
Slide 7 – Cidade de Manchester, 1852. William Wyld (Manchester from Kersal Moor, with rustic figures
and goats). Paisagem dominada por chaminés. Disponível em: https://cutt.ly/7wV4a5gj Acesso em: 16
fev. 2024.
Lista de imagens e vídeos
Slide 10 – Gravura irlandesa de 1791, William Hincks. Mulheres preparam o fio para tecer. Tingimento
dos fios (caldeirão), rodas de fiar e de enrolar o fio no carretel. Disponível em: https://cutt.ly/f87u8SN
Acesso em: 16 fev. 2024.
Slide 11 – Gravura irlandesa de 1791, William Hincks. Oficina têxtil. Homem enrola carretéis,
enquanto outro produz em um tear manual. Disponível em: https://cutt.ly/Z4qiWuY Acesso em:16 fev.
2024.
Slide 12 – Ilustrações da História das fábricas de algodão na Grã-Bretanha, 1835. Pub. H. Fisher, R.
Fisher e P. Jackson. Disponível em: https://cutt.ly/V87iqZD Acesso em:16 fev. 2024.
Gifs e imagens ilustrativas elaboradas especialmente para este material a partir do Canva.
Disponível em: https://www.canva.com/pt_br/ Acesso em: 16 fev. 2024.

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