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Testes-modelo IAVE

1 Teste de avaliação Sequência 2

GRUPO I

Lê o poema seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário e as notas apresentados.

Cantigas de amigo

Cantiga de romaria

- Fui eu, madr’, en romaria a Faro con meu amigo


- e venho del namorada por quanto falou comigo,
- ca1 mi jurou que morria
- por mi, tal bem mi queria

5 Leda2 venho da ermida3 e desta vez leda serei,


- ca falei com meu amigo que sempre muito desejei,
- ca mi jurou que morria
- por mi, tal bem mi queria

- Du m’eu vi4 com meu amigo, vin leda, se Deus mi perdon,


10 ca nunca lhi cuid’ a mentir por quanto m’ele disse’ enton,5
- ca mi jurou que morria
- por mi, tal bem mi queria
Joan de Requeixo, in Poemas portugueses – Antologia da poesia portuguesa do século XIII ao século XXI,
Porto, Porto Editora, 2009, p. 149.

Vocabulário e notas
1 porque; 2 alegre, feliz; 3 pequena igreja; 4 enquanto vinha; 5 v. 10: porque estou certa de que me não

mentiu em tudo o que me disse.

Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.

1. Explicita, justificando, a relação entre o sujeito poético e a sua mãe.

2. Indica as causas do estado psicológico do sujeito poético, apresentando pelo menos três, uma relativa a cada estrofe.

3. Tem em atenção o refrão. Explica em que consiste a sua expressividade literária.

4. Apesar da existência de marcas paralelísticas como, entre outras, o refrão, esta cantiga não é um exemplo de paralelis-
mo perfeito. Justifica esta afirmação.

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Teste de avaliação 1 | Sequência 2

A variedade do sentimento amoroso é uma característica da expressão do amor nas cantigas de amigo.

Escreve um texto no qual comproves esta afirmação com base na tua experiência de leitura.

O teu texto deve ter entre 120 e 150 palavras.

GRUPO II

Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário e as notas apresentados.

- Homens e mulheres da Idade Média, livro coletivo organizado pelo historiador francês Jacques Le Goff,
- retrata a época em questão como um tempo «muito mais positivo e mais progressista do que se pensou»,
- nas palavras do próprio Le Goff, que já se debruçara em diversas outras obras sobre esse tema que tanto o
- fascina. O livro apresenta um panorama com 112 de seus personagens mais notórios, cujos perfis traçados
5 por Le Goff e equipa não se limitam a resumir a vida e a exaltar os feitos dos retratados, mas mostrá-los
- como testemunhas da época em que viveram, o que permite novos olhares sobre a História dita oficial,
- aquela muitas vezes propagada de forma simplista ou reducionista1, quando não equivocada, nos livros
- didáticos2. Cristóvão Colombo, por exemplo, embora fosse um homem tipicamente medieval, «teria ficado
- muito surpreso que se fizesse dele um inventor da modernidade», como o livro o considera.
10 É na Idade Média que, talvez pela primeira vez, se verifica um certo equilíbrio entre homens e mulheres
- nas suas dimensões históricas. O que se deve, em grande parte, à mudança de estatuto da figura feminina
- na perspetiva da Igreja – a santidade. As mulheres puderam, enfim, tornar-se monjas, desempenhando papel
- decisivo na espiritualidade da época, nomeadamente no culto à Virgem Maria.
- Outro foco bem evidenciado é o dinamismo artístico do período, materializado3, sobretudo, na produção
15 musical (vocal e instrumental), na pintura e na arquitetura religiosa – embora grande parte daqueles que
- fizeram da época o «tempo das catedrais» tenham os seus nomes ignorados pela História.
- Homens e mulheres da Idade Média está dividido em cinco partes. A primeira abarca o período entre a
- Antiguidade tardia e a alta Idade Média, cujo personagem central é Carlos Magno, sagrado imperador pelo
- papa e que assume a missão de submeter os bárbaros à civilização romana. A morte de Carlos Magno é o
20 que principia a segunda parte, que vai até ao ano 1000, momento em que se afirma a cristandade. A terceira
- aborda a fase mais luminosa da Idade Média, não por acaso intitulada na obra como «o apogeu medieval»,
- quando as cidades aceleraram o desenvolvimento urbano, e as universidades cresciam com a participação
- dos teólogos4. A quarta parte é intitulada «Perturbações e mutações», e trata do período de transição rumo
- ao Renascimento, quando se multiplicam as revoltas campesinas conhecidas por jacqueries, e também
25 algumas movimentações que, de certa forma, anunciam a Reforma protestante vindoura. Para encerrar, há
- o capítulo sobre «Personagens imaginários», em que são evocadas figuras míticas como a da Virgem Maria,
- a do rei Arthur, a de Robin Hood e a de Satanás. Le Goff justifica a inclusão destas personagens – «Numa
- sociedade o imaginário tem seguramente tanta importância e eficácia quanto as condições reais da vida e
- do pensamento».
http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=42197466
(Texto adaptado, consultado em 26-10-2014)

Vocabulário e notas
1 simplificada em excesso; 2 livros destinados ao ensino básico, manuais escolares; 3 concretizado; 4 especialistas em teologia, a ciência ou

estudo que se ocupa de Deus, da sua natureza e seus atributos e das suas relações com o homem e com o universo

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Teste-modelo IAVE

1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a opção que permite obter uma afirmação correta.

1.1 Este texto apresenta o livro Homens e mulheres da Idade Média, coordenado por Jacques Le Goff,
 (A) de forma tendencialmente objetiva.
 (B) de forma tendencialmente subjetiva.
 (C) equilibrando objetividade e subjetividade.
 (D) dando maior ênfase à subjetividade.

1.2 O livro apresenta a Idade Média partindo


 (A) de resumos da vida de 112 personagens importantes nesse período histórico.
 (B) da exaltação de grandes feitos dessas personagens.
 (C) da condição de observadores do seu tempo dessas personagens.
 (D) da crítica aos «livros didáticos», l. 8.

1.3 A «arquitetura religiosa», l. 15, é uma das marcas mais importantes da Idade Média, «o ‘tempo das
catedrais’», l. 16. Contudo, segundo o texto,
 (A) a produção artística também foi muito importante.
 (B) a música «vocal e instrumental», l. 15, teve grande desenvolvimento também.
 (C) desconhecem-se os nomes dos arquitetos responsáveis por essas construções.
 (D) ignoram-se os nomes dos trabalhadores que construíram esses edifícios.

1.4 A terceira das fases em que o livro divide a Idade Média é apresentada através de
 (A) uma hipérbole.
 (B) uma metáfora.
 (C) uma anáfora.
 (D) uma comparação.

1.5 O último capítulo do livro Homens e mulheres da Idade Média distingue-se dos outros devido a
 (A) ter uma extensão bastante superior à média.
 (B) abordar um tema de natureza diferente dos outros.
 (C) tratar do tema do imaginário da sociedade medieval.
 (D) ser importante o tratamento do tema do imaginário das sociedades em geral.

2. Responde, de forma correta aos itens apresentados.

2.1 Indica o processo fonológico de alteração que se verifica na evolução da palavra latina amicu- para a palavra
portuguesa «amigo», v. 1, (texto do Grupo I).

2.2 Indica a função sintática desempenhada pelo pronome pessoal átono existente na frase «que já se
debruçara em diversas outras obras sobre esse tema que tanto o fascina.», ll. 3-4, (texto do Grupo II).

2.3 Classifica a oração subordinada presente na frase «A quarta parte (…) trata do período de transição rumo
ao Renascimento, quando se multiplicam as revoltas campesinas», ll. 23-24, (texto do Grupo II).

GRUPO III

Escreve um texto cuja função seja apreciar criticamente um livro recentemente lido ou um filme visto há
pouco tempo.
O teu texto deve ter um mínimo de 200 e um máximo de 300 palavras.

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Teste de avaliação 1 | Sequência 1

22 Teste de avaliação Sequência 2

GRUPO I

Lê o poema seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário e as notas apresentados.

Cantigas de amor

- Quantos an1 gran coita d’amor


- eno mundo, qual oj’ eu ei2,
- querrian morrer, eu o sei,
- e haverian en sabor. 3
5 Mais4 mentr’eu5 vos vir, mia senhor,
- sempre m’eu querria viver,
- e atender6 e atender!

- Pero7 já non posso guarir8,


- ca já cegam os olhos meus
10 por vós, e non me val’ i9 Deus
- nem vós; mais por vos non mentir,
- enquant’ eu vos, mia senhor, vir,
- sempre m’eu querria viver,
- e atender e atender!

15 E tenho que fazem mal sem10


- quantos d’amor coitados son
- de querer sa morte, se non
- houveron nunca d’amor ben,
- com’eu faço11. E, senhor, por en12
20 sempre m’eu querria viver,
- e atender e atender!
Joan Garcia de Guilhade, in Poemas portugueses – Antologia da poesia portuguesa do século XIII
ao século XXI, Porto, Porto Editora, 2009, pp. 63-64.

Vocabulário e notas
1 têm; 2 tenho; 3 v. 4: teriam nisso prazer; 4 mas; 5 enquanto eu; 6 esperar; 7 mas; 8 curar-me; 9 nisso;
10 v. 15: entendo que ajuízam mal; 11 como me acontece a mim; 12 por isso

Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.

1. Identifica, justificando, o sentimento que o sujeito poético expressa nos vv. 1-2.

2. Explicita a relação existente entre o sujeito poético e os outros na mesma situação.

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Teste-modelo IAVE

3. Identifica, justificando, o recurso expressivo presente no v. 9.

4. Tem em atenção as repetições constantes do refrão. Refere, justificando, a sua expressividade literária.

A coita amorosa é uma característica fundamental da expressão do amor nas cantigas de amor.

Escreve um texto no qual comproves esta afirmação com base na tua experiência de leitura.

O teu texto deve ter entre 120 e 150 palavras.

GRUPO II

Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário.

Os jograis

- Os jograis são uma das mais importantes instituições da Idade Média, porque são eles quem conserva e
- vulgariza1 a cultura da palavra num tempo em que o livro era um objeto tão precioso como uma joia cara.
- Através dele se comunicam entre si os diversos grupos sociais com os seus valores; as diferentes regiões
- culturais do mundo com as suas criações próprias. Eles transmitem o repertório folclórico internacional, assim
5 como as invenções que o vão enriquecendo. Além disso, é por via deles que passam à cultura oral muitas
- criações registadas em livros. São os intermediários culturais por excelência (…).
- O camponês, o burguês, o senhor, ou nas feiras e romarias, ou nos festins e banquetes, ao ar livre ou em
- salões, até mesmo nas naves das igrejas, entretinham-se a ver o jogral que tocava, cantava e bailava, mostrava
- o macaco dançarino, executava malabarismos com facas ou maçãs, fazia trejeitos 2 e paródias3 e por vezes
10 recitava poemas ou relatava notícias de longínquas e extraordinárias terras. Se o sacerdote tinha o prestígio
- do saber e entendia os mágicos sinais que enegreciam os livros, o jogral despertava a imaginação com as suas
- estórias de países fantásticos ou de guerreiros invencíveis, com as suas canções, a desenvoltura 4 de viajante
- sabedor e de aventureiro. Enquanto no clérigo se via um ministro de Deus, um guardião da porta do Céu, o
- jogral parecia um discípulo do Diabo, sem vergonha, sem eira nem beira, errante 5. E a mulher que o
15 acompanhava, dançarina ou cantadeira, não era também uma mulher como as outras: livre e devassa 6,
- mostrava o corpo no bailado e nas acrobacias, e os seus cantares eram uma provocação ao jogo erótico.
- Do ponto de vista eclesiástico, o jogral, parente do Diabo, só como agente do mal podia encontrar o seu
- lugar. Mas isso mesmo o tornava perigosamente sedutor. As suas estórias e cantares levavam a imaginação
- para um mundo livre bem longe das naves da igreja: para o luar, para as florestas na primavera, para as cidades
20 de sonho, para as ilhas encantadas do mar desconhecido. Por isso, durante muito tempo a Igreja e os moralistas
- condenaram os jograis. Lembrava-se a frase de Santo Agostinho segundo a qual dar presentes aos jograis era
- o mesmo que dá-los ao Diabo. São Gregório Magno, Papa, num texto traduzido em Alcobaça, narrava
- complacentemente7 a morte desastrosa de um jogral em castigo de se ter intrometido numa festa religiosa.
- Numa iluminura8 francesa do século XII, num manuscrito do Breviário de Amor, de Matfré de Armengaud,
25 os jograis são representados como demónios à mesa de um festim, servindo os manjares e tocando trompa e
- violino. Algum rei mais piedoso os expulsou da sua corte. Afonso X, o Sábio, conta nas Cantigas de Santa
- Maria como um jogral que quis arremedar9 uma imagem da Virgem com o Menino nos braços foi logo
- castigado, ficando torto na boca e nos braços.
-
(continua)
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Teste de avaliação 2 | Sequência 2

- Mas não era fácil dispensá-los. Os moralistas distinguiram subtilmente entre os bons e os maus jograis, e a
- joglaria10 acabou por adquirir direitos de cidade na sociedade medieval.
António José Saraiva, A cultura em Portugal – teoria e história – Livro II – primeira época: a formação,
Lisboa, Livraria Bertrand, 1984, pp. 56-57.

Vocabulário
1 divulga; 2 gestos estranhos, cheios de comicidade; 3 brincadeiras imitativas de natureza cómica; 4 o à vontade; 5 viajante; 6 pecadora; 7 com

satisfação; 8 desenho, miniatura, grafismo que ornamenta livros, especialmente manuscritos medievais; 9 imitar de forma caricatural, distorcida,
zombeteira; 10 os jograis enquanto instituição

1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a opção que permite obter uma afirmação correta.

1.1 A frase que melhor sintetiza o conteúdo do primeiro parágrafo é


 (A) A função dos jograis na Idade Média consistia em substituir os livros.
 (B) Durante a Idade Média, os jograis foram o principal veículo das trocas culturais.
 (C) A função dos jograis na Idade Média consistia em transmitir informações que constavam dos livros.
 (D) Durante a Idade Média, os jograis foram o principal veículo de divulgação dos livros.

1.2 O segundo parágrafo estrutura-se através de uma comparação entre


 (A) as várias classes sociais e os eclesiásticos.
 (B) as várias classes sociais e os jograis.
 (C) os jograis e os eclesiásticos.
 (D) Deus e o Diabo.

1.3 O conector «por isso», l. 21, refere-se a um facto


(A) enunciado antes, concretamente à capacidade de os jograis serem capazes de libertar as imagina-
ções.
 (B) enunciado depois, concretamente à condenação que a igreja lançava sobre os jograis.
(C) enunciado depois, concretamente às condenações que Santo Agostinho e São Gregório Magno
lançaram sobre os jograis.
 (D) enunciado antes, concretamente à capacidade de os jograis serem considerados parentes do Diabo.

1.4 O quarto parágrafo apresenta dois exemplos cuja função no texto é


 (A) mostrar como a arte medieval representava os jograis.
(B) ilustrar informação anteriormente apresentada sobre os jograis.
(C) ilustrar informação posteriormente apresentada sobre os jograis.
(D) exemplificar uma visão negativa dos jograis na Idade Média.
Apesar de mal vistos, os jograis eram aceites na sociedade. Os «moralistas», l. 22, encontraram um modo
de os integrar porque
 (A) admitiam a inexistência de maus jograis.
 (B) não admitiam a existência de bons jograis.
 (C) não admitiam a inexistência de maus jograis.
 (D) admitiam a existência de bons jograis.

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Teste-modelo IAVE

2. Responde, de forma correta, aos itens apresentados.

2.1 Indica o processo fonológico que se verifica na evolução da palavra «eno», v. 2, para no (texto do Grupo I).

2.2 Indica a função sintática desempenhada pelo pronome pessoal átono existente na frase «dar presentes aos
jograis era o mesmo que dá-los ao Diabo.», ll. 22-23, (texto do Grupo II).

2.3 Classifica a oração subordinada presente na frase «(…) entretinham-se a ver o jogral que tocava», l. 8,
(texto do Grupo II).

GRUPO III

Escreve um texto cuja função seja apreciar criticamente uma série da TV que vejas frequentemente.

O teu texto deve ter um mínimo de 200 e um máximo de 300 palavras.

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