A intervenção do Estado na economia matéria 11ºano
Finalidades da intervenção do Estado na economia: Eficiência: Utilização do mínimo de recursos na produção de bens e serviços, de forma a obter-se o mínimo de custo. O Estado não é eficiente pois apresenta falhas: - Concorrência imperfeita (monopólios, oligopólios e concorrência monopolística); - Externalidades; - Bens públicos (exemplo: iluminação pública, segurança,...) São bens não rivais e exclusivos, ou seja, que não impedem ninguém de serem usados. Não são comerciáveis e tão atrativos para os serviços privados. Concorrência imperfeita- prevenir através de leis anti-trust que proibem a criação ou cobrem impostos aos monopólios ou através de entidades que fiscalizem estas práticas. Externalidades- Nas negativas previne-se através da cobrança de impostos ou estabelecendo limites à produção em empresas poluidoras. Nas positivas previne-se através de subsídios à atividade. Estabilidade: Cabe ao Estado antecipar a sucessão de fases de expansão e de recessão da economia e tomar medidad que diminuam a amplitude das flutuações da atividade económica. Previne-se através dos apoios à criação de emprego e diminuição dos impostos, por exemplo. Equidade: Promoção da igualdade de oportunidades e justiça social. Previne-se através da distribuição de rendimentos mais equitativa, criando medidas de apoio aos estratos sociais de baixos rendimentos, fornecendo bens públicos e aplicando impostos diretos progressivos. Instrumentos da intervenção do Estado: Planeamento económico- maximização da satisfação das necessidades individuais e coletivas com o mínimo dispêndio de recursos sejam materiais, financeiros e humanos. É indicativo para o setor privado (o Estado apenas recomenda ou indica certas estratégias ou medidas) e é imperativo para o setor público pois as empresas públicas são obrigadasa cumprir os objetivos do plano económico. Orçamento de Estado- documento onde estão previstas as despesas e receitas do Estado para um determinado período de tempo, geralmente um ano: - Receitas públicas: meios financeiros que o Estado dispõe para financiar as suas despesas. - Receitas correntes: receitas que se renovam em todos os períodos financeiros. Exemplos: receitas fiscais (impostos diretos e indiretos), contribuições sociais, venda de bens e serviços e receitas coativas. - Receitas de capital: incluem recebimentos de verbas ocasionais. Exemplos: venda de bens de investimento, transferências de fundos europeus, algumas receitas patrimoniais e receitas cretícias (empréstimos). Dentro das receitas fiscais existem: Impostos diretos: incidem sobre o rendimento ou património dos contribuintes. Sobre o rendimento são exemplo: o Imposto sobre o rendimento de pessoas singulares (IRS) e o Imposto sobre o rendimento de pessoas coletivas (IRC) que se coloca nas empresas incidindo sobre o seu lucro. Podem ser também impostos diretos progressivos (maior rendimento, maior taxa) ou impostos diretos proporcionais (maior ou menos rendimento, mesma taxa). Impostos indiretos: incidem sobre o consumo ou a despesa. Sobre o consumo são exemplo: o Imposto sobre o tabaco (IT) e o Imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos (ISP). São em geral impostos indiretos regressivos (maior rendimento, mesma taxa), o que provoca menor equidade. -Despesas públicas: recursos usados pelas entidades públicas na aquisição de bens ou serviços para a satisfação das necessidades coletivas. -Despesas correntes: correspondem a encargos permanentes do Estado no desempenho das suas funções. Exemplos: vencimentos, transferências sociais, compra de bens não duradouros e pagamento de juros da dívida pública. -Despesas de capital: incluem gastos que não se repetem todos os anos. Exemplos: investimentos em capital fixo, transferências de capital, compra de ações. Efeitos das despesas públicas: Aumento da procura dos bens finais, através... - Aumento dos gastos com pessoal; - Aumento dos subsídios e das prestações da Segurança Social. O que leva ao aumento do rendimento disponível das famílias. Aumento da oferta, através... - Aumento do capital fixo e produtividade; - Aumento da capacidade e qualidade produtiva (despesas formação profissional, etc); O que leva ao aumento da produção. Saldo orçamental = Receitas públicas – Despesas públicas (também pode ser saldo orçamental corrente apenas com receitas e despesas correntes ou saldo orçamental de capital apenas com receitas e despesas de capital) Saldo orçamental positivo/superavit = Receitas públicas > Despesas públicas Saldo orçamental negativo/deficit = Receitas públicas < Despesas públicas Saldo orçamental global = Receitas (exceto emissão dívida pública) – Despesas (exceto amortizações da dívida pública) Saldo orçamental primário = Saldo orçamental global – Juros da dívida pública Défice orçamental – Valor das receitas públicas é inferior ao valor das despesas públicas e é geralmente apurado anualmente. Este não pode exceder 3% do PIB. Que origina... Dívida pública – Empréstimos contraídos para financiar os défices. Este não pode exceder 60% do PIB. As políticas económicas e sociais do Estado: Políticas Conjunturais (atuam num curto prazo, até um ano), exemplo: políticas fiscais, monetárias e de redistribuição de rendimentos. Políticas Estruturais (atuam num médio prazo, um a cinco anos, ou, num longo prazo, mais de cinco anos), exemplo: políticas agrícolas, industrial e ambiental. Política Fiscal: tem como principais objetivos promover a equidade e estabilidade. Os seus instrumentos são os impostos. Política Fiscal Expansionista: Dinamizar o consumo e o investimento (a procura) Atua através da diminuição dos impostos Aumento da procura, consumo e investimento Aumento da produção e produtividade, emprego e preços Consequências: acentuar o défice orçamental e produzir tensões inflacionistas Política Fiscal restritiva ou contracionista: Diminuição do défice orçamental Atua através do aumento dos impostos Maior valor de receitas diminuição do consumo e do investimento Consequências: comprometer o crescimento económico e aumentar o desemprego