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DESPACHO

Ref.
Processo INPI nº 52402.005286/2024-76
Ação Ordinária nº 0801114-42.2024.4.05.8400 – 05ª VF/RN

Assunto: Subsídios – Manifestação sobre Tutela de Antecipada

Ao Serviço de Apoio ao Contencioso

Em resposta ao Despacho 00662/2024/PROT/PFE-INPI/PGF/AGU (1011294). Trata-se de manifestação

preliminar, quanto ao pedido de tutela antecipada, em Ação Ordinária proposta por M & M COMERCIO
DE SUPLEMENTOS LTDA e K M ANSELMO SUPLEMENTOS em face de VITAGURTS COMERCIO E
DISTRIBUIDORA DE PRODUTOS NATURAIS LTDA.
Com a demanda, a Autora pretende obter decretação judicial de Nulidade dos Registros de marca nºs
913088579 e 922387494 (MUNDO DOS SUPLEMENTOS), concedidos à empresa Ré.

Através de Despacho Judicial o INPI foi in mado a se pronunciar quanto ao pedido de antecipação de
tutela formulado pela Autora, abaixo listado:

“2. O deferimento do pedido liminar, para fins de suspender o registro da marca “MUNDO DOS
SUPLEMENTOS” nos pedidos de nº 913088579 e 922387494”.

1 – Subsídios preliminares

É sabido que esta Autarquia não tem por praxe se manifestar, ainda que em sede de ação judicial de
nulidade de ato administra vo, acerca de pleitos de abstenção de uso; não cabe ao INPI autorizar ou
desautorizar o uso de marcas por qualquer particular, detentor ou não de marca registrada.
Com efeito, ao Ins tuto compete tão somente apreciar a viabilidade legal da concessão de direitos de
propriedade marcária que tenham sido perante ele pleiteados, ou por ele processados e decididos; em
outras palavras, enquanto o INPI se ocupa apenas da outorga ou denegação do direito, seu exercício foge
à esfera administrativa e se insere no âmbito exclusivo de interesses particulares.
É no mesmo sen do que se entende que escapa ao escopo desta Diretoria a manifestação acerca de
decisões judiciais que se limitam a retirar ou restaurar efeitos provisórios a registros concedidos.

Despacho 1012251 SEI 52402.005286/2024-76 / pg. 1

 Ordens judiciais desta natureza possuem previsão expressa no parágrafo único do art. 173: “ O juiz
poderá, nos autos da ação de nulidade, determinar liminarmente a suspensão dos efeitos do registro e do
uso da marca, atendidos os requisitos processuais próprios”.
Evidentemente, não há como se determinar a abstenção de uso de marca por par cular que seja tular
do registro correspondente, sob pena de ofensa aos efeitos previstos no caput do art. 129 da LPI.
Logo, a suspensão judicial dos efeitos de registros mais parece instrumento para viabilizar a
determinação liminar de abstenção de uso por seus tulares, do que fim em si mesmo; por isso, a tais
decisões interlocutórias provisórias – e, por consequência, aos pleitos nelas fundados - se pode
igualmente interpretar pela inexistência de interesse do INPI em interferir.
Além disto, cumpre destacar que se encontra como parte da lide uma Autarquia Federal, criada pela Lei
5.648/70, e que possui por atribuição legal a execução das normas que regem a Propriedade Industrial
no país. Diante disto, os atos administra vos pra cados, ora subme dos a controle jurisdicional,
possuem presunção de legi midade, legalidade e veracidade, razão pela qual deve haver prova cabal e
inequívoca de que o ato fora pra cado de maneira contrária à Legislação de Propriedade Industrial – Lei
9.279/96.
Entendemos, portanto, ser desnecessário que esta Autarquia estenda sobre a questão preliminar, acerca
do cabimento, ou não, da suspensão provisória do uso e do registro de marca sub judice. Portanto,
pautada pela cautela, esta Diretoria não vislumbra interesse em se posicionar conclusivamente acerca do
pedido de antecipação de tutela – reservando ulterior manifestação para eventual contestação, quando
instada para tanto.

Atenciosamente

Documento assinado eletronicamente por GABRIEL BARRETO MAGALHAES, Tecnologista em

Propriedade Industrial, em 16/05/2024, às 14:07, conforme horário oficial de Brasília, com
fundamento no art. 6º, § 1º, do Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

Documento assinado eletronicamente por PRISCILA BALLOUSSIER DE CASTRO, Coordenador(a), em

17/05/2024, às 17:05, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no art. 6º, § 1º, do
Decreto nº 8.539, de 8 de outubro de 2015.

A autenticidade deste documento pode ser conferida no site

http://sei.inpi.gov.br/sei/controlador_externo.php?
acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0, informando o código verificador 1012251 e o
código CRC 1ED27411.

Referência: Caso responda este Ofício, indicar expressamente o Processo nº 52402.005286/2024-76 SEI nº 1012251

Despacho 1012251 SEI 52402.005286/2024-76 / pg. 2