Artigo Final Prática Vii Pamela e Rebeca Castro

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UNIVERSIDADE DE FORTALEZA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE (CCS)


GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA

O PROCESSO DE INTERVENÇÃO GRUPAL NO BRINCAR LIVRE INFANTIL:


DINÂMICAS GRUPAIS QUE FAVORECEM A AUTONOMIA DA CRIANÇA

Alunas: Pamela Barbosa de Menezes Morais / Rebeca Pereira de Castro

Prof. (a) Orientador: Aline Maria Barbosa Domício Sousa

RESUMO

Este artigo apresenta os resultados de uma observação participante e intervenção grupal com
crianças, executada para a disciplina de Prática Integrativa VII do curso de Psicologia da
Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Realizou-se a técnica da observação participante e dinâmicas
de grupo, tendo como objetivo coletar dados do grupo alvo para ser realizado a intervenção grupal e
o aprofundamento através de dinâmicas das relações sociais. Diante disso, obtemos resultados a
partir da diminuição da intervenção dos pais e valorização da autonomia da criança, havendo um
maior aproveitamento nas atividades. Portanto, podemos compreender o desenvolvimento infantil
através do brincar livre e aprendizagem em grupo, desenvolvidas por dinâmicas propostas para o
grupo.

Palavras-chave: Psicologia. Observação participante. Desenvolvimento infantil. Intervenção grupal.

INTRODUÇÃO

Este projeto foi realizado por duas alunas do sétimo semestre a partir da proposta da
disciplina de Prática Integrativa VII do curso de graduação em Psicologia vinculado à
Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Essa disciplina tem como objetivo o conhecimento e
uso de teorias que embasam a constituição e funcionamento das pessoas agrupadas em
organizações sociais, do trabalho e da educação. Assim como a inserção no universo das
estratégias de intervenção em processos grupais, além do uso de técnicas de estudo de
caso, grupo focal, observação participante em estratégias de descrição, análise, diagnóstico
e intervenção em processos sociais, educacionais e organizacionais. Tendo isso como base
no Plano de Ensino da disciplina de Prática Integrativa VII (UNIVERSIDADE DE
FORTALEZA, 2021).
A Prática VII é de fundamental importância no que tange relacionar teoria e prática
visando a formação profissional de novos psicólogos, além de ter a experiência vivencial de
integração e intervenção a partir da teoria e dinâmica de grupos. Buscando encontrar uma
experiência pessoal e profissional, o contato com variados grupos através da técnica da
observação participante é essencial para possibilitar uma nova perspectiva de análise sobre
o funcionamento de cada grupo e conhecer de perto como se dá o processo de construção
de grupos no projeto do Sábado em Família, especificamente no nosso caso de atuação em
dupla.
O espaço onde foram realizadas as observações e a intervenção é um espaço de
recreação infantil com foco no desenvolvimento da criança através do brincar. Pautado na
Abordagem Pikler e na Disciplina Positiva, se configura como um local de convivência
familiar, onde a família e a criança estão juntos, trocando experiências. A abordagem Pikler
não é vista como uma metodologia, mas como uma filosofia de vida e fala sobre o respeito
e a confiança na criança e no seu desenvolvimento, favorecendo a construção de vínculo
entre a criança e o adulto, considerado essencial para o desenvolvimento. Falk (2011) traz
que Emmi Pikler não via a criança como um ser passivo que se tornasse ativo pelo impulso
do adulto e considerava qualquer tipo de intervenção e instrução do adulto desnecessária.
Quando falamos da disciplina positiva, Nelsen (2018), se refere como uma forma de
olhar a criança com respeito e a vendo como ser ativo no processo de educação, propondo
uma relação de respeito. Além disso, a criança é vista como base no construtivismo, que
afirma que o conhecimento é resultado da construção pessoal da criança, o mediador é de
extrema importância no processo ensino-aprendizagem, mas não pode ser compreendido
como resultado total desse desenvolvimento.
A partir desse olhar construtivista, vemos que é um lugar para desenvolver,
descobrir, brincar e explorar novas possibilidades, diferente do lar, da escola e outros
lugares frequentados pelas crianças. Para os adultos, é um lugar para que sejam ouvidos,
de conversas, encontros, descansos e onde terão a oportunidade de aprimorar o papel da
maternidade e da paternidade.
Levando a brincadeira e o brincar como uma atividade urgente e imprescindível para
o desenvolvimento infantil, o espaço oferece projetos para crianças de 1 a 3 anos e de 3 a 6
anos, com a realização de atividades lúdicas, voltadas para exploração sensorial,
desenvolvimento artístico, musicalização e motricidade. Além de projetos voltados para
essas atividades, também oferece projetos para integração das famílias, como o Sábado
em Família, pensado para que os pais aproveitem uma manhã repleta de atividades como
as dos projetos ao lado de seus filhos. Sendo assim, de acordo com Fossile (2010), para
Piaget, quando uma criança interage com o mundo, ela atua (interna e externamente) e
muda a realidade.
Diante do exposto, este trabalho tem como objetivo compreender a estrutura e o
funcionamento do grupo frequentado pelas crianças e pelos pais, através de estratégias
participantes e dinâmicas a fim de contribuir com o desenvolvimento infantil, através do
brincar livre.
METODOLOGIA

A primeira etapa realizada neste projeto de intervenção grupal é a pesquisa de ordem


qualitativa, que configura-se como uma técnica de coleta de dados e conhecimento da
instituição, utilizando grupos de discussões para que seja possível o mapeamento e
compreensão do grupo alvo, obtendo um foco específico de intervenção grupal,
preocupando-se com o aprofundamento e dinâmica das relações sociais.
Portanto, o presente trabalho contou como técnica a observação participante, que de
acordo com Valladares (2009), a observação participante, para se dar início é necessário
um procedimento para poder adentrar ao campo de pesquisa, a negociação é essencial
para dá continuidade a pesquisa, o conteúdo colhido diz respeito à relação construída do
pesquisador com as pessoas pesquisadas.
No nosso caso, ou seja, no campo de atuação específico que escolhemos para a
disciplina, utilizamos uma abordagem etnográfica para a observação participante, pois
segundo Peruzzo (2003), à etnografia possui características básicas tais como aspectos do
cotidiano observado nas relações do outro com a mídia, interpretação e construção de
significados através dos conteúdos expostos dentro da realidade de um grupo, ou seja, a
etnografia é uma técnica que pode ou não está na observação participante, sendo uma
coleta de dados que envolve a relação junto ao grupo social estudado.
Com auxílio da observação participante, utilizamos também o diário de campo, um
instrumento que permite o pesquisador fazer registros diários acerca das observações,
analisando e compreendendo a realidade social que o rodeia, contribuindo para identificar
demandas que possibilitasse a dupla construir a intervenção para o grupo do clube de
desbravadores.
Além disso, foram utilizadas técnicas de dinâmicas em grupo a fim de realizar a
intervenção propriamente dita. De acordo com Perpétuo e Gonçalves (2005), a dinâmica de
grupo constitui um valioso instrumento educacional que pode ser utilizado para trabalhar o
ensino-aprendizagem quando opta-se por uma concepção de educação que valoriza tanto a
teoria quanto a prática e considera todos os envolvidos neste processo como sujeitos.
Os resultados sinalizam que dinâmicas de grupo podem se configurar como uma
prática pedagógica inovadora para o desenvolvimento de competências e habilidades.
Sendo assim, foram desenvolvidas dinâmicas que visassem a autonomia das crianças,
concentração e diminuição da intervenção dos pais e responsáveis, a fim de continuar com
o mesmo objetivo do grupo observado.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
De acordo com as observações, a fundamentação teórica e o conhecimento sobre
grupos, foi possível estabelecer relações entre teoria e prática de intervenção grupal. Nos
dias observados antes da intervenção, foi possível perceber o quanto os pais e
responsáveis influenciavam diretamente no aproveitamento da criança no projeto Sábado
em Família e como as crianças se dispersavam rapidamente do que estava exposto.
Sendo assim, a intervenção foi pensada de forma que fizesse a criança aproveitar
livremente o que estava sendo proposto e conseguisse se concentrar na atividade.
Posto isso, no dia da intervenção foi proposto uma atividade guiada, onde a dupla
estivesse direcionando as crianças para cada momento, entretanto, sendo um por vez.
Além de um direcionamento pensado em uma maior concentração, a presença dos pais
também foi requisitada, a fim de que eles participassem juntamente à criança e não
ficassem apenas direcionando comandos de voz.
Primeiramente, as crianças foram guiadas à atividade de exploração sensorial e foi
percebido que alguns pais preferem não interferir, enquanto outros participaram ativamente
daquele momento com a criança. O processo de cada criança com a exploração foi
bastante individual, tendo em vista que algumas acessavam diretamente as texturas e
outras eram mais cautelosas quanto ao toque.
No momento da atividade de pintura na parede, foi pintado na própria parede
algumas formas, como corações, estrelas e flores, para que as crianças se inclinassem a
pintar dentro dessas formas e estivesse, naquele momento, exercendo mais a
concentração na atividade. Assim sendo, foi observado que algumas crianças se
direcionavam mais precisamente para as formas e pintavam dentro e no seu contorno, se
concentrando bastante naquele momento da atividade, enquanto outras tinham um
processo de brincar mais individual e acessavam vários recursos ao mesmo tempo, não
somente as tintas e os pincéis, mas também os carrinhos de brinquedo e a areia.
Desse modo, percebemos que com as práticas de intervenção propostas, as
crianças conseguiram estar mais presentes, concentradas e atentas a cada momento das
atividades, sendo guiado um de cada vez. Os pais conseguiram estar mais presentes com
os filhos e guiando-os de forma a participar do momento e não apenas intervir verbalmente
com comandos, como foi percebido anteriormente.
Alguns pais preferiram não interferir, outros guiavam os filhos e deixavam que a
criança terminasse o processo sozinha e tiveram também os que pegavam na mão da
criança e participavam da atividade diretamente com ela. É importante ressaltar que,
mesmo com a intervenção e com as diferenças percebidas, a individualidade de cada
criança é fundamental no aproveitamento, uma vez que é essa individualidade e
singularidade que guia todo o processo de brincar da criança, logo, as crianças também
queriam explorar tudo que estava exposto além do que estava sendo guiado no momento.
Tendo em vista os resultados obtidos e o respaldo teórico de acordo com Nunes
(1990), o ambiente social e o ambiente físico ocasionam oportunidades de interação entre
sujeito e objeto, gerando conflitos e, consequentemente, uma reestruturação, pelo sujeito,
de suas construções mentais anteriores. O equilíbrio surge quando o indivíduo organiza o
conhecimento.
O grupo observado se trata de um grupo informal, caracterizado pela significativa
autonomia de seus membros em relação e, consequentemente, pela liberdade para auto-
organizar-se, definir suas metas e engendrar lideranças, ainda têm a liberdade de dar
continuidade à existência do grupo ou de determinar seu fim e, assim, definir seus
objetivos e destinos. Sendo assim, os participantes não são fixos, logo, no dia que foi
realizado a intervenção, contamos com uma quantidade menor de crianças do que
estávamos observando durante os outros dias, além de uma diferença na idade das
crianças que estavam participando nesse dia, sendo crianças de 1 a 2 anos, enquanto as
que participaram nos outros dias, tinham em sua maioria, de 6 meses a 1 ano.
A partir das observações e da intervenção realizada, podemos observar os detalhes
de um grupo informal na sua prática, a individualidade e singularidade das crianças como
fator indispensável na influência das atividades, bem como a postura dos pais e
responsáveis. Percebemos a importância da intervenção grupal como forma de mediação e
guia para a realização das atividades propostas, além de aprender e aprofundar o
conhecimento nas características de grupos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No trabalho apresentado, foi possível, a partir das observações e da intervenção,


unir teoria e prática, facilitando o nosso processo de aprendizagem, além de enriquecer o
trajeto acadêmico. Nas idas à instituição, foi possível encontrar características de grupos,
bem como a especificidade do que foi observado, o grupo informal. Por se tratar de um
grupo de crianças, em sua maioria, na idade de 1 a 2 anos, percebemos a importância do
grupo como fator essencial na socialização, tendo em vista que, de acordo com a idade, são
crianças que nasceram durante a pandemia e foram privadas de momentos de integração
durante uma boa parte da primeira infância.
Concluímos que a aprendizagem mediante dinâmicas de grupo pode se efetivar não
apenas no plano teórico, mas também integrada à capacidade de atuar tanto em situações
conhecidas como nas não previstas, desde que trabalhadas em sintonia com o conteúdo
teórico da disciplina, planejada em ações e finalidades a serem alcançadas. Além disso,
podemos perceber a riqueza da observação participante, bem como a realização de uma
intervenção a fim de melhorar o aproveitamento das crianças em relação às atividades
propostas e assim facilitar o processo de desenvolvimento infantil através de cada proposta
feita em grupo.

REFERÊNCIAS

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desenvolvimento de habilidades e competências na educação profissional. Estudos
Rbep, p. 1-17. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/rbeped/a/hPc6CRnw4C4TMp6jF5P4ZWQ/?
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2021.

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<https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/15/12/o-construtivismo-e-jean-piaget.>
Acesso em: 20 nov. 2021.

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46981990000200004&script=sci_arttext.> Acesso em 20 nov. 2021.

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2021.
PERPÉTUO, Susan Chio de; GONÇALVEZ, Ana Maria. Dinâmicas de grupos na
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THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-acao. 4. ed. São Paulo: Cortez, 1988.
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de ciências sociais, v. 22, n. 63, p. 153-155, 2007.

ANEXOS

DIÁRIO DE OBSERVAÇÃO PRÁTICA

1° Encontro - Data: 11/09


O grupo é formado por crianças com idades entre 9 meses a 3 anos, as crianças chegam
acompanhadas dos pais que podem ficar no grupo durante o momento das atividades, a
proposta é fazer um dia de família e também desenvolver as crianças através de atividades
sensoriais, as atividades do primeiro encontro foi pintura com pó colorido, banhos em bacias
cheias de água e tinta na parede, é divido em cada espaço as atividades.
As tutoras ficam presentes durante todo o momento, e estão ali mais para observar e dar o
suporte quando preciso. Na minha percepção, o acompanhamento dos pais pode ser bom
pelo fato de gerar relacionamento do pai/mãe com a criança, porém interfere no
desenvolvimento da criança em cada atividade proposta, pois em muitos momentos a
criança quer brincar em alguma atividade e o pai/mãe leva ela para outra atividade, ficam
em uma super proteção na qual não podem cair, levantar e interagir de forma espontânea
com outras crianças.
As atividades que atraíram mais a atenção das crianças foram atividades lúdicas com a
água e cores chamativas. Após isso, houve a musicalização um momento que todas as
crianças ficam em uma sala junto aos pais, e um professor de música canta canções que
façam elas interagirem, exploração de novos instrumentos.
2° encontro: - Data: 25/09
No encontro do dia 25.09, o grupo se deu com início de suas atividades como os outros
dias, aos poucos as famílias e crianças chegavam, para a interação a exploração sensorial
foi feita em um espaço com café, urucum e açafrão, foi estimulado às crianças o contato
com esses produtos naturais, para conhecer e ter essa experiência sensorial, mesmo sendo
em grupo as atividades são sempre desenvolvidas de forma individual e é perceptível o
desenvolvimento de cada criança com seu espaço e interação, na atividade algumas
crianças sendo menos aversivas a sujeira e outras com mais aversão a se sujar com os
produtos naturais, nesse dia os pais estavam mais participativos nas atividades de modo
que não interferiam no movimento das crianças mas faziam junto com eles. Na outra
atividade, foi feito a proposta de tinta na parede, as crianças faziam a dinâmica com as
tintas na parede de forma mais livre e com uma maior interação, foi observado que como a
proposta do grupo é o brincar livre, em nenhum momento existe interferência dos monitores
do local, e sempre sendo impulsionado esse desenvolvimento no brincar, após isso junto
aos pais, as crianças foram para a atividade com música.

3° encontro - Data: 16/10


No encontro do dia 16/10, ocorreu com um maior número de crianças e pais presentes,
nesse dia os pais tiveram interferência do início ao fim do encontro, algumas crianças iam
interagir com outras crianças e os pais levavam elas para outro espaço de atividades, não
permitindo o contato livre de interação das crianças entre si, que trazem desenvolvimento
para as mesmas, em diversos momentos elas construíram uma história própria no seu
brincar, e esse momento tinha a interferência direta dos pais, guiando o que pode e o que
não pode ser feito. Nesse encontro surgiu uma dúvida, se alguma criança ainda está em
processo de amamentação e se isso interfere de alguma forma nesse momento, foi
percebido também que nos momentos de atividades sensoriais, o foco perdura mais entre
as crianças. No grupo as crianças são livres para viver e construir sua criatividade. Crianças
da mesma faixa etária se reconhecem no grupo e mantém uma interação maior, na minha
observação a descrição da faixa etária do grupo se faz necessária, pois crianças que não
estão na mesma faixa etária se sentem deslocadas nas atividades. Pode ser percebido que
quanto mais os pais liberam as crianças para brincar, sem limitar no espaço o que pode ou
não pode, sem ter medo dos tropeços naturais das crianças, mais elas se desenvolvem e se
arriscam, criam e se desenvolvem em cada atividade.

4° Encontro - Data 06/11


No nosso último encontro, realizamos nossa intervenção no grupo, chegamos cedo para
preparar o material da intervenção e as dinâmicas que propomos nesse encontro, as tutoras
presentes que somavam umas 4 pessoas, também nos auxiliaram nessa atividade. Após
isso, as crianças e os pais foram chegando, para nossa surpresa o número presente foi
bem menor que o de costume e a faixa etária das crianças presentes também variou
bastante ficando entre 08 meses a 2 anos, e a primeira intervenção proposta foi a atividade
sensorial com giz e farinha, orientamos os pais a fazerem as atividades de forma livre junto
com os filhos para observarmos se esse movimento faria com que as crianças ficassem
mais focadas na atividade, alguns participaram de forma efetiva, outros só ficaram
observando as crianças. Assim, a última atividade e intervenção proposta foi a de pintura,
fizemos formas na parede para as crianças completarem as figuras com pinturas, algumas
crianças não ficaram focadas no momento sensorial mas no momento das pinturas criavam
suas próprias histórias e se desenvolviam na atividade. As tutoras presentes não interferiam
de forma alguma no processo das crianças e sempre estavam lá como forma de apoio, mas
em todo momento fortalecendo o brincar livre, assim foi finalizado nosso momento de
intervenção e dinâmicas propostas no grupo e podemos identificar coisas bem específicas
no desenvolvimento do grupo. Abaixo segue fotos do momento proposto para o grupo:

Momento da atividade de Pintura.

Momento da exploração sensorial.

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