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O capítulo “a Noção de Valor” já introduz com a seguinte afirmativa,
“Na língua só existem diferenças”, o que podemos extrair de tal afirmativa é a de que para o pensador Saussure, há uma relação de subordinação entre as palavras, nas quais cada uma delas possui um valor determinante sobre a outra, por conseguinte, são capazes de trazer valores distintos a cada diferente relação entre os termos e de que essa diferença nos valores é o que dá sentido à existência da língua. Ainda na página 60, sobre A Noção de Valor topicalizada no pensamento de Saussure, é apresentado uma ligação de sentido subordinada uma à outra, a relação essencial estabelecida entre as ideias e os sons na formação do tão essencial objeto de estudo linguístico, a língua. Enfatizando o conceito anterior, é dito “a língua não está na substância fônica nem na substância gráfica, tampouco existe unicamente nas ideias, nos conceitos... Saussure a compara a uma folha de papel”, existem duas teses a serem extraídas da afirmativa anterior. Primeira, a ideia de que a língua não está exclusiva e completamente firmada num âmbito sonoro, ortográfico ou em conceitos abstratos, mas sim que ela transpassa por tais áreas, ocasionando no existir da língua. Por fim, Saussure exemplifica essa coexistência do pensamento/ideias e os sons utilizando-se da ideia do verso e anverso da folha, em que ambos estão sempre juntos e quando um dos dois sofre qualquer tipo de alteração, impacta ambos os lados em sua forma. Por último, na página 60 e dando um pontapé na página seguinte, é proposto um esquema mais elaborado para explicar como se dá (mais uma vez) essa relação que o pensador Saussure traz sobre “o plano das ideias” (pensamento) e o campo dos sons para justamente entender como a língua é formada, não obstante ambos aspectos estejam interligados, são dois aspectos que trabalham de maneira peculiar. Partindo à página subsequente, mais uma vez é discorrido sobre a ideia de Saussure na relação linguagem, pensamento e som e também na página é observado a ideia da dupla articulação da linguagem. “O papel característico da língua frente ao pensamento não é criar um meio fônico material para a expressão das ideias, mas servir de intermediário entre o pensamento e o som”, no fragmento é possível observar como Saussure categoriza a língua de forma que não a prende como um mero instrumento de expressar as ideias, que é passiva, isenta de modificações, porém, enxerga como uma estrutura correlacionada e ativa, a língua como um intermediário entre o pensamento/ideias e o som/fala. Ademais, na página 61 é falado da Dupla Articulação da Linguagem sustentada inicialmente por Saussure e posteriormente tendo um desenvolvimento mais amplificado pelo linguista francês André Martinet. Nessa concepção, é apresentado duas ramificações que buscam explicar como se caracteriza a linguagem humana em si. Tendo isso em vista, a primeira é uma articulação centralizada no conceito que damos as palavras. Um significado a uma determinada palavra, um conceito próprio dele e universal àquela língua. Na segunda articulação, já podemos ver um envolvimento do significado com a sonoridade da linguagem, ou seja, palavras essas que se escritas detêm uma semelhança evidente em sua composição, no entanto, apenas semelhança estrutural mesmo, pois seu conteúdo é contrastivo. Exemplo utilizado pelo texto: cabeça, cabaça, cabeço. Na página 62, a concepção de Valor e Forma é abordada. Concepção essa que facilmente vê-se traços sendo retirados da ramificação da Segunda Articulação da Linguagem, onde encontramos a defesa de que as palavras possuem o valor que têm pela relação recíproca entre elas, pela interação que ocorrem entre esses elementos dentro da língua. Portanto, esse sentido de subordinação sendo retomado à ideia de Saussure de que a noção de valor está dentro desse sistema chamado língua é o que dá a ideia do valor linguístico expresso pelo campo semântico. Para finalizar o capítulo de “A Noção de Valor”, é descrito como na lingua portuguesa a forma fica à mercê de uma comparação e também de uma oposição entre os termos do sistema, sistema esse que é a língua, ou seja, é aquilo que é tanto abordado pelo Saussure, a questão de que cada valor dado a um elemento na língua depende relevantemente dessa semântica (relação e sentido das palavras). Na página 65, temos um assunto focado, claro, nos ideais do Saussure, sendo elas, primeiramente o abordado, o Estruturalismo. Essa corrente está dentro completamente do que se refere a segunda articulação da lingua pensada por Saussure e desenvolvida por André Martinet quando possui a ideia das oposições com o intuito semântico das palavras. Ademais, a sincronia e diacronia também como adjetivos importantes nessa corrente teórica. Não obstante, o Saussure não tenha propriamente dito e oficializado o termo estruturalismo, o mesmo difundiu suas ideias de maneira tão expressiva que chegou a ser difundida e desenvolvida por diversos outros linguistas, no texto, quem é citado é o dinamarquês Louis Hjelmslev, o qual teve grande mérito em introduzir o termo “estruturalista” e também na formação de uma outra teoria, intitulada “Glossemática”, conceito esse que será visto mais à frente. Escola de Genebra é citada como a escola de corrente linguística que levou as ideias de Saussure com sua enfática sendo a linguagem num meio social e cultural. Um nome é importante para essa escola dentre três supracitados, Charles Bally. O Bally se deteve aos estudos da langue, que seria o sistema denominado “língua”, explorando esse sistema com a preocupação em mente de como ela é influenciada em um contexto social e não individual do sujeito. Temos também a Escola Fonológica de Praga, que é conduzida por Jakobson, Trubetzkoy, Karcevsky, tem sua corrente linguística pautada nos estudos dos fonemas, sons esses que são distintos da fonética, porque enquanto a fonética estuda o real som produto pelo humano, a fonologia perpetua-se no estudo dos sons que de certo modo desempenham sua função na língua, levando o título de fonemas. Para encerrar as correntes linguísticas do capítulo, A Escola Funcionalista de Paris funciona com um parecer enfatizado nos elementos linguísticos propostos na comunicação, ou seja, a articulação das palavras, formando um estudo semântico. Descrito como principal nome nessa concepção, o linguista André Martinet, o próprio quem trouxe a Dupla Articulação da Linguagem. Além de tudo, há para finalizar, um capitulo próprio para a glossemática. Teoria essa que é proposta pelo Louis Hjelmslev. O ponto de vista e também metodologia de aprendizado proposto por ele é de que para poder estudar a língua, o necessário é tal pesquisa ser feita unicamente tendo a lingua como um objeto que se é autossuficiente, ou seja, estuda-la por ela mesma, ignorando fatores externos de influência, como ocorreu com a colonização inglesa, portuguesa e espanhol (fator histórico de influência). Tendo isso em vista, notável perceber que o intuito de tal método é justamente analisar essa relação de termos internos na língua, procurando saber qual é a constante em comum a ser observada nas línguas humanas. É reparado que há também em sua proposta, um método empírico. Método esse que levara três critérios essências de analise: Ser ausente de contradições (ser coerente e conciso), exaustivo (fenômeno em que não se ignora nenhum elemento para análise do objeto de estudo, lingua) e ter simplicidade (possui descrição mais branda e concisa, sendo de fácil compreensão, logo, mais acessível). Nessa perspectiva, como complemento, o texto topicaliza da mesma forma o Princípio da Iminência, o qual é, basicamente, o já supracitado estudar a lingua por ela mesma, evitando dar atenção a fontes externas para embasamento. Em suma, sintetizando Glossemática, o Hjelmslev busca com essa abordagem metodológica, explicar como a lingua se relaciona internamente, ou seja, nela própria a si própria, sem agente externo. Em síntese, iremos dissertar seguindo duas ramificações, sendo elas: estrutura (complexidade gramatical ou seu nível didático) e o seu conteúdo representado num todo. No que tange sua elaboração, sua didática, desde modo como é colocado em toda a argumentação nos tópicos do texto, é apto a apresentar dificuldades para uma parcela considerável de leitores num contexto geral, seja eles de ensino médio e/ou até mesmo ingressantes acadêmicos. No que concerne a temática, (as ideias de Ferdinand de Saussure e suas contribuições) não há dúvidas de que apresente pertinência em vários âmbitos da vida, principalmente o acadêmico, social e político. À vista disso, recomendamos a leitura para os mais ávidos leitores e que para os mais leigos no campo acadêmico e principalmente para os que não possuem um habito de leitura rotineiro em textos universitários, pode ser um grande desafio a ser enfrentado.