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Resumo
Trabalho de Conclusão da Unidade de Ensino Cotidiano da Educação Infantil, que objetiva retomar a
reflexão sobre o papel fundamental do professor na Educação Infantil, este como agente de
transformação do ambiente em que atua e que coloca a criança como participante das ações
pedagógicas. Para isso, são recuperados os textos da disciplina que discorrem sobre os papéis dos
educadores, pedagogia da participação, planejamento, pedagogia freinetiana e as diretrizes curriculares
nacionais para a Educação Infantil. O texto finaliza com a necessidade de o professor refletir sua
prática por meio de uma teoria consistente que a fundamente, como exemplo, o aporte teórico
utilizado evidencia a observação da criança como subsídio fundamental para nortear as ações do
educador em sala de aula, na formação efetiva de um cidadão participativo na sociedade.
Introdução
Professor reflexivo
A criança é cidadã, e, portanto, de direitos. Tem direito de conviver com adultos e
crianças, de brincar, de participar do planejamento e avaliação, direito de explorar, de
expressar-se, de conhecer-se. A Educação Infantil de qualidade, pública e gratuita deve ser
ofertada pelo Estado.
As propostas pedagógicas elaboradas em um processo coletivo, com respeito aos
princípios éticos, políticos e estéticos em torno de dois eixos, as interações e a brincadeira,
precisam garantir que as crianças tenham experiências com diferentes linguagens e atividades
individuais e coletivas, nos mais variados espaços, com diferentes objetos, relações e
manifestações. As estratégias de transições, da família para a creche, desta para a pré-escola e
desta para o Ensino Fundamental, devem ser de tais formas planejadas que ocorram
naturalmente, sem rupturas.
Direções que estão presentes nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Infantil e podem ser materializadas em primeiro lugar por meio de professores bem formados,
conscientes de seu papel transformador, tão importante este que, segundo Araújo; Araújo,
2007, p.172 ao analisarem a pedagogia de Célestin Freinet afirmam que sua contribuição
“associa-se a uma idéia de renovação da escola, não a partir de cima ou de fora, mas a partir
dos próprios professores no seu trabalho diário com as crianças”. Afinal, “a criança é a chave
do futuro, é a esperança de realizações futuras em defesa do direito de todos, na
transformação da sociedade, no trabalho pela coletividade” (ANGOTTI, p.48).
Para tanto, não é necessário que a infância seja abreviada por meio da antecipação
exagerada dos conteúdos que só serão trabalhados no Ensino Fundamental, nem interromper a
criança transformando-a em aluno, ela não precisa perder-se em um emaranhado de papel e
lápis, mas construir uma relação de respeito e afetividade. Ouvir a criança e torná-la
participante.
A pesquisa realizada por Oliveira-Formosinho e Lino (2009) revela a compreensão
que as crianças têm dos papéis dos educadores em sala de aula, com uma competência maior
do que pressupõe a família e a escola, e que esta compreensão coincide tanto com os dados
científicos da pesquisa, quanto com a ideia que as próprias educadoras fazem de si mesmas,
evidenciando assim, a relevância em ouvir o que as crianças têm a dizer, observá-las, escutá-
las e incorporar as respostas às ações educativas e, por que não, nos projetos pedagógicos,
tornando-as cidadãs participativas, o que Oliveira-Formosinho (2007) conceitua de pedagogia
da participação. Nessa pesquisa, enquanto em uma das salas a educadora exerce uma
pedagogia do controle, na outra a educadora realiza uma pedagogia da colaboração, e as
crianças percebem o contraste entre as diferentes ações pedagógicas. A criança tem clareza do
papel do professor. Essa escuta e sua materialização na prática contribuem para o
“desenvolvimento cívico de cidadãos participativos desde os anos da infância” (OLIVEIRA-
FORMOSINHO; LINO, 2009, p. 25).
Para isso, é indispensável um bom planejamento, não cristalizado, inflexível ou até
mesmo improvisado, mas consistente com uma teoria que o fundamente e flexível, onde
contemple as vozes das crianças, que permita as inúmeras formas de interação. O professor
junto com a criança construindo relações. "Não é a atividade em si que ensina, mas a
possibilidade de interagir, de trocar experiências e partilhar significados é que possibilita às
crianças o acesso a novos conhecimentos" (MACHADO, 1996, p. 8 apud OSTETTO, 2000,
p. 191).
Por esse motivo que o educador precisa estar em observação permanente para exercer
um trabalho de qualidade e com intencionalidade pedagógica. Como bem afirma Ostetto
(2000), é atitude crítica frente ao seu trabalho docente e com o tempo, o professor torna-se
mais sensível às necessidades das crianças.
Considerações Finais
Referências
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília, DF: MEC,
SEB, 2010.
OLIVEIRA-FORMOSINHO, Júlia de; LINO, Dalila Maria Brito da Cunha. Os papéis das
educadoras: as perspectivas das crianças. Revista Educação em Foco (online). Juiz de Fora,
MG: UFJF, v.13, n.2, p.9-29, set/2008-fev/2009. Disponível em:
<http://www.ufjf.br/revistaedufoco/files/2009/11/Artigo-01-13.2.pdf>.