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APOSTILA DE ORTOPEDIA

Quanto mais falha for a descrição da dor por parte do paciente, inespecífica e abrangendo
grande área, maior o comprometimento emocional presente na condição do paciente.

MOVIMENTAÇÃO ATIVA DA COLUNA VERTEBRAL

Teste de Schober coluna lombar


Consiste em utilizar o processo espinhoso da vértebra S1 como referência, medir 10cm acima
e então solicitar que o paciente realize flexão e depois extensão do tronco. Para localizar S1,
recomenda-se a utilização de S2, que está no mesmo nível das espinhas ilíacas póstero-
superiores, como ponto de partida.
Parâmetros normais:
-Flexão: a medida deve aumentar de 4cm a 7cm. Parâmetros abaixo de 4cm indicam
hipomobilidade da coluna lombar para flexão, enquanto parâmetros acima de 7cm indicam
hipermobilidade da coluna lombar para flexão.
-Extensão: a medida deve apresentar uma redução de 3cm. Se o achado está abaixo desse
valor há indício de hipomobilidade da coluna lombar para extensão, se está acima desse valor
há indício de hipermobilidade da coluna lombar para extensão.

Teste de Ott Zeichen


Consiste em utilizar o processo espinhoso da vértebra C7 como referência, medir 30cm
abaixo e então solicitar que o paciente realize flexão e depois extensão do tronco. C7 possui o
processo espinhoso mais proeminente de todas as vértebras cervicais, se necessário
distingui-la de C6, solicite que o paciente realize flexão cervical e então delimite C7.
Parâmetros normais:
-Flexão: a medida deve aumentar de 2cm a 4cm. Parâmetros abaixo de 2cm indicam
hipomobilidade da coluna torácica para flexão, enquanto parâmetros acima de 4cm indicam
hipermobilidade da coluna torácica para flexão.
-Extensão: a medida deve apresentar uma redução de 1cm. Se o achado está abaixo desse
valor há indício de hipomobilidade da coluna torácica para extensão, se está acima desse valor
há indício de hipermobilidade da coluna torácica para extensão.

Variação
Outra forma de se avaliar a movimentação da coluna é através da distância da fita à partir do
3º dedo da mão do paciente até o chão. Aplicação mais recomendada para a flexão lateral de
tronco

Teste para movimentação da coluna em flexão lateral


Consiste em medir a distância da fita métrica à partir do 3º dedo da mão do paciente até o
chão.

Teste para movimentação da coluna em rotação


Não existem medidas a serem realizadas para rotação de tronco, o que se observa apenas é a
simetria do movimento comparando a execução em cada lado.

MOVIMENTAÇÃO PASSIVA DA COLUNA VERTEBRAL

A avaliação da movimentação ativa da coluna vertebral consiste em repetir os movimentos


realizados em cada plano durante a avaliação da movimentação ativa, porém obtendo-se uma
medida um pouco maior com a atuação do fisioterapeuta.

Síndrome cruzada
É uma disfunção envolvendo o alinhamento da pelve causada por fraqueza e alteração da
flexibilidade dos músculos que controlam os movimentos da pelve.
Quando os músculos abdominais juntamente com os extensores de quadril encontram-se
fracos, a tendência é o paciente apresentar uma anteversão pélvica. Isso aumenta a lordose
lombar, gerando sobrecarga e consequentemente desconforto. Devido às particularidades da
vida cotidiana de muitos atualmente, é comum que os extensores de quadril juntamente com
os abdominais se encontrem fracos e encurtados, e que os flexores de quadril juntamente com
os extensores da coluna apresentem força normal.
O contrário também ocorre (apesar de ser menos comum), quando os músculos extensores da
coluna juntamente com os flexores de quadril encontram-se fracos, a tendência é o paciente
apresentar uma retroversão pélvica.

É válido aplicar peso sobre os ombros do paciente e observar como a coluna vertebral e a
pelve se comportam diante da atuação da musculatura na dissipação da carga (estabilidade).

AVALIAÇÃO NEURAL
Em um nervo periférico, a região mais central do seu diâmetro compõe a parte motora, e a
região periférica do seu diâmetro compõe a parte sensitiva. Portanto perante uma compressão
leve a alteração é apenas de sensibilidade, enquanto uma compressão grande leva a uma
alteração motora no nervo.
Com isso, se há alteração motora nas regiões inervadas por aquele nervo, o caso é indicativo
de cirurgia. Se o paciente, após a herniação do disco apresentando sintomas de perda motora,
não procurar atendimento especializado, em pouco tempo o que é apenas uma neuropraxia se
torna uma axoniotimese.
Os locais mais comuns de ocorrerem hérnias de disco são entre L4-L5 e entre L5-S1.

EXAME NEUROLÓGICO

Estesiometria
O teste com o estesiômetro (monofilamentos) é realizado selecionando-se o monofilamento
com a menor espessura e aplicando-o sobre a pele perpendicularmente, até que ele ceda e se
deforme. Conforme o paciente não apresentar sensibilidade à espessura testada, deve-se
progredir para o monofilamento um pouco mais espesso. Em ortopedia, dependendo do
paciente pode ser necessário delimitar um dermátomo a ser testado.
Dermátomo: determinada região da pele inervada por uma raiz nervosa em seu
correspondente nível medular.

Testes de miótomos
Os testes de miótomos exigem uma contração isométrica da musculatura a ser testada durante
5 segundos. Um miótomo positivo é quando a contração cessa por completo antes da
contagem atingir 5 segundos. Comando verbal: “não deixe eu te mover”.
Miótomo: determinados grupos musculares inervados por uma raiz nervosa em seu
correspondente nível medular.
MMII
Anterior Posterior
L2: flexão de quadril S1: flexão plantar
L3: extensão do S2: flexão do joelho
joelho
L4: dorsoflexão do pé
L5: extensão do hálux

Reflexos tendinosos
Caso haja uma hiperreflexia (miótomo positivo), isso indica lesão em SNC, o que significa
bandeira vermelha. A hiporreflexia já é esperada em casos de hérnia de disco, com a
compressão de nervos gerando apenas perda motora.
Teste de Lazegue
Teste de Slump

Questionários para avaliação funcional da coluna tóraco-lombar


-Oswestry: possui 10 questões, das quais as respostas fornecidas pelo paciente são inseridas
em uma fórmula para então comparar esse resultado com os parâmetros estabelecidos no
questionário.
-Roland Morris: possui 24 questões de “sim” ou “não”. Ao final o fisioterapeuta conta apenas
a quantidade de respostas “sim” fornecidas pelo paciente e compara com os parâmetros
estabelecidos no questionário.
-Escala tampa: um questionário composto por 17 questões que dizem respeito à dor e
intensidade dos sintomas para predizer os níveis de cinesiofobia que geram maior
incapacidade. Ao final as respostas fornecidas pelo paciente são pontuadas, somadas e
comparadas com os parâmetros estabelecidos no questionário. Quanto mais alta a pontuação,
pior a condição do paciente.

Questionário para avaliação funcional da coluna cervical

TESTES ESPECIAIS

Teste do quadrante

Fisioterapeuta posiciona-se atrás do paciente e solicita que faça uma extensão de tronco.
Quando o movimento é realizado, as facetas das vértebras se aproximam, o que em um teste
positivo pode provocar ou exacerbar sintomas caso o paciente possua comprometimento nas
facetas. Existe a variação de adicionar rotação da coluna junto à extensão, para aproximar
ainda mais as facetas.
Na síndrome facetaria o tipo de dor é localizada ou então referida para a região lombo-
pélvica.

Teste de instabilidade segmentar

Paciente na borda da maca com os membros inferiores pendentes e o tronco apoiado sobre a
maca, é solicitado que retire os dois pés do chão. No primeiro momento o paciente realiza o
comando sem apoio do fisioterapeuta, o que pode gerar aumento da lordose lombar e
consequentemente aumento da sobrecarga lombar provocando dor. No segundo momento o
fisioterapeuta apoia a mão sobre a região lombar e realiza uma estabilização, o que leva o
paciente a não sentir mais dor durante o movimento.
O teste positivo indica que a dor é advinda da incapacidade de estabilizar adequadamente a
coluna vertebral em suas AVDs.
O ponto desfavorável desse teste é que está limitado a pessoas mais jovens ou atletas.

 Sinal comparável: levantar a possível causa da queixa do paciente, então aplicar


diferentes abordagens sobre a causa e observar se há melhora da queixa. Basicamente
encontrar pontos de dor e buscar alguma estabilização, posicionamento ou forma de
execução do movimento que melhore a dor.

Teste de Biering-Sorensen ou teste de resistência dos extensores da coluna


Consiste em posicionar o paciente em decúbito ventral com o tronco pendente e os membros
inferiores fixados na maca (com fita ou com atuação do fisioterapeuta) e posicionar uma
cadeira à frente para apoio no ínicio e final do teste. Deve-se solicitar que o paciente
mantenha a coluna inteira alinhada com o resto do corpo (quadris em neutro) e então
cronometrar. O paciente deve ser capaz de sustentar a posição por pelo menos 1 minuto, mas
o ideal é sustentar por pelo menos 3 minutos.

Teste com biofeedback utilizando o Stabilizer ou esfigmomanômetro


A bolsa inflável do aparelho é posicionada e levemente inflada sob a lordose lombar do
paciente que está posicionado em decúbito dorsal. O paciente deve ser capaz de elevar uma
perna sem alterar a pressão que ele exerce, e progredindo no tratamento pode até ser capaz de
elevar as duas pernas sem variar a pressão.

O principal músculo estabilizador da coluna lombar é o transverso abdominal. Caso o


paciente não tenha uma boa ativação para sucção abdominal, é necessário priorizar esse
músculo em relação aos demais, pois ele ativa milésimos de segundos antes dos outros
estabilizadores durante as movimentações. Bons exercícios enfatizando a ativação do
transverso abdominal são “a posição da mosca morta” (o paciente, em decúbito dorsal, eleva
um membro de cada vez, até que os 4 estejam perpendiculares ao solo, mantendo o
posicionamento) e o exercício da ponte (podendo variar para o apoio dos pés sobre uma bola
suíça e progredir para apoio unilateral).
Outro músculo estabilizador da coluna lombar é o oblíquo interno, e um bom exercício para
ativação desse músculo é a prancha lateral (inicia-se com apoio em joelhos e cotovelos,
progride para apoio em pé e cotovelo, e então para apoio em pé e mão)
FATOR EMOCIONAL

Durante os atendimentos, quando houver necessidade de se referir ao sintoma “dor”, deve-


se optar por substituir tal palavra por sinônimos, como “desconforto”, “incômodo” ou
“queixa”.
Da mesma forma, em vez de empregar “está tudo bem com você?”, optar por “como você
está?” “como tem passado?” “tem melhorado?”

Placebo
Muitas vezes os pacientes acreditam muito em suas dores, podem estar com o humor normal e
até alegres, mas quando pergunta-se o nível de sua dor eles a superestimam. Algumas vezes, o
problema de determinado paciente nem é físico, e sim apenas emocional. Nesse caso, é
aconselhável aplicar uma abordagem mais dinâmica, leva-lo para os aparelhos de musculação
(utilizando-se a estabilização segmentar), para a esteira ou bicicleta, realmente fazer com que
ele afaste aquele pensamento de dor e ainda supere a cinesiofobia (ganho de confiança gera
melhora).

ÁUDIO 17 (após 25:00)

Abdominal prancha
Contração + respiração com freno labial na expiração
Superman em quatro apoios
Teste do agachamento encostado na parede
Testes de simulação (verificar se paciente está com dor psicológica)
Técnicas de mobilidade acessória da terapia manual
Olhar estado emocional do paciente 55:00
Cinesiofobia e dor lombar 57:00
Tratamento de dor lombar 1:09:00
Exercício aeróbico e efeitos 1:19:00
Saber prescrever exercício que o paciente vai aderir 1:22:00
Dores miofasciais 1:26:14 e trigger points 1:31:00

ÁUDIO 17.1
Escoliose leve ≤ 20º / moderada = de 20º a 40º (colete na adolescência) / grave ≥ 40º
(tratamento é cirúrgico)
Na idade adulta não é mais possível melhorar
Gibosidade representa o lado da convexidade da curva (dá o nome da escoliose de acordo com
a convexidade)
Colete para escoliose 4:00 e 14:00
Artrodese 7:50
Ângulo de Cobb 8:20
Lordose lombar acima de 20º = hiperlordose (olhar ângulo de Cobb) 21:00
Ressonância/espondilose 22:00
Espondilólise 25:00
Estenose do canal medular 28:00
Lesão de menisco ~33:00
Artrose patelo-femoral 41:00
Duas coisas podem lesar a cartilagem: peso de mais e peso de menos
Fraturas ~45:00 de Pilão 47:00

ÁUDIO 19
Coluna cervical introdução
Referências dos movimentos cervicais 10:00
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