Você está na página 1de 30

POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE

1
NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação
e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade
oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos
que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino,
de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

2
Sumário
NOSSA HISTÓRIA ..................................................................................................... 2

Introdução .................................................................................................................. 4

Políticas públicas ...................................................................................................... 5

O ciclo das políticas públicas................................................................................................... 7

Identificação do problema: ................................................................................................. 8

Formação da agenda ........................................................................................................... 9

Formulação das alternativas e tomada de decisão ............................................................. 9

Implementação ................................................................................................................. 10

Avaliação ........................................................................................................................... 10

Políticas públicas em saúde................................................................................... 11

Programas para políticas públicas de saúde ......................................................................... 15

Atividade ........................................................................................................................... 16

Projeto ............................................................................................................................... 16

Operação Especial ............................................................................................................. 16

Objetivos das políticas públicas em saúde ........................................................................... 17

Funções essenciais da saúde pública .................................................................................... 18

O Sistema Único de Saúde (SUS) .......................................................................... 19

Diretrizes do SUS ................................................................................................................... 20

Planejamento do financiamento em saúde no Brasil ........................................... 23

Referências .............................................................................................................. 28

3
Introdução

A saúde pública consiste em um conjunto de ações e serviços de caráter


sanitário que tenham como objetivo prevenir ou combater patologias ou quaisquer
outros cenários que coloquem em risco a saúde da população. Como é dever do
estado assegurar serviços e políticas voltadas para a promoção da saúde e bem-
estar da população, além do termo saúde pública podemos usar o termo saúde
coletiva.

Veremos ao longo desse caderno, um pouco de conceitos para políticas


públicas, a divisão “político-administrativa” do sistema de saúde pública no Brasil,
seus níveis de assistência e a descentralização; analisando as perspectivas da
política de saúde brasileira.

Esse arcabouço teórico se faz mister para compreendermos as políticas


públicas especificas para o segmento da pessoa idosa que tem crescido
sobremaneira não só a nível nacional, mas mundial.

4
Políticas públicas

Em apartada síntese vamos falar um pouco sobre as origens das políticas


públicas para então, compreendermos a importância destas para a área da saúde.

Tomando como ponto de partida as Ciências Políticas, o termo “políticas


públicas” remete a um conceito recente e ao mesmo tempo amplo. A partir da
segunda metade do século XX a produção acadêmica norte-americana e europeia
se debruçou sobre estudos que tinham por objetivo analisar e explicar o papel do
Estado, uma vez que suas instituições administrativas impactam e regulam diversos
aspectos da vida em sociedade. Nesse sentido podemos inferir que as políticas
públicas estão diretamente associadas às questões políticas e governamentais que
mediam a relação entre Estado e sociedade.

Na área governamental, propriamente dito, a introdução da política pública


como ferramenta das decisões do governo é produto da Guerra Fria e da
valorização da tecnocracia como forma de enfrentar suas consequências.

Seu introdutor no governo dos EUA foi Robert McNamara que estimulou a
criação, em 1948, da RAND Corporation, organização não-governamental financiada
por recursos públicos e considerada a precursora dos think tanks.

O trabalho do grupo de matemáticos, cientistas políticos, analistas de sistema,


engenheiros, sociólogos, entre outros, influenciados pela teoria dos jogos de

5
Neuman, buscava mostrar como uma guerra poderia ser conduzida como um jogo
racional. A proposta de aplicação de métodos científicos às formulações e às
decisões do governo sobre problemas públicos se expande depois para outras áreas
da produção governamental, inclusive para a política social (SOUZA, 2006).

As políticas públicas têm íntima relação com o estado de bem-estar social,


que nada mais é do que “buscar a qualidade de vida das pessoas”, ou seja, um
estado que reúne um conjunto de fatores que levam o sujeito a ter uma existência
tranquila e viver com satisfação.

No Estado de Bem-Estar, também chamado de Estado-providência (Welfare


State) ou ainda Estado Social, o Estado é forte: presta muitos serviços públicos, atua
combatendo a pobreza, e também subsidiando empresas (subsídios incluem
construir hidrelétricas, telecomunicações e petroleiras para melhorar o sistema).
Nesta orientação, o Estado de Bem-Estar intervém na economia e na sociedade
com o fim de estimular o desenvolvimento e proporcionar, com mecanismos
reguladores e de seguridade social, condições de vida mínimas à grande maioria da
população (CRUZ, 2001).

O surgimento do Estado de Bem-Estar social pressupôs a garantia de


materializar direitos como a vida, a saúde e a alimentação. A partir deste momento,
o caráter assistencial e de caridade começa a desaparecer e os benefícios
começam a serem percebidos como direitos da cidadania. Mas, neste período, estes
direitos ainda eram considerados como dádivas provenientes de um Estado bom
(FREIRE Jr, 2005).

Batista et al. (2008) corroboram ao afirmarem que as políticas promovidas


pelos Estados de Bem-Estar Social no pós-guerra levaram a uma melhoria
considerável das condições de vida e de trabalho, contribuindo para o aumento
progressivo da expectativa de vida de suas populações.

De modo geral, as políticas públicas são atravessadas pelos campos da


Economia, Administração, do Direito e das Ciências Sociais. Elas se traduzem em
políticas econômicas, políticas externas (relações exteriores), políticas
administrativas e outras tantas, sempre com referência nas ações do Estado.

6
Em se tratando das políticas públicas sociais, estas são as que mais se
aproximam da vida cotidiana, as quais estão comumente organizadas em políticas
públicas setoriais (como por exemplo, saúde, educação, saneamento básico,
transporte, segurança etc.).

As políticas públicas são “programas de ação governamental visando a


coordenar os meios à disposição do estado e as atividades privadas, para a
realização de objetivos relevantes e politicamente determinados” (BUCCI, 2002, p.
241).

“Políticas públicas são os meios necessários para a efetivação dos direitos


fundamentais, uma vez que pouco vale o mero reconhecimento formal de direitos se
ele não vem acompanhado de instrumentos para efetivá-los” (FREIRE JR., 2005, p.
48).

Anote aí!

As políticas públicas não devem ser consideradas como a solidariedade ou


dádivas de um estado bom em prol do bem-estar de toda população, por meio de
um discurso caridoso e evasivo. Estas políticas não podem ser estruturadas apenas
como meios de promoção política e discurso eleitoreiro. Devem ser formuladas e
implementadas segundo as necessidades reais da população!

Definições simples para políticas públicas:

Lynn (1980): conjunto de ações do governo.

Dye (1984): qualquer coisa que o governo opte por fazer ou por não fazer.

Peters (1986): soma de todas as atividades desenvolvidas por um governo,


direta ou indiretamente (PASSADOR, 2018).

O ciclo das políticas públicas

Que há uma demanda gigantesca por diversas políticas públicas que


solucionem a grande cesta de problemas sociais, é fato. Por outro lado, sabemos
que os recursos não são infinitos. Desse modo, a gestão das políticas públicas

7
depende fortemente, entre outras coisas, da capacidade técnica dos(as)
servidores(as) públicos(as) e do orçamento público.

Pois bem, fazendo um gancho com a última anotação acima, compreender o


que são políticas públicas também implica no entendimento do processo de
elaboração e execução das mesmas. De forma didática, é possível compreender o
desenvolvimento das políticas públicas por meio do que chamamos “Ciclo de
políticas públicas” – um esquema de visualização que organiza as fases envolvidas
nesse processo.

Figura 1 – Ciclo das Políticas Públicas

Identificação do problema:
Podemos entender problema como a discrepância entre o status quo e uma
situação ideal.

Por sua vez, um problema político seria a diferença entre o que se gostaria
que fosse e o que é a realidade pública.

Assim, do olhar técnico-administrativo da gestão pública em conjunção com


as demandas sociais que os problemas são identificados.

8
Formação da agenda
Nessa etapa forma-se uma agenda de itens que precisam ser trabalhados
com urgência e prioridade pelo governo;

Agenda é um conjunto de assuntos sobre os quais o governo e pessoas


ligadas a ele concentram sua atenção num determinado momento (KINGDOM, 2003
apud PASSADOR, 2018).

A agenda por ser formal, política ou mesmo da mídia.

Agenda formal é uma agenda institucional, que elenca problemas que o


governo decidiu enfrentar.

Na agenda política teremos os problemas considerados relevantes pela


comunidade política.

A agenda da mídia agrega a agenda dos meios de comunicação ou sofre


influência das duas citadas acima.

Formulação das alternativas e tomada de decisão


A formulação de alternativas é fundamental para que os gestores identifiquem
soluções possíveis.

Nesta etapa acontece a tomada a decisão de qual a solução mais viável.

Na formulação vamos elaborar os programas, métodos, estratégias ou ações


que alcançarão os objetivos estabelecidos.

Os objetivos de uma política pública, são os resultados esperados por


políticos, analistas (e outros atores) para uma política pública.

9
Implementação
Fase na qual são implementadas, ou seja, colocadas em prática as políticas
formuladas, sempre observando o planejamento e organização dos recursos
humanos e materiais utilizados para operacionalizar a política pública pensada.

Avaliação
É importantíssimo que haja avaliação e monitoramento constante por parte
dos gestores públicos e da sociedade civil. Só assim é possível observar se a
política pública em questão conseguiu ser eficiente, eficaz e efetiva em relação ao
problema identificado.

Anote aí!

O ciclo das políticas é que um processo que leva em conta:

a) A participação de todos os atores públicos e privados na elaboração das


políticas públicas, ou seja, governantes, políticos, trabalhadores e empresas;

b) O poder que esses atores possuem e o que podem fazer com ele;

c) O momento atual do país no aspecto social (problemas, limitações e


oportunidades);

d) Organização de ideias e ações.

10
Políticas públicas em saúde

Desde a década de 1930, a questão social vem sendo uma bandeira


levantada por diversos setores da sociedade e por vários motivos. Naqueles tempos,
principalmente devido à necessidade da qualificação da força de trabalho e o
desenvolvimento econômico correspondentes ao processo de industrialização que
se instaurava no país.

As políticas sociais iniciadas a partir da década de 1930 destinaram-se então


a permitir alcançar, concomitantemente, os objetivos de regulação dos conflitos
surgidos do novo processo de desenvolvimento econômico e social do país e de
legitimação política do Governo. Para compreendermos como isso se tornou
possível, faz-se mister relacionarmos os novos serviços sociais realizados pelo
poder público às emergentes necessidades de reprodução e qualificação da força de
trabalho nacional.

Vamos tomar como ponto de partida para analisar as políticas públicas


direcionadas para saúde, meados dos anos 50 do século XX quando os indicadores
de saúde começaram a registrar progressos e mesmo quando se iniciou o processo
de implementação. Assim, ao longo desses setenta anos, dentre outros elementos,
encontramos que a esperança de vida média do brasileiro aumentou
consideravelmente e a taxa de mortalidade infantil diminuiu quase quatro vezes, o
que, de acordo com Médici (2007), nos mostra mudanças consideráveis em termos
de promoção de saúde, entretanto, há que se ressaltar que infelizmente essas
constatações não querem dizer que todos participam ou se beneficiam dela.

Segundo o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001), as linhas de atuação devem


proporcionar à população condições e requisitos necessários para melhorar e
exercer controle sobre sua saúde, envolvendo a paz, a educação, a moradia, o
alimento, a renda, um ecossistema estável, justiça social e equidade.

No entanto, como apontam Teixeira, Paim e VilasBôas (1998), o movimento


de promoção da saúde no país é indissociável do processo de reorientação das
políticas de saúde na década de 90 e de seus múltiplos desdobramentos
institucionais e políticos. As Normas Operacionais Básicas (NOBs), a partir de 1991,
estruturaram e aprofundaram o processo de descentralização do Sistema Único de

11
Saúde (SUS) e reorientaram o modelo assistencial, favorecendo a ampliação do
acesso aos serviços de saúde, a participação da população e a melhoria do fluxo de
recursos financeiros destinados à saúde entre a união, estado e municípios.

A implementação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS),


do Programa de Saúde da Família (PSF) e a criação da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA) foram, igualmente, iniciativas que pavimentaram a
trajetória da promoção da saúde. Neste sentido, pode-se dizer que a Política de
Promoção da Saúde agregou aos princípios norteadores do Sistema Único de
Saúde (SUS), propostas que reconhecem a necessidade de transformar o perfil de
intervenção e que aprofundam a análise da interdependência entre problemas
sociais e de saúde.

Nessa direção, as políticas de saúde pública assumem um papel de extrema


importância, enquanto estratégias governamentais, capazes de criar condições
sanitárias favoráveis, visando preservar a saúde dos membros de uma sociedade,
principalmente para os segmentos sociais menos favorecidos economicamente.
Segundo Lucchese (2004), nesse processo foram ainda intensamente valorizados o
potencial individual e comunitário para participar das escolhas e decisões públicas
sobre a política de saúde.

A municipalização da Saúde no Brasil, nosso ponto de chegada, é fruto de um


longo processo, surgindo na década de 1950, pautada pelas concepções do
chamado “sanitarismo desenvolvimentista”, mas que se desenvolveu somente na
década de 1970, em cidade como Londrina (PR), Campinas (SP) e Niterói (RJ), com
experiências de formulação de políticas locais de saúde e de organização de redes
municipais baseadas nos princípios da atenção primária, divulgada pela Conferência
de Alma Ata/OMS e da medicina comunitária.

De âmbito nacional, a assistência médica previdenciária era a principal forma


de prestação de atenção à saúde, caracterizando-se pelo atendimento clínico
individual, com privilégio da atenção hospitalar e especializada, estando ausente
qualquer medida de saúde pública de promoção da saúde ou prevenção de
doenças, que por sua vez, eram executadas em serviços de saúde pública,
organizados em estrutura governamental diversa e com aporte financeiro
extremamente reduzido.

12
Os serviços de saúde pública de responsabilidade do Ministério da Saúde e
das Secretarias Estaduais de Saúde, cuidavam basicamente das doenças
infecciosas de caráter endêmico e epidêmico, com alguma ênfase na educação em
saúde. A assistência médica nesses serviços era completamente subordinada ao
enfoque coletivo, sendo oferecida com o objetivo de controlar a
incidência/prevalência das doenças infecciosas, em detrimento da demanda
espontânea por assistência médica individual.

Devido às consequências do modelo econômico vigente na década de 70 e o


endividamento do país, mais precisamente após a segunda metade da década, o
modelo previdenciário brasileiro entrou numa aguda crise financeira, que foi o
primeiro passo para a descentralização.

Até a década de 1980, o sistema de saúde era centralizador e em 1987,


inicia-se a criação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS) -
primeiro movimento na direção da descentralização e hierarquização. Na
Constituição Federal de 1988 foram estabelecidos os princípios de universalização
do direito à saúde e ao atendimento médico gratuito como deveres do Estado.

Em 1990, foi criado o Conselho Nacional de Saúde e instituída a Lei 8.080


que dispõe sobre a criação do Serviço Único de Saúde (SUS) e estabelece o
conjunto de ações que devem ser seguidas por instituições públicas, federais,
estaduais e municipais, bem como a Conferência e o Conselho de Saúde
regulamentaram a participação da comunidade na gestão do SUS através da Lei n.
8142.

De acordo com Brasil (2002), a nossa Constituição Federal (1988)


estabeleceu em seu artigo 196 que a saúde é “direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de
doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e aos
serviços para sua promoção, proteção e recuperação”, o que vem ampliar o conceito
de saúde firmado na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Essa ampliação é um resultado de vários fatores determinantes e


condicionantes como alimentação, moradia, saneamento básico, meio ambiente,
trabalho, renda, educação, transporte, lazer, acesso a bens e serviços essenciais.

13
Por isso, as gestões municipais do SUS – em articulação com as demais
esferas de governo – devem desenvolver ações conjuntas com outros setores
governamentais, como meio ambiente, educação, urbanismo, entre outros, que
possam contribuir, direta ou indiretamente, para a promoção de melhores condições
de vida e da saúde para a população.

Embora já tenhamos discorrido sobre conceitos e definições para as Políticas


Públicas, é importante frisar que são as decisões de um governo em diversas áreas
que influenciam a vida de um conjunto de cidadãos. São os atos que o governo faz
ou deixa de fazer e os efeitos que tais ações ou a ausência destas provocam na
sociedade.

Enfim, políticas públicas são diretrizes tomadas que visam a resolução de


problemas ligados à sociedade como um todo, englobando saúde, educação,
segurança e tudo mais que se refere ao bem-estar do povo.

Ao contrário de uma decisão política, uma política pública envolve muito mais
que uma vontade ou uma decisão, propriamente dita. Ela requer diversas ações
estrategicamente selecionadas para implementar as decisões tomadas. Portanto, é
necessário que sejam expressas, manifestas e se traduzam em recursos no
Orçamento. Só a intenção não é suficiente, é preciso vinculá-las aos recursos.

Em termos de saúde, é o conjunto de ações e serviços de saúde, prestados


por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração
direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público. Consiste de um
conjunto normativo, institucional e técnico que materializa a grande política de saúde
desenhada para o país a partir da Constituição de 1988.

Embora integrando o campo das ações sociais, orientadas para melhoria das
condições de saúde da população e dos ambientes naturais, social e do trabalho,
especificamente em relação a política pública para saúde, podemos dizer que ela
organiza as funções públicas governamentais, através da promoção, proteção e
recuperação da saúde dos cidadãos e da coletividade.

De acordo com Lucchese (2004), as políticas públicas no Brasil se orientam


pelos princípios da universalidade e equidade no acesso às ações e serviços e pelas
diretrizes de descentralização da gestão, de integralidade do atendimento e de

14
participação da comunidade, na organização de um sistema único de saúde no
território nacional.

Uma vez que elas se materializam através de ações concretas envolvendo


sujeitos e atividades institucionais, em determinado contexto e condicionando
resultados, elas precisam de acompanhamento e avaliação permanentes.

Eis que chegamos aos programas!

Programas para políticas públicas de saúde

As políticas públicas acontecem através dos programas, definido no glossário


temático referente ao sistema de Planejamento, Monitoramento e Avaliação das
Ações em Saúde, lançado pelo Ministério da Saúde em 2006, como:

Instrumento de organização da ação governamental com vistas ao


enfrentamento de um problema e à concretização dos objetivos pretendidos,
sendo mensurado por indicadores. Nota: articula um conjunto coerente de
ações (orçamentárias e não-orçamentárias), necessárias e suficientes para
enfrentar o problema, de modo a superar ou evitar as causas identificadas,
como também aproveitar as oportunidades existentes. Resumidamente, são
ações permanentes para atingir objetivos precisos.

O programa:

a) Representa o elo de ligação e integração entre o planejamento e o orçamento


público (funções/ subfunções do planejamento x programas do orçamento)
(PISCITELLI et al, 2004).

b) Articula um conjunto de ações que concorrem para um objetivo comum


preestabelecido, mensurado por indicadores estabelecidos no Plano
Plurianual (PPA), visando à solução de um problema ou o atendimento de
uma necessidade ou demanda da sociedade.

Os programas são compostos por atividades, projetos e uma nova categoria


de programação denominada operações especiais.

15
Atividade
Atividade é um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um
programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo contínuo
e permanente, das quais resulta um produto necessário à manutenção da ação de
governo.

Projeto
Projeto é um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um
programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam num período
limitado de tempo, das quais resulta um produto que concorre para a expansão ou o
aperfeiçoamento da ação de governo.

Operação Especial
Operação Especial são ações que não contribuem para a manutenção das
ações de governo, das quais não resulta um produto e não geram contraprestação
direta sob a forma de bens ou serviços. Representam, basicamente, o detalhamento
da função “Encargos Especiais”. Porém, um grupo importante de ações com a
natureza de operações especiais quando associadas a programas finalísticos podem
apresentar produtos associados.

De acordo com Piscitelli et al (2004), toda a ação finalística do Governo


Federal deverá ser estruturada em programas, orientados para consecução dos
objetivos estratégicos definidos para o período no PPA. A ação finalística é a que
proporciona bem ou serviço para atendimento direto às demandas da sociedade.

São 3 (três) os tipos de programas previstos:

 Programas Finalísticos: são programas que resultam em bens e serviços


ofertados diretamente à sociedade. O indicador quantifica a situação que o
programa tenha por fim modificar, de modo a explicitar o impacto das ações
sobre o público alvo;

16
 Programas de Gestão de Políticas Públicas: os Programas de Gestão de
Políticas Públicas abrangem as ações de gestão de Governo e serão
compostos de atividades de planejamento, orçamento, controle interno,
sistemas de informação e diagnóstico de suporte à formulação, coordenação,
supervisão, avaliação e divulgação de políticas públicas. As atividades
deverão assumir as peculiaridades de cada órgão gestor setorial;

 Programas de Serviços ao Estado: Programas de Serviços ao Estado são os


que resultam em bens e serviços ofertados diretamente ao Estado, por
instituições criadas para esse fim específico. Seus atributos básicos são
denominação, objetivo, indicador (es), órgão (s), unidades orçamentárias e
unidade responsável pelo programa.

Uma vez que temos os conceitos relativos a políticas públicas e programas,


vamos para os objetivos primordiais das políticas públicas voltadas para a saúde.

Objetivos das políticas públicas em saúde

Evidentemente que os objetivos e atribuições das políticas públicas em saúde


se concentram no Sistema Único de Saúde (SUS). São eles:

a) Identificar e divulgar os fatores condicionantes e determinantes da saúde;

b) Fornecer assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção,


proteção e recuperação da saúde com a realização integrada das ações
assistenciais e das atividades preventivas;

c) Executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica;

d) Executar ações visando a saúde do trabalhador;

e) Participar na formulação da política e na execução de ações de saneamento


básico;

f) Participar da formulação da política de recursos humanos para a saúde;

g) Realizar atividades de vigilância nutricional e de orientação alimentar;

17
h) Participar das ações direcionadas ao meio ambiente;

i) Formular políticas referentes a medicamentos, equipamentos,


imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e a participação
na sua produção;

j) Controlar e fiscalizar os serviços, produtos e substâncias de interesse para a


saúde;

k) Fiscalizar e inspecionar alimentos, água e bebidas para consumo humano;

l) Participar no controle e fiscalização de produtos psicoativos, tóxicos e


radioativos;

m) Incrementar o desenvolvimento científico e tecnológico na área da saúde;

n) Formular e executar a política de sangue e de seus derivados (POLIGNANO,


2008).

Funções essenciais da saúde pública

São funções essenciais da saúde pública

a) Prevenção e controle de doenças, elaborando estratégias de vacinação;

b) Vigilância epidemiológica sobre grupos e fatores de riscos;

c) Monitoramento de situação de saúde;

d) Avaliação de eficácia/efetividade de serviços de saúde;

e) Regulação e fiscalização estabelecendo padrões de qualidade;

f) Planejamento;

g) Pesquisa e desenvolvimento tecnológico; e por fim;

h) Desenvolvimento de recursos humanos – capacitando epidemiologistas de


campo (LUCCHESE, 2004).

18
O objetivo é fazer cumprir os preceitos constitucionais que estão no artigo 196
(BARROS; PIOLA; VIANNA, 1996).

O Sistema Único de Saúde (SUS)

O Sistema Único de Saúde (SUS) foi criado pela Lei n. 8.080, de 19 de


setembro de 1990, também chamada de “Lei Orgânica da Saúde”, sendo a tradução
prática do princípio constitucional da saúde como direito de todos e dever do Estado
e estabelece, no seu artigo 7º, que:

As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou


conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS) são desenvolvidos de
acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo
ainda aos seguintes princípios:

I - Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de


assistência;

II - Integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e


contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos,
exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema;

III - Preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade


física e moral;

IV - Igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de


qualquer espécie;

V - Direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua saúde;

VI - Divulgação de informações quanto ao potencial dos serviços de saúde e a


sua utilização pelo usuário;

VII - Utilização da epidemiologia para o estabelecimento de prioridades, a


alocação de recursos e a orientação programática;

VIII - Participação da comunidade;

19
IX - Descentralização político-administrativa, com direção única em cada
esfera de governo: a) ênfase na descentralização dos serviços para os municípios;
b) regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde;

X - Integração em nível executivo das ações de saúde, meio ambiente e


saneamento básico;

XI - Conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos


da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de
serviços de assistência à saúde da população;

XII - Capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência;

XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar duplicidade de


meios para fins idênticos;

XIV – organização de atendimento público específico e especializado para


mulheres e vítimas de violência doméstica em geral, que garanta, entre outros,
atendimento, acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas reparadoras, em
conformidade com a Lei nº 12.845, de 1º de agosto de 2013 (Redação dada pela Lei
nº 13.427, de 2017).

As diretrizes do SUS são, portanto, o conjunto de recomendações técnicas e


organizacionais voltadas para problemas específicos, produzidas pelo Ministério da
Saúde, com o concurso de especialistas de reconhecido saber na área de atuação,
de abrangência nacional, e que funcionam como orientadores da configuração geral
do sistema em todo o território nacional, respeitadas as especificidades de cada
unidade federativa e de cada município.

Diretrizes do SUS
Entre as principais diretrizes, podemos lembrar:

 Diretrizes para a Atenção Psicossocial: Portaria MS/GM n. 678, de 30/3/2006.

 Diretrizes nacionais para o saneamento básico: Lei n. 11.445, de 05/01/2007.

 Diretrizes Nacionais para a Atenção à Saúde das Pessoas Ostomizadas


(instituídas pela Portaria MS/SAS n. 400, de 16/11/2009).

20
 Diretrizes da Política Nacional de Saúde Bucal, 2004.

 Diretrizes para execução e financiamento das ações de Vigilância em Saúde


pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Portaria n. 3.252/2009.

 Diretrizes para a Programação Pactuada e Integrada da Assistência à Saúde.

 Diretrizes para a Implantação de Complexos Reguladores.

 Diretrizes para a implementação do Programa de Formação de Profissionais


de Nível Médio para a Saúde (PROFAPS). Portaria n. 3.189/2009.

 Diretrizes para Implementação do Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas,


2006.

 Diretrizes para o controle da sífilis congênita: manual de bolso, 2006.

 Diretrizes para o fortalecimento para as ações de adesão ao tratamento para


as pessoas que vivem com HIV e AIDS.

 Diretrizes para Vigilância, Atenção e Controle da Hanseníase (Portaria


MS/GM n. 3.125, de 07/10/10).

 Estratégia Nacional de Avaliação, Monitoramento, Supervisão e Apoio


Técnico aos Centros de Atenção Psicossocial.

 Pacto Nacional: Um mundo pela criança e o adolescente do semiárido, 2005.

 Pacto Nacional pela Redução Mortalidade Materna e Neonatal, 2007.

 Lei n. 11.445, de 05/01/2007. Estabelece diretrizes nacionais para o


saneamento básico.

As diretrizes apontadas como exemplo, apesar de parecerem uma coisa


técnica demais, acabam tendo bastante influência no modo como os sistemas
municipais de saúde são organizados, até mesmo porque, de uma maneira geral,
elas são acompanhadas de recursos financeiros para a sua execução. O SUS é a
expressão mais acabada do esforço do nosso país de garantir o acesso universal de
seus cidadãos aos cuidados em saúde que necessitam para ter uma vida mais
longa, produtiva e feliz.

21
Embora saibamos que os bons indicadores de saúde dependem de um
conjunto de políticas econômicas e sociais mais amplas (emprego, moradia,
saneamento, boa alimentação, educação, segurança etc.), é inquestionável a
importância de uma política de saúde que, para além da universalidade, garanta a
equidade, a integralidade e a qualidade do cuidado em saúde prestado aos seus
cidadãos. Todos os investimentos e esforços visando à implantação da Estratégia
Saúde da Família (ESF) do nosso país só podem ser entendidos no contexto da
consolidação do SUS e da extensão dos seus benefícios para milhões de brasileiros
(REIS; ARAÚJO; CECÍLIO, 2012).

Anote aí!

Os sistemas de saúde talvez sejam, dentre os sistemas sociais, os de maior


complexidade relativa, devido à necessidade de operar em meio a uma
multiplicidade de objetivos, entre os quais: a equidade, a eficiência, a eficácia, a
qualidade da assistência e a satisfação do usuário.

 A equidade, visando à redução das desigualdades nas condições de saúde e


de acesso a serviços dos diferentes grupos populacionais;

 A eficácia expressa na capacidade dos sistemas de saúde para atingir seus


objetivos, seja em produtos ou resultados;

 A eficiência significando a relação favorável entre os resultados obtidos e os


recursos alocados;

 A qualidade como o recebimento pelo usuário de atenção oportuna, eficaz,


segura e em condições materiais e éticas adequadas; e, por fim,

 A satisfação, traduzida na percepção dos usuários de como os serviços


atendem às suas demandas e o grau em que acolhem sua participação
efetiva no controle público/social (MENDES, 1998).

Os serviços de saúde possuem três funções básicas:

1. cuidar da doença;

2. prevenir a doença;

22
3. promover a saúde, através da fiscalização de ambientes propícios ao
surgimento de doenças e das mais diversas campanhas de conscientização
da população.

Quanto a atenção básica, esta caracteriza-se por:

Um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que


abrangem a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o
diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. É desenvolvida
por meio do exercício de práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e
participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios
bem delimitados, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a
dinamicidade existente no território em que vivem essas populações. Utiliza
tecnologias de elevada complexidade e baixa densidade, que devem resolver os
problemas de saúde de maior frequência e relevância em seu território. É o contato
preferencial dos usuários com os sistemas de saúde. Orienta-se pelos princípios da
universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do vínculo e
continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da equidade
e da participação social (BRASIL, 2007).

A Atenção Básica considera o sujeito em sua singularidade, na complexidade,


na integralidade e na inserção sociocultural e busca a promoção de sua saúde, a
prevenção e tratamento de doenças e a redução de danos ou de sofrimentos que
possam comprometer suas possibilidades de viver de modo saudável (BRASIL,
2007).

Como gestores dos sistemas locais de saúde, os municípios e o Distrito


Federal, são os responsáveis pelo cumprimento dos princípios da Atenção Básica,
pela organização e execução das ações em seus territórios.

Planejamento do financiamento em saúde no Brasil

23
O financiamento das ações e serviços de saúde é responsabilidade das três
esferas de governo.

Nas esferas estaduais e municipais, além dos recursos orçamentários do


próprio tesouro, há os recursos que são transferidos pela União. O conjunto de
recursos, portanto, inclui, além dos que provêm do orçamento de cada instância, os
que provêm de contribuições sociais; que devem ser identificados nos fundos de
saúde para a execução das ações previstas em vários instrumentos de
planejamento.

O novo modelo de financiamento da Atenção Primaria à Saúde (APS) no


âmbito do Sistema Único de Saúde apresentado na Portaria no. 2.979 de 12 de
novembro de 2019 e pactuado na Comissão Intergestores Tripartite (CIT), altera a
lógica de financiamento da APS no Brasil. Entre as principais alterações está a
extinção do Piso da Atenção Básica (PAB fixo e variável) e a adoção da captação
ponderada, como critério para a focalização do repasse dos recursos para custeio
das equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) e equipes multiprofissionais em
saúde.

Outra alteração advinda da portaria é a revogação das equipes do Núcleo


Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB), que poderá ocasionar
a desmobilização dessas equipes no território nacional, visto os diferentes
entendimentos dos gestores municipais sobre o assunto.

O novo modelo contempla o financiamento da Atenção Primária em quatro


dimensões: Captação Ponderada, Desempenho, Programas (Incentivo) e
Provimentos.

Considerando que a APS deve ser a ordenadora de um modelo de atenção à


saúde inter e multiprofissional, comunitária, territorial, com ênfase na participação
social, tanto para o planejamento, quanto para a implementação das ações; no novo
modelo, a proposta restringe a APS a serviços biomédicos e limita o conceito de
integralidade a uma lista de serviços.

A “Carteira de Serviços da Atenção Primaria à Saúde Brasileira” privilegia o


cuidado fundamentado em um modelo de consultas individuais para a resolução de
problemas vinculados a algumas doenças, desviando-se da centralidade do cuidado

24
de base territorial, coletivo e interprofissional. Nas equipes que compõem a APS, a
proposta ministerial exclui o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) ao
não citá-los na Carteira, mencionando somente as categorias profissionais médicas,
de enfermagem e de odontologia. Além disso, não faz referência aos demais
profissionais que poderiam integrar as equipes a partir do matriciamento, assim
como não contempla a valorização de ações que fomentem a integração entre a
Vigilância em Saúde e a APS.

O Ministério da Saúde regulamentou um modelo alternativo chamado Equipe


de Atenção Primária (EAP), composta apenas por médico e enfermeiro. A Portaria
2.979 revoga todas as portarias referentes aos Núcleos de Apoio à Saúde da
Família (NASF) e, portanto, acaba com a indução do Governo Federal para o
trabalho multiprofissional na APS. Além disso, o estímulo à residência contempla
apenas a medicina, enfermagem e odontologia.

A partir de 2020, o cálculo para definição dos recursos financeiros para


incentivo para ações estratégicas deverá considerar:

I – as especificidades e prioridades em saúde;

II – os aspectos estruturais das equipes; e

III – a produção em ações estratégicas em saúde.

Para conhecimento geral, porém de forma sintética, sobre os instrumentos de


planejamento do financiamento, vejamos o quadro a seguir:

Instrumentos de planejamento do financiamento em saúde

25
FONTE: (CONASS, 2011, p. 99).

Ainda sobre financiamento no SUS, Albuquerque (2015) destacar a Lei


Complementar nº 141/2012, que:

Regulamenta o § 3º do art. 198 da Constituição Federal para dispor sobre os


valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, Estados, Distrito Federal
e Municípios em ações e serviços públicos de saúde; [..] revoga dispositivos das
Leis nº 8.080/1990 e a 8.689/1993; e dá outras providências.

A Lei nº 141/2012 está dividida em cinco capítulos, assim denominados: 1.


Disposições preliminares 2. Das ações e serviços públicos de saúde 3. Da aplicação
de recursos em ações e serviços públicos de saúde 4. Da transparência, visibilidade,
fiscalização, avaliação e controle 5. Disposições finais e transitórias.

26
Cabe enfatizar que a Lei não define o percentual da arrecadação da União,
que será aplicado, anualmente, em saúde. Contudo, explicita, no Art. 6º, que os
Estados e o Distrito Federal aplicarão, anualmente, 12% (doze por cento) da
arrecadação de impostos em ações e serviços públicos de saúde. E no Art. 7º, que
os municípios aplicarão, anualmente, 15% (quinze por cento) da arrecadação de
impostos em ações e serviços públicos de saúde. A respectiva Lei não apresenta
incompatibilidades/incoerências com o Decreto nº 7.508/2011 (ALBUQUERQUE,
2015).

27
Referências

ALBUQUERQUE, M. I. N. de. Uma revisão sobre as políticas públicas de saúde


no Brasil. Recife, 2015. Disponível em
https://ares.unasus.gov.br/acervo/html/ARES/3333/1/2saud_socie_polit_public_saud
_2016.pdf

BARROS, M. E.; PIOLA, S. F; VIANNA, S. M. Política de Saúde no Brasil. Textos


para Discussão n.401 Brasília: fevereiro, 1996.

BATISTA, A. S. et al. Envelhecimento e dependência: desafios para a organização


da proteção social. Brasília: MPS/SPPS, 2008. (Coleção Previdência Social, v. 28).

BRASIL. Constituição Federal. 1988.

BRASIL. Lei nº 8.080 de 19 de Setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para


a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento
dos serviços correspondentes e dá outras providências.

BRASIL. Ministério da Saúde. Gestão Municipal de Saúde: leis, normas e portarias


atuais. Rio de Janeiro: Brasil, Ministério da Saúde, 2001.

BRASIL. Ministério da Saúde. Glossário temático: Sistema de Planejamento,


Monitoramento e Avaliação das Ações em Saúde (Sisplam). Brasília: Editora do
Ministério da Saúde, 2006 (Série A. Normas e Manuais Técnicos).

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica. 4 ed. Brasília: Ministério da
Saúde, 2007. (Série E. Legislação de Saúde).

28
BUCCI, M. P. D. Direito administrativo e políticas públicas. São Paulo: Saraiva,
2002.

CRUZ, P. M. Política, Poder, ideologia e estado contemporâneo. Florianópolis:


Ed. Diploma Legal, 2001.

FREIRE JUNIOR, A. B. O controle judicial de políticas públicas. São Paulo:


Revista dos Tribunais, 2005.

LUCCHESE, P. Políticas Públicas em Saúde (2004). Disponível em:


<http://www.ppge.ufrgs.br/ats/disciplinas/11/lucchese-2004.pdf>

MÉDICI, A. C. Saúde, indicadores básicos e políticas governamentais (2007).


Disponível em:
<http://www.mre.gov.br/cdbrasil/itamaraty/web/port/polsoc/saude/apresent/apresent.
htm

MENDES, E. V. A reengenharia do sistema de serviços de saúde no nível local:


a gestão da atenção à saúde. In: MENDES, E. V. (org.) A organização da saúde no
nível local. São Paulo, Hucitec, 1998.

PASSADOR, C. S. Ciclo de políticas públicas (2018). Disponível em:


https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4483751/mod_resource/content/1/Apresenta
%C3%A7%C3%A3o%20Pol%C3%ADticas%20P%C3%BAblicas_Palestra%20CIA%
20DO%20RISO.pdf

29
PISCITELLI, R. B. et al. Contabilidade Pública: uma abordagem da administração
financeira pública. São Paulo: Altas, 2004.

POLIGNANO, M. V. História das políticas de saúde no Brasil: uma pequena


revisão. Disponível em: <http://internatorural.medicina.ufmg.br/saude_no_brasil.rtf.
2008

REIS, D. O.; ARAÚJO, E. C. de; CECÍLIO, L. C. de O. Políticas Públicas de Saúde


no Brasil: SUS e pactos pela Saúde (2012). Disponível em:
https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/1/modulo_politico_gestor/Unidad
e_4.pdf

SOUZA, C. Políticas públicas: uma revisão da literatura. Sociologias, Porto Alegre,


ano 8, nº 16, jul/dez 2006, p. 20-45. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/soc/n16/a03n16

TEIXEIRA, C. F. PAIM, J. S, VILASBÔAS, A.L. SUS, modelos assistenciais e


vigilância da saúde. Informe Epidemiológico do SUS, v.7, n.2, 1998.

30

Você também pode gostar