Seminário Interdisciplinar Implantação de Um PGQ

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EXPECTATIVA PARA A IMPLEMENTAÇÃO DE

UM PGQ

Lidiane Nunes Chaves¹


Luiz Henrique Firmino ¹
Michael Alviton de Lima Roque¹
Michelle de Barros Rodrigues ¹
Mislany Ieda Souza Brandão¹
Nelson Vieira da Silva ²

RESUMO
Na busca para melhorar seus resultados nos negócios, alcançar padrão de qualidade e aumentar
a dimensão e satisfação de seus clientes, muitas empresas acabam por buscar a implantação de
um sistema de gestão da qualidade para auxiliar na otimização, controle e melhoria contínua de
seus processos. Esses sistemas de gestão têm como finalidade auxiliar a empresa e seus setores a
executar suas atividades de maneira correta e com tempo hábil, na busca de concretizar seu
principal objetivo: a satisfação de seus clientes. Assim, o presente trabalho teve como objetivo
avaliar como um sistema de gestão poderia contribuir na garantia da melhoria e da qualidade do
produto e dos processos de produção; sendo embasado inicialmente na aplicação de ferramentas
da qualidade e seus resultados, para posteriormente ser analisadas as possibilidades da
implantação de um PGQ completo.

Palavras Chave: Qualidade, Melhoria, PGQ, SGQ

1. INTRODUÇÃO

A busca incessante pela qualidade, é um dos principais fatores em empresa para a produção
da eficiência sem deixar de lado o atendimento dos requisitos exigidos por seus clientes. Apesar de
não termos uma definição específica, muitos autores acabam definindo um produto com qualidade,
como sendo o produto que satisfaz as necessidades e expectativas dos consumidores.
Para Amaral,
O fato dos clientes exigirem cada vez mais produtos de boa qualidade, a concorrência cada
vez mais buscando produzir produtos de melhor qualidade, tem obrigado as empresas a
programarem sistemas de qualidade visando atender essas exigências. Porém, muitas delas
se quer sabem quais procedimentos adotar e muito menos têm o conhecimento dos
impactos (positivos e negativos) que a implementação desses sistemas causa na gestão e
no resultado. (AMARAL et al. 2011, p.3)

1 Nome dos acadêmicos


2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Tecnologia em Gestão da Qualidade (1454CGQ; 0703CGQ;
0770CGQ; ; 0703CGQ; 1306CGQ) – Prática do Módulo I - 23/06/2021 – Prática do Módulo I - dd/mm/aa
2

Diante deste contexto e da grande relevância que é apresentada pelo sistema de gestão da
qualidade, a pesquisa dos procedimentos para sua implantação são de extrema importância, vindo a
justificar a realização do presente estudo.
O constante aumento da competitividade no mercado, aliado aos processos de globalização
que evoluem a cada dia, surgem as necessidades de buscas de alternativas, para que assim, as
empresas possam se manterem competitivas no mercado.
Para Carvalho :
No mundo competitivo de hoje, não há espaço para aqueles que não se prepararam para
atingir a eficácia com elevados níveis de qualidade. A globalização se colocou de forma
implacável no mercado, passando a determinar o comportamento humano e a fazer parte
do cenário mundial, desenvolvendo altos níveis de competitividade e obrigando as
economias a reverem suas estratégias operacionais. (CARVALHO, 2011, p.2)

O objeto de estudo deste trabalho foi uma organização de médio porte que há 6 anos atua
no ramo madeireiro, localizada as Margens da Rodovia SC 355, na Cidade de Catanduvas / SC.
A Maxi Madeiras LTDA atua na preparação da madeira, desde a chegada das toras de
madeiras ( troncos das árvores), até o carregamento da encomenda destinada ao comprador. Sua
produção é dividida em 70% para o mercado interno e 30% para mercado externo, sendo que sua
produção de bem variável, sendo destinada a fábricas de móveis, fábricas de molduras, fábrica de
pallets e biomassa( cavaco).
Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo discutir sobre os sistemas de gestão de
qualidade e sua implementação, sendo baseado em pesquisas bibliográficas, e posteriormente
sendo observado o processo de produção e qualidade da empresa madeireira, sugerindo algumas
ferramentas da Gestão da Qualidade para melhorar e ampliar o processo industrial e a satisfação do
cliente.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Qualidade pode ser definida como sendo o nível ou grau de satisfação no que diz respeito
aos requisitos exixtentes na combinação das características do projeto e da produção, fator esse
determinante na satisfação que o produto venha a proporcionar ao cliente e consumidor. Essa
definição leva a pensar em termos fundamentais: confiabilidade, adequabilidade, durabilidade,
sendo que na realidade essas características são individuais, que em conjunto formam a qualidade
do produto.
Segundo Shigeru Myzuno (cit in Saraiva e Teixeira, 2009): “A qualidade de um produto
compreende todas as suas características, não apenas as suas qualidades técnicas. Um produto não
precisa necessariamente de ter a melhor qualidade possível: um único requisito é que o produto
satisfaça as exigências do cliente para o seu uso.”
Neste contexto, de acordo com Battikha (2003) o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) é a
estrutura organizacional criada para gerir e garantir a Qualidade, os recursos necessários, os
procedimentos operacionais e as responsabilidades estabelecidas. Se propriamente implementado,
um sistema formal de Gestão da Qualidade é um meio eficaz para se alcançar a qualidade dos
produtos ou serviços oferecidos.
A implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade deve envolver todos os processos e
agentes do grupo de valores da organização.
Os requisitos de um SGQ destinam-se a prevenir a ocorrência de desvios em qualquer
processo, iniciando-se no planejamento e estendendo-se até às atividades do serviço pósvenda.
São muitos os benefícios da implementação de um sistema de gestão da qualidade, tais quais
se pode citar:
• Melhoria da organização interna (Divisão de responsabilidades);
• Melhoria da produtividade;
• Redução de custos;
Para Paladini (2006), os sistemas de gestão apresentam características gerais e
especificidades que lhes conferem um modelo conceitual diversificado e uma estrutura
organizacional bastante complexa (por envolver elementos complexos, como, por exemplo, os
recursos humanos). Essa abrangência poderia tornar muito difícil o estudo desses sistemas, se não
fosse o fato de que todos tem dois objetivos básicos: devem desenvolver mecanismos que, em um
primeiro momento, garantam a sobrevivência da organização e, a seguir, possibilitem sua
permanente e continua evolução.
De acordo com ABNT NBR ISO (2008), para adoção de um sistema de gestão da qualidade
deve ter uma decisão estratégica da organização. O projeto e implementação de um sistema são
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influenciados por:
a) seu ambiente organizacional, mudanças neste ambiente e os riscos
associados com este ambiente;
b) suas necessidades que se alteram,
c) seus objetivos particulares,
d) os produtos fornecidos,
e) os processos utilizados,
f) seu porte e estrutura organizacional.
Segundo Alvarez (2001), para implantação do sistema se faz necessário que toda a equipe de
direção e organização da empresa esteja envolvida, apta e preparada para iniciar o processo.
Necessitando ainda que haja alguem na equipe que seja o coordenador, que conheça profundamente
a empresa e seu processo produtivo, que seja bom negociador e comunicador para que possa atuar
com todos os níveis hierárquicos da empresa, explicando e esclarecendo sobre o processo que será
implantado.
Neste contexto, o Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) é a estrutura organizacional criada
para gerir e garantir a qualidade, os recursos necessários, os procedimentos operacionais,
estabelecer e direcionar as responsabilidades. Para tanto, Battikha (2003) afirma que se
implementado corretamente, um sistema formal de Gestão da Qualidade é um meio eficaz para
alcançar a qualidade dos produtos ou serviços oferecidos.
Os requisitos de um SGQ destinam-se a prevenir a ocorrência de desvios em qualquer
processo, tendo início no planejamento e estendendo-se até às atividades de pósvenda. São muitos
os benefícios da implementação de um sistema de gestão da qualidade, tais como:
• Melhoria da organização interna (Divisão de responsabilidades);
• Melhoria da produtividade;
• Redução de custos;
• Satisfação do usuário final.
O entendimento de o que é qualidade é relativo, pois depende da percepção de cada um,
cultura ou até mesmo do objetivo e expectativa que cada pessoa tem em relação ao produto
adquirido. Algumas vezes, acaba por haver divergências sobre o conceito de qualidade na visão
fornecedor e na visão do cliente, pois para o cliente, a qualidade pode estar relacionada a
adequação do produto ao seu uso, enquanto o fornecedor a relaciona com a satisfação do cliente.
Catelli (2001), fala que a qualidade é definida pelo cliente, já Paladini (2006) afirma que
para conseguir definir qualidade corretamente, primeiro deve-se considerar como um conjunto de
diversos atributos ou elementos que compõe o produto final. Na visão de Feigenbaum (1994), a
qualidade é definida como sendo uma combinação de características de produtos e serviços,
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através dos seus usos corresponderão as expectativas dos clientes.


Para Crosby:
A qualidade é a conformidade com os requisitos, ou seja, os problemas da qualidade na
verdade são oriundos da não conformidade. Para reforçar o conceito de qualidade. Se um
Cadillac satisfaz todos os requisitos de um Cadillac, ele é um carro de qualidade. Se um
fusca está de acordo com o seu modelo padrão, ele é um carro de qualidade. O luxo, ou
ausência, expressa-se em requisitos específicos, como o carpete ou tapete de borracha.
(CROSBY, 1999, p.31)

Então , em um mesmo contexto, um produto pode ser considerado de qualidade quando


atende as expectativas do cliente, podendo ter variações nos aspectos de durabilidade, estética,
preço, dentre outros. Juran (1991) afirma que a qualidade está diretamente ligada as características
do produto, que tem o objetivo de proporcionar ao cliente sua satisfação.
Barreto, seguindo essa mesma linha, afirma que deve se referir:
A um produto de qualidade como sendo aquele que atende o cliente com perfeição, de
forma confiável, acessível, segura e também no tempo certo, ou seja, o projeto tem que
estar correto, sem defeitos, possuir baixo custo, permitindo segurança e deve ser entregue
no tempo e quantidade certa. (BARRETO, 2008, p. 12)

Com isso, pode-se considerar que o conceito de qualidade depende das exigência de cada
pessoa. Para tanto, as empresas precisam permanecer atentas as necessidades e expectativas dos
clientes, sendo que estas expetativas estão em constante mudanças, exigindo que as mesmas
consigam de adequar as mudanças para que consigam oferecer produtos que satisfaçam seus
clientes, além de oferecer um preço justo.
Para Mauriti,
Sistema de gestão da qualidade (SGQ) é como um conjunto de recursos e regras mínimas,
implementado de forma adequada, com o objetivo de orientar cada parte da empresa para
que execute de maneira correta e no tempo devido a sua tarefa, em harmonia com as outras,
estando todas direcionadas para o objetivo comum da empresa: ser competitiva (ter
qualidade com produtividade). A Norma ISO 9001, adota um sistema de gestão de
qualidade, é uma estratégia da organização, os sistemas são influenciados por aspectos
como: objetivos específicos, produtos fornecidos, processos, empregados, tamanhos e
estrutura da empresa. (MAURITI, 2001, p.4)

Um grande desafio encontrado é concretizar a ideia de que a qualidade é essencial para a


sobrevivência de uma empresa, pois a mesma não deve ser considerada apenas como um esforço
para minimizar defeitos, nem que restringe a melhorias localizadas, ou até mesmo a uma maior
qualificação das pessoas envolvidas.
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Figura 01 – ABORDAGEM DO PROCESSO

Fonte: http://qualistatus.net.br/

Figura 02 – MODELO DE ABORDAGEM DOS PROCESSOS

Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/5611025/

Os sistemas de gestão da qualidade estão representados por diversas ações, porém seu
relacionamento está sempre voltado aos clientes, na busca para atender seus requisitos de maneira
prática, organizada, cumprindo prazos, oferecendo qualidade, e assim, chegando a satisfação e
fidelização de seu cliente
Para Paladini:
A qualidade está relacionada à adequação do produto ao uso, ou seja, o produto deve
apresentar toda a diversidade de itens que ele puder dispor para melhor se adequar a sua
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utilização. Esses itens podem ser relacionados como desempenho, durabilidade,


apresentação, praticidade, preço de compra, confiabilidade na fabricação, entre outros.
(PALADINI, 2006, p.35)

Luz (2002) fala que a implementação de um sistema da qualidade é essencial para o


desenvolvimento de qualquer empresa, enquanto Paladini (1997, p.24) afirma que “as ferramentas
da qualidade são dispositivos, procedimentos gráficos, numéricos ou analíticos, formulações
práticas, mecanismos de operação, enfim, métodos estruturados para viabilizar a implantação da
Qualidade Total. Existem diversas ferramentas para a prática da qualidade [...]”.
Assim, antes que ocorram as mudanças, é necessário que haja um planejamento, traçar
metas e objetivos de forma direta, objetiva e flexível, de modo que permita revisões e alteração
quando necessário ao longo do projeto.

2.2 OS PRINCÍPIOS DE GESTÃO DA QUALIDADE

Pode-se considerar que as normas da qualidade baseiam-se nos oitos princípios de gestão
da qualidade, sendo que a sua aplicação permite a organização a melhoria contínua.

Figura 02 – PRINCÍPIOS DA GESTÃO DA QUALIDADE

Fonte: blog/sgq-sistema-de-gestao-da-qualidade-total/

Tais princípios são:


• Focalização no cliente: as organizações dependem dos seus clientes e,
consequentemente, deverão compreender as suas necessidades, atuais e futuras,
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satisfazer os seus requisitos e esforçar-se por exceder as suas expectativas.


• Liderança: os líderes estabelecem unidade no propósito e na orientação
da organização. Deverão criar e manter o ambiente interno que permita o pleno
envolvimento das pessoas para se atingirem os objetivos da organização.
• Envolvimento das pessoas: as pessoas, em todos os níveis, são a essência
de uma organização e o seu pleno envolvimento permite que as suas aptidões sejam
utilizadas em benefício da organização.
• Abordagem por processos: um resultado desejado é atingido de forma
mais eficiente quando as atividades e os recursos associados são geridos como um
processo.
• Abordagem da gestão como um sistema: identificar, compreender e
gerir processos interrelacionados como um sistema, contribui para que a organização
atinja os seus objetivos com eficácia e eficiência.
• Melhoria contínua: a melhoria contínua do desempenho global de uma
organização deverá ser um objetivo permanente dessa organização.
• Abordagem à tomada de decisão baseada em factos: as decisões
eficazes são baseadas na análise de dados e de informações.
• Relações mutuamente benéficas com fornecedores: uma organização e
os seus fornecedores são interdependentes e uma relação de benefício mútuo potencia a
aptidão de ambas as partes para criar valor.

2.3 BENEFÍCIOS DA IMPLEMENTAÇÃO DE UM SGQ

São muitas as vantagens da implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade em


uma organização, entre elas:
• Organização e melhoria da eficiência organizacional.
• Melhoria da execução, da coordenação e da produtividade.
• Maior concentração nos objetivos da organização e nas expectativas dos
clientes.
• Obtenção e manutenção da qualidade do produto, a fim de satisfazer as
necessidades, explícitas e implícitas, dos clientes.
• Responsabilização das Pessoas.
• Comunicação interna e externa. Sistematização de tarefas e
procedimentos.
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• Competências e melhoria das competências.


• Demonstração aos clientes e potenciais clientes das capacidades da
organização.
• Abertura de novas oportunidades no mercado ou manutenção da quota de
mercado.
• Certificação com visibilidade externa e reconhecimento interno e externo.

2.4 PASSOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DE UM SGQ

Primeiramente, deve-se ter conhecimento que a implementação de um SGQ é realizada


por etapas, sendo que esse processo pode ser dividido em dez etapas, sendo as seguintes:
• Levantamento da situação inicial: De acordo com Pinto e Soares (2010), nesta
etapa deve-se primeiramente realizar o levantamento da situação inicial, conhecendo a
situação atual da organização no que se refere a qualidade, analisando o que a organização faz
e como faz, identificando seus processos. Sendo que para visualizar os processos de maneira
simples e eficaz, deve-se desenhar um fluxograma das principais atividades.
• Sensibilização da gestão: deve-se divulgar os objetivos e metas que se pretende
atingir e explicar com clareza o que se espera de cada um para que se alcance o sucesso
almejado, realizando uma coleta de ideias, sugestões, verificando quais são as situações e
ocorrências que indicam a necessidade de ação corretiva ou de uma atitude preventiva.
• Definição da política da qualidade: Pinto e Soares (2010) esclarecem que a
definição da Política da Qualidade é feita pela organização, levando em consideração a
realidade da organização (resultado do diagnóstico inicial), assim, adaptando às suas
necessidades. Ainda segundo os autores, deve haver um compromisso da organização
garantindo que a qualidade esteja no topo das prioridades, articulada com a visão e estratégia
da empresa.
• Definição da equipe de projeto: Para definir a equipe de projeto, deve-se analisar
o trabalho que deve ser feito e quem o pode fazer. Assim que avaliadas as competências que
dispõe internamente, a organização decide se há necessidade de contratar ajuda externa.
• Definição do plano de implementação: Na definição do plano de implementação,
a organização estabelece os objetivos do projeto, define seu calendário, as competências e
responsabilidades individuais de cada elemento da equipe.
• Formação da equipe de projeto: de acordo com Pinto e Soares (2010), a
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organização providência formação especializada ara que a equipe de projeto possua as


competências necessárias para a boa aplicação do projeto.
• Planejamento: Pinto e Soares (2010) elencam que o planejamento é feito com
base na análise das exigências verificadas pela organização em sua prática, organizando
assim o compilamento da documentação interna já existente, melhorando algumas práticas,
evidenciando a conformidade com os requisitos, reformulando a forma como realizam,
controlam e registam tais atividades.
• Implementação e funcionamento; É funfamental para a implementação e
funcionamento de um SGQ que haja o envolvimento de todos os colaboradores.

• Verificação e ações corretivas: No que se refere à verificação e ações corretivas,


Pinto e Soares (2010) afirmam ser feita uma análise crítica do sistema quanto ao alcance dos
objetivos, e assim são criados mecanismos que permitem o controle sistemático e
permanente do sistema. Assim, são elaborados e implementados procedimentos de controle
dos documentos e registos, não conformidades, ações corretivas e preventivas e auditorias.
• Certificação: Por meio de auditorias internas procuram-se evidências que
confirmem a eficácia do que está sendo feito ou que identifiquem os desvios, de modo que se
possa agir antecipadamente sobre eles corrigindo-os.

2.5 DEFINIÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE

Para definir sistema de gestão da qualidade, primeiramente deve-se definir o que é


Sistema e Gestão.
De acordo com Feigenbaum (1994), Sistema é um tipo de grupo ou de trabalho com
atividades interativas entre homem e/ou máquina que opera, ou seja, uma interação de
componentes interdependentes que formam um conjunto a fim de atingir propósito ou objetivo.
Segundo Sinha e Wilborn (1985) Gestão é planejamento, organização, e iniciação de
operações como uma força de tomada de decisão, ou seja, uma parte ou função essencial de
qualquer organização.
Feigenbaum (1994) define sistema de qualidade como sendo a combinação da estrutura
operacional com procedimentos técnicos que guiam ações coordenadas de pessoas, máquinas e
empresa, assegurando a satisfação do cliente no que se refere à qualidade e custos. Karapetrovic
(1999), por sua vez, define sistema da qualidade como um conjunto de processos que funciona
harmoniosamente utilizando vários recursos para alcançar os objetivos da qualidade, ou seja,
uma interação de recursos, materiais e informação.
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Assim, para auxiliar as organizações na implementação eficaz de um sistema de gestão


da qualidade, foram estabelecidas Normas e criadas ferramentas referentes à gestão da
qualidade.
Segundo Longo:
A Gestão da Qualidade Total (GQT) é uma opção para a reorientação gerencial das
organizações. Tem como pontos básicos: foco no cliente; trabalho em equipe
permeando toda a organização; decisões baseadas em fatos e dados; e a busca
constante da solução de problemas e da diminuição de erros. A GQT valoriza o ser
humano no âmbito das organizações, reconhecendo sua capacidade de resolver
problemas no local e no momento em que ocorrem, e busca permanentemente a
perfeição. Precisa ser entendida como uma nova maneira de pensar, antes de agir e
produzir. Implica uma mudança de postura gerencial e uma forma moderna de
entender o sucesso de uma organização. É uma nova filosofia gerencial que exige
mudanças de atitudes e de comportamento. Essas mudanças visam ao
comprometimento com o desempenho, à procura do autocontrole e ao aprimoramento
dos processos. Implica também uma mudança da cultura da organização. As relações
internas tornam-se mais participativas, a estrutura mais descentralizada, e muda o
sistema de controle. (Longo, 1994, p.145)

Uma das principais Normas buscadas pelas empresas são as da série ISO 9000, devido à
grande exigência do mercado consumidor quanto à qualidade no produto ou serviço oferecido.
De acordo com Maranhão (2001), a implementação da norma é como a construção de uma
empresa. Tem início pela direção definindo os rumos (missão, visão, valores, política), em seguida
a estrutura, a responsabilidade e autoridade. Depois de identificados os líderes, entrão se definem os
objetivos, os recursos para alcançá-los, constrói-se os processos, realiza-se os produtos, realiza-se as
medições e as análises e por fim implementa-se as melhorias que a análise indicar.

3. METODOLOGIA

Pode-se afirmar que a metodologia utilizada para a concretização do trabalho ocorreu por
meio de pesquisa bibliográfica e um estudo de caso, de forma qualitativa, onde o objeto de estudo
foi observado, possibilitando interação com o mesmo, porém, sem quantificar o mesmo nesse
primeiro momento.
A pesquisa bibliográfica cobriu livros, teses, dissertações, sites e artigos de revistas do
segmento. O objetivo foi conseguir respaldo intelectual que abordassem o tema de forma clara e
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conclusiva.
Segundo Gil (2002), o estudo de caso consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou
poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento.
Ainda segundo Gil (2002), as pesquisas exploratórias têm como objetivo proporcionar
maior familiaridade com o problema, o tornando mais explícito e facilitando a construção de
hipóteses.
Sendo que o autor ainda alega que a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos.
A coleta dos dados foi realizada através observação participante, onde foi acompanhado o
processo da qualidade e separação da madeira, utilizando algumas das ferramentas da gestão da
qualidade, e posteriormente comparadas as evoluções do processo, bem como considerado ainda
quais as mudanças que ainda se fazem necessárias, bem como o curto tempo de atuação com tais
ferramentas.
O estudo de caso foi desenvolvido por meio de consultas e conversas com os responsáveis
pela empresa, além da observação direta, analítica e participativa, sendo que tal empresa
madeireira foi selecionada para o estudo de caso devido ao contato direto existente entre um dos
autores deste trabalho e os gestores da empresa, já que o mesmo é funcionário da empresa e atua
diretamente no setor da qualidade, possibilitando assim o acesso a informações de todos os
processos realizados e favorecendo uma análise mais completa do caso.
Assim, aborda-se a metodologia desenvolvida nesta investigação: um estudo de caso
aplicado a uma empresa madeireira, abordando as etapas para implementar um SGQ.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Ao dar início as observações no processo da qualidade, sua organização e gestão , tornou-se


possível considerar o quanto focava-se somente em números de produção, deixando a organização
do local a desejar, assim também como apresentava a falta de um quadro organizacional, onde
houvesse mais do que apenas uma delegação de funções, sendo que cada funcionários
desempenharia sua função, mas com o conhecimento de todo o processo.
Assim, de acordo com as necessidades encontradas, foram apresentados aos gestores da
empresa quais as características poderiam ser alteradas, quais as melhores ferramentas da
qualidade poderiam ser implantas, bem como a sugestão da implantação de um Sistema de Gestão
13

da Qualidade, sendo que houve total aval para a aplicação das ferramentas da gestão da qualidade,
realizar as mudanças e adaptações consideradas necessárias, porém, implantar um PGQ
considerou-se pelos gestores como não possível por momento, devido a realidade que a empresa
está vivenciam do, com alto índice de rotatividade de funcionários e local de atuação alugado,
sendo que está em etapa final de construção a cede da empresa.
Por tanto, iniciou-se em um primeiro momento um levantamento da situação inicial,
averiguando quais as necessidades e deficiências encontradas no setor, sendo que o setor de
atuação delimitou-se ao da qualidade e separação da madeira. Para conseguir organizar o setor, em
um primeiro momento reuniu-se os funcionários, esclarecendo as metas e objetivos para o setor,
inicialmente para o prazo de três (03) meses. Para tanto, implantou-se a ferramenta 5S; organizou-
se as máquinas a maneira que mantivessem a sequência do trabalho em uma linha de produção em
linha reta, pois as máquinas estava dispostas no formato do número oito (8), apresentando aos
funcionários a necessidade de ter que ficar se locomovendo dentro do local, o que acabava por
atrasar todo o processo; em seguida implantou-se também uma lista de verificação, para que
diariamente houvesse a conferência da madeira selecionada, classificada, separada e carregada,
bem como a especificação de acordo com cada cliente e seu pedido; também foi utilizado como
meio orientador e de incentivo um quadro de gestão e produção, onde passou a ser anotado
diariamente a quantidade da produção e quantos metros cúbicos erma produzidos por hora, para
que ao encerrar a semana fosse possível verificar o número total da produção e identificar onde
houveram falhas; passou a ser feito o controle de estoque baseado em etiquetas; passou a ser feita
com maior frequência o controle de manutenção e lubrificação das máquinas, o que vêm
diminuindo o número de paradas na produção por quebra das máquinas.
Passados cinco (05) meses das implantações das ferramentas de qualidade, observa-se a
eficácia do setor alterada em aproximadamente 30%, tendo em vista que anteriormente era possível
concluir cerca de mil (1000³) metros cúbicos mensalmente e na atualidade há uma variável entre
mil e duzentos (1200³) e mil e quinhentos ( 1500³) metros cúbicos mensais.
Quanto a implantação de um PGQ total, há uma expectativa para que haja sua implantação
quando a empresa mudar para sua cede própria, dispondo de maquinário e ambiente próprio,
possibilitando melhor organização, definição de metas e objetivos, maior participação da gestão, e
integrações com os demais funcionários.
Destacam-se a seguir, algumas imagens das melhorias e implantações realizadas:

Imagem 01 – ORGANIZAÇÃO DAS FERRAMENTAS DE ACORDO COM 5S


14

Fonte: O Autor

Imagem 02 – QUADRO DE PRODUÇÃO POR HORA

Fonte: O Autor

Imagem 03 – QUADRO DE MANUTENÇÃO POR ORDEM DE SERVIÇO ( OS)


15

Fonte: O Autor

Imagem 04 – ETIQUETA PARA CONTROLE DE MADEIRA SECA

Fonte: O Autor

Imagem 05 –MADEIRA SECA COM ETIQUETA AGUARDANDO LOGÍSTICA


16

Fonte: O Autor

Imagem 06 – TABELA DE CONTROLE DE ESTOQUE E PRODUÇÃO DE MADEIRA SECA

Fonte: O Autor
17

Imagem 07 – PINTURA DOS FARDOS IDENTIFICANDO POR NUMERAÇÃO E ROMANEIO

Fonte: O Autor

OBS: A imagem 07 representa toda a melhoria que foi realizada, implantando linha de ar
em todo barracão, que acaba por auxiliar na limpeza, bem como realizar a pintura nos fardos de
madeira para que os mesmos possam ser melhor identificados.

5. CONCLUSÃO

A implementação de plano de gestão de qualidade acaba se transformando em um


diferencial no atual mercado competitivo, que exigem cada vez mais investimentos na qualidade e
nas melhorias contínuas das empresas e seus meios de produção.
Se implementado de maneira correta e eficiente, um plano de gestão da qualidade trará
informações muito importantes para as tomadas de decisões por parte da gestão, sendo que
normalmente é objetivado a satisfação do cliente, afim de garantir sua permanência e fidelidade ao
adquirir produtos ou serviços da empresa.
Existem diversos procedimentos para serem adotadas ao implementar um plano de gestão
de qualidade, para isso, é fundamental que as empresas que desejam implementar este sistema,
façam um planejamento adequado antes mesmo de tomar qualquer decisão.
De acordo com o apresentado no estudo de caso, pode-se concluir que o PGQ é capaz de
proporcionar às empresas uma modificação muito significativa em seus processos. Dessa forma, é
possível dizer que a implantação do mesmo pode propiciar a melhoria dos produtos e dos
processos de produção, além da qualidade.
Deve-se destacar ainda que os planos de gestão de qualidade possuem muita eficiência,
desde que as empresas realizem seu planejamento de maneira adequada, sem tomar decisões
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equívocas, sendo necessário que haja uma minuciosa análise dos principais riscos durante o
estabelecimento das mudanças.

REFERÊNCIAS

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AMARAL, Rosane de Almeida do; BIASIO, Roberto; CRUZ, Marcia Rohr da; CAMARGO,
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