Você está na página 1de 6

1- CONCEITO DE AÇÃO PENAL

FACHINI RETRATA QUE a ação penal equivale ao direito de provocar o


Estado na sua função jurisdicional para a aplicação do direito penal objetivo em um
caso concreto. Desta forma é o direito do Estado de atender a sua pretensão punitiva.
Ou seja, mediante o autor Fachini o conceito de ação penal consiste de fato no
direito de pedir a tutela jurisdicional do Estado, consequentemente com o objetivo a
resolução de um conflito decorrente de um fato concreto.
Certamente o conceito está familiarmente ligado ao princípio da
irrenunciabilidade da jurisdição com base no Art. 5°, inc. XXXV, da CF/88 que diz:

“a lei não excluirá da apreciação do Poder judiciário lesão ou


ameaça a direito”.

Filho explica que a palavra denúncia, ou seja, a “peça inauguratória de ação


penal, de iniciativa do Ministério público”, vem do verbo denunciar, do latim
denuntiare, significando anunciar, “fazer denúncia de; acusar, delatar”.
Filho conceitua a denúncia como:
...] o ato processual por meio do qual o Representante do Ministério Público
leva ao conhecimento do Juiz, respaldado em provas colhidas no inquérito ou em outras
peças de informação, a notícia de uma infração penal, diz quem a cometeu e pede seja
instaurado o respectivo processo em relação a ele.

Em relação a pretensão processual:

A Pretensão processual é uma declaração petitória ou afirmação de que o autor


tem direito a que se atue a prestação pedida. E no processo penal, uma declaração
petitória de que existe o direito potestativo de acusar e que procede a aplicação do poder
punitivo estatal. Por isso, é uma pretensão acusatória [...] Não é um direito subjetivo
mas uma consequência de um estado de fato (lesão ao bem jurídico) ou um estado de
fato com consequências jurídicas. Mais é um direito potestativo o poder de proceder
contra alguém. (JR., 2022, P.568)
Desta forma, de acordo com o autor a denúncia é o ato processual por meio do
qual o Estado, pelo seu órgão competente, que é o Ministério Púbico, dirige-se ao Juiz,
dando-lhe conhecimento de um fato que reveste os caracteres de infração penal e
manifestando a vontade de ver aplicada a sanctio júris ao culpado.

1.2 REQUISITOS
Quando retratamos sobre os requisitos de uma denúncia acusatória no qual é
impulsionada da ação penal, certamente deve ser feito de uma forma simples, contudo
exigindo uma técnica mais apurada quando da sua elaboração
.
O Código de Processo Penal, no artigo 41 fundamenta os requisitos
indispensáveis
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com
todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais
se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das
testemunhas.
Desse modo a denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso com
todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais
se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol de
testemunhas.
Mediante a isso Filho fundamenta que:
Por exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias
compreende-se a descrição, pelo acusador – Ministério Público ou
querelante -, da conduta - imputada ao denunciado ou querelado –
sujeito passivo da ação penal -, de forma a permitir o exercício da
ampla defesa e o respeito ao contraditório.

Podemos entender então que uns dos requisitos é o endereçamento, a


qualificação do acusado, ou de certo modo fornecer os dados que no qual orienta a
identificação do indivíduo, além disso a descrição dos fatos em todas as suas
ocorrências.
Muccio explica que dentre os requisitos previstos no mencionado artigo 41, há
os essenciais e os que não são essenciais. Fundamenta ainda que o ordenamento
jurídico- processual penal, ao ser analisado como um todo, recomenda a observância de
outros requisitos
Roeldel explica que a denúncia, como peça inaugural do processo criminal,
certamente deverá descrever com riqueza de detalhes o fato criminoso imputado ao
agente transgressor da norma penal e as características e fatos ocorridos, possibilitando,
sempre, o exercício da ampla defesa. Conhecendo com precisão todos os limites da
imputação formulada pelo órgão acusador, poderá o acusado a ela se contrapor o mais
amplamente possível, seja por meio da resposta à acusação, com tese preliminares,
nulidades e pedido de rejeição da denúncia ou por meio do mérito, quando da regular
instrução processual.
FILHO retrata que:

A descrição do fato deve ser precisa, não se admitindo a


imputação vaga e imprecisa, que impossibilite ou dificulte o
exercício da defesa. O autor deve incluir na peça inicial todas as
circunstâncias que cercaram o fato, sejam elas elementares ou
acidentais, que possam, de alguma forma, influir na apreciação
do crime e na fixação e individualização da pena. Se a
deficiência na narrativa não impedir a compreensão da acusação
a denúncia deve ser recebida. A omissão de alguma
circunstância acidental (não constitutiva do tipo penal) não
invalida a queixa ou a denúncia, podendo ser suprida até a
sentença (CPP, art. 569).

Em relação a competência de acordo com Roedel, compete ao Ministério


Público na denúncia ou ao querelante na queixa-crime a demonstração da relação de
causalidade entre o fato criminoso e o suposto agente culpado, contra quem incidirá o
processo.
Certamente as denúncias devem ser processadas por meio de ação penal
pública, consequentemente o representante titular é o Ministério público
Além disso Roedel retrata que a qualificação do indivíduo é de fato muito
importante para que O Estado certamente mediante o processo penal possa exercer o seu
poder de punição contra o agente no qual cometeu o crime
Desta forma para que isso ocorra é necessário a qualificação do acusado, ou até
mesmos apresentados requisitos ou esclarecimento no qual possa através disto
identificá-lo.

Rol de testemunhas
Filho coloca em pauta o arrolamento de testemunhas, como facultativo, pelo
fato de haver à possibilidade de inexistir testemunhas que presenciaram o fato
criminoso, ou até mesmo, não terem sido as mesmas identificadas, inexistindo. Como
retrata Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas
as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se
possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das
testemunhas.

Além disso fernando Capez ensina que “as ações penais poderão ser públicas
ou privadas, conforme seja promovida pelo Ministério Público ou pela vítima e seu
representante legal, respectivamente. ”
Com o seu devido fundamento jurídico:
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do
Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da
Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério
Público, nos casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito,
informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de
convicção.
De certo é por meio da denúncia que o órgão acusador apresenta o dispositivo
penal que reflete a conduta ilícita praticada, dizendo em que dispositivo da lei penal o
autor do fato se acha incurso.

2. Prazos
De acordo com Menezes O prazo inicia sua contagem, da data em que o
representante do Ministério Público recebeu o autos do inquérito policial.
Mediante a isso o art 46 cpp:
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5
dias, contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do
inquérito policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se
houver devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data
em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos.
Desse modo o réu preso o prazo da denúncia é de cinco dias a contar da data
em que o MP receber o inquérito, enquanto o Réu solto, o prazo para o oferecimento
da denúncia é de quinze dias a contar do recebimento do inquérito

De acordo com assunção, Oferecida a denúncia, os autos serão conclusos ao


Juiz para análise. Nessa fase, o Magistrado poderá receber, rejeitar, ou até mesmo
determinar diligências. Para o presente artigo, destacam-se a rejeição e,
principalmente o recebimento da denúncia.
Anote-se que, nos termos do artigo 395, do CPP, a denúncia ou queixa será
rejeitada quando for manifestamente inepta, faltar pressuposto processual ou condição
para o exercício da ação penal ou faltar justa causa para o exercício da ação penal.
REFERENCIAS

Fachini. AÇÃO penal definição tipos princípios e requisitos. Disponivel


em:https://www.projuris.com.br/acao-penal-definicao-tipos-principios-requisitos/ .
Acessado em 02 de agosto de 2022

Fernando da Costa Tourinho Filho ] https://jus.com.br/artigos/22269/aspectos-


destacados-da-exordial-acusatoria-perante-o-
https://jus.com.br/artigos/18985/dos-requisitos-da-acusacao-no-processo-penal

https://francatto9.jusbrasil.com.br/artigos/471860139/linha-do-tempo-no-processo-penal-
texto-2-oferecimento-e-recebimento-da-denuncia

https://canalcienciascriminais.com.br/excesso-de-prazo-para-apresentacao-de-denuncia/

Você também pode gostar