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Fredinandes Carlitos

Ocupação Efectiva e o Estabelecimento do Sistema Colonial em Moçambique e


África

Disciplina de História

Escola Secundária 12 de Outubro

Nampula

2024
Fredinandes Carlitos

no 54

A Ocupação Efectiva e o Estabelecimento do Sistema Colonial em Moçambique e Africa

Trabalho de pesquisa e de carácter


avaliativo da disciplina de Historia a ser
entregue ao professor (a) do mesmo, na
turma 10-3, curso diurno.
Professora Morena

10a Classe

Escola Secundária 12 de Outubro

Nampula, Abril de 2024


ÍNDICE

INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................4

As formas de exploração económica: ................................................................................................6

As companhias comerciais ou concessionárias .................................................................................7

As Particularidades do Colonialismo Português: o caso de Moçambique ........................................8

A ocupação militar em Moçambique ................................................................................................9

Um ataque dos Namarrais às tropas portuguesas, em 19 e 20 de Outubro de 1896 ........................10

As consequências da ocupação efectiva para Europa, África e Moçambique.................................12

Consequências da ocupação efectiva para Moçambique.................................................................13

CONCLUSÃO ........................................................................................................................................15

BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................................................... 16
INTRODUÇÃO

Inicialmente, os Portugueses fixaram-se no litoral onde construíram as fortalezas de Sofala


(1505), Ilha de Moçambique (1507). Só mais tarde através de processos de conquistas militares
apoiadas pelas actividades missionárias e de comerciantes, penetraram para o interior onde
estabelecerem algumas feitorias como a de Sena (1530), Quelimane (1544).

O propósito, já não era o simples controlo do escoamento do ouro, mas sim de dominar o acesso
às zonas produtoras do ouro. Esta fase da penetração mercantil é designada de fase de ouro. As
outras duas últimas por fase de marfim e de escravos na medida em que os produtos mais
procurados pelo mercantilismo eram exactamente o marfim e os escravos respectivamente.

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A Ocupação Efectiva e o Estabelecimento do Sistema Colonial em Moçambique e Africa

Apesar de o continente africano ter ficado praticamente sob o domínio dos países europeus por
volta de 1899, não existia, numa primeira fase, uma política colonial com objectivos muito
claros e definidos. Após a partilha colonial, seguiu-se um período de conquista e ocupação colo-
nial que, em muitos casos, viria a determinar os métodos de administração que vieram a
prevalecer até a I Guerra Mundial. No período entre os dois conflitos Mundiais, estas antigas
práticas estruturaram-se em política oficial, permitindo então a burocratização da sua
administração.

Prevalecia, no entanto, uma convergência daquilo que poderia designar-se por administração
conjunta ou indireta, dando possibilidade as autoridades africanas de participarem na
administração em posição subordinada. Estas formulações estavam relacionadas com a maneira
como se constituíram os impérios coloniais no final do seculo XIX, a sua dimensão, a falta de
pessoal europeu para administrar as novas possessões e a necessidade de contenção nas despesas
administrativas.

A Administração Directa, cuja extensão à totalidade das possessões coloniais se revelava


pouco viável, no plano imediato, foi apenas aplicada a pequenos territórios costeiros, como
foram os casos das quatro Comunas do Senegal» - Dacar, São Luís, Rufisque e Goreia, pelos
franceses - e das Colonias da Coroa - Serra Leoa, Costa do Ouro (Gana) e Lagos (pertencente a
actual Nigéria), pelos ingleses mas viria a traduzir-se num fracasso, devido ao pouco entusiasmo
dos funcionários coloniais e a frustração geral dos novos africanos ocidentalizados, que se viam
sistematicamente afastados do aparelho administrativo.

No período entre as duas guerras, as chefaturas africanas deixaram de ser autoridades indígenas
para se tornarem meros agentes administrativos, participando na recolha dos impostos, nas
operações de recenseamento, no recrutamento de mão-de-obra e seu alistamento, estando as suas
atribuições e poderes tradicionais muito limitados ou diminuídos. No caso de estes chefes não
cumprirem as novas funções corn a diligência necessária, poderiam ser substituídos por
elementos da sua família, menos hostis as práticas coloniais, ou por antigos funcionários ou
militares africanos.

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A Inglaterra era a única metrópole europeia a estar bem dotada de colonias de povoamento ou
colonias «brancas», situadas nas regiões de clima temperado, sendo as (micas em que os
britânicos estabeleceram uma evolução no sentido de um governo responsável. Assim, o Canada
viu-se dotado de um governo logo em 1841, seguindo-se a Austrália (1900), a Nova Zelândia
(1907) e a União Sul-Africana (1910), sendo estas praticamente independentes.

As colonias de exploração localizavam-se nas Índias Britânicas ou Holandesas, na Indochina,


na Africa Negra e em Madagáscar, tendo-se fixado nelas plantadores, funcionários
administrativos e militares, em número sempre crescente. Nestes casos, estas possessões
coloniais tornaram-se «colonias da Coroa», administradas por um governador, sendo este
assistido por um conselho eleito, constituído por representantes das populações locais, não
havendo qualquer perspectiva duma evolução no sentido de um governo Autónomo.

As formas de exploração económica:

O papel das companhias monopolistas

O sistema económico colonial era o prolongamento natural do sistema da potência colonizadora,


reservando-se as colónias o papel de produtoras de matérias-primas destinadas a exportação,
ficando estas totalmente dependentes dos países capitalistas desenvolvidos para a obtenção de
quaisquer produtos manufaturados ou tecnologia.

Ate ao final da I Guerra Mundial, os investimentos estrangeiros em Africa, nas áreas da


agricultura e indústria, foram relativamente modestos e corn objectivos muito limitados, ainda
que se tivessem montado algumas infraestruturas necessárias ao desenvolvimento colonial, corn
especial relevo para as estradas, portos e linhas férreas. Este desenvolvimento colonial foi, em
grande medida, autofinanciado pela grande massa dos africanos, através da obrigatoriedade do
pagamento do imposto, como consequência imediata da presença colonial no nosso continente.
Os africanos foram assim coagidos a participarem nas actividades económicas dos europeus,
numa tentativa de ampliação dos sectores monetários da economia. o chamado imposto de
palhota foi muito usado nos primeiros tempos da dominação colonial, sendo substituído na
década de 1920 por um imposto pessoal ou de capitação, que permaneceu como a forma mais
generalizada ate ao fim do período colonial.

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No que respeita ao trabalho forçado, este começou a ser efectuado pelos administradores euro-
peus corn vista a satisfazer a necessidade de mão-de-obra para os novos projectos económicos,
tanto de caracter privado como público, já que os salários como os preços de compra mais
favoráveis não exerciam qualquer atraccão sobre os africanos.

Estes recrutamentos, que podiam ter um caracter migratório ou semipermanente, foram usados:

De forma directa, pelos agricultores e companhias concessionarias.

Pelos serviços públicos, como carregadores ou trabalhadores nas construções de estradas e


linhas férreas.

 Para o cultivo forcado de produtos agrícolas de exportação.


 Para as forcas militares ou brigadas de trabalho.
 Por diversos agentes privados, corn o apoio das autoridades administrativas.

Ainda que este sistema tenha entrado em declínio logo no inicio do seculo XX, quer porque as
necessidades de mão-de-obra fossem menores, quer em função da pressão exercida pela opinião
publica internacional, tendo sido depois formalmente rejeitado pela Convenção de Trabalho
Forcado de 1930, o seu uso continuou a fazer-se praticamente ate o final da II Guerra Mundial.

As companhias comerciais ou concessionárias

Inicialmente, os governos metropolitanos não estavam interessados em mobilizar dinheiro e


homens para as colonias. Entregaram então a exploração e a ordem pública de vastos territórios
africanos a companhias privadas ou concessionarias, dotadas de amplos privilégios. Estas, em
princípio, não eram dotadas de direitos de soberania, mas possuíam exércitos próprios e tinham
o privilégio de cobrar impostos.

Apesar dos abusos e de uma vontade sistemática de rentabilizar os seus investimentos, os


retornos destas companhias foram lentos, la que a maioria dos dividendos foram pagos apenas
depois da II Guerra Mundial. Muitas delas faliram ou desapareceram, submersas pelos encargos
administrativos. O Insucesso comercial de grande parte destas empresas obrigou os governos
coloniais dos territórios africanos a assumirem um papel mais activo no desenvolvimento
económico. Logo, em 1889, a Empresa Alemii da Africa Oriental entregou os seus privilégios

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ao governo alemão, o mesmo acontecendo corn a Companhia Imperial &rift-mica da Africa
Oriental (1894) e a Real Companhia do Niger (1900), que fizeram o mesmo, relativamente a
Londres.

As Particularidades do Colonialismo Português: o caso de Moçambique

A partir de 1850, o capitalismo português estava em franca ascensão, ainda que o país se
mantivesse num estado quase feudal e muito dependente do financiamento externo. Vinte anos
mais tarde, surgia a base de uma indústria têxtil que procurava romper com a tradicional
dependência inglesa, tendo como mercado preferencial as colónias africanas.

A formulação de um Império Colonial Português em Africa data da segunda metade do século


XIX, após a independência do Brasil (1822). A sua construção, a par da ocupação gradual do
espaço colonial, então sob a ameaça de outras potências europeias, passava por uma profunda
transformação das suas estruturas sociais e económicas, pondo fim ao tráfico esclavagista. A
descoberta de importantes jazigos auríferos na África austral, aliada ao clima de prosperidade
em Moçambique, beneficiando-se das relações com o Natal e da abertura do canal do Suez (1
869), levaram o governo português a iniciar um novo ciclo de reformas e de desenvolvimento
do seu sistema colonial.

A partir da década de 1880, a actividade colonial assumiu uma importância maior ao nível dos
comerciantes portugueses, em parte motivada por uma política mais dinâmica do Governo e da
Sociedade de Geografia de Lisboa. Seria neste âmbito que se organizaria a «expedição de obras
públicas», em 1877, com o objectivo de abrir vias de comunicação para o comércio com o
interior. Simultaneamente, legislava-se sobre a liberdade de trabalho, pondo fim ao sistema
esclavagista, ainda que se mantivessem formas de coerção muito próximas dele. A escassez de
meios financeiros e humanos obrigou o Governo português a recorrer aos capitais estrangeiros,
à abertura dos mercados e ao aumento das exportações.

Durante toda a década de 1890, as possessões portuguesas em África viveram um clima altamente
instável, chegando a Grã-Bretanha e a Alemanha a negociarem um acordo secreto que previa a partilha
do «império português» (Tratado de Westminster) na eventualidade de Portugal ser obrigado a abdicar
das suas colónias. Esta instabilidade teve muito a ver com a crise financeira portuguesa de 1890,
que obrigou à desvalorização da moeda e a um reajustamento unilateral da sua divida externa.
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As colónias foram obrigadas a pagarem por si e a encontrarem alguma forma de contribuírem
para os problemas externos da economia metropolitana. Assim, os administradores coloniais
deram prioridade procura de meios menos dispendiosos e mais directos de levar a colónia a não
dar prejuízo. No entanto, o ambiente de insegurança política que ainda se Vivia em Moçambique
não permitia a atracção de investimentos, já que mesmo as povoações costeiras mais antigas
eram regularmente ameaçadas e atacadas pelos chefes africanos locais.

O Governo português transferiu então para companhias privadas ou concessionárias a


administração, ocupação militar e desenvolvimento de grande parte da colónia, deixando a
região meridional, a sul do Save, para ser explorada directamente pelo Estado como reserva de
mão-de-obra para as minas sul-africanas.

A implantação destas companhias concessionárias e a penetração dos investimentos estrangeiros


propiciaram, de um modo geral, o seu desenvolvimento económico, alargando as formas de
organização capitalista da produção e da comercialização. O sucesso destas companhias deveu-
se, fundamentalmente, a uma organização capitalista moderna, mas também fazendo recurso aos
seus privilégios e às actividades comerciais e agrícolas.

A ocupação militar em Moçambique

A aceleração da actividade militar nas colónias portuguesas começou a partir da Conferência de


Berlim, numa tentativa de fazer a ligação entre Angola e Moçambique, concretizando assim o
projecto do «mapa cor-de-rosa». Realizaram-se uma série de expedições, iniciadas em meados
de 1888, de acordo com um plano elaborado em Lisboa. Esta tentativa de expansão foi
interrompida no Niassa e em Manica, com os conflitos anglo-portugueses, estando na origem
do célebre Ultimatum de 1890.

A ocupação militar de Moçambique foi feita em três períodos distintos, entre eles:

 1850-1894: período em que Portugal usou apenas as suas tropas coloniais e os aliados africanos
locais, em guerras feitas sem grande motivação, não impressionando nem colonizados, nem a
metrópole colonial, nem as outras potências europeias interessadas em substituir-se a Portugal
em Moçambique. Mas não se pode ignorar a resistência tenaz das famílias prazeiras no vale do

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Zambeze que, entre 1867 e 1869, causaram pesadas derrotas aos exércitos portugueses em
Massangano.

1895-1910: este foi verdadeiramente o período de ocupação colonial, superiormente gerido pelo
Governo central, em Lisboa. São usadas tropas portuguesas e armamento largamente superior
ao dos seus adversários africanos. Isto não quer dizer que a ocupação se tenha feito por uma
série de vitórias acumuladas umas sobre as outras. Catástrofes e derrotas não faltaram, tal como
ocorreu com a campanha dos Namarrais (1896-1897), no norte de Moçambique. Noutros casos,
esta ocupação revelou-se demasiado frágil, tal como ocorreu no Bàrué, onde persistiram formas
mais ou menos de guerrilha, na zona montanhosa da fronteira com o actual Zimbabwe. Na última
década, a região do Niassa mantinha-se ainda fora da alçada do poder colonial, derrotando
apenas o chefe Mataka, o principal chefe Yao, em 1912. A sul do rio Lúrio sé se viria a proceder
penetração militar a partir de 1905, ficando terminada após 1910.

 1910-1926: surgiu um novo surto de dificuldades para Portugal, obrigando-o a um conjunto de


operações encarniçadas, mas que nunca puseram em causa a sua presença colonial. Estas
parecem dever-se a um conjunto de circunstâncias, como:

— As reivindicações de certos africanos evoluídos, que julgavam justificar-se um afrouxamento


do jugo colonial.
— Persistência ou acentuação de toda a espécie de abusos coloniais.
— Os ataques alemães em Angola (1914) e em Moçambique (1916-1918) e à perda de prestígio
que isso resultou para Portugal. Estes acontecimentos militares propiciaram a ocupação de
partes do planalto dos macondes (1917), processo que ainda iria decorrer até 1924.

Um ataque dos Namarrais às tropas portuguesas, em 19 e 20 de Outubro de 1896

«Cerca das 10 horas da manhã, marchando-se com dificuldade por um caminho estreito,
estabeleceu-se contacto com o inimigo, que às ocultas fuzilava os nossos, sendo necessário fazer
avançar o pelotão de Caçadores 4, de guarda avançada, e formar os seus homens em cordão, na
frente da coluna, que então logrou avançar um pouco mais desafogadamente, desembocando na
maxamba da Mujenga pouco depois das 1 1 horas.

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Tendo formado quadrado com a face da frente a noroeste, o tiroteio do inimigo, invisível, mas
perto, desencadeou-se como saraivada, causando-nos logo vinte e uma baixas. Nestas
circunstâncias e nada conseguindo com o fogo das nossas fileiras, fez-se entrar em bateria no
ângulo mais flagelado uma das pecas, ao mesmo tempo que o pelotão de cavalaria, em linha,
apesar da espessura do mato, carregava o adversário, desalojando-o. Mal os nossos recolheram
ao quadrado, as guerrilhas namarrais romperam de novo fogo, ferindo o próprio governador-
geral e outros oficiais. Recorreu-se então ao expediente de mandar ocupar por esquadras de
landins e caçadores uns morros de muchém que existiam nas proximidades do quadrado,
constituindo-se ao mesmo tempo uma trincheira que o envolvia e servia de abrigo aos nossos.
Assim se conseguiu a segurança, que se la tornando muito necessária.
À noite, o fogo, que afrouxara pela tarde, aumentou de intensidade, tendo vindo em auxílio dos
namarrais a gente do Marave e do Matibane, o que obrigou as tropas a uma continuidade e
fatigante vigilância.
A situação ia-se tornando comprometedora, tanto mais que se averiguou que o guia atraiçoara a
coluna, levando-a aquele ponto, onde se cria que não poderia resistir.
Isto obrigou Mouzinho [de Albuquerque], que projectava avançar na manhã seguinte para
Naguema, a retirar para Natule as 4.30 da madrugada, levando ä frente o comboio e debaixo
dum intenso fogo, que não deixou de perseguir implacavelmente a coluna senão a alguns
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quilómetros do termo da marcha que se atingiu perto das 10 horas. A guarda da retaguarda
teve muitas vezes de conter pelo fogo o adversário, que chegou a aproximar-se a 100 metros».

O ataque ao quadrado de Marracuene, em 2 de Fevereiro de 1895 sem que no bivaque se desse


por tal, e sem que agora mesmo se possa reconstruir exactamente a cena, negros ágeis e subtis
como cobras, que se tinham entranhado nas moitas avizinhadas das sentinelas, de rojo,
coleantes, sem fazer estalar um ramo ou rumorejar um folhedo, devem ter fulminado algumas
delas com azagaiadas certeiras; outros, mascarados com os capotes e os bonés do piquete que
safra a talar o campo e não voltara, terão passado sorrateiros pelos postos, falando-lhes em
português como se fossem pragas tresmalhadas desse mesmo piquete que reuniam ao corpo;
ainda outros, talvez os mais numerosos, conseguiram insinuar-se pelas abertas da linha de
vigilância, cosidos com a terra, cobertos com a vegetação e a noite: agrupados depois estes
traiçoeiros assaltantes junto à margem do Incomáti, avançaram para a face direita do quadrado,
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na sua parte formada pelos pelotões de Caçadores 3, para abrir uma primeira brecha na
desprotegida muraIha dos peitos humanos, que eles já sentiam palpitar ao alcance das azagaias.
Tudo isto foi instantâneo, mais pronto do que um grito de alarme. As tropas só se sobressaltaram
ao distinguirem, já ali ao pé, um tropel de gente que vinha correndo e gritando: Camaradas, não
façam fogo! Camaradas angolas!».

As consequências da ocupação efectiva para Europa, África e Moçambique

Na Europa
Conflitos como a Guerra Franco-Prussiana e a Guerra Russo-Japonesa, que espelhavam bem os
sentimentos imperialistas dos Estados dessa época, levaram a uma nova demanda por
outros continentes, em especial pelo continente africano;
O avanço tecnológico dos europeus permitiu-lhes ocuparem e dominarem os territórios
que pretendiam; o sector industrial dos países europeus obteve novos mercados entre os
países ocupados, novas fontes de produção; houve um enriquecimento por parte dos
países dominantes à custa do trabalho das populações nativas;
A ocupação incentivou as tensões pelo domínio do território africano e asiático, como por
exemplo, a Guerra Anglo-Boer, as rivalidades entre Portugal e a Inglaterra devido a intenção
portuguesa de conquistar o território entre Moçambique e Angola (Mapa Cor de Rosa), contra
a penetração britânica de construir uma linha férrea ligando o Cabo ao Cairo no Egipto.

Consequências da ocupação efectiva para África:


A ocupação e dominação do continente africano trouxe várias consequências positivas,
assim como negativas.
A nível económico:
A actuação da economia colonial permitiu a construção de infra-estruturas físicas: aeroportos,
portos, estradas, pontes, hospitais e escolas, vias-férreas, instalação do telégrafo e do telefone,
que, por sua vez, tiveram impacto positivo nas colónias.

No plano agrícola, foram introduzidas as culturas de exportação:


-Cacau;

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-Café;
-Tabaco;
-Algodão;
-Sisal;
-Borracha,
-Chá;
-Estagnação da tecnologia africana devido ao abate das actividades artesanais;
-Alteração dos hábitos alimentares devido a introdução de monoculturas.
A nível político:
-Durante o período da ocupação colonial efectiva, não se desenvolveram as guerras étnicas;
-A partilha e a conquista de África reformularam as fronteiras e alterou o mapa político
deste continente;
-Introdução de um novo sistema jurídico e uso de línguas europeias na justiça;
-Surgimento de uma nova classe de funcionários administrativos africanos;
-Destruição das monarquias africanas, assim como o enfraquecimento das autoridades e do
poder dos africanos;
-Perda da soberania e da independência.

Consequências da ocupação efectiva para Moçambique

A nível económico:
-Intensificação das trocas comerciais;
-Produção agrícola para o mercado;
-Recrutamento da mão-de-obra para o sector mineiro e plantações na África do Sul e Rodésia;
-Integração da população na economia capitalista mundial;
-Criação de uma economia orientada principalmente para a produção de mercadorias procuradas
no mercado internacional e para a manutenção da mão-de-obra;
-Introdução do trabalho forçado (xibalo) e a exportação da mão de-obra generalizada da
população.

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A nível político:
Modificação das estruturas e os espaços da comunidade camponesa; Moçambique foi dividido
em circunscrições e postos de Fiscalização nas áreas onde as populações indígenas estavam
organizadas e pacificadas, e nas restantes regiões do país onde os nativos mostrassem rebelião,
foram criadas capitanias-mor, divididas em comandos militares.

A nível social e cultural:


Abalo dos valores culturais; aculturação do povo moçambicano com aquisição da língua, hábitos
e costumes do povo colonizador; proliferação das igrejas cristãs pelo país todo; atraso dos níveis
de escolaridade para os moçambicanos da época; desenvolvimento do sistema de segregação
racial e as leis para os indígenas.

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CONCLUSÃO

Após a pesquisa feita sobre este tema, chega-se á conclusão que, A formulação de um Império
Colonial Português em Africa data da segunda metade do século XIX, após a independência do
Brasil (1822). A sua construção, a par da ocupação gradual do espaço colonial, então sob a
ameaça de outras potências europeias, passava por uma profunda transformação das suas
estruturas sociais e económicas, pondo fim ao tráfico esclavagista. A descoberta de importantes
jazigos auríferos na África austral, aliada ao clima de prosperidade em Moçambique,
beneficiando-se das relações com o Natal e da abertura do canal do Suez (1 869), levaram o
governo português a iniciar um novo ciclo de reformas e de desenvolvimento do seu sistema
colonial.

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BIBLIOGRAFIA

 As particularidades do Colonialismo Português: o caso de Moçambique, Disponível em:


https://www.escolamz.com/2020/07/as-particularidades-do-colonialismo-
portuguesmocambique.html.
 As consequências da ocupação efectiva para Europa, quinta aula de História 10ª classe,
Disponível em: https://faroacademy.blogspot.com/2020/11/as-consequencias-da-
ocupacao-efectiva.html.
 SOPAS, António. Livro de História 10ª Classe, Maputo: Texto Editores, 2007
 RECAMA, Dionísio Calisto. BONDE, Rui Amadeu. Livro do Aluno - História - 10.ª
classe. Maputo, Plural Editores, 2023.

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