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DISCIPLINA: ESPIRITUALIDADE CRISTÃ

Bacharelado em Teologia

SETE DIAS REFLETINDO O SERMÃO DO MONTE


Marcos Soares da Silva.1

1º DIA – A FELICIDADE

Texto Mateus 5.3-12.

1ª Pergunta: Qual a relação do texto lido com as questões contemporâneas?


Jesus inicia o sermão do monte trazendo uma mensagem de esperança, relacionando
a forma de viver no Reino de Deus e para o Reino de Deus com as questões deste mundo,
apresentando não somente as dificuldades, mas também evidenciando a recompensa para
aqueles que se portarem como servos do Reino. A perícope é extremamente atual, como o é,
praticamente, todo o Sermão da Montanha. Jesus apresenta questões relacionadas ao dia-a-dia
de todo cristão, independente de qual época viveu ou vive. Menciona algumas angústias que
afligem a sociedade hodierna, pois embora a busca pela felicidade tenha sido algo que
permeia a vida da humanidade a séculos, nos últimos dois, a impressão que se tem é que, ao
mesmo tempo em que ela está tão próxima, também parece estar muito longe de ser
alcançada.
Agostinho, ainda no século IV escreve que a verdadeira felicidade está no
conhecimento de Deus: “Portanto a saciedade plena dos espíritos, isto é, a vida feliz é
conhecer piedosamente e perfeitamente: por quem somos conduzidos para a verdade; qual a
verdade de que fruímos; através do que somos ligados com a medida suprema.”
(AGOSTINHO, 2017, p. 42). A Declaração de Independência dos Estados Unidos em 1776 e
a Declaração de direitos do homem e do cidadão de 1789 já se preocupavam com a felicidade.
A Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem de 1948 considera que: “[...] as
instituições jurídicas e políticas, que regem a vida em sociedade, têm como finalidade
principal a proteção dos direitos essenciais do homem e a criação de circunstâncias que lhe
permitam progredir espiritual e materialmente e alcançar a felicidade” (COMISSÃO
INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS, 2020, grifo meu). No Brasil chegou-se a
apresentar uma Proposta de Emenda à Constituição (BRASIL, 2020) sob o nome PEC da
Felicidade (PEC 19/2010).

1
Acadêmico do Curso Bacharel em Teologia da UniCesumar. Graduado e pós-graduado em História pela
Universidade Paranaense – UNIPAR.
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Nos séculos XX e XXI o desenvolvimento tecnológico e a globalização prometem


“felicidade”. O Capitalismo e o consumismo prometem a realização “suprema”, você só
precisa se esforçar ao máximo e poderá comprar tudo o que quer e alcançando assim a
felicidade. Quanto mais o homem procura a felicidade desta forma, afasta-se de Deus e do seu
Reino, única forma pela qual realmente pode ser feliz. É necessário voltar à busca do Reino
de Deus para que sejamos realmente felizes (BÍBLIA, 2020b, Mt 6,33).

2ª Pergunta: Qual a transformação que este texto produziu em seu interior?


O texto me levou a refletir sobre questões básicas que precisam ser vividas a cada
dia. Humildade, mansidão, pureza, misericórdia, paz e a busca por Deus e a sua justiça
precisam estar presentes no meu cotidiano, mesmo em meio a dificuldades, sofrimento,
tristeza e perseguição, ou não alcançarei o Reino de Deus, nem agora, nem no futuro. Embora
o texto trate de abnegação, traz uma extraordinária esperança àqueles que procuram viver na
dependência de Deus em todas as situações, pois é dele que vem a recompensa (BÍBLIA,
2020b, Mt 5,12).

3ª Pergunta: Qual a aplicação missionária do texto?


O texto das Bem-Aventuranças é atual e pode ser direcionado àqueles que, de
alguma forma estão sofrendo longe de Deus. Traz esperança e promessas valiosas, ao mesmo
tempo em que é um chamado ao Reino de Deus, um chamado a responsabilidade. Como
súditos do Supremo Rei, não podemos nos render à soberba e a mesquinhez ou viver uma vida
beligerante. Deus quer que seus servos sejam completamente felizes (BÍBLIA, 2020b, Jo
15,11; 16,24). Esta é a Boa Nova, o próprio evangelho. Que alegria em espalhá-la ao mundo!

2º DIA – SAL E LUZ

Texto Mateus 5.13-16.

1ª Pergunta: Qual a relação do texto lido com as questões contemporâneas


Vivemos em um mundo deliberadamente destemperado, um mundo de escuridão,
mais do que nunca, este mundo precisa de sal e precisa de luz e é para este mundo que Cristo
nos chama. Ele nos chama para fazer a diferença em nossa sociedade por meio das nossas
ações. O mundo atual tem se afastado cada vez mais da Palavra de Deus e do Deus da
Palavra, buscando o interesse próprio, preocupados com tantas coisas que não deveriam ter
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tanta relevância, esmeram-se por apresentar uma vida “perfeita” materialmente, corpo
perfeito, casa, carro, viagens, etc., e se esquecem de suas almas. Vida sem sal e sem luz.
Infelizmente muitos cristãos, pelo menos de nome, estão nesta mesma “corrida”
vazia, alguns apenas tentam espiritualizar para manter as aparências. Gravam orações,
repassam mensagens que nem leram e quando leram nem refletiram sobre o conteúdo, fotos
de cultos, etc., mas ao final de tudo não apresentam um fé genuína, não há frutos, não há
compromisso com Deus e com sua Palavra, não há transformação real de vida. Que possamos
nos indignar contra este tipo de fé. Chega de uma fé fingida e sem obras, morta conforme diz
Tiago (BÍBLIA, 2020e, Tg 2,26). Chega de uma vida insípida e inútil. Que a nossa luz possa
sempre brilhar diante dos homens e glorificar ao nosso Pai que está nos céus (BÍBLIA, 2020e,
Mt 5,16).

2ª Pergunta: Qual a transformação que este texto produziu em seu interior?


Preciso refletir a luz de Cristo, preciso buscar a Ele, viver conforme a Palavra de
Deus e buscar a cada dia fazer a sua vontade. Preciso ter ciência de que se sou cristão, a luz de
Cristo em mim e o sabor da Palavra de Deus devem estar presentes na minha vida. Preciso
que minhas palavras sejam temperadas com sal a fim de que eu possa responder amistosa,
agradável e corretamente àqueles que estão a minha volta (BÍBLIA, 2020d, Cl 4,6), e preciso
viver de tal forma que eu seja como uma luz que indica o caminho àqueles que me seguem e
também aos que estão longe da luz de Cristo.

3ª Pergunta: Qual a aplicação missionária do texto?


Precisamos levar sabor e luz a este mundo perdido, precisamos iluminar a vida das
pessoas que andam na escuridão por meio desta luz, cientes que não é nossa luz própria.
Tomemos como exemplo a Lua, que embora sem luz própria, reflete na melhor das hipóteses,
apenas 13% da luz do Sol (SILVEIRA, 2020), mas permite que alguém caminhando em noite
de lua cheia, possa enxergar o caminho para onde se vai, mesmo sem auxílio de qualquer
outra luz. Assim, mesmo que brilhemos infinitamente menos que nosso mestre Jesus, pois
como a Lua somos um “espelho ruim”, que possamos levar um pouco de luz, mesmo que
fraca, a vida daqueles que andam em completa escuridão. Esta é a parte da Igreja na Missio
Dei. Precisamos que Cristo seja glorificado em nossas obras não para que sejamos salvos, mas
porque ele já nos salvou.

3º DIA – AMOR AOS INIMIGOS.


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Texto Mateus 5.43-48.

1ª Pergunta: Qual a relação do texto lido com as questões contemporâneas?


Na perícope anterior (BÍBLIA, 2020a, Mt 5,38-42) Jesus trata sobre vingança,
fazendo referência a Lei de Talião registrada no Antigo Testamento. A partir do versículo
43 continua trabalhando a questão da retribuição com base no amor, mas não simplesmente
um amor ao próximo ou àquele que nos é querido, mas um amor universal, que deve estar
disponível a todos. Retribuir o mal com o bem. O ser humano, e isso nos inclui, e a
sociedade atual, é propenso a retribuir o mal com o mal, em mesma medida ou ainda em
medida superior, mas Jesus faz o convite do amor universal, disponível à todos.
Assim, este chamado do Cristo de Deus ecoa pelos séculos e chega até nós. Faz-se
necessário entender que a vida cristã genuína precisa emanar o amor de Deus tal qual
registrado em João (BÍBLIA, 2020a, Jo 3,16). O amor ao mundo, entendido não como
sistema mundano, mas às pessoas que nele estão. Jesus traz como exemplo o próprio Deus,
que por sua graça concede sol e chuva sobre todos nós. Concede calor, luz, hidratação,
refrigério, nutrientes, etc., independentemente de sermos justos ou injustos. Portanto os
filhos de Deus devem agir da mesma forma, devem reproduzir o comportamento do Pai em
todas as situações.

2ª Pergunta: Qual a transformação que este texto produziu em seu interior?


Nossa tendência natural é amar os amigos e odiar os inimigos. Não posso dizer que
odeio meus inimigos, se é que os tenho, mas nos é comum ser indiferentes às pessoas que não
gostam de nós ou que, às vezes, tentam nos prejudicar. Orar por estas pessoas é algo que
tenho aprendido com este texto, não é algo fácil e é necessário cuidado para que não seja uma
oração pedindo a ira de Deus sobre estas pessoas. Somos tão pecadores quanto elas e a ira que
elas merecem é a mesma que merecemos. Que Deus nos ajude a amá-las e não retribuir mal
com o mal.

3ª Pergunta: Qual a aplicação missionária do texto?


Essas pessoas, que muitas vezes consideramos inimigas, não passam de pessoas
aprisionadas por Satanás, assim como seríamos se Deus não tivesse sido misericordioso
conosco, então porque não podemos pedir misericórdia para elas? Muitas são oprimidas por
espíritos malignos, infelizes, sem Deus. Elas precisam do amor de Deus tanto quanto nós.
Nossa missão no mundo como Igreja é interceder por elas, ajudá-las quando possível, mas
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nunca ignorá-las ou ser indiferentes para com as necessidades delas. Que em nosso coração
queime o amor de Deus, que nos amou e nos reconciliou consigo, mesmo sendo seus
inimigos. (BÍBLIA, 2020a, Rm 5,10)

4º DIA – AS BOAS OBRAS.

Texto Mateus 6.1-4.

1ª Pergunta: Qual a relação do texto lido com as questões contemporâneas?


O farisaísmo2 parece ser inerente ao ser humano, pelo menos ao ser humano caído,
após o pecado, não é algo exclusivo da época de Jesus. Hoje ainda temos muitas pessoas que
agem nas igrejas para se promover, e que agem fora das igrejas com o mesmo objetivo.
Fazem boas ações e/ou dão “grandes ofertas” para sua autopromoção. Muitas vezes para obter
cargos, seja dentro da própria igreja, seja um cargo público, na esfera política, por exemplo.
Muitas vezes aprovamos e reafirmamos este comportamento quando aplaudimos uma pessoa
que espalha aos quatro ventos as suas boas ações. No entanto, quando olhamos para a palavra
de Deus, ela nos revela que este tipo de pessoa está agindo como hipócrita.
Então estejamos atentos para não cair no engodo destes hipócritas e, principalmente,
para que não sejamos estes hipócritas. Que nossas boas ações sejam discretas e visando
unicamente o bem do próximo não esperando recompensa ou retribuição por nossas ações. Se
elas tiverem algum valor, que nossa recompensa venha do nosso Pai que está nos céus.

2ª Pergunta: Qual a transformação que este texto produziu em seu interior?


O texto me remete ao fato de que, como mordomo, devo usar meus bens, e tudo
aquilo que o meu Senhor tem me disponibilizado, para auxiliar aqueles que ele coloca em
meu caminho, mas não devo usar os recursos que Deus tem me dado para me autopromover.
Boas obras com objetivo de autopromoção são em si mesmo a recompensa, por mais que
auxiliem realmente o próximo, não frutificam espiritualmente. Mas se ajudar os outros sem
nenhuma pretensão, Deus, por sua graça me recompensará, e quão melhor será essa
recompensa!

3ª Pergunta: Qual a aplicação missionária do texto?

2
Termo usado aqui em sentido figurado — falsidade, hipocrisia, conforme Dicionário Priberam da Língua
Portuguesa Disponível em: < https://dicionario.priberam.org/farisa%C3%ADsmo>. Acesso em: 08 jun. 2020.
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Precisamos entender que faz parte do Reino de Deus auxiliar as pessoas em todos os
aspectos, isso incluiu abençoá-las com bens materiais. Precisamos ter um coração bondoso
para suprir as necessidades das pessoas que estão a nossa volta, não para que sejamos
louvados, mas para que Deus possa agir na vida destas pessoas por meio de nós. Que nossa
ajuda, mesmo que financeira, seja uma maneira de Deus falar a estas pessoas sobre seu
imenso amor e sobre o chamado ao Reino de Deus. Anunciar as boas novas ao pobre e ao
necessitado fazia parte do ministério de Jesus, não podemos ignorar que a Igreja dele precisa
fazer o mesmo.

5º DIA – A ORAÇÃO MODELO.

Texto Mateus 6.5-15.

1ª Pergunta: Qual a relação do texto lido com as questões contemporâneas?


Podemos interpretar o texto em questão como uma orientação a relacionamentos.
Jesus está falando sobre se comunicar com Deus e ao mesmo tempo em como manter o
relacionamento com o próximo. O perdão é algo imprescindível se quisermos manter qualquer
relacionamento e Jesus enfatiza que somente por meio do perdão é que podemos manter nossa
comunhão com Deus. Por meio do perdão recebido dele e por meio do perdão oferecido por
nós ao nosso próximo. Somente desta forma é possível construir relacionamentos duradouros
e recíprocos que satisfazem completamente o ser humano.
No entanto hoje vemos uma sociedade orientada ao individualismo, no sentido em
que deve satisfazer suas vontades, muitas vezes, em detrimento do outro. O egoísmo e o
orgulho são, de certa forma, recomendados e incentivados por esta sociedade degradada. A
falta de perdão tem destruído famílias e levado muitas pessoas à morte. Jesus ensinou um
modelo de oração que se, não somente repetido, mas vivido, nos leva ao fortalecimento do
nosso relacionamento com ele e com o próximo, algo que nossa sociedade está extremamente
carente.

2ª Pergunta: Qual a transformação que este texto produziu em seu interior?


Desta perícope pude extrair algumas orientações preciosas. Jesus principia falando
sobre a discrição, algo que ele vem repetindo durante o sermão do monte. Orienta que preciso
buscar aquilo que Deus tem pra mim e não aquilo que os homens podem me dar. No início da
oração me leva a reverenciar o Pai e a desejar ser servo do Reino, submetendo-me a vontade
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de Deus. Inclui uma petição pelo suprimento das necessidades, perdão pelos pecados e
proteção nas dificuldades. Algo aparentemente simples, mas quando analiso o que significa e
olho para minhas inclinações percebo que é o que eu preciso fazer para me despojar do velho
homem (BÍBLIA, 2020c, Ef 4,22). Adorar a Deus e servi-lo aceitando sua vontade, buscar
nele o suprimento das minhas necessidades, receber dele o perdão pelos meus pecados e,
como Ele nos deu o exemplo, perdoar aqueles que me ofenderam e confiar que por sua
infinita misericórdia me protegerá e me livrará do mal.

3ª Pergunta: Qual a aplicação missionária do texto?


O texto é uma instrução de Jesus para que os discípulos pudesse se relacionar melhor
com Deus, mas não é uma orientação somente para eles. Deus, na sua infinita bondade almeja
que todos os homens se salvem (BÍBLIA, 2020c, 1Tm 2,4), portanto esta instrução é
estendida a todos aqueles que desejam se relacionar com Ele. Compreender esta orientação de
Jesus nos permite viver uma vida de comunhão com Deus, vida que deve ser oferecida a todos
aqueles que estão a nossa volta. Devemos contar a boa notícia de que Deus nos chama para
um relacionamento de pai e filhos onde ele nos concederá tudo aquilo que realmente
necessitamos.

6º DIA – COMBATENDO A ANSIEDADE.

Texto Mateus 6.25-34.

1ª Pergunta: Qual a relação do texto lido com as questões contemporâneas?


O texto em questão parece ter sido escrito para os dias de hoje. É como se Jesus
estive olhando para aquelas pessoas diante dele, mas contemplando a sociedade do século
XXI. É claro que a ansiedade e as preocupações exageradas com vida não são exclusividade
deste século, no entanto cada vez mais aumentam os problemas relacionados a ela, um deles,
a depressão, considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2017, como o mal
do século.
Segundo Biernath (2020) “estima-se que, de cada cinco pacientes depressivos, quatro
deles tiveram ansiedade lá no início.” O transtorno de ansiedade “[...] afeta 264 milhões de
pessoas no mundo, alta de 14,9% entre 2005 e 2015, sobretudo em virtude do envelhecimento
da população mundial. Já no Brasil, que lidera a lista de prevalência da doença, com taxa de
9,3%, muito acima da média mundial, de 3,6% [...]” (PRICE, 2020). Considerando nossa
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realidade seriam, em 2017, mais de 18 milhões de brasileiros, portanto é urgente a mensagem


de Cristo a nós: Não se preocupem! Não andem ansiosos! “Basta a cada dia o seu próprio
mal” (BÍBLIA, 2020d, Mt 6,34, grifo meu)

2ª Pergunta: Qual a transformação que este texto produziu em seu interior?


O texto me relembra que preciso depender de Deus todos os dias, por mais que
planeje algo, Deus é que está no controle de tudo (BÍBLIA, 2020d, Tg 4,14-15), não consigo
acrescentar qualquer tempo que seja à minha vida (BÍBLIA, 2020d, Mt 6,27). Se meu Pai
celeste não zelar por minha vida, pelo meu sustento e por minha proteção, de nada adiantará
minha labuta, temor ou ansiedade. (BÍBLIA, 2020d, Sl 127,1-2). Por isso a promessa do texto
é tão maravilhosa, o que preciso fazer é buscar a Deus e ao sei Reino, ser-lhe servo e “de nada
terei falta” (BÍBLIA, 2020d, Sl 23,1). Aleluia!

3ª Pergunta: Qual a aplicação missionária do texto?


Vivemos um tempo de preocupações sem precedentes, além das preocupações
cotidianas, vivemos hoje um período de incertezas e de insegurança devido a pandemia de
Covid-19 que se instalou. Mercier (2020) informa que uma pesquisa 3 da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro apresentou um aumento de 80% nos casos de ansiedade e estresse
neste período. Muitas pessoas isoladas, com medo do futuro, necessitando de uma palavra de
conforto e esperança. Muitas pessoas sem emprego, sem dinheiro para o sustento da família.
Precisamos levar a Palavra de Deus para estas pessoas sem esperança, para que elas possam
crer que o milagre vai acontecer em suas vidas. Também podemos ser o milagre em suas
vidas, auxiliando com recursos financeiros, alimentos, roupas, etc., mostrando o amor e o
cuidado de Deus por meio de nossas ações, dizendo: Você tem muito valor, o Pai celestial te
alimentará e te vestirá, não se preocupe com o amanhã! (BÍBLIA, 2020d, Mt 6,26-34).

7º DIA – CASA SOBRE A ROCHA.

Texto Mateus 7.24-27.

1ª Pergunta: Qual a relação do texto lido com as questões contemporâneas? (Mínimo 10


linhas)

3
A pesquisa foi feita por meio de questionário on-line entre 20 de março e 20 de abril e contou com a resposta
de 1.460 pessoas de 23 estados brasileiros.
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No relato de Lucas sobre o mesmo fragmento do sermão, Jesus principia com uma
pergunta: “Por que vocês me chamam ‘Senhor, Senhor’ e não fazem o que eu digo?”
(BÍBLIA, 2020b, Lc 6,46), ou seja, existe uma relação entre a perícope anterior registrada em
Mateus, conforme divisão da Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH), e esta sobre os
dois alicerces. Só entra no Reino dos Céus quem faz a vontade do Pai, mesmo porque quem
entra no Reino proclama Deus como Rei e, obviamente, precisa se submeter a Ele. Este
último trecho do sermão do monte registrado por Mateus e também por Lucas evidencia a
necessidade de observarmos os ensinamentos que Jesus estava repassando no sermão do
monte.
No entanto, assim como naquela época hoje ainda vemos pessoas dentro das igrejas,
se dizendo cristãs e vivendo em desacordo com a Palavra de Deus, portanto Cristo conclui
enfatizando que não adianta construir, edificar, viver somente ouvindo a Palavra Deus, é
imprescindível a todos nós, se quisermos ter uma vida realmente alicerçada em Deus, que
pratiquemos seus ensinamentos. Tiago (BÍBLIA, 2020b, Tg 1,22-25) trata sobre isso dizendo
que seremos bem aventurados se assim fizermos, no entanto quem não pratica a Palavra está
se enganando.
O texto e Mateus nos informa que sobre a casa dos dois homens sobreveio
intempéries. A diferença não está nas situações da vida, mas em como cada casa resistirá a
estas situações. Uma cairá e outra se manterá firme. Que cada servo de Cristo entenda esta
verdade e edifique sua casa na rocha, como diz Lucas (BÍBLIA, 2020b, Lc 6,48), cave bem
fundo para que no dia da adversidade possa permanecer firme na Rocha que é Cristo Jesus
(BÍBLIA, 2020b, Cl 2,7).

2ª Pergunta: Qual a transformação que este texto produziu em seu interior?


É necessário buscar o conhecimento do Senhor e de sua Palavra, é imprescindível a
leitura e o estudo da Bíblia, entender sua orientações e suas aplicações à minha vida, mas isso
de nada adiantará se eu não obedecer estes ensinamentos, se eu não praticar aquilo que Jesus
nos orientou. Não se trata de algo fácil. Por mais que haja uma dificuldade no estudo da
Bíblia, não se compara a dificuldade de praticá-la, isso porque nosso homem natural, o velho
homem, inclina-se para a carne (BÍBLIA, 2020b, Rm 8,5), portanto é necessário que eu me
entregue a Deus continuamente, pedindo sua Graça e a direção do Espírito Santo para que Ele
desenvolva em mim o seu fruto (BÍBLIA, 2020b, Gl 5,22-23).

3ª Pergunta: Qual a aplicação missionária do texto?


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Este texto nos traz a esperança tal qual Jesus afirma em João (BÍBLIA, 2020b, Jo,
16,33). No mundo teremos aflições, dificuldades, angústias, mas se estivermos construindo
nossas vidas segundo o fundamento da Palavra de Deus, conforme os ensinamentos de Cristo,
podemos nos animar e nos alegrar, pois assim como ele venceu o mundo, nós também, por
sua graça, venceremos. Portanto podemos levar as pessoas esta boa notícia: Estejam em paz,
cavem bem fundo e coloquem seus alicerces na rocha e sua edificação subsistirá
eternamente!

REFERÊNCIAS

AGOSTINHO, Santo. Sobre a vida feliz. Petrópolis: Vozes, 2017. 2º Reimpressão.

BÍBLIA, Português. Bíblia Sagrada: Antigo e Novo Testamento. Tradução King James
Atualizada. Abba Press & SBIA: São Paulo, 2012.

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BIERNATH, André. Transtorno de ansiedade: sem tempo para o agora. Disponível em:
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DISCIPLINA: ESPIRITUALIDADE CRISTÃ
Bacharelado em Teologia

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