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Resumos e Mapas Ventilação Mecânica Casal MedResumo
Resumos e Mapas Ventilação Mecânica Casal MedResumo
Para começar, vale lembrar que nem toda ventilação mecânica é invasiva! Ela pode ser usada
perfeitamente sem invasão da via aérea através da VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA.
MODO DESCRIÇÃO INDICAÇÃO
- Pressão constante nas vias - EAP cardiogênico
VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA (VNI)
CPAP aéreas - PO cirurgia
- Ventilação espontânea abdominal
- Apneia do sono
Aqui, a ventilação do paciente será TOTALMENTE ESPONTÂNEA,
leve a moderada
dependendo do estímulo ventilatório do próprio do paciente. - Hipercapnias agudas
- Dois níveis de pressão
Condições Básicas para Aplicação BIPAP IPAP: suporte inspiratório - EAP cardiogênico
Paciente DESPERTO E COOPERATIVO EPAP: pressão expiratória positiva - Infecções de
REFLEXOS DE VAS PRESENTES (tosse) para evitar - Ciclagem a fluxo imunossuprimidos
broncoaspiração
Paciente ESTÁVEL HEMODINAMICAMENTE Em uma VNI bem-sucedida deve ser observado...
Contraindicações Diminuição da frequência respiratória
Absolutas Aumento do volume corrente
- Necessidade de intubação de emergência ou PCR Melhora do nível de consciência
Relativas Diminuição ou cessação do uso de musculatura acessória
- Incapacidade de cooperar, proteger VAS ou secreções abundantes; Aumento da PaO2 e/ou SatO2 e diminuição da PaCO2 sem
- Rebaixamento do nível de consciência (exceto acidose hipercápnica em distensão abdominal significativa
DPOC). Se não houver melhora em 1-2 horas: IOT. Fatores Preditores de Falha
- Falências orgânicas não respiratórias (encefalopatia, arritmias malignas Apache II > 29
ou hemorragias digestivas graves com instabilidade hemodinâmica) Glasgow < 11
- Cirurgia facial ou neurológica, trauma ou deformidade facial FR > 30 irpm
- Alto risco de aspiração, obstrução de vias aéreas superiores PH < 7,25
- Anastomose de esôfago recente Índice de Tobin (FR/VC) > 105
Indicações Mais Amplas/Conhecidas Tipos/Interfaces
- EXACERBAÇÃO AGUDA DE DPOC Nasal
- EDEMA AGUDO DE PULMÃO Facial
- SDRA (FORMA LEVE) Total-Face
- PÓS-EXTUBAÇÃO Capacete
- SÍNDROME DE HIPOVENTILAÇÃO POR OBESIDADE (SHO)
- Benefício questionável: insuficiência respiratória hipoxêmica em
imunossuprimidos, pneumonia adquirida na comunidade (PAC) grave,
exacerbação da asma, doenças neuromusculares, pós-operatório e
peribroncoscopia.
Formas de Realização
CPAP
Continuos Positive Airway Pressure – Ventilação com Pressão Positiva Contínua
- Método em que se utiliza UMA ÚNICA PRESSÃO POSITIVA nas vias
aéreas do paciente (na verdade, a própria PEEP), ao longo de todo o ciclo
respiratório. É uma modalidade voltada basicamente para o CONTROLE
DA HIPOXEMIA, sendo o EDEMA AGUDO DE PULMÃO CARDIOGÊNIICO
a situação mais clássica em que é utilizado.
BIPAP
Bilevel Positiva Airway Pressure – Ventilação dom Dois Níveis de Pressão
- Método desenvolvido posteriormente ao CPAP, que garante um
AUMENTO DA PRESSÃO DE AR NA INSPIRAÇÃO (IPAP) e ao mesmo
tempo MANTÉM UMA PRESSÃO POSITIVA NO FINAL DA EXPIRAÇÃO
(EPAP). A princípio, trata-se de um método MAIS CONFORTÁVEL, pois
varia de acordo com o momento do ciclo respiratório. É o modo ideal
de VNI para a utilização em pacientes com DPOC DESCOMPENSADA, em
que a facilitação do trabalho respiratório auxilia a redução da pCO2.
ATENÇÃO!
Quando utilizada PÓS-EXTUBAÇÃO, o grande valor da VNI é
PROFILÁTICO (e não terapêutico). Um novo caso de insuficiência
respiratória instalada nesses casos indica a REINTUBAÇÃO.
Lembre-se: a decisão sobre o momento ideal de intubar um paciente não Antes de entrar no mérito das famosas siglas VCV, PCV, PSV, etc, é bom que saibamos que
existem 3 modos ventilatórios em que cada uma delas se encaixa! Não precisa saber
é simples e DEVE CONSIDERAR MAJORITARIAMENTE CRITÉRIOS
detalhes, mas é bom saber que existem!
CLÍNICOS! Mesmo assim, existem alguns parâmetros numéricos que Ventilação Mandatória Contínua: todos os ciclos são
podem indicar a necessidade de suporte ventilatório. Veja: disparados pelo ventilador. Exemplo: PCV.
PARÂMETROS NORMAL CONSIDERAR VM Ventilação Mandatória Intermitente: os ciclos são
Freq. Respiratória 12-20 > 35 disparados pelo ventilador e pelo paciente. Exemplo: SIMV.
Volume Corrente 5-8ml/kg < 5ml/kg Ventilação Espontânea Contínua: os ciclos são disparados
PaCO2 35-45 > 50 pelo paciente. Exemplo: PSV.
Certo? O importante é saber que todas aquelas siglas estão contidas dentro desses 3
PaO2 > 75 < 50 modos! Agora vamos entender cada uma delas...
PaO2/FiO2 > 300 < 200 No modo CONTROLADO OU ASSISTOCONTROLADO:
Uma vez intubado, esse paciente passará a receber suporte por meio de SE LIGA AQUI!
VENTILADORES MECÂNICOS. As formas de oferecer esse suporte, como “CONTROLADO” = ventilador dispara (inicia) todos os ciclos, presumindo-
oferecer e quando poder retirá-lo é o que vamos ver a partir de agora! se que o paciente se encontre em níveis máximos de sedação.
“ASSISTO” = o paciente dispara o ciclo, mas não sozinho (o ventilador
"assiste", ofertando parâmetros preestabelecidos. Presume-se que os níveis de
CONCEITOS BÁSICOS EM VENTILAÇÃO sedação não sejam máximos. É o mais utilizado no dia-dia por ser mais "confortável",
permitindo algum trabalho muscular pelo paciente, sem brigar com o ventilador.
O primeiro passo é entender as ETAPAS PELAS QUAIS UM VENTILADOR
1) VCV (Ventilação com Volume Controlado)
PASSA DURANTE O SEU FUNCIONAMENTO. Chamaremos este processo
- Ciclagem: volume
de CICLO VENTILATÓRIO, que é dividido em 4 partes.
- Limite: fluxo
Nesse modo ventilatório, a transição (ciclagem) da inspiração para a expiração ocorre após
A) FASES DO CICLO VENTILATÓRIO a liberação de um volume corrente pelo ventilador previamente estabelecido (em
condições habituais, 6-8ml/kg de peso predito).
1. INSPIRATÓRIA Ao mesmo tempo em que determinamos o volume corrente, devemos nos preocupar em
limitar também o fluxo inspiratório. Afinal, este volume de ar que desejamos que entre,
- DA INSUFLAÇÃO PULMONAR ATÉ O FECHAMENTO DA VÁLVULA não pode entrar rápido demais! Assim, podemos dizer que no modo VCV o volume
INSPIRATÓRIA DO CIRCUITO. Simplificando: a hora em que o ventilador corrente e o fluxo inspiratório são sempre predeterminados!
permite a saída de ar dele para entrar na via aérea do paciente. A pressão nas vias aéreas, por sua vez, é variável, dependendo da capacidade de
acomodação (complacência) do sistema ventilatório ao volume estabelecido, podendo-se
2. CICLAGEM
apenas estabelecer um limite máximo de pressão para alarmar, mas não controlá-la. O
- TRANSIÇÃO DA INSPIRAÇÃO PARA A EXPIRAÇÃO. Ocorre quando se risco de barotrauma é, portanto, maior nesse modo ventilatório.
atinge um determinado tempo, volume, pressão ou fluxo (podemos - Uso: Bom para pacientes sedados, em que se quer garantir a entrega
escolher qual parâmetro o ventilador deve respeitar para que esta etapa de um volume corrente predeterminado. A pressão nas vias aéreas é
seja acionada). variável e consequente à mecânica ventilatória do paciente. Esse
3. EXPIRATÓRIA modo é o que utilizamos nas medidas de monitorização respiratória
- DO FECHAMENTO DA VÁLVULA INSPIRATÓRIA E ABERTURA DA para avaliação da Pressão de Pico e Pressão de Platô visando calcular
VÁLVULA EXPIRATÓRIA ATÉ QUE A PRESSÃO SE EQUILIBRE com a a Complacência e Resistência do Sistema Respiratório, sob fluxo
pressão expiratória final determinada. inspiratório constante e quadrado.
4. DISPARO 2) PCV (Ventilação com Pressão Controlada)
- TÉRMINO DA EXPIRAÇÃO E ABERTURA DA VÁLVULA INSPIRATÓRIA - Ciclagem: tempo “Não cicla por pressão! Esquece as siglas!”
(disparo), reiniciando o ciclo. Pode ser determinado por tempo, pressão - Limite: pressão
ou fluxo ou, atualmente, também pelo estímulo neural (modo NAVA). Atenção! Nesse modo, quem determina a transição (ciclagem) da inspiração para a
expiração é o tempo inspiratório! Ou seja, o ventilador cicla a partir de um tempo
ATENÇÃO! preestabelecido! Não cicla por pressão! Cicla por tempo!
Porém, quando o ar entra, nesse tempo que estipulamos, uma pressão inspiratória
contínua nas vias aéreas é predeterminada, limitada, sendo mantida durante toda a
Quando dizemos “CICLAR”, estamos nos referindo à
inspiração.
TRANSIÇÃO DA INSPIRAÇÃO PARA A EXPIRAÇÃO e não ao Tudo isso faz com que o fluxo ventilatório e o volume corrente se tornem agora variáveis
início do ciclo respiratório. Cuidado! “Ciclar” é diferente de dependentes, que podem ser monitorizadas, mas não controladas.
“disparar” (que se refere ao início de um ciclo respiratório. - Uso: Bom para pacientes sedados, quando se quer controlar a
pressão atingida na via aérea. Uma vantagem em relação ao VCV seria
fluxo livre (na VCV, o fluxo era limitado, e isso pode trazer algum
Em seguida, temos que definir DE QUAIS FORMAS O VENTILADOR PODE
desconforto); em contrapartida, não é capaz de garantir o volume
CONDUZIR ESSAS FASES – aqui entram os famosos MODOS
corrente (ele se torna uma consequência e não um parâmetro
VENTILATÓRIOS. Veja alguns detalhes antes de continuar:
diretamente ajustável).
(1) As siglas que representam os modos ventilatórios são confusas.
No modo VENTILAÇÃO MANDATÓRIA INTERMITENTE:
Não leve ao pé da letra, pois elas podem atrapalhar o
3) SIMV (Ventilação Mandatória Intermitente Sincronizada)
entendimento.
- Ciclagem: pode ser feita com PCV ou VCV
(2) As curvas de ventilação mecânica ajudam muito, mas só depois que
- Uso: Era utilizada para o desmame, mas caiu em desuso. Ainda é
a gente entender bem como o MODO funciona. Não é
muito utilizada em pacientes pediátricos.
recomendado começar pelas curvas!
No modo VENTILAÇÃO ESPONTÂNEA CONTÍNUA:
4) PSV (Ventilação com Suporte Pressórico)
- Ciclagem: fluxo
- Limite: pressão
SIMV
PSV
VCV
Mensuração da Resistência das Vias Aéreas (RVA) e da Complacência Estática do Sistema Respiratório (CST) ,
sob VCV, modo controlado, fluxo quadrado.
RVA = (PPico – Pplatô)/Fluxo CST = VCE/(PPlatô – PEEP)
RVA = 40 – 30/1 CST = 500/30 – 5
RVA = 10cmH2O L/s CST = 20ml/cmH20
Pressão de Pico
Pressão de Platô
Pausa
DELTA DE PRESSÃO OU
Inspiratória
DRIVING PRESSURE OU
PRESSÃO DE DISTENSÃO
ALVEOLAR = PPlatô – PEEP
(30 – 5 = 25)
VC: 500ml
Fluxo: 60L/min ou 1L/s
(tem que converter para o cálculo da RVA)
Tipo “quadrado”
- O grande foco é a CURVA DE PRESSÃO, que pode ser decomposta em ATENÇÃO AQUI!
duas partes: - A nova queridinha das provas é a DRIVING PRESSURE (ou PRESSÃO
PRESSÃO RESISTIVA (devido à resistência ao fluxo de ar DE DISTENSÃO ALVEOLAR ou DELTA DE PRESSÃO). Calculamos ela
passando pelas vias aéreas): está representada pela PRESSÃO através da diferença entre a pressão de platô e a PEEP. Lembre que na
DE PICO. SDRA deve estar em valores próximos de 15mmHg.
PRESSÃO ELÁSTICA (decorrente da distensão dos pulmões e
da parede torácica com a acomodação do volume de gás DESMAME
insuflado nos alvéolos): a mensuração é obtida por Definição
meio de
uma pausa inspiratória de pelo menos 2 segundos de duração. - É a transição abrupta ou gradual da ventilação artificial para a
A pressão ao final da pausa é denominada de PRESSÃO DE espontânea, após um período de 24h de ventilação mecânica invasiva.
PLATÔ ou PRESSÃO DE PAUSA. Como trabalhamos com zero Para que se tenha uma ideia da importância desse passo, ele ocupa
fluxo, ela corresponde à própria pressão alveolar. 40% do tempo total de ventilação.
- Em seguida, dispondo desses dados, podemos fazer ainda os cálculos Termos Importantes
de RESISTÊNCIA DE VIAS AÉREAS (RVA) e COMPLACÊNCIA ESTÁTICA - EXTUBAÇÃO: retirada da via aérea artificial. No caso de pacientes
(CST). traqueostomizados, utiliza-se o termo decanulação.
RVA: é influenciada pelo diâmetro interno do tubo, a secreção - REINTUBAÇÃO OU FRACASSO DE EXTUBAÇÃO: quando há
nas vias aéreas e o broncoespasmo, apresentando valores necessidade de reinstituir a via aérea artificial. É considerada precoce
normais entre 4-8cmH2O. quando ocorre em menos de 48 horas.
CST: avalia a elasticidade do sistema e os valores normais - TESTE DE RESPIRAÇÃO ESPONTÂNEA (TRE): é a técnica mais simples
ficam entre 50-80ml/cmH20. SDRA e EAP diminuem a e das mais eficazes para o desmame, quando se checa se o paciente é
complacência e o enfisema aumenta. capaz de ventilar bem, espontaneamente, através do TOT, verificando
- Temos, ainda, a constante do tempo, representada pelo produto a possibilidade de extubá-lo.
[Resistência x Complacência], sendo necessárias 3-5 constantes para o - SUCESSO DO DESMAME: manutenção da ventilação espontânea pelo
esvaziamento alveolar adequado. menos 48h após a interrupção da ventilação artificial.
- Atenção aqui para o detalhe: a complacência “dinâmica” tem uma - VENTILAÇÃO MECÂNICA PROLONGADA: dependência de assistência
pequena diferença, sendo obtida pela fórmula (VC/PPico – PEEP) e ventilatória (invasiva ou não invasiva), por mais de 6h por dia por
levaria em conta propriedades elásticas e resistivas. O inverso da tempo superior a 3 semanas, apesar de programas de reabilitação,
complacência é conhecido como elastância. correção de distúrbios funcionais e utilização de novas técnicas de
- Outro aspecto a ser monitorizado é a AUTO-PEEP ou PEEP INTRÍNSECA ventilação.
(PEEPi). Identificaremos a presença de auto-PEEP pela inspeção da curva Indicações
de fluxo x tempo, na qual O FLUXO EXPIRATÓRIO NÃO VOLTA A ZERO - Deve preencher 3 requisitos!
AO FINAL DA EXPIRAÇÃO (lembra?). Sua medida deve ser feita durante (1) Condição clínica adequada: estabilidade hemodinâmica, bom nível
a ventilação controlada, realizando-se uma pausa ao final da expiração de consciência, melhora da causa básica do distúrbio respiratório;
(chamada pausa expiratória), respeitados os mesmos cuidados da
medida da pressão de pausa inspiratória.