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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO MARAVILHA

Influência do meio social na motivação dos alunos da 5ª classe do


complexo escolar BG 1066 do Tchipiandalo no município de Benguela

TRABALHO APRESENTADO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE


LICENCIADO EM ENSINO PRIMÁRIO

Autor: Norberto Domingos Hivonga

Benguela, 2023
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO MARAVILHA

Influência do meio social na motivação dos alunos da 5ª classe do


complexo escolar BG 1066 do Tchipiandalo no município de Benguela

TRABALHO APRESENTADO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE


LICENCIADO EM ENSINO PRIMÁRIO

Autor: Norberto Domingos Hivonga

Orientadora: Maria do Céu Pereira Antunes da Silva (Ph.D.)

Benguela, 2023

ii
PENSAMENTO

“O desenvolvimento de um sentimento de competência não procede de magia,


mas da organização de actividades estimulantes que oferecem à criança desafios
à sua medida, que a motivam e que a incitam a ser autónoma”.

(Duclos, 2006, p. 165)

iii
AGRADECIMENTOS

A Deus, pelo dom da vida, saúde e sabedoria;

À minha família, professores, colegas, amigos, e a todos aqueles que são parte
da minha vida em especial aqueles que contribuíram na execução deste trabalho
de fim do curso;

À minha orientadora Professora Doutora Maria do Céu P. A. da Silva, que esteve


por perto a corrigir os meus erros, pela disponibilidade e prontidão;

A todos aqueles que directa ou indirectamente deram as suas valiosas


contribuições para que este sonho fosse uma realidade.

O meu eterno agradecimento.

iv
SÍNTESE DAMONOGRAFIA

O presente trabalho aborda a influência do meio social na motivação dos alunos


da 5ª classe do complexo escolar BG 1066 do Tchipiandalo no município de
Benguela. O mesmo partiu do seguinte problema de investigação: de que modo o
meio social influencia na motivação dos alunos da 5ª classe do complexo escolar
BG 1066 do Tchipiandalo no município de Benguela? O objectivo geral visou
analisar de que modo o meio social influencia na motivação dos alunos da 5ª
classe da escola em estudo. A pesquisa é essencialmente descritiva, com
abordagem mista de índole qualitativa e quantitativa. Para o alcance dos
objectivos foram utilizados métodos teóricos como o histórico-lógico, pesquisa
bibliogáfica, analítico-sintético e indutivo-dedutivo. Como métodos empíricos
utilizou-se o inquérito por questionário e inquérito por entrevista, auxiliados pelo
procedimento matemático-estatístico. Os resultados da pesquisa revelam que as
características socioeconómicas, culturais e ambientais que caracterizam o
contexto da vivência dos alunos, quer ao nível do meio familiar, quer ao nível do
território onde residem – e no qual habitualmente se enquadra a escola, fazem
parte de um vasto conjunto de factores que condicionam a motivação pelo ensino
e, consequentemente, o desempenho escolar dos alunos da 5ª classe da escola
em estudo.

Palavras-Chave: Influência; Meio social; Motivação; Aluno.

v
ÍNDICE GERAL

PENSAMENTO ........................................................................................................ iii

AGRADECIMENTOS ............................................................................................... iv

SÍNTESE DAMONOGRAFIA .................................................................................... v

INTRODUÇÃO ..........................................................................................................9

CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................ 14

1.1. Definição de conceitos .................................................................................. 14

1.2. Perspectivas teóricas sobre a motivação ...................................................... 14

1.3. A motivação e o rendimento escolar ............................................................. 19

1.4. Dificuldade de aprendizagem ligada ao meio social ..................................... 21

1.5. Factores sociais que influenciam na motivação do aprendizado dos alunos 23

1.6. Factores que condicionam a motivação/ sucesso escolar ............................ 26

1.7. A motivação escolar e sua importância no aprendizado dos alunos ............. 29

1.8. Acções que melhoram a motivação dos alunos tendo em conta o meio
social ............................................................................................................... 30

1.8.1 Papel dos pais e encarregados de educação na motivação dos alunos


tendo em conta o meio social .................................................................... 32

1.8.2 Papel do professor na motivação dos alunos tendo em conta o meio


social ......................................................................................................... 34

CAPÍTULO II: METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO ............................................ 37

2.1. Tipo de investigação ..................................................................................... 37

2.2. Métodos e técnicas de investigação ............................................................. 38

2.2.1 Métodos de nível teórico ........................................................................ 38

2.2.2 Métodos de nível empírico ..................................................................... 39

2.3. Caracterização da escola .............................................................................. 40

2.4. População e amostra .................................................................................... 41

vi
CAPÍTULO III- APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS
RESULTADOS DA INVESTIGAÇÃO ............................................................. 42

3.1. Apresentação, análise e interpretação dos resultados do inquérito por


questionário aplicado aos alunos .................................................................... 43

3.2. Apresentação, análise e interpretação dos resultados do inquérito por


questionário aplicado aos professores............................................................ 48

3.3. Apresentação, análise e interpretação dos resultados do inquérito por


entrevista dirigido aos membros de direcção .................................................. 54

CONCLUSÕES ....................................................................................................... 58

SUGESTÕES .......................................................................................................... 59

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 60

APÊNDICES ........................................................................................................... 65

Apêndice 1 - Roteiro de inquérito por entrevista dirigido aos membros de


direcção .......................................................................................................... 66

Apêndice 2: Boletim de inquérito por questionário aplicado aos professores ...... 67

Apêndice 3: Boletim de inquérito por questionário aplicado aos alunos .............. 69

vii
ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 01: Com quem vives? .............................................................................. 43


Tabela 02: Gostas de Estudar? ........................................................................... 44

Tabela 03: Te sentes motivado quando vens a escola? .................................. 44

Tabela 04: Os teus pais te incentivam a estudar? ............................................ 45

Tabela 05: Trazes sempre lanche quando vens a escola? ............................... 46

Tabela 06: Os teus pais providenciam transporte para te deslocares à


Escola? ................................................................................................................ 46

Tabela: 07: Para te sentires motivado a vir a escola, o quê que os teus pais e
professores devem fazer? .................................................................................. 47

Tabela 08: Já ouviu falar sobre a influência do meio sócia na motivação dos
alunos?................................................................................................................. 49

Tabela 09: Acha que o meio social fluência na motivação dos alunos? ........ 49

Tabela 10: Os seus alunos revelam interesse em aprender? .......................... 50

Tabela 11: Como caracteriza a influência do meio social na motivação dos


alunos? ................................................................................................................. 51

Tabela 12: Consideras importante a motivação do aluno no processo de


ensino-aprendizagem? ....................................................................................... 51

Tabela 13: Tendo em conta meio social, que acções podem melhorar a
motivação dos alunos da 5ª classe? ................................................................. 52

viii
INTRODUÇÃO

O processo de aprendizagem é algo natural na vida de cada indivíduo desde seu


nascimento até o dia de sua morte, a cada momento algo é aprendido, através
dos pais, meio em que se vive, pessoas próximas e experiências vivenciadas.
Dentro desse processo não se pode descartar o processo de aprendizagem que
ocorre dentro do ambiente do escolar, onde o indivíduo sendo ele um aluno é
alfabetizado e aprende por intermédio de um professor as matérias presente no
currículo educacional.

No ambiente escolar tudo que é ensinado é complexo e exige bastante do


cognitivo do aluno e do empenho do professor, é neste momento em que
aparecem as dificuldades de cada um para assimilar o que está sendo ensinado e
se desenvolver neste ambiente. Os conteúdos ensinados na escola são
gradativos e para que haja avanço na aprendizagem é preciso percorrer um
caminho, onde não dá para pular uma etapa em que haja dificuldade, pois
prejudicara todo o restante do aprendizado (Grigorenko, E. L. 2003 p.120).

É papel do professor em sala de aula observar quando o aluno apresenta


dificuldade, e investigar os factores que estão levando a tal fato, tentam do em
primeiro lugar mudar sua metodologia em relação ao ensino de tal conteúdo e se
não houver melhora a partir daí realizar uma investigação mais profunda
juntamente com a equipe pedagógica para que seja descoberta a verdadeira
causa para tal dificuldade.

Na visão de Boruchovitch, E. & Bzuneck, F. (2001), o aluno pode apresentar


dificuldade em aprender devido a uma série de factores podendo ser eles dentro
do meio escolar, como dificuldade com o método pedagógico do professor,
dificuldade em se relacionar com os colegas se sentindo isolado, dificuldade em
entender e conviver com o ambiente escolar no geral. Ou também problemas fora
do contexto escolar vivendo em sociedade, como problemas familiares,
problemas sociais causados pela condição financeira, pela educação que recebe
e o contexto em que vive.

As características socioeconómicas, culturais e ambientais que caracterizam o


contexto de vivência de crianças e jovens, quer ao nível do meio familiar, quer ao

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nível do território onde residem – e no qual habitualmente se enquadra a escola,
fazem parte de um vasto conjunto de factores que condicionam a desmotivação
pelo ensino e, consequentemente, o desempenho escolar.

Segundo Tapia (1999), por exemplo, considera que a motivação está ligada à
interacção dinâmica entre condicionantes pessoais e contextuais, defendendo que
o processo motivacional não depende de um único factor.

No que toca a justificava da temática, entendemos que a motivação para o


ensino é sem sombras de duvidas um mecanismo muito importante no estimulo
para a busca de resultados positivos, portanto o estudo desta temática é na nossa
percepção muito importante, pois que dela podem advir acções sugestivas para a
melhoria do problema da desmotivação, entendemos estudar esta temática no
Complexo Escolar BG 1066 por várias razões, uma dela é a comunidade
adjacente a escola que é caracterizada por baixo poderio económico e financeiro,
estas dificuldades entendemos que pode ser um factor de desmotivação dos
alunos para aprendizagem, por outro lado, por termos também observado a
desmotivação de alguns alunos próximos do agregado familiar faltarem nas aulas,
tudo por falta de vontade de ir a escola, estas razões levaram nos a levantar esta
temática para o seu estudo.

Entdemos então com este estudo sugerir um sistema de actividades que visam
minimizar a problemática da falta de motivação dos alunos da 5ª Classe em
participar das aulas, com métodospedagógicos eficazes contribuindo deste modo
para minimização da problemática levantada.

Problema de investigação: de que modo o meio social influencia na motivação


dos alunos da 5ª classe do complexo escolar BG 1066 do Tchipiandalo no
município de Benguela?

O objecto de investigação incide no processo de ensino-aprendizagem dos


alunos da 5ª classe e o campo de acção circunscreve-se na influência do meio
social na motivação dos alunos da 5ª classe do complexo escolar BG 1066 do
Tchipiandalo no município de Benguela.

No que refere aos objectivos, na visão de Fortuna (2022), consiste na descrição


clara e explicita do que se deseja alcançar como resultado da nossa actividade,
seno assim, para que consigamos atingir as nossas metas.

10
Neste trabalho traçamos os seguintes objectivos:

Geral: analisar de que modo o meio social influencia na motivação dos alunos da
5ª classe do complexo escolar BG 1066 do Tchipiandalo no município de
Benguela.

Específicos:

 Sistematizar os fundamentos teóricos essenciais que sustentam a


influência do meio social na motivação dos alunos.
 Caracterizar a influência do meio social na motivação dos alunos da 5ª
classe do complexo escolar BG 1066 do Tchipiandalo no município de
Benguela.
 Apresentar tendo em conta o meio social, as acções que melhoram a
motivação dos alunos da 5ª classe do complexo escolar BG 1066 do
Tchipiandalo no município de Benguela.

Para melhor direccionar a busca das respostas desejadas de formas a alcançar


os objectivos da pesquisa, foram levantadas as seguintes perguntas científicas:

 Que fundamentos teóricos essenciais sustentam a influência do meio social


na motivação dos alunos?
 Como se caracteriza a influência do meio social na motivação dos alunos
da 5ª classe do complexo escolar BG 1066 do Tchipiandalo no município
de Benguela?
 Que acções tendo em conta o meio social, melhoram a motivação dos
alunos da 5ª classe do complexo escolar BG 1066 do Tchipiandalo no
município de Benguela?

Tendo em conta a pertinência do tema, o estudo em causa apresenta valor teórico


e prático. O valor teórico consiste na sistematização de perspectivas de
argumentos de carácter teórico sobre a problemática da influência do meio social
na motivação dos alunos, tendo como base obras de diferentes autores. O valor
prático da pesquisa oferece um conjunto de informações, conclusões e
sugestões que, levadas a cabo poderão contribuir significativamente para a
melhoria da problemática em estudo e dessa forma, influenciar de forma positiva
na motivação dos alunos da 5ª classe da escola em referência.

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O trabalho apresenta três capítulos antecedidos de uma introdução que reporta os
aspectos relacionados com as razões da escolha do tema e a descrição geral do
estudo. O primeiro capítulo aborda o referencial teórico, ressaltando os aspectos
sobre a problemática em estudo. O segundo capítulo, descreve a metodologia de
pesquisa, seus métodos e instrumentos de colecta de dados aplicados durante a
investigação. O terceiro capítulo faz referência a análise e interpretação dos
resultados obtidos durante a recolha dos dados. O tratamento e processamento
dos dados estatísticos dos instrumentos aplicados na escola em estudo.
Finalmente espelham-se as conclusões, sugestões, referências bibliográficas e
como elementos complementares do trabalho, os apêndices.

12
CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

13
CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo abordam-se os pressupostos teóricos referente ao problema de


investigação, iniciando com a apresentação de conceitos na qual, ajudaram-nos a
delimitar o problema de investigação bem como na interpretação e análise dos
resultados.

1.1. Definição de conceitos

Influência: para Queiróz (2003,p.46) “é o efeito que uma pessoa exerce sobre a
outra”.

No nosso entender, influência é aincidência de um sobre o outro.

Meio social: segundo Portusas (2022, p. 55) “é o ambiente social em que um


indivíduo ou um ser social, está inserido”.

Para nós, o meio social é constituído por vários e diversificados grupos sociais,
com valores, visões e normas diferentes ou idênticas.

Motivação: “é um conjunto de variáveis que activam a conduta e a orienta em


determinados sentido para poder alcançar um objectivo” (Tapia & Fita, 1999,
p.77).

Na nossa perspectiva, a motivação é a força impulsionadora para a realização de


uma actividade, quer física, quer psicológica.

Aluno: “é uma pessoa que recebe informações de um mestre para adquirir ou


ampliar seus conhecimentos em um determinado assunto” (Queiróz, 2003, p.55).

Perspectivamos que, o aluno, é aquele que recebe doutrém educação e instrução;


discípulo, educando, aprendiz.

1.2. Perspectivas teóricas sobre a motivação

O desempenho escolar dos alunos não aparece associado apenas às suas


capacidades cognitivas, mas também a factores de ordem afectivo-motivacional
como a responsabilidade e o auto-conceito do aluno, que ao fazerem parte do
processo de aprendizagem, operam ao nível da motivação dos mesmos, podendo
influenciar deste modo os seus resultados académicos.

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Segundo Pintrich (2003), entende que a motivação no contexto escolar permite
compreender o processo de aprendizagem do aluno, as suas dificuldades e níveis
de desempenho académico de uma forma geral. O que se tem verificado é que os
alunos menos motivados apresentam resultados académicos mais baixos
enquanto os alunos mais motivados, o oposto. Por outras palavras, no contexto
escolar, a motivação dos alunos tem implicações directas no que respeita ao
envolvimento dos alunos no processo de ensino e aprendizagem.

Neste sentido, alunos motivados estão directamente envolvidos com o processo


de aprendizagem, o que os leva a procurarem novos conhecimentos, participando
nas tarefas com entusiasmo e evidenciando disposição para novos desafios e
oportunidades.

De acordo com a teoria dos dois factores de Herzberg (1968), o comportamento


humano é orientado por dois grupos de factores, a saber: os Higiénicos e os
Motivacionais. Os primeiros, factores de higiene, estão localizados no ambiente
em que a pessoa vive. São elementos ambientais também as condições dentro
das quais as pessoas desempenham seu trabalho. Por isso, os principais factores
higiénicos são: condições físicas e ambientais, clima de relacionamento entre as
pessoas, regulamentos internos, benefícios, recompensam, entre outros. Estes
elementos são chamados de factores higiénicos, por que são profiláticos, uma vez
que servem para evitar a insatisfação, mas não provocam a satisfação.

Conforme Ferreira (2002), o modelo de Herzberg favorece uma distinção entre os


factores de manutenção que são necessários, mas não suficientes. Na sua visão,
são os factores de motivação que têm o potencial de aumentar o esforço de cada
pessoa. Apesar das imperfeições em sua teoria, a teoria de Herzberg ajudou a
focalizar o campo na importante questão de oferecer às pessoas uma
aprendizagem significativa, o que leva à aplicação do enriquecimento do
desempenho pessoal em muitas organizações.

Portanto, a teoria de Herzberg está ligada directamente às técnicas para melhorar


o comportamento, dando importância aos aspectos motivacionais de acordo com
os interesses da instituição. Mostra como prevenir insatisfação e como gerar
satisfação através dos factores motivacionais (Silva, 2004, p.99).

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A teoria behaviorista ou comportamentalista concebe a motivação através de dois
conceitos: "privação" e "reforçamento", fundamento de uma série de
comportamentos emocionais que se instalam mediante associações entre
estímulos e respostas. Algumas fontes motivadoras podem ser explicadas por
essa via. Os comportamentos assim condicionados podem ser extintos desde que
a resposta condicionada deixe de ser seguida da apresentação do estímulo não
condicionado.

Segundo essa teoria, os indivíduos aprendem através das consequências de suas


acções. As pessoas tendem a repetir o comportamento satisfatório e a evitar
aqueles que não trazem satisfação. Este é o princípio explicativo do
condicionamento operante.

Conforme Coutinho (2001), os operantes, séries de actos ou acções, pelas


consequências que geram, são fortalecidos ou enfraquecidos de modo a
aumentar ou diminuir a probabilidade de sua ocorrência. As consequências que
fortaleceram o comportamento são chamadas reforço. Assim, o reforço, na teoria
beraviorista, refere-se a qualquer evento ou estímulo que aumenta a força de
algum comportamento operante.

Nesse sentido, para que um aluno se motive a aprender algo, é preciso que o
professor arranje o ambiente de tal forma que desperte o desejo e a necessidade
do aluno para atingir um objectivo traçado, de preferência em conjunto. De acordo
com Berne (2005), o grande desafio do educador é encontrar quais são as
situações reforçadoras para seus alunos e livrar-se das situações aversivas. Ele
deve esquematizar o processo de reforçamento, criando condições de o aluno
perceber que o maior reforçador para seus comportamentos de estudante é a
própria aprendizagem.

Para Stoner e Freeman (1999), esta teoria deixa de lado a questão da motivação
interna, avaliando como as consequências de comportamentos anteriores
influenciam as acções futuras, em um processo de aprendizagem cíclica.

Deste modo, Coutinho (2001, p. 92) “algumas implicações da teoria behaviorista


que geraram alguns pressupostos para a motivação da aprendizagem escola”r:

 O ambiente é factor primordial na aprendizagem e no desenvolvimento


humano;

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 O comportamento humano é mensurável; logo, é possível medir e avaliar
fenómenos comportamentais;

 A aprendizagem decorre da relação estímulo-resposta e das


consequências de acções praticadas, tendo como objectivo a aquisição de
novos comportamentos ou a modificação dos já existentes;

 O ensino resulta do arranjo e planeamento de reforços através dos quais o


aluno é levado a adquirir ou modificar um comportamento.

Nesta perspectiva, ganham sentido os elogios, as notas, os prémios, entre outros


que são reforçadores. Estímulos que, por sua vez, se tornam associados à outra
classe de reforçadores mais remotos e generalizados, tais como: diplomas,
vantagens da futura profissão, possibilidade de ascensão social e económica,
aquisição de prestígio.

“A teoria cognitivista, cujo maior representante é Jerome Bruner, afirma que o que
leva a pessoa a aprender são os aspectos internos, racionais, como objectivos,
intenções, expectativas e planos” (Berne, 2005, p.79).

Para os teóricos cognitivistas o desejo de aprender é intrínseco; o aluno somente


estaria motivado quando se interessasse pelo assunto, vendo na aprendizagem a
satisfação de sua necessidade de conhecimento.

Os teóricos cognitivistas enfatizam os chamados motivos intrínsecos para


aprender. Neste caso, o reforço está em superar seus próprios limites, atingir os
próprios objectivos ou realizar os próprios planos. A motivação intrínseca
caracteriza-se pela acção intencional da pessoa, com o objectivo de informar-se
sobre uma determinada circunstância, evento ou assunto (Berne, 2005, p.99).

Entretanto, na educação, um dos motivos intrínsecos mais amplamente


estudados é o motivo para a realização. A motivação desencadeia acções
intencionais praticadas pelo próprio sujeito. Nesta teoria a aprendizagem é
concebida como soluções de problemas. Espera-se que o aluno manifeste seu
interesse, como produto dos seus impulsos e das tendências primitivas, portanto
gerando esforço para resolver o problema. Assim, a educação é uma
reconstrução da experiência, entendida como agir sobre o outro corpo e sofrer ele
uma acção.

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No que diz respeito à teoria da autodeterminação, ela representa, para os teóricos
Reeve, Deci e Ryan (2000), uma necessidade humana inata e está relacionada
directamente à motivação intrínseca. Nessa perspectiva, as pessoas têm uma
propensão natural para a realização de suas actividades que desafia as
habilidades já existentes.

A teoria da auto-determinação segundo Reeve et all (2000, p. 73) “propõe três


necessidades psicológicas fundamentais para o desenvolvimento de orientações
motivacionais auto-determinadas, cujo objectivo é compreender a força e o
sentido do comportamento intrinsecamente motivado”. São elas:

a) Necessidade de autonomia (as pessoas acreditam naturalmente que são


capazes de realizar uma actividade por vontade própria e não por pressões
externas);

b) Necessidade de competência (capacidade de a pessoa interagir,


satisfatoriamente, com o seu meio);

c) Necessidade de pertencer ou de estabelecer vínculos (percepção de


pertencer ou de fazer parte).

Desse modo, o âmbito educacional deve proporcionar meios de satisfação dessas


três necessidades para que a motivação intrínseca e as forças determinadas pela
motivação extrínseca possam acontecer (Guimarães 2003, p.109).

Como exemplo, pode-se vislumbrar a figura do professor como incentivador dos


meios internos para que sejam trabalhadas diariamente a auto-estima, a auto-
realização, a autonomia, visando a construir a confiança que o aluno precisa ter
para desenvolver actividades propostas, dentro e fora da sala de aula.

A teoria da expectativa de Vroom (1994), baseia-se numa abordagem cognitiva,


considerando que o comportamento e o desempenho são resultados de uma
escolha consciente, sendo que geralmente o comportamento escolhido é o que se
traduz numa mais-valia para o indivíduo.

Na opinião de Vroom (1994, p. 63) “existem três forças básicas que actuam no
interior do homem e que podem influenciar o seu desempenho, como”:

 A expectativa, ou seja, a probabilidade de uma determinada acção para


alcançar um resultado esperado;

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 A valência, sendo representada pelo valor ou peso que um indivíduo atribui
às recompensas recebidas em consequência do seu desempenho em
determinada actividade;

E, finalmente, a instrumentalidade, isto é, a percepção de que a obtenção de um


resultado está entrelaçada a uma recompensa, podendo-se interpretar no nível
em que um resultado facilita o acesso a outro resultado. Assim, a motivação pode
ser considerada o produto do valor previsto atribuído a um objectivo pela
probabilidade de alcançá-lo.

Entende-se, portanto, que ao aluno, para se sentir motivado, é imprescindível


acreditar em sua capacidade para atingir seus objectivos, não só escolares, mas
acima de tudo pessoais.

A teoria da auto-eficácia de Bandura (1989), tem por definição a crença na própria


capacidade de organizar e executar cursos de acções requeridas para produzir
determinadas realizações.Nesta perspectiva, a educação escolar pode favorecer
ou não o desenvolvimento da auto-eficácia nos alunos.

Quanto a este aspecto, o autor afirmou que as práticas educacionais não


deveriam ser julgadas somente pelas capacidades e conhecimentos que
oferecem para uso no presente, mas também pelo que fazem com as crenças das
crianças sobre suas capacidades, que afectam o modo como elas visualizam o
futuro.

1.3. A motivação e o rendimento escolar

No processo ensino-aprendizagem de um aluno, é necessário ter-se em


consideração a variável motivação, por ser importante para explicar o rendimento
escolar, que não pode ser determinado única e exclusivamente por conceitos
como contexto familiar, inteligência e condição socioeconómica.

As investigações de Accorsi, Bzuneck e Guimarães (2007), e Goya, Bzuneck e


Guimarães (2008), apontam que, no caso do aluno, a falta de motivação para
aprender pode reverter-se num baixo desempenho escolar, tendo em vista o
pouco investimento na própria aprendizagem. A falta de motivação para a
aprendizagem pode depor de forma negativa para o desempenho escolar dos
alunos.

19
Na concepção de Murray (1967), a motivação humana é o conjunto de factores
internos e externos que dá início, dirige e integra o comportamento de uma
pessoa. No âmbito escolar, a motivação para a aprendizagem vem sendo definida
como a iniciação e conservação de comportamento, objectivando atingir uma
determinada meta.

Portanto, em nosso entender, o aluno precisa enfrentar actividades desafiadoras,


com dedicação e persistência, como também praticar estratégias de
aprendizagem, sem esperar pelo professor, que deverá propiciar um ambiente,
em sala de aula, favorável ao desenvolvimento das orientações motivacionais.

Tal como sugere Genari (2006), os últimos anos, educadores e psicólogos têm
realizado diversas pesquisas acerca da motivação educacional. Destaca-se, neste
trabalho, a abordagem sócio-construtivista da motivação, que tem sinalizado a
existência de duas orientações motivacionais, a intrínseca e a extrínseca. Afirma-
se que um aluno é intrinsecamente motivado quando se mantém na actividade
pelo interesse que ela desperta. Por outro lado, alunos que possuem orientação
motivacional extrínseca buscam actividades nas quais o reconhecimento e a
recompensa são evidentes.

Todavia, mesmo que pesquisas comprovem diferenças individuais nas


orientações motivacionais intrínsecas e extrínsecas, ou seja, ambas são
importantes para que aconteça a aprendizagem. Tratando-se da relação entre
motivação e aprendizagem, alguns autores são enfáticos ao afirmar que essa
relação acontece de forma paralelamente, ou seja, se o aluno está motivado, terá
sucesso na aprendizagem.

Deste modo, Mouly (1999), diz que geralmente se admite que a aprendizagem,
pelo menos na situação usual, não pode ocorrer sem motivação, e que a
eficiência da aprendizagem está na proporção directa da motivação do indivíduo.
Contrapondo-se às ideias dos autores em questão, Moysés (2004), acredita que
não basta que o aluno esteja motivado.

Para ela, é preciso muito mais, que vai além da questão associada ao interesse.
A sua preocupação é alertar para a postura ingénua de se acreditar que a
motivação para aprender é algo simples, resumindo-se apenas em despertar o
interesse do aluno em aprender.

20
Visando a acontecer a motivação ao aprender, é imprescindível assimilar a
importância da interacção professor-aluno como sendo um dos processos que
devem ocorrer da forma mais harmoniosa possível, haja vista a interferência que
a falta dessa interacção pode causar, como mal-estar dos dois atores durante o
processo ensino e aprendizagem (Rosa, 2006, p.89).

Contudo, o professor necessita adquirir conhecimentos de algumas técnicas que


lhe subsidiarão em sua práxis diária, usufruindo de um ambiente motivador,
podendo desenvolver os impulsos específicos (para actividades) e os impulsos
sociais (de segurança, domínio, reconhecimento, participação e novas aventuras).

1.4. Dificuldade de aprendizagem ligada ao meio social

Hoje vivemos cercados de desigualdades e nos deparamos com a dura realidade


de que as crianças são tolhidas de seus direitos. Direitos estes de ser criança e
viverem esta fase em sua plenitude. Conhecemos a infância, mas qual o valor da
criança e qual seu papel na sociedade em que vive. E perante as diferentes
classes grupais, qual sua importância? Neste universo infantil a violência tem se
tornado uma constante, e a criança tem deixado de ser simples e puramente
criança, para se tornarem trabalhadores, submissos e objecto do outro.

No cenário social surge a criança que apresenta a dificuldade e não sabe como
lidar com ela. Na escola os profissionais da educação buscam ajudar como
podem, mas suas limitações diante de classes super lotadas e falta de tempo
para uma dedicação efectiva, fazem com que esta criança fique sem a ajuda
diferenciada que precisaria para se desenvolver intelectualmente.

Segundo Grigorenko e Sternemberg (2003), dificuldade de aprendizagem significa


um distúrbio em um ou mais dos processos psicológicos básicos envolvidos no
entendimento ou no uso da linguagem.

Já para Smith e Strick (2001, p.14) dificuldades de aprendizagem são “[…]


problemas neurológicos que afectam a capacidade do cérebro para entender,
recordar ou comunicar informações”. Um exemplo de dificuldade pode ser dado
quando o aluno começa a ler, a maioria vê as palavras como imagens, é
necessário então que desde o início sejam ensinados a arte de decodificação e
soletração, para que possam compreender que uma palavra é composta de letras

21
em combinações que correspondem ao som falado, se tornando esse processo
quase impossível para o aluno que possui dificuldade real de aprendizado.

Muitos são os problemas envolvidos na dificuldade de aprendizagem que


acarretam no fracasso escolar, altos índices de repetência e de evasão marcam
as escolas do século XXI, e também o grande número de crianças encaminhadas
para atendimento médico e psicológico acreditando que a dificuldade vem de
algum tipo de problema esperando uma justificativa para a situação (Navarro,
2016, p.76).

Para Navarro (2016), o fracasso escolar pode ser desencadeado por múltiplas
situações que contribuem para o surgimento de dificuldade no processo de ensino
aprendizagem, Porém é necessário levar em consideração o ambiente sócio-
histórico e económico em que vive o aluno, seu nível de motivação para aprender
e seu nível de adaptação com o ambiente escolar e com o professor.

De acordo com Morais (2015), é durante a fase de desenvolvimento que a criança


vai experimentando situações que colaborarão no seu processo de alfabetização,
quando um factor interfere nesse processo é necessário que o professor ou
terapeuta interfira, para que não seja exigido dela algo que ultrapasse suas
vivencias e seus limites passando por cada fase de uma vez em seu tempo, como
por exemplo, forçando-a a escrever alfabeticamente quando ainda está
experimentando a escrita por meio das sílabas.

A criança deve ter um tempo que lhe possibilite vivenciar cada momento, e cabe
ao professor estar atento para diferenciar se a dificuldade apresentada pelo aluno
precisa de um apoio profissional especializado ou apenas mudanças de sua
estratégia em sala de aula. Em geral as crianças que não tem bom desempenho
escolar são consideradas crianças com dificuldades de aprendizagem, revelando
um certo preconceito dos educadores que julgam as crianças a partir de suas
expectativas referentes ao comportamento considerado padrão (Navarro, 2016,
p.78).

No nosso entender, geralmente as crianças no nosso modo de entender, que são


encaminhadas para atendimento apresentam uma história dentro da sala de aula
repleta de mal entendidos, sendo eles os alunos que não se manifestam, não
participam da aula, agressivos, que brigam com colegas, não demonstram
vontade de estudar, entre outros comportamentos provocando no professor um

22
sentimento de impotência por não saber como motivar e incentivar o aluno a
aprender.

É importante conhecer e distinguir a diferença destes termos, pois no momento de


ajudar na aprendizagem da criança faz toda diferença, sendo que um é tratado
com medicamentos e tratamentos específicos e o outro deve ser resolvido através
do planeamento e mudança na estratégia do próprio professor e equipe escolar. É
imprescindível que antes de qualquer acção neste sentido a criança seja
observada com cautela para que assim seja diagnosticada o grau de sua
dificuldade e a resolução necessária.

1.5. Factores sociais que influenciam na motivação do


aprendizado dos alunos

O fracasso escolar pode ocorrer tanto devido a situações e/ou condições externas
como internas ao indivíduo. De entre o conjunto de factores externos à criança,
serão destacados os factores de ordem familiar e social, que passam a ter sentido
nas interacções da criança com o meio.

Refere Marturano (1998, p. 19) “os factores que mais justificam a motivação
escolar recaem sobre as causas sociais ou familiares, ou seja, factores externos
aos indivíduos”.

A escola e toda a comunidade educativa, que engloba os pais, professores,


educadores e, sobretudo, o Ministério da Educação, devem reflectir sobre as
causas e as consequências do fracasso e assumir a sua responsabilidade.
Devem tentar adoptar soluções que estejam ao seu alcance para que exista um
ensino de qualidade e onde as crianças de meio sociocultural baixo sintam que
têm a ajuda que lhes falta no seio familiar.

O nosso mundo hoje é social, e concebe a escola fora do contexto da


comunidade cultural e social onde se insere não faz sentido. A escola é o reflexo
da comunidade a que pertence, e a comunidade é formada por famílias, pois, está
sempre envolvida no desenvolvimento da criança, enfrentando com estes
problemas que exigem resolução, em cada etapa da sua vida (Navarro, 2016,
p.98).

23
As pesquisas mostram que é cada vez mais importante conhecer a influência da
família nas diferentes fases e aspectos do desenvolvimento infantil, pois cada
fase acarreta mudanças no comportamento das crianças, o que, por sua vez,
exige dos pais a resolução de novos problemas.

“O ambiente familiar tanto pode ser uma fonte de recursos para o


desenvolvimento sadio, actuando como mecanismo de protecção, para a criança
lidar com as dificuldades, como pode levar a reacções inadaptadas” (Marturano,
1998, p.132).

Segundo Navarro (2016, p. 77) “o meio social pode influenciar positivamente na


motivação dos alunos quando a família aufere melhores rendimentos e cumpre
com os seus deveres e/ou negativamente, tendo em conta as dificuldade de
assimilação causado pela desestruturação familiar, bem como desmotivação por
falta de bens financeiros”.

De acordo com este pensamento, verifica-se que nos primeiros anos de


escolarização a importância da família no processo de aprendizagem é
incontestável.

Por isso, de entre os diversos aspectos do ambiente familiar que mais se


relacionam com a vida escolar, especificamente com o desempenho escolar,
destacam-se os recursos humanos e materiais.

Consideram-se como recursos humanos do ambiente familiar, o envolvimento e


apoio dos pais na vida escolar, a supervisão e organização nas rotinas infantis e a
interacção dos pais/filhos/escola. Por sua vez, recursos materiais são os recursos
financeiros disponíveis na família, que proporcionam o acesso a livros, revistas,
brinquedos e outros materiais promotores do desenvolvimento infantil, além de
possibilitarem maior acesso a actividades culturais e de lazer. É fácil compreender
que as famílias de menores recursos culturais e económicos não terão
certamente oportunidade de oferecer esses recursos aos seus filhos.

Podemos deduzir, que a influência da família deve ser encarada como uma peça
importante neste processo, que é a aprendizagem geral da criança e, em
especial, da escrita.

Pois, segundo Marturano (1998), os professores devem, também, estar


esclarecidos sobre a influência do meio familiar no desempenho escolar dos seus

24
alunos, uma vez que estudos têm revelado que é imprescindível que o aluno
tenha um bom apoio familiar para conseguir aprender. Dentro dos factores
considerados importantes para o sucesso da aprendizagem, destacam-se um
bom ambiente familiar e a participação dos pais na vida escolar dos seus filhos.
Os estudos referem também a extrema importância do envolvimento dos pais na
escola.

A sociedade actual é marcada por forte diversidade cultural e por processos de


mudança, a vários níveis. A instituição escolar desempenha, assim, um papel
fundamental no que se refere à formação e integração dos jovens na sociedade.
Contudo, ainda hoje, muitas crianças têm percursos atribulados e muitas vezes
incompletos no que concerne à aprendizagem. Do sucesso escolar dependem,
em grande parte, as oportunidades de formação profissional e o acesso a outras
fontes de cultura e convívio social.

Do sucesso da criança na escola depende, também, grandemente, o seu próprio


bem-estar. Primeiro, porque tendo as famílias cada vez menos tempo para se
ocuparem directamente da formação dos seus membros mais jovens, a
importância da escola surge reforçada. Segundo, porque cada vez mais tempo é
passado na escola. Toda a aprendizagem deve estar organizada em função da
realidade cultural e social dos alunos e tendo em atenção os conhecimentos que
cada um traz quando chega à escola (Navarro, 2016, p. 81).

Neste campo, começamos por falar da área que nos interessa para o nosso
trabalho - a influência do meio social na aprendizagem. A maneira como a criança
é elogiada, no seu pequeno esforço, é bastante encorajador para que prossiga no
seu mar de trevas em que, por vezes, se vê envolvida. Mas a tarefa do professor
não se resume simplesmente a colocar em prática determinado método, ou seguir
uma nova reforma educativa; consiste, também, em apoiar a criança no seu nível
psicológico e afectivo e tentar compreender as razões das suas dificuldades, em
especial, as das crianças de meio sociocultural mais baixo.

A escola é, cada vez mais, reconhecida como uma etapa decisiva para o sucesso
educativo das crianças. Por essa razão, a escola e a família devem estabelecer
uma estreita cooperação para tentar ajudar o aluno e diminuir as diferenças
sociais. Podemos, assim, concluir como esta problemática é complexa e antiga e
que, apesar dos vários estudos realizados nesta área e da tentativa das

25
sucessivas políticas educacionais, no sentido de diminuir ou erradicar o insucesso
educativo, este ainda continua presente e actual, nos nossos dias, constituindo
tema de estudo e de preocupação para todos os intervenientes do sistema
educativo.

Em resumo, pode concluir-se que as dificuldades escolares são um fenómeno


complexo, realçadas por diversos factores e determinados pela situação social e
cultural de cada criança.

1.6. Factores que condicionam a motivação/ sucesso escolar

Uma das questões que permanece sempre actual e se destaca no contexto do


sistema educativo, relaciona-se com a necessidade de fomentar o interesse de
crianças e jovens pelo processo de ensino-aprendizagem. Na verdade, a falta de
motivação dos alunos pela „escola‟, está na base de problemas como a
indisciplina, o absentismo, o abandono escolar precoce e o insucesso escolar.

Lourenço e Paiva (2010, p. 133) referem que “através da motivação, consegue-se


que o aluno encontre razões para aprender, para melhorar e para descobrir e
rentabilizar competências. Assim, a motivação é primordial no desempenho
académico dos alunos e na apropriação total às solicitações do ambiente escolar”.

No entanto, a montante deste processo, há todo um trabalho de pesquisa a ser


feito no sentido de caracterizar o contexto físico, socioeconómico e cultural onde
se enquadram a escola e os alunos. Com efeito, estes elementos são muito
importantes no âmbito psicológico/emocional de crianças e jovens, influenciando
a sua postura face ao ensino.

E se há medidas concretas a ser desenvolvidas como apoio ao sucesso escolar, é


importante que a própria escola possua elementos que lhe permitam perceber os
motivos intrínsecos e extrínsecos que estão por trás da desmotivação dos seus
alunos.

Lourenço e Paiva (2010, p. 135) “apresentam os seguintes factores que


condicionam a motivação dos alunos”:

 Factores sociais e económicos: quando as condições financeiras ou


económicas das famílias não permitem um maior cuidado ou zelo para com

26
a criança, pode haver baixo rendimento escolar por falta de recursos que
lhe proporcionem boa alimentação, boa vestimenta ou melhor qualidade de
vida, de saúde, lazer etc. Isso inclui o meio no qual essa criança ou
adolescente está inserido, pois comportamentos inadequados por parte de
pais ou responsáveis, principalmente promiscuidade, prostituição, drogas
na família, violência doméstica, desemprego e desestruturação familiar são
factores que interferem directamente no comportamento da criança ou
adolescente, contribuindo para dificultar sua aprendizagem;
 Factores físicos e mentais: os factores físicos e mentais também são
limitantes da aprendizagem do aluno, pois alunos com dificuldade de
locomoção enfrentam mais dificuldades que alunos que não possuem
essas limitações, principalmente quando as escolas não possuem
condições de acessibilidade, como rampas para cadeirantes e banheiros
adaptados, carteiras acessíveis etc;
 A actuação docente como factor determinante na aprendizagem: outro
factor que pode ser determinante para dificultar ou facilitar a aprendizagem
do aluno diz respeito à actuação docente, que é percebida tanto na
condução da aula como nas relações o professor com os alunos; esses
dois eixos levam inevitavelmente a manifestações expressas ou reprimidas
no aluno.

Segundo Mahoney (2000), existem outros factores como o desemprego ou sub-


emprego dos pais ou responsáveis pela criança ou adolescente têm elevado as
estatísticas de evasão, desistência, repetência e reprovação escolar, causadas,
na maioria das vezes, pelo fato de ele ter que trabalhar para ajudar no aumento
da renda familiar, deixando de lado os estudos.

Quando os factores são mentais na opinião do autor acima referido, as


dificuldades são muito maiores, visto que muitas escolas ainda não estão
preparadas para receber essas crianças em suas salas de aulas regulares, devido
principalmente à falta de professores e funcionários qualificados, o que, sem
sombra de dúvida, torna-se factor limitante da aprendizagem, principalmente
quando eles precisam de cuidados especiais por par te de professores e
acompanhantes, tornando esse factor determinante para a aprendizagem de

27
alunos com necessidades especiais, notadamente quando a escola ainda não
está inserida na perspectiva inclusiva.

Deste modo, entendemos que, o bom professor é aquele que facilita a


aprendizagem, é o que sabe conduzir a aula, o que para o aluno significa explicar
bem, tornar a aula interessante, pelo uso de estratégias diferenciadas e
actividades dinâmicas; dar mobilidade às aulas, propiciando a participação do
aluno, realizando actividades em grupo, trazendo dados actuais relacionados ao
conteúdo, propondo exercícios que propiciem o entendimento por par te do aluno,
promovendo debates, gincanas, estudos do meio, encontros culturais, tornando o
ato de aprender prazeroso por par te do aluno.

Na verdade, muitas experiências de natureza positiva não se restringem somente


às relações interpessoais entre professor e alunomas também pela forma como a
política pedagógica é planejada e desenvolvida pelo professor (Thatiana, 2007,
p.67).

Nesse sentido, nota-se a importância das decisões pedagógicas assumidas pelo


professor desde seu planeamento; ensinar é um acto intencional, e para tal deve
se considerar todos os factores que possam auxiliar o processo ensino-
aprendizagem.

“O ambiente familiar também tem uma importância significativa na fabricação da


dificuldade de aprendizagem escolar, conflitos em casa entre o relacionamento
dos pais atingem directamente a criança gerando dificuldade na aprendizagem,
pois a família passa a pressionar a criança na medida que a escola apresenta o
relatório escolar. Portanto, o mal resultado escolar irá interferir na sua vida em
geral, comprometendo a sua efectiva inserção social” (Navarro, 2016, p.79).

É importante a criação de um ambiente motivador, pois quanto maior o empenho


do professor maior o desempenho da turma. Porém o sucesso do desempenho do
aluno no ambiente escolar e também na vida pessoal se houver o engajamento
de todo o pessoal envolvido na escola e também a família, essa interacção da
família com a escola faz toda diferença pois o trabalho que tiver início na escola
terá continuidade em casa e sendo assim, o sucesso no desenvolvimento é
garantido

“O apoio da família na aprendizagem do aluno é muito importante, principalmente


nos casos onde há realmente uma dificuldade de aprendizagem sendo necessária

28
a intervenção de profissionais e não só do trabalho do professor e da escola, e
muitos pais tem uma grande dificuldade na aceitação de que o filho possua algum
tipo de dificuldade. Quando a criança é tratada com devido respeito e
consideração, a sua auto-estima não é afectada, a sociedade ganha um indivíduo
que vai saber se colocar no meio social sem deixar transparecer seus transtornos
e se desenvolvendo normalmente” (Fraga & Gonçalves, 2017, p.58).

Porém, independentemente de qualquer mudança em seu padrão, a família é e


sempre será o primeiro local onde as crianças aprendem, onde têm os primeiros
contactos sociais e educacionais. Os pais na maioria das vezes não imaginam o
quanto sua maneira de ser, falar, de enxergar o mundo, seus comportamentos e o
modo como tratam as pessoas possui grande influência no desenvolvimento da
criança.

1.7. A motivação escolar e sua importância no aprendizado dos


alunos

No contexto educacional a motivação dos alunos é um importante desafio com


que nos devemos confrontar, pois tem implicações directas na qualidade do
envolvimento do aluno com o processo de ensino e aprendizagem.

“O aluno motivado procura novos conhecimentos e oportunidades, evidenciando


envolvimento com o processo de aprendizagem, participa nas tarefas com
entusiasmo e revela disposição para novos desafios” (Alcará & Guimarães, 2007
p.11).

Para Gonçalves (2001), a motivação é um conjunto de factores de natureza


biológica, intelectual ou afectiva que determinam várias maneiras de agir e de
sentir. Quando se fala em motivação, devemos ter em conta as duas classes de
motivação existentes: a motivação extrínseca e a motivação intrínseca.

Percebemos que, a motivação extrínseca (de fora para dentro) refere-se à


valorização de elementos externos como elogios, notas, prémios, entre outros. A
motivação intrínseca (de dentro para fora) refere-se à vontade de aprender e
buscar soluções para os problemas, a escolha e a realização das tarefas que
sejam atraentes e desafiadoras.

29
Por outro lado, a motivação do aluno é uma variável relevante do processo
ensino/aprendizagem, na medida em que o rendimento escolar não pode ser
explicado unicamente por conceitos como inteligência, contexto familiar e
condição socioeconómica. A mesma, caracteriza-se como um impulso que faz
com que as pessoas ajam para atingir seus objectivos ou também como uma
força que se encontra no interior de cada pessoa, estando geralmente ligado a
uma aspiração. Tendo a motivação um papel relevante porque é quando a
mesma se dar que a aprendizagem acontece e o professor deve ser este papel de
incentivo na aprendizagem escolar.

As teorias da motivação consubstanciam-se no conceito de necessidade, ou seja,


a motivação no indivíduo surge pela urgência de satisfazer as necessidades que
lhe possibilitem aliviar a tensão e reencontrar o equilíbrio.

1.8. Acções que melhoram a motivação dos alunos tendo em


conta o meio social

O papel do professor é estimular e incentivar a motivação dos alunos para a


aprendizagem, encorajando-os nas actividades escolares com uma orientação
para aprender.

Reportando-se à importância do papel do professor no processo motivador dos


alunos, Brophy (1999), salienta que a perspectiva educacional sobre motivação
tem como destaque os professores que buscam influenciar a motivação de seus
alunos dentro e fora da sala de aula.

De acordo com Brophy (1999, p. 77) “para melhorar a motivação do aluno deve-
se”:

 Valorizar o trabalho em equipa;


 Conhecer os interesses de cada aluno;
 Dar feedbacks constantes;
 Prestar atenção em cada estudante;
 Oferecer recompensas para motivar os alunos;
 Incentivar o uso da tecnologia em sala de aula.

30
Dessa maneira, algumas atitudes dentro da sala de aula podem atrair a atenção
desses estudantes e incentivá-los a aprender cada vez mais. Uma delas é investir
no trabalho em equipa. Essa prática estimula uma série de habilidades como a
liderança, tomada de decisões, diálogo e compreensão. Unir pessoas com ideias
diferentes para construir algo em conjunto é uma boa maneira de motivar os
alunos. Com isso, eles podem aprender com a troca de experiências com seus
colegas e reflectir sobre o que está sendo ensinado em sala de aula.

Diante do exposto, percebe-se a importância de destacar algumas acções que


servirão para socializar a motivação do aluno, como propõe (Rosa 2006, p. 101):

 Apoiar a confiança do aluno;


 Estimular a motivação para aprender;
 Capitalizar a motivação intrínseca;
 Motivar por meio de incentivos extrínsecos utilizando recompensas, a
exemplo de: elogios, notas, pontos, prémios, aceitação das perguntas dos
alunos, valorização de suas ideias, comentários positivos a respeito de
seus trabalhos, entre outros.
 Realizar palestras acerca da motivação;
 Realizar visitas cumprindo com os critérios psicopedagógicos
estabelecidos em residências de alunos com sinais de desmotivação;
 Capacitar o professor sobre o ponto de vista psicopedagógico;
 Dar estimulo aos alunos que se destacam ao longo do ano lectivo.

Para que as referidas acções tenham sucesso na motivação do aluno para


aprender, devem ser utilizadas de forma a maximizar suas vantagens e evitar
seus efeitos potencialmente negativos.

Além das acções motivacionais, existem técnicas viáveis que precisam ser
compreendidas e utilizadas correctamente resultando em interesse, concentração
de atenção, actividade produtiva e eficiente de uma classe. Cabe ao professor
vislumbrar que a motivação deve ser um problema individualizado, uma vez que,
cada criança tem um comportamento diferenciado. Logo, os recursos
motivacionais devem ser diversificados a depender de situações específicas de
cada caso.

31
Portanto, a motivação em sala de aula, contribui para a construção do auto-
conceito. Assim, para aprender, é preciso estar motivado; para realizar algo, é
preciso ter um motivo; para se manter aprendendo é necessário que se mantenha
a motivação para a aprendizagem e que esta seja renovada e duradoura.

1.8.1 Papel dos pais e encarregados de educação na motivação dos alunos


tendo em conta o meio social

Toda e qualquer criança começa por desenvolver as suas capacidades no seio


familiar. E, tal como os docentes, a família tem um papel fundamental no
processo de ensino-aprendizagem. Para além das competências e
conhecimentos que um aluno adquire em contexto escolar, este tem acesso aos
mesmos através da participação indispensável da família e do meio em que se
encontra inserido uma vez que são transportados para sala de aula o que
aprendem fora do contexto escolar.

Para que haja um bom desenvolvimento do aluno, deve existir uma boa relação
entre a escola e família. Logo, é fundamental que a família participe do dia-a-dia
escolar dos seus filhos. Ou seja, é extremamente importante para o aluno, a
presença da família nos diversos momentos do seu percurso escolar. O
envolvimento de pais e mães na educação escolar dos filhos é um direito, tanto
como uma responsabilidade e um valor.” (Marujo et. al, 1998, p.11).

Deve existir uma parceria entre a família e a escola uma vez que está é crucial
para um bom desenvolvimento e uma boa formação dos alunos enquanto futuros
cidadãos. Neste sentido, Bartolomeis (1976), afirma que “a escola deve colocar-
se ao lado da família na obra de auxílio, aprontando (…) estímulos, ocasiões de
desenvolver actividades, tarefas, instrumentos proporcionados às necessidades e
às capacidades da criança” (Bartolomeis, 1976, p.22).

Segundo Reis (2008), o papel dos pais deve ser de:

“Autoridade/cuidador, não forçosamente pedagógico, e o papel da escola é o


pedagógico, sem perder o seu carácter de autoridade e sem se esvaziar na
componente técnica. Já o objectivo de ambos, junto do aluno, é o seu sucesso
académico, ou melhor, a aquisição de competências! E é aqui que se pode
encontrar algo de comum”. (Reis, 2008, p.59).

32
Neste ponto de vista, Azcue salienta que a parceria entre a escola e a família
implica obrigações e responsabilidades para ambas as partes.” (Azcue, 2012,
p.32).

Por isso, e como já fora referido, é importante que ambas as partes trabalhem em
conjunto de modo a que os alunos tenham um futuro brilhante. E para que os pais
possam estimular a motivação dos seus filhos ao longo da sua aprendizagem,
estes deveriam seguir cinco princípios:

1. Proporcionar em casa, um ambiente variado e com novidades.

2. Proporcionar experiências nas quais as crianças podem afectar e modificar


os seus ambientes.

3. Proporcionar ambientes que respondam às acções da criança.

4. Responder positivamente às perguntas das crianças e simultaneamente


encorajá-las a descobrirem as suas próprias soluções.

5. Recompensar frequentemente as crianças com elogios, dando-lhes um


sentido de competência. (Sprintahll e Sprintahll, 1997, p.508).

Estes princípios devem estar envolvidos num ambiente familiar coerente, estável
com amor, compreensão, tolerância e com regras devidamente estabelecidas.
Porém, nem sempre tal acontece visto que cada vez mais verifica-se que os
alunos nem sempre estão motivados e, por sua vez, demonstram desinteresse
em aprender.

Quando tal acontece, o professor procura compreender o porquê da


desmotivação em aprender e existem vários factores para tal, tais “como
comummente a culpa incide no aluno, porque não estuda, ou porque o professor
não motiva, ou os conteúdos não são atractivos ou podem não estar adaptadas à
realidade de cada um. Culpa essa, que por vezes também recai sobre os pais que
não dão a devida atenção aos seus filhos.” (Martins, 2011, p.30).

Mas hoje em dia torna-se cada vez mais difícil para os pais despenderem um
tempo para os filhos devido a uma série de razões como o horário laboral, as
tarefas domésticas a fazer após o trabalho e que não lhe permitem disponibilizar o
tempo que os filhos precisam, o meio onde estão inseridos, se têm ou não
estudos de modo a estarem e ajudarem os seus filhos, entre outros.

33
Todas estas razões podem afectar a aprendizagem dos alunos e levá-los à
desmotivação ao longo da mesma. No entanto, é possível, no pouco tempo que
os pais têm com os seus filhos, que estes, de uma forma construtiva e
significativa contribuam para a aprendizagem e sucesso escolar dos seus filhos.

Assim, podemos dizer que os pais têm um papel crucial para a motivação dos
seus filhos ao longo da sua aprendizagem, que pode contribuir ou não para o
sucesso escolar dos mesmos.

1.8.2 Papel do professor na motivação dos alunos tendo em conta o meio


social

Seja qual for o ciclo que um professor esteja a leccionar, este tem um papel
fundamental no processo de aprendizagem e, por sua vez na motivação dos
mesmos. Tal como refere Jesus (1996):

“Torna-se ainda mais relevante se tivermos em consideração a


imprescindibilidade da motivação dos professores para a motivação dos seus
alunos, para a qualidade do ensino, para a concretização dos processos de
reforma do Sistema Educativo e para o desenvolvimento pessoal e profissional do
professor”. (Jesus, 1996, p.14).

Assim, podemos dizer que uma das grandes responsabilidades de um professor é


proporcionar momentos didácticos, lúdicos e com consistência de forma que os
alunos se desenvolvam tanto a nível pessoal como social.

Almeida (2012), salienta que o professor deve “facilitar a construção do processo


de formação.” (Almeida, 2012). A relação professor-aluno é de extrema
importância para o processo de ensino-aprendizagem.

No entanto, esta relação pode variar conforme o professor e o aluno se


comunicam entre si. Por isso, a comunicação é fundamental para a mesma e, por
isso é necessário que o professor seja dinâmico, comunicativo, afectuoso, capaz
de transmitir conhecimentos, de educar, incluindo também, estratégias, métodos e
valores de extrema importância para os alunos.

Estes valores passam pela compreensão, pelo respeito pelo outro, a valorização
das relações e o respeito pela diferença. Quanto às aprendizagens, deve-se

34
conseguir despertar e desenvolver o espírito crítico, a reflexão, estimular a
curiosidade, a criatividade, entre outras.

Neste sentido, o professor tem um papel fundamental no processo de


aprendizagem dos seus alunos uma vez que este influencia o aluno de várias
formas, causando ou não um grande impacto na sua relação com os alunos. Para
que haja uma boa relação professor-aluno é de extrema importância que o
professor motive os seus alunos ao longo da construção das suas aprendizagens
e, desta forma, os alunos aprendem a transformar o saber (o conhecimento) em
saber fazer (aplicar o conhecimento).

Segundo Pérez (2009), é importante que “na sala de aula, durante todo o
processo de ensino-aprendizagem, os benefícios pertencem ao aluno e são da
sua responsabilidade, sendo que ambos, professor e aluno, devem partilhar a
responsabilidade desse processo, actuando como sócios. O facto de o
beneficiário principal ser o aluno, não deverá impedir ao professor que este dê o
melhor de si, durante todo o processo de ensino.” (Pérez, 2009, citado por
Martins, 2011, p.30).

Para finalizar, podemos dizer que é de suma importância que a relação professor-
aluno de forma a criar o processo de ensino-aprendizagem significativo para
ambas as partes, sendo que o professor ao ter conhecimento de como são os
seus alunos e o meio onde estão inseridos poderá compreender melhor o
desenvolvimento de cada um deles. Ou seja, uma vez que os alunos e os
professores passam grande parte do seu tempo em contexto de sala de aula,
estes interagem entre si. Isto é, “os professores interagem com os alunos, e os
alunos com os professores; os alunos interagem uns com os outros e com vários
materiais escolares.

À medida que estes alunos trabalham uns com os outros, desenvolve-se um


grupo” quando que cada grupo, na opinião dos professores, cada grupo “adquire
uma «personalidade distinte”, com base nas necessidades e nos interesses dos
alunos que constituem esse grupo. (Arends, 1995, p.109).

Os alunos e professores devem ser considerados parceiros, buscando sempre o


equilíbrio para o desenvolvimento intelectual principalmente para o aluno,
objectivando o êxito escolar.

35
CAPÍTULO II: METODOLOGIA DE
INVESTIGAÇÃO

36
CAPÍTULO II: METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO

Neste capítulo reserva-se a metodologia utilizada durante a elaboração do


trabalho que, possibilitou a concretização dos objectivos propostos, o tipo de
investigação, os métodos e técnicas de colecta de dados, a população e a
amostra.

2.1. Tipo de investigação

Para este trabalho optou-se por um tipo de pesquisa descritiva, com abordagem
quantitativa e qualitativa. É descrita, tal como sublinha Mezquita e Rodriguéz
(2004, p. 60) consiste em “registar, analisar e interpretar fenómenos ou
estabelecer relações entre variáveis de um fenómeno sem a manutenção das
variáveis”.

Segundo González, Fernández e Camargo (2014, p. 8) “a pesquisa descritiva é


aquela “que descreve características de um conjunto de sujeitos ou seres de
interesse”.

A sua característica se interessa em descrever, e não está interessada em


explicar”. Com base nestas perspectivas, a presente pesquisa visa descrever o
assunto em estudo sem manipular variáveis ou fazer conexões de causa-efeito.

Atinente a abordagem qualitativa, segundo Taylor e Bogdan (1986, p. 20) é


“aquela que produz dados descritivos: as próprias palavras das pessoas, faladas
ou escritas, e a conduta observável”.

Quanto ao pendor quantitativo, Kauark, Manhães e Medeiros (2010, p. 26-27)


afirmam que a “pesquisa quantitativa: considera o que pode ser quantificável, o
que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e
analisá-las”.

Julga-se que esta investigação compagina-se ao tipo de pesquisa, já que de


forma genérica, objectivou-se com esta investigação, analisar a influência do meio
social na motivação dos alunos da 5ª classe do Complexo Escolar BG 1066 do
Tchipiandalo, Município de Benguela.

37
2.2. Métodos e técnicas de investigação

Sendo os métodos procedimentos ou caminhos a tomar para a realização dos


objectivos pretendidos, ou seja, são conjuntos de actividades sistemáticas e
racionais que com maior segurança e economia permitem alcançar os objectivos.
Nesta monografia utilizou-se métodos teóricos e empíricos.

2.2.1 Métodos de nível teórico

 Histórico-Lógico

Para Andrade (2003, p. 54) este método “consiste em investigar os


acontecimentos, processos, e instruções do passado para verificar a sua
influência na sociedade de hoje”. Este método permitiu sistematizar os
antecedentes sobre a influência do meio social na motivação dos alunos, bem
como efectuar o enquadramento do referencial teórico em torno da problemática
em estudo.

 Pesquisa Bibliográfica

De acordo a perspectiva de Alves (2012, p. 42) “é aquela que favorece o


investigador desenvolver a sua investigação a partir de estudos já efectuados por
outros investigadores”. A pesquisa bibliográfica constitui a base de toda uma
pesquisa, pois devemos basear-nos em livros, em teorias e tantos outros
materiais publicados sobre o assunto em causa.

Este método, permitiu a consulta de várias obras já publicadas e de diferentes


autores a volta da problemática em estudo, para a construção do suporte teórico,
assim como de algumas situações abrangentes para sustentar a influência do
meio social na motivação dos alunos da 5ª classe da escola em estudo.

 Analítico-Sintético

Para Marconi e Lakatos (2011, p. 290) “estuda os factos partindo da


decomposição do objecto de estudo, em cada uma das partes, de forma individual
(análise) e, em seguida, estas partes são integradas para poder estudá-las de
maneira integral (síntese) ”.

38
Este método foi fundamental no processo de análise e interpretação das
referências bibliográficas para construir a presente obra que descreve sobre a
influência do meio na motivação dos alunos da 5ª classe do complexo escolar BG
1066 do Tchipiandalo no município de Benguela.

 Indutivo-Dedutivo

Segundo Andrade (2003, p. 54) a indução “também é o caminho inverso da


dedução, isto é, a cadeia de raciocínio que estabelece conexão ascendente, do
particular ao geral. Neste caso as constatações particulares são as que nos levam
as teorias e as leis gerais”. A mesma autora define a dedução como “caminhos
das consequências, pois é uma cadeia de raciocínio em conexão, isto é, do geral
para o particular e leva a conclusão”.

Partindo de análises particulares, este método permitiu chegar a conclusões mais


ajustadas sobre a problemática em estudo.

2.2.2 Métodos de nível empírico

 Inquérito por entrevista

Segundo Cervo, Bervian e Silva (2013, p. 51) “é uma conversa assentada para
um objectivo definido de recolher por meio do interrogatório do informante, dados
para a pesquisa”. É um instrumento fundamental no trabalho de investigação
científica, pedagógica e psicológica.

Foi possível através deste método ouvir a opinião dos membros de direcção da
escola sobre o fenómeno em estudo, facilitando alguns argumentos teóricos e
práticos contidos no trabalho e também comparar evidências colectadas entre
fontes, a fim de ampliar a confiabilidade do estudo.

Sendo a entrevista uma técnica baseada em perguntas e respostas orais, para o


presente estudo tenderá na recolha de informações, baseadas nas opiniões dos
interlocutores, para dar compreensão a influência do meio na motivação dos
alunos da 5ª classe do complexo escolar BG 1066 do Tchipiandalo no município
de Benguela.

 Inquérito por questionário

39
Na perspectiva de Cervo, Bervian e Silva (2013, p. 53) o “questionário é a forma
mais usada para colectar dados, pois possibilita medir com exactidão o que se
deseja, refere-se a um meio de obter respostas as questões por uma fórmula que
o próprio informante preenche”.

Este método permitiu colher por escrito, informações, experiências e ideias dos
professores e alunos sobre o problema em estudo na referida escola.

Fez-se recurso ao procedimento Matemático-Estatístico que para Mezquita e


Rodriguéz (2004, p.20) “cumpre uma função relevante na investigação
educacional que contribui para precisar os dados empíricos obtidos e estabelecer
as generalizações apropriadas a partir deles”.

A utilização deste método possibilitou também a quantificação, processamento e


interpretação dos dados captados, a partir da leitura das frequências e
percentagens. A utilização deste método permitiu a contagem percentual dos
dados obtidos por meio dos instrumentos previamente elaborados para o efeito.

2.3. Caracterização da escola

A pesquisa, foi realizado no complexo escolar BG 1066 Tchipiandalo no município


de Benguela. Na qual, foi inaugurado aos 13 de Fevereiro de 1990, por sua
Excelência Administrador do Zona “F”.

Quanto a sua localização, é limitada a Sul pelo presídio militar instalado no Bairro
do Tchipiandalo, a Norte pelo posto de sinal da Angola Telecom, a Este pelo
Colégio Privado S.O.S “Padre Herman Greinmer”, a Oeste pelo Oceano Atlântico.

Entretanto, as aulas tiveram início, no dia 28 de Agosto de 2001. Com a visão de


evitar que as crianças do mesmo bairro percorram longas distâncias para terem a
oportunidade dos principais serviços básicos do estado, uma vez que o direito ao
ensino, a educação está consagrada na carta universal dos direitos humanos.

A estrutura organizacional da escola está, assim constituída por director da


escola, subdirector pedagógico, subdirector administrativo, chefe de secretaria,
comissão de disciplina, coordenadores de classe, coordenador de disciplina, de
actividades intra-escolares e de turnos.

40
A escola possui a seguinte estrutura: 36 salas de aulas, dois gabinetes, quatro
WCs, sendo dois para professores e dois para os alunos, possuem secretaria-
geral, sala de professores e um pátio.

No pretérito ano lectivo, estão matriculados um total de 2.522 alunos, dos quais
253 são da 5ª classe, sendo 170 são do sexo masculino, divididos em cinco
turmas nos períodos da manhã e tarde. Um total de 93 professores, dos quais
seis leccionam 5ª classe.

2.4. População e amostra

A população segundo o Fortin (1999, p. 55) “é uma colecção de elementos ou de


sujeitos que partilham características comuns, definidas por um conjunto de
critérios”.

No nosso entender, é o conjunto de pessoas com características idênticas.

A população desse estudo, está constituída por:

 Dois membros de direcção;


 Seis professores da 5ª classe;
 253 alunos da 5ª classe.

A amostra é um subconjunto de uma população ou de um grupo de sujeitos que


fazem parte de uma mesma população. De acordo com o autor acima citado, é
uma réplica em miniatura da população-alvo e, por isso, deve ser representativa
da população visada, isto é, as características da população devem estar
presentes na amostra seleccionada.

Seleccionou-se a amostra intencional para os 02 membros de direcção, bem


como para os 06 professores. De forma aleatória simples, seleccionou-se 25
alunos da 5ª classe, perfazendo 10% da população alvo.

41
CAPÍTULO III- APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
DOS RESULTADOS DA INVESTIGAÇÃO

42
CAPÍTULO III- APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
DOS RESULTADOS DA INVESTIGAÇÃO

Neste capítulo apresenta-se os resultados obtidos através das técnicas de


investigação apresentadas anteriormente na escola em estudo, onde serão
triangulados com os fundamentos teóricos.

3.1. Apresentação, análise e interpretação dos resultados do


inquérito por questionário aplicado aos alunos

Para esta franja da população, inquiriu-se 25 alunos da 5ª classe, onde 14 são do


género masculino e 16 são do género feminino, com intento de recolher
informações sobre a influência do meio social na motivação dos alunos da 5ª
classe do Complexo Escolar BG 1066 do Tchipiandalo, Município de Benguela.
Com idades compreendidas entre os 10 aos 14 anos de idade.

Tabela 01: Com quem vives?

Opções Frequência Percentagem


Pai e mãe 16 64%
Pai e madrasta 00 00%
Avós e tios 04 16%
Mãe e irmãs 05 20%
Total 25 100%
Fonte: Elaboração própria com base no inquérito

A tabela acima questiona os alunos com que os mesmos vivem ou estão sob
tutela de que membro da família, contudo, 16 alunos na ordem dos 64%
responderam estarem sob tutela do pai e da mãe, por outro lado, 4 alunos que
corresponde a 16% disseram estarem a viver com avos e tios, enquanto 5 alunos
que perfaz 20% responderam que vivem com a mãe e irmãos.

A partir dos dados da tabela acima podemos depreender que a maior parte destes
alunos vivem com pai e mãe o que para nós é bastante salutar, visto que o lugar
da criança é onde reside os pais na sua plenitude, satisfazendo deste modo todas
as obrigações para a educação destes, o normal e bom é que as crianças
cresçam num lar com referências e no caso as referências serão o pai e a mãe, o
contrario pode trazer consequências negativas salvo as excepções.
43
Tabela 02: Gostas de Estudar?

Opções Frequência Percentagem


Sim 18 72%
Um pouco 07 28%
Não 00 00%
Total 25 100%
Fonte: Elaboração própria com base no inquérito

Queríamos saber da vontade de estudar dos alunos, pelo que 18 alunos que
perfaz 72% disseram que gostam de estudar, já 07 alunos que totaliza 28%
disseram que gostam um pouco ou mais e menos.

Portanto, os dados acima, fazem nos perceber que os alunos na sua maioria
gostam de estudar, o que já é muito bom, existem inúmeras maneiras de gostar
de estudar e, por isso, é importante saber avaliar quais dessas maneiras são
mais interessantes para perfil de estudante.

Para o ensino primário cabe os pais e encarregados de educação fazer perceber


as crianças a importância dos estudos já na tenra idade. Por isso, de antemão já
afirmamos: sim, é bem possível gostar de estudar, mas é necessário estar
disposto a isso.

Contudo, 7 alunos que mostraram gostarem mais e menos de estudar, reiteramos


a responsabilidade dos pais fazendo com que elas tenham a noção da
importância dos estudos.

Tabela 03: Te sentes motivado quando vens a escola?

Opções Frequência Percentagem


Sim 07 28%
As vezes 18 72%
Não 00 00%
Total 25 100%
Fonte: Elaboração própria com base no inquérito

Na tentativa de saber a motivação dos alunos ao vir a escola, questionamos os


mesmos se sentem motivados quando vêm a escola, pelo que 07 alunos que
perfazem 28% responderam que sim, sentem motivados, enquanto 18 alunos que
totaliza 72% responderam que se sentem um pouco motivado ao vir a escola.
44
Os dados da tabela demonstram claramente que há uma grande necessidade de
motivar os alunos, visto que a maioria dos alunos não têm tido motivação regular
para a frequência a escola. Por outro lado, a desmotivação na escola, além de ser
uma das principais causas de evasão escolar no país, pode contaminar todo um
ambiente dentro da sala de aula. Com isso, ela pode causar problemas graves
para o aprendizado de crianças. Então, necessário é que os agentes da
educação, juntamente com os pais e encarregados de educação trabalhem juntos
para a sincronização do ensino-aprendizagem dos alunos.

Tabela 04: Os teus pais te incentivam a estudar?

Opções Frequência Percentagem


Sim 06 24%
Um pouco 14 56%
Não 05 20%
Total 25 100%
Fonte: Elaboração própria com base no inquérito

Da tabela acima, questiona os alunos se os pais e encarregados de educação


têm incentivado a estudar, 06 alunos na percentagem de 24% responderam que
sim os pais têm incentivado a estudar, 14 alunos que perfaz 56% responderam
que os pais e encarregados de educação têm influenciado um pouco, contudo, 05
alunos disseram que os pais e encarregados de educação não têm incentivado
eles a estudar.

Das respostas obtida aos alunos, a ilação que tiramos é de que nesta escola, os
alunos pouco têm recebido a motivação por parte dos pais e encarregados de
educação.

Para que haja um bom desenvolvimento do aluno, deve existir uma boa relação
entre a escola e família. Logo, é fundamental que a família participe do dia-a-dia
escolar dos seus filhos. Ou seja, é extremamente importante para o aluno, a
presença da família nos diversos momentos do seu percurso escolar.

45
Tabela 05: Trazes sempre lanche quando vens a escola?

Opções Frequência Percentagem


Sim 02 08%
As vezes 16 64%
Não 07 28%
Total 25 100%
Fonte: Elaboração própria com base no inquérito

Feita que foi a perguntas, 2 alunos na ordem dos 08% responderam que “sim”
têm levado lanche quando vêm a escola, já 16 alunos que corresponde a 64%
disseram que levam as vezes lanche na escola, 07 alunos que perfaz 28%
responderam que “não levam lanche quando vêm a escola.

Fica claro com estes dados que os alunos pouco têm sido pelos pais e
encarregados de educação.

Sabemos da importância da motivação em qualquer circunstância, para o ensino


não foge a regras dos dois tipos de motivação intrínseca e extrínseca, aqui
falamos da motivação da parte extrínseca que o aluno é motivado para procura
novos conhecimentos e oportunidades, demonstrando envolvimento com o
processo de aprendizagem, ele participa com entusiasmo nas tarefas e revela
disposição para novos desafios (Alcará, 2007, p.49).

Este exercício só é feito quando o aluno é incentivado com prémios, elogios e


outras formas de motivação, os familiares podem sim motivar o aluno com
palavras bonitas de incentivo aos estudo, outra forma muito importante de motivar
o aluno é os pais e encarregados de educação preparar lanche para os seus
educandos. Esta motivação é muito importante no processo de aprendizagem dos
alunos. Os pais não devem abdicar deste mecanismo.

Tabela 06: Os teus pais providenciam transporte para te deslocares à


Escola?
Opções Frequência Percentagem
Sim 01 04%
As vezes 04 16%
Não 20 80%
Total 25 100%
Fonte: Elaboração própria com base no inquérito

46
Queríamos saber dos alunos se ao virem a escola os pais e encarregados de
educação têm providenciado transporte para escola, os mesmos, 1 aluno na
ordem dos 04% respondeu que “sim” os pais têm providenciado transporte para
vir a escola, por outro lado 4 alunos que corresponde a 16% responderam que os
pais têm providenciado transporte as vezes, enquanto 20 alunos na ordem dos
80% responderam que os seus não têm providenciado o transporte.

Ao que destes dados podemos depreender que os alunos, na suma maior parte
tem vindo a escola sem necessariamente ter de pegar um táxi, visto que 20 deles
na ordem responderam que os pais não têm providenciado transporte para as
suas deslocações na escola, e abrimos aqui a possibilidade da escola não estar
distante da comunidade habitacional, pela razão de os pais não verem na
necessidade de providenciar transporte para os alunos, na eventualidade da
escola estar distante da comunidade é a obrigação dos pais e encarregados de
educação providenciar transporte para a locomoção das crianças a escola.

Tabela: 07: Para te sentires motivado a vir a escola, o quê que os teus pais e
professores devem fazer?

Opções Frequência Percentagem


Prover sempre lanches e transporte 07 28%
O professor tem de ser mais alegre ao dar
aula, realizar visita e palestras 06 24%
Todas as alíneas anteriores 09 36%
Nenhuma das alíneas anteriores 03 12%
Total 25 100%
Fonte: Elaboração própria com base no inquérito

Por último questionamos aos alunos, o quê que os pais e professores devem
fazer para se sentirem motivados, por sua vez 07 alunos que corresponde a 28%
responderam os pais e encarregados de educação devem prover alimento e
transporte para melhorar a motivação, 6 alunos na ordem dos 24% responderam
que o professor/a tem de ser mais alegre ao dar a aula, tal como realizar visitas
as suas residências e palestras, já 09 alunos que perfaz 36% responderam que
os pais encarregados de educação e professor tem de prover sempre lanches e
transporte e mais alegre ao dar aula, realizar visita e palestras.

47
Por último 03 correspondendo 12% responderam que nenhuma das alíneas
melhorará a motivação deles.

Portanto, pelas respostas dos inquiridos, podemos verificar que os alunos


precisam de motivações por parte dos pais e encarregados de educação e seus
professores por fazer parte também do seu meio social, a partir destes dados
podemos facilmente depreender que o meio em que o aluno esta inserida
influencia na motivação dos alunos, pois que uma família que mal prove os
direitos da criança, a criança tem a tendência de fazer parte do leque de futuros
frustrados cidadãos de cada sociedade. Contudo é necessário que as famílias
tenham o real conhecimento da necessidade de motivar sempre os educandos
para que não venham crescer com trauma e acarretar neste sentido parco
rendimento escolar.

3.2. Apresentação, análise e interpretação dos resultados do


inquérito por questionário aplicado aos professores

O questionário aplicou-se aos 6 (seis) professores que leccionam a 5.ª classe,


sendo 4 (quatro) do sexo feminino, com objectivo de recolher informações sobre a
influência do meio social na motivação dos alunos da 5ª classe do Complexo
Escolar BG 1066 do Tchipiandalo, Município de Benguela. Com idades
compreendidas entre 33 e 45 anos. Com o tempo de serviço de 10 (dez) aos 23
anos de serviço na Docência.

Como se pode ver, os professores possuem idade considerável para o exercício


das suas funções, uma vez que, para o ingresso na função pública requer-se uma
idade não inferior a 18 anos.

Quanto ao tempo de serviço os dados demonstram uma longa experiência


didáctica que ajuda a responder com propriedade as questões descriminadas
para chegar a uma resolução do problema levantado, visto que, o professor
adquire a experiência com o tempo e com este aprende a lhe dar com realidade
com que se defronta na sala de aula.

48
Tabela 08: Já ouviu falar sobre a influência do meio sócia na motivação dos
alunos?

Opção de resposta Frequência Percentagem


(n) (%)

Sim 06 100%
Um pouco 00 00%
Não 00 00%
Total 06 100%
Fonte: Elaboração própria com base no inquérito

Primeira questão feita aos professores cingiu-se no conhecimento dos mesmos


da temática em estudo, pelo que 06 professores dando a totalidade da
percentagem 100% responderam que já ouviram da temática referente a
influência do meio social na motivação dos alunos.

Pelas respostas absorvidas, fica evidente que os professores têm conhecimento


da temática em evidência mais concretamente a influencia do meio social na
motivação dos alunos. Pelo que alegra-nos, visto que desta forma as respostas
dos inquiridos vêm com muita propriedade e conhecimento de causa.

Tabela 09: Acha que o meio social fluência na motivação dos alunos?

Opção de resposta Frequência Percentagem


(n) (%)

Sim 06 100%
Um pouco 00 00%
Não 00 00%
Total 06 100%
Fonte: Elaboração própria com base no inquérito

Na tabela acima buscamos saber dos professores, queríamos saber deles se o


meio social influencia na motivação dos alunos, pelo que 06 professores na
ordem dos 100% responderam que “sim” o meio social influencia na motivação
dos alunos.

49
Da resposta dos professores depreendemos que o meio social tem grande
influencia na motivação dos alunos, a partir dele o aluno pode ser motivado ou
desmotivado para certos objectivos, por exemplo se um aluno que vive com uma
família não letrada por exemplo, se os mesmos incutirem na cabeça deste que os
estudos pouca importância tem, este aluno poderá desenvolver grandes
desinteresse pelos estudos, por outro lado, se o mesmo estiver numa família
pesembora de condições precárias, mas eles dando importância para os estudos,
os pais e encarregados de educação incutirem neste a importância dos estudos, o
aluno pode ganhar motivações e interesse pelos estudos com objectivo de dar
dignidade a sua família.

Portanto o meio social servirá de grande importância quer para o sucesso ou


insucesso escolar do educando.

Tabela 10: Os seus alunos revelam interesse em aprender?

Opção de resposta Frequência Percentagem


(n) (%)

Sim 04 66,67%
Um pouco 02 33,33%
Não 00 00%
Total 06 100%
Fonte: Elaboração própria com base no inquérito

Questionamos aos professores se os seus alunos revelam interesse em aprender,


04 professores que perfaz 66,67% responderam que “Sim” os alunos gostam de
aprender, já 02 professores na ordem dos 33,33% responderam que gostam um
pouco.

Contudo, podemos perceber que os alunos da 5ª classe da escola em estudo


gostam de estudar, neste quesito, é missão por um lado dos professores fazer
perceber a importância dos estudos aos alunos, por outro lado dos pais e
encarregados de educação motivar os alunos para a frequência as aulas
motivando-os também com elogios, palavras de incentivo e claro lanches para
não passarem fome na aula.

50
Tabela 11: Como caracteriza a influência do meio social na motivação dos
alunos?

Opção de resposta Frequência Percentagem


(n) (%)

Positivamente 02 33,33%
Razoavelmente 04 66,67%
Negativamente 00 00%
Total 06 100%
Fonte: Elaboração própria com base no inquérito

Queríamos também saber como os professores caracterizavam a influência do


meio social na motivação dos alunos, 02 professores que equivale a 33,33%
caracterizam a influência do meio social na motivação dos alunos como positiva,
enquanto 04 professores na ordem dos 66,67% disseram que caracterizam no
nível razoável.

Das respostas obtidas, ficamos cientes de que, os professores caracterizam com


o nível razoável e de forma positiva. Com isto os professores dão a entender que
o meio social tem bastante influência no aproveitamento escolar do aluno, na
sociedade em que o aluno esta inserida pode advir motivação para o sucesso ou
fracasso escolar dos mesmos, a partir dai podemos facilmente depreender a
importância e a influência que o meio exerce para a motivação do aluno.

Tabela 12: Consideras importante a motivação do aluno no processo de


ensino-aprendizagem?

Opção de resposta Frequência Percentagem


(n) (%)

Considero sim 06 100%


Considero um pouco 00 00%
Não considero 00 00%
Total 06 100%
Fonte: Elaboração própria com base no inquérito

Da tabela acima questionamos nós, se os professores consideram importante a


motivação do aluno no processo de ensino-aprendizagem, a resposta foi clara,

51
06% que perfazem os 100% dos professores responderam que consideram
importante a motivação do aluno no processo de ensino-aprendizagem.

Pouca margem de dúvidas resta para aquilo que é a importância da motivação do


aluno no processo de ensino-aprendizagem. Os professores têm a noção da
importância da motivação, visto que a motivação é como uma força interior que
estimula, dirige, mobiliza a pessoa para uma acção com entusiasmo.
A motivação para a aprendizagem tornou-se uma chave para a educação, a sua
ausência representa queda de qualidade na aprendizagem.

Segundo Mognon, (2010), no processo ensino aprendizagem, a motivação deve


estar presente em todos os momentos, e explica que para isso é necessário ter
um bom professor, e que também o bom professor é aquele que sabe motivar o
aluno.

O professor motivador é aquele que deixa seu aluno mostrar seu lado criativo,
permite que o mesmo formule questões, elabore hipóteses, concede tempo para
que seu aluno pense e desenvolva ideias.

Tabela 13: Tendo em conta meio social, que acções podem melhorar a
motivação dos alunos da 5ª classe?

Opção de resposta Frequência Percentagem


(n) (%)

Realizar palestra acerca da motivação 02 33,34%


Realizar visitas cumprindo com os seus critérios 01 16,66%
psicopedagogicos estabelecidos em residências de
alunos com sinais de desmotivação
Capacitar o professor sobre o ponto de vista 00 00%
psicopedagogico
Dar estimulo aos alunos que se destacam ao longo do 00 00%
ano lectivo
Apoiar a confiança do aluno 00 00%
Estimular a motivação para aprender 00 00%
Capitalizar a motivação intrínseca 00 00%
Motivar por meio de incentivos extrínsecos utilizando 03 50%
recompensas, a exemplo de elogios, notas, pontos,
prémios, aceitação das perguntas dos alunos,

52
valorização de suas ideias, comentários positivos a
respeito de seus trabalhos
Total 06 100%
Fonte: Elaboração própria com base no inquérito

Por último queríamos saber dos professores que acções propõem para melhorar
a motivação dos alunos da 5ª classe, contudo, 02 professores correspondendo
33,34% responderam que para melhorar a motivação dos alunos da 5ª classe do
Complexo em estudo é necessário realizar palestra acerca da motivação, já 01
professor que vai dar 16,66% disse que uma acção que pode melhorar a
motivação dos alunos da 5ª classe passar por realizar visitas cumprindo com os
seus critérios psicopedagogicos estabelecidos em residências de alunos com
sinais de desmotivação, finalmente 03 professores na ordem dos 50% disseram-
nos que para melhorar a motivação dos alunos da 5ª classe necessário é motivar
por meio de incentivos extrínsecos utilizando recompensas, a exemplo de elogios,
notas, pontos, prémios, aceitação das perguntas dos alunos, valorização de suas
ideias, comentários positivos a respeito de seus trabalhos.

Das respostas dadas pelos professores vemos as acções quase todas elas visam
melhorar a motivação dos alunos da 5ª classe do Complexo Escolar BG 1066
Tchipiandalo, Município de Benguela, com a realização de palestra acerca da
motivação, os alunos poderão receber testemunhos de superação e achar nesta
actividade métodos para melhorarem os estímulos dos estudos para que
consigam dar dignidade as suas famílias no futuro. Portanto esta acção pode sim
melhorar a motivação dos alunos.

Por outro lado, realizar visitas cumprindo com os seus critérios psicopedagogicos
estabelecidos em residências de alunos com sinais de desmotivação, esta acção
poderá facilitar o professor utilizar métodos específicos a cada aluno sabendo a
realidade de cada aluno no seu meio social, esta acção pode também melhorar a
motivação dos alunos da 5ª classe desta escola.

Finalmente, outra acção que pode também melhorar significativamente a


motivação dos alunos da 5ª classe do Complexo Escolar BG 1066 Tchipiandalo,
Município de Benguela é motivar por meio de incentivos extrínsecos utilizando
recompensas, a exemplo de elogios, nota, pontos, prémios, aceitação das

53
perguntas dos alunos, valorização de suas ideias, comentários positivos a
respeito de seus trabalhos. Este métodos foram provados e achados eficazes
para a melhoria da motivação, visto que o ser humano fica motivado a cada
estímulo positivo, as crianças não foge a regra, os pais e encarregados de
educação assim como os professores devem ver nesta forma de estímulo como
meio para melhorar ainda mais a vontade da criança aprender.

3.3. Apresentação, análise e interpretação dos resultados do


inquérito por entrevista dirigido aos membros de direcção

Com base em um guião previamente elaborado, tivemos um diálogo salutar com


02 membros de direcção da escola, por formas a obter informações relevantes
sobre a influência do meio social na motivação dos alunos da 5ª classe do
Complexo Escolar BG 1066 do Tchipiandalo, município de Benguela.

Os mesmos possuem grau académico de Licenciados em Educação Especial e


Ensino da Geografia, com tempo de serviço variando de 15 à anos de serviço, a
idade dos mesmos variam de 38 a 45 anos de idade, dos 02, 01 é do género
feminino. O grau académico, o tempo de serviço e o cargo que os membros de
direcção da Escola possuem é mais do que provado das suas competências
pedagógicas e profissionais para tecerem considerações acerca da temática
estudo e contribuir com propriedade conhecimentos pedagógicos a fim de buscar
também neles, mecanismos para dar soluções ao problema levantado.

Primeiramente queríamos saber dos membros de direcção da Escola Que


factores de índole social relacionados a motivação os alunos da sua escola
apresentam?

MD1: “Os factores de índole social que os alunos apresentam são culturais,
psicológicos, também de risco como: moradia, alimentação, vestuário e
escolaridade”.

MD2: “Os factores inerentes aos aspectos da motivação são normalmente


sociais, psicológicos e financeiros das famílias”.

54
A partir das respostas dos membros da direcção da escola podemos perceber
que os factores relacionados a motivação consistem nos aspectos psicológicos,
sociais e financeiros dos alunos, ou seja o aspecto social que é o meio onde o
aluno está inserido será de grande influencia positiva ou negativa dependendo
muito dos valores cognitivos e afectivo deste meio, no caso se o aluno estiver
num seio familiar com pouco estimulo para os estudo dificilmente o aluno terá
boas referencias e motivações para o estudo, no aspecto psicológico nos
referimos também nas referencias que serviram de motivação tal como Maslow
descreve na sua pirâmide de necessidade com um pendor na motivação
extrínseca para o sucesso futuro.

A motivação no aspecto financeiro rodeiam na necessidade de estimular o aluno


com bens alimentares que serviram de mecanismos fisiológico como alimentação
que manterá o seu corpo ajustado com a carga horária de aprendizagem e não
só, portanto os factores de índole social reside grandemente nas motivações
viradas para os aspectos sociais, psicológicos e financeiro dos alunos como bem
responderam os membros de direcção da escola.

Perguntamos também aos membros de direcção da Escola se achavam


importante que os alunos sejam motivados no seu meio social para
melhorar a sua performance académica, pedindo a justificação.

MMD1: “Sim têm de ser motivados o que é muito importante serem motivados.
Visto que o meio social que eles se enquadram tem responsabilidades neste
sentido.

MD2: “Penso que a família é a base de uma sociedade, portanto, é lá onde os


alunos devem saber inicialmente da importância de frequentar a escola, deste
modo acho sim importante.

Portanto, nós entendemos que o meio social é o habitat natural dos alunos e nela
é onde aprendem os passos primários da vida, logo é neste habitat que aprendem
a buscar referencias para as suas vidas, dai a importância do meio para a
motivação destes mesmos alunos que tem o meio social.

55
A entrevista contínuo com mais perguntas, como: De que modo o meio social
influencia na motivação dos alunos da 5ª Classe? Comentário.

MD1: “O meio social influencia na motivação dos alunos da 5ª classe de maneira


positiva ou negativa, o meio em que o aluno vive se for um local de grandes
convulsões sociais como a delinquência juvenil, é claro que o aluno crescerá
pensando que esta prática é normal, se for o contrario em que esteja num bairro
em que haja grande referencias de homens e mulheres com gosto pelos estudos
por exemplo, o aluno terá grandes motivações para os estudos ou outras coisas
construtivas”.

MD2: “O meio social influencia na motivação dos alunos da 5ª classe, visto que
quando se fala de meio social está se referir a forma como as pessoas vivem,
portanto o meio social vai sim influenciar no aprendizado dos alunos. A educação
é um elemento preponderante para o desenvolvimento de uma sociedade, pelo
que é necessário que as sociedades sejam educadas para que os alunos se
sintam motivados a frequentar as aulas e aprender.

Entendemos que os membros de direcção da escola foram precisos sobre esta


questão, fica claro que o modo que o meio social influenciar é positiva ou
negativa, positiva quando os alunos olharem a sua volta, na sua comunidade
incentivos e exemplos para servir como modelo e darem importância nos estudos,
negativa quando fazerem a mesma coisa, verem apenas maus exemplos a seguir,
desta forma os alunos imitaram caminhos pouco abonatórios para seguir.

Portanto o meio social pode influenciar de forma positiva ou negativa na


motivação dos alunos.

Por último, queríamos saber dos membros da direcção da Escola que, tendo em
conta o meio social, acções podem melhorar a motivação dos alunos da 5ª
Classe.

MD1: “As acções que podem melhorar a motivação dos alunos da 5ª Classe, é de
desenvolver neles confiança, oferecer um sentimento de controlo e
responsabilidade para o aluno”.

56
MD2: “As acções que podem melhorar a motivação dos alunos passam também
pela activação do programa da merenda Escolar nesta Escola”.

Os membros de direcção da Escola, teceram considerações a esta questão,


sugerindo algumas medidas acima descritas que foram o desenvolvimento da
confiança nos alunos, fazer perceber a importância do auto-controle e a
reactivação do programa da merenda escolar.

Concordamos com as sugestões dos membros de direcção da escola, e


acrescemos medidas como motivar por meio de incentivos extrínsecos utilizando
recompensas, a exemplo de elogios, notas, pontos, prémios, aceitação das
perguntas dos alunos, valorização de suas ideias, comentários positivos a
respeito de seus trabalhos, realizar visitas cumprindo com os seus critérios
psicopedagogicos estabelecidos em residências de alunos com sinais de
desmotivação e estimular a motivação para aprender.

Entendemos que estas medidas não são os únicos caminhos para a motivação
dos alunos desta classe, mais colocadas em práticas podem sim melhorar a
motivação dos alunos da 5ª Classe do Complexo Escolar BG 1066 Tchipiandalo,
Município de Benguela.

57
CONCLUSÕES

Depois de uma longa investigação relacionada ao tema influência do meio social


na motivação dos alunos da 5ª classe do complexo escolar BG 1066 do
Tchipiandalo no município de Benguela, conclui-se:

 Os fundamentos teóricos essenciais sustentam que a influência do meio social


na motivação dos alunos, tem implicações directas no que respeita ao seu
envolvimento no processo de ensino-aprendizagem. Pois, os leva a
procurarem novos conhecimentos, participando nas tarefas com entusiasmo e
evidenciando disposição para novos desafios e oportunidades. As
características socioeconómicas, culturais e ambientais que caracterizam o
contexto de sua vivência, quer ao nível do meio familiar, quer ao nível do
território onde residem – e no qual habitualmente se enquadra a escola, fazem
parte de um vasto conjunto de factores que condicionam a motivação pelo
ensino e, consequentemente, o desempenho escolar;
 Através das respostas dadas pelos interlocutores e também pela nossa
análise de frequência nesta instituição verificamos que a s acções tendo em
conta o meio social, dos alunos da 5ª classe do complexo escolar BG 1066 do
Tchipiandalo no município de Benguela, a sua caracterização é razoável,
devendo os professores e direcção da escola trabalharem mais com o fim de
motivar os alunos para os estudos com acções de elogios, visita as
residências dos alunos, conversando com os encarregados para que estes
também cumpram com os seus deveres na motivação dos filhos aos estudos;
 As acções tendo em conta o meio social, melhoram a motivação dos alunos da
5ª classe do complexo escolar BG 1066 do Tchipiandalo no município de
Benguela passam necessariamente por meio de incentivos extrínsecos
utilizando recompensas, a exemplo de elogios, notas, pontos, prémios,
aceitação das perguntas dos alunos, valorização de suas ideias, comentários
positivos a respeito de seus trabalhos, realizar visitas cumprindo com os seus
critérios psicopedagogicos estabelecidos em residências de alunos com sinais
de desmotivação e estimular a motivação para aprender.

58
SUGESTÕES

Em função das conclusões sugere-se o seguinte:

Para pais e encarregados de educação

 Para os pais e encarregados de educação, como sugestão para alavancar


a vontade dos filhos aos estudos, devem prestar mais atenção as
actividades escolares dos seus educandos;
 Devem com muita regularidade fiscalizar as tarefas, ajudar nos exercícios
escolares orientados pelos professores;
 Todas as vezes que os alunos vão a escola devem providenciar lanches
aos alunos, se a escola estiver um pouco distante da residência devem
arranjar mecanismos seguros de transportação do educando evitando o
mesmo a percorrer longa distância para a escola;

Para os professores

 Como mestres do saber, é função dos professores saber o estado anímico


do aluno, buscando estar inteirado da realidade deles e ajudar na solução
do problema advindo deste mau estar do aluno;
 Ter sempre o contacto com os pais e encarregados de educação no
sentido de trocar ideias com vista a melhorar a motivação dos alunos.

Para a Direcção da Escola

 Sugerimos a reactivação do programa da merenda escolar que serve como


motivação extrínseca para a frequência dos alunos as aulas, com a
merenda escolar, os alunos inseridos nas famílias vulneráveis vêm nesta
alimentação motivação para a frequência das aulas, logo a sua reactivação
pode motivar a frequência regular dos alunos as aulas;
 Sugerimos a direcção da escola a melhorar a frequência de reuniões e
encontro com os encarregados de educação no sentido de gizar planos
para estimular os pais e encarregados a incentivarem os alunos as aulas.

59
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64
APÊNDICES

65
Apêndice 1 - Roteiro de inquérito por entrevista dirigido aos
membros de direcção

Estimado (a) membro de direcção o presente inquérito por entrevista, é aplicado


na perspectiva de investigação para obtenção do grau de Licenciado em Ciências
da Educação, opção Ensino Primário. O mesmo tem como finalidade, adquirir
informações úteis acerca da influência do meio social na motivação dos alunos da
5ª classe do complexo escolar BG 1066 do Tchipiandalo no município de
Benguela.

Masculino Feminino Idade: _______ anos


Tempo de serviço na direcção da escola: ________________________
Grau académico: __________________ Especialidade: __________________

Questões:

1- Que factores de índole social os alunos da sua escola, apresentam?


2- Acha importante que os alunos sejam motivados no seu meio social para
melhorar a sua performance académica? Justifica.
3- De que modo o meio social influencia na motivação dos alunos da 5ª
classe? Comente.
4- Tendo em conta o meio social, que acções melhoram a motivação dos
alunos da 5ª classe?

Obrigado pela colaboração!

66
Apêndice 2: Boletim de inquérito por questionário aplicado aos
professores

Estimado (a) professor (a) o presente inquérito por questionário, é aplicado na


perspectiva de investigação para obtenção do grau de Licenciado em Ciências da
Educação, opção Ensino Primário. O mesmo tem como finalidade, adquirir
informações úteis acerca da influência do meio social na motivação dos alunos da
5ª classe do complexo escolar BG 1066 do Tchipiandalo no município de
Benguela.

O mesmo é anónimo e garantimos a confiabilidade das suas respostas, que sem


dúvida contribuirá para o enriquecimento da pesquisa.

INSTRUÇÕES:
Responda, iniciando pelo I quadro, assinalando com um “X” no quadradinho
correspondente. No caso de engano, faça um círculo à volta e marque no lugar
que julgar correcto.
DADOS PRELIMINARES:
Sexo: M__ F___ Idade:____ anos Tempo de serviço:
Grau académico: Instituição de formação:

Nº Indicadores X
01 Já ouviu falar sobre a influência do meio social na motivação dos
alunos?
Sim
Um pouco
Não

Nº Indicadores X
02 Acha que o meio social influencia na motivação dos alunos?
Sim
Um pouco
Não

Nº Indicadores X
03 Os seus alunos revelam interesse em aprender?
Sim
Um pouco
Não

67
Nº Indicadores X
04 Como se caracteriza a influenciado meio social na motivação dos
alunos da 5ª classe?
Positivamente
Razoavelmente
Negativamente

Nº Indicadores X
05 Considera importante a motivação do aluno no processo de ensino-
aprendizagem?
Considero sim
Considero um pouco
Não Considero

Indicadores
06 Tendo em conta o meio social, que acções melhoram a
motivação dos alunos da 5ª classe?
Realizar palestra acerca da motivação
Realizar visitas cumprindo com os critérios psicopedagógicos
estabelecidos em residências de alunos com sinais de
desmotivação
Capacitar o professor sobre o ponto de vista psicopedagógico
Dar estimulo aos alunos que se destacam ao longo do ano lectivo
Apoiar a confiança do aluno
Estimular a motivação para aprender
Capitalizar a motivação intrínseca
Motivar por meio de incentivos extrínsecos utilizando
recompensas, a exemplo de: elogios, notas, pontos, prémios,
aceitação das perguntas dos alunos, valorização de suas ideias,
comentários positivos a respeito de seus trabalhos.

Obrigado pela colaboração!

68
Apêndice 3: Boletim de inquérito por questionário aplicado aos
alunos

Estimado (a) aluno (a) o presente inquérito por questionário, é aplicado na


perspectiva de investigação para obtenção do grau de Licenciado em Ciências da
Educação, opção Ensino Primário. O mesmo tem como finalidade, adquirir
informações úteis acerca da influência do meio social na motivação dos alunos da
5ª classe do complexo escolar BG 1066 do Tchipiandalo no município de
Benguela.

O mesmo é anónimo e garantimos a confiabilidade das suas respostas, que sem


dúvida contribuirá para o enriquecimento da pesquisa.

INSTRUÇÕES:
Responda, iniciando pelo I quadro, assinalando com um “X” no quadradinho
correspondente. No caso de engano, faça um círculo à volta e marque no lugar
que julgar correcto.

DADOS PRELIMINARES:
Sexo: M__ F___ Idade:____ anos

Nº Indicadores X
01 Com quem vives?
Pai e mãe
Pai e madrasta
Mãe
Avôs
Tios

Nº Indicadores X
02 Gostas de estudar?
Sim
Um pouco
Não

Nº Indicadores X
03 Te sentes motivado quando vens a escola?
Sim
As vezes
Não

69
Nº Indicadores X
04 Os teus pais te incentivam a estudar?
Sim
Um pouco
Não

Nº Indicadores X
05 Trazes sempre lanche quando vens à escola?
Sim
As vezes
Não

Nº Indicadores X
06 Os teus pais providenciam transporte para te deslocares à escola?
Sim
As vezes
Não

Nº Indicadores X
07 Para te sentires motivado a vir a escola, o quê que os teus pais e professores
devem fazer?
a) Os meus pais têm de prover sempre lanches e transporte.
b) O meu professor tem que ser mais alegre ao dar aula, realizar visitas e
palestras.
Todas alíneas anteriores.
Nenhuma das alíneas anteriores.

Obrigado pela colaboração!

70

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