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RESUMO
CAMPO GRANDE – MS
2017
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
RESENHA
CAMPO GRANDE - MS
2017
TÍTULO
PREFÁCIO
A escola não é mais única provedora de informações, mas tem responsabilidade no
preparo dos indivíduos ao acesso às informações disponíveis e organização para a sua
compreensão. (p.7 §1)
Paulo Freire, a alfabetização deveria possibilitar a inserção do indivíduo na realidade,
no contexto social e político, tornar-se cidadão consciente de seu papel na transformação social.
(p.7 §2)
Jovens e adultos tem saído dessa fase com defasagens na leitura e escrita, não
interpretam o que leem. Precisam se constituir leitores de mundo (p.7 §3)
Essa pesquisa reconhece a criança como sujeito real, concreto, indissociado do contexto
social no qual se insere. (p.8 §3)
INTRODUÇÃO
Objetivo investigar os processos de apropriação da linguagem escrita. 1990. (p.11 §1)
1980-1990 construtivismo, o que se vê, no entanto é, muitas vezes uma continuação do
modelo tradicional. (p.11 §2)
Contradição entre o discurso educacional e a prática educativa. Verificam-se “mudanças”
nas atividades do livro e do professor, mas continuam reproduzindo o que está posto nas antigas
cartilhas de alfabetização. (p.12 §3)
Livro em quatro partes: primeira, análise de conceitos de alfabetização e letramento que
são veiculados no meio educacional brasileiro, a fim de construí um conceito que abranja as
diversas dimensões desse processo. Segunda, discussão de aspectos teórico-metodológicos da
pesquisa, Vigotski e Luria. Na terceira, análise dos dados da pesquisa a partir de quatro
categorias, escritas indiferenciadas, o emprego de formas icônicas, o esforço para lembras os
nomes e as formas de letras que desejavam registrar e o surgimento da capacidade de refletir
sobre as unidades da linguagem oral. Na última parte, comentários sobre princípios
fundamentais que precisam ser incorporados à ação educativa. (p.13 §2)
PROCESSO DE LETRAMENTO
1990 – começa a ser mais usado o termo letramento no Brasil. (p.27 §3)
Apresenta levantamento bibliográfico sobre os modos de conceber o letramento. Soares
(1999), Kato (1987), Tfouni (1988), Kleiman (1995).
Indivíduos aprendem ler e escrevem, mas não necessariamente incorporam sua inserção
em práticas sociais de leitura e escrita. (p.30 §1)
Não se pode conceber a alfabetização como um processo individual e o letramento como
um processo sócio histórico, já que o individuo é um ser individual e social, essas duas
dimensões são indivisíveis das práticas e dos objetos com os quais as pessoas têm que lidar na
vida social. (p.32 §3)
CONCEITO DE ALFABETIZAÇÃO
A alfabetização deve ser vista como prática sociocultural em que se desenvolvem as
capacidades de produção de textos orais e escritos, de leitura e de compreensão das relações
entre sons e letras. (p.33 §2)
Aponta a necessidade de construir um conceito de alfabetização que abranja as diferentes
práticas socioculturais de leitura e escrita, e que o conceito defendido pela autora pode subsidiar
a prática educativa e servir de referência para a construção de uma teoria coerente de
alfabetização. (p.36 §2)
ASPECTOS METODOLÓGICOS
Segundo Gontijo é preciso uma análise que possa evidenciar as relações entre as
dimensões cognitiva, linguística e discursiva. (p.57 §1)
Autora utiliza o método instrumental ou histórico-genético elaborado por Vigotski e seus
colaboradores – desenvolvimento infantil do ponto de vista histórico, interpretar como seu
desenvolvimento natural assimilam de forma útil para sua própria vida, aquilo que a humanidade
realizou ao longo de sua história. (p.57 §3; p.58 §1-2)
Neste estudo, criaram-se situações em que as crianças foram estimuladas a escrever
textos em diferentes momentos do ano escolar, com prioridade à produção de texto, pois,
segundo Geraldi (1991) esse recurso permite que o sujeito enuncie seu ponto de vista sobre a
realidade. (p.59 §2; p.60 §2)
Metodologia: as atividades eram filmadas e posteriormente transcritas, organizadas e teve
suas categorias construídas. (p.60 §3) Primeiro, as crianças eram estimuladas a produzir
oralmente sobre o que tinham interesse e tinha o que dizer, os textos foram registrados; Segundo,
a pesquisadora lia o texto pra que as crianças se certificassem que tudo o que disseram estava
escrito, explicou que tudo o que foi escrito era para lembrar o que foi dito por elas; Terceiro, as
crianças foram estimuladas a escrever sentenças do texto com a recomendação de fazerem com
atenção, pois ao final do registro, deveriam lembrar com o auxílio da escrita, esse processo foi
filmado; Quarto, era perguntado às crianças se a escrita ajudava a recordar o conteúdo do texto:
afirmativo, era solicitado a leitura e negativo, era solicitado que justificassem. (p.60-61)
Os resultados da pesquisa não são neutros e distanciados dos sujeitos, mas estão saturados
pelo envolvimento da pesquisadora com as crianças devido o tempo de convivência com ela no
espaço escolar, que era improvisado devido à reforma na escola, coloca a dificuldade em
conviver com o barulho e umidade. (p.61 §1-2)
Idade entre cinco e seis anos, onde a maioria frequentava centros de educação infantil a
pelo menos dois anos. (p.62 §2)
Os textos analisados não formam a totalidade e nem as crianças, apenas foram
examinados textos e situações que ajudam a ilustrar de forma coerente os processos observados,
que foram sintetizados em quatro categorias. (p.62 §3)
CONCLUSÃO DO CAPÍTULO
Investigar o percurso de apropriação da linguagem escrita. A finalidade das tarefas não
era veirificar como as crianças identificavam sons, porém, foi possível verificar as unidades
fonológicas analisadas por elas e os modos como buscavam estabelecer relações entre a escrita e
essas unidades e vice-versa. (p. 192 §1)
Diferente de outras pesquisas, as crianças eram levadas a escrever textos que, antes, eram
produzidos oralmente por elas, que possibilitou uma maior aproximação com as situações de
escrita vivenciadas no cotidiano, tornando o contexto de investigação menos artificial. Além
disso, escreveram com a finalidade de lembrar do texto, o que possibilitou que a tarefa de escrita
estivesse vinculada a um dos principais objetivos que é a leitura. (p. 192 §2)
A capacidade de refletir sobre as unidades fonêmicas não se desenvolvem naturalmente,
mas a medida que as crianças foram incentivadas a escrever e que passaram conhecer letras que
representavam convencionalmente determindados fonemas. (p. 193 §1)
No decorrer do processo de desenvolvimento da escrita, a criança vai aprendendo
categorias que lhe permite pensar as unidades que compõem a linguagem oral, segundo Vigotski
(2001), ela toma consciência que a linguagem que usa é composta por palavras e que estas são
compostas por fonemas, a apropriação da linguagem escrita obriga a criança a tomar consciência
do processo de fala, e isso acontece de forma paulatina e à medida que ela aprende e começa a
compreender as relações entre sons e letras. (p. 193 §2)
As crianças não devem ser submetidas a treinamentos, como se uma letra fosse um
fonema, porque não é assim, elas devem ser submetidas a processos de ensino-aprendizagem que
leve-as a desenvolver as capacidades de compreensão das relações entre letras e sons e sons e
letras, assim como devem ser estimuladas a escrever textos espontâneos, uma das maneiras mais
apropriadas de avaliar os modos como elaboram a aprendizagem. (p. 194 §1)