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Sob O Domínio Do Alfa - 240411 - 075707
Sob O Domínio Do Alfa - 240411 - 075707
Jiménez
(DESCONHECIDO)
SINOPSE
Realidade ou ficção?
O que seria de uma linda história de amor sem uma boa trilha sonora?!
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DEDICATÓRIA
“Este livro é para você que também acredita que lendas possuem um fundo
de verdade. Espero que encontre o que tanto procura.”
Com Amor,
Glau
É comum crianças aprenderem que monstros e fadas não existem, a
não ser em suas próprias imaginações infantis. Mas, a cada ano um novo
relato assustador ou fantasioso ressurge reacendendo o interesse dos
aficionados pelo tema.
Por outro lado, sobrevive a teoria de que a existência de tais seres não
passa de relatos distorcidos de uma época na qual a humanidade mergulhou
na sua mais profunda escuridão, deixando que a vergonha por seus crimes e
atrocidades recaísse sobre criaturas amaldiçoadas por Deus, condenadas a
vagarem pelo mundo dos vivos sem um amor e totalmente isoladas do
convívio social.
Dava graças a Deus pela criação de seus pais que a ensinaram que no
mundo real, as contas vencem todo fim de mês e doenças são curadas com
medicamentos caros, por isso Andie não se deixava levar por sonhos juvenis
e cresceu ciente de que suas conquistas seriam fruto exclusivo do seu esforço
pessoal e dedicação.
Foi por causa dessa filosofia de vida que ao ser aceita no curso de
enfermagem fez o que pode para se manter durante os primeiros meses,
aceitando todo tipo de ocupação que pagasse o aluguel do pequeno estúdio no
subúrbio da cidade e mantivesse as contas em dia.
Aquilo havia sido uma lástima na sua opinião, não apenas pelo
emprego, mas também por ver tantos livros bons serem vendidos a preço de
banana para que o dono pudesse saldar suas dívidas com as editoras.
Logo nas primeiras semanas após se ver no olho da rua e sem nenhuma
perspectiva a sua frente, andou feito louca atrás de qualquer atividade que a
ajudasse a pagar as contas. Contudo a crise parecia estar por todas as partes a
fazendo duvidar de seu futuro.
Pensando assim, separou uma calça social e uma blusa de seda manga
¾, com gola alta e laço no pescoço, ambas as peças na cor preta, que ficariam
perfeitas junto aos escarpins vermelhos. Adorava essa cor, sempre a achou
vibrante e feminina.
Podia jurar que havia uma energia diferente vibrando por seu corpo
quando apagou as luzes do quarto. Ela não saberia explicar o que exatamente
estava sentindo, mas era como se tivesse a certeza de que sua vida estava
prestes a tomar um novo rumo.
Por essa razão uma das exigências para o cargo era que a pessoa
escolhida possuísse formação na área de engenharia ou afins.
— Andie, seu currículo é muito bom apesar de não ter nada a ver com
nossa área de atuação — a gerente parecia lamentar esse detalhe.
— Claro que está — sorriu complacente — sei que pode parecer que a
estou dispensando, mas veja bem — retirou os óculos — minha função aqui
não é eliminar ninguém e sim separar os melhores candidatos para a vaga e, o
que vejo no seu currículo apesar de me agradar bastante está fora do que
estamos buscando. Porém, deixarei isso para ser avaliado no devido tempo.
Talvez o senhor Donovan abra uma exceção depois de ler sua entrevista e
avaliar suas qualificações.
Havia feito tudo o que estava em suas mãos para conseguir a vaga,
agora seu destino estava nas mãos de Deus e na boa vontade do tal senhor
Donovan.
— Tem certeza? Você está pálida e suando frio. Se quiser pode vir até
minha sala e tomar um copo com água — a jovem parecia realmente
preocupada.
O mal-estar foi tão forte que quando entrou na caixa metálica Andie
apoiou o corpo contra o espelho fechando os olhos em uma vã tentativa de
conter a tontura repentina que se abateu sobre ela.
Como não havia mais nada que pudesse ser feito a respeito do seu
futuro, passou o restante do dia debruçada sobre os livros e trabalhos
acadêmicos, antes de convidar Brenda para comerem uma pizza em seu
estúdio.
— Olha, sei que pode parecer loucura da minha cabeça até porque não
preencho todos os requisitos exigidos para a função, mas sinto que essa vaga
é minha — respondeu pegando mais um pedaço de pizza.
— Sei disso, mas ainda tenho o crédito estudantil e não posso ficar
eternamente vivendo de favores.
— Sei disso e agradeço, mas vamos ver como vai ficar tudo. Sinto que
terei uma resposta positiva, preciso acreditar nisso.
— Não é faz tudo, sua louca — revirou os olhos — ainda não sei
exatamente para quem, mas isso não importa. Eu só preciso do emprego.
Gostava de Brenda, mas dividir o mesmo teto seria como conviver com
a Arlequina de TPM e isso estava fora de seus limites, porque Andie adorava
paz e sossego.
Assim como a maioria das pessoas, Andie gostava quando a lua estava
em seu máximo esplendor, porque mesmo não acreditando em príncipes
encantados esperava um dia poder encontrar um amor que a levasse para um
passeio ao luar enquanto compartilhassem do silêncio acolhedor.
Claro que para ela, isso não passava de uma hipótese distante, mas o
destino parecia ter outros planos para a jovem estudante.
“Nos encontramos por causalidade
E nos atraímos por natureza.”
(MOYA)
Quem convivia ao seu lado sabia que a cada dia que passava seu
autocontrole estava por um fio. Era nítido que mais cedo ou mais tarde as
coisas sairiam dos trilhos e, se isso acontecesse, sua família seria arrastada
para o maior e mais inacreditável escândalo de todos os tempos.
Mas agora era hora de dar um tempo. Deixar que outros tomassem seu
lugar para que ele pudesse se reencontrar.
Por isso estava correndo com os preparativos, repassando o máximo de
detalhes possíveis aos irmãos, bem como finalizando projetos antes de passar
o bastão.
O que era uma grande mentira, mas isso somente sua família sabia.
Para os funcionários ele era um workaholic[1] que jamais deixaria o trabalho
para ficar em casa sem fazer nada. Estavam acostumados com seu ritmo e
faziam de tudo para manter a produtividade nos projetos, afinal de contas era
um privilégio poder trabalhar ao lado de um arquiteto renomado.
O que os funcionários não sabiam era que ele estava ali atendendo a
um chamado urgente de sua irmã caçula, mas antes não o tivesse feito,
porque isso mudaria completamente os seus planos.
— Jason, nosso pai nunca viveu sequer um ano sem a sua peeira[2],
como ele pode ter tanta certeza sobre como nos comportamos longe de nossas
companheiras?
Colin estava certo e Jason sabia que seu ponto era válido, contudo, não
existia nenhum registro que comprovasse a teoria do irmão. Portanto, para ele
continuava sendo uma loucura a decisão de se afastar da empresa.
— Vendo por esse lado sou obrigado a te dar razão, mas também
precisa considerar que nunca houve sequer um relato a respeito de uma
transformação fora da lua cheia.
— Jason, isto é o que todos dizem, mas sabemos que qualquer verdade
sobre essa possibilidade se perdeu há muitos anos quando fomos caçados
pelos humanos como animais.
— Não posso dizer que não os entendo, porque aqui entre nós — deu
um sorriso de lado — nossa origem é bizarra demais para ser dada como
verdade.
— Colocando nesses termos não posso discordar. Acha que algum dia
será possível revelar a verdade sobre nossa existência sem temermos sermos
atingidos por uma bala de prata na cabeça?
Se o rei Licaon não tivesse enfurecido Zeus, eles jamais teriam sido
amaldiçoados.
O deus grego ficou tão irado com a atitude do rei de Arcádia que o
condenou a viver como um lobo sempre que a lua cheia surgisse no céu,
fazendo com que nesse período ele e seus descendentes se transformassem
em bestas irracionais para nunca mais ousarem afrontar os deuses.
— Colin, acha que algum dia você irá encontrar sua companheira? — a
pergunta feita em um murmúrio revelava o temor por sua resposta.
— Não sei. Talvez sim, talvez não, mas se ela realmente existir espero
que apareça logo, porque estou cansado de viver esse inferno.
Colin era seu ídolo e melhor amigo e se pudesse faria qualquer coisa
para ajudá-lo.
— Sinto muito por tê-lo obrigado a vir até aqui, mas temos que enviar
esse contrato ainda hoje — ela disse.
Quando terminou, Colin estava pronto para voltar à casa, mas antes
que se erguesse da cadeira sentiu um impacto violento em sua cabeça. Como
se acabasse de ser atingido por um taco de beisebol.
— Colin?!
— Afaste-se!
A voz gutural não era a de seu irmão, sinal de que o seu lobo estava
lutando para vir à tona.
— Deus, Colin!
— Companheira — o timbre profundo tornou as palavras sombrias
enquanto as órbitas douradas cintilavam como duas pedras de Topázio.
— Seus olhos estão amarelos — ela disse — não adianta fingir, Colin.
Eu sei que é ela.
— Não? Ficou louco? Não pode rejeitá-la, isso seria o fim dos dois —
tocou seu ombro, mas ele a repeliu.
— Então qual é o problema? Por que não vai até ela e consuma o
vínculo?
Katie era sua irmã caçula, que mais parecia um pequeno furacão
quando decidia se envolver na vida dos irmãos. Mas Colin estava anestesiado
demais para ver o que a pestinha iria aprontar.
Por isso, quando a viu disparar na direção dos elevadores lutou com
todas as suas forças para não ir atrás e tomá-la para si. Colin sabia que a
jovem o acharia um louco se a colocasse sobre os ombros como um homem
das cavernas e a levasse para sua casa de onde nunca mais sairia.
— Colin!
Um controle que Colin não estava disposto a ceder sem que estivesse
na segurança de seu porão, em sua casa, bem distante de pessoas inocentes.
— Sabe que Colin não deveria mais estar aqui. Porra! Precisamos tirá-
lo antes que alguém apareça e comece a fazer perguntas.
— Oh, meu Deus! Como faremos isso sem que todos vejam o que está
acontecendo? — Sussurrou desesperada.
Seus irmãos tinham razão, ele precisava sair daquele lugar. O cheiro
dela parecia estar impregnado por todos os lados e agitava o animal em seu
interior.
— Sério que vai fingir que nada aconteceu esta manhã? — Sua irmã
colocou as mãos nos quadris pronta para o embate.
— Mas, é exatamente isso que estou tentando dizer, Jason ele não fez
nada para reivindicá-la — disse Katie exasperada.
— Em outro momento — foi tudo o que Colin disse antes de pegar sua
pasta e caminhar para seu quarto ainda sob os protestos dos dois.
Por mais que fossem unidos, apenas Colin estava carregando aquele
peso no momento e somente ele sabia o quanto havia custado se afastar de
sua companheira para que sua segurança estivesse acima de suas próprias
necessidades. Quando o ciclo da lua cheia findasse ele a traria de volta e
colocaria o mundo aos seus pés e a faria o amar antes que revelasse sua
natureza.
Agiria com cautela para que ela aceitasse o vínculo, caso contrário
estaria condenado à morte, porque não existia nada mais devastador para um
descendente de Licaon do que ser rejeitado por uma companheira.
Por essa razão, lutaria pelo amor de sua companheira dia após dia até
conquistá-lo, mas jamais imporia o vínculo acima de suas vontades e
escolhas.
Colin não cometeria o mesmo erro dos outros, ainda que para isso
tivesse que suportar a dor física que a distância lhe causava agora.
Deixá-la partir não acabara com seu tormento, apenas lhe dera tempo
para controlar a fúria do lobo até que estivesse na segurança de sua casa.
Mas, agora que estava sozinho podia sentir o coração ser esmagado e suas
vísceras revirarem por causa do distanciamento. Era como se uma parte de
sua alma estivesse se rebelando para assumir o controle.
Ele temia que quando estivessem frente a frente ela se assustasse com a
força do vínculo e acabasse fugindo do seu destino, porque isso forçaria o
lobo em seu interior a caçá-la e... quando a encontrasse temia ser incapaz de
contê-lo, pois duvidava de que o animal fosse paciente para cativá-la antes de
lhe rasgar a garganta com suas presas.
Jason pelo menos ainda teria um ano pela frente até que a maldição
atingisse seu ápice, por ora toda a sua atenção e esforços estavam
direcionados para Colin. O incidente na ARCADIS havia desencadeado a
pior e mais violenta transformação de seu filho. Por isso, durante o período
em que durou o ciclo da lua cheia ordenou que todos se reversassem nos
cuidados do lobo preto que se agitava a cada vez que as correntes de prata
tilintavam ao redor de seu pescoço, o impedindo de fugir em busca de sua
companheira.
É verdade que havia sido apenas uma única palavra, mas de tão
repetida Colin a compreendeu.
“Companheira”
— Sei que está acordado, Colin. — A voz de sua mãe soou do outro
lado da porta.
Não desejava ver ninguém, mas sabia que sua mãe não o deixaria em
paz até que se certificasse de que estava bem.
Durante horas permitiu que sua mãe o embalasse até que se sentisse
pronto para deixar aquele lugar em busca de um banho quente e roupas
limpas. Depois de três dias vivendo como um animal selvagem sentia falta de
pequenos prazeres.
Mas, tudo o que Colin fez foi engolir um grande gole de café quente
deixando a todos apreensivos.
— Quando vai aprender a não se meter em assuntos que não lhe dizem
respeito? Com que autoridade você toma a frente de algo tão importante para
mim sem que eu tenha tido a chance de assimilar o que realmente ocorreu? —
Dardejou chateado com sua intromissão.
Sua irmã tentou tocar novamente sua mão, mas ele recuou.
— O que você viu foi a porra do inferno, Katie. Não faz ideia do
quanto aquilo doeu. E, isso não é nem um terço do que sentirei se ela me
rejeitar.
— Irá surtar com toda a certeza. — Jason deu de ombros quando seus
pais o recriminaram com o olhar. — Não adianta me olharem com essas
caras. Colin tem razão nesse ponto. Temos que ser realistas, pois não será
nada fácil absorver nossa história. Afinal de contas, para todos os fins não
existimos, não é mesmo?
— Viram só? — Colin ressaltou — Preciso de tempo para pensar em
como farei para me aproximar.
— Sua irmã disse que ela é linda e que parecia tão perdida por causa
da conexão que foi negada.
— Acho que o que Colin está tentando dizer é que tem medo de não
conseguir se controlar quando... — Jason começou, porém não teve coragem
de colocar em palavras o pior temor de um amaldiçoado.
— Colin! Sei que está assustado e com medo, mas posso garantir que
sua companheira não corre nenhum risco de ser ferida por seu lobo. Ele a
amará da mesma forma que você a amará. No momento que ela aceitar a
conexão vocês se tornarão apenas um e por isso jamais a feriria.
— Isso não irá acontecer porque ela o aceitará! Estou certa disso.
Depois da conversa tensa que Colin teve com a família, ele e Jason
partiram para a ARCADIS com a missão de descobrirem quem era a garota
que havia despertado o vínculo. Jason assegurou que isso não seria um
problema e se empenhou em reunir todas as informações possíveis que
pudesse ajudá-los nessa missão.
— Está tudo aqui — ergueu uma pasta — sua companheira esteve aqui
para a entrevista a vaga de assistente pessoal. Isto aqui é a ficha dela com
nome e endereço — colocou o material sobre a mesa.
Não havia mais nada que Jason pudesse fazer ali, por isso desejou boa
sorte ao irmão e o deixou sozinho.
Ele não fazia ideia do poder que o vínculo exercia entre companheiros,
por isso, ainda racionalizava a questão como se ele fosse um ser humano
comum que não precisasse dividir seu corpo com um animal de paixões
selvagens.
O nome Andie Sullivan caiu como um raio em sua mente e ele o testou
nos lábios por longos minutos achando incrível que com apenas um nome ele
se sentisse mais próximo de sua companheira. Era como se a distância entre
eles estivesse diminuindo a cada segundo que passava descortinando o
mistério de sua identidade. Ele se sentia tão envolvido que já conseguia se
imaginar com ela em seus braços enquanto sussurraria seu nome até que
estivesse totalmente rendida aos seus carinhos.
Sorriu em um misto de tristeza e expectativa por saber que sua pequena
Andie não fazia ideia de que estava prestes a acasalar com um licantropo alfa,
que a desejava tão fortemente que Colin conseguia sentir suas garras
latejarem sobre as pontas de seus dedos e seus caninos doerem por causa da
sensibilidade. Era notório que o animal em seu interior ansiava por sua
companheira, por isso Colin a atrairia para seu território e jogaria com todas
as cartas que possuía para conquistar seu coração. Somente assim, homem e
lobo não correriam o risco de serem rejeitados.
Por outro lado, temia que a determinação do lobo o fizesse ceder aos
seus instintos mais primitivos e, isso era um pouco assustador para um
homem acostumado a estar no controle de todas as coisas, incluindo seus
relacionamentos. As mulheres que passaram por sua vida não duraram mais
do que alguns meses em sua companhia, apesar das vantagens de um
relacionamento com um homem influente e financeiramente estável, elas não
souberam lidar com seu lado dominador.
Mas, ele não poderia se apegar ao passado, pois nenhuma de suas ex-
namoradas eram sua companheira.
Andava tão cansada que passara a cochilar entre uma aula e outra, a
ponto de deixar Brenda preocupada com seu estado de saúde. Por isso, não
quis comentar com a amiga que o motivo de sua fadiga eram os inquietantes
sonhos que se repetiam todas as vezes que fechava os olhos. Outra coisa
inédita em se tratando de Andie, porque raramente se recordava de seus
sonhos quando despertava.
O que Brenda não entendia era que se Andie não tinha um namorado
era por pura falta de opção. Todos os carinhas com quem havia aceitado sair
para tomar um chopp não lhe despertaram nenhum interesse que valesse a
pena um segundo encontro.
Saber que seria recebida por um dos sócios a deixou inquieta, mas
disfarçou seu nervosismo acompanhando a jovem que abria caminho em
meio a diversas pilhas de trabalho, enquanto olhava ao redor em busca de
outros candidatos. O que foi estranho, porque não encontrou com mais
ninguém pelo caminho.
Um encontro raro.
Uma força maior que a razão que os faria cativos do sentimento mais
poderoso... o amor entre companheiros.
Uma fina camada de suor cobria sua pele fazendo-o temer por seu
bem-estar caso sua companheira não suportasse o vínculo que se estabelecia
entre eles.
Enquanto esperava por sua aceitação, ele também travava suas próprias
batalhas, lutando contra o desejo voraz de tomá-la em seus braços e correr os
dedos livremente sobre sua pele até que seu interior se aquecesse com o
mesmo amor que o preenchia... ele a ansiara por tanto tempo... a amara
mesmo antes de pousar seus olhos sobre sua face e, ... agora todo o
sofrimento parecia nada diante da plenitude que preenchia seu peito, fazendo
com que ele e seu lobo, pela primeira vez desde a transformação, se
tornassem apenas um.
O alívio por finalmente poder ter sua mente restaurada quase o fez
chorar de alegria. O lobo não o estava empurrando como antes, agora se
deixava dominar com racionalidade, esperando sua vez, compreendendo que
Colin não era seu inimigo, mas parte de si.
Sabia que Andie estava em seu limite porque também estava no seu.
Eles necessitavam de qualquer contato, por menor que fosse para suportarem
o calor que os consumia. Ele não fazia ideia do que estava passando pela
mente de sua jovem companheira, mas se fosse um terço do que estava
passando pela sua tinha certeza de que ela não o repeliria. Ao contrário,
receberia seu toque de bom grado.
Pela primeira vez, Colin estremeceu sob o poder dos lindos olhos
verdes. Cativo de sua docilidade estendeu a mão e secou a lágrima que
escorria por sua face se deleitando com a maciez de sua pele.
Andie o analisava com a mesma surpresa com que ele a tocava. Estava
extasiada com suas feições, como se o seu rosto tivesse sido cinzelado por
um escultor. Tudo em seu semblante exalava uma masculinidade profunda,
quase violenta de tão selvagem que era. Certamente, ele não possuía uma
única sombra de suavidade; seu rosto era implacável e sua voz fazia com que
sua respiração raspasse na garganta e seus joelhos ficassem frouxos.
Estava tão abalada em estar em sua presença que mal percebeu que ele
a tocava como se temesse quebrá-la. Assim tão próximos, Andie o comparou
a uma obra de arte criada por Da Vince.
Ele era alto... bem mais alto do que ela e possuía músculos que se
sobressaíam sobre a camisa branca social. As mangas dobradas revelavam
tatuagens nos dois braços... traços firmes e precisos que aguçaram sua
curiosidade.
Excitado pela forma como ela o analisava, Colin se aproximou ainda
mais não suportando aquela tortura. Precisava tê-la em seus braços ou
enlouqueceria. Soltando um rosnado baixo ele disse:
— Companheira.
De alguma forma sabia que aquele homem não era tão estranho assim e
que seu coração estava seguro ao seu lado.
Quando ele colou sua testa a sua e inspirou seu cheiro ela não conteve
o gemido que escapou de sua garganta. Era como estar embriagada com o
mais doce vinho.
— Não imaginei que nosso laço fosse ser tão forte, me desculpe
deveria ter previsto isso — ele falou ainda com o rosto enfiado em seu
pescoço.
Antes que Andie pudesse dizer qualquer coisa teve seus lábios
saqueados em um beijo másculo, possessivo e dominador, que roubou o
restante de sua sanidade ao permitir que a língua de Colin a invadisse
reivindicando cada pedacinho do seu ser.
Nenhum beijo que já dera na vida poderia ser comparado ao que estava
recebendo daquele homem. Ele definitivamente sabia como beijar uma
mulher porque sua mente estava focada em beber daquela fonte de prazer que
fazia sua intimidade latejar e seus seios enrijecerem contra o atrito dos
corpos.
Nem percebeu quando uma das mãos de Colin desfez seu rabo de
cavalo e seus dedos se infiltraram por entre os fios, espalhando o cheiro de
jasmim no ar. Se dependesse de sua vontade ele a tomaria ali naquela sala,
sobre sua mesa até que gritasse o seu nome, mas ao contrário dela, Colin
ainda estava lúcido e precisava pensar no bem-estar de sua companheira antes
do seu próprio.
Contudo, ela não parecia disposta a facilitar as coisas para ele porque o
puxava para si deixando-o completamente excitado com seu cheiro. O lobo
em sua mente também a desejava, então, em um rompante ele se abaixou
passando as mãos por baixo de suas pernas a erguendo do chão para colocá-la
sobre sua mesa. O cheiro de sua excitação o atingiu deixando-o tonto de
tesão.
Os lábios eram tão macios que não teve piedade e os castigou contra os
seus dando leves mordidas, provocando gemidos deliciosos de sua
companheira.
— Se não me pedir para parar eu a tomarei aqui nesta sala — ele falou
contra seus lábios — é o que quer, Tinker Bell?
Era? Andie não sabia, mal conseguia lembrar o seu nome naquele
momento. Havia muito tempo que não era beijada... na verdade ela nunca
havia sido beijada daquela maneira, a ponto de ter o cérebro incapacitado de
tomar qualquer decisão.
Colin estava prestes a jogar a razão para o alto quando uma batida na
porta interrompeu suas intenções. Imediatamente sentiu Andie enrijecer sob
seu toque.
— Prometo não demorar. Quero que fique aqui e espere por mim.
Volto assim que me livrar dele. Então, poderemos nos sentar e conversar.
Tudo bem?
Andie anuiu concordando com seu pedido, mas no fundo não pretendia
cumprir com sua palavra. Estava tão constrangida com seu comportamento
que desejava cavar um buraco e se enfiar dentro.
— Não vá embora, Tinker Bell. Não me faça ter que ir atrás de você —
avisou pressentindo suas intenções.
Sabia que em poucos minutos ela lhe daria motivos para caçá-la. Foi
fácil ler o que estava em seus olhos e na maneira como seu corpo se fechou
para ele. Colin ainda esperava que sua companheira reconsiderasse fugir, mas
se não o fizesse... seria um prazer caçá-la.
“A fuga é o instrumento mais seguro para se
cair prisioneiro daquilo que se deseja evitar.”
(S. FREUD)
Enquanto esteve nos braços de Colin Donovan, Andie não pensou nas
consequências de seus atos, tampouco se importou com o que ele poderia
pensar a respeito de seu comportamento liberal, mas agora que as emoções
intempestivas haviam soltado suas amarras a vergonha pesava sobre seus
ombros.
Nem poderia culpar Colin por achá-la uma mulher leviana, facilmente
impressionável e que não pensava duas vezes antes de se jogar nos braços de
um estranho. Certamente, importante do jeito que ele era, devia estar
acostumado com esse tipo de mulheres se jogando aos seus pés. Mas, Andie
não era desse jeito e, por essa razão se sentia mortificada.
Não tinha mais idade para agir feito uma adolescente inconsequente,
tampouco lhe faltava caráter para se valer de subterfúgios para atrair atenção
de um homem para si.
Oh, meu Deus! O que foi que eu fiz? Pensou cobrindo o rosto com as
mãos desesperada para sair daquele lugar antes que Colin retornasse para
acabar o que haviam começado antes de serem interrompidos.
Pensar dessa forma sobre ele fez seu coração doer, porque
independente das circunstâncias em que se conheceram, não queria acreditar
que o homem que despertara o fogo em sua alma fosse mais um canalha.
A raiva que o dominou foi tão primitiva que mal escutara os apelos de
Jason para que se acalmasse ou se dera conta da expressão de espanto no
rosto do secretário quando o assistiu agir como um louco. Mas, ele não dava
a mínima se estava assustando todos ao seu redor, sua mente estava focada
em um único objetivo... trazer sua companheira de volta.
Por isso, voltou para a sala de reuniões onde havia estado com Andie e
recuperou a pasta com seus dados pessoais antes de sair em disparada em
direção a garagem, onde pegou o carro e conduziu pela cidade feito um
maluco.
Ela ainda não sabia e nem era sua culpa, mas como companheira de um
licantropo possuía um laço de dependência inquebrável com Colin que a faria
adoecer no caso de se afastar de sua presença. Ou seja, não seria apenas ele
que sofreria com sua ausência, os laços a afetariam da mesma maneira.
A primeira coisa que Andie fez ao entrar em seu estúdio foi arrancar as
roupas e se enfiar debaixo do chuveiro. A água fria ajudaria a amenizar a
quentura que a castigava e apagaria os sinais de sua indiscrição.
Estava pronta para passar um pito na amiga por sua falta de educação
quando a escancarou sem sequer verificar o olho mágico, se arrependendo
imediatamente por sua impulsividade. Parado diante de seus olhos estava a
personificação do seu tormento.
E, pela sua expressão irritada apostaria que Colin Donovan não estava
ali para lhe oferecer um emprego.
O tom imperioso não deixava dúvidas de que estava muito mais do que
irritado.
— Como me achou?
Ela era uma coisinha adorável tentando enfrentá-lo, mas o lobo ainda
estava contrariado por sua ousadia em abandoná-lo e queria puni-la por seu
comportamento. Contudo, Colin temia pressioná-la demais e ferrar com suas
chances de conquistá-la.
Colin era suficientemente quente para tacar fogo em uma cidade inteira
e fazer brotar borboletas em sua barriga. Quando ele a encarava daquele jeito
voraz, seu fôlego ficava preso na garganta e uma estranha sensação lambia
sua pele, provocando um leve formigamento em seu corpo.
— Agora seja uma boa menina e vá colocar uma roupa para que
possamos conversar sem que eu pense em arrancar essa toalha a cada
segundo e fazer exatamente aquilo que estou desejando desde que a deixei
em minha sala. Adianto que não sou um homem muito paciente, então é
melhor correr, Tinker Bell.
— Não sei se percebeu, mas isso aqui é um estúdio. Preciso que saia
para que eu possa me trocar — sua voz saiu insegura.
Graças aos céus sua Tinker Bell não fazia ideia do quanto o afetava e o
quanto estava sendo difícil manter suas mãos longe de seu pequeno corpo,
quando tudo o que mais desejava era enfiar os dedos por entre seus cabelos e
puxá-la para seus braços.
Queria poder secar cada gota de água com a língua antes de invadir seu
interior sem piedade até que eles alcançassem o prazer extremo... suspirou
refreando suas paixões. Se continuasse com esses pensamentos, logo chegaria
ao seu limite e avançaria o sinal.
— Ah, Tinker Bell, você ainda será a minha morte — murmurou para
si, enquanto observava o pequeno espaço em que ela vivia.
Mas, bastou pousar seus olhos sobre ele para que sua determinação
esmorecesse como em um passe de mágica, quando o encontrou distraído
folheando um livro sobre endemias.
— Senhor Donovan...
— É melhor dizer logo a que veio, senhor Donovan. Tenho uma prova
para fazer na faculdade antes de encerrar o semestre — o encarou sem muita
convicção.
— Que acatasse meu pedido e esperasse por mim — deu outro passo
em sua direção.
— Dá para você ficar onde está? Por favor — pediu sentindo crescer a
atração.
— Não, eu não acho que seja loucura querer estar ao seu lado.
— Olhe para mim — apertou o seu rosto, sofrendo com sua agonia —
eu não teria ido até o fim, Tinker Bell. Eu não a possuiria sobre uma mesa
fria como se você fosse uma qualquer. Será que ainda não entendeu que eu
não estaria aqui se realmente não me importasse com você?
— Colin...
— Colin, até esta manhã tudo o que eu desejava era me sair bem na
entrevista de emprego. Mas, bastou olhar para você que eu esqueci
completamente meu objetivo. Depois, você apareceu aqui batendo à minha
porta como um louco e ao invés de chamar a polícia estou aqui tentando
lembrar o meu nome porque você nubla as minhas ideias e faz meu coração
bater tão forte que temo estar sofrendo um ataque de pânico.
— Claro que pode. Uma coisa não tem nada a ver com a outra. O fato
de termos nos beijado não a desqualifica para a função, além disso, a
ARCADIS não possui nenhuma política de não confraternização entre
colegas de trabalho — piscou.
— Que você tem medo de aceitar trabalhar para mim e ser obrigada a
ficar distante, mas posso garantir que isso não irá acontecer. Vamos passar
muito tempo juntos, Tinker Bell. Agora, vá se arrumar senão vai se atrasar
para a faculdade. Eu passo para te buscar, temos um coquetel para ir.
Era visível que ela o desejava da mesma forma que ele a queria, mas a
sua insegurança tinha fundamento no pensamento e costumes humanos. Para
ela estava sendo difícil conviver com as faíscas do vínculo. Ele mesmo estava
tendo dificuldade em conter seus impulsos quando estavam tão pertos.
A franqueza com que ele deixara claro suas intenções de repetir o que
haviam compartilhado em seu escritório, despertara sentimentos profundos
em seu coração. Contudo, precisava ser racional, não podia se deixar levar
por um punhado de palavras bem-ditas.
Mas, pensar dessa forma era mesmo que cuspir para cima e esperar que
caísse bem no meio da sua testa, pois Colin não era o tipo de homem que se
ignorava, ainda mais quando ele havia feito questão de deixar claro o seu
interesse.
Como era possível que já estivesse sentindo sua falta se não fazia nem
vinte minutos que ele estivera ali? O seu perfume ainda estava lá impregnado
no pequeno ambiente.
Andie mordeu os lábios antes de voltar a secar os cabelos usando o
barulho do aparelho para calar as vozes em sua mente. Precisava correr para
não perder a prova, era a última semana de aula antes das férias.
— Nossa amiga! Para onde pensa que vai desse jeito toda produzida?
Não me diz que tem um encontro? — Provocou.
— O de assistente pessoal?
— Esse mesmo.
— O que tem ele? Ah, não! Espera! — Se virou com um sorriso largo
no rosto — Você conseguiu?
Andie ficou feliz por ver que Brenda realmente torcia por ela.
— Mais ou menos. Ainda estou pensando, mas acho que vou aceitar —
disse tentando ser casual.
— O que tem para pensar, Andie? Você mesma disse que queria esse
emprego.
— Não é tão fácil quanto parece. Sabe que um dos pré-requisitos é que
a pessoa entenda de construção civil.
— Tem razão, Brenda — sorriu sem jeito, pois não diria a amiga os
motivos pelos quais foi aceita — acho que só estou nervosa por ter que ir a
esse coquetel.
— Besteira! Você verá que não é nada demais. Ainda bem que depois
de hoje entraremos de férias, assim você poderá se ajustar ao novo emprego.
— Tem razão.
A ansiedade por saber que a qualquer momento ele estaria à sua espera
não a deixava se concentrar. Seu coração parecia desgovernado a cada minuto
que o relógio avançava, o esforço para compreender as questões era ínfimo
diante das lembranças de seu último encontro com Colin.
Ela quase chorou quando o tempo da prova foi encerrado, pois sabia
que não havia se saído bem. E agora não havia nada que pudesse fazer para
reverter a situação a não ser correr ao encontro do homem que parecia ter se
apoderado de seus pensamentos.
Ela gostaria de explicar tudo com calma para sua amiga, mas estavam
descendo as escadas em frente à entrada do prédio que alojava o curso de
enfermagem, quando seus olhos encontraram Colin recostado contra uma
Ferrari preta, usando um traje grafite escuro.
— Sei que parece horrível o que estou pedindo, mas preciso de mais
tempo com a Andie sem que haja interferências. Mesmo que nosso vínculo
seja forte, ele não é o suficiente para fazê-la me aceitar.
Era normal que pelo fato de Jason ainda não haver encontrado sua
companheira, ele acreditasse ser correto usar o vínculo para suplantar as
vontades de uma peeira.
— Então é isso. Você está com medo de repetir os erros do tio Angus
— constatou.
— Jason, não estou pedindo que concorde com minhas decisões, mas
que respeite minhas escolhas. Minha companheira ainda não compreende a
força do nosso vínculo e, por isso o resiste tentando racionalizar o que
estamos sentindo. Levá-la para longe me dará tempo para aprofundar nossos
laços e conquistar seu coração. O que estou pedindo não é nada que eu
mesmo não faria por você.
Colin tinha razão, ele não precisava concordar com seu plano, apenas
respeitá-lo, por isso fez algumas ligações antes de entregar tudo o que o
irmão precisaria naquela viagem. Depois procurou por Katie e explicou a
situação e, como esperado, precisou convencê-la a participar daquele
embrolho.
No fim, Colin estava aliviado por ver que seus irmãos o ajudariam,
ainda que não compartilhassem das mesmas ideias.
— Me diz que aquele ali não é o tal Colin Donovan — a loira ao lado
de sua companheira perguntou.
— É.… o Colin.
Sorriu com o leve suspiro que ela deu ao pronunciar seu nome. Graças
ao seu lobo possuía uma audição privilegiada que lhe permitia captar sons a
quilômetros de distância.
Colin estava extasiado com sua beleza. A cada passo que ela dava em
sua direção seu lobo se ajoelhava para reverenciá-la como faria se estivessem
diante de uma rainha.
— Por enquanto sou apenas o chefe, mas em breve pretendo ser muito
mais — falou pesando as palavras. — Se nos der licença, estamos atrasados
para um compromisso.
Por isso, quando tomou seu assento ao volante lançou um olhar duro
na direção da loira, antes de colocar o carro em movimento.
— Atirada?
— É, acho que essa seria uma boa palavra para definir seu
comportamento às vezes. Sinto muito.
— Não deve se desculpar pelas atitudes dos outros, Tinker Bell. Sua
amiga não foi apenas atirada, foi desrespeitosa depois de eu ter deixado claro
meu interesse em você. Ela não se importou com seus sentimentos e isso é
mais um motivo para não se desculpar por seus erros.
Andie nunca havia pensado dessa forma sobre a amiga, mas agora que
Colin havia comentado começou a ponderar sobre algumas de suas atitudes e,
não gostou do que encontrou.
Ele gostaria de fazer isso aos poucos, mas sabia que seria inútil
convencer seus pais a irem com calma. De certa forma ele os compreendia,
afinal ela era a sua companheira, portanto também fazia parte da família.
Então, movido por seu instinto de proteção, pousou a mão contra a base de
sua cintura para demonstrar que se ela precisasse ele estaria ao seu lado.
— Andie estes são meus pais, Daniel e Greta Donovan. Mãe, pai esta é
a Andie, minha assistente pessoal.
Ele sabia que acabara de colocar o carro na frente dos bois, uma vez
que sua companheira ainda relutava em aceitar o emprego.
Pela forma sutil como Andie se afastou de seu toque, Colin soube que
a havia chateado com sua atitude precipitada, por isso não insistiu em uma
reaproximação. Deixaria que conversasse livremente com seus pais. Eles
pareciam saber exatamente como monopolizar sua atenção e fazê-la esquecer
seu pequeno deslize. Enquanto isso, ele se contentaria em ficar ali apenas
admirando sua beleza feito um bobo apaixonado.
Muitos diriam que ele não era esse tipo de homem, que se apaixonava
e ficava com os quatro pneus arriados por uma mulher.
Ela era perfeita. Ela bagunçava o seu mundo perfeito. Ela se agarrava
tão profundamente em sua mente que respirar longe de sua presença parecia
um tormento. Por isso, ele não se importava se ela o estava evitando
deliberadamente, tampouco se irritava de ficar parado feito um idiota a espera
de uma migalha de sua atenção.
Sua irmã havia se tornado uma jovem atraente e logo, logo encontraria
um homem bom para fazê-la feliz e colocar um pouco de juízo na sua cabeça
de vento. E que Deus ajudasse o pobre homem que se apaixonasse por ela,
porque Katie conseguia tirar até um santo do sério quando contrariada.
Ele sabia disso, porque eram feitos do mesmo material. Suas mentes
eram férteis demais quando possuíam um objetivo. Prova disso era a ideia
que ganhava forma em sua mente.
— Você por acaso trouxe esse batom que está usando? — Apontou
para a bolsinha de mão.
Ele quase riu da sua cara. Ela não fazia ideia do que ele pretendia com
aquilo, mas Colin apostava na sua curiosidade para cooperar com seu
pequeno plano diabólico para ganhar o perdão de sua companheira.
— Dê ele para mim — estendeu a mão com a palma aberta para cima,
observando se Andie ainda o ignorava.
— Por que eu daria o meu batom para você? — Sua irmã acompanhou
seu olhar.
Andie pediu perdão a Deus por estar prometendo algo que não tinha
certeza se seria capaz de cumprir, porque apesar de Colin ter lhe oferecido a
vaga, ela ainda não estava certa se seria uma boa ideia trabalhar como sua
assistente.
Desde a morte de seus pais, ela temia se envolver com alguém que a
desviasse do foco e, Colin era exatamente esse tipo de pessoa. Quando a
olhava com suas incríveis órbitas azuis claras era como ser sugada para
dentro de um tornado. Ficava completamente à mercê de suas emoções mais
decadentes e agia feito uma adolescente desmiolada.
Porque, ainda que não fizesse nenhuma lógica, ela ansiava por passar
mais tempo ao seu lado. Era como estar viciada em uma droga potente.
— Não deveria ter dito a sua família que sou sua assistente. Sabe muito
bem que ainda estou pensando sobre o assunto — o olhou de soslaio.
— Você acha que está pensando sobre o assunto. Mas, não estaria aqui
se já não houvesse se decidido.
— Ah, Tinker Bell! — Ele parou e a puxou contra si, baixando o rosto
para sussurrar em seu ouvido — você ainda não entendeu nada, não é
mesmo? — Raspou a barba contra seu pescoço. — Isso aqui não tem mais
volta.
Sua pele ficou toda arrepiada e seu ventre contraiu sob a carícia.
Incapaz de resistir a atração inclinou a cabeça para o lado, esperando que ele
continuasse o avanço.
Impelida por seu toque ela continuou caminhando, deixando que ele a
conduzisse por entre todas aquelas pessoas, enquanto os sons das taças se
tocando, dos sorrisos exagerados e das vozes alegres eram abafadas pelos
seus batimentos cardíacos. E a despeito do que ela acreditava saber sobre os
homens, Colin também se sentia da mesma forma.
Ela sabia que se ele a tomasse entre os braços seria incapaz de negar
seu desejo.
Andie estremeceu sob seu domínio, fraca demais para lutar contra o
que a consumia. Sabia que se quisesse poderia impor sua vontade apenas se
recusando a subir, as pessoas ao redor a ajudariam a fugir de Colin, mas ela
não seria hipócrita. Não dessa vez.
Ela também o desejava, também ansiava para ser consumida pelo fogo
que queimava em seus olhos.
Podia ser inexperiente, mas não era idiota para não saber o que
aconteceria quando subissem aquelas escadas. A verdade estava estampada
no rosto de Colin e, acreditava que no seu também, por isso subiu os degraus
desviando das pessoas que desciam e subiam apressadamente.
Sua atitude descarada a fez arder ainda mais de desejo. Saber que ele a
cobiçava daquela maneira massageava seu ego e a fazia se sentir poderosa.
Alguém cumprimentou Colin e ela temeu que ele se detivesse para dar
atenção, estava desejosa por uma oportunidade de ficarem a sós. Graças aos
céus ele não se deteve até que alcançassem o segundo andar. Então,
percorreram um corredor, onde algumas pessoas conversavam mais
reservadamente, como se também estivessem buscando por privacidade.
Parou quando ele apontou para uma porta a direita. Colin deu duas
batidinhas antes de abrir e puxá-la para dentro. Foi então que percebeu que
estavam em um pequeno banheiro.
— Quero ouvi-la dizer que não sente isso — espalmou a mão sobre seu
abdômen — quero ouvi-la dizer que isso é loucura — correu a mão aberta
por entre o vale de seus seios até a fechar contra sua garganta — quero ouvi-
la dizer que não pode ser minha.
— Sabe o que faz comigo quando diz o meu nome? — Sua voz soou
profunda, quase áspera. — Tem ideia do que sinto quando vejo seus lábios
pintados de vermelho, Tinker Bell? — Correu a mão do pescoço para os
cabelos, enfiando os dedos por entre os fios sedosos a obrigando a inclinar a
cabeça para lhe dar acesso ao seu pescoço.
Cada vez mais embriagando pela paixão Colin esfregou o nariz pela
extensão perfumada. Sentia-se tão torturado por seus encantos que não evitou
a mordida forte que deu sobre sua jugular, provocando um gemido alto.
O seu beijo foi voraz, quase brutal ao obrigá-la a girar a cabeça para
que pudesse castigar sua boca com seus lábios exigentes. A manteve presa
junto ao seu corpo. O braço ao redor de sua cintura era como uma barra de
ferro impedindo-a de escapar de seu domínio. Sabia que deveria afrouxar a
pressão dos dedos em seus cabelos, mas foi incapaz de fazê-lo estimulado por
seus gemidos. Era como se Andie estivesse renascendo em seus braços.
A forma como seu corpo correspondia ao seu toque lhe dizia que nunca
havia se sentido tão viva como agora que estava sob seu domínio.
Estava na hora de ela admitir que não tinha mais volta. Que negar o
que sentia quando estava em seus braços seria o mesmo que condenar a si
mesma a uma vida vazia e desprovida de emoções reais. E, para mostrar que
não levantaria mais obstáculos ente eles, Andie levou a mão até seu pescoço
e o puxou para mais perto, permitindo que sua língua explorasse sua boca.
Louco para satisfazer sua vontade de sentir sua pele sob a ponta de
seus dedos, ele desceu o zíper de seu vestido aproveitando a abertura para
sentir sua maciez. Então fogos de artifícios explodiram ao redor deles. Andie
gemeu alto e se agarrou ao redor de seu pescoço tremendo de tesão.
Ela era a própria imagem de Afrodite, uma deusa que merecia ser
adorada por sua beleza e paixão. Os seios eram dois montes encantadores
encobertos pela fina renda do sutiã.
— Colin, por favor. Não deveríamos estar aqui, alguém pode aparecer
— suplicou.
— Tem certeza de que quer que eu pare, Tinker Bell — provocou com
um seio em sua boca.
— Oh, Deus! Não, não pare — gemeu, dividida entre a doce tortura e a
razão. Ninguém nunca a fizera queimar daquela forma antes.
Colin era ousado. Ele não pedia, apenas tomava para si. Sua boca a
consumia de forma tão abrasadora que fazia sua intimidade pulsar
dolorosamente.
Percebendo que ela tremia sobre os saltos ele agarrou sua bunda e a
ergueu depositando-a sobre o mármore frio da bancada ficando entre suas
pernas e a puxando pelos quadris.
— Veja isso, Tinker Bell. Veja como está toda molhada para mim —
esfregou o polegar sobre seu ponto sensível.
— Você é uma fadinha mesmo, Tinker Bell. Toda rosadinha até aqui
embaixo — colocou pressão sobre o dedo antes de o levar até a boca —
delícia — provou seu sabor.
— Eu vou comer você bem aqui, Tinker Bell — apertou seu nervo
entre os dedos. — Vou me alimentar de cada gota do seu prazer até você para
de fazer jogo duro comigo.
Andie voltou a fitar seus olhos, permanecendo presa sob seu domínio
enquanto o assistia soprar sua carne quente. Os pelos pubianos bem aparados
eram acariciados sem pressa alimentando seu tesão.
Ele não a poupou, não mostrou clemência, não se importou com suas
súplicas, tampouco recuou quando lágrimas turvaram seus lindos olhos
verde-floresta, porque Andie lhe pertencia. O seu prazer lhe pertencia.
Não tinha como prevê o que aconteceria agora que Colin havia
conseguido o que queria. Talvez ele a dispensasse de uma vez por todas ou
quem sabe ele a iludiria com palavras doces e a dispensaria com a célere
desculpa de que depois entraria em contato, ou faria ainda pior... agradeceria
o encontro furtivo e a dispensaria como uma qualquer.
— Sei que não deveria, mas me incomoda saber o que as pessoas irão
falar.
Andie não disse mais nada, estava inquieta demais para prolongar seu
embaraço, enquanto tentava tirar o máximo do batom em sua pele.
— Dormir com você? — Perguntou feito uma boba. — Não sei se seria
uma boa ideia. — Sua mente havia disparado um alerta máximo.
Ele quase achou graça de sua patética tentativa para ganhar tempo e
encontrar uma recusa aceitável para seu convite, mas Colin não desistiria
assim tão fácil.
— Não quer passar a noite comigo por causa da cor dos meus olhos,
Tinker Bell? Que feio — provocou. — Esperava que você fosse mais criativa
ao achar uma desculpa para me dispensar.
— Eu não disse que não queria passar a noite com você. Eu disse que
não sabia se seria uma boa ideia.
— Como o quê?
Lembrava-se muito bem do dia em que ele falou sobre sua condição e
esclareceu as dúvidas dos mais curiosos sobre as principais características e
particularidades de uma pessoa com TOC. Por isso, quando esteve no estúdio
de Andie naquela tarde havia percebido os sinais sutis do transtorno.
Por isso, com paciência apresentou soluções para cada uma de suas
ponderações, porque compreendia que o que parecia ser banal para ele era na
verdade um gatilho para sua companheira.
— Está tudo bem se quiser desistir — ela disse ao ser assaltada por
pensamentos negativos — eu vou entender.
— Não estou pensando em cair fora, mas sim em como encontrar uma
forma de me encaixar em sua vida sem que minha presença seja um gatilho
para você — confessou. — Quero estar ao seu lado pelo maior tempo
possível.
— Então aceite, Tinker Bell. Construa uma rotina ao meu lado, assim
passaremos mais tempo juntos sem que precise me encaixar na sua agenda —
pousou sua mão sobre as dela.
Andie estremeceu com seu tom aveludado, mas teve que reconhecer
que ele tinha razão. Trabalhar para ele os colocaria em contato diariamente e
ainda resolveria a sua questão financeira.
— Amanhã? — sua cabeça girou tão rápido em sua direção que temeu
estar parecendo com a garota do exorcista.
— Mas, Colin...
— Colin! — ralhou.
Ele não podia dizer aquelas coisas para ela quando estavam presos
dentro do carro.
Seu peito se encheu de orgulho por ter projetado cada detalhe daquele
lugar. Quando fez os primeiros rabiscos tudo o que tinha em mente era
construir um lar para sua companheira, mesmo com a possibilidade de nunca
a encontrar. Porém, ele tinha fé que um dia ela chegaria.
Andie não sabia, mas ele a desejou e amou desde sempre.
— Fico feliz que tenha gostado — a abraçou por trás cheirando seu
pescoço — vem, quero te mostrar tudo.
Ela acenou, ainda surpresa por ver que sua casa seguia um padrão de
organização e limpeza que a agradava. Para alguém com TOC aquilo era
como um passe livre para a paz interior.
— Deve estar com fome. Vi que não comeu quase nada durante o
coquetel. O que acha de descermos e procurarmos algo para comer?
Por mais que lutasse para disfarçar ela ainda estava assustada por sua
mudança brusca. Colin não parecia feliz como há minutos. Por isso, pensou
na primeira coisa que veio a sua mente para tentar aliviar o clima pesado.
— Não tem que dizer essas coisas para mim, Colin. Estou bem ciente
que antes de mim você teve outros relacionamentos — mordeu o lábio — é
normal que tenha cozinhado para elas também.
— Ouça bem o que vou dizer, porque não vou repetir isso outra vez —
tocou seu rosto com delicadeza para demonstrar que não precisava temê-lo —
eu não minto para agradar as pessoas, Tinker Bell. Não faria isso nem mesmo
por você. A mentira só atrai desgraça e contenda, portanto nunca a espere de
mim, mesmo que ela pareça ser o melhor caminho para resolver nossas
diferenças eu jamais mentirei para você. Posso omitir algumas coisas se for
necessário até que esteja pronta para ver quem realmente sou, mas jamais e
em hipótese alguma mentirei para você. Isso seria o mesmo que apunhalar
minha própria alma. Você é a primeira mulher que já esteve nesta casa depois
de minha mãe e irmã, também será a primeira para quem farei questão de
cozinhar, porque não há nada mais importante para mim do que suprir suas
necessidades. Nada me daria mais prazer do que agradá-la e mimá-la todos os
dias.
Por alguma razão desconhecida Andie sabia que suas palavras eram
verdadeiras.
— Bem passada — disse sem perceber que ele notara seu olhar
indiscreto sobre sua bunda.
— Não sei do que está falando — disse sem coragem de olhar em sua
direção.
— Não faça essa cara — beijou seus lábios — ou teremos que deixar o
jantar para depois e isso não seria muito cavalheiro de minha parte, não é
mesmo?
Cozinhar era algo tão simples, quase banal para alguns casais, mas que
fora capaz de fazer sua companheira sorrir. Um sorriso sincero que aqueceu
seu coração.
Incapaz de conter suas mãos ele a puxou pela nuca e colou seus lábios,
invadindo sua boca com a língua em uma vã tentativa de aplacar a paixão que
arranhava sua carne. Quando finalmente a soltou viu seus sentimentos
refletidos nas grandes órbitas verdes, escurecidas de desejo e sentiu sua pele
febril sob seus dedos.
— Porra, Tinker Bell — segurou firme em sua nuca e colou suas testas
— eu juro que estou tentando ser um cara bom aqui, mas você está acabando
comigo, amor.
Amor!
Não era a primeira vez que ele a chamava de amor, mas era a primeira
vez que ela enxergava verdade em seus olhos.
Ainda mais sendo uma cética nata do amor à primeira vista, todavia
essa era a única explicação plausível para o que estava sentindo por Colin
Donovan.
Com muito esforço se afastou, colocando um pouco de distância para
que pudesse racionalizar ou quem sabe entender todo aquele novelo de
emoções, mas Colin não permitiu. Como se fosse algo muito natural fez
questão de alimentá-la mergulhando o jantar em um erotismo pesado, sagaz e
selvagem.
Seus olhos não a deixavam em tempo algum, sua mão pousada sobre
sua coxa sinalava sua possessão em relação a ela. Sem pressa a alimentou
deixando que o vínculo apertasse seus grilhões.
Não houve palavras... não havia necessidade, estava tudo ali, diante
deles, exposto como se o destino os houvesse dissecado cuidadosamente.
Naquela noite uma grande e poderosa barreira seria derrubada entre ele
e sua companheira. Andie descobriria o poder do elo inquebrável depois de
ser reivindicada como sua.
“As paixões são como ventanias que enfurecem
as velas dos navios, fazendo-os navegar;
outras vezes naufragar, mas se não
fossem elas, não haveria viagens,
nem aventuras, nem novas descobertas.”
(VOLTAIRE)
Colin fechou a porta com um chute leve, não tiraria suas mãos da coisa
mais preciosa que tinha nos braços. Sua companheira, firmemente agarrada
ao seu corpo, correspondia ao seu beijo com paixão e entrega, enquanto o ar
estalava ao redor, provocando arrepios quentes em sua nuca.
Mas, Andie era tão pequena e delicada que temia pelo momento que
teria que subjugá-la e marcá-la como sua. Temia que não suportasse a
intensidade e acabasse machucada de alguma forma.
O calor de sua mão era aconchegante contra a pele enquanto ele descia
o zíper lentamente como se temesse que ela fugisse, sem saber que essa já
não era mais uma opção para ela. Andie não tinha mais para onde ir, seu
destino estava traçado em sua direção, podia sentir essa certeza em seu
coração, como se um deus pagão a tivesse gravado a ferro e fogo em seu
espírito.
Andie estava tão envolvida pela luxúria que não saberia explicar como
seu vestido desaparecera de seu corpo, enquanto Colin seguia todo vestido.
Ela ofegou e mordeu o lábio sentindo as pesadas mãos percorrerem seu
traseiro possessivamente, apertando sua carne e espalhando brasa por sobre a
pele.
Empurrou seu quadril contra seu ventre para que sentisse o quanto
estava duro de desejo, em seguida baixou a cabeça sugando o mamilo para o
calor de sua boca.
— Vamos, Andie — mordeu o mamilo depois o sugou forte até que ela
sentisse sua intimidade contrair dolorosamente — coloque suas mãos em
mim. Sinta o quanto a desejo, ajude-me a não morrer de tesão.
A verdade era que Colin despertava muito mais do que desejo em seu
corpo, embora não negasse a fome carnal que sentia por ele. Mas, seu
coração doía só de estar ali diante de seus olhos a ponto de Andie não querer
mais nada a não ser se unir a ele para sempre.
Como sempre, Colin não pedia, apenas dizia o que queria e tomava
para si. Aquilo era a porra de uma declaração brutal e machista, mas Andie
não se importou apenas o aceitou como era.
Não era uma virgem tampouco possuía experiência para saber como
seduzir um homem como Colin, porém queria agradá-lo.
— Não! Quero que esteja com eles quando eu entrar fundo em você —
decadente como um cafajeste passou o polegar pelos lábios.
— Pare de pensar besteiras, amor. Olhe para mim, sou eu aqui com
você.
O cheiro de sua excitação golpeou suas narinas com tal força que seu
lobo jogou a cabeça para trás e uivou em sua mente. O pulsar forte e
descompassado do coração de Andie era como tambores em seus tímpanos,
fazendo sua ereção pulsar dolorosamente, com as veias latejando por toda a
sua longitude. Precisava de sua companheira muito mais do que precisava de
oxigênio.
— Colin.
A resignação em sua voz foi como música para seus ouvidos, sua
companheira não o temia, mas ansiava por seu toque. Seus seios estavam
inchados, os mamilos duros, o colo subindo e descendo em busca de oxigênio
e, em seu rosto estava a paixão por ele.
Ela era uma visão fodidamente infernal que lhe queimava as retinas
douradas e o colocava duro feito aço, fazendo seu lobo rugir furiosamente
tentando subir a borda, mas Colin o conteve. Sabia que o animal não a
machucaria, mas ele a tomaria de qualquer forma e ela inconscientemente
cederia. Mas, Colin a queria consciente do que estaria entregando, queria seu
coração, não apenas o seu corpo.
— Deus!
O sorriso dele ampliou. Predatório, animalesco, perverso.
— Quero ter essa boceta rosada bem aberta para mim, enquanto eu te
chupo até que goze na minha boca.
Ela gemeu perdida na névoa do tesão. Sua carne ardia e latejava sob a
língua de Colin. Ele não a poupava, enfiava um, dois, três dedos tocando um
ponto sensível em seu interior enquanto sugava seu nervo. O ritmo foi
crescendo mais e mais rápido como se fosse o seu membro a entrar e sair de
seu interior até que Andie não suportou mais e explodiu gritando seu nome.
Ele manteve suas coxas bem abertas enquanto ela se derramava em sua
boca quase desfalecida pelo êxtase alcançado. Contudo, Colin não perdeu
tempo, continuou chupando seu nervo até que o corpo de Andie começasse a
se contorcer de prazer novamente.
— Colin — gritou seu nome — não pare, por favor. Oh, meu Deus!
Assim, isso.
Enfiou os dedos mais fundo, mais duro até que ela se derreteu, seu
gozo cobrindo sua língua em abundância, aumentando sua própria
necessidade de estar dentro dela, envolto em seu calor, preso em sua
intimidade.
— Abra os olhos, Tinker Bell. Quero ver seus lindos olhos, amor —
pediu beijando seus lábios.
Uma lágrima desceu pelo canto de seu olho, trazendo Colin para a
realidade. Sua companheira estava sofrendo com o peso do vínculo.
Suas almas se reconheciam. E, foi tudo o que bastou para que Colin a
tomasse novamente para si em um beijo quente, enquanto se enterrava
lentamente em seu interior, sentindo os saltos arranharem sua bunda.
— Tão apertada — gemeu contra sua boca. — Isso vai ser muito
melhor do que imaginei, amor.
— Que delícia! Quer mais, Andie? É isso o que quer? — grunhiu como
um animal estocando fundo.
Andie estava ofegante e suada, porém muito mais excitada. Era como
se seu corpo estivesse sob o efeito de alguma droga poderosa.
Quando Colin chupou sua intimidade e depois seu ânus ela estremeceu
violentamente com o prazer do proibido. Ele sondava com o polegar a
pequena abertura.
— Alguém já a tocou aqui, amor? — havia algo em sua voz que a fez
estremecer.
— Não — soprou
A bruma pesou sobre eles e, Colin, apertou ainda mais seu corpo
contra o dela disparando sensações para a ponta de seus dedos. Precisava do
calor de seu interior para aplacar a febre que o consumia. Posicionou o
membro na entrada de sua vagina e começou a afundar devagar até atingir o
fundo, depois retirou até a ponta para voltar a entrar novamente, repetindo o
movimento diversas vezes em um ritmo que roubava a sanidade dos dois.
Colin bombeou forte várias vezes até fechar seus braços ao redor de
sua companheira, desarmado pelas emoções que o desnudaram. Presa junto
ao seu corpo, Andie se sentiu em casa depois de tanto tempo... após uma
eternidade.
De repente imagens de vidas antigas, promessas acalentadas e
despedidas dolorosas despertaram do inconsciente de Andie, acabando com o
intervalo de tempo entre os destinados a se amarem eternamente.
Até aquele reencontro Andie não fazia ideia do quão sozinha estava e o
quão desamparada se sentia no mundo; não era como se agora sua vida se
resumisse a ele tampouco para ele, mas sim a partir dele.
“Ele rosnou para você” virou-se para o outro lado ainda mais
assustada com a proximidade daquela voz.
— Andie!
Colin correu para ela, mas Andie se afastou. Estava atordoada com as
imagens em sua cabeça, apavorada com tudo o que a voz havia sussurrado.
Andie estava fora de si, Colin podia ver isso em seu olhar e quase se
amaldiçoou por tê-la deixado sozinha por alguns minutos, sabia que aquilo
poderia acontecer. Deveria ter evitado, mas seu lobo queria correr.
— Não pode me recusar, amor. Isso só irá machucá-la ainda mais. Por
favor, deixe-me ajudar.
— Quem é você?
“O encontro de almas gêmeas é como
um oceano agitado em busca da razão.”
(DESCONHECIDO)
Ela o temia e isso era como sentenciá-lo a morte em vida. Não podia
perdê-la depois de todo esse tempo. Ela era sua.
Colin não sabia como explicar sem que a verdade a destruísse por
completo.
Sem suportar assistir seu sofrimento por mais tempo e sabendo que
talvez não fosse a melhor ideia, ele caminhou em sua direção, movido pela
urgência de aplacar sua dor. Tomou-a nos braços sem se importar que lutasse
contra seu toque arranhando o seu peito e braços, permitindo que gritasse
para que a deixasse em paz até que ela percebesse que a dor havia cessado.
Seria difícil aceitar sua nova realidade, mas esperava que o vínculo
entre companheiros fosse o suficiente para fazê-la compreender que não
tinham outra saída a não ser aceitarem o destino.
— Schiii, está tudo bem, Tinker Bell. Está tudo bem — afagou seus
cabelos ao senti-la relaxar em seus braços ao parar de lutar contra ele.
Deixou que chorasse até soluçar, mesmo que isso lhe ferisse a alma.
Talvez isso a ajudasse a relaxar antes de seu mundo ruir. Colin precisava ser
o elo forte daquela relação até que sua companheira estivesse pronta.
— Precisa prometer que irá me ouvir até o final, Tinker Bell. Precisa
me prometer isso, amor — passou as mãos por suas costas a sentindo relaxar
sob seu toque.
O lobo se enfureceu com tal pensamento, mas não podia fazer nada
para que Colin mudasse de opinião.
— É o nosso vínculo.
—Exato, amor — suspirou afastando o rosto para fitar seus olhos livres
do desespero de minutos antes — somos o que vocês humanos chamam de
almas gêmeas ou predestinados.
Andie se afastou e dessa vez ele a deixou ir com muito custo. Doía em
sua carne vê-la impor distância, mas esse não era o momento para dar vazão a
sua personalidade animalesca. Querendo ou não tinha que ser paciente.
— Eu não faço ideia do que está acontecendo, mas sei que é algo que
eu não posso considerar normal.
A maneira como ele a questionou fez com que baixasse um pouco sua
guarda. Havia certo abandono em sua voz, como se temesse por sua reação.
— Continue.
— Colin... — silêncio.
— Você disse que nunca mentiria para mim. Eu só quero saber o que
está acontecendo aqui. Porque eu sei que isso não é normal. Só me diga a
verdade, por favor.
— Tem certeza disso? Ou apenas está repetindo o que leu nos livros?
Porque até onde eu sei, foi Zeus que amaldiçoou Licaon e seus descendentes.
— O quê?
Um lobisomem... um licantropo...
— Deus!
Seus olhos marejaram ao vê-lo tão vulnerável, mas ainda assim era
insano demais acreditar em tudo aquilo. Lobisomens não existiam e se
existiam não deveriam caminhar entre os humanos, porém... abandonar Colin
e... tal criatura era como seguir em frente sem metade de seu coração.
Colin respirou fundo, pronto para fazer o que mais temera desde que a
encontrara, mas era o certo a se fazer.
Quando Colin disse nossa, não se referia apenas a ele e ao lobo, mas
também a Andie, porque agora que estavam acasalados ela também sofreria
todas as consequências do afastamento.
Não havia mais nada que Colin pudesse fazer. Ele havia estragado suas
chances de viver ao lado de sua companheira quando a mordeu antes do
tempo previsto. E, embora possuíssem os grilhões do vínculo, seria
necessário amor para fazer Andie aceitá-lo com toda a sua natureza, sem
contar que não fazia a menor ideia do que ela faria com tal informação nas
mãos.
Deixar a decisão em suas mãos talvez fosse sua sentença de morte, mas
preferia morrer a viver ao lado de uma companheira que não o desejava por
vontade própria.
Ele sim, mas o lobo não. Ele a caçaria e a traria de volta todas as vezes
que fossem necessárias a não ser que Andie renunciasse ao medo e decidisse
ficar por vontade própria.
Pânico!
Idiota!
A voz gritou em sua mente enfurecida por Andie não saber o que fazer,
quando estava óbvio que não havia outra escolha a não ser ficar. Contudo,
seu lado racional estava surtando, pois das duas uma, ou Colin era um louco
que possuía um sex appeal extraordinário ou ele era um monstro.
Era como estar sendo sugada por areia movediça, quanto mais se
debatia entre a lógica e a fantasia mais afundava no caos. Colin não era fruto
de sua imaginação, a marca em seu pescoço queimava como o inferno,
provando que tudo havia sido real demais para ser fruto de um episódio
esquizofrênico. Então, por que se recusava a aceitar a realidade?
Por mais absurdo que fosse toda aquela história de Colin, sabia que
não poderia repeti-la sem ser considerada uma demente, por isso diria que
fora atacada por um cachorro.
Respirando fundo tentou mais uma vez descer as escadas, porém suas
mãos agarraram firme o corrimão quando uma lembrança muito antiga a
atingiu. Andie já o havia deixado uma vez e... isso foi o motivo de sua
morte... Colin havia morrido de tristeza!
Chorou como se pudesse tocar seu corpo inerte outra vez. Chorou
por ver seu corpo ser coberto por pelos escuros como a noite, impedindo-a de
olhar para Colin uma última vez, como se o lobo em seu interior a punisse
por sua morte.
A recordação foi tão forte que seus joelhos cederam e Andie gemeu
seu nome em desespero, mas Colin não veio, quem apareceu imponente em
sua selvageria foi o grande lobo preto com seus olhos faiscando um âmbar
tão vibrante que pareciam duas tochas acessas.
Assim, quando estava bem próximo e a ouviu suplicar para que não a
machucasse, o lobo se deitou no chão apoiando a cabeça sobre as patas e
bufou como se estivesse entediado com seu comportamento. Essa pequena
atitude ajudou Andie a se acalmar um pouco, mas logo em seguida, quando o
animal começou a rastejar em sua direção voltou a tremer.
Andie não sabia o que fazer, nunca havia se sentido tão exausta
emocionalmente como nas últimas vinte e quatro horas. Nada daquilo fazia
sentido, os livros de romances sobrenaturais de nada serviam diante de sua
realidade. As estórias dos cinemas pareciam uma piada diante do terror que
estava sentindo, mas, ainda assim, não podia negar que seu coração estava
inclinado para Colin e.… o lobo.
O animal não fez nenhum outro gesto para se aproximar ou ganhar sua
atenção. Na verdade, ele parecia resignado com sua apatia, então, decidiu
abrir os olhos devagar e o fitou observando seus olhos incríveis. Havia um
mundo de emoções ali dentro das quais Andie também compartilhava.
Se aquele lobo também era Colin, então talvez ele a pudesse ouvir e a
compreendesse.
— Por favor, não me olhe com essa cara. Eu quero ficar, mas minha
mente diz para partir — disse — o que faria se estivesse em meu lugar,
Colin? O que acontece se eu ficar? — sussurrou. — Devo estar louca! Estou
conversando com um lobo que possivelmente não me entende, não é?
Quase se repreendeu por estar falando com um animal, mas sua voz
morreu ao vê-lo se erguer e começar a transformação. O som de ossos
estalando e chiados espremidos preencheram o ambiente. De olhos
arregalados Andie assistiu os pelos sumirem, a mandíbula recuar, o crânio
inchar, a caixa toráxica retorcer violentamente até que fosse possível o
distinguir semelhando-se a um homem. Os olhos foram a última coisa a
mudar em Colin, o ambarino tornou-se azul cobalto e, somente então ela
compreendeu sua nova realidade.
Andie engoliu em seco, tentando absorver tudo sem que seu cérebro
entrasse em colapso total. Era muita coisa para assimilar em tão pouco
tempo.
— Imagino que não deve estar sendo fácil para você, mas preciso que
fique, por favor, amor — ele suplicou — nos dê uma chance, apenas uma.
O que deveria dizer? Dizer não quando o seu coração e sua alma
sabiam a quem pertencia?
— Precisa ser paciente comigo, Colin. Isso tudo é novo para mim —
baixou os olhos antes de voltar a fitá-lo — eu não sei o que fazer, mas... não
sei se consigo partir... não suporto a ideia de vê-lo sofrendo.
Contudo, desde que encontrara Colin a razão era a última coisa que
exercia alguma espécie de governo sobre sua vida. Bastava estarem próximos
para que ela mandasse as favas a prudência, fazendo de imagens avulsas
de vidas passadas sua justificativa para se lançar de cabeça naquela loucura.
Apesar do semblante sereno, Andie, sabia que seu ferimento era apenas
uma desculpa para as outras intenções estampadas em seu olhar. Se fosse
sensata teria recusado seu pedido, mas já não era mais dona de suas vontades.
Assim, deixou que seu corpo se acomodasse perfeitamente sobre o seu peito.
Sem afastar a língua de seu ombro Colin ergueu os olhos apenas para
confirmar o que já sabia... Andie estava sob o efeito do frenesi que acometia
aos recém acasalados.
Por isso, Colin estava tão ansioso para que o serviço de bordo findasse,
porque assim ele poderia tomar Andie nos braços e amenizar seus efeitos.
Tentando controlar o desejo ele colou seus lábios com suavidade, mas
sua companheira parecia pronta para uma briga ao puxá-lo pelos cabelos e
aprofundar o beijo. Senão estivesse tão envolvido no momento teria rido de
sua afobação. Era perceptível como o vínculo a deixava muito mais receptiva
ao seu toque.
Não era estúpido de achar que isso significava que Andie o havia
aceitado completamente, mas já era um começo. Ele havia pedido uma
chance e faria todo o possível para convencê-la a ficar para sempre.
— Estou louco para montá-la, amor — sua voz não foi mais que um
rosnado. — Preciso tocá-la ou vou enlouquecer.
— Sim...
Colin tinha poder sobre ela, poder sobre suas vontades, poder sobre
seus pensamentos e definitivamente poder sobre seu corpo.
— Não — disse sôfrega — mas, acho que estou prestes a fazer isso se
continuar desse jeito — sorriu contra seus lábios.
Ele era enorme, grosso e exigente, mas a lascívia do ato falou mais alto
e Andie se lançou naquela aventura de cabeça. Como uma boa aluna deixou
que ele invadisse sua boca até lágrimas brotarem em seus olhos e sua vagina
pulsar ansiosa.
A decadência de sua voz quase a fez gozar. Colin não era o tipo de
homem que se escondia atrás de belas palavras, ele gostava de expor seus
desejos e depravação sem medo e, isso só o tornava ainda mais pecaminoso.
A mão em seus cabelos não a deixava recuar ditando um ritmo brusco, porém
altamente erótico. Sentia-se dominada e livre ao mesmo tempo.
Andie jogou a cabeça para trás quando a ponta pressionou sua entrada.
Mesmo excitada sentia a ardência da invasão causada por sua largura.
— Colin — gemeu.
Seu pedido era infame diante do tesão que exigia liberação, mas Andie
o atendeu deixando que seus gemidos se tornassem murmúrios ininteligíveis.
— Relaxa, amor. Vou comer o seu rabo bem gostoso também — sua
voz era algo tão decadente.
Como uma mulher livre de amarras sociais, ela deixou que o membro
de Colin afastasse suas pregas e adentrasse o seu corpo enquanto se
devoravam em um beijo pecaminoso.
— Linda — gemeu contra seus lábios — rebola esse rabo no meu pau,
Andie. Vamos gostosa me deixa entrar em você.
Aquilo era uma promessa que ele cumpriria com a própria vida se
fosse necessário, porque nada seria mais importante que sua companheira.
Sentia-se cada vez mais seduzida pelas pequenas coisas que Colin fazia
para agradá-la, de como sempre achava uma forma de tocá-la ou afagar seus
cabelos. Ele parecia realmente interessado em tudo que ela dizia. Fazia
perguntas simples sobre sua vida, rotina e planos para o futuro.
E, foi somente então, que ela percebeu que havia muito tempo que
alguém realmente não a escutava sem interrompê-la ou dar sua opinião sobre
tudo.
Por sua vez Colin fez questão de compartilhar todos os seus desejos e
conhecer todas as limitações de sua companheira. Para ele era um prazer
saber cada detalhe de sua personalidade perfeccionista e aprender mais sobre
sua condição, absorvendo cada informação como uma esponja, montando o
incrível quebra-cabeça que era a sua companheira.
Descobriu que Andie era uma jovem com objetivos claros, criada com
um senso de realidade assustador, seus posicionamentos sobre política ou
economia eram sempre sensatos e nem um pouco radicais. Quando surgia
algum tema do qual ela não tinha uma ideia formada pedia sua opinião e o
ouvia atentamente.
Era uma jovem linda, espirituosa e inteligente. Havia muito tempo que
não se sentia bem ao lado de uma mulher, claro que o fato de ser sua
companheira pesava para que se encontrasse tão à vontade em sua
companhia, mas independentemente do vínculo, ele tinha certeza de que teria
sido inevitável que acabasse apaixonado por sua Tinker Bell.
Andie era muito mais que sua companheira, era sua alma gêmea, sua
metade... seu mundo.
O tempo compartilhado no Canadá colaborara para que Andie tivesse a
certeza de que tomara a decisão certa em permanecer ao lado de Colin.
Por isso, quando ela se instalara em seu novo lar, ele fizera questão de
que ela adaptasse a casa as suas necessidades e não reclamara quando a viu se
desfazer de alguns objetos que não se encaixavam em seus padrões de
organização.
— Colin, não temos tempo para isso. Seus pais chegarão a qualquer
momento e ainda não concluí a sobremesa — disse desviando do seu olhar.
Sem que Andie percebesse foi agarrada firme pela cintura e teve sua
boca saqueada em um beijo possessivo que roubou seus pensamentos.
Quando ele tornou a admirar seus lindos olhos, sorriu com a languidez
que a cobria.
Andie tinha um sorriso bobo nos lábios quando ficou sozinha, pois se
lembrava muito bem da última vez que Colin havia feito uma promessa
similar àquela e de como ficara incapacitada de se sentar sem que uma
dorzinha gostosa a fizesse se recordar do quanto ele podia ser viril e
exigente.
Enquanto isso, Colin cumpria com sua palavra deixando tudo pronto
para a chegada de sua família. Ele fizera questão de enviar mensagens a todos
a fim de que evitassem mexer nos objetos ou reorganizar a mesa para que
Andie não se sentisse perturbada por causa do TOC, pois sabia que sua
família faria todo o possível para que sua companheira se sentisse acolhida.
— Como foi a interação com seu lobo? Acha que ela está pronta? —
seu pai perguntou.
— Fico feliz em ver que finalmente está bem, meu filho — apertou seu
ombro — eu e sua mãe oramos muito para que encontrasse sua companheira
e quando a achou, oramos para que ela o aceitasse.
— Obrigado, pai — sorriu — sei que tornei as coisas difíceis entre nós
por um tempo, mas agora tudo será diferente. Embora Andie ainda esteja se
adaptando a nossa realidade, ela tem se mostrado uma companheira
maravilhosa.
— Isso é bom, meu filho. Isso é muito bom. Sua mãe também parece
gostar muito dela — observou como as duas interagiam — acho que serão
ótimas amigas.
— Assim espero.
— Ainda não sei, mas acho que ficarei em casa. Talvez Andie queira
assistir um filme.
Colin estava ansioso para ver como ela reagiria a presença de seu lobo.
Ele não pretendia passar a noite toda transformado, mas sabia que o animal
merecia seu tempo ao lado de sua peeira.
Mesmo que eles já tivessem interagido não tinha certeza se ela ficaria
contente em passar a noite ao lado de um animal peludo.
— Eles são lindos, não são — sua sogra sussurrou acenando para que o
lobo marrom ao lado do filho se aproximasse.
— Sim, eles são — Andie disse recebendo Colin com carícias atrás das
orelhas — ele nunca me disse como seu lobo se chama.
— Como não?
— Nossa, irmão! Nunca pensei que ficaria tão feliz ao receber o nome
de uma personagem de jogos eletrônicos.
Kratos correu pelo jardim seguido por seu pai que o perseguia em um
jogo particular entre os dois animais. Enquanto isso, Andie continuava se
distraindo na companhia de sua sogra e dos cunhados, mas sempre com um
olho sobre seu lobo.
Depois que retornou e deixou tudo limpo como ela desejava aguardou
que a noite caísse para cumprir sua promessa. Sua companheira era uma
mulher insaciável quando estava em seus braços e ele um homem faminto por
seu corpo, ou seja, o casamento perfeito. Se continuassem naquele ritmo em
breve aumentariam a família, mas por enquanto queria aproveitá-la somente
para si. Havia muito ainda para compartilharem antes de darem o próximo
passo.
FIM
AGRADECIMENTO
Este talvez tenha sido o livro mais rápido de todos, não porque a
estória já estivesse pronta em minha cabeça, longe disso, mas por ter sido
escrito dentro de uma pressão imposta por mim e minhas próprias
necessidades pessoais em me disciplinar como autora.
Não posso esquecer da Silmara, uma leitora amiga que ganhei nessa
caminhada insana e que me ajudou muito na compreensão do TOC e todo o
seu processo na vida de uma pessoa dentro dessa condição. Obrigada por me
atender no meio do expediente e por se doar tão abertamente, você é linda e
tem um lugar em meu coração.
Glau
MENSAGEM DA BETA
Acredito que o encontro de almas entre Colin e Andie foi tão intenso e
poderoso que nos absorveu completamente.
Com Carinho,
Hylanna Lima
(Assessora e Beta)
CONHEÇA MEUS OUTROS LIVROS
LIVRO 1
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SINOPSE
Uma aliança precisa ser feita para garantir o status quo na Irmandade.
Alexei e Amanda podem ser a chave para acalmar os ânimos, ou podem ser o
motivo para uma guerra.
LIVRO 2
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SINOPSE
Em meio à busca por vingança, eles estão dispostos a formar uma nova
aliança usando desta vez a herdeira da Tambovskaya e o Chefe dos
Executores, sem saber que tal união trará à tona segredos mortais que farão
com que laços de sangue sejam desfeitos e o passado volte para cobrar os
seus pecados.
Entre incertezas e traições, Alexei descobrirá que Amanda é muito
mais que um meio para permanecer no poder e será surpreendido por sua
força e sagacidade, quando assistir à máfia se render aos seus pés.
LIVRO 3
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SINOPSE
Mas, o que ninguém sabia era que Alexei estava disposto a tudo para
evitar que isto acontecesse, inclusive romper com laços eternos e iniciar uma
guerra pelo controle absoluto da Irmandade. Para isto, ele contava com a
lealdade de sua companheira e a fidelidade de seus homens, que acreditavam
que a união dos dois herdeiros colocaria a maioria das facções criminosas sob
seu comando e influência.
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SINOPSE
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SINOPSE
Por trás de cada um, há uma história de vida, um amor, uma disputa,
uma negação... um sonho.
ENCONTRE A AUTORA
@GCJIMENEZAUTORA
@AUTORAGCJIMENEZ
TikTok
@GLAUCIAJIMENEZ
Avaliação
[1] Termo utilizado para determinar uma pessoa que trabalha compulsivamente.
[2] Peeira ou fada dos lobos é o nome que se dá às jovens que se tornam guardadoras ou companheiras
de lobos. Elas são a versão humana e feminina do lobisomem e fazem parte das lendas de Portugal e da
Galícia A peeira tem o dom de comunicar e controlar alcateias de lobos.
[3] Segundo as lendas da Grécia Antiga, Licaon reinou na região conhecida como Arcádia e, foi punido
por Zeus, após tentar assassiná-lo ao servir carne humana para o deus grego.
[4] Vem da palavra grega Lykosanthripos que significa Lykos (lobo) e Anthropos (homem) daí o termo
Lobisomem.
[5] Lycan é o termo usado para definir um lobisomem.
[6] Desenho animado sobre uma fada que leva esse nome.
[7] Nome dado para a rotina com os cuidados com a pele.
[8] TOC ou transtorno obsessivo-compulsivo, é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade descrito no
“Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais – DSM V” da Associação de Psiquiatria
Americana. A principal característica do TOC é a presença de crises recorrentes de obsessões e
compulsões.
[9] Seres com habilidade para mudar de forma: animal ou hibrida. Ao contrário dos lobisomens esses
seres são racionais e não podem ser transformados, ou seja, eles nascem assim e não são influenciados
pela lua.
[10] Licaon ou Licaonte na mitologia grega era filho de Pelasgo, primeiro rei mítico da Arcádia.
[11] É considerado o pai dos deuses na mitologia grega.