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Linhas de Transmissão

Anotações extraı́das de
Lı́neas de Transmisión - Vela

Porto Velho, 23 de abril de 2024


Conteúdo

1 Introdução às linhas de transmissão 1


1.1 Tipos de linhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Modo TEM e análise de linhas por tensões e correntes . . . 6
1.3 O modo dominante ... análise por campos eletromagnéticos 9
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Capı́tulo 1

Introdução às linhas de transmissão

1.1 Tipos de linhas

Uma linha de transmissão é qualquer sistema de condutores, semicondu-


tores, ou uma combinação de ambos, que pode ser utilizado para transmitir
informações, na forma de energia elétrica ou eletromagnética, entre dois
pontos. O tradicional par de fios de cobre ou linha bifilar (Figura 1.1a) é a
configuração mais simples, tem a menor largura de banda e a menor capa-
cidade de transmissão dentro da variedade de linhas utilizadas atualmente,
mas isso não significa que deixe de ser fundamental e muito importante.

Todas as configurações mostradas na Figura 1.1 são capazes de transmitir


informações. Alguns possuem um único condutor fechado (guias de onda),
outros possuem dois condutores (linha bifilar, placas paralelas, microfita
e cabo coaxial), alguns possuem três condutores (placa tripla) e outros
não possuem condutor, mas apenas material dielétrico (fibra óptica). É
claro que suas caracterı́sticas, benefı́cios e aplicações são diferentes, mas o
interessante é que todos eles podem ser analisados matematicamente resol-
vendo o mesmo conjunto de equações diferenciais de Maxwell, aplicando as
condições de contorno apropriadas.
1
2 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO ÀS LINHAS DE TRANSMISSÃO

Figura 1.1: Seção transversal de vários tipos de linhas de transmissão. A direção de propagação
da informação pode ser para dentro ou para fora do papel. Note-se que, por razões práticas de
ilustração, estes exemplos não são proporcionais à mesma escala.

Em todos os casos, o sinal é orientado no sentido longitudinal da es-


trutura. Portanto, na realidade, todas essas configurações são guias on-
das ou guias de ondas e também linhas de transmissão. Esses termos são
sinônimos, mas tradicionalmente as estruturas com dois elementos condu-
tores, como o par de fios e o cabo coaxial, têm sido chamadas de “linhas”,
e as estruturas com um único elemento condutor têm sido chamadas de
“guias de onda”.
Por seu turno, e pela sua mais recente invenção e comercialização, as
fibras ópticas ganharam um nome muito particular que as diferencia das
restantes, embora sejam também, por razões óbvias, guias de onda ou linhas
de transmissão.
1.1. TIPOS DE LINHAS 3

As dimensões práticas de cada tipo de linha dependem da faixa de


frequência em que se deseja transmitir (ver próxima seção). Da mesma
forma, existem outras configurações de estruturas de guias de onda deriva-
das daquelas mostradas na Figura 1.1. Por exemplo, se os dois condutores
da linha bifilar estiverem rodeados por uma parede metálica circular que
funciona como blindagem, as perdas de radiação do par de fios são eli-
minadas. Este novo arranjo é chamado de linha bifilar blindada (Figura
1.2a).

Figura 1.2: Exemplificação de duas variantes de linhas de transmissão, derivadas das configurações
mostradas na Figura 1.2.

Outro exemplo seria o guia de onda “cavalete” (Figura 1.2b), que é um


guia retangular com duas placas metálicas longitudinais colocadas em seu
interior, uma na parte superior e outra na parte inferior. Estas saliências
ou cavaletes atuam, dependendo das suas dimensões, como uma carga uni-
formemente distribuı́da, de determinado valor, o que aumenta a largura
de banda de funcionamento da guia, embora em troca de maiores per-
das de calor nas paredes. As mesmas projeções também reduzem o valor
da impedância caracterı́stica da guia, e isto é útil para satisfazer certas
necessidades de acoplamento ótimo com outros elementos do sistema de
transmissão.
Embora os conceitos dados nesta seção sejam vistos com mais detalhes
nos capı́tulos seguintes, por enquanto vale a pena notar que cabos coaxiais
e guias de onda de condutor único (figuras 1e, 1f, 1g e 1h), ou “condutores
4 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO ÀS LINHAS DE TRANSMISSÃO

ocos”, como também são chamados estes últimos, não apresentam perdas
de potência por radiação, pois, devido ao efeito pelicular da corrente nos
condutores, as ondas eletromagnéticas ficam confinadas a ricochetear ao
longo das estruturas.
Os guias de ondas são, em princı́pio, mais fáceis de fabricar do que os
cabos coaxiais, uma vez que o problema de ter que manter o condutor in-
terno perfeitamente alinhado (Figura 1.1e) é eliminado nos guias. Embora
geralmente tenham a desvantagem de não serem flexı́veis, os guias de ondas
podem transportar mais potência e ter menos atenuação que os cabos coa-
xiais, porque geralmente são preenchidos com ar (não há perdas dielétricas)
e a extensão de suas superfı́cies condutoras é maior (menos calor). perdas)
do que as coaxiais.
A propagação da informação nas fibras ópticas também é realizada por
meio de reflexões repetidas ao longo da linha. Este carece de condutores,
mas a diferença entre a permissividade ε do dielétrico 1 e do dielétrico 2
(Figura 1.1i) produz o fenômeno de reflexão sucessiva na zona perimetral
que separa os dois materiais, evitando assim o vazamento de energia devido
à radiação (Figura 1.3).

Figura 1.3: Princı́pio básico da propagação da luz numa fibra óptica.


1.1. TIPOS DE LINHAS 5

Uma situação semelhante, embora não idêntica, ocorre nas comunicações


sem fio, em frequências muito mais baixas, quando se formam “dutos” na
atmosfera.
Tais passagens ou dutos através dos quais as ondas eletromagnéticas
podem se propagar de maneira direcional, e não dispersa, existem em certas
regiões onde as condições meteorológicas produzem mudanças
 importantes

no ı́ndice de refração n da atmosfera em uma altura h n = εr =
p 
ε/εr , onde εr é a permissividade relativa, ε a permissividade do meio
de propagação e ε0 a permissividade no espaço livre).
Isto permite que um sinal seja transmitido por longas distâncias (Figura
1.4), para receptores localizados adequadamente. O alcance ou alcance,
frequências de transmissão e horas úteis de operação dependem muito das
condições atmosféricas e, portanto, esses dutos não são confiáveis e pos-
suem capacidade muito limitada. O mesmo princı́pio se aplica às ligações
ionosféricas, que têm um alcance muito maior, uma vez que a reflexão
ocorre em altitudes mais elevadas.

Figura 1.4: Caminho de um sinal radioelétrico dentro de um duto atmosférico.

Voltando às linhas de transmissão fı́sicas, é óbvio que o par de fios ou


linha bifilar aberta da Figura 1.1 a apresenta fortes perdas de radiação,
uma vez que os campos eletromagnéticos se estendem para longe da linha,
mesmo quando esta os guia longitudinalmente em direção ao seu destino.
Já foi muito utilizado porque era barato e muito fácil de construir, mas com
6 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO ÀS LINHAS DE TRANSMISSÃO

o tempo tende a cair em desuso, principalmente nos paı́ses desenvolvidos.


Suas caracterı́sticas de funcionamento podem ser variadas aumentando ou
diminuindo a separação entre os dois condutores, e sua utilidade prática,
como será visto na seção seguinte, é geralmente reduzida a frequências
abaixo de 500 kHz. Os dois condutores estão suspensos na mesma altura
acima do solo. Nenhum deles está aterrado; O potencial de um é igual e
de sinal oposto ao potencial do outro, em relação ao solo. Este tipo de
configuração é chamada de “linha balanceada” (Figura 1.5a).
Por outro lado, se, por exemplo, os dois condutores estão num plano
vertical (Figura 1.5b), o condutor inferior tem uma capacitância maior que
o superior em relação ao chão, e diz-se que a linha ser ““desequilibrado”
ou desequilibrado, pois as correntes resultantes nos dois condutores são
diferentes. Os cabos coaxiais também são linhas inerentemente desequili-
bradas, porque o condutor externo (que envolve completamente o interno)
está conectado ao terra (Figura 1.5c).

Figura 1.5: Exemplos de linhas equilibradas e desequilibradas.

1.2 Modo TEM e análise de linhas por tensões e correntes

Linhas que consistem em dois condutores (bifilar, coaxial, microfita, pla-


cas paralelas) e várias outras estruturas, como a placa tripla, transmitem in-
formações eletromagnéticas principalmente de tal forma que tanto o campo
elétrico quanto o campo magnético do sinal são transversais ou, perpendi-
1.2. MODO TEM E ANÁLISE DE LINHAS POR TENSÕES E CORRENTES 7

cular à direção de propagação (Figura 1.6). Esta forma de transmissão do


sinal é chamada de modo de propagação transversal eletromagnética ou,
abreviadamente, TEM 1.

Figura 1.6: O modo de propagação transversal eletromagnética ou TEM.

A distribuição das linhas de campo elétrico e magnético em uma seção


transversal dessas estruturas de guias de ondas é diferente em cada caso,
mas E e H são sempre perpendiculares à direção de propagação. Também é
possı́vel que essas linhas transmitam informações com outras configurações
de linhas de campo ou modos superiores, mas geralmente são utilizadas
abaixo da frequência de corte do primeiro modo superior, de tal forma que
apenas o modo TEM existe.
Todos esses conceitos serão estudados detalhadamente posteriormente,
mas é necessário apresentá-los neste ponto, ainda que brevemente. A Figura
1.7 mostra a distribuição das linhas de campo na seção transversal de uma
linha bifilar, uma linha coaxial e uma microfita. Nos dois primeiros casos,
os campos E e H formam sempre 90◦ entre si e também são perpendiculares
à direção de propagação que, segundo as ilustrações, seria para dentro do
papel ou para fora, dependendo do resultado da produto cruzado de E com
H (vetor Poynting).
1
A rigor, a propagação pode ser TEM ou quase TEM, dependendo do tipo de linha.
8 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO ÀS LINHAS DE TRANSMISSÃO

Figura 1.7: Campos elétricos e magnéticos do modo de propagação do TEM. O campo é mais forte
em regiões onde as linhas de fluxo são representadas com menor separação entre si.

No que diz respeito à microfita, o modo de propagação é quase-TEM,


ou seja, quase igual ao TEM, mas este último modo não é completamente
alcançado uma vez que não é possı́vel satisfazer as condições de contorno
na interface entre o topo da superfı́cie do o substrato dielétrico e o meio
circundante (ar), a menos que as duas permissividades fossem iguais. Em
qualquer caso, é possı́vel obter os parâmetros operacionais da linha com
uma boa aproximação assumindo que a distribuição dos campos é TEM.
Por ter uma distribuição transversal dos campos elétricos e magnéticos,
é fácil calcular os parâmetros do circuito da linha ou cabo por unidade de
comprimento (indutância L, capacitância C, resistência R e condutância
G), e então é possı́vel evite as equações de Maxwell e obtenha soluções
para a operação completa da linha aplicando a teoria geral dos circuitos.
Este tipo de retas deve satisfazer equações diferenciais simples da seguinte
forma:
dV
= −(R + jωL)I (1.1)
dz

dI
= −(G + jωC)V (1.2)
dz
1.3. O MODO DOMINANTE ... ANÁLISE POR CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS 9

onde V é o fasor da diferença de tensão entre os condutores e I é o fasor


da corrente em um deles. Sem dúvida, os termos tensão e corrente são
conceitos muito mais familiares e fáceis de entender do que os de cam-
pos eletromagnéticos, mas estes últimos devem ser utilizados para analisar
outros tipos de linhas.

1.3 O modo dominante, os modos superiores e a análise por


campos eletromagnéticos

Guias de onda ou condutores ocos (Figura 1.1f, Figura 1.1g e Figura


1.1h) não podem transmitir energia eletromagnética em frequências muito
baixas e nem podem guiá-la com uma forma ou modo de propagação TEM
2
. A transmissão começa a partir de uma determinada frequência, cujo valor
depende da geometria e das dimensões da guia. Essa frequência mı́nima
acima da qual é possı́vel que a informação viaje ou se propague é chamada
de frequência de corte.
A distribuição transversal das linhas de campo elétrico e magnético deve
satisfazer as condições de contorno em todas as paredes metálicas internas
da guia. Em teoria, há um número infinito de distribuições possı́veis de
linhas de campo ou modos de propagação e cada modo tem sua própria
frequência de corte acima da qual existe. Ou seja, à medida que a frequência
aumenta, primeiro aparece o primeiro modo, denominado modo dominante;
então o segundo modo surge a partir de sua própria frequência de corte e se
propaga junto com o primeiro, que nunca desaparece; surge então o terceiro
modo, que se propaga junto com o primeiro e o segundo; e assim por diante
(Figura 1.8).
Os demais tipos de linhas, como bifilar e coaxial, também podem ter mo-
2
Na realidade, poderiam fazê-lo, mas resultariam em estruturas monstruosamente gigantescas e pouco práticas.
10 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO ÀS LINHAS DE TRANSMISSÃO

dos de propagação mais elevados, mas como são utilizados em frequências


mais baixas que os guias de ondas e podem transmitir, em teoria, a partir
de frequência zero no modo TEM (que neste caso é o modo dominante), os
modos de ordem superior não têm oportunidade de aparecer, pois funcio-
nam abaixo das frequências de corte correspondentes.

Figura 1.8: Frequências de corte e regiões teóricas de propagação do modo dominante e modos
superiores em um guia de ondas.

Os modos de propagação em guias de onda são de dois tipos: TE ou


elétrico transversal e TM ou magnético transversal. “Elétrico transver-
sal” significa que apenas o campo elétrico é perpendicular à direção axial
ao longo da guia, enquanto o campo magnético não o é; Ou seja, existe
uma componente de campo magnético na direção axial ao longo da guia.
Raciocı́nio semelhante indica que um modo TM tem parte do seu campo
elétrico na direção axial e todo o seu campo magnético é transversal.

Na Figura 1.9 ilustra quatro casos dentro de um número infinito de


modos de propagação possı́veis em guias retangulares e circulares.
1.3. O MODO DOMINANTE ... ANÁLISE POR CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS 11

Figura 1.9: Vista em corte transversal do campo elétrico e magnético ou linhas de fluxo do modo
dominante (ou primeiro modo) e do segundo modo de propagação (ou primeiro modo superior) em
guias retangulares (dimensões 2:1) e circulares.

Observe, por exemplo, que para o modo dominante na guia retangular,


o campo elétrico é mais intenso no centro e sua magnitude diminui para
a direita e para a esquerda (indicado pela maior separação entre as linhas
de fluxo). Para o mesmo guia, no primeiro modo superior, as linhas do
campo elétrico são horizontais e a intensidade diminui para cima e para
baixo. No que diz respeito à guia circular da mesma figura, é evidente que
a distribuição das linhas do campo elétrico é de polarização quase vertical
no centro e que a sua curvatura aumenta nas extremidades para cumprir
a condição de contorno de que não há componente tangencial de E na
parede condutora, mas apenas um componente normal. O primeiro modo
superior da guia circular possui uma distribuição radial do campo elétrico
e contornos circulares concêntricos das linhas do campo magnético, muito
12 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO ÀS LINHAS DE TRANSMISSÃO

semelhante à distribuição correspondente ao cabo coaxial em seu modo


TEM dominante (Figura 1.7).
Algo semelhante acontece no caso das fibras ópticas, mas as condições
de contorno que devem ser satisfeitas são diferentes daquelas das guias
metálicas. A nomenclatura utilizada para designar os modos de propagação
é um pouco mais complexa, pois existem os modos T E, T M , HE, EH
e LP . Os últimos, chamados modos linearmente polarizados, são na
verdade combinações de outros tipos de modos.
Como exemplo, na Figura 1.10 mostra as distribuições de campo elétrico
do modo dominante (HE11 hı́brido) e dos próximos três modos superiores
(T E01, T M01 e HE21) em uma fibra óptica de salto de ı́ndice ou ı́ndice
escalonado.

Figura 1.10: Vista em corte transversal das linhas de campo elétrico do modo dominante e dos
próximos três modos superiores em uma fibra óptica de salto de ı́ndice.

Todas as soluções possı́veis de propagação em guias de ondas e fibras


ópticas podem ser encontradas resolvendo as quatro equações de Maxwell
e satisfazendo adequadamente as condições de contorno em cada caso ana-
1.3. O MODO DOMINANTE ... ANÁLISE POR CAMPOS ELETROMAGNÉTICOS 13

lisado, de acordo com sua geometria e os materiais de que é feito. Essas


equações de campo são:

⃗ r, t) = − ∂ B(⃗
∇ × E(⃗ ⃗ r, t) (1.3)
∂t

⃗ r, t) = − ∂ D(⃗
∇ × H(⃗ ⃗ r, t) + J(⃗
⃗ r, t) (1.4)
∂t
O modo dominante, os modos superiores e a análise por campos...

⃗ r, t) = 0
∇ × B(⃗ (1.5)

⃗ r, t) = ρ(⃗r, t)
∇ × D(⃗ (1.6)
onde,
⃗ r, t) = vetor intensidade do campo elétrico (V/m)
E(⃗
⃗ r, t) = vetor de intensidade do campo magnético (A/m)
H(⃗
⃗ r, t) = vetor de deslocamento elétrico (C/m2)
D(⃗
⃗ r, t) = vetor de densidade de fluxo magnético (W/m2 ou T)
B(⃗
⃗ r, t) = vetor de densidade de corrente (A/m2)
J(⃗
ρ(⃗r, t) = densidade volumétrica de carga (C/m3)
⃗r = vetor posição (m)
t = tempo (seg)
Das equações (1.4) e (1.6) a equação de continuidade ou conservação de
carga é derivada:
⃗ r, t) = − ∂
∇.J(⃗ ρ(⃗r, t) (1.7)
∂t
Além disso, D(r, t) e H(r, t) estão relacionados, respectivamente, a
E(r, t) e B(r, t) pelos parâmetros constitutivos que caracterizam a na-
tureza eletromagnética do material do qual a propagação médio. Estas
relações constitutivas, para um meio “linear isotrópico homogêneo”, isto é,
14 CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO ÀS LINHAS DE TRANSMISSÃO

um meio comum ou simples como o ar ou outros dielétricos comuns, são:

⃗ r, t) = εE(⃗
D(⃗ ⃗ r, t) (1.8)

⃗ r, t) = µH(⃗
B(⃗ ⃗ r, t) (1.9)

onde ε é a permissividade ou constante dielétrica do material, em farads


por metro (F/m), e µ é sua permeabilidade, em henries por metro (H/m).
Se o meio for condutivo, a seguinte relação também deverá ser mantida:

J⃗c(⃗r, t) = σ E(⃗
⃗ r, t) (1.10)
onde,
J⃗c(⃗r, t) = vetor de densidade de corrente de condução (A/m2)
σ = condutividade do meio em Siemens por metro (S/m).
James Maxwell baseou-se nos trabalhos de vários cientistas excelentes
antes de sua geração, portanto, a equação (1.3) também é chamada de “lei
de Faraday”, a equação (1.4) como uma ”lei generalizada de Ampère”e a
equação (1.5) como “lei de Gauss”.O mérito pessoal de Maxwell reside em
ter integrado e relacionado matematicamente todos esses resultados, pre-
vendo também a possibilidade de propagação de ondas eletromagnéticas, ou
seja, a transmissão de informações. Essa previsão foi verificada na prática
anos depois pelo fı́sico alemão Heinrich Hertz, que dá nome à unidade usada
para radiofrequências.
Conforme indicado anteriormente, todas essas equações são a base para
a análise matemática dos modos de propagação e outros parâmetros ope-
racionais igualmente importantes de guias de onda e fibras ópticas. Em
muitos casos, uma vez conhecidos esses parâmetros, é possı́vel obter cir-
cuitos equivalentes dessas linhas e aplicar critérios de análise semelhantes
aos das linhas de transmissão convencionais, e até mesmo métodos gráficos
como a carta de Smith.
Bibliografia

[1] Juan José Murillo Fuentes. Fundamentos de radiación y radiocomu-


nicación. Escuela Técnica Superior de Ingenieros, 2007.

[2] Rodolfo Neri Vela. Lı́neas de Transmisión. Facultad de Ciencias,


México, 2013.

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