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CBPR Mod4 Aula1-1
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Pensem: quando falamos em comunicação de risco, qual palavra vem às suas mentes
imediatamente? Seria a percepção do risco? Seria a gestão do risco? Seriam as falhas
comunicacionais que acontecem na nossa rotina?
Faça esse exercício com você mesmo e tente colocar no papel algumas das principais
palavras que vêm à mente.
Quando fazemos essa atividade de brainstorming, somos capazes de construir um
mapa mental em nossa mente. Conseguimos visualizar as palavras-chave que envolvem o
tema proposto.
Pensamos em palavras como: crise, risco, percepção de risco, saúde pública,
Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, Emergência em Saúde Pública de
Importância Internacional ou até a própria comunicação em si, como um simples ato de
transmitir uma mensagem. Enfim, temos várias palavras que nos permitem organizar nossa
mente de forma mais clara e objetiva sobre o tema que vamos trabalhar a partir de agora.
Para que possamos compreender a importância das estratégias comunicacionais na
gestão de uma ESP precisamos nos aproximar de alguns conceitos e práticas no campo da
informação e comunicação na área da saúde. Precisamos ser capazes de analisar o alcance
municipal na mensagem que quer passar, tentando definir de forma objetiva o público-alvo
que queremos atingir, a linguagem a ser utilizada para isso e qual conteúdo será veiculado
para essas pessoas. Tudo isso com o único objetivo de atingir a qualidade da informação e
realizar comunicação efetiva.
Toda interação social implica um uso específico da linguagem. Esse caráter específico
da ação comunicativa consiste no alvo que persegue: a compreensão entre os sujeitos da
interação, ou seja, devemos escolher muito bem a linguagem a ser utilizada para tentar
garantir o máximo possível que as pessoas consigam apreender o conteúdo da mensagem, e
tornar aquilo um hábito, uma atitude, uma alteração de comportamento positiva no seu dia a
dia.
Vamos ver, agora, as diferenças entre comunicação de risco e comunicação de crise.
Toda comunicação que desejamos realizar acontece mediante o acesso à informação,
que permite ao público fazer suas próprias escolhas de forma consciente, em relação ao risco
apresentado por uma emergência em saúde pública. Isso quer dizer que fornecemos
informação por meio de comunicação efetiva para que a população escolha qual
comportamento será adotado para lidar com a emergência.
Na comunicação de risco, tem-se como objetivo auxiliar os indivíduos a fazerem suas
próprias escolhas de maneira consciente, fornecendo conhecimento sobre algo e
apresentando possíveis desfechos negativos e riscos à saúde. Mostrando, assim, qual o
comportamento mais adequado para o momento. Procura persuadir.
Já a comunicação de crise tem como objetivo defender e explicar a posição de uma
ins tuição em relação a críticas devido a alguma crise, como epidemias, violência no
trabalho, derramamento tóxico, entre outras. Possui caráter informativo.
As duas formas de comunicação envolvem a produção de mensagens públicas para
influenciar a percepção e o comportamento das pessoas, no entanto alguns padrões de
comunicação acabam por definir a abordagem dada ao evento.
Esses exemplos conseguem nortear a resposta de forma positiva para a ideia que
queremos priorizar em nossa resposta.
E a comunicação não verbal… é importante monitorá-la? Ou apenas monitorando a
comunicação verbal já é possível fazer uma comunicação de risco de sucesso?
A comunicação não verbal é tão importante quanto a comunicação verbal.
● Observe reações.
● Observe o nível de confiança.
● Transmita mensagens-chave (não se estenda em suas mensagens).
● Acompanhe a circulação de rumores e não os deixe crescer.
● Contemple os anseios da população sem contradizer, argumente e use o
poder de persuasão/convencimento.
● Não subestime seu público.
● Não oculte informações que possam colocar a comunidade em risco e não
tenha vergonha/medo de dizer que não sabe.
● Corrija erros oferecendo esclarecimentos.
● Imagine que os microfones sempre estarão ligados!
Para tratar da comunicação de crise, primeiramente, é necessário compreender
alguns conceitos.
CRISE: ocorrência de um evento ou uma série de eventos que afetem as operações
normais e possam gerar consequências graves à população, demandando medidas
extraordinárias para recuperar a ordem, incluindo a instauração do comitê de crise.
COMITÊ DE CRISE: coordena o monitoramento e a resposta à situação.
Para isso, temos:
● o gestor de comitê de crise;
● o porta-voz;
● a equipe multidisciplinar; e
● a equipe técnica.
As mídias devem apresentar algumas características necessárias a uma boa
comunicação. Para a comunicação ser efetiva, é necessário também apresentar uma boa
estratégia de comunicação, divulgação e implantação da informação para que se atinja a
população-alvo. Mesmo que essa mensagem chegue no indivíduo, ainda é preciso que ela
seja entendida da forma adequada. Apenas após essas etapas, o indivíduo poderá ou não
executar a ação, sendo a mudança de comportamento mais um desafio no processo da
comunicação em saúde.
Não é porque usamos a estratégia correta de comunicação e a linguagem adequada
para tal, que temos a garantia de que as pessoas vão concordar conosco e passarão a agir
como nós agimos. A comunicação em saúde tem um desafio que vai muito além do simples
comunicar. Envolve a questão de sensibilizar e conscientizar a população.
O processo comunicativo da mídia impressa geralmente apresenta falhas na
execução de seu papel social: o sensacionalismo toma conta dos jornais diários, ocupando
espaço destinado à publicação de reportagens esclarecedoras, simples, criativas e ricas em
conteúdo informacional útil que poderiam contribuir com a adoção de postura correta da
população diante da problemática. Por exemplo, a COVID-19.
Uma pergunta que gostaria de fazer é: existe um profissional com formação
acadêmica que assegure esse trânsito entre o campo epidemiológico e midiático?
Observamos que é muito difícil encontrar um profissional que tenha em sua
formação os dois domínios: ou temos um profissional da saúde ou temos um profissional da
informação. Então, precisamos urgentemente integrar esses profissionais para que epidemias
e pandemias possam ser solucionadas da melhor maneira possível, fazendo uso correto da
informação, para que possamos contribuir com as ações de prevenção e controle durante
uma pandemia, por exemplo.
O que comunicar?