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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas


Curso de Licenciatura em Administração Pública

O papel das Comunidades na Formulação das Políticas públicas

Lindoca Manuel Nhacuongue: 71220674

Quelimane, Novembro de 2023


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

Curso de Licenciatura em Administração Pública

Trabalho de campo a ser submetido


a coordenação de curso de
licenciatura em Administração
Publica da UniSCED

O papel das comunidades na formulação de políticas públicas

Lindoca Manuel Nhacuongue: 71220674

Quelimane, Novembro de 2023


Índice
1. Introdução............................................................................................................................4
1.1. Objetivos......................................................................................................................4
1.1.1. Objectivo Geral....................................................................................................4
1.1.1.1. Objectivos Específicos......................................................................................4
2. Políticas públicas..................................................................................................................3
3. Formulação de Políticas Públicas.........................................................................................3
4. Atores que podem Formular as políticas públicas................................................................4
5. O Papel das Comunidades na Formulação das Políticas Públicas........................................5
6. Conclusão.............................................................................................................................8
7. Referência bibliográfica.......................................................................................................9
1. Introdução

As políticas públicas são fundamentais para as democracias modernas são


essencialmente por meio delas que o Estado ou os governos entram em ação. Hoje
compreende-se que as políticas públicas podem partir também de ações do mercado e da
sociedade civil, e é fundamental que exista participação em todos os momentos, desde a
elaboração até a avaliação.

O presente trabalho debruça-se em torno do papel das Comunidades na


Formulação das Políticas públicas, no curso de Licenciatura em Administração Pública,
2º Ano. Em concernente a elaboração do mesmo usaram-se vários artigos publicados na
internet, livros, e entre outros, no que culminou a uma pesquisa bibliográfica.

1.1. Objetivos
1.1.1. Objectivo Geral
 Analisar o papel das Comunidades na Formulação das Políticas públicas.
1.1.1.1. Objectivos Específicos
 Definir Políticas Públicas;
 Identificar os atores que interferem na formulação de políticas públicas;
 Descrever o papel das Comunidades na Formulação das Políticas
públicas.
2. Políticas públicas

Política pública é considerada como uma orientação que é elaborado para


enfrentar um problema do público, um plano de acção ponderado para orientar
algumas decisões e alcançar alguns resultados, na qual o termo é aplicado para
governos, organização do setor privado e individuos.

São dispositivos que o Estado utiliza para exercer as suas funções


públicas para atender a demanda social e resolver problemas que afectam a
colectividade. Diz respeito a disponibilização de certos recursos e alguns
esforços na tentativa de solucionar certos problemas da coletividade.

Segundo Lopes (2002, Apud Adolfo, 2016, p.17) “políticas públicas são
o conjunto de programas, acções e actividades desenvolvidas pelo Estado,
directa ou indirectamente, com a participação de entidades públicas ou
privadas”. Na mesma linha de pensamento MASC (2010) afirma que as políticas
públicas têm em vista satisfazer os direitos e necessidades das populações ou
grupo de pessoas específicas.

Políticas públicas são leis e estratégias criadas para beneficiarem uma


população, onde são feitos planos de novos projectos em prol de melhoria que
venham a beneficiarem economicamente uma sociedade, criando novas infra-
estruturas, serviços, e contribuindo, sobretudo, na geração de emprego e na
melhoria na vida social. (Araújo 2010 cit. Em Azevedo, Nhantumbo & Banze.
(2017, p.198).

3. Formulação de Políticas Públicas

A legitimidade do Governo, neste caso o poder político na formulação


das políticas é lhe atribuido por meio de eleições, na qual os cidadãos são
levados a eleger (votar), um representante seguindo das suas políticas
governamentais.

Segundo Cash e Sanchez (2003:5), estabelece que:

“No entanto, não basta reduzir o processo de formulação de políticas a um


único actor (o Governo) ou tornar este processo “exclusivista” ou “elitista”,
porque “o sucesso das políticas requer necessariamente que se tomem em conta

3
os pontos de vista das organizações da sociedade civil, representando todas as
esferas da vida”.

Assim para, Lasswell (198426) citado por Pedone (1982:22), entende por
“uma politica pública quem ganha o quê, como e quando. Assim sendo, a
política pública para este autor é vista como um plano de acção orientado para
um certo objectivo, metas preestabelecidas e um alvo concreto”.

Segundo Pedone (1982, p. 6), afirma que:

“Nesta perspectiva, a formulação de políticas públicas constitui um sub-


processo integrado no processo de políticas públicas e nenhum dos elementos
(entrada dos assuntos na agenda politica, formulação, decisão, implementação e
avaliação/monitoria) do processo é independente dos outros e menos ainda
independente do ambiente da cultura politica29 e dos grupos ao redor da
política”.

Para Pedone (ibid), o subprocesso de formulação de políticas públicas


não é independente da forma como decorre captação e entrada de alguns
assuntos na agenda politica e o seu processo de tomada de decisão e assim como
o contexto político, económico e social das práticas politica, e dos grupos que
possam influenciar ou são afetados pela política.

Para Monteiro (1982, p. 8), afirma que “politica pública é um curso de


acção conscientemente escolhido e orientado para um determinado fim. E para
este autor se equipara uma política pública a uma política governamental”.

Tanto Pedone, Monteiro como Lasswell, o conceito de política pública é


sinonimo de um plano de acção orientado para um certo objectivo.

4. Atores que podem Formular as políticas públicas

Os atores políticos são inúmeros e variam segundo cada tipo de política


pública no qual estão envolvidos, ou seja, são específicos. Cada ator político
pode exibir lógicas próprias de comportamento, interesses próprios e recursos de
poder próprios.

4
Por “recursos de poder” entendem-se os variados instrumentos mediante
os quais os atores podem tentar influir no curso das decisões e negociar
politicamente, como: recursos financeiros, posições de autoridade, capacidade
de mobilização política, reputação, vínculos com outros atores relevantes,
habilidades estratégicas, conhecimento, informação, etc.

Segundo Pinho (2011, p. 14) define os “principais atores” de uma forma


bastante ampla, na qual se confunde a condição de ator com a de lócus
institucional, incluindo até certos resultados, como “acordos”, do modo que se
pode constatar na citação seguinte:

 Poder Executivo: tido como o principal lócus de formulação e gestão de


políticas públicas, a ponto de ser considerado por alguns como o único.
 Poder Legislativo: senadores, deputados e vereadores, além de
conselheiros dos tribunais de contas, têm importância fundamental na
análise, legitimação e fiscalização de políticas públicas.
 Poder Judiciário: decisões de juízes das diferentes instâncias podem
alterar por completo uma política pública estabelecida (saúde, p.e.).
 Outras esferas de governo: estadual e municipal.
 Organizações da sociedade civil: ONGs, entidades de classe, sindicatos,
associações, grupos de interesse etc. influenciam na formulação e
fiscalização.
5. O Papel das Comunidades na Formulação das Políticas Públicas

Segundo Kingdon (2003), estabelece que “No modelo proposto por


Kingdon, as comunidades são caracterizadas como um conjunto de especialistas
que compartilham uma preocupação em relação a uma área específica (saúde,
educação, habitação, transporte etc.)”.

Para o Kingdon (2003), afirma que:

“Tais especialistas podem fazer parte do governo, como assessores


parlamentares, servidores do poder executivo ligados a atividades de
planejamento, orçamento, ou às diversas áreas funcionais. Da mesma forma, os
especialistas podem integrar consultorias, grupos de interesse ou instituições de
pesquisa, em organizações não estatais. Em comum, esses atores compartilham
preocupações com relação a uma determinada área de política”.

5
Em algumas comunidades, as interações se processam de forma coesa e
integrada, como relata Kingdon (2003, p. 117). Nesses espaços, embora os
participantes tenham vínculos profissionais distintos, as interações são
frequentes, formando um grupo relativamente pequeno em que os participantes
se conhecem e se reconhecem.

Kingdon (2003), enfatiza que “Em áreas de políticas nas quais


comunidades são mais coesas (como no caso da saúde), os integrantes
compartilham perspectivas, orientações e referenciais mais gerais sobre os temas
que os unem. Dessa forma, os entendimentos são compartilhados e a
comunidade se torna cada vez mais integrada”.

Segundo Kingdon (2003), estabelece que:

“Por outro lado, em comunidades fragmentadas (como no exemplo dos


transportes), a ausência de um entendimento comum torna as próprias
comunidades também mais instáveis. Como resultado, a formulação das
políticas de saúde tende a se apresentar de forma mais estruturada, o que pode
facilitar seu ingresso na agenda, ao contrário das questões oriundas de
comunidades mais fragmentadas, como no exemplo da área de transportes”.

As comunidades são consideradas pelo autor como espaços fundamentais


para a geração e experimentação de ideias que podem ser desenvolvidas e
adotadas como políticas públicas pelos tomadores de decisão. São espaços de
debate e difusão, essenciais à dinâmica do fluxo de soluções ou alternativas
(policy stream).

São também regidas por uma lógica distinta do fluxo político (political
stream), funcionando de forma independente do calendário eleitoral ou de
mudanças nos postos de comando da alta burocracia.

As comunidades também não são diretamente afetadas pelas pressões da


opinião pública sobre a ação governamental. Por outro lado, as ideias geradas
nas comunidades não estão necessariamente ligadas a problemas a serem
resolvidos (problems stream). O modelo, baseado em três processos (ou fluxos)
que afetam a formação da agenda governamental problemas, soluções ou

6
alternativas e contexto político – pressupõem certa independência entre esses
três elementos.

Atividade das comunidades, entretanto, não constitui condição suficiente


para explicar o ingresso de uma questão na agenda governamental, uma vez que
o modelo destaca a importância da confluência entre as propostas (geradas pelas
comunidades no fluxo de soluções), a percepção de problemas (no fluxo de
problemas) e um contexto político favorável (fluxo político).

Ou seja, as comunidades e as ideias que circulam nesses espaços são


importantes mas não explicam, por si sós, mudanças em políticas públicas. É
importante considerar, ainda, o papel exercido pelos empreendedores de
políticas públicas – indivíduos ou grupos de indivíduos considerados
fundamentais para a mudança na agenda governamental no modelo de múltiplos
fluxos.

Uma das tarefas principais dos empreendedores consiste na defesa de


ideias a respeito de problemas e soluções relacionados a uma política, e grande
parte dessa atividade se desenvolve junto às comunidades.

Os empreendedores atuam na estruturação do debate interno das


comunidades a respeito de possíveis mudanças a serem introduzidas numa
política, defendendo relações causais entre problemas e soluções, destacando
aspectos de propostas que sejam adequados aos seus membros.

Além disso, o empreendedor atua nas conexões entre uma comunidade e


outros grupos, por meio do estabelecimento de contato com diferentes
audiências, da difusão e experimentação de ideias (Capella, 2016a).

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6. Conclusão

Em concernente ao término do trabalho, conclui-se que as Política


pública é considerada como uma orientação que é elaborado para enfrentar um
problema do público, um plano de ação ponderado para orientar algumas
decisões e alcançar alguns resultados, na qual o termo é aplicado para governos,
organização do setor privado e indivíduos. As políticas públicas são o conjunto
de programas, ações e atividades desenvolvidas pelo Estado, direta ou
indiretamente, com a participação de entidades públicas ou privadas.

As comunidades são consideradas pelo autor como espaços fundamentais


para a geração e experimentação de ideias que podem ser desenvolvidas e
adotadas como políticas públicas pelos tomadores de decisão. São espaços de
debate e difusão, essenciais à dinâmica do fluxo de soluções ou alternativas. São
também regidas por uma lógica distinta do fluxo político (political stream),
funcionando de forma independente do calendário eleitoral ou de mudanças nos
postos de comando da alta burocracia.

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7. Referência bibliográfica
1. Adolfo, M. P. (2016). Políticas públicas de desenvolvimento: Um olhar
sobre o PERPU com estratégia de empoderamento da mulher na cidade
de Lichinga. Lichinga
2. Cash, K & Sanchez, D. (2003). Redução da pobreza ou repetição de
erros? Uma crítica da sociedade civil aos documentos de estratégias de
redução da pobreza. São Paulo.
3. Kingdon, J. (2003). Agendas, alternatives, and public policies. Nova
Iorque.
4. MASC. (n.d.). Manual de formação: Manual de advocacia de
governação. Maputo. Mecanismo de Apoio à Sociedade Civil. (2010).
Manual de monitoria da governação. Maputo:
5. Monteiro, A. P. (1995). Faces e Contra Faces na Identidade Civil
Moçambicana. Maputo
6. Pedone, L. (1982). Formulação, Implementação e Avaliação de políticas
públicas (SL). São Paulo.
7. Pinho, C. T. (2011). O Desafio da Informação para Formulação,
Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas. Brasília

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